Algebra Linear - Hoffman e Kunze

You might also like

Download as pdf
Download as pdf
You are on page 1of 361
ALGEBRA LINEAR por KENNETH HOFFMAN Associate Professor of Mathematics Massachusetts Institute of Technology e RAY KUNZE Associate Professor of Mathematics Washington University St. Louis, Mo, Tradugdo de ADALBERTO PANOBIANCO BERGAMASCO Eprt6ra DA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO EDITORA POLIGONO ® Titulo do original: Linear Algebra Copyright © 1961 by PRENTICE-HALL INC. Englewood Cliffs, NJ. Direitos exclusivos para a lingua portuguésa EDITORA POLIGONO S.A. Av. Brigadeiro Luis Anténio, 3035 ‘Sto Paulo 1971 Capa de Studio lo 512,897 Hoffman, Kenneth Algebra linear, por Kenneth Hoffman «© Ray Kunze; traduzido por Adalberto P. Bergamasco. §. Paulo, Ed. Univ. de S. Paulo e Poligono, 1970. 356p. ilus, Algebra linear O PREFACIO Nosso propésito originat ao escrever éste livro foi o de fornecer um texto para o curso de graduagio de Algebra linear no Massachussetts Institute of Technology. Este curso era destinado ao terceiro ano dos optantes de matematica, Atualmente, cérca de trés quartos dos alunos especiatizam-se em ciéncias ou engenharia e variam de calouros a estudantes de pés-graduagao, Concessao alguma se féz ao fato de a maioria dos alunos naio estar interessada primordialmente em mateméatica. Isso porque acre- ditamos que um curso de matematica nao deveria fornecer a estu- dantes de ciéncias ou engenharia um amontoado de métodos, ¢ sim proporcionar a éles uma compreensio dos conceitos matematicos fundamentais, Por outro lado, estivemos profundamenite conscientes da grande variagéo de conhecimentos que os estudantes poderiam possuir e, em particular, do fato de terem os estudantes tido muito pouca ex- periéncia com o raciocinio matematico abstrato, Por essa raziio, evitamos a introdugdo de muitas idéias abstratas logo no inicio do livro. Como compiemento, incluimos um Apéndice, onde sio apre- sentadas idéias basicas tais como conjunto, fungdo e relagdo de equi- valéncia. Achanios mais proveitcso nfo insistir nessas idéias inde- pendentemente, ¢ sim aconselhar os estudantes a lerem o Apéndice & medida que surjam tais idéias. Em todo © livro incluimos uma grande diversidade de exemplos dos conceitos importantes que ocorrem. O estudo de tais exemplos é de fundamental importancia e tende a minimizar o ntimero de estudantes que conseguem repetir definigdes, teoremas e demonstra- gdes em ordem ldgica, sem apreender 0 significado dos conceitos abs- tratos. O livro contém também uma ampla variedade de exercicios graduados (em térno de quinhentos), variando desde aplicagdes roti- neiras aos que solicitariio até os melhores alunos. Pretende-se que @sses exercicios sejam parte importante do texto, O Capitulo | trata de sistemas de equagdes lineares e sua resolu- x PREFACIO gio por meio de operagdes elementares s6bre linhas de matrizes. Tem sido nosso costume despender seis aulas nessa matéria, Isso proporciona ao estudante um esbégo das origens da dlgebra linear e das téénicas de célculo computacionais necessdrias ao entendimento de exemplos das idéias mais abstratas ocorr-ntes nos capitulos pos- teriores, O Capitulo 2 discorre sdbre espagos vetoriais, subespagos, bases e dimens&o. O Capitulo 3 trata das transformagées lineares, sua Algebra, sua representag&o por matrizes, bem como isdmorfismo, funcionais lineares e espagos duais. O Capitulo 4 define a Algebra dos polinémios sébre um corpo, os ideais naquela algebra e a decom- posigéo de um polinémio em fat6res primos. O Capitulo 5 desen- volve determinantes de matrizes quadradas, sendo’ o determinante encarado como uma fungio n-linear alternada das linhas de uma matriz. Os Capitulos 6 e 7 contém uma discuss4o des conceitos bé- sicos para a analise de uma transformagio linear isolada s6bre um espaco vetorial de dimensdo finita, a andlise de transformagGes dia- gonaliz4veis, 0 conceito das partes diagonalizdvel ¢ nilpotente de uma transformagao mais geral e as formas candnicas racional e de Jordan. O Capitulo 8 considera com algum detalhe espagos de di- mens&o finita com produto interno. Ele cobre, em particular, a geo- metria basica e o estudo dos operadores auto-adjuntos, positivos, unitérios e normais, O Capitulo 9 discute formas bilineares, enfati- zando as formas canénicas para formas simétricas e anti-simétricas, assim com 0 grupo que conserva uma forma nao-degenerada. A interdependéncia dos capitulos € como segue. Os Capitulos le2.¢a maior parte do Capitulo 3 sio basicos para o livro todo. Os Capitulos 4 ¢ 5 também sio fundamentais; entretanto, podem ser tratados de uma forma mais abreviada se o professor deseja passar aos capftulos subseqilentes mais rapidamente. Os Capitulos 6 ¢ 7 sio uma unidade. Os Capitulos 8 ¢ 9 séo independentes entre si e nao necessitam dos Capitulos 6 e 7 (exceto talvez das primeiras pé- ginas do Capitulo 6). O Capftulo 9 nZo depende do Capitulo 4 nem do 5 tampouco. Somos gratos a nossos colegas, em particular, aos Profess6res Louis Howard e Daniel Kan e Doutores Harry Furstenberg e Edward Thorp, por suas tantas ¢ tao proficuas sugestdes. Pela preparagio do manuscrito, agradecemos as Srtas. Betty Ann Sargent e Phyllis Ruby, que datilografaram as notas originais; Srta. Judith Bowers, que dati- lografou o manuscrito final; e & equipe da Prentice-Hall, Inc. Cambridge, Massachussetts KennetH HoFFMAN Waltham, Massactusseris Ray Kunze SUMARLO Capiruo 1. EQUACOES LINEARES. . . . . bee 1.1, Corpos comutativos . . . . 1.2. Sistemas de equacdes lineares |. 1.3. Matrizes e operacdes elementares sObre linhas | 1 1 }. Matrizes linha-reduzidas & forma em escada. . . 2... |. Multiplicagao de matrizes . . . 1.6. Matrizes inversiveis 2. 1 1. . oa F Sebesoscos rn Coordenadas ..,-. 2... 00. 2.5, Resumo de linha-equivaléncia, | | | | 2.6. Céleulos concernentes @ subespacos - Carituto 3. TRANSFORMACOES LINEARES . 3.1. Transformagdes lineares sw. 3.2, A dilgebra das transformagées lineares. 3.3. Isomorfismo 2... 3.4. Representacko de transformagdes por matrizes. | |. | | 3.5. Funcionais lineares . 2... 7... vee 3.6. Anuladores. .. 2.2... 3.7. A transposta de uma transformacdo. Carfruto 4, POLINOMIOS........... a 4.1. Algebras 4.2. A Algebra dos polindmios 4.3. Interpolacéo de Lagrange . . . . : 44, Ideais de polindmios. 4.5. A decomposiciio de um polinémio em fatéres primos Capituco 5. DETERMINANTES ........... 5.1, Andis comutativos.. 6... 2... 1 we Funcoes determinantes. .. 2. 2... 2. 5.3, PermutagSes e a unicidade dos determinantes . . . 5.4. Propriedades adicionais dos determinantes . Cariruco 6. DECOMPOSICOES EM SOMAS DIRETAS ARIANTES.............0. XU SUMARIO 6.2. Valores caracteristicos ¢ vetores caracteristicos. . 2... 177 6.3, Operadores diagonalizaveis.. 2.2... 2.22205 184 6.4. O teorema da decomposicio primétia. ©. 2... 193 Capituco 7, AS FORMAS RACIONAL E DE JORDAN ... 201 7.1, Subespacos ciclicos ¢ anuladores .. . . . see eee 201 7,2. O teorema da decomposicio ra . 205 7.3, A forma de Jordan. . . . . » 219 7.4, Resumo: operadores semi-simples Se eee «+ 226 Carirutco 8. ESPACOS COM PRODUTO INTERNO. ..... 235 8.1, Produtos internos. . . . . . bees 82. Espagos com produto intemo viene 3. Funcionais lineares ¢ adjuntos.. 2... 2.2.20 8 Operadores positives... ........ spectral tae 8.8. Diagonalizagio simultanes de operadores normais | | | | 302 Capizuto 9. FORMAS BILINEARES... . . bee WS 9.1, Formas bilinearss. 2... es 305 9.2. Formas bilineares simétricas rer 314 9.3. Formas bilineares anti-simétricas . . . 2 2... vee 323 9.4, Grupos que conservam formas bilineares .. 2.2... 327 APENDICE ... . . A.1. Conjuntos . . A2. Fungdes . . 3, Relagdes de equivaléncia AA, Espacos quocientes. . 2... ae ae A'S. Relagdes de equivaléncia em élgebra linear. |). 1. . 348 BIBLIOGRAFIA.......... 5. vee 30 INDICE... Pte! +. 351 CAPITULO 1 EQUACOES LINEARES 1.1 Corpos Comutativos Supomos que o leitor tenha familiaridade com a Algebra ele- mentar dos niimeros reais e complexos. Para uma grande parte déste livro as propriedades algébricas dos ntimeros que usaremos podem ser facilmente deduzidas da pequena lista abaixo de propriedades da adig&o ¢ da multiplicdg&o. Indicamos por F o conjunto dos nimefos reais ou o conjunto dos niimeros complexos, (1) A adigifo € comytativa, xty=yre para todos x e y em F, (2) A adig&o é agsociativa, x+04tD)=OtyM4+2 para todos x, ye z em F. (3) Existe um unico elemento 0 (zero) em F tal que x + 0 = x, para todo x em F. (4) A cada x em F corresponde um Unico elemento (—x) em F tal que x + (—x) = 0, (5) A multiplicagio é comutativa, xy = yx para todos x e y em F, (6) A multiplicagio é associativa, x02) = (xy)z para todos x, ye z em F, 2 EQUAGOES LINEARES (7) Existe um nico elemento ndo-nulo 1 (um) em F tal que xl = x, para todo x em F, (8) A cada x nao-nulo em F corresponde um tinico x~ (ow I/x) em F tal que xx7! = L. (9) A multiplicacdo é distributiva em relagio & adigéo; isto é, xy + 2) = xp + x2, para todos x, ye z em F, Suponhamos que se tenha um conjunto F de objetos x, y, 2, -.. e duas operagdes sObre os elementos de F como segue. A primeira operagdo, denominada adig&o, associa a cada par de elementos x, y em F um elemento (x + y) em F; a segunda operagio, denominada multiplicag&o, associa a cada par x, y um elemento xy em F; e estas duas operagées satisfazem as condig6es (1)-(9) acima. 0 conjunto F, munido destas duas operagées, é entio denominado um corpo co- mutativo*. A grosso modo, um corpo € um conjunto munido de algumas operagdes sébre seus objetos, as quais se comportam como a adig&o, subtracio, multiplicaco e divisio usuais de ntimeros no sentido de que elas obedecem &s nove regras de Algebra acima rela- cionadas. Com as propriedades usuais da adigdo e multiplicagdo, o conjunto C dos nimeros complexos é um corpo, como o € 0 conjunto R dos niimeros reais. Na maior parte déste livro, os “ntimeros” que usamos podem ser os elementos de qualquer corpo F, Para permitir esta generaliza- Go, usaremos a palavra “‘escalar” ao invés de “ntimero”. O leitor no perderd muito se supuser sempre que o corpo de escalares seja um subcorpo do corpo dos ntimeros complexos. Um subcorpo do corpo C é um Conjunto F de nimeros complexos que é um corpo em relagdo As operagdes usuais de adicgio e multiplicagio de niimerds complexos. Isto significa que 0 ¢ | esto no conjunto Fe que se xe y sio elementos de F ento (x + y), —x, xy ¢ x7! (se x » 0) também 0 séo. Um exemplo de um subcorpo desta natureza é 0 corpo R dos numero’ reais; de fato, se identificarms os nuimeros reais com os mimeros complexos (a + ib) para os quais b = 0,0 0¢ 0 1 do corpo complexo sio nimeros reais ¢, se x € y sao reais, (x + y), —%, XY e x7! (se x » 0) também o so. Daremos outros exemplos abaixo. O objetivo de nossa discussiio sébre subcorpos € essencialmiente o se- guinte: quando trabalhamos com escalares de ym certo subcorpo de C, a realizagio das operagdes de adicdo, subtragko, multiplicagdo ‘ou divisio sébre éstes escalares nfo nos tira daquele subcorpo. (*) Neste livro, sempre teremos corpos comutativos, portanto abreviare- mos a denominagio escrevendo simplesmente corpos. (N. do T.) SISTEMAS DE EQUAQOES LINEARES 3 Exemplo 1. O conjunto dos inteiros positives: 1, 2, 3, ..., n&o é um subcorpo de C, por diversas razdes. Por exemplo, 0 nao é um inteiro positivo; para qualquer inteiro positivo n, —n nfo € um inteiro posifivo; para qualquer inteiro n, exceto 1, I/n nfio é um inteiro positive. Exemplo 2. O conjunto dos inteiros: ..., —2, —1, 0, 1, 2,. n&o é um subcorpo de C, pois para um inteiro #, I/n nao é um in- teiro a menos que seja 1 ou —1. Com as operagdes usuais de adi- gdo e multiplicagdo, o conjunto dos inteiros satisfaz tédas as con- digdes (1}—(9) com excegdio da condigao (8). Exemplo 3. O conjunto dos nimeros racionais, isto é, nume- ros da forma p/q, onde pe g so inteiros e g ~ 0, € um subcorpo do corpo dos nimeros complexos. A diviséo, que nao € possivel dentro do cénjunto dos inteiros, pode ser feita dentro do conjunto dos ntimeros racionais. O leitor interessado deve verificar que qual- quer subcorpo de C contém todos os niimeros racionais. Exemplo 4, O conjunto de todos os nimeros complexos da forma x + y V2, onde x e y so racionais, é um subcorpo de C. Deixamos a cargo do leitor a verificagio déste fato. 1,2 Sistemas de Equacdes Lineares Suponhamos que F seja um corpo. Consideremos o problema da determinag&o de n escalares (elementos de F) x1, ..., Xn Que Sa- tisfagam as condigées Aum + Ayaka +... + Atnka = Vi ( Aaixi + Avex, +... + Aan = Yo 1-1) : : : . Ami + Anaia + 66. + Annke = Yn onde yi,...,¥mt Ain LCi < mt 42>...7 Ay = BL Basta demonstrar que os sistemas 4;X =0 e 4j,1X = 0 tém as mesmas solugdes, isto €, que uma operagio elémentar sébre linhas nfo altera o conjunto das solugdes. Assim, suponhamos que B seja obtida de A por uma unica ope- rago elementar sébre linhas. Qualquer que seja o tipo da operagao, (1), (2) ou (3), cada equagio dos sistema BX = 0 seré uma com- binagdo linear das equagdes do sistema AY = 0. Como a inversa de uma operacio elementar sébre linhas € uma operagio elementar sdbre linhas, cada equagéo em AX = 0 também serd uma combi- nagao linear das equagdes em BX = 0. Logo éstes dois sistemas sio equivalentes e, pelo Teorema 1, tém as mesmas solugGes, Exemplo 5. Suponhamos que F seja 0 corpo dos nimeros ra- cionais e que 2 —1 30 2 A=/{1 4 © —-1}: 2 6-1 § Efetuarenios uma seqiiéncia finita de operagdes elementares sdbre as linhas de A, indicando por niimeros entre parénteses 0 tipo de opetagio efetuada. 2-1 3 0-9 3 4 (i 4 0 ile @) [! 4 0 -i| ® 2 6-1 5 2 6-1 5 MATRIZES E OPERACGOES ELEMENTARES SOBRE LINHAS 9 0-9 3 4 0-9 3 ¥ 1 4 0-1;M 41 4 09 +/@ 0-2-1 7) 7’to 1 3} 47 o-9 3 4 0 0 8 ET 1 0-2 13/@ 41 0-2 3; o 1 ¢ —E 7? Lo bb RI 0 0 3 -¥ 0 0 61 1 0-2 B/@]1 0 0 FI@ o 1 3 EP Lo 1g ad 00 1 100 o10— A linha-equivaléncia de A com a matriz final na seqiiéncia acima nos diz em particular que as solugdes de 2x, — x2 + 3x3 + Ixy = 0 aa + 4xe — m=0 2x + 6x2 — xa + Seq = 0 eco so exatamente as mesmas. No segundo sistema é evidente que atri- buindo um valor racional arbitrario c a x4, obtemos uma solugdo (—e, fc, Be, 0), e também que téda solugdo é desta forma. Exemplo 6. Suponhamos que F seja 0 corpo dos numeros com- plexos ¢ que —1 i A=|—i 3]. 1 2. Ao efetuarmos operagées sdbre linhas freqiientemente convém com- binar varias operagdes do tipo (2). Com isto em mente [-: i] 0) [: 374] w [: 1 ® —i 3 0344 0342 12}77Lr 2 —~ Li +] [° al: 10 EQUACOES LINEARES Assim o sistema de equagdes —x + ix = 0 —ix1 + 3x2 = 0 ix + 2x2 = 0 possui apenas a solucao trivial x) = x2 = Nos Exemplos 5 ¢ 6 € dbvio que nfo efetuamos operagées sobre linhas ao acaso. Nossa escolha de operagées sébre linhas foi motivada por um desejo de simplificar a matriz dos coeficientes de uma maneira andloga 4 “eliminagao de incégnitas” no sistema de equagées linea- res, Coloquemos agora uma definig&o formal do tipo da matriz a qual estévamos tentando chegar. Definicdo. Uma m X n marriz R é dita linha-reduzida se: (a) o primeiro elemento ndo-nulo em cada linha néo-nula de R é igual a 1; (b) cada coluna de R que contém o primeiro elemento nao-nulo de alguma linha tem todos os seus outros elementos nulos. Exemplo 7, Um exemplo de uma matriz linha-reduzida éan Xn matriz (quadrada) unidade /, Esta é an X n matriz definida por Esta é a primeira de muitas ocasides em que usaremos o simbolo de Kronecker (5), Nos Exemplos 5 ¢ 6, as matrizes finais nas seqiiéncias apresen- tadas sdo matrizes linha-reduzidas. Dois exemplos de matrizes que nGo sio lirha-reduzidas sao: 10 0 OF 02 st o.l-—-t Hl 10 —3]- 00 10 09 0 0, A segunda matriz nao satisfaz a condig&0 (a) porque o primeiro elemento nao-nulo da primeira linha nfo é 1, A primeira matriz satisfaz a condig&o (a) mas nao satisfaz a condig&o (b) na coluna 3, Demonstraremos agora que podemos passar de uma matriz arbitedria a uma matriz linha-reduzida, por meio de um numero finito de operagdes elementares sébre linhas. Combinado com o Teorenta 3, isto nos fornecerd um instrumento eficiente para a reso- lugdo de sistemas de equagées lineares, Teorema 4. Téda m X n matriz sdbre o corpo F é linha-equi- valente a uma matriz linha-reduzida, MATRIZES E OPERAGOES ELEMENTARES SOBRE LINHAS ~11 Demonstracao. Seja A uma m X 1 matriz sdbre F, Se todo ele- mento na primeira linha de 4 é 0, ent&o a condigao (a) estd satis- feita no que diz respeito & linha |, Se a linha | tem um elemento nao-nulo, seja kK 0 menor inteiro positive j para o qual A;; ¥ 0. Multipliquemos a linha 1 por Ay4_ ¢ entdo a condigio (a) estd satis- feita em relagdo & linha |. Agora, para cada / > 2, somemos (—Ais) vézes a linha | a linha i, Agora o primeiro elemento nao-nulo da linha 1 ocorre na coluna k, éste elemento € 1, ¢ todos os outros ele- mentos na coluna k sao nulos. Consideremos agora a matriz que resultou das operagdes acima, Se todo elemento na Jinha 2 € nulo, nada fazemos & linha 2, Se algum elemento na linha 2 é diferente de 0, multiplicamos a linha 2 por um escalar de modo que o primeiro elemento nao-nulo seja 1. No caso em que a linha | tenha um primeiro elemento nao-nulo na coluna k, éste primeiro elemento ndo-nulo na linha 2 nao pode ocorrer na coluna digamos que 4le aparece na coluna k’ # k. Somando miltiplos adequados da linha 2 &s diversas linhas, podemos fazer com que todos os elementos na coluna k’ sejam nulos, com excegao do | na linha 2. O fato importante a ser notado é éste: ao efetuarmos estas Ultimas operagées, nao alteramos os elementos da linha | nas colu- nas |, ..., k; além disso, nao alteramos nenhum elemento da coluna k. E claro que, se a linha 1 fOsse idénticamente nula, as operagdes com a linha 2 nao afetariam a linha 1. Trabalhando com uma linha de cada vez da maneira acima, € evidente que, com um niimero finito de passos, chegaremos a uma matriz linha-reduzida. Exercicios 1, Determinar tédas as solugdes do sistema de equagdes (dx, — ix, = 0 dey + (= ir, = 0. 30-1 A={2 11 1 —3 0, determinar tédas as solugGes de AX = 0, tornando 4 Sinha-reduzida. 3. Se 6 4 0 A=| 4-20 1 0 3

You might also like