Responsabilidade Produtor

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4880, Artigo 10.° Fixagio e publicitario das condigbes [As instituiges de crédito devem fixar e tornar pi- blicas as condigdes da conta poupanga-habitagio, de- signadamente os seguintes elementos: a) Montantes minimos ou méximos e periodicida- des, rigidos ou flexiveis, prefixados ou néo; b) Montante dos empréstimos em fungio do saldo da conta poupanca-habitagio; ©) Taxa efectiva de remuneracdo bruta anual da conta poupanga-habitacgo, calculada como taxa equivalente e tendo em considerag&o a periodi cidade das entregas, cujos pressupostos a insti- tuigo de crédito explicitard. Artigo 11.° eneficios fecals ¢ parafiscals 1 — Os juros das contas poupanga-habitacdo est4o isentos do imposto sobre o rendimento das pessoas sin- gulares (IRS), nos termos do artigo 38.° do Estatuto dos Beneficios Fiscais, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 215/89, de 1 de Julho. 2—No caso de 0 saldo da conta poupanca- -habitagdo vir a ser utilizado para outros fins que nao 08 referidos no n.° 1, aplicar-se-4 0 previsto no refe- rido artigo 38.° do Estatuto dos Beneficios Fiscais. 3 — Para efeitos do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS), as entregas feitas em cada ano para depésito em conta poupanga-habitagfo sto dedu- tiveis ao rendimento do titular, até a0 montante de 240 0008, desde que o saldo da conta poupanca- “habitagdo seja mobilizado para os fins previstos no © 1 do artigo 5.° 4—No caso de o saldo da conta poupanca- chabitagdo vir a ser utilzado para outros fins que no (08 referidos no nimero anterior, ou antes de decorrido (9 prazo estabelecido, a soma dos montantes anuais de- duzidos sera acrescida ao rendimento do ano em que ocorrer a mobilizacdo, para 0 que as instituigdes de- positérias ficam obrigadas a comunicar & administra. do fiscal a ocorréncia de tais factos. 5 — Desde que verificados 0s pressupostos definidos na parte final do n.° 3 do presente artigo, os encargos dos actos notariais e do registo predial respeitantes & aquisigdo de habitaedo propria permanente séo redu- zidos em um meio, beneficiando a pratica de tais ac- tos de um regime de prioridade ou urgéncia gratuita, Artigo 12.° rtm 1 — A partir de Janeiro de 1990 e até Dezembro de 1991, inclusive, serdo mensalmente atribuidos dez pré- mios aos titulares de contas poupanga-habitacdo jé constituidas ou que venham a constituir-se até 31 de Dezembro de 1990. 2 — Os prémios sero atribuidos por sorteio a reali- zat no titimo dia de cada més entre todos os titulares das referidas contas existentes no tiltimo dia do més anterior. 3 — Os prémios consistem na duplicagao do valor de cada conta sorteada, com referéncia & data do sorteio, DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE _N.# 255 — 6-11-1989 nao podendo o prémio ultrapassar 5 000 000$ por cada titular. 4— Caso se verifiquem as circunstancias referidas no n.° I do artigo 6.°, relativamente a conta cujo ti- tular tenha beneficiado de um prémio, sera anulado 0 respectivo montante, bem como o dos corresponden- tes juros vencidos € creditados. ‘5 — Os encargos decorrentes da atribuigdo dos pré- mios nos termos do presente artigo serio suportados lo Estado, por dotagao a inscrever no orgamento da Direcedio-Geral do Tesouro. Artigo 13.° Legistagio revogads ¢ normas transi6rias 1 —E revogado 0 Decreto-Lei n.° 35/86, de 3 de Margo, sem prejuizo do disposto no nimero seguinte. 2. As contas poupanca-habitacao constituldas 20 abrigo da legislagdo anterior passam a reger-se pelo pre- sente diploma, sem prejuizo dos direitos adquiridos, de acordo com as seguintes disposigdes transitérias: @) Para efeito do prazo a que se refere 0 n.° 1 do artigo 3.° considera-se a data de abertura da conta; b) Para efeitos da certeza de empréstimo prevista no n.° 1 do artigo 8.°, 0 prazo ai definido & determinado através da consideragao cumula- tiva dos seguintes periodos: © periodo decorrido desde a data de aber tura da conta até & data da publicagéo do presente diploma; © periodo posterior ao acordo formal do ti- tular da conta relativamente as entregas minimas e sua periodicidade, estabelecidas pela instituigdo depositaria, perfodo este que ndo podera nunca ser inferior a seis meses. 3. —0 prazo a que se refere 0 n.° I do artigo 8.° sera reduzido para dois anos nas contas poupanca- *habitagdo abertas ¢ alimentadas com entregas até 30 de Junho de 1990. Visto € aprovado em Conselho de Ministros de 4 de Outubro de 1989. — Anibal Anténio Cavaco Silva — Miguel José Ribeiro Cadilhe — Joaquim Fernando Nogueira — Jodo Maria Leitdo de Oliveira Martins. Promulgado em 26 de Outubro de 1989. Publique-se. © Presidente da Republica, MARIO SOARES. Referendado em 28 de Outubro de 1989. © Primeiro-Ministro, Anibal Antonio Cavaco Silva. MINISTERIO DA JUSTICA Decreto-Lei n.° 383/69 do 6 de Novembro presente diploma transpée para a ordem juridica interna a Directiva n.° 85/374/CEE, do Conselho, de 25 de Julho de 1985, relativa & aproximagao das dis- N.° 255 — 6-11-1989 osigGes legistativas, regulamentares ¢ administrativas dos Estados membros em matéria da responsabilidade decorrente de produtos defeituosos. No artigo 1.° consagra-se 0 principio fundamental de responsabilidade objectiva do produtor, desenvol- vido nas normas sucessivas. E a solugdo preconizada pela doutrina como a mais adequada & protecgao do consumidor na producdo ténica moderna, em que per- passa 0 propésito de alcangar uma justa reparticao de riscos ¢ um correspondente equilibrio de interesses en- tre 0 lesado © 0 produtor. ‘A tutela eficaz do lesado justifica 4) A nogao ampla de produtor; ») A solidariedade de varios responsdveis; ©) A nao diminuigdo da responsabilidade do pro- dutor pela intervencao de terceiro que tenha contribuido para causar © dano; @) A inderrogabilidade do regime da responsabi- lidade; ©) A preservacio da responsabilidade decorrente de outras disposigdes leg O intuito de nao agravar demasiado a posicio do Produtor leva a que a responsabilidade objectiva no seja absoluta e explic: @) O elenco de causas de exclusio da responsabi. lidade, de que faz parte o estado dos conheci mentos cientificos e técnicos, nao se tendo usado da faculdade concedida pela directiva de introduzir a responsabilidade pelos chamados riscos do desenvolvimento; 4) O limite maximo da responsabilidade global pe- los danos pessoais em série, de acordo com a nossa tradigao juridica, num montante equiva- lente ao minimo consentido pela directiva, ¢ apesar de esta nao adimitir um limite ao ressar- cimento de cada lesado; ©) O prazo de preserigao de trés anos, bem como © prazo de caducidade de 10 anos, Saliente-se, por ultimo, que este diploma nao se aplica aos produtos agricolas naturais que nao tenham, sofrido qualquer transformacao, aos acidentes nuclea- Fes € aos produtos postos em circulagao antes da sua entrada em vigor. ‘Assim: Nos termos da alinea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituicao, © Governo decreta o seguinte: Antigo 1.° Responsabilidade objectiva do. produtor © produtor é responsivel, independentemente de culpa, pelos danos causados por defeitos dos produtos que poe em circulacao, Artigo 2.° Produtor 1 — Produtor ¢ 0 fabricante do produto acabado, de uma parte componente ou de matéria-prima, e ainda quem se apresente como tal pela aposicao no ‘produto do seu nome. marca ou outro sinal distintivo ~- Considera-se também produtor: 4) Aquele que, na Comunidade Econémica Euro: pela e no exercicio da sua actividade comercial, _ DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE importe do exterior da mesma produtos para venda, aluguer, locardo financeira ow outra qualquer forma de distribuicao; Qualquer fornecedor de produto cujo produtor comunitério ou importador nao esteja identiti- cado, salvo se, notificado por escrito, comuni- car ao lesado’no prazo de trés meses, igual mente por escrito, a identidade de um ou outro, ou a de algum fornecedor precedente. b Artigo 3.° Produto 1 — Entende-se por produto qualquer coisa mével, ainda que incorporada noutra coisa mével ow imével 2 — Exceptuam-se os produtos do solo, da pecud- » da pesca e da caga, quando nao tenliam sofrido qualquer transformacdo. Artigo 4.° Defeito 1 — Um produto ¢ defeituoso quando nao oferece @ seguranca com que legitimamente se pode contar, tendo em atengao todas as circunstancias, designada- mente a sua apresentac&o, a utilizacdo que dele razoa- velmente possa ser feita e 0 momento da sua entrada em circulagao. 2 — Nao se considera defeituoso um produto pelo simples facto de posteriormente ser posto em circula- ¢0 outro mais aperfeigoado. Artigo 5.° Exclusio de responsabilidade O produtor nao é responsavel se provar: @) Que nao pds o produto em circulagao; 5) Que, tendo em conta as circunstincias, se pode razoavelmente admitir a inexisténcia do defeito no momento da entrada do produto em circu- lagdo; ©) Que nao fabricou o produto para venda ow qualquer outra forma de distribuigao com um objectivo econémico, nem o produziu ou dis- tribuiu no ambito da sua actividade profis- sional; @) Que o defeito é devido & conformidade do pro- duto com normas imperativas estabelecidas pe- las autoridades piblicas; ©) Que 0 estado dos conhecimentos cientiticos & téenicos, no momento em que pds 0 produto em circulasao, nao permitia deteciar a existén. cia do defeito; A) Que, no caso de parte componente, 0 defeito € imputavel & concepgdo do produto em que foi incorporada ou as instrugdes dadas pelo fabri- cante do mesmo. Artigo 6." Se varias pessoas forem responsaveis pelos da. nos, € solidéria a sua responsabilidade. 4882 2 — Nas relagdes internas, deve atender-se as circuns- t€ncias, em especial ao risco criado por cada respon- sdvel, & gravidade da culpa com que eventualmente te- nha agido ¢ a sua contribuicéo para o dano. 3 — Em caso de divida, a reparti¢ao da responsa- idade faz-se em partes iguais. Artigo 7.° Concurso do lesado e de tereeiro 1 — Quando um facto culposo do lesado tiver con- corrido para o dano, pode o tribunal, tendo em conta todas as circunstancias, reduzir ou excluir a indemni- zagio. 2 — Sem prejuizo do disposto nos n.°* 2 ¢ 3 do ar- tigo anterior, a responsabilidade do produtor ndo é re- duzida quando a intervengio de um terceiro tiver con- corrido para 0 dano. Artigo 8.° Danos ressarciveis 1 — Sio ressarciveis os danos resultantes de morte ou leso pessoal ¢ os danos em coisa diversa do pro- duto defeituoso, desde que seja normalmente destinada 40 uso ou consumo privado € o lesado Ihe tenha dado principalmente este destino. 2.— Os danos causados em coisas s6 séo indemni- zaveis na medida em que excedam a verba de 70 0008. Artigo 9." Limite méximo 1 —No caso de morte ou lesdo de varias pessoas causada por produtos idénticos que apresentem o mesmo defeito, 0 ressarcimento total nao pode ultra- passar 0 montante de 10000 milhdes de escudos. 2— O juiz pode fixar uma reparagéo de montante provisério a cada um dos lesados, tendo em conta a eventualidade de novas lesdes causadas pelo mesmo facto virem a ser deduzidas em juizo. Artigo 10.° Inderrogabitidade Nao pode ser excluida ou limitada a responsabilidade perante 0 lesado, tendo-se por nio escritas as estipula- gOes em contrario. DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE N° 255 — 6-11-1989 Artigo 11.° Prescrcto O direito ao ressarcimento prescreve no prazo de tres ‘anos a contar da data em que o lesado teve ou deveria ter tido conhecimento do dano, do defeito e da identi dade do produtor. Artigo 12.° Cadueldnde Decorridos 10 anos sobre a data em que o produtor pds em circulagdo o produto causador do dano, caduca © direito ao ressarcimento, salvo se estiver pendente ac- do intentada pelo lesado. Artigo 13.° Outras disposes legals presente diploma nao afasta a responsabil corrente de outras disposigdes legais. Artigo 14° Acidentes mucteares ‘Aos danos provenientes de acidentes nucleares regu- lados por convengdes internacionais vigentes no Estado Portugués niio s20 aplicaveis as disposigdes do presente diploma. Artigo 15.° ‘Norma transitéria Este diploma néo se aplica aos danos causados por produtos postos em circulagdo antes da sua entrada em vigor. ‘Visto ¢ aprovado em Conselho de Ministros de 7 de Setembro de 1989. — Anibal Antonio Cavaco Silva — Luis Francisco Valente de Oliveira — Joaquim Fer- nando Nogueira — Luts Fernando Mira Amaral — Li- cinio Alberto de Almeida Cunha, Promulgado em 5 de Outubro de 1989. Publique-se. © Presidente da Republica, MARIO SOARES. Referendado em 8 de Outubro de 1989. © Primeiro-Ministro, Anfbal Antdnio Cavaco Silva.

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