Questões Urbanas I, II, III, IV e V

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MATERIAL ONLINE URBANIZACAO © processo de urbanizagio no Brasil teve inicio ne século XX, a partir do processo de industrializacio, que Funcionau coma um dot principals Fatores para o deslocamento da populacio da area rural em dirego 3 rea urbana, Esse deslocamento, também chamado de éxedo rural, provocou a mudanga de um modelo agrério-exportador pora um modelo urbano~ Atualmente, mais de 80% da populagdo brasileira vive em areas utbanas, a que equivale 405 nivels de rbamizagio dos parses deservolvides, segundo 0 IBGE. Até 1950, 0 Brasil era um pais de populagio. predeminantemente, rural. As principais atividades econdmicas estavam associadas & exportagio de s agricolas, dentre eles o café. A partir do rniicio de processo industrial, em 1930, comecou a se criar no pais condigdes especifices para 0 aumento. do Sxodo rural. Alérn da industrializa também esteve eamento eampo-cidade, dois outros fatares, como a concentragio fundiéria e a mecanizagio do campo. dustrial. produ associado a esse desl Em 1940, apenas 31% da populagao brasileira vivia em cidades, Foi a partir de 1950 que 0 processo de urbanizagio se intensificou, pois com a industrialzago promovide por Getilio Vargas e Juscelino Kubitschek, jouve @ formacdo de um mercado interno integredo que atraiy milhares de pessoas para o Sudeste do pais, rego que possuia a maior infraestrutura e, consequentemente, aque cencentravao maior nimero de industrias. Taxa de urbanizagao brasileira | jeer 1540 1950 1960 1970 1990 1991 2000 2010 A partir de 1970, rmais da metade dos brasileiros ja se encontrave em dreas urbanas, onde a oferta de emorege ede servigos, como sade, educacaoe transporte, maiores. Em 60 anos, a populagio rural aumentou cerca de 12%, enquante que a populagio urbana passou de 13 milhdes. de habicantes para 138 milhdes, um aumento de mais de 1.000%. am DESIGUALDADES As desigualdedes econdmicas e a dificuldade de determinadas regiées em se inserirem na economia nacional possibilitaram a ocorréncia de uma urbanizago diferenciada em cada uma das regides brasileiras A regio Sudeste, por concentrar a maior parte das indistrias do pais, foi a que recebeu grandes fluxos migratérios vindos da rea rural, grincipelmente de regiio Nordeste. Ao analisarmos a tabelo a seguir, cobservamos que o Sudeste & a regido que apresenta as maicres taas de urbanizagio dos ikimes 70 anos, A partir de 1960, com 57%, foi a primeira regido a registrar uma supericridade de habitante a relagio a populace rural. na drea urbana em No regio Centro-Oeste, © processo de urbanizagdo teve_ como principal fator a construgiode Brasilia, em 1960, que etraiu milhares de trabalhadores, a maior parte deles vindos das regides Norte e Nordeste. Desde o final da década de 1960 e inicio da década de 1970, o Centro-Geste tornou-se a segunda regiéo mais urbanizada do pais. FERNANDA PESSOA 3422 | 4 spas [ar J 68 | 82.81 a 6241 18,04 67,79 A urbanizagSo na regio Sul foi lente até a década de 1970, em aro de suas caracteristicas econémicas de predcminio da propriedade familiar e dapolicultura, pois um nimero reduzido de trabalhadores rurais acabava migrande para as areas urbanas. A regio Nordeste é a que apresenta hoje a menor taxa de urbanizago no Brasil, Essa fraca urbanizagio esta apoiads no fato de que dessa regio partiram vérias correntes migratérias para 0 restante do pais e, além disso, 0 pecueno desenvolvimento econdmico das cidades nordestinas no ere caper de atrairasue propria populagdo rural. ‘At a década de 60, a Regio Norte era a segunda mais sizada do pals, porém a concentrago da economia do pais no Sudeste, ¢ 0 fluvo de migrantes dessa para outras regides, fez com que @ crescimenta relative da populacio urbana regional diminuisse. PROBLEMAS URBANOS O tipido & deserdenade proceso de urbanizacdo ocorride no Brasil ird trazer urna série de consequéncias, fe, em sua maior parte, negotives. A falta de planejamento urbane e de uma politica econdmica menos concentradora ird contribuir para a ccorréncia dos seguintes problemas: Favelizagio A Favelirogac € 0 proceso de surgimente ecrescimento, de niimerode favelas em uma dadacidade ou local. Trata~ se de um problema social, pois. tais moradias constituem-se a partir das contradiges econémicas, histéricas e socials, o que resulta na Formagio de casas sem planejamento minimo, oriundas de invasdes e ocupacdes invegulares. No entante, a6 contrério do que muitas pessoas smiaginac.a favela nie nase “de nada”, ou “da prequiga” gue as pessass possuem em procurar trabalho, ou “da ignoréncia” dela: er habitar zones irregulares de moradia, como os morres. E pracisa deixar de lado essa onda de preconceitos @ desinformagBes para que se passa realmente compreender a questa, A problemética da formacio de favelas no espaco da cidade esta diretamente ligada a dois principals Fatores: @ urbanizagao ¢ a industrializaga. A relagio entre a industralizagio ¢ a formagio de Favelas situa-se, principalmente, a partirda constituiggo doéxede sural, que &.a migrag3o em massa da populace do campo para a cidade. Esse fendmeno & decorrente dos processos de mecanizagio do meio rural e de concentraggo fundisria, cu seja, com 8 industrializaglo do campo, o homem foi substituide pela maquina e passou & residir e buscar emprego em éreas urbanas, ‘Alam disso, a industrislizagSo das grandes cidades também estd diretamente ligada a tal ecorréncia, Isso porque as pessoas ~ e isso ¢ muito evidente no Brasil = passaram a buscar maradia e melhores condicées de vida nas principais cidades do pais, aquelas com, maior industrialzagio, contribuindo para 2 sua répida rbanizagie € para a ocorréncia da macracefalia urbana. No por 8¢aso, a8 maiores cidades do Brasil $36 aquelas que apresentam © msier numero Favelas, como S80 Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Mas nao se engane: a formagao desse tipo de moradia nao & resultante do excesso de populagio, © sim de sua cancentragéo em fungdo de diversos fatores, além de ser uma consequéncia direta das. desigualdades econdmicas € historicas que se materializaram no processo de produgio do espago geografico. rennntxresson FERNANDA PESSOA Conforme infermagées divulgedas pelo Instituto Brasileiro de Geograha & Estatistica (IBGE), o Bras! js ultrapassou a marea de If milhdes de pessoas morando em favelas, o que & equivalente a cerca de 6% da populacdo total, um nimero superior & populagao total de Portugal. Desse contingente de pessoas, 80% delas so de regides metropolitanas, @ que nos ajuda a perceber como a urbanizagio est diretamente asseciada ao surgimento das favelas. A origem das favelas, além de estar associada industrialzac3o @ 3 urbanizacio. das sociedades, também 6 uma consequéncia histérica do processo de escravismo quemercou ahistériado Brasil Segundo uma pesquisa realizada pelo professor doutor em Geografia, Andreline Campos, 0 final do trafico negrero da eseravidia.estio diretamente associacos 8 formagio das primeiras ocupacdes irrepulares nos morros cariocas ‘Segundo aponta o pesquisador, os ex-escraves, além da populaciio mais pobre, passaram a habitar os morros por estes ficarem mais préximos de zonas que ofereciam vvagas no mercado de trabalho. Portanto, podemos dizer que 0 processo de favelizagio revela as consequéncias das desigualdades socicecondmicas que marcam a produgdo de espago e contribuem para a segregacdo urbana e cultural das classes menos abastadas de sociedade. Violéneia Urbana ‘A vicléncia urbana consiste em um tipo de violagdo da lei penal. Consiste na pritica de crimes diversos contra po:soas (assassinatos, roubos © soquestros), © contra o petrimdnio pablico, influenciando de forma negativa © convivia entre as pessoas e.4 qualidade de vida. Esse tipo de violencia manifesta-se particularmente nas grandes eidades, porém no $8 nelas. Um dos principais Facores que gore a woléncia urbana © crescimento acelecado e desordenado dos cidades Come consequéncia, surgem graves problemas socisis como fore, iiséria, desemprego, subemprego © marginalizae’o, que associados & ineficiéncia das polticas publicas @ de seguranga contribuem para o aumente dos atos de violéncia ORANKING DA VIOLENCIA FERNANDA PESSOA Osestadas com maiores indices de eriminalidade do Brasil (o quadra mostra o numero OBrasilacupao 3° lugar num ranking de homicidios de criangas entre 85 nagdes 10.520 criangas eadolescentes ‘$40 mortos no Pais, umamédia de 29 casos por dia absoluta de assassinatos e a relardo de mortos por 100 mil habitantes) SRBSeREaER Violéncia urbana no Brasil A violéncia se manifesta por meio do abuso da forga, da tirania, ds opressio. Ocorre do constrangimento exercide sobre alguma pessoa para obrigé-la a Fazer ou deixar de fazer um ata qualquer. Um dos maiores problemas urbanos de Brasil é a violércia, visto que o pals apresenta altos indices de criminalidade A violencia urbana é um fendmeno presente em varias cidades brasileires, afetando, portanto, uma grende ciedade nacional parcelada Todavia engana-se quem acredita que © Fendmeno da violencia urbana estd restrito aos grandes centros. Esse problema pode ser observado também om pequenos centres urbanos, em todo 0 pals, onde ecentermente as manchetes dos jornais mostram um aumento no niimero de assaltos, homicidios @ outros atos de violénc’ O que causa tanta violéncia? As causes do aumente da violencia no Brasil sto complenas € envolvem questdes socioecondmicas, demogréficas, culturais e politicas. A pobreza e a desigualdade social s30 comumente apontadas como fatores que estimul ia @ a criminalidade, De fi ides carentes s3o aliciados por trafic vida. Porée, a reduc le pobre no foi acompanhada de semelhante queda nos indices de eriminalidade, Na altima década, 40. mi 0, jovens que ne uma o es de de falhar nos fatores ives ~ fornecer educagao, carentes ~, 6 Estado também falha na repressio 20 me orgonizado. As policias civil e militar no Brasil s80 mal remuneradas ¢ conhecidas pela corrupgao & truculéneia, ‘A violencia policial ne pals & constantemente alvo de dendncias par entidades coma a Anistia Internacional, em casos emblematicos como os massacres do Carandiru (1992) e de Candeléria e do Vigario Geral (1993) Por outro lado, o sist pencidrie, contribuir para a recuperegéa de criminosos, se foco de mais violéncia e criminalidade, em cadeias € presidios superlotados, Dades do Governo Federal apontam que, entre 1995 e 2005, a populacio carceréria cresceu 143,91%, passando de 148 mil pa 361 mil presos. De 2005 2 2009, o crescimento Fo de 31,05%, chegando a 474 mill detentos. Hoje, hi um 195 mil vagas no sistema pris leiro. que (Conselho Nacional de Justig 5 processos que tramitaram nos (63 milhdes) encerrar a), de 90 milhd iburais em 201 solugdo, ou seja, beram sentencas urocracia, ser Poluigie A poluigdo nos centros urbanos torncu-se uma das problematicas mais evidentes a serem enfrentadas nas esferas da qualidade de vida das cidades e também na preservag3o do meio natural, AA clevada emissio de poluentes tdxicos na atmosfera, além da dogradaclo de recursos naturais floestais ¢ hidricos, constitut alguns dos principais desaios a serem superadas. Nesse sentido, podemos elenear trés tipes principals de poluigio urbana a serem combatides ou reduridos a paluigdo do ar, a poluigo hidrica e a poluigdo & depradacae dos solos. Poluigie do ar nas cidades A poluigs do at & um dos principals apravantes para a reducio da qualidade de vida em muitas cidades do planeta, € is inclui até mesmo os centros urbanos de paises desenvolvidos. A cidade de Paris, par exemplo, decretou, em margo de 2015, aimplantagao temporaria de um sistema de redizio de carros em funcio da paluigdo atmosférica para alm dos limites aceitiveis Problomas semelhantes reproduzem-se om inumeras outras grandes capitais do mundo. No Brasil, as metrOpoles e grandes capitas tambérn passam pelos mesmos problemas. No cidade de So Paulo, segunda estimatives realzadas por ONGs ambientais, existem 20% mais chances de se sofrer de incer de pulmo em comparagio cam espagos menos paluides. Tudo isso causado pelo excesso de veiculas, indistrias @ outros elementos socias que emitem uma grande quantidade de poluentes téxicos para a atmosfera Poluigio hidrica nas cidades: A poluigdo das dgues, sobretudo dos cursos fuviais, corre de varias formas. Uma delas é a excessiva paluigéo e ma destinagie de ixo no espage Fisico da propria cidade, que necessariamente integra uma bacia FERNANDA PESSOA hidragrdfica em especifice. Assim, em tempos de chuva, todo 0 line acumulado nas ruas e calgadas & escoado em diragio ao curso de algum rio, que se torna inutilizavel. Alam disso, a falta de estrutuca ov 0 planejamento incorreto no destino de residues sélidos também intensificam o problema, As redes de esgoto, muitas vezes, no contam com estagdes de destine ¢ tratamente da agua, depositands todo o material em grandes rios © até nos mares, no caso das cidades litoraneas. Isso, alm de comprometer a disponibilidade de Sgua potével, prejudica a preservagto de espécies animais € dos ccossistemas. Destaca-se, também, nesse contexto, o descarte direto de lixo de maneira irregular no leite- dos cursos d'agua, © que perpassa por uma mé conscigncia individual e coletiva de populagdo © também por uma politica frégil de Fiscalzacio e preservagio dos recursos naturas em muitos municipios. Enchentes ‘Muites rios formam aquilo que chamames de planicies de inundagio. Esses cursos dguadispdem de uma dres nos limites de suas margens para as quals extravesam a sua vazio durante alguns periodas de fortes chuvas. ‘© problema é que, gracas & expansio urbana acelerada, algumas dessas dreas de inundacio s3o erroneamente cecupades, causando inundagSes que chogam a deixar boirros inteiros emboixo dagua. ae singe mormaat ame Pedemos perceber, entio, que a questio das enchentes e inundacdes nos centros urbanas éum tipico caso de uma manifestag3o natural que & intensificada pela aglo humana e pela forma com que ecorre 0 processo de uso e ocupagao do espage geogréfico, pois além das causes naturais, a elevagic do volume do leito dos rios pode ser intensificada por acdes como a impermeabilizago do solo. Apés as precipitagSes, as aguas podem seguir trs diregSes principais: para cima (quende eveporam), para baixo (quando infitram) e@ horizontalmente (escoamento superficial). Quande as chuvas S86 muito intensas € 8 urnidade é elevada, praticamente nio ha evaporagao €, com a impermeabilizagao dos solos (com asfaltos e calgadas), as enxurradas tendem a aumentar eintensificar 0 poder das enchentes. O problema da pavimentagio das ruas e a cimentagio de quintais ecalcadas poderie ser atenuado pele correta instalagSo de sistemas de drenagam, que $36 meios para -judar a conter ou a escoar-o curso das enxurradas por meio de “bocas de lobo”, ‘piseines” ou dutos para evar 0 excesso de gua pare outra localidade. No entanto, ‘quando esses sistemas sao ineficientesemalconstruidos ~ geralmente por falta, desvio ou supefaruramento da vveiba pablica -, ocorrem graves problemas nas épocas dechuva. Para piorar a situacdo, muitas veres esses sistemas de drenagem s80 prejudicados pelo excesso dé lixo descartads de maneira incorvets, poluinds as cidades & -entupindo valas que teriam a Fungo de acumular Sgua, em vez de residues sdlidos. A consequéncia é a elevagao cdo nivel das dguas além do esperade. MOBILIDADE URBANA Todo inicio de ano @ situaglo se repete: diversos governas estaduais ¢ prefeituras decidem aumentar 5 tarifas de Snibus e metyd para tentar equilbrer as ccontas poblicas. Por sua vez, 8 populacio, que j sofre com a precariedade de transporte publica, é obrigada a devembolsar parte substancial de seu salirie para se locomover diariamente de casa para o trabalho Nos iltimos anos, porém, o reajuste das tarifas vem provocando reagSes populares. O Movimento Passe Live (MPL), que revindica a gratuidade no transporte FERNANDA PESSOA piblico, liderou algumas dessas manifestagdes recentes No ano de 2017, em Sto Paulo, o aumento das tarifos da integracio de énibus e trilhes foi contestado judicialmente, © © governedor Geraldo Alekimin Fai obrigado a suspender o reajuste. Esses opisddios mostram como as quests rolativas 3 mobilidade urbana motivaram a sociedade dos grandes centres, que passa a pressionar cada vez mais 0 poder pilblico para melhorar a oferta de transporte. Nos metrépoles brasileicas, 0 dieeito de ir € wir é prejudicado devido 4 falta de planejamento e 4 proridade que foi dade ac autamével durante muito tempo. As vias pilblicas no garantem Fluides para todos as veiculos, o que torna a mobilidade um problema para milhdes de pessoas dianemente Automéveis x transporte piblico A inexisténcia de urna politica clara @ continua de transporte publica levou a umn seevigo caro € de baina qualidade. Cnibus em nimero insuficiente realzam percursos demorados, © que implica em suparlotagao & grande espera nos pontos de parada. Além disso, nlc houve investimento.em transporte ferrovigrioyenquanto ‘o matrovidria fo: construido tardiamente. Sao poucas as capitais brosileiras que dispdemde linhas de meted. Coma resultado, tivemos uma explosio no uso de automéveis, © que afetou a qualidade de vida nas metrépoles, Alm — do aumento da poluiggo, esse fator impactou no tempo gasto ne transito ¢ no niimero de acidentes. De acordo a Organizagio Mundial da Saide (OMS), apenas em 2013, mais de At mil pessoas perderam a vida nas estradas € ans ruas brasileiras. Desde 2009, © niimera de acidentes de trinsite ne pais deu um salte de 19 por 100 ri habitantes pera 23,4 por 100 mil habitantes, o maior registro na América de Sul, Para 0 transite melhorar Urbanistas apontamn que, para ssa situacde mudar, preciso melhorar a qualidade do transporte publica, restringir 0 usa excessivo do automével e integrar os diferentes sistemas, interligando Gnibus, metrd, trens de superficie, cielovias ¢ dregs para estacionar bicicletas, motocicletas e carros. Algumas cidades brasileiras vém investinds nessas FERNANGAPESSON mudangas. A maior metrépole do pais, Séo Paulo, par exemple, conta com 481,2 quilémetros de faixas exclusives para énibus, além de corredores, e 381 quilémetros de malha cielovidria, de medo a incentivara redugio do uso de carros. A prefeitura da capital paulista também instituiu, desde julho de 2015, a redug3o de welocidade em importantes vias, como nas marginais Tieté e Pinheiros, A ideia é melhorar a fluider do transite @ diminuir © ndmero de acidentes. Essa medida, em particular, esta sendo revista pela nova administragie paulistana Alam dessas agdes, especialistas apontam outras sugestées para melhorar o transi Pedigio urbano Cobranca de uma taxa dos carros que circulam nas regSes centrais do cidade, medida que jd adotada em Londres (Reino Unido) ¢ Estocolme (Suécia), A proposta foi apresentada em 2010 na Camara Municipal de S30 Paulo, mas acabeu sendo arquivada ‘Carona solidari: Uso compartilhado de um automével por duas ou mais pessoas que fazem um trajeto comum, Empresas d30 beneficios {comovagaem estacionamento) aos usuarios, ¢ elgumas prefeituras, come S80 Bemardo do Campo e Sorocaba (SP), j8 contam com programas do tipo para seus Funcionsrios. Reorganizagio de erpago Plangjamentos urbanos que aproximem as pessoas de seus locais de trabalho, estudo e lazer de modo a reduzir a necessidade de grandes deslocamentos. Inclui o canceite de cidade compacta, que concentra moradia, Comércio e servigos em uma mesma drea Ampliagie-de reditio de veicules Aumento da restrigio da circulagie de autaméveis em determinades locais, dias e hordrios, de acordo com as placas dos veiculos. AA medida foi adotada em So Paulo, ‘em 1997, Mas, segundo especialistas, seus efeitos para.a diminuigo de transito j@ seriam nulos hoje em dia Restrigio de trifege e estecionamento Determinados veiculos, como caminhdes, nia podem circular em ecertas vias em hordres especificos. z g 7 5 FERNANDA PESSOA Automéveis contam com menos. vagas para parar em ‘was pablicas, e 2s tarifas de estacionammente Ream mais cares. O QUE EO DIREITOA CIDADE? ‘Ao longe dos iltimos anos ter havide muitos protestos © movimentos socials sob o slogan ‘direito & cidade’ - desde moradores de conjuntos habitacionsis em New Gleans, que desejam récuperer seus bairras antigos, a berlinenses lutando contra a demoligo da dktima parte restante do muro de Berlm para a construcio de apartamentos de luxe. Ou no Rio de Janeiro, com as lutas de moradores resistindo as remagées para as preparagies para a Copa de Mundo de ane que vem @ das Olimgiadas de 2016. Essas questées concernem a0 direito a cidade. Mas 0 que essa frase realmente significa? © que é esse “direita’? Todas tém direito a tal? Por que é importante? Acrigem daideia © conceito foi desenvalvido pelo socidlogo francés Henri Lefebvre fem seu livea de 168, le circit Ele define © direito 8 cidade como um direite de no exclusio da sociedade urbana das qualidades e beneficics da vide urbana, Na texto, Lefebvre escreve sobre a segregagio socioecondmica e seu Fendmeno de afastamento. Elerefere- sea “tragédia dos *, pessoas forcadas 2 viver em guetos residencisis lange do centro da cidade, Perante esse cenério, ele exige @ direito 3 cidade come uma recuperacio coletiva do espaco urbane por grupas marginalizados que vive nos, distritos periféricosda cidade. Na décadade90, as idéias, de Lefebwres foram retomadas nas areas de geografia e planejamento urbano, ee tornaram ¢ slogan de muitos movimentes socieis Hoje, a cidade centrada no mercado & foco, 0 que inclui novos métodes de produgio € novas fermas de sepregagio e exclusio. Ha uma auséncia de participagso na Formacao da cidade poraqueles oe 4&4 que foram exeluides de desenvahimente econémico, para aqueles que foram deslocados por meio de ‘gentrificagio ou para equeles que esto sofrendo. com paliticas de imigracdo excludentes. Os teéricas socials David Harvey © Margit Mayer delinearam a demanda por direite a cidade como uma espécie de pedide para todas as pessoas que vivem na cidade. De acorda. com Harvey: “O direito & cidade Emnuite mais do que a liberdade individual para acessar os recursos urbanos: & direito de mudara nds mesmos, mudando a cidade. Alidés, com frequéncia, no se tratade um direite individual, uma vez que essa transformagao depende, inevitavelmente, do exercicio-de um poder eoletive para remodelar os processos de urbanizagéo. A liberdade de criae @ recriar noses cidades e ands mesmos é, eu quero argumentar, um dos mais preciosos & dos mais agligenciado dos nossos direitos humanos* O direito & cidade nao é para ser entendido como um direito legal individual. Muitas vezes, € visto come uma utopia social e como reivindicacdes coletivas inspiradas vem ideias e sugestdes de movimentos socials para um, mundo melhor. Esse é um slogan para es movmentes em tado o mundo, que lutam contra as manifestagaesde ‘nuitas cidades modernas,ern que osprocessosesenvigos pilblicos foram privatizados e onde o desenvalvimento & impulsionado principalmente, se nao exclusvamente, par empresas e mercades. Gihan Perera, co-fundador do Fight ro the City Alliance, desereve-0 como: “O dircito 4 cidade & sobre © poder para a classe trebalhadora, para as pessoas de cor, para os imigrantes, 08 jovens € para todos os outres eomprometides com uma sociedade verdadeiramente democritica, Uma sociedade onde todos 05 habitantes da cidade tm 6 poder de moldar as decisdes.¢ as condigdes que afetam nossas vidas. Lutamos por melhorias concretas que resultam em comunidades mais fortes e um melhor ‘estado de ser para os nossos amigos, familiares e para o Futuro dos nossos filhos. Nossas organizacdes defendem campanhas para a oor de Fabiaso, educagao, transporte e emprego. Lutamos por uma comunidade segura seguranca, sustentabilidade do bairro, justica ambiental ¢ direito 4 cultura, celebragdo, descanso e -espacos piblicos. Esses slo os resultados relevantes, ‘das nossas lutas para ter de volta a cidade. Esses so 0s ~objetivos que emolduram o direito 3 cidade” No Brasil, o Estatuto da Cidade de 200i insereveu 0 direito 3 cidade na lei federal, No entanto, no contexto das répidas transformagdes em curse. ne Rio ‘em preparag3o para a Copa do Mundo de 201d © as FERNANDA PESSOA Olimpiadas de 2016, ea falta de participag3o piblica nessas transformagdes, o direito coletive d cidade estd seriamente comprometido. Os moradores de favelas sto especialmente afetados, cam milhares de pessoas enfrentando a ameaca de remog30, passando por remogio ou que jé foram removidos de suas casas, Em protestos e debates por toda a cidade, os moradores do Rio esto. questionande até-que ponto a sua cidade est sendo modelada semeles e para.os outros. ANDA PESSOA | Eitan jets nessa: UR SO ANDA PESSOA ‘TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. inves

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