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OS TREZE CAPITULOS INAIS Sn PRE OC ed CaaS eC Lenn) Prevent Oo TNR! ar Rear e Nee Cd Cem teee mSta Cc er eee cy Prorat ene) See eet COME imeS UCMEL (Cree) PCa CMe IRE CMCC humanidade. A Arte da Guerra é um dos classicos PCED nC) Porat oe Roemer tec c eee) € a edigéo completa, PCCM erm a) PST COM CSTE Pome eo CE OS nnn Tenor enor Sree STAGE} orem oePer ECS Pee eS UO oo Bracers Son eg sejam os resultados, 0 gosto Pecreenen st eted Sere ee ene reece ny Rone eee erg PeSetemr eth Cent) Serre netnen ROM mec e cate Ptr een bere eite Calg Perens ee Peer ee nee oes POST um ame ae hrs Cy Reem CT ce wate Ty Seen Portanto, fazer muitos Petre Core Tita) vitéria, e poucos, Cee Sun Tzu maior tratado de guerra de todos os tempos em sua versio completa em portugués. A Arte da Guerra ésem divida a Biblia da estratégia, sendo hoje utilizada amplamente no mundo dos negécios, conquistando pessoas e mercados. Nao nos surpreende ROEM ICCC man mi oan OMI Team CO) INT an Cte BETO emeotren Cn tence alte te emerte Meco eer ate mais recentes conflitos do nosso dia-a-dia. or emt ONT ene eee carn Soe toe COSMET od “(..) tenham como principio que s6 pode ser vencido por erro proprio e que s6 atinge a vitéria por erro do STE Co “(...) as tropas devem ser comparadas a agua corrente. ren oe ate erence ee trees SS eo Cee Cue S nnn cae Creat te Cee v iota Relies nnn tcs et hee Cn Coe CE ROCCO COKen RS RU ctRS roc ea tropas forem indisciplinados, o resultado sera 0 caos ea desorganizacaoabsoluta”” WLU aM OBDAN CLG I Osawa “Titulo original Si Zi Bing Fa Copyright © 2007, Nikko Bushidd Licenga Editorial para a Jardim dos Livros Editora Lida. Todis os direitos autorais reservados e protegidos pea Le 9.610, de 19.02.1998, proibida a eprodugdo total ou parcial sem a expressa anuéncia da editors. Eprrox Claudio Varela Dinsrox sxecunivo ‘Ado Varela Dincaanacio x pRoyero GRAFICO Genildo Santana Cama Leandro M. Galego Genildo Santana Revisio ‘Ana Paula Pessoa ADAPTAGHO DA OBRA ‘Nikko Bushids “i sras. CATALOGACAO.NA FONTE _sb1cTo NACIONAL DOS EITORES DE IVROS. RL Sun Se VIA Aaceda gers peep! ‘sn made espn de ka, "Semon do Lion 207, “lege gs 1 iat te OL Buh Th wow jardimdoslivros.com br SUN TZU A ARTE DA GUERRA (OS TREZE CAPETULOS ORIGINAIS Mmm HO 43,09 “O verdadeiro objetivo da guerra é a paz,” Sun Tzu SUMARIO Apresentagio. Contexto histérico. Capitulo TI - Operagio de guerra. Capitulo III - Preparando o ataque. Capitulo IV - Posi CapituloV-Estrat Capitulo VI - Ponto: Capitulo VIT - Manobras Capitulo VIII - E Capitulo IX - O exército em movimento. “apitulo X - Terrenc Capitulo XI - Nove tipos de situagées Capitulo XII Capitulo XIII - Uso de espides. da Chi Aplicabilidade dos ensinamentos de Sun Tzu na vida pes- soalenos estudo: APRESENTAGAO O mais antigo tratado militar da histéria da humanidade, intitulado A Arte da Guerra, foi produzido por Sun Tzu pelo ano de 500 a.C. Infelizmente pouco se sabe sobre o general Sun Tzu, porém,um acontecimento menciona- do nos registros histéricos por volta de 100 a.C nos ajuda a conhecer mais sobre Mestre Sun. © fato ocorreu quando Sun Tzu foi indicado por um ministro do rei Hu Lu que lhe disse: “Li atentamente seus treze capitulos. Posso submeter sua teoria de dirigir soldados a uma pequena prova?” Apés a resposta afirmativa por parte de Sun Tzu, o rei perguntou: “A pro- va pode ser feita em mulheres?” A resposta tornou a ser afirmativa e o teste foi realizado com as damas da corte, entre elas as preferidas do soberano. Sun Tzu escolheu duas delas, as prediletas do rei, para atuar como comandantes, e as ins- truiu seriamente. Cada uma delas iria dirigir como um verdadeiro oficial as suas respecti- vas companhias. As mulheres, no total de 300, trajando capacetes e armaduras, com espadas e escudos, foram orientadas por Sun Tzu. Em seguida, foram separadas em dois grupos, fi- cando cada um sob o comando de uma con- cubina e, logo apés um breve treinamento, foi marcada a apresentacao perante o rei. Mas, a despeito do treinamento dispensado pelo atento general, na hora da aco, quando re- ceberam a ordem “Direita volver”, todas cairam na risada e nada fizeram. Sun Tzu falou com sabedoria: “Se as ordens do comando nao foram suficientemente claras, se nao foram totalmente compreendidas, entio a culpa é do general”. Por conseguinte, repetiu a orientagao e ordenou: “Esquerda volver” igual a vez anterior. Ao receberem as ordens, as mu- Theres voltaram a cair na gargalhada. Desta vez, Sun Tzu realmente enfureceu-se e disse: “Se as instrugdes nao sao claras e se nao se acredita nas ordens, a falta é do general. Quando foram instruidas novamente e as ordens explicadas, e se ainda assim as tropas desobedecem, a falta é dos oficiais. De acordo com as normas de disci- plina militar, qual é o procedimento?” O Mestre de Leis disse: “Decapitagao!” Assim, as concubinas foram decapitadas, ain- da que contra a vontade do rei, mas o general invocou a autonomia inconteste das suas or- dens como comandante nomeado. Sun Tzu, entaéo, emite novamente as ordens, sendo que desta vez foi prontamente obedeci- do. Dirigindo-se ao rei disse: “O exército esta bem organizado. Gostaria que Vossa Majes- tade o observasse. Como quer que o deseje empregar, mesmo que o mande para o fogo ou para a 4gua, nao apresentaré dificuldades. Pode ser utilizado para ordenar tudo o que ha sob o Céu’. O rei, inconsolavel pela perda das suas con- cubinas, nao quis mais admitir Sun Tzu, que, ao se retirar, ndo deixou de dizer: “O rei ama palavras vazias. Nao é capaz de juntar o gesto as palavras” Nao hd nada que o tempo nao cure. O luto pelas concubinas passou, mas como a situagéo do seu reino piorava, o rei admitiu que os seus inimigos estavam prestes a aniquilé-lo. Ao ver-se perdido, convocou Sun Tzu, acreditan- do que seria oportuno admiti-lo como conse- lheiro militar. O seu exército, dali por diante, reorganizado e treinado pelo seu novo general, Ihe conferiu poderes pelas suas grandes con- quistas territoriais. Os ensinamentos contidos nesses treze capi- tulos aplicam-se a todo e qualquer conflito, al- cancando cada individuo com seu opositor; 0 amante com sua amada; uma empresa com ou- tra, concorrente ou aliada. A obra, além de ter sido leitura obrigatéria da hierarquia politico-militar soviética e, con- forme a lenda, a chave do sucesso de Napoleao Bonaparte, e uma das mais lidas no mundo dos negécios, agora est4 em suas maos. Boa Leitura CONTEXTO HISTORICO Para que se possa entender a importancia do maior tratado militar escrito por Sun Tzu, A Arte da Guerra, deve-se compreender que até 500 a.C., a guerra era considerada, de uma maneira geral, um ritual. Existiam cédigc préestabelecidos para guerrear. O clima era le- vado em consideragao, logo, nao se combat no inverno devido o frio intenso, ou no veréo devido as altas temperaturas. Em combate nao era correto abater homens velhos ou aplicar qualquer golpe a quem jé estivesse ferido. Um governante de boa indole nao massacrava ci dades nem levava a guerra para além da esta cdo prépria. Os filésofos e reis faziam distingao entre guerras corretas e guerras incorretas. Era mo- ralmente correto atacar uma nacio selvagem e desconhecida, civilizar barbaros e aqueles que poderiam levar o Estado a ruina. Na sociedade feudal predominante, os comandantes eram da aristocracia hereditéria militar. Dessa manei ra, 0s exércitos do Centro de Chin; a partir de 573 a.C., teriam permanecidos por um século sob 0 comando de poucas familias. Os exércitos da China eram particulares ¢ organizados como o modelo militar feudal “4 europeu. O tamanho e o género de contin- gentes como o niimeros de cavalos, carrogas, bois e pedes, determinavam a importancia dos feudos que variavam entre poucas vintenas e milhares de familias. A preocupacio com o modo de vida de um aldedo, assim como os servos e analfabetos, eram de pouca importan- cia para o soberano, onde em uma batalha o que mais interessava eram os carros, quadrigas com cocheiros, lanceiros e arqueiros da nobre- za. O papel dos peses era apenas proteger os carros, sendo considerados dispensaveis e ape- nas alguns deles utilizavam escudos. As armas que possuiam eram basicamente adagas, espa- das curtas, lancas e laminas cortantes presas a varas de madeira. O uso de arco era destinado apenas aos nobres. Na antiga China, as batalhas eram considera- das primitivas e a metodologia empregada era muito simples. Praticavam-se algumas acées li- mitadas onde se restringia a uma ordem dada pelo comandante, baseada em pressdgios de um adivinho que no local do combate, se posicio- nava juntamente com 0 exército durante varios dias, Quando o momento escolhido chegava, 0s opositores partiam de maneira desordenada sobre o inimigo. O desfecho da vitéria era de- cidido da seguinte maneira: ou o atacante era repelido e suas tropas partiam em retirada, ou conseguia romper as barreiras do inimigo, ma- tando aqueles que ainda tinham resisténcia. Por volta de 500 a.C., os conceitos e métodos de guerra comegavam a mudar. O periodo de grandes e ferozes batalhas exigia uma prepara- sao dos exércitos onde as operacées militares ja estavam perfeitamente orientadas por ofi- ciais profissionais. Quando Sun Tzu surgiu, a estrutura feudal vigente passava por um periodo de mudancas. Uma nova estrutura de sociedade se firmava ea evolugao era visivel em todos os campos, particularmente o militar. Os grandes Estados Passavam a se organizar de maneira perma- nente. Suas tropas eram disciplinadas e bem preparadas. A sua frente, estavam as tropas de choque, escolhidas por sua habilidade, disci- plina e valentia. Com a organizacao militar, as operagées de guerra tornaram-se permanentes e passaram a representar ameacas aos inimigos em potencial. A arte de estratégias e de taticas militares surgiram neste perfodo. Os Estados organi- er 16 zados tinham especialistas em todas as areas, entre eles, engenheiros civis voltados para a construcao de minas e tuneis. Havia peritos na travessia de rios e de inundacées. A evolucao dos equipamentos bélicos colaborou para um novo método de guerra na China. Armas de cortes de alta qualidade-e o surgi- mento de bestas (equipamento que disparava pesados virotes) tornaram obsoleto 0 uso de carros de combate existentes. Com 0 novo modo de organizagao e prepa- rao militar no século IV, a guerra na China atingia a maioridade e a supremacia tornan- do-se uma nacio relevante e desafiadora por muitas centenas de anos. general chinés Sun Tzu, que provavel- mente viveu entre 544 e 496 a.C. , baseado em sua experiéncia militar e no conhecimento do contexto politico-econémico presenciando e analisando a evolucao das técnicas de guerra, desenvolveu o livro A Arte da Guerra, obra que traduz a exceléncia conquistada na pratica a partir dos resultados positivos por Sun Tzu, forjando um dos maiores e mais aclamados tratados de guerra de todos os tempos. Em seu manual de guerra, ele afirma que nao deve ser o objetivo de agées militares 0 aniqui- lamento do exército inimigo, a ruina de suas cidades e a destruicao de territérios. As armas so sempre motivos de maus pres- sentimentos, as utilizar somente quando outra alternativa nao houver. 7 SUN TZU ‘Ao longo de quase 2.500 anos os trabalhos literérios do periodo denominado “Classico” foram profundamente analisados por histo- riadores chineses. O general chinés Sun Tzu e sua obra A Arte da Guerra, devido a sua reco- nhecida importancia como o principal tratado militar conhecido pela humanidade, fizeram parte desta profunda andlise. Sobre o general Sun Tzu, muito pouco se sabe. Ele préprio era um mistério pela auséncia de dados sobre sua vida. Nao existe uma biografia sobre Sun Tzu que narre, em ordem cronolé- gica, seus feitos. O que existe sao narrativas de fatos ocorridos, evidenciando passagens que demonstram tragos de sua personalidade e suas agdes, como o bem conhecido relato de Shih Chi, Sun Tzu Wuch‘i Lieh Chuan. Acredita-se que Sun Tzu seja natural de Chi, hoje Shantung, e que serviu na corte de Hu lu, rei de Wu, sendo seu stidito. Calcula-se que tenha vivido entre 544 e 496 a.C. Suas origens e sua histéria juvenil sao des- conhecidas, e seu nome desapareceu por com- pleto dos registros histéricos depois que Wu conquistou Ying, a capital de Ch’u. 20 Sun Tzu extraiu a esséncia de aproximada- mente 800 anos de experiéncia na pratica da guerra, sistematizou observacées e enunciou as ligées que aprendeu, de tal modo que a elite governante pudesse aplicar seus principios e permanecer vitoriosa. Os escritos de Sun Tzu refletem o pensamento chinés daquela época. Contudo, sup6e-se que o mestre Sun Tzu nao seja 0 tinico autor da obra A Arte da Guerra, e sim que seus discipulos e seguidores tenham grande influéncia na composigao dos textos, considerando a constante. Mestre Sun Tzu disse: Assim, como a biografia de Sun Teu é digna de crédito, podemos considerar A Arte da Guerra como sendo a expressiio do corpo e da alma de seu criador, que hd cerca de 2.500 anos aclama- va: “... 0 verdadeiro objetivo da guerra é a paz!” HISTORIAS MILENARES QUE ILUSTRAM ALGUNS DOS ENSINAMENTOS DE SUN TZU “Em 341 a.C. o Estado Chi, em guerra com o Wei, enviou Tien Chi e Sun Pin contra o general P’ang Chuan, que era inimigo mortal do ultimo. Sun Pin disse: ‘O Estado Chi tem uma reputacao de covarde e, por esse motivo, nosso adversdtio nos despreza. Vamos virar esta circunstancia a nosso favor? Conseqiien- temente, quando 0 exército atravessou a fron- teira do territério de Wei, ordenou que fossem acesas cem mil fogueiras na primeira noite, cingiienta mil na segunda e apenas vinte mil na outra, P’ang Chuan os atacou vigorosamen- te, pensando: ‘eu sabia que os soldados de Chi eram covardes; seu ntimero ja caiu para menos da metade’ Na sua retirada, Sun Pin chegou a um estreito desfiladeiro que, segundo seus cdlculos, seria atingido pelos perseguidores depois do escurecer. La chegando, tirou a cas- ca de uma 4rvore e escreveu a seguinte frase: “Sob esta arvore, P’ang Chuan morrera’ Entao, quando a noite comegou a cair, colocou um poderoso corpo de arqueiros emboscados nos arredores, com ordem de atirar diretamente se 21 vissem uma luz. Mais tarde, P’ang Chuan che- gou ao local ¢, vendo a Arvore, acendeu uma luz para ler 0 que estava escrito. Seu corpo foi imediatamente crivado por uma seqiiéncia de flechas e todo o seu exército foi preso na confuséo” “Tu Mu conta uma histdria relacionada com Wu Chii, na época em que lutava contra o Esta- do de Chin, aproximadamente no ano de 200 a.C. Antes que a batalha comegasse, um dos seus soldados, homem de audacia inigualavel, atacou repentinamente sem ordem, voltando com duas cabegas inimigas, Entio Wu Chi mandou imediatamente executar 0 homem, ao que um oficial ousou protestar, dizendo: ‘Este homem era um bom soldado e nao merecia ser decapitado. Wu Ch’i respondeu: ‘Acredito re- almente em que era um bom soldado, porém mandei decapitd-lo porque agiu sem ordens. ” Yao Hsiang, quando enfrentado em 357 d.C. por Huang Mei, Teng Ch’iang e outros, encerrou-se em suas muralhas e se recusou a lutar, Teng Ch’ iang disse: ‘Nosso adversério tem um temperamento colérico e é facilmente provocavel; vamos fazer repetidas incursées e derrubar suas fortificagées, fazendo-o ficar zangado e sair. Assim que conseguirmos levar seu exército ao combate, ele estaré condenado a ser nossa presa’ Logo em seguida, esse pla- no foi posto em pratica, Yao Hsaing saiu para guerrear, entao foi atraido até San-yuan pela pretensa fuga do inimigo e finalmente ata- cado e morto. 23 ANALISE E PLANOS “Ha momentos em quea maior sabedoria [oS uercceom cons llom rece Sun Tzu disse: A arte da guerra é questao vital para o Estado. E 0 dmbito onde a vida e a morte sdo funda- mentadas, um caminho que leva 4 aniquilagac ou determina a sobrevivéncia. Deve ser exami- nada com cuidado e nunca negligenciada. A nica forma para prever o resultado de uma guerra é analisar a situagio com base nos cinco fatores: PRiMEIRO - Tao (caminho) Varias mentes com um tinico ideal, 0 cami- nho que faz 0 pensamento do povo estar em completa harmonia com o de seus governan- tes, levando-o a segui-los para viver ou para morrer, sem temer nenhum dos riscos. SeGuNDoO - Clima Ea sombra ea luz, 0 calor € 0 frio, 0 tempo e a sucessao das estacées. Aceitar ou desafiar essas condi¢ées determinard a vitoria militar. ‘TERCEIRO - Terra Referem-se as distancias; dificuldades de tra- ias condicées do terreno para a disposigao 28 das tropas. A andlise da situagao da Terra defi- ne oportunidades de vida e morte. Quarto - Lider A virtude da sabedoria, integridade, discipli- na, coragem e humanidade. Quinto - Métodos Impéem eficiéncia, controle de gastos (tro- pas), uma cadeira de comando adequada e su- porte logistico. Todos os comandantes que negligenciarem es- ses cinco fatores estarao fadados ao fracasso, po- rém, os que dominarem, conquistarao a vitéria. Portanto, para prever o resultado de uma guerra, é necessério comparar os dois lados avaliando suas forgas. Para tanto devemos fazer as seguintes perguntas: 1. Qual dos soberanos tem o Tao (Caminho)? 2. Qual comandante é mais competente e ha- bilidoso? 3. Qual dos lados possui vantagens do Clima eda Terra? 4. Qual exército segue os métodos e é rigorosa- mente disciplinado? 5. Qual lado é mais rigoroso e imparcial ao re- compensar e punir? 6. Qual exército tem a maior forca? 7. Qual exército possui os oficiais e as tropas mais bem treinados? Através dessas sete comparagées, sei quem ganharé e quem perderé a guerra. Se um comandante estiver atento aos meus conselhos e proceder de acordo com eles, a vitéria sera certa. Nesse caso, mantenha-o. Se um comandante nao as seguir procedendo em desacordo, sera derrotado. Nesse caso, demita- © sumariamente. Sabendo dos ganhos que podem advir dos meus conselhos, tire o maior proveito das condicées favoraveis, formulando através delas uma vanta- gem estratégica para reforcar nossa posicao. Ha momentos em que a maior sabedoria é parecer nao saber nada. Por isso, quando ca- paz, finja entdo ser incapaz; quando pronto, finja grande desespero; quando perto, finja es- tar longe; quando longe, facam acreditar que esta proximo. Se o inimigo procurar alguma vantagem, se- duza-o com uma armadilha. Se estiver desor- ganizado, ataque-o e conquiste-o. 29 Se ele for muito poderoso, prepare-se para ele. Se ele possuir forcas superiores, evite-o. Se ele for orgulhoso, provoque-o. Se ele for humilde, dé forcas 4 sua arrogancia. Se ele estiver descansado, faga-o se desgastar. Se ele estiver unido, separe-o. Ataque-o onde ele se mostrar despreparado. Adote caminhos que sejam para ele totalmente inesperados. O bom estrategista, para vencer uma bata- Iha, faz antes muitos cdlculos no seu templo, pois sabe que eles so a chave que o conduzira a vitoria. E calculando e analisando que o es- trategista vence previamente a guerra na simu- lacdo feita no templo. Portanto, fazer muitos cAlculos conduz a vitéria, e poucos, a derrota. Quando examino a questao dessa forma, o re- sultado da guerra torna-se evidente. OPERACAO DE GUERRA “Na guerra, preze pela vitoria Pee eka Preece enc Sun Tzu disse: A arte da guerra é um exército de mil carros velozes; mil carrogdes cobertos de couro e cem mil guerreiros com cotas de malha. Abundancia isas necessdrias para esse exército desloca- obre uma distancia de mil li,1 com gastos no Estado e no campo de operagées. Incluindo en- viados ao exterior e conselheiros; matérias e ma nutengdo de carros e armaduras. Somente quan- do vocé tiver mil pecas de ouro para cada dia de guerra poderé mobilizar cem mil guerreiros. Evite batalhas duradouras, busque a vitéria rapida. Se a vitéria custar a chegar, suas armas se desgastaro e as tropas ficarao desmoraliza- das, e o entusiasmo tende a enfraquecer. Se vocé sitiar uma cidade, gastar4 forcas. Se seu exército for mantido muito tempo em campo, as reservas do Estado nao serao sufi- cientes. O tempo prolongado ird desgastar as armas, desmoralizar suas tropas, exaurir suas forcas e consumir todos os recursos disponi- veis, abrindo oportunidades para os governan- tes vizinhos tirarem vantagens e atacar. Entao, mesmo contando com os melhores conselheiros, T-171 Ii atuais equivalem & mil metros, Esse comprimento poder ter sofrido variagdo desde a época de Sun Ta. 34 vocé nao conseguiré garantir bons resultados. Assim, em relagao as guerras, tenho ouvido falar em precipitacéo imprudente, mas ainda nao vi bom exemplo de inteligéncia associa- da a decisées demoradas. Nunca houve Esta- do que tenha sido beneficiado por uma guerra prolongada. Portanto, o conhecedor dos ter- riveis e devastadores efeitos e dos perigos de empreender uma guerra, esta profundamente consciente de como aproveité-la da melhor maneira e lev4-la com rapidez a seu término. Atingiré assim, as verdadeiras vantagens po- tenciais de uma guerra. Um perito na arte da guerra nao convoca soldados mais de uma vez, nem solicita supri- mentos repetidamente. Uma vez em guerra, ele nao perderé tempo precioso esperando re- forgos. Faré uso do equipamento que carrega e avancaré com velocidade para atravessar a fronteira inimiga, podendo fazer uso das pro- visdes do opositor. Desta forma, teré o sufi- ciente para alimentar todo o seu exército. Aarte de melhor utilizar 0 tempo é estar um passo a frente do adversdrio, e vale mais que a superioridade numérica e os célculos mais perfeitos com relag4o ao abastecimento. Um Estado é enfraquecido financeiramen- te quando precisa manter seu exército a uma grande distancia e, conseqiientemente, empo- brece seu povo. As vizinhangas préximas aos exércitos aumentam seus pregos e, com 0 cus- to mais elevado, seus recursos se esgotam com maior rapidez, forgando o Estado a aumentar os impostos dos distritos, para, assim, custear as forcas militares. Boa parte dos recursos sio utilizados no campo de batalha, acarretando dificuldades para as familias do fronte inter- no, tendo como conseqiiéncia lares vazios e rendas dissipadas, jA que 0 custo para o povo poderé atingir cerca de 70% do valor de suas posses. Ao mesmo tempo, as despesas do Es- tado atingiréo quase metade da arrecadacao total em gastos com carros quebrados, cavalos abatidos, peitorais e capacetes, arcos e flechas, Jangas e escudos, manteletes protetores, ani- mais de tiro e carrocas de provisées. Um comandante sdbio fara o melhor para ali- mentar seu exército com frutos do solo inimi- go. Consumir uma medida das provisées ini- migas equivale a vinte das nossas, Um fardo de forragem inimigo equivale a vinte dos nossos. Na questo que envolve matar o inimigo, nossas tropas devem ser levadas a fiiria, Para que fique clara a vantagem de derrotar 0 opo- nente, devem também ser recompensadas, pois tirar a riqueza do inimigo é de grande valia para manutengao das tropas e deve ser usado como objeto de recompensa, de forma a que todos os soldados tenham um forte dese- jo coletivo e individual de lutar. Porque, assim como o que estimula os homens a matar é a fi- ria, o que estimula a lucrar com o inimigo sao os bens materiais. Portanto, nos combates de carros em que fo- rem capturados mais de dez carros do inimigo, recompense os que capturaram o primeiro de- les e substitua bandeiras e estandartes inimi- gos pelos seus e, entéo, misture com os nossos carros; eles devem ser usados em conjunto. Todos os soldados capturados devem ser tra- tados com bondade. A isso se chama aumentar as prdprias forcas no processo de derrotar o exército inimigo. Na guerra, portanto, preze pela vitdria répi- da e evite as operagées prolongadas. Por isso © comandante que compreende a guerra tor- na-se 0 arbitro supremo da vida do destino do povo eo senhor da seguranca do Estado. PREPARANDO O ATAQUE Soom uC icnec mnt clara eet aces ele rue ee OBL een aHan PW ECeT ete Biren teat ooo Rin tete ante Gee nein met proprio campo? Sun Tzu disse: Va arte da guerra, a melhor opgdo é tomar 0 pats inimigo intacto, esmagar um pai a segunda melhor opgao. mesmo ocorre com o exército inimigo: manté-lo intacto, bem como, batalhao, com- panhia ou simples pelotao de cinco homens é a melhor op¢ao; aniquilar um exército, bata- Ihdo, companhia ou simples pelotao de cinco homens é apenas a segunda melhor opsio Portanto, conquistar cem vitérias em cem ba- talhas nao significa o maximo da exceléncia. O maximo da exceléncia é subjugar o exército inimigo sem chegar sequer a combater. Assim, a melhor inteligéncia militar é atacar as estratégias do inimigo, em seguida, atacar suas aliangas, limitando a jungao de suas for ¢as; depois, atacar seus soldados em seu pré- prio campo; ea pior de todas as politicas ¢ sitiar cidades muradas. Isso somente deve ocorrer em tiltimo caso, quando nao houver outra es- colha. Pois, as condicdes basicas de combate envolvem dois elementos preciosos: energia e tempo. Se seu comandante for incapaz de con- trolar sua ansiedade e enviar tropas de solda- dos para escalar muros, perderé um em cada trés, e ainda assim nao tomar a cidade. Esse € 0 tipo de calamidade que acontece quando se tenta sitiar uma cidade murada. Existem algumas maximas que devem ser consideradas antes de pensar em sitiar cidades e ganhar batalhas: O primeiro de teus cuida- dos deve ser conservar os dominios do pais que serves. Somente quando for imprescin- divel, deves usurpar o territério inimigo para -ampliar o de seu governante. Deves garantir primeiro a tranqiiilidade das cidades de teu proprio pais. Perturbar as cidades inimigas deve ser a op¢ao mais desfavoravel. Deves proteger e colocar em abrigo todos os vilarejos amigos. Somente se houver real necessi- dade podes avancar contra os vilarejos inimigos. Deves impedir que as chogas dos campone- ses, bem como suas plantagées, sofram qual- quer dano. Somente uma extrema pentiria deve levar-te a saquear e devastar as instala- Ges agricolas de teus inimigos. Deves ter como objetivo buscar a perfeigao, tentando conservar intactos os dominios dos inimigos. Somente destrui-lo em caso de extre- ma necessidade. © comandante que age assim, tem a conduta comparada a dos mais virtuosos personagens da histéria, cujas obras buscam a produgao e a conservacao e nao a destruicio. O comandante habilidoso submete seu ini- migo sem partir para batalha; derrota seu rei- nado sem operacées de campo muito exten- sas. Com as forcas intactas, disputa o dominio do império. Dessa maneira, suas armas nao sofrerao desgastes e, sem perder um soldado, sua vitdria sera completa. Esta é a arte de pre- parar o ataque. Jaa arte de usar as tropas é a seguinte: + Quando vocé tiver dez vezes mais forcas do que 0 inimigo, cerque-o; + Quando tiver cinco vezes mais, ataque-o; * Quando tiver apenas 0 dobro, divida-o em dois, um para atacar o inimigo pela frente e 0 outro para atacar pela retaguarda; + Quando tiver igualdade de forgas, divida a tropa do inimigo e enfrente-o; + Quando for inferior em nimero, seja habil para tomar a defensiva; + Quando nao for pareo para o inimigo, tenha a habilidade de evit4-lo. Embora um combate acirrado possa ser dado por uma forga menor, esta acaba sendo capturada pela fora maior. O comandante é a fundacao primordial do a 2 Estado. Quando essa fundagao estiver bem co- locada, o Estado certamente estar forte; quando defeituosa, o Estado certamente enfraquecera. Existem trés maneiras de um comandante trazer desgraca para seu proprio exército: 1. Ordenar um avanco ou retirada, sem per- ceber ou se assegurar que 0 exército esté em condigées de obedecer. Chama-se isso de travar 0 exército. 2. Interferir na chefia do exército, ignorando assuntos internos. Isso traré confusao aos ofi- ciais e soldados. 3. Permitir que as ordens que interferem na direcio do exército sejam delegadas por nobres que administram o reino. Justica ¢ humildade sio premissas com as quais se governa o Estado, mas nunca o exército; flexibilidade e oportunis- mo, por outro lado, sao virtudes militares e nao * civis. Nao ha pior calamidade do que ordens emanadas de um soberano sediado na corte. ‘Tendo um comandante confundido seu exército e perdido a confianga de seus ho- mens, as agressdes dos comandantes vizi- nhos nao tardardo. Dai a maxima: “Semear a desordem nas préprias fileiras é oferecer aos outros o caminho da vitéria”. ...Se um general ignorar o principio da adap- tacdo, nao deve ser colocado em uma posicio de autoridade. Um habil empregador de ho- mens usaré 0 prudente, 0 bravo, 0 cobicoso e 0 burro. Pois o prudente tera prazer em aplicar seu mérito, 0 bravo sua coragem em agio, o cobi¢oso € répido em tirar vantagens e o burro néo teme a morte. Assim, ha cinco fatores que permitem prever qual lado sairé vencedor: 1. Aquele que sabe quando deve ou nao lutar conquistard a vitéria; 2. Aquele que compreende como lidar com a superioridade e a inferioridade numérica na disposi¢ao das tropas conquistara a vitéria; 3. Aquele que possui superiores e subordina- dos unidos conquistaré a vitoria; 4, Aquele que é prudente e pée em campo um exército completamente preparado contra um inimigo despreparado conquistaré a vitéria; 5, Aquele cujo comandante ¢ habil e cujos so- beranos nfo interferem conquistara a vitéria. B Sun Tzu dis: “aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, ainda que enfrente cem batalhas, jamais corre- 14 perigo. Aquele que nao conhece o inimigo, mas conhece a si mesmo, as vezes ganha, as vezes perde. Aquele que nao conhece nem 0 inimigo nem a si mesmo, est fadado ao fra- ‘asso ¢ correré perigo em todas as batalhas”. POSICOES E TATICAS Seren ce ener mnt Pier eres econ NE CTS Cyne Sun Tzu disse: Na antiguidade o perito em batalha se coloca- va fora da possibilidade de derrota, e esperava que o inimigo expusesse a sua vulnerabilidade, Garantir-nos de nao ser derrotado esté em nc ‘as mdos, porém a oportunidade-de derrotar 0 inimigo é dada por ele mesmo. Por isso se diz: “A invencibilidade repousa na defesa, a vul- nerabilidade revela-se no ataque”. Manter-se e assumir posicao defensiva, é porque a forca do inimigo € esmagadora, po- rém langar-se ao ataque é porque a forca do inimigo é deficiente. O especialista em defesa, oculta a si mesmo no mais profundo e indecifravel canto da ter- ra. O especialista em ataque, desfere o golpe de cima das mais altas esferas do Céu. Dessa forma, ele é capaz de, a0 mesmo tempo, proteger a si mesmo e alcangar a vitéria completa. Ver a vitria apenas quando ela esta ao al- cance da viséo de todos nao é 0 maximo da superioridade. O verdadeiro mérito esté em planejar secretamente, deslocar-se subitamen- te, frustrar as intengGes do exército inimigo e finalmente chegar a vitéria sem o derrama- mento de sangue. Pois, nao requer muita forga levantar a penugem de um coelho no outono, nem olhos penetrantes para distinguir o sol da lua, muito menos ouvidos apurados para ouvir 0 ronco do trovao. Os habeis comandantes vencem a batalha de- pois de terem criado as condig6es apropriadas. Um comandante inteligente nao apenas ven- ce, ele se sobressai derrotando o inimigo com -facilidade. Eles prevéem todas as eventualida- “Hes, conhecem a situagdes do inimigo e nao ignoram o que podem fazer e até onde podem iz. A vitoria é uma decorréncia natural desse saber. Porém, suas vitérias nao Ihe garantiam “nem a reputacdo de sébio, nem o mérito do homem de valor. Pois, o homem comum nao da grande credibilidade a uma vitéria que foi obtida longe dos olhos da sua compreensio. Assim eram nossos ancestrais: Nao acredita- ~ vam que os elogios como “corajosos’, “heréis” ou “invenciveis’, fossem um tributo que tives- sem-merecido, atribufam sim, seu sucesso ao cuidado extremo que tinham em evitar 0 me- "nor deslize. O comandante inteligente vence as batalhas evitando cometer erros, é isso que garante a vitdria completa, pois significa conquistar um inimigo ja derrotado. O comandante hébil as- sume uma posigdo tal, que néo pode sofrer nenhuma derrota; nao negligencia nenhuma circunstancia que garanta aniquilar o inimigo. Portanto, um exército vitorioso sé entra na ba- talha depois de ter garantido a vitéria, enquan- to um exército derrotado s6 procura a vitéria depois de ter entrado na luta. Um comandante vitorioso nao permite que as tropas mostrem uma confianca demasiado. cega, uma confianga que degenera em presun- ¢4o. As tropas que sonham com a presun¢ao da vitéria sio debilitadas pela preguica. Ao contrario, aquelas que, sem pensar na vitéria, exigem o combate, sao tropas enrijecidas pelo trabalho, aguerridas, destinadas a vencer. Um especialista no uso de tropas constréi seus fundamentos sobre a doutrina do Tao, seguindo firmemente as normas militares. As- sim, estaré preparado para ser o arbitro da vi- toria e da derrota. Depois de uma primeira vantagem, nao es- morecas nem dés a tuas tropas um repouso precipitado, Empunha a espada com a mesma 49 rapidez de uma torrente que se precipita de um despenhadeiro. Que teu inimigo nao tenha tempo sequer de perceber 0 que esta aconte- cendo e somente recolher os louros da vitéria quando 0 inimigo estiver aniquilado, dando- te assim, condicao de fazé-lo com seguranga e A arte da guerra est baseada em cinco fatores estratégicos: os cdlculos, as quantidades, a logis- tica, a balanga do poder e a possibilidade de vi- t6ria. Todos esses fatores estio ligados entre si. 1. Os calculos estao diretamente ligados aos tipos de terrenos; 2. Com base nesses calculos estimam-se as quantidades de provisées; 3, De acordo com as quantidades de provisées disponiveis, define-se a capacidade da logistica; 4. A balanga do poder esté diretamente rela- cionada a capacidade da logistica; 5. E, finalmente, a possibilidade de vitéria baseia-se na balanga do poder. Um exército vitorioso é como o peso de cem quilos contra outro de alguns gramas, um exército derrotado é como apenas alguns gra- mas contra centenas de quilos. O exército que dispée de grande vantagem em relacao ao seu inimigo, deve posicionar-se estrategicamente para que, ao langar seus homens na batalha, seja comparado a forca de aguas represadas se precipitando sobre um abismo. A. DO CONFR\ TO E INDIRE SOME cra Te Rms OR cents Protea orate met ere eran ett tete Sun Tzu diss: Comandar muitos é 0 mesmo que comandar poucos. Tudo é uma questao de organi Controlar muitos ou poucos é uma mesma e nomes de todos os oficiais e subalternos. Inscreva-os num catdlogo, ano- tando-lhes 0 talento e suas capacidades indivi- duais, a fim de aproveitar o potencial de cada um. Quando surgir oportunidade age de tal forma que todos os que deves comandar este- jam persuadidos que teu principal cuidado é preserva-los de toda desgraca. As tropas que fards avangar contra 0 inimigo devem ser como pedras atiradas em ovos. De ti até o inimigo, nao deve haver outra diferenca senao a do forte ao fraco, do cheio ao vazio. Sao as operacées chamadas “diretas” e “indiret: que tornam um exército capaz de deter o ata- que das forcas inimigas e nao ser derrotad Em batalha, deves usar geralmente operacdes “diretas” para fazer o inimigo engajar-se na luta eas operacées “indiretas” para conquistar a vi- téria. Em poucas palavras, a habilidade e a perfei- ¢4o do comando das tropas consistem no co- nhecimento das luzes e das trevas, do aparente edo secreto. E nesse conhecimento habil que habita toda a arte. Assim, 0 perito ao execu- tar o ataque “indireto” assemelha-se ao céu e as terras, cujos movimentos nunca sao alea- térios, sio como os rios e mares inexauriveis. Assemelham-se ao sol e a Iua, eles tem tempo para aparecer e tempo para desaparecer. Como as quatro estagées, ele passa, mas apenas para voltar outra vez. Nao ha mais que cinco notas fundamentais, mas, combinadas, produzem mais sons do que & possivel ouvir; nao ha mais que cinco cores primérias, mas, combinadas, produzem mais sombras e matizes do que é possivel ver; nao hé mais que cinco sabores, mas, combinados, pro- duzem mais gostos do que é posstvel saborear. Da mesma forma, para ganhar vantagem es- tratégica na batalha, nio ha mais que as ope- ragées “diretas” e “indiretas’, mas suas com- binagées so ilimitadas dando origem a uma infinddvel série de manobras. Essas forgas in- teragem, um método sempre conduz ao outro. Assemelham-se, na prdtica, a uma cadeia de operagées interligadas, como anéis miltiplos, ou como a roda em movimento, que nao se sabe onde comega e onde termina. Na arte militar, cada operacdo tem partes que exigem a luz do dia, e outras que pedem as trevas do segredo. Nao posso determiné-las de antemio. S6 as circunstancias podem dité-las. Opomos grandes blocos de pedra as corredei- ras que queremos represar, empregamos redes frageis e mitidas para capturar pequenos passa- ros, entretanto, o caudal rompe algumas vezes seus diques apés té-los minado aos poucos. Quando uma ave de rapina se abate sobre sua vitima, partindo-a em peda¢os, isso se deve a escolha do momento preciso. A qualidade da decisio é como a calculada arremetida de um falco, que lhe possibilita atacar e destruir sua vitima. Portanto, o bom combatente deve ser brutal no ataque e rapido na decisao. Embaralhada e turbulenta, a luta parece caé- tica. No tumulto de um combate pode parecer haver confusao, mas nao é bem assim, entre a confusio e 0 caos uma formagao de tropas pode parecer perdida e mesmo assim impe- netravel, sua disposigdo é na verdade circular € nao podem ser derrotadas. A confusio si- mulada requer uma disciplina perfeita, afinal, © caos estimulado se origina do controle, o

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