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Resumo
A degradação ambiental das restingas tem se tornado preocupante, sendo que em alguns
balneários do litoral brasileiro elas já se encontram virtualmente ausentes, levando a
algumas espécies endêmicas ao risco de extinção. A restinga é considerada um hotspots
por conter alta variedade de espécies e riquezas naturais, e onde a biodiversidade vem
sendo ameaçada pela especulação imobiliária e comercial, especialmente, em épocas de
veraneio. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade ambiental da restinga do balneário
1
Engenheiro Ambiental, http://lattes.cnpq.br/9108723599240230, Universidade Federal do Paraná,
Pontal do Paraná, Brasil, cesar.silva@ufpr.br
2
Acadêmico de Engenharia Ambiental e Sanitária, http://lattes.cnpq.br/9174909775162524,
Universidade Federal do Paraná, Pontal do Paraná, Brasil, alanufpr2016@gmail.com)
3
Acadêmico de Engenharia Ambiental e Sanitária, http://lattes.cnpq.br/5732805548733840,
Universidade Federal do Paraná, Pontal do Paraná, Brasil, e-mail: marcosviniciusf10@gmail.com
4
Acadêmico de Engenharia Ambiental e Sanitária, http://lattes.cnpq.br/8009572180152307,
Universidade Federal do Paraná, Pontal do Paraná, Brasil, e-mail: matheus10696@gmail.com
5
Acadêmico de Engenharia Ambiental e Sanitária, http://lattes.cnpq.br/0406869321189906,
Universidade Federal do Paraná, Pontal do Paraná, Brasil, e-mail: mauriliocjr86@gmail.com)
6
Acadêmico de Engenharia Ambiental e Sanitária, http://lattes.cnpq.br/5702510190155986,
Universidade Federal do Paraná, Pontal do Paraná, Brasil, vini.rogel@gmail.com
7
Engenheiro Ambiental, http://lattes.cnpq.br/4870174841725558, Universidade Federal do Paraná,
Pontal do Paraná, Brasil, fernando.armani@ufpr.br
Revista Técnico-Científica do Crea-PR - ISSN 2358-5420 – Edição especial – Outubro de 2018 - página 1 de 9
Atami, localizado no município de Pontal do Paraná, litoral paranaense, através de imagens
capturadas por sobrevoo de um drone quadricóptero multirotor sobre o balneário. As
imagens obtidas foram georreferenciadas e analisadas com o intuito de avaliar a sua
fitossanidade, além de delimitar a área de restinga que deve ser recuperada, conservada e
protegida. Constatou-se que do total de 285.303 m² da restinga existente no balneário,
61.110 m² estão degradados, o que pode colocar em risco espécies de vegetais e animais
endêmicos, além de contribuir para o avanço da areia sobre as construções. Com base
nesses resultados, estratégias de conservação poderão ser sugeridas ao poder público para
que ações de educação e gestão ambiental sejam desenvolvidas junto à comunidade
litorânea, tais como moradores fixos, pescadores, comerciantes e turistas, com o intuito da
conservação da biodiversidade existente na restinga.
Abstract
The environmental degradation of the restingas in coastal cities has become a serious
problem, and in some resorts on the Brazilian coast they are already virtually absent, leading
some endemic species to extinction risk. The restinga is a hotspot because it contains a high
variety of species and natural riches, and where biodiversity has been threatened by real
estate and commercial speculation, especially during summer seasons.The aim of this work
was to evaluate the environmental quality of the Atami, located at Pontal do Paraná city,
cost of Paraná State, through images captured by overflew a quadricopter drone. The
images obtained were georeferenced and evaluated in order to understand the dynamics of
the recovery and degradation of this biome, besides delimiting the area of restinga that must
be recovered, conserved and protected. It was found that out of the total 285,303 m² of the
existing restinga at the beach, 61,110 m² are degraded which endangers the survival of
species of endemic plants and animals, and contributes to the advance of the sand on the
buildings. Based on these results, conservation strategies will be suggested to the public
authorities such as education and environmental management actions which will be
developed along the coastal community such as residents, fishermen, merchants and
tourists to conserve of the restinga biodiversity.
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1. INTRODUÇÃO
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inviáveis (BARCELLOS, 2017). A altura de sobrevoo dos VANTs permite o registro de
imagens de alta resolução, geralmente de baixo custo quando comparadas com
aerolevantamentos (INAMASU, 2014; HOERLLE et al., 2015), que possibilitam, entre outras
aplicações, a avaliação e o acompanhamento da recuperação e/ou degradação de uma
APP.
Neste contexto, este trabalho apresenta o resultado de uma avaliação da qualidade
ambiental realizada com imagens obtidas por um VANT multirotor, de uma área de restinga
do Balneário Atami do município de Pontal do Paraná, litoral do Estado do Paraná.
2. METODOLOGIA
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permitiram uma visão bidimensional e tridimensional de uma área de restinga localizada no
balneário Atami, no município de Pontal do Paraná.
Para o sobrevoo foi realizado um plano de voo com o aplicativo on-line DroneDeploy,
onde foi determinada a rota apresentada na Figura 2, com sobrevoo a 100 m da superfície,
a fim de se obter imagens aéreas.
Figura 2 - Plano de voo sobre a restinga do balneário Atami da cidade de Pontal do Paraná-PR.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A área total de restinga avaliada através das imagens captadas pelo multirotor foi de
285.303 m².
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Após o uso dos filtros RGB nas imagens obtidas pelo sobrevoo, foi realizada a
análise da fitossanidade, que pode ser entendida como o estado de preservação,
conservação e ou de recuperação dos vegetais, permitindo identificar características
distintas entre as vegetações que compõem a restinga.
Neste trabalho, as cores avermelhadas foram associadas às áreas preservadas,
enquanto as tonalidades esverdeadas indicaram degradação da restinga (Figura 3).
Contabilizou-se 24.686 m² de área preservada, o que representa somente 8,66% da área
total da restinga avaliada, 199.915 m² de áreas parcialmente degradadas (70%) e 61.110 m²
de área com altíssimo grau de degradação (21,42%).
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Figura 4 - Exemplos de degradações na restinga localizada no balneário Atami, em Pontal do
Paraná – PR.
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A falta de educação ambiental e conscientização da população residente e litorânea
é evidente em muitos municípios brasileiros (LOVATO & SILVA, 2014; SILVA & PRZYBYSZ,
2014). Tal constatação torna urgente ações prioritárias de gestão ambiental por parte do
poder público para evitar danos ecológicos irreparáveis ao litoral paranaense, como a perda
de habitats, aumento de surtos epidemiológicos, danos a construções, entre outros.
Em síntese, a tecnologia empregada neste trabalho mostrou-se uma boa alternativa
para avaliação da qualidade ambiental com a obtenção de imagens de alta resolução,
permitindo avaliar em tempo real as condições fitossanitárias de um bioma.
4. CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos é possível observar que a restinga encontra-se
sobre estresse antrópico, o que pode resultar em impactos ambientais irreversíveis como a
extinção de espécies endêmicas. Além disso, este trabalho mostrou que o multirotor pode
ser aplicado para verificar a qualidade ambiental de um local como, por exemplo, para a
obtenção de diversos dados de engenharia como áreas, perímetros e volumes através de
voo livre ou um plano de voo pré-determinado e podendo, assim, ser utilizado como
ferramenta de gestão ambiental.
REFERÊNCIAS
HOERLLE, G.S.; SANTINI, J.; PORTELA, N.B.; BONATTO, S.W.; SANTOS, H.J.
Monitoramento de áreas de proteção permanente através de imagens e ortofotos
geradas por VANTS e fotogrametria. Instituto Brasileiro de Estudos Ambientais – IBEAS.
Porto Alegre, 2015.
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Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Censo Demográfico 2010. Disponível
em: <https://censo2010.ibge.gov.br/>. Acesso em: 20 de setembro 2018.
INAMASU, R.Y. Uso de veículos aéreos não tripulados (VANT) em Agricultura de Precisão.
Ferramentas para a agricultura de precisão. Embrapa Instrumentação, São Carlos. 2014.
LOVATO, P. A.; SILVA, C.A. Diagnóstico dos resíduos sólidos domiciliares no município de
Rolândia - PR. Revista de Ciências Ambientais, v. 8, nº 2. p. 37-45, 2014.
SILVEIRA, J.D. Morfologia do litoral. In: Azevedo, A. (ed.), Brasil: a terra e o homem. Vol.
1. São Paulo. Cia. Editora Nacional. 1964.
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