Download as pdf
Download as pdf
You are on page 1of 3
PARTEL NOCOES GERAIS E ENOUADRAMENTO DO PROBLEMA I Introdugio 2 Conceites Bésicos 2.1.0 Tratamento Conceptual De Empresa 2.1.1. Vertente Eeonsimica 2.1.2. A Vertente Juric 2.13. Vertente Sociol6ica ‘Conceito De Insolvéncia F Faléncia 3.As Causas Da Insolvéncia 4.0 Processo Genérico De Insalvéncka 5. Reeuperagio De Empresas - Enquadramento némico E Legal RECUPERACAO OU FALENCIA DE EMPRESAS -ENQUADRAMENTO INTERNACIONAL 1. Harmonizacio Internacional Da Legislagio Sobre Recuperacio De Empresas 1. Principio Da Teritoraidade Versus Principio Da Universidade 12 Tratads E Convengies Interacionais 2. Procedimentos Legais De Recuperagio De Empre- sas Noutras Legislagies 2, Bstados Unidos da América 22 Japio. 23. Franca 24, Alemanha PARTE EMPORTUGAL 1-Introdugio 2, Evolucdo Historica Da Legislagio Sobre Recupera- gio De Empresas Em Portugal 2.1. Faléncia como liquidagio do patriméaio 22. Deereto-Lei n. 66/74 de 25 de Novembro 23, Decreto-Lei n° 907/%6 de 31 de Dezembro 2.4, Deereto-Lein. 124/77 de 1 de Abril 25. Decreto-Lei n® 119/82 de 20 de Abrit 246, Decreto-Lein. 1 77/86 de 2de Julho 2.7. Cigo dos Processos Especiais de Recuperagio ‘das Empresas e de Faléncia - Decreto-Lei 1° 132/93 de 23 de Abril 28, Regularizagio das Dividas Fseais e 2 Seguranga Social Prof. Dr. PAULO JORGE MADEIRA. Docente da Escola Superior de Gestio de Idanha-A-Nova ‘Mestre em Contabiidade e Avditoria 29.Sistema de Gatantia do Estado © Empréstimos Banciios 210. Céigo ds Processos Especiais de Recuperasio das Empresas e de Faléncia - Decreto-Lei 12 315998, de 20 de Outubro 2.10.1.0 processo de recuperagoe faléncia 2.10.2. Providéncas de recuperagio da empresa 2102.1. A concordata 2.10.22. Reconstituigio empresarial 2.10.23. A reesruturacio financeira 2.10.24. gestio contolada 2.103. 0 processo de faléntia 2.1044 Acordo extaoeinsrio 2.105. Concordata particular 2.10.6. Custas juiciais 3. Sistema de Incentivos Revitalizagio da Moderni- zagio Empresarial 4. Regime Exeepcional de Dedugio de Prejuizos Fis- cals 5. Procedimento Extrajui Empresas em Situagio de Insolvéncia ou em Situa- «0 Eeondmica Dificl 5. Actos ou Operagies Decorrentes de Contratos de Consolidagio ede Reestruturagio Empresarial Bibliografia PARTE NOGOES GERAIS E ENQUADRAMENTO ‘DO PROBLEMA, L.nrropucio. “A complexidade erescente dos modeenos grupos empre= sariais¢ a extrzordiiria proliferagio - sobretudo no contexto europe (comunitrio) de pequenas e médias empresas com ‘uma fungio econtmica e social de grande relevincia postu Jam um nav enquadramento juridico global das stuaghes de ‘rise no cumprimento das obrigagies por pute das empresas situagGes multifacetadas eno reduzidas apenas aos estados terminas de insuficiéncia dos ativos para saisfagio dos ere- ores - que permitia 0 seu ratamenta e deteccio oportunos ‘io quadro da dinimica empresarial,esgotando todas as for- mulagées téenico-juriicas de reestruturagio ou recomposi= iho das unidades empresarais, sem o recurso inelutivel € Figido as processos deliquidagio desss unidades” CConstatamos, qu esta situagio se arasta desde 0 pais 25, de Abril, onde sungiram alguns problemas de gestio, que Se JORNAL DO TECNICO DE CONTAS E DA EMPRESA, 430 JULHO 2001 567 (Eimeresar om Stuagio Biot Recoperapio ou Fanaa ficaram a dever, nomeadamente, A mudanga de mentalidade, ‘as convulsdes politica e econdmicas & passagem de uma ‘economia fechad pura uma economia abeta e democritica ‘Todas estas alleragSes,exigiam um esforgo de apa, ‘que muitas empresas no conseguiram acompanhar deforma paositiva entrando em processofaléncia. Outas,entram num ‘rocesso “agonizante” de recuperacio, que se tem mantido Aalé aos dias de hoje, (© presente trabalho tem por objectivo apresentar uma panorimica interna e internacional da matéria de direito falencial, tanto numa 6ptica economicista como juridica Dada a extensio da matéria foi nossa intengéo allora as, {questdes mais pertnentes e no uma anise exaustiva e em ‘rofuncidade da mesma. 2. Concertos BAsicos 2.1. O Tearauexto CONCEPTUAL DE EMPRESA [Empresa & um vocabulério de origem latina, de «impre hhensa», que significa empreendida. Neste contexto empresa pode significa algo que se comegou com ousadia, como sea ‘um empreendimento. Daf que, € empreendedor aquele que se revela activo, diligene, ariscado, que estando pronto a tempenhar todos os seus esforgas na realizagao de um deter- ‘minado projeto,aceitaigualmente os riscos a ele inerentes, com uma forte dase de esprito inovadore aventreiro. ‘A empresa tem sido conceptualmente defnida por eco ‘nomistas, socidlogos, urstase gestores. De uma forma ger todas reconhecem a realidadee sua importincia num quadro econGimico, social e legal do mundo modern. Assim 0 con- ceito de empresa pode Se visto de diversos prisms: + empresa idenfcada com oppo empresii; * emesa um bem feo a tm tm + empresa 6 fundamentalmente uma actvidde; ‘empress como um ecrp sot, enticao com uma ‘Spragio, tendo subjacent un principio de cnelio- ‘io de intereses + Empresa (participant) sci, com direito 2 pati par no governo (municipio), + Emesa com enneepao institucional, ‘empresa com realidad Juridica, com personaliade juni 2.11 .A Verrenre Ecoxoacs [Numa concepgio econdmica a empresa & vista como ‘uma unidade de producio, composta por factores de prod gio (capital, pessoas e técnica), organizados de forma, a gerar valor acrescentado, sob a forma de produtos e servigos, ‘cam 0 objectvo final de abtengo do luro. Esta € a vertente ‘assumida no artigo 2° do Cédigo dos Processos Fspecais de Recuperagio da Empresa ¢ de Faléncia - CPEREF - que define empress come tod a organizacio dos factores de pro- ‘ducio destinada ao exercicio de qualquer actividade agrico- Ja, comercial ou industrial ou de prestagdo de servgos. ‘Quando constitu a empresa, © empeeséro pretender zara actividad (geri um conjunto de varidves) de uma for- ma eficente, prevendo gerar luero. Neste processo, aquelas, variéveis podem ser faves, donde se conclu que a empresa envolve rises. artigo primeiro do Decreto-Lei n.° 160/95 de 6 de Jalo (regime de incentivasfiscas 3s Micro Empresas) def ne como micro empresa, aquelas que no exercicio de 1995, tenham um niimero médio de trabalhadores superior a 3 & inferior 8 20 ¢, um volume de negécios nio superior a 500,000 contos. De acordo com o IAPMEI (Insttuio de Apoio is Peque- nas © Médias Empresas ¢ 20 Investimento) é clasificada ‘como PME (pequena e média empresa) uma empresa que preencha cumulativamente os seguintes requisitos: ~tenha como actividade predominante a indistiaextrac- tiva ou tansformadora (divisdes 10 @ 37 da CAB), ou, ‘se ssi nio fora sua actividade predominant, faga pro- ‘va de que o apoio pretend se destinaexclusivamente ‘aque actividad; -empregue até 500 trabalhadores (ou 600 no caso de tra- ‘bathos em turmos regulars): no ultrapasse 2.440.000 de vendas anus, “no possua nem seja possurda em mais de 50% por ‘outta empresa, ou, desde que tomadas em conjunt, no ‘ajam ultrapassades os limites de trabalhadores e ven- das ana ates efridos As grandes empresas sero fos as que no ultrapas- sem um dos paimetios indicados. 2.12. A Vertex: Juice Para 0 direto, “ela (empresa) € algo mais Jo que um ‘mero conjunto organizado dos meios de produgio, ou sea, ‘urge com um entejuridico novo, dotado de vida prépria ‘qe nio se confunde nem com 0 somatrio dos seus ele- ‘mentos, nem com o seu titular. Nesta 6ptiea, a empresa é um verdadeito sujeito de dieitos."(Vieira e Busto, 1990,23). No entanto € também referido que para outros autores de Aireito, a empresa € considerada como um produto da activ dade jurdica do empresrio, nomeadamente, da sua activi- dade contrat ‘Ainda de acordo com Vieira € Busto (1990) 0 coneeito ‘de empresa € utilizado, doutrinariamente com diferentes sen- tidos como uma realidade identificada com a pessoa do ‘empresiio 6ptica subjctiva), como algo equiparado ao estabelecimento comercial ou industria, o espaco fisico em que se desenvolve a act- vidade ou nepécio (Optica objectivay coma a propria aetividade econdmica do empresério (empresa vista como uma actvidade dinimica). O legislador comercial estabelece no artigo 230.° do ceGdigo comercial um conceito de empresa, como wma reali dade auténoma, regulado pelo dieito comercial, permitindo ‘um alargamento de Ambito do acto de comércio, por inclusio das actividades industriais, ransportadoras e de alguns servigos, cam expressaexclusio da atividade agri- 568 JORNAL DO TECNICO DE CONTAS E DA EMPRESA, 490 JULHO 2001 Ja e artesanal. Neste artigo 230.° & empregue a expresso ‘empresa num sentido subjective, uma vez que a se qualifica ‘como comerciais as empresas singular ou colectivas que se ropuseram a certa actividades, com caricterprofissional e ‘com um suporte organizativo. Pretende-se qualificar como empresas comercais determinadas realidades que, de forma estével e permanente, produzem bens au servige, apoiando- “se numa organizagio de meios ¢ materais. Esta realidade & ‘uma empresi 2.1.3. A VReENTE SocIoLOGICA Nesta dptica a empresa € vista como um corpo social, ‘dentficada como uma corporacao, tendo subjacente 0 prin cipio de conciliagdo de interesses. A empresa assume a for- ‘ma de um organismo que se insere cum determinado contex- to social, nteragindo com o ambiente envolvente. Em conse~ {quéncia © meio sécio-econémico em que a empresa opera, pode influenciar 0 seu desempentio. Por outo lado a forma- (glo técnica e tecnoldgica, moral ¢ ideol6gica do pr6prio tempresério determinam o futuro desenvolvimento da empre- sa. Outras vardvels exdgenas so valorizadas na sociologia econimica, tais como 0 desejo de sucesso, 0 sentido de afi ‘macho pessoal eo gosto pelo risco. ‘Nesta vertente-a empresa € responsivel pelo seu papel social, em fornecer emprego, proporcionar carreiras profssionais, quanto enquadrada na comunidade local 2.2. CONCEITO DE INSOLVENCIA E FALENCIA © insucesso empresarial em sido definido de diversas ‘maneiras, de acordo como processo formal que as empresas ‘enfrentam para clasifcar os problemas econdmicos em que se véem envolvidas. ‘A ke considera falido ou em estado de Faléncia todo 0 ‘comerciante que se encontre impossibilitado de cumprir ppontualmente as suas obrigagies (artigo 1135° do Cédiga do Processo Civil) Faléncia pode ser definida como o estado econdmico: -juridico do comerciante impossbilitado de solver os seus ‘compromissos. Esse estado, porém, necessita, para que pro duza as efeitos prevstos na lei, ser declarado por tribunal Judicial, a requerimento, ou do’pr6prio eomerciante, ou de ‘qualquer credor, ou do Ministério Pablico. Faléncia Econémica, Insolvéncia ow Faléncia Técnica € Fae Legal o so tees feet wi 2ados na literatura fina ‘A Faléacia eondmica surge quando 0 toa de provei tos éinsufciente para cobri 0 total de custos, normalmente acontece quando a taxa de retorno do investimento ¢ inferior a0 custo capital. Importa referir que uma empresa pode sobreviver durante bastante tempo nesta situacao, na pers- pectiva de retorno a longo prazo do capital investido, desde {que tenha capacidade de suportar 0s custos vardveis. Insolvéncia ou Faléncia Téenica ocorre quando a situs- ‘go liquida € negativa e a empresa nio consegue fazer face &s obrigagSes correntes, por falta de liquidez. Esta situacao resulta normalmente de um arrasta de fuléncia econémica, € por diversas vezes a principal causa da dectaracao formal de falencia. ‘Ainda Segundo © n | do artigo 3.° do Codigo dos Pro- cessos Especiais de Recuperagio da Empresa e de Faléncia, 6 coasiderad em situagdo de insolvéncia a empresa que se encontreimpossibilitada de cumprir pontualmente as obriga- bes em virtude de o seu activo disponivel ser insuficiente para satisfazer 0 seu passivo exigivel. No n° 2 do artigo 3° do mesmo diploma, € considerada em situagao econémica dificil a empresa que, no devendo considerarse em situa- cio de insolvéncia, indice dificuldades econdmicas e finan-

You might also like