1 - Tensao

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1.1. INTRODUCAO Tanto a andlise quanto o projeto de uma dada estrutura envolyem a determinagio das tensdes e deformagées. Este primeiro capitulo é dedicado ao conceito-de-tensdo. 1.2, UM BREVE EXAME DOS METODOS DA ESTATICA Considere a estrutura mostrada na Fig. 1.1, projetada para suportar uma carga de 30 kN. Eia consiste em uma barra AB com uma secao transversal retangular de 4=20mm ‘60mm |} ee 30 kN Fig. 1.1 30_X 50 mm e uma barra BC com uma secio transversal circular com diametro de 20 mm. As duas barras estiio conectadas por um pino em B e sio suportadas por pinos e suportes em A e C, respectivamente. Nosso primeiro passo sera tragar um diagrama de corpo livre da estrutura, separando-a de seus suportes em Ae Ce mostrando as reacées que esses suportes exercem na estrutura (Fig. 1.2). Escrevemos as trés equacies de equilfbrio a seguir: +h 2 Me =0: A,(0,6 m) — (30 KN)(0,8 m) = 0 Ay = +40 kN dl) 4.5 F, = 0: A,+C,=0 ; Ce = —40 KN (12) +1 F, = 0: A, + C, — 30KN = 0 A, + C, = +30KN (1.3) ; a 30 EN 30 kN Fig. 1.2 Fig. 1.3 Encontramos duas das quatro incégnitas, mas nfio podemos determinar as outras duas a partir dessas eqitagbes, € no pode ser obtida nenhuma equagao indepen dente adicional a partir do diagrama de corpo livre da estrutura. Precisamos agora desmembrar a estrutura. Considerando o diagrama de corpo livre da barra AB (Fig. 1.3), escrevemos a seguinte equagao de equilibrio: +53 My = 0: -A08m)=0 A,=0 (14) Substituindo A, de (1.4) em (1.3), obtemos C, = +30 KN. Expressando os re- sultados ‘obtidos para as reacdes em A e C na forma vetorial, temos A=40KN> C, = 40kN<,C, = 30kNT Notamos que a reagiio em A é dirigida ao longo do eixo da barra AB e causa compressaio naquela componente. Observando que as componentes Cye C, da reagio em C so, respectivamente, proporcionais as componentes horizontal & vertical da distancia de Ba C, conclufmos que a reagio em C € igual a 50 kN, € dirigida ao longo do eixo da barra BC, e provoca tragao naquela componente. 1.3. TENSOES NOS ELEMENTOS DE UMA ESTRUTURA _Embora os resultados obtidos na segdo anterior representem uma primeira e necessaria etapa na andlise da estrutura apresentada, cles nao nos dizem se aquela carga pode ser suportada com seguranga. Se a barra BC, por exemplo, vai se que- brar ou nfo sob essa carga, depende nado somente do valor encontrado para a forga interna Fz¢, mas também da drea da segdo transversal da barra e do mate- rial do qual ela é feita. A forga por unidade de Area, ou intensidade das forgas distribuidas sobre uma dada segao, € chamada de tens&o naquela segio ¢ € representada pela letra grega o (sigma). A tensio em uma componente de rea de secio transversal A submetida a uma carga axial P (Fig. 1.8),¢ obtida dividindo-se 0 valor da carga P pela area A: o=— (1.5) Sera usado um sinal positivo para indicar uma tensao de tragao (componente sob tragfio) ¢ um sinal negativo para indicar tensdo de compressiio (componen- te em compressao). Fig. 1.8 Como nessa discussio sfo usadas as unidades métricas do Sistema Interna- cional (SI), com P expressa em newtons (N) e A em metros quadrados (m’), a tensiio o sera expressa em N/m”, Essa unidade é chamada de pascai (Pa). No entanto, considerando-se que 0 pascal é um valor extremamente pequeno, na prética deverao ser usados miltiplos dessa unidade, ou seja, 0 quilopascal (kPa), © megapascal (MPa) e 0 gigapascal (GPa). Temos 1 kPa = 10° Pa = 10° N/m? 1 MPa = 10°Pa = 10° N/m? 1 GPa = 10° Pa = 10° N/m? 1.4. ANALISE E PROJETO Considerando novamente a estrutura da Fig. 1.1, vamos supor que a barra BC seja feita de ago com uma tenso méxima admissivel cagm= 165 MPa. A barra BC pode suportar com seguranca a carga & qual ela esta submetida? O valor da forga ye na barra j4 foi calculada como 50 KN. Lembrando que o diame- tro da haste € 20 mm, usamos a Equagio (1.5) para determinar a tensao criada “na haste pela carga. Temos P = Fy = +50 KN = +50 X 10°N Azat=al2e pny = r= ol +50 X 10°N 314 x 106m (10 X 10-3 my? = 314 X 10°? = +159 x 10°Pa = +159 MPa Bie o=-= A Como 0 valor obtido para o é menor do que 0 valor da tensdo admissfvel do aco utilizado oy4ms Concluimos que a barra BC pode suportar seguramente a carga A qual ela est4 submetida. O papel do engenheiro nao esta limitado a andlise das estruturas ¢ méaquinas existentes sujeitas a uma dada condigio da carga. Mais importante ainda para 0 engenheiro € 0 projeto de novas estruturas e méquinas, ou seja, a selegdo de com- ponentes apropriadas para executar uma tarefa, Como exemplo de projeto, va- mos voltar & estrutura da Fig. 1.1 e supor que ser4 usado 0 aluminio, que tem uma tensdo admissivel oj, = 100 MPa. Como a forga na barra BC ainda sera P = Fyc = 50 KN sob a carga dada, devemos ter entiio, da Equagao (1.5), P 50 X 10°N 5 An = = 500 X 10-6 m’ ~ 100 X 10° Pa Fadm ~ 4 e,como A = 77, aeons r= A= (Mrs - 12,62 x 103m = 12,62 mm TT T d= 2r = 25,2 mm Conclufmos que uma barra de alumfnio com 26 mm ou mais de didmetro sera adequada. 1.5. CARGA AXIAL E TENSAO NORMAL Conforme jd indicamos, a componente BC do exemplo considerado na segao anterior é uma barra simples e, portanto, as forgas Fg ¢ F’ gc atuando em suas extremidades B e C (Fig. 1.5) esto dirigidas ao longo do eixo da componente BC. Dizemos que a componente esta sob carga axial. Fan Fig. 1.5 Retornando a barra BC da Fig. lembramos que o corte que tragamos através da segdo da barra para determinar a forga interna na barra e a tensdo cor- respondente era perpendicular ao eixo da barra; a forca interna era portanto normal ao plano da segao (Fig. 1.7) e a tensio correspondente é deserita como tensdo normal. Assim, a férmula (1.5) nos dé a tenséo normal em uma compo- nente sob carga axial: Apa A (1.5) Frc on fac Fig. 1.7 4.6. TENSAO DE CISALHAMENTO As forcas internas e as tensdes correspondentes: discutidas nas Segées 1.2 e 1.3 eram normais a seciio considerada. Um tipo muito diferente de tensiio € obtido quando forgas transversais P P’ sao aplicadas 8 componente AB (Fig. 1.15). Passando um corte na seg&o transversal C entre os pontos de aplicacdo das duas foreas (Fig. 1.16a), obtemos 0 diagrama da parte AC mostrada na Fig. 1.165. Conelufmos que devem existir forgas internas no plano da segao, e que a resul- tante dessas for¢as ¢ igual a P. Essas forgas internas elementares sio chamadas de forcas de cisalhamento, e a intensidade P de sua resultante €aforca cortante na seco. Dividindo a forga cortante P pela area A da segao transversal, obtemos a tensdo média de cisalhamento na seco. Indicando a tensdo de cisalhamento pela letra grega 7 (tau), escrevemos TP Tinea (1.8) (a) (b) Fig. 1.15 Fig. 1.16 Tensdes de cisalhamento sio encontradas comumente em parafusos, pinos e rebites usados para conectar varios componentes estruturais e de maquinas (Fig. 1.17). Considere as duas placas A e B, conectadas por um parafuso CD (Fig. 1.18). Se as placas estiverem submetidas a forcas de tragao de intensidade F, serio desenvolyidas tenses na se¢io do parafuso correspondendo ao plano EE’. Desenhando os diagramas do parafuso e da parte localizada acima do plano EE! (Fig. 1.19), concluimos que a forga cortante P na segdo é igual a F. A ten- sao de cisalhamento média na secio é obtida de acordo com a formula (1.8), dividindo-se a fora cortante P = F pela drea A da segio transversal: ala (1.9) Ein 440 Fig. 4.17 Vista em corte de uma conexéio by com um parafuso em cisalhamento. Fig. 1.19 Dizemos que o parafuso que icabamos i> considerar encontra-se em cisa- thamento simples. No entanto, podem ocorrer diferentes situagées de carga. Por exemplo, se forem usadas chapas de ligaciio C e D para conectar as placas A & B (Fig. 1.20), o cisalhamento ocorrer4 no parafuso HJ em cada um dos dois planos KK’ e LL’ (e similarmente no parafuso EG). Dizemos que os parafusos estio na condiciio de cisalhamento duplo. Para determinar a tensio de cisa- Ihamento média em cada plano, desenhamos os diagramas de corpo livre do pa- rafuso HJ e da parte do parafuso localizada entre os dois planos (Fig. 1.21). Observando que a forga cortante P em cada uma das segdes é P = F/2, con- cluimos que a tensao média de cisalhamento € (1.10) —r » x_n x, — —B — L Lt G 7 i 0) Fig. 1.20 Fig. 1.21 1.7. TENSAO DE ESMAGAMENTO EM CONEXOES Parafusos, pinos e rebites criam tensGes nos componentes aos quais eles se conectam, ao longo da superficie de esmagamento, ou superficie de contato. Por exemplo, considere novamente as duas placas A e B conectadas por um para- fuso CD que discutimos na seco anterior (Fig. 1.18). O parafuso exerce na placa A uma forca P igual e oposta a forga F exercida pela placa no parafuso (Fig. 1.22). A fora P representa a resultante das forgas elementares distribui- das na superficie interna de um meio-cilindro de diametro d e de comprimento f igual a espessura da placa. Como a distribuigao dessas forcas e as tensdes cor- respondentes é muito complicada, usa-se na pratica um valor nominal médio o, para a tensfio, chamado de fénsdo de esmagamento, obtido dividindo-se a carga P pela 4rea do retingulo que representa a projecdo do parafuso sobre a segao da placa (Fig. 1.23). Como essa area igual a id, onde 1 é espessura da placa e do diametro do parafuso, temos P ig C.D, Fig. 1.22 Fig. 1.23, no Saye Rac = KON Gs mde dibette Far 162% aoum Fae-2N eae me sda jess OE, Feats ggagsth Sn de w PROBLEMA RESOLVIDO 1.1 [No suporte mostrado na figura, a parte superior do membro ABC tem 9.5 mm de espessura € as partes inferiores tem 6.4 mm de expessura cada ‘uma. £ usada resina epsxi para unir ax partes superior ¢ inferior em 8. O ppino em A tem 9.5 mm de didmetro 0 pino usado em C tem 6,¢ mm de dimetro, Determine (a) a tensdo de cisalbamento no pino A, (b) a tenstio de cisathamento no pino C, (¢) 4 maior tensde normal no membro ABC, (@ atensso de cisathamento média nas superficie coladas em B, (¢) ten- so de esmagamento no membro em C, soLUGAO (Compo Livre: Todo. Suparte, Como 0 membro ABC € uma bara sim- piles, a reagio em A é vertical; a rear3o em D € represeniada por seus eom- ponentes D, eB, Escrevemos (2200 N)(380 mm) ~ Fye(250 mam) = 0 Fe = BAN tapi 45 IMy = 0: Fae +3344N Teno de Cheaitament no Pine A. Como este pian tem 95 mm de ditty ¢ est ach csahamento simples, esceveros, Fe__u_ un eee A kOSmaf Doe OME th Tenslio de Cisathamento so Pine C, Como este ¢ um pino de 6.4 mm de didmetro ¢ esti sob cisalhamento duplo, escrevemos Be, tern, tlt A” Te(64mmy Malor Teno Normal no meaeo AJC. A muir tendo &encon- trada onde a érea é menor, isso corre na segdo transversal A onde esti lo- calizade © furo de 9,5 mum. Temos: saan (9.5 mm)(30 mm no te big eit | aad EN jSmm)~ 1947Smm? 6% o, = 172 MPa @ fac a 4 Tens de Cisaihamento Mest em 1. Notamos que existe Figo ‘em ambon os lads da parte superior domembro ABC «que a forya de cisalhar ‘memo em cada ldo € F) = G34 NY2 = 16T2N. A tensbo de cisalhamento sncaia em coda superficie € entbo o afta ln. Mls "A > GO mmX45 mm) \25> at <, Tensio de Esmagaments no Membro AIC em ¢ Para cada parte o vineulo, F, = 1672 Ne a rea de contato nominal & (64 rm) (6:4 ram) = 40.96 min’, Fi, _192N__ fa! *f°aee = a, = 403 MPa “ saga PROBLEMA RESOLVIDO 1.2 ‘A barra de ligacdo de ago mostrada na figura deve suportar uma forca de tragao de intensidade P = 120 kN quando € rebitada entre suportes du- plos em A eB. A barra seré feita « partir de uma chapa de 20 mm de es- essura. Para aclasse do aco a ser usado, as tensdes méximas admissiveis sc: ¢ = 175 MPa, r = 100 MPa, c, = 350 MPa. Projete a barra deter- minancio os valores necessérios de (a) o diimetro d do parafuso. (b) a mensio b em cada extremidade da barra, (c) 2 dimensio h da barra. SOLUGAO @. Difimetro do Parafuse. Como 0 parafuso esta sob cisalhamento duplo, F, = 3P = GOKN. 2 3 % 3 kN a 100 MPa 4=27.6mm >. | 5 Usaremos = 28 mm Neste ponto verificames a tensdo de esmagamento entre a chapa de 20 mum de espessura e o parafuso com 28 mm de dilimetro. Pp 120kN = je Gam moO a) ~2MPs <350MPa OK b. Dimensio b em Cada Exiremidade da Barra. Vamos considerar uma das partes extremas da barra, Lembrando que a espessura da chapa de aco €1 = 20 mm e que 2 tensio de trac3o média nao deve exceder 175 MPa, escrevemos, ip 60KN z 175 MPa = Gio sys 1.4mm = d+ 2 = 28 mm + 2(17,14mm) b= 623mm 4 . Dimensio ft da Barra. Lembrando que a espessura da chapa de aco 1 = 20 mm, temos 20 KN = ISMP= Googe hE am 4 | 35mm 4 | | | 1.13. CONSIDERACOES DE PROJETO Nas segGes anteriores voc€ aprendeu a determinar as tensGes em barras, para fusos e pinos sob condigées simples de carregamento. Nos préximos capitulos vocé aprendera a determinar tenses em situagdes mais complexas. No entanto, em aplicagdes de engenharia, a determinacao das tensdes raramente € 0 objetivo final. Ao contrario, 0 conceito de tenses € usado pelos engenheiros como auxilio na sua mais importante tarefa, ou seja, 0 projeto de estruturas e maquinas que executardio determinada fungiio com seguranga e economia. a. Determinag&o do Limite de Resisténcia de um Material. Um elemento importante a ser considerado por um projetista € como o material se~ lecionado se comportaré sob um carregamento. Para um dado material, isso € \Geterminado executando-se testes especificos em corpos de prova preparados com aquele material. Por exemplo, um corpo de prova de ago pode ser preparado = colocado em uma maquina de ensaio de laboratério para ser submetido a forga ‘exial de trago centrada conhecida, conforme descrito na Secio 2.3. A medida lem que se aumenta a intensidade da forga, sio medidas varias alteracdes no leerpo de prova, por exemplo, alteragdes em seu comprimento e diametro. Eyen- ‘sualmente pode-se atingir a maxima forga a ser aplicada ao corpo de prova € [este se rompe ou comega a suportar menos carga. Essa forga maxima é chama- \@: de carga-limite do corpo de prova e € chamada de P,. Como a carga apli- [esda € centrada, podemos dividir o valor da carga-limite pela érea da segio inal da barra para obter 0 limite da tenséio normal do material [Bansversal orig |Beado. Essa tensio, também conhecida como limite de resisténcia d tragao do immaterial, é | Pu (1.23) ey ns vA Carga Admissivel e Tenséo Admissivel; Coeficiente de Segu- . A carga maxima que um elemento estrutural ou um componente de nina podera suportar sob condigées normais de utilizagiio é consideravel- ie menor do que o valor da carga-limite. Essa carga menor € conhecida carga admissivel e, as vezes, como carga de trabalho ou carga de pro- . Somente uma fragao do limite da capacidade de carga do elemento € uti- quando aplicada A carga admissivel. A parte restante da capacidade de do elemento é mantida na reserva para garantir seu desempenho com se- ca. A relagiio entre a carga-limite e 2 carga admissivel é usada para definir coeficiente de seguranca.* Temos Coeficiente de seguranca = C.S. = (1.24) carga admissivel mm definicAo alternativa do coeficiente de seguranga é baseada no uso de ten- limite de tensaio Coeficiente de seguranga = C.S. = (1.25) oF tensao admissivel c. Selecdo de um Coe! inte de Seguranga Apropriado. A selecio do coeficiente de seguranga a ser usado para varias aplicagdes € uma das mais importantes tarefas da engenharia. Por um lado, se for escolhido um coeficiente de seguranga muito pequeno, a possibilidade de falha toma-se grande e ina- ceitével; por outro lado, se for escolhido um coeficiente de seguranga desneces- sariamente grande, o resultado é um projeto antieconémico e nao funcional. A escotha do coeficiente de seguranga apropriado para uma aplicagio requer senso de engenharia baseado em muitas consideragdes, como as seguintes: 1. Variagdes que podem ocorrer nas propriedades do elemento sob con- sideragGo. A compo: sisténcia e dimensdes do elemento estiio todas sujeitas a pequenas variacdes durante a fabricagio. Além disso, as propriedades do material podem ser alteradas e tensGes residuz troduzidas com 0 aquecimento ou deformagao que pode ocorrer du- rante a fabricag&o, armazenagem, transporte ou construgao. 2. Oniimero de cargas que podem ser esperadas durante a vida da es- trutura ou mdquina. Para a maioria dos materiais, a tensio-limite diminui A medida em que o ntimero de operagdes de carga aumenta. Esse fendmeno € conhecido como fadiga e, se for ignorado, pode re- sultar em falha stibita (veja a Segiio 2.7). y O tipo de carregamento planejado para 0 projeto, ou que pode ocorrer no fitturo. Poucas sao as cargas que podem ser conhecidas com exatidéo total maioria das cargas de projeto s&o estimativas de engenharia. Além disso, alteragdes futuras ou mudangas no uso podem introduzir alteragdes na carga real. Coeficientes de seguranca maiores sao também necessarios para carregamentos dindmicos, ciclicos, ou impulsivos. 7. O tipo de fatha que pode ocorrer. Materiais frageis falham subitamente, em geral sem uma indicagdo prévia de que 0 colapso ¢ iminente. Por outro lado, materiais dticteis, por exemplo o ago usado em estruturas, normalmente passam por uma deformacao substancial chamada de es- coamento antes de falhar, proporcionando assim um aviso de que exis- te sobrecarga. No entanto, a maioria das falhas por flambagem ou por estabilidade so stibitas, seja o material fragil ou nao. Quando existe a possibilidade de falha stibita, deverd ser usado um coeficiente de se- guranca maior do que 0 utilizado quando a falha é precedida por sinais Obyios de aviso. Incerteza em virtude de métodos de andlise. Todos os métodos de analise sio baseados em certas hipoteses simplificadoras cujos resultados fazem as tensdes calculadas aproximarem-se das tensdes reais. Deterioragdo que pode ocorrer no futuro devido &. falta de manutencado ou devido a causas naturais imprevisiveis. Um coeficiente de seguranga maior & necessdrio em locais onde as condigGes como corrosao € en- velhecimento sao dificeis de controlar ou até de descobrir. A importancia de um dado elemenio para a integridade de toda a estrutura. Contraventamentos e elementos secunddrios podem, em muitos casos, ser projetados com um coeficiente de seguranga menor do que aquele usado para elementos principais. woke shy PROBLEMA RESOLVIDO 1.3 ‘iio aplicadas duas forgas 20 suporte BCD mostrado na figura. (a) Sabendo {que a barra de controle AB deve ser feita de ago tendo um limite de ten- 0 normal de 600 MPs, determine o diimetro da barra para 0 qual o coe- ficiente de seguranga com relagio & falha seja igual a 3,3. (b) O pino em C deve ser feito de um ago com um limite de tensio de cisalhamento de 350 MPa. Determine o diimetro do pino C pera 0 qual o coeficiente de seguranga com relagio ao cisalhamento seja também igual a 3,3. (c) De- termine a expessura necesséria para as barras de apoio em C sabendo que a tensio de esmagamento admissivel do ago utilizado € 300 MPa. SOLUGAO ‘Corpo Livre: @ Suporte Inteiro. A reagio em C ¢ representada por seus componentes C, € C,. + }EMc= 0: P(06 m) ~ (SOKN\(O3 m) ~ (15 KNY(0.6m) = 0 P = 40KN ‘EF, = 0: C, = 40KN Fe Ve i: crew C7 VEFG mann @. Barra de Controle AB. Como o coeficiente de seguranga deve ser 3,3, a tensdo admissivel € ov _ 600 MPa Onin = gag ISLS MPA Para P = 40 KN, a rea da segdo transversal necesséria € P de AOKN— = 220 x 10° mt? Fst * Ta1,8 MPa =F aip = 20X10 m? dg = 16,4 mm }. Cisallamento no Pino €. Para um coeficiente de seguranca de 3,3, temos re _ 350 MPs Tate = = RT = 106,1 MPa ‘Como o pino esté sob conte duplo, escrevemos Gi _ Eee me” 105, MPa = 300 Ane = de = 360mm? de = 2Amm —Usamos: dy = 22 0m 4 0 proximo pino maior disponivel tem um digmetro de 22 mm e deveré ser usado. ©. Bsmagamento em C. Usando d = 22 mm, a érea nominal de es- ‘magamento de cada barra & 221. Como a forea aplicada em cada suporte €C/2e a tensio de esmagamento admissivel € 300 MPa, escrevemos 1633 KNY/2 PROBLEMA RESOLVIDO 1.4 A viga rfgida BCD est presa por parafusos a uma barra de controle em B, «um cilindro hidriulico em C € a um suporte fixo em D. Os éidime- tuos dos parafusos usados sii: dy = dp = 9.5 mm, de = 12,7 mm. Cada prafuso age sob cisalhamento duplo € & feito de um ago para o qual © limite da tensfo de cisalhaumento € ry = 275 MPa, A barra de controle AB tem um didmetro dy = 11 mm ¢ ¢ feita de um ago para o qual 0 i te da tensio de tragio ¢ o, = 414 MPa, Se 0 coeficiente de seguranga iminimo deve ser 3,0 para toda a estrutura, determine a maior forga as- ccendente que pode ser aplicada pelo citindro hidriulico em C. SOLUCGAO 0 cveficiente de seguranga com relagio a falha deve ser 3,0 ou mais em a p cada um dos trés parafusos e na barra de controle. Esses quatro critérios 7 [ independentes serio considerados separadamente, > {etsosan fa nn el Corpo Livre: Vig BOD. Primeiro determinamos a forga C em fungio das forgas B € D. +My = 0: (350 mm) ~ C(200 mm) = 0 C= 1.7508 a) +4) SMy = 0: ~D(350 mm) + C(1S0mm) = 0 C= 2,33D @ Barra de Controle. Para um coeficiente de seguranca de 3,0, temos 414 MPa 30 A forga admissivel na barra de controle & = 138 MPa B= oA) = (138 MPa) hr (11 mm)? = 13,11 KN Usando a Equagdo (1), determinamos o maior valor admissivel C: C= 1,750B = 1,750(13,1 1 KN) C = 22,94kN 2 Parafuso em 8. Tui = Ty/CS. = 275 MPa)/3 = 91,67 MPa. Como o parafuso esté sob corte duplo, o valor admissfvel da forga B apli- cada no parafuso é B= 2F, = 2(tugA) = 2{91,67 MPa)({7)(9,5 mm)? = 13,00 kN Da Equagio (1); C= 1,750B = 1,750(13,00kN) C= 22,75kKN << Parafuso em D. Como esse parafuso ¢ igual ao parafuso B, « forga admissivel € D = B = 13,00 kN, Da Equagio (2): C= 2,330 = 2,33(13,00kN) C= 3029kN << Parafwso em C. ‘Temos novamente 7,4, = 91.67 MPa ¢ escrevemos: C= 2F, = 2tamA) = 2(91,67 MPa)} 7)(12.7 mm) C= 23,22 kN

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