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©M isciptna: Energia na Agricultura ~ Prof. Jorge Luiz Mores de Souza (UFPR/SCAVDSEA) 53 UNIDADE 4 - GERADOR ELETRICO 1 PRODUCAO DE FORCA ELETROMOTRIZ Para que circule corrente elétrica & necessario haver diferenga de tensdo elétrica entre dois pontos. O movimento de elétrons livres ocorre sempre do ponto de maior tensfio para o de menor tensdo ou tensdo nula. A tensdo elétrica ¢ produzida em dispositivos ou maquinas adequadas e, quando medida nos terminais dos geradores de eletricidade ¢ denominada forga eletromotriz (/-e.m.). Portanto, ¢ necessirio recorrer-se a um gerador de forga eletromotriz para criar desnivel energético capaz de promover 0 deslocamento dos elétrons livres ou corrente elétrica ao longo dos condutores, aparelhos e equipamentos elétricos de utilizagao. A obtengio da fem. pode ser realizada de varias maneiras (Figura 4.1): —Por atrito: Ex. vidro contra 0 couro ou da ebonite contra a I&; = Ago da luz sobre pelicula de selénio ou telirio, depositada sobre chapa de ferro (células fotoelétricas); ~ Agao de compressiio ¢ tragdo sobre cristais como de quartzo (efeito piezelétrico); — Aquecimento do ponto de soldagem entre dois metais diferentes (efeito termelétrico); — Agiio quimica de solugdes de sais, dcidos e bases, na presenca de dois metais dife ‘metal e carvdo (pilhas e baterias); ~ Indugdo eletromagnética, no caso dos geradores rotativos. entes ou de Figura 4.1 - Formas de obtengdo de forga eletromottiz (f-e.m): a) atrito; b) agao da luz; ¢) Efeito piezelétricos (compressio e trago de cristais de quartzo); d) Efeito termelétrico: e) Agdio quimica de solugdes; f) Indugao eletromagnética (magnetismo) ©M Discipline: Energia na Agrcultura~ Prof, Jorge Luiz Moret de Souza (UFPR/SCAIDSEA) 34 1.1 Forga eletromotriz por indugao cletromagnética O estabelecimento da fe.m. por efeito de indugao eletromagnética pode ser obtida por trés processos (Figura 4.2): ~ Movimento de um condutor em campo magnético: Dado um campo magnético (formado por um imd ou solenoide), o movimento rotativo do condutor (ou espira) cortando as linhas de forga do campo magnético originard a fe.m. entre os dois extremos do condutor. Se o condutor estiver ligado a um circuito externo, uma corrente eléirica circularé pelo mesmo. fendmeno é denominado indugdo eletromagnética, sendo o principio utilizado para produgao da fem. dos geradores de corrente elétrica (Figura 4.2a). — Movimento de um campo magnético no interior de um solenoide: © deslocamento de um ima no interior de um solenoide fazendo com que as linhas de forga do campo magnético sejam cortadas pelas espiras do mesmo, estabelece entre os terminais do solenoide a fe.m. Se os terminais estiverem ligados a um circuito externo, circularé no mesmo uma corrente elétrica (Figura 4.26), — Variagdo da imtensidade de um campo magnético cuja ago se acha submetido a um condutor com espiras helicoidais: A principio nfo é propriamente um método de geragao de fe.m... A passagem da corrente elétrica em uma das bobinas envolvendo 0 ntieleo de ago cria um eletroima e, em consequéncia, um campo magnético. Se a corrente for alternada, a intensidade do campo mudard a cada variagdo da intensidade da corrente. A variagio do fluxo magnético na segunda bobina determinaré em seus terminais 0 aparecimento da fe.m., Se a segunda bobina estiver ligada a um circuito externo, circularé na mesma uma corrente elétrica. Este principio é empregado na construgéo dos transformadores, sendo que a primeira bobina constituird o primario, e a segunda o secundario do transformador (Figura 4.2c), Figura 4.2 — a) Rotagdo de um condutor em um campo magnético (gerador); b) Deslocamento longitudinal de um ima no interior de um solenoide; ¢) Principio da indugao mitua entre duas ou mais bobinas indutivamente acopladas, sem estarem ligadas fisicamente. ©M_iscptna: Energia na Aericultura~ Prof, Jorge Lie Moret de Souza (UFPR’SCADDSEA) 55 2 ALTERNADORES E DiNAMOS 2.1 Gerador monofiisico de corrente alternada (alternador) A fe.m. no alternador monofisico (Figura 4.3) é obtida com espira de material bom condutor de eletricidade. A espira gira com velocidade angular constante em torno do seu eixo longitudinal, no espago compreendido entre dois polos de um ima permanente (supondo campo magnético uniforme): Na posigio 1 af-e.m. gerada é igual a zero, pois nenhum dos dois lados da espira cortam as linhas magnéticas ndo ha modificagao do campo magnético na espira; —Na posigdo 2 hé grande modificagfio no campo magnético a fe.m. obtida é maxima. - Na posigo 3 nao ha corte das linhas de fluxo magnético pela espira, ¢ a fe.m. novamente énula; = Apés a posi¢do 3 verifica-se a inversio no sentido da fe.m. no condutor, pois cada condutor se encontra agora no polo de sinal oposto ao que correspondia as posigdes entre 1 €3. Da posigiio 3 a 4a fie.m. cresce com sinal negativo; —Da posigao 4 a 5 a fe.m. decresce ainda negativamente até zero. oO Figura 4.3 - Gerador de corrente elétrica monofisica e variagio da fe.m. em um periodo. = Continuando 0 movimento de rotagao a fe.m. varia continuamente, repetindo-se o ciclo conforme apresentado na Figura 4.4. No Brasil as usinas produzem eletricidades na frequéncia de 60 Hz (ciclos por segundo). No entanto, dependendo do pais ou gerador, e possivel a obtengdo de frequéncias diferentes. Alguns paises da América Latina tem com padro a produc de energia a 50 Hz. VOLTAGEM TEMPO Figura 4.4 ~ Representagao da variagdo fe.m. gerada continuamente em um altemador monofisico. ©M iscptna: Energia na Agricultura~ Prof Jorge Luiz Moret de Souza (UFPR/SCADSEA) 56 Na Figura 4.5 pode-se verificar que a fe.m. pode ser aplicada ao fornecimento da corrente elétrica no circuito externo, por meio do conjunto de dois anéis e escovas. Cada anel tem sua superficie externa continua e ¢ isolado eletricamente do outro e do eixo da espira. Uma lamina metélica ou “escova” de carvao apoia-se sobre cada um dos anéis € conduz a corrente para o circuito extemo, @ ob aNV Figura 4.5 ~ a) Gerago de corrente alternada em um alternador monofiisico; e, b) Detalhe dos anéis e escovas (representagaio esquemitica).. Um grande avango teenoldgico foi obtido na construgdio de muitos avessérios que aperfeigoaram 0 funcionamento dos alternadores. Atualmente, chegou-se a construgao de enormes geradores das grandes centrais elétricas, que possibilitaram a utilizagio da energia elétrica em larga escala. Por mais sofisticados que sejam os geradores, seu funcionamento baseia-se no alternador elementar. 2.2 Gerador de corrente continua (dinamo) © gerador de corrente continua ¢ muito parecido com o alternador elementar. A principal diferenga consiste na inversio da polaridade do ima (ou eletroima) a cada 180 graus de rotacdo, para que o mesmo gere a fe.m. continua (Figura 4.6), a0 contririo dos alternadores, que transformam energia mecdnica em fe.m, alternada, No gerador de corrente continua, com um artificio simples, 0 par de anéis é substituigs por um comutador que permite manter a corrente em um mesmo sentido. O comutador é um anel metélico dividido,gm dois setores, cada um ligado aos terminais da espira (armadura). Em cada meia-vol/despira, 0 comutadot toca o terminal ligado ao circuito externo. Logo, origina-se uma corrente pulsante de mesmo sentido, que variar de intensidade. (b) rad Figura 4.6 ~ a) Gerago de corrente continua em um dinamo; e, b) Detalhe do comutador € escovas (representagao esquemitica) ©M isciptne: Energia na Agricultura ~ Prof. Jorge Luiz Moret de Souza (UFPR/SCA/DSEA) 57 © aumento do mimero de setores do comutador, por meio do niimero maior de espiras, permite a obtengao da fem. ou corrente retificada, praticamente continua no circuito extemo (Figura 4.7). @) Figura 4.7 — Corrente elétrica obtida com dinamo, tendo: a) uma espira, dois setores do comutador produzindo corrente pulsante; b) Duas espiras, quatro setores do comutador produzindo corrente praticamente continua (retificada). Diferenga na corrente produzido em altemador ¢ dinamo (Figura 4.8): > @ j 0) Figura 4.8 — a) Alternador e corrente alternada; e, b) Dinamo e corrente continua pulsante. 2.3 Gerador trifasico de corrente alternada Os geradores monofiisicos so mais comuns em equipamentos domésticos. Para equipamentos grandes ou cargas maiores sao mais utilizados os geradores trifésicos. Principaii s vantagens do gerador triftisico: ~ Para a mesma poténcia, sto menores e mais leves que os geradores monofiisicos; ~ Sio mais eficazes no fomecimento, sendo o tipo de sistema mais utilizado em todo 0 mundo para o fornecimento de energia; — Menores variagdes no tempo, com torque e poténcia instanténea constante ¢ menos vibragdes; ~ Os enrolamentos dos geradores trifisicos sto utilizados de forma mais eficiente; ~A poténcia total nunca € zero. O gerador (altemador) triftsico possui o induzido dotado de trés enrolamentos (bobinas) defasados de 120°, de modo que tudo se passa como se nele houvesse trés circuitos monofisicos associados. Os polos (eletroimas ou imas) desses alternadores podem ter disposigdo externa e intema (Figura 4.9): Os geradores de polos extemos so mais utilizados para menores demanda de cargas. Os geradores de polos internos sao utilizados para geragao de grande quantidade de energia; esto presentes na maioria das usinas de gerago de energia. ©M Discipline: Energia na Agricultura ~ Prof, Jorge Luiz Moret de Souza (UFPRISCAVDSEA) 58 Figura 4.9 — Gerador ti b) Internos. co (alternador), corrente alternada, com polos: a) Extemos; ¢, 3 LIGACAO DOS TERMINAIS A ligagao dos terminais dos geradores, transformadores ¢ cargas trifisicas podem ser ligadas em estrela ¢ tridngulo (Figura 4.10). Ae ah as 10 — Tipos de ligagao dos terminais trifasicos: a) Estrela; e, b) Triangulo. ‘Nas ligagGes, 0s fios fases das bobinas sio identificados por “F1, F2 ¢ F3” ou “R, § eT” ou “A, Be C”. Um quarto condutor pode resultar da ligagao entre as trés fases (Figura 4.10a; “FI, F2 ¢ F3” ou “R, S eT” ou “A, B eC”), sendo denominado neutro (N), As ligagdes em estrela e tridngulo apresentam relagdes de transformagilo para a corrente e tenso, que sto importantes para tomada de decistes nos dimensionamentos ¢ utilizagao dos geradores, transformadores e motores elétricos, a) Relagao de transformaco das ligagdes em estrela Denominando-se i (corrente de fase) a intensidade eficaz. da corrente que atravessa a bobina do induzido, e de u (tensio de fase) a tensdo eficaz entre o borne da bobina e 0 ponto neutro. Da mesma forma, denomina-se J (corrente de linha) U (senso de linha) a Corrente e tenso resultante da ligagdo entre duas fases, respectivamente. ©M isciplna: Energia na Agricultura Prof Jorge Luiz Moret de Souza (UFPR/SCAIDSEA) 59 ‘Na ligagdo em estrela a corrente de fase (i) ¢ de linha (J) sio iguais (i = D. Ea relagdo entre tensdes de linha (U) e fase (x) equivale a U =3-u. A dedugdo vetorial dessa relagdo encontra-se abaixo, baseando-se em informagao da Figura 4.11: a v3 yd BLU Cos 30° = 2 eae U=Viu ; Sendo: U ~ tensdo de linha (V); u — tensao de fase (v); J - corrente de linha (A); i — corrente de fase (A). es a © Figura 4.11 - TensZo ¢ corrente resultante das ligagGes dos terminais (fase e linha) de um transformador ligado em tridngulo: a) ligag4o estrela; b) simplificagdo vetorial; e, c) sistema vetorial. b) Relagdo de transformagao das ligagdes em trifingulo Na ligagdo entre tridngulo as relagGes entre correntes de fase (i) ¢ linha (J) e tensdes de fase (1) ¢ linha (U) é 0 oposto do que foi verificado na ligagao em estrela (Figura 4.12). u 1=N3-i Sendo: U — tens&o de linha (V); u — tensdo de fase (V); J — corrente de linha (A); i — corrente de fase (A). Figura 4.12 — Tensao e corrente resultante das ligagées dos terminais (fase e linha) de um transformador ligado em tridngulo. ©M Discipline: Energia na Agricultura ~ Prof. Jorge Luiz Moreti de Souza (UFPR/SCA/DSEA) 60 3.1 Ligagdo dos geradores trifiisicos Quando os trés enrolamentos do induzido do gerador trifisico tém um ponto de ligagao comum (“ponto 0” ou neutro; Figura 4.13a), diz-se que o alternador se encontra montado ou ligado em estrela (Y). Se pelos trés fios fases R, Se T (Figura 4.13a) passar corrente com a mesma intensidade, o sistema fica equilibrado, ¢ no “ponto 0” nfo passara corrente; por isso 0 nome “ponto neutro”, No entanto, normalmente ocorrem correntes de intensidade diferentes nas trés fases. Nessas situagdes usa-se 0 quarto condutor (Neutro) para realizar 0 retorno da corrente de compensagao. Figura 4.13 - Gerador trifasico, corrente alternada, ligado em: a) Estrela; e, b) Tri Quando 0s elementos do induzido sao ligados entre si, de modo a constituitem um circuito fechado (Figura 4.13b), diz-se que a ligagdo é em tridngulo ou delta (A), As trés linhas de alimentagdo (fases) partem dos pontos de jungao F1, F2 ¢ F3 das bobinas. Esta disposigao ndo tem a existéncia do ponto neutro nem fio neutro (quarto condutor). igulo. A ligago em tridngulo (delta; Figura 4.13b) raramente é empregada em alternadores, devido a corrente de circulagdo que se estabelece no circuito ABC do induzido, quando as forgas eletromotrizes ndo se equilibram, principalmente quando houver circuitos. 3.2 Ligagdo dos transformadores transformador ¢ 0 componente responsavel por fazer a transformagdo da energia elétrica proporcionando a redugao ou elevagao da tensio elétrica altemada. Eles podem set monofésico, bifésico ou trifisico (Figura 4.14), e seu funcionamento parte do principio da miitua indugdo entre duas ou mais bobinas. A miitua indugfo ocorre sem a ligago fisica entre as bobinas, necessitando de meio magnético para associar as linhas de fluxo. © ar € um péssimo meio magnético e para que ocorra forte acoplamento é necessirio que o meio seja étimo condutor magnético, para que toda a energia seja trocada entre as bobinas. Assim, os transformadores operam sobre um niicleo magnético fechado, concentrando em si todas as linhas de fluxo magnético devido a sua alta permeabilidade magnética. Na maioria dos casos os transformadores possuem um niicleo de ago-silicio laminado, onde suas laminas apresentam isolamento entre si. ©M iscptna: Energia na Agricultura~ Prof, Jorge Laie Moreti de Souza (UFPR/SCAIDSEA) 61 (a) (b) Figura 4.14 ~ Vista e esquema de ligagdo dos enrolamentos primario e secundario do transformadores: a) Monofésico; ¢, b) Trifésico com primério em tridngulo e secundério em estrela, A bonina do enrolamento primario de um transformador € a responsdvel por receber a tensto elétrica que seré transformada na bobina do enrolamento secundério, Ambas as bobinas envolvem o micleo (Figura 4.14). Os transformadores podem elevar, baixar ou manter (isolador) a tensdo entre os enrolamentos primario ¢ secundario: ~ A aplicagdo mais comum do transformador elevador & para as situagSes onde haja a necessidade de utilizar a tenséo 220 volts a partir de um nivel de tenso de 127 volts; — A aplicagao mais comum do transformador abaixador & onde haja a necessidade de utilizar a tensdo reduzida como por exemplo, a fonte de tensdo de um computador que reduz.a tensio de 127 volts para 12 volts; © transformador isolador serve para manter a tensio no enrolamento secundério igual a tenséo que recebe no enrolamento primario.. A relagdo de transformagao consiste da expressio: Sendo: U; - tensio no enrolamento primério (V); U2 — tenso no enrolamento secundéirio (V); ni ~ niimero de espiras (Voltas) no enrolamento primério (unidades); nz ~ nimero de espiras (voltas) no enrolamento secundério (unidades); /; ~ intensidade de corrente eléttica no enrolamento primario (A); J2 — intensidade de corrente elétrica no enrolamento secundario (A) Exemplo 4.1 ~ Um transformador contendo $00 espiras no enrolamento primério apresenta intensidade de corrente elétrica de 4 A no primério e de 10 A no enrolamento secundério. Qual é 0 ntimero de espiras que este transformador possui no enrolamento secundario? ©M discipline: Energia na Agricultura~ Prof, Jorge Luiz Moreti de Souza (UFPR/SCADSEA) 62 fs. (@ mueone-ta cae . . Ye . > Or Estrela Esvola Cy Figura 4.15 — Esquema de ligago dos enrolamentos primério ¢ secundério dos transformadores trifasicos: a) triangulo-tridngulo ou delta-delta; b) estrela-tridngulo; c) estrela-estrela; e, d) triéngulo-estrela ‘Vantagens e aplicagdo das conexdes Aplicagdes da conexao YY: - Pode ser construido como autotransformador = Como a tensdo sobre 0 enrolamento ¢ 57,7% da tenso de linha, o niimero de espiras necessétio & - Fomece dois niveis de tensto, fase-neutro e fase-fase — Aplicagdes da conexdo YA e AY: = A conexdo AY é mais empregada como transformador clevador em subestagdes de geraso A conextio AY & mais empregada como transformador abaixador em subestagSes industiais ~ Oneutro do lado de alta tensdo pode ser aterrado =O lado em & funciona como um filtro para correntes harménicas. ~ Aplicagdes da conexdo AA + Transformadores trifasicos em banco podem operar em conextio Delta aberto (V), com um dos transformadores monofésicos em manutengio, podendo fornecer 58% da capacidade nominal do banco © Gltimo transformador trifisico da linha (transformador da propriedade rural) geralmente tem o primatio ligado em tridngulo e secundério ligado em estrela. A principal vantagem desse tipo de ligagao esta na possibilidade de conseguir realizar as ligagdes: RN: SN; TN; RS; RT; ST; e, RST ilidade € extremamente interessante para realizar as distribuigées secundérias pela concessionéria de Energia Elétrica, bem como na distribuigao dos circuitos terminais nas ligagdes em baixa tensao na propriedade. Figura 4.16 — Transformador trifasico tendo a enrolamento primario ligado em triangulo e o secundario em estrela, ©M iscplina: Energia na Agrcutura~ Prof, Jorge Luiz Moret de Souza (UFPR/SCAIDSEA) 68 3.3 Ligagdo do gerador e transformador trifiisicos Devido possibilidade de aterramento, geralmente os geradores trifisicos sto ligados em estrela. Os terminar de saida do gerador podem ser ligados nos transformadores em estrela ou trifgulo (Figura 4.17). Figura 4.17 - Gerador triffisico, corrente alternada, ligado em estrela com um transformador ligado em: a) Estrela; e, b) Tridngulo. 3.4 Ligacdo de cargas trifiisicas Somente para finalidades ilustrativas e didéticas, o esquema apresentado na Figura 18 permite verificar um sistema elementar gerador-motor em corrente alternada, ligados diretamente, sem a presenga de outros dispositivos como transformadores, chaves, entre outros. ‘Aenergia mecanica Fornecida ao gerador & convertida em energia elétrica, recolhide dos anéis através das escovas. Figura 4.18 — Sistema gerador-motor elementar em corrente alternada. No entanto, as cargas trifisicas, como os motores elétricos, também podem ser ligadas em estrela ou triéngulo (Figura 4.19). Como ser visto em unidade especifica sobre motores, as duas ligagdes tém implicagdes na escolha do motor a ser adquirido e aplicagdes para sua ligago, escolha da chave partida, operagio, entre outros. ©M isciptna: Energia na Agricultura~ Prof, Jorge Liz Moret de Souza (UFPR’SCADSEA) 64 tt O lr | dott Figura 4.19 — Esquema de ligagdo de motores elétricos trifisicos em estrela ou tridngulo, de um circuito terminal. © esquema da Figura 4.20, embora ainda simplificado, tem um pouco mais de detalhes que a Figura 4.18, sendo possivel identificar: — A energia elétrica foi gerado por um gerador trifisico, na tensio U = 500 V; ~ Para chegar até as cargas (motores ¢ iluminagdo), devido a distancia foi necesséria a disposi¢do de um transformar trifésico (AY), para elevar o valor da tensdo para 6000 V, compativel com a poténcia e distancia das cargas a serem alimentadas; — A energia foi transmitida em alta tenso (6000 V; distribuigdo priméria) proximo aos centros de consumo da energia, por seguranga, foi necessério novamente outro transformador (AY) para baixar o valor da tenstio (127/220 V); — Os valores da tensdo utilizados na distribuigdo secundaria (baixa tensfio), apés 0 transformador, so compativeis com a seguranga e versatilidade necesséria das instalages; — O enrolamento secundério do transformador, em estrela, permite a realizagdo das ligagdes AN, BN, CN, AB, AC, BC e ABC. Logo, é possivel formar circuitos mono, bi trifisicos; ~ 0 motor trifisico se encontra ligado as fases ABC (U = 220 V), a iluminagdo foi realizada em trés circuitos monofsicos independentes AN, AB e AC (U= 127 V). oat lu, = here v ern “Tratcmae aetna Teamfoemader eed fe feo Sasa Figura 4.20 ~ Esquema simplificado de uma rede de distribuigdo tipica, da geragao da energia elétrica até a utilizago das cargas trifésicas e monofésicas. ©M. biisciplina: Energia a Agricultur Prof: Jorge Luiz Moreti de Souza (UFPR/SCA/DSEA) 65 3.5 Poténcia ativa obt 1a da ligagdo dos terminais (gerador, transformador ou carga) Tomando-se como exemplo a ligagdio em estrela e suas relagdes, bem como a definigado de fator de poténcia (Figura 4.20): [=i U=N3-u SPR Figura 4.20 ~ a) Ligagdo em estrela e suas relagdes; e, b) Tridngulo das tensdes a) Liga¢do monofisica Fase-Neutro (equipamento contendo reatincia indutiva ou capacitiva) 5, nooticg = MF P, morttico = U'1-COSD b) Ligagao biffsica Fase-Fase (equipamento contendo reatincia indutiva ow capacitiva) isi Srronoisico = Ui u=v3u Ul Po moasiieg =U -T-c08@ ¢) Ligagio triffsica Fase-Fase-Fase (equipamento contendo reatancia indutiva ou capacitiva) S, itso = 3*Sponotnico 5 Seite = 3-4-7 P, u 2, U Ue, Foie 3. UL cosp V3 = cose” V3. Pasco = V3-U- T-cos ©M. disciptina erga na Agricultura ~ Prof, Jonge Luiz Moret de Souza (UFPR’SCA/DSEA) 66 4 CONJUNTO TURBINA-GERADOR © conjunto turbina-gerador & responsivel por realizar a transformagio da energia potencial e cinética de um fluido em energia elétrica. A transformagdo ¢ realizada em duas etapas. Primeiro a energia do fluido ¢ transformada em energia mecfnica rotacional da turbina. Posteriormente, a energia mecanica ¢ transformada em energia elétrica em geradores. principio de funcionamento do conjunto turbina-gerador € basicamente 0 mesmo principio ja utilizado ha mais de dois mil anos nos moinhos d’agua. O fluido ineide com velocidade nas pas do rotor da turbina, a qual é acoplada mecanicamente ao gerador, fazendo-o girar. A principal diferenga esta no sistema e mecanismos das turbinas, que evoluiram muito. Além da geragio de eletricidade, ligadas a um gerador, as turbinas também podem ser usadas na movimentagdo de outros equipamentos mecanicos rotativos (bomba, compressor, ventilador, entre outros), e na propulstio naval e aerondutica. As turbinas so méquinas motoras que tem a finalidade transformar a energia cinética de um fluido em trabalho mecdnico. Consistem basicamente de um sistema fixo ¢ rotativo destinados, respectivamente, a orientagdo do fluido em escoamento ¢ realizar a transformagao em trabalho mecénico. Os principais tipos de turbinas encontrados sao (Figura 4.21): — Turbinas hidréulicas: O aproveitamento da hidroeletricidade se dé com a vazio e altura da queda d’gua. O tipo mais antigo e simples de turbina hidréulica é a roda hidréulica, utilizada pela primeira vez na Grécia e empregada durante @ Antiguidade e Idade Média para moer cereais. Consiste em eixo vertical com um conjunto de paletas radiais situadas em corrente veloz de dgua. Atualmente tem-se grande variedade de turbinas hidrdulicas (Francis, Pelton, Kaplan e Banki) que sto aplicadas na produgao hidroeletricidade. ~ Turbina edlicas ou aerogerador: Funciona de maneira similar a um moinho de vento, em que a energia das massas de ar € convertida em energia mecénica, auxiliando agricultores com a moagem de gros e bombeamento de Agua. Na turbina eélica, 0 vento movimenta as pas ¢ faz girar o rotor, que transmite a rotagdo ao gerador, que por sua vez converte a energia mecdnica em energia elétrica, — Turbinas a vapor: Sao usadas na geragdo de energia elétrica de origem nuclear na propulsao de navios com reatores nucleares. Nas aplicagdes que necessitam tanto de calor como de eletricidade, uma caldeira de alta press gera o vapor e consegue-se, através da turbina, a temperatura e a pressdo necessdrias ao processo industrial. O funcionamento da turbina a vapor baseia-se no seguinte principio termodinamico: quando 0 vapor se expande, diminui sua temperatura e reduz sua‘energia interna. A redugdo da energia interna se transforma em energia mecénica pela aceleraglio das particulas de vapor, 0 que possibilita dispor diretamente de grande quantidade de energia. ~ Turbinas de combustio ou a gis: O gis produzido no motor, como resultado da combustio de determinadas matérias, é langado em forma de jatos contra as paletas da turbina e o impulso desses jatos faz girar 0 eixo. ©M isciptna: Energia na Agricultura ~ Prof orge Lie Moret de Souza (UEPR/SCA/DSEA) 67 As turbinas tém dois aspectos principais que as caracterizam: poténcia; e, eficiéncia. Assim, maiores detalhes sobre a classificago, funcionamento ¢ aspectos técnicos sobre as turbinas hidréulica, edlica, vapor e combustdo serdo tratadas nas proximas unidade, em que o tema fontes de energia serd tratado especificamente para cada caso. co ete (@ () cletricidade "ie reas Pee es i iE i turbing gerador a i; © . Figura 4.21 - Conjuntos turbina-gerador: a) Hidraulica; b) Combustiio ou gas. Slica; c) Vapor; e, d) 5 REFERENCIAS ANZENHOFER, K.; HEIM, T.; SCHULTHEISS, A WEBER, W. Eletrotéenica para escolas profissionais, 3° ed. Siio Paulo: Editora Mestre Jou, 1980.127p. NISKIER, J; MACINTYRE, A.J. Instalagbes elétricas, Rio de Janeiro: Livros Técnicos ¢ Cientificos Editora 1996, $30p. SOUZA, J. M. L. Conceitos basicos de energia e eletricidade voltados as instalagSes elétricas (apresentacto) Plataforma “Moretti/DSEA/SCA/UFPR, 2019. Disponivel em: < Acesso em 13/02/2019. SOUZA, J. L. M. Manual de eletrificagdo rural. Curitiba: Plataforma Moretti/DSEA/SCA/UFPR, 1997, 109p, Disponivel em: Acesso em 13/02/2019,

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