Dispõe Sobre A Política de Educação Especial Na Perspectiva Da Educação Inclusiva para Alunos Com Deficiência

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sanvi2021 2092 Lal Ordindria xe 2 a - Legislagao - Lei Ordina Lei ne 6432/2018 DatadaLei 20/12/2018 ~ Texto da Lei LEI N° 6.432 DE 20 DE DEZEMBRO DE 2018. Dispée sobre a Politica de Educagao Especial na perspectiva da Educagao Inclusiva para alunos com deficiéncia e altas habilidades/superdotacao da Rede Publica do Sistema Municipal de Ensino da Cidade do Rio de Janeiro e da outras providéncias. Autor: Poder Executivo PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO Fago saber que a Camara Municipal decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1° Fica instituida a Politica Municipal de Educagao Especial na perspectiva da Educagao Inclusiva no Ambito da Cidade do Rio de Janeiro. Art. 2° Constitui objeto da Politica Municipal de Educagdo Especial na perspectiva da Educagao Inclusiva, a disponibilizagao do acesso, da permanéncia, da participagao e da aprendizagem dos alunos publico-alvo da Educagao Especial em turmas regulares da Rede Publica Municipal de Ensino. § 1° Sao considerados publico-alvo da Educagao Especial os alunos com deficiéncia e altas habilidades/superdotacao, nos termos da Lei Federal n° 13,146, de 6 de julho de 2015; do Decreto Federal n° 6.949, de 25 de agosto de 2009; e da Lei Federal n° 12.764, de 27 de dezembro de 2012 § 2° O Poder Puiblico Municipal, dentro de sua competéncia, ampliard a oferta da Educagao Especial na Rede Publica Municipal de Ensino, garantindo-a desde a Educagao Infantil e estendendo-a ao longo da vida do puiblico referido no § 1°. § 3° O Atendimento Educacional Especializado deve ocorrer, prioritariamente, na Rede Publica Municipal de Ensino, com a garantia do Sistema Educacional Inclusivo nas salas de recursos multituncionais e nas turmas regulares, por meio de servigos especializados publics ou conveniados, assegurando-se, ainda, professores especializados em Classes e Escolas Especiais ou Classes Pedagégicas Hospitalares. Art. 3° A Politica Municipal de Educagéo Especial, na perspectiva da Educagao Inclusiva, terd como base os seguintes principios: ‘mall camara.s.gov-brApLegilaivas/contle.ne/19208ab3S0dbabses256dab00S01030a25d0¢0209%ddabd83256959007470d7 70penDacument 1/6. sainii2021 20:32 Lal Ordindria |—a inclusdo em educagao é um direito humano fundamental e base para construgao de uma sociedade mais justa, igualitaria e solidaria; Il -a incluso em educago deve ser garantida na Rede Publica Municipal de Ensino, no que tange ao acesso, participagao, permanéncia e aprendizagem de todas as criancas, jovens e adultos, como sujeitos unicos, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas na comunidade em que vive; Ill - 0s alunos puiblico-alvo da Educagao Especial nao poderao ser excluidos da Rede Publica Municipal de Ensino sob qualquer alegago, principalmente de deficiéncia; IV ~ garantia de acessibilidade arquiteténica, urbanistica e de transporte, assegurando-se minimamente adaptagées razoaveis e disponibilizando-se material didatico préprio e recursos de tecnologia assistiva, que atendam as necessidades especificas dos alunos; \V = formago continuada para todos os profissionais da Rede Publica Municipal de Ensino na perspectiva da Educagdo Inclusiva Art. 4° A Educagao Especial é uma modalidade transversal de ensino que perpassa todas as etapas, niveis e modalidades de educacdo, assegurando ao seu puiblico-alvo o curriculo da Rede Publica Municipal de Ensino, devendo estar inserida no processo de elaboragao, execugao e avaliagao do Projeto Politico Pedagégico das Unidades Escolares, englobando toda a comunidade. Art. 5° A Educagao Especial deve realizar 0 Atendimento Educacional Especializado voltado a eliminar as barreiras que possam obstruir o processo de escolarizagao dos alunos publico-alvo da Educagao Especial, considerando que: 10 Atendimento Educacional Especializado deve ser compreendido como um conjunto de atividades, recursos pedagégicos e de acessibilidade organizados institucionalmente para complementar e suplementar o processo educacional dos alunos piblico-alvo da Educagao Especial nas turmas regulares da Rede Publica Municipal de Ensino, com vistas a sua autonomia e independéncia, na escola e fora dela; | — 0 Atendimento Educacional Especializado deve ocorrer prioritariamente na propria escola, em hordrio complementar a matriz curricular basica em que o aluno se encontra matriculado; Ill 0 Atendimento Educacional Especializado deve obrigatoriamente compor o Projeto Politico Pedagégico de cada unidade escolar, a ser realizado em articulagao com as demais politicas piblicas. Art. 5-A. A pratica de atividade esportiva inclusiva nas escolas e demais programas municipais é essencial para a concretizacao da Politica Municipal de Educagao Especial na perspectiva da Educagao Inclusiva, constituindo direito subjetivo dos alunos publico-aivo a mesma. §1° As diretrizes e demais normas infralegais que visem executar tal politica devem sempre prever a pratica de atividade esportiva e ser integrada com agées intersetoriais com o esporte e lazer. §2° Constitui direito subjetivo intrinseco dos alunos publico-alvo, para os fins desta Lei, a Tealizagao de educagao fisica escolar. Art. 6° Constitui objetivo da Politica da Educacao Especial na perspectiva da Educagao Inclusiva: |—garantir o acesso, participagao, permanéncia e aprendizagem dos alunos piiblico-alvo da Educagao Especial matriculados na Rede Publica Municipal de Ensino, aos quais sera assegurada flexibilizagao curricular, por meio de adequagées pedagégicas, metodologias de ensino diversificadas e processos de avaliagao, apropriados ao seu desenvolvimento, através do Plano Educacional Individualizado - PE!, que deve ser anexado ao histérico escolar dos alunos ‘mall camara..gov-/ApULegislativos/conlo. ns /a9308ab30dbabsBs25édeb005010301a25d04820934debd8325835800747007 70penDacument 216 sainii2021 20:32 Lal Ordindria piiblico-alvo da Educagao Especial matriculados em turmas regulares, Classes e Escolas Especiais, considerando as suas habilidades e competéncias; | garantir 0 acesso, participacao, permanéncia e aprendizagem a modalidade de Educagdo de Jovens e Adultos — EJA aos alunos piiblico-alvo da Educagao Especial, mediante avaliagao do 6rgao competente da Secretaria Municipal de Educagao responsdvel pela Educagao Especial ¢ por manifestacao expressa do préprio aluno e do seu responsavel legal, sendo que, aos alunos piiblico-alvo da Educagao Especial, sera assegurada prioridade na matricula e vaga em turmas de Educagao de Jovens e Adultos - EJA diurno, de modo a: a) ampliar a oferta do EJA diurno na Rede Publica Municipal de Ensino, de forma a atender plenamente o pliblico-alvo expresso no inciso Il; b) oferecer 0 Atendimento Educacional Especializado, como também, todos os servicos de apoio, com acompanhamento de um profissional de apoio a Educagao Especial, intérpretes e instrutores da Lingua Brasileira de Sinais — LIBRAS. Ill — garantir vaga e assegurar prioridade de matricula na Educagao Infantil, modalidades Creche e Pré-escola, para as criangas publico-alvo da Educagao Especial, na faixa etdria entre seis meses a cinco anos e onze meses; IV - ampliar progressivamente a oferta do Atendimento Educacional Especializado, por meio das Salas de Recursos Multifuncionais, de modo a alcangar uma por Unidade Escolar, sendo que: a) as Salas de Recursos Multifuncionais so ambientes dotados de equipamentos, mobilidrios, materiais didaticos e pedagégicos para oferta do Atendimento Educacional Especializado; b) a jomnada de trabalho do professor que atua no Atendimento Educacional Especializado deve ser preferencialmente de quarenta horas semanais, assegurando 0 acompanhamento ao puiblico- alvo da Educagao Especial em seu turno e contraturno; c) cabera ao setor especifico da Secretaria Municipal de Educagao regulamentar a ampliagao da jomada de trabalho para o professor que atua no atendimento educacional especializado. \V ~ garantir a progressiva incluso em turma regular aos alunos pliblico-alvo da Educacao Especial, matriculados em Classes e Escolas Especiais, assegurando a oferta do Atendimento Educacional Especializado, mediante avaliagao do érgao competente da Secretaria Municipal de Educago, responsdvel pela Educagao Especial, e por manifestagaio expressa do préprio aluno e do seu responsavel legal, consonante aos valores e principios da Lei Federal n? 13,146, de 2015, e do Decreto Federal n° 6.949, de 2009; VI — garantir a inclusao dos alunos surdos e/ou com deficiéncia auditiva, por meio da aquisigao da Lingua Brasileira de Sinais — LIBRAS como lingua de instrugao e da Lingua Portuguesa como segunda lingua, numa perspectiva de educagao bilingue, sendo que se entende por escolas de educagao bilingue para alunos surdos e/ou com deficiéncia auditiva aquelas que garantam um espaco linguistico de circulagao da Lingua Brasileira de Sinais — LIBRAS e da Lingua Portuguesa; Vil - manter e assegurar a ampliagao das escolas de educagao bilingue da Rede Publica Municipal de Ensino do Rio de Janeiro; Vill - garantir que o Projeto Politico Pedagégico contemple os aspectos culturais, histéricos ¢ sociolégicos, referentes aos alunos surdos e/ou com deficiéncia auditiva, assim como o letramento nas linguas de Sinais e Portuguesa; IX— manter e ampliar os servigos de apoio, por meio da contratagao de tradutores-intérpretes de Lingua Brasileira de Sinais — LIBRAS e instrutores surdos, com vistas a promover uma didatica propria ao ensino dos alunos surdos e/ou com deficiéncia auditiva; ‘mall camara. gov-/ApULegislativos/conile. ns /9308ab3S0dbabsBs25édeb00S010301a25d04820934dabd8325835800747007 70penDacument —_3I6 sainii2021 20:32 Lal Ordindria X - prover recursos mididticos e tecnolégicos, além de outros, que venham a atender as especificidades linguisticas, intensificando as praticas pedagégicas pautadas na visualidade e na aquisigao da Lingua Brasileira de Sinais - LIBRAS e da Lingua Portuguesa; XI — garantir formagao continuada a todos os profissionais da Rede Publica Municipal de Ensino na perspectiva da Educagao Inclusiva e formagao especifica aos professores do Atendimento Educacional, Classes e Escolas Especiais, tradutores-intérpretes e instrutores de LIBRAS e Agentes de Apoio a Educagao Especial; XII - assegurar servigo de apoio pedagégico aos alunos piiblico-alvo da Educagao Especial matriculados na Rede Publica Municipal de Ensino, sendo que: a) considera-se servico de apoio pedagégico os profissionais envolvidos com a aprendizagem escolar, locomogao, cuidados essenciais e comunicagao dos alunos publico-alvo da Educagao Especial; b) consideram-se profissionais do servico de apoio pedagégico os Agentes de Apoio a Educacao Especial, tradutores-intérpretes e instrutores de LIBRAS. Xill - garantir atividades suplementares que permitam aos alunos com altas habilidades/superdotacao 0 aprofundamento e enriquecimento de aspectos curriculares nas turmas regulares, em salas de recursos ou em outros espagos definidos pela Rede Publica Municipal de Ensino; XIV —articular ages intersetoriais entre educagao, satide, assisténcia social e direitos humanos, trabalho e renda, esporte e lazer, cultura, transporte e urbanismo na implementagao da Politica Publica de Educagao Especial na perspectiva da Educagao Inclusiva; XV — implementar ages piblicas programaticas transversais entre Educagao e Satide, relativas & identificagao precoce da deficiéncia na Educagao Infantil, modalidade creche e pré-escola, e de capacitacao profissional em agées conjuntas envolvendo as unidades do Sistema Unico de Saude e Sistema Unico de Assisténcia Social; XVI- organizar o Atendimento Educacional Especializado Domiciliar aos alunos piiblico-alvo da Educagao Especial impossibilitados de frequentar as unidades escolares, com apresentagao de justificativa emitida pela area da satide, sendo que: a) 0 tempo de afastamento da Unidade Escolar que justifique o Atendimento Educacional Especializado Domiciliar deverd ser regulamentado por publicagao especifica do érgao competente; b) para a manuten¢ao do Atendimento Educacional Especializado Domiciliar, devera ser apresentada periodicamente comprovagao da satide que justifique a necessidade de continuidade do afastamento da Unidade Escolar. XVII - viabilizar a implementagao do Programa Nacional de Acessibilidade nas unidades escolares, assegurando minimamente adaptacées razoaveis para adequagao arquiteténica e urbanistica, oferta de transporte acessivel, recursos de tecnologia assistiva e material didatico acessivel; XVIII — assegurar que os materiais didaticos distribuidos em larga escala na Rede Publica de Ensino e que serao usados com os alunos cegos, deficientes visuais e surdos sejam enviados pela Secretaria Municipal de Educagao para as escolas ja previamente adaptadas para tal uso; XIX — assegurar 0 maximo de vinte alunos por professor de Atendimento Educacional Especializado de 40 horas lotado em sala de recursos, escalonados ao longo do horario de trabalho, podendo esse numero ser aumentado em dez por cento em caso de comprovada necessidade, No caso de Professor de Atendimento Educacional de 22,5 horas lotado em Sala de Recursos, 0 maximo serd de dez alunos por profissional, escalonados ao longo do horario de ‘mall camara..gov-b/ApULagislativos/conlo. ns 9308ab3S0dbabsBs25édeb00S01031a25d04820934debd8325835800747007 70penDacument 4/6 sanvi2021 2092 Lal Ordindria trabalho, podendo esse ntimero ser aumentado em dez por cento em caso de comprovada necessidade, Art. 7° As Classes e Escolas Especiais devem acompanhar o curriculo da Rede Publica Municipal de Ensino, flexibilizando as orientagdes curriculares as necessidades especificas do aluno. § 1° As Classes e Escolas Especiais devem funcionar em espagos fisicos de sala de aula adequados ao desenvolvimento das atividades pedagdgicas, nos termos da Lei Federal n° 13.146, de 2015, e Decreto federal n° 6.949, de 2009. § 2° Aos alunos matriculados nas Classes e Escolas Especiais devem ser asseguradas as disciplinas de Linguagens Artisticas, Educagao Fisica, Lingua Estrangeira e demais projetos de relevancia da Educagao Especial, respeitando as especificidades dos alunos. § 3° Aos professores das Classes e Escolas Especiais deverd ser garantido o direito a um tergo de atividades extraciasses, de acordo com a Lei Federal n? 11.738, de 16 de julho de 2008. Art. 8° Devera ser assegurada a articulacao das politicas educacionais com as politicas de satide, assisténcia social e direitos humanos, trabalho e renda, esporte e lazer, cultura, transporte e urbanismo e demais politicas publicas, no sentido de oferecer condigées para que as pessoas com deficiéncia deem continuidade nos processos de aprendizagem, inclusive aquelas acima da faixa etaria de escolarizacao obrigatéria, com a finalidade de promover a inclusao social. Art. 9° Devera ser assegurado grupo de representagao de pais e responsaveis da Educagdo Especial, normatizado por regulamentagao da Secretaria Municipal de Educagao, ou conforme dispuser Lei propria. Art. 10, Cabera ao érgéo competente da Secretaria Municipal de Educagdo, responsavel pela Educagao Especial da Cidade do Rio de Janeiro, regulamentar e implementar a Politica Publica da Educagao Especial na perspectiva da Educagao Inclusiva estabelecida na forma desta Lei. Art. 11, Esta Lei entra em vigor na data de sua publicagao. MARCELO CRIVELLA Este texto ndo substitui o publicado no Didrio Oficial de 21/12/2018 [Status da Lei Em Vigor © Ficha Técnica [Projeto de Lei n® [593-A/2017 [Mensagem n° [Autoria PODER EXECUTIVO [Data de publicacéo DCM |[21/12/2018 [Pagina DCM [as [Data Publ. partes Pagina partes vetadas lvetadas [Data de publicagio DO [20/12/2018 [Pagina DO B/S Observacées: ‘mall camara.s.gov-brpLegilaivos/contle.ne/19208ab350dbabses256dab00S01030a25d0¢0209%ddabd8325695900747007 70penDacument 5/6 sanvi2021 2092 Lal Ordingria [Forma de Vigéncia [Sancionada Soe een! Re ecu een) ‘mall camara.s.gov-brpLegilativas/contle.ne/19208ab350dbabses256dab00S01030%a25d0¢0209%ddabd83256959007470d7 70penDacument GIS

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