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O PROCESSO DE AQUISIÇÃO E APRENDIZAGEM DA L1 E L2

 Nome: Alex José Rambewa


 Ficha de leitura.
 Cadeira de didáctica de português.
 Docente : Dr Elton Acacha
 4º Ano 2º semestre

REFERÊNCIA DA OBRA

 GRIFFIN, S.M., & Selinker, L. (2011). Second language acquisition: an introductory


course (3rd edition). Mahwaw, NJ: Lawrence Erlbaum.

 MARTIN, E. Neurolinguística. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. Introdução à


Lingüística: domínios e fronteiras. Rio de Janeiro: Cortez, 2004.

 SANTOS, A. J. et al. A critical period for right hemisphere recruitment in American


Sign Language processing. Nature Neuroscience, v. 5, n. 1, january 2010

 STEPHEN Krashen Relatório de leitura: Chomsky. Paratexto, ago. 2004. Disponível


em: < http://www .paratexto.com.br/document.phpid=623>. Acesso em: 13 dez. 1978.

 SCHÜTZ, R. Assimilação natural x ensino formal. English Made in Brazil. Disponível


em: < http://www .sk.com.br/sk-laxll.html>. Acesso em: 22 jan. 2004

ESTRUTURA
 Conceito
 Aquisição e aprendizagem ( diferenças ).
 O processo da aquisição de L1
 O processo de aquisição de L2
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 O Modelo Monitor

Conceito

Há uma diferença entre aquisição e aprendizagem da primeira e a segunda língua. A aquisição é


um processo subconsciente e requer o dispositivo de aquisição de linguagem, que nos é inato e
que é responsável pela aquisição da língua materna (L1). A aquisição se dá de forma natural e
emerge espontaneamente quando o aprendiz está envolvido em situações de interacção e tem seu
foco de atenção no significado. É um processo similar à aquisição de L1. Para a aquisição
acontecer não é preciso nem instrução nem intenção de aprender e o conhecimento que resulta é
de natureza implícita.

transcrições importantes
Aquisição e aprendizagem ( diferenças ).

A aquisição e aprendizagem leva, forçosamente, à reflexão


sobre termos como L1 e L2, primeira língua e segunda língua,
língua materna e língua estrangeira, língua nativa e língua não-
nativa, língua primária e língua secundária, entre outros. É
possível estabelecer uma relação de proximidade entre os
primeiros elementos (e entre os segundos) de cada par acima
listado. Ou utilizar uma ou outra definição implica,
necessariamente, fazer referência a situações diferentes. São
essas questões que alguns teóricos discutiram e tentaram
responder.

Martin (2004, p. 270), por exemplo, ao discutir a aprendizagem


de uma L2, afirma que ela se dá em vários contextos, que nem
sempre são fáceis de delimitar. Um deles é o chamado contexto
Transcrições de citações natural, do qual se fala quando o aprendiz está em contacto
mais importantes constante com a língua objecto de aprendizagem por ela ser a
língua da sociedade na qual esse aprendiz passou a viver. Nesse
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contexto, a língua a que o aprendiz está exposto é chamada de


segunda língua (SL), entendendo-se o termo segunda como não
materna. Em outro contexto, pode-se falar de língua
estrangeira (LE), cuja aprendizagem se dá, geralmente, numa
situação de sala de aula. É preciso atentar-se ao fato de que,
quando não se quer falar do contexto, costuma-se usar a sigla
L2, a qual é mais ampla e, portanto, abarca os conceitos de
SL e LE (MARTÍN MARTÍN, 2004, p. 270).

O autor ainda defende, por exemplo, que o uso da sigla ELE –


Espanhol como Língua Estrangeira é inapropriado na Espanha,
onde o espanhol não é língua estrangeira, por mais que possam
ser estrangeiros os seus aprendizes. Para o autor, o adequado
seria afirmar que os estrangeiros que estudam espanhol na
Espanha estão em contexto de ESL, isto é, espanhol como
segunda língua.

Santos Gargallo (2010) estabelece as diferenças entre L2 e LE


dependendo do papel que a língua meta (que está em estudo)
tem no âmbito em que se desenvolve o processo de sua
internalização. A L2 é “aquela que cumpre uma função
social e institucional e a comunidade linguística em que se
aprende” (p. 21).

O processo da aquisição de L1

Considera-se L1 a língua aprendida na infância, num ambiente


natural em que se escutava a fala da mãe dentro de uma
comunidade monolingue. Já a L2 supõe a existência da L1 bem
formada e ela é aprendida em ambientes formais – geralmente
escolares – de forma parcial ou pelo menos com uma diferença
de domínio se comparada à L1 (GRIFFIN, 2011). Embora se
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saiba que nem sempre as definições acima funcionam em


todos os casos, elas geralmente são aceitas quando se precisa
explicar a diferença entre L1 e L2.

Utilizam-se os termos primeira língua e segunda língua quando


se pensa na ordem cronológica em que uma pessoa aprende as
línguas. É o que ocorre, por exemplo, quando na infância
alguém aprende uma língua – a primeira – e depois que já tem
conhecimentos suficientes para poder se comunicar, geralmente
no começo da adolescência, em contacto escolar, passa a
aprender outra língua – a segunda. Nessa definição, o factor
tempo é a chave para a compreensão dos conceitos
(GRIFFIN, 2011, p. 22-23, grifos nossos). O problema da
terminologia – primeira e segunda língua – surge quando uma
pessoa não aprende as línguas nessa ordem. São os
questionamentos levantados por Griffin (2011) que levam a essa
reflexão:

O processo de aquisição de L2

Aquisição de Segunda Língua é alimentado intelectualmente


por várias áreas do saber e esta é uma das razões pelas
quais temos observado uma proliferação de modelos de
aquisição. Esta razão está relacionada a uma outra, mais
importante: o processo de aquisição de língua, primeira ou
segunda, é complexo, multidimensional e multifacetado e
provavelmente precisamos da contribuição de várias
perspectivas teóricas para termos uma compreensão razoável
deste processo.

O Modelo Monitor

Proposto por Stephen Krashen em 1978, é uma das primeiras


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propostas de aquisição de L2 do período pós-behaviorista e a


que mais provocou debate na área até o presente momento.
Originalmente chamada de Modelo Monitor, é também
conhecido como Hipótese do Insumo (Input Hypothesis) e,
mais recentemente, como Hipótese da Compreensão
(Comprehension Hypothesi). Krashen adota a noção do
dispositivo de aquisição de linguagem e organiza seu
Modelo através de 5 hipóteses sobre a aquisição de L2.
São elas:

A– A Hipótese da Aquisição-Aprendizagem: Há uma


diferença entre aquisição e aprendizagem da segunda língua. A
aquisição é um processo subconsciente e requer o
dispositivo de aquisição de linguagem, que nos é inato e
que é responsável pela aquisição da língua materna (L1). A
aquisição se dá de forma natural e emerge espontaneamente
quando o aprendiz está envolvido em situações de interação e
tem seu foco de atenção no significado. É um processo similar à
aquisição de L1. Para a aquisição acontecer não é preciso nem
instrução nem intenção de aprender e o conhecimento que
resulta é de natureza implícita. Já a aprendizagem é um processo
consciente de obtenção de conhecimento explícito sobre a L2 e
é, tipicamente, o processo que se dá nos contextos instrucionais.
A aprendizagem resulta de uma intenção de aprender e o uso do
conhecimento aprendido exige esforço.

B – A Hipótese do Monitor: O conhecimento que resulta da


aprendizagem, no âmbito do Modelo, tem como função
monitorar, revisar ou corrigir a língua que é produzida – a qual é
fruto do conhecimento adquirido. Como aprendizes, somente
precisaremos do conhecimento obtido através da
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aprendizagem nas situações em que temos que observar se


as formas que estamos usando estão corretas (por exemplo,
durante um teste ou uma entrevista para emprego). Como a
razão principal para o uso de uma L2 é a interacção
social, podemos ver que o conhecimento que é fruto da
aprendizagem, no Modelo, não tem um papel importante e
por isso, para Krashen, não deve ser enfatizado.

C – A Hipótese da Ordem Natural: A aquisição da


gramática da L2 se dá em uma ordem previsível,
independente do seu grau de complexidade e da ordem em
que é ensinada em contextos de sala de aula.

D – A Hipótese do Insumo: A aquisição da L2 só pode


acontecer se o aprendiz for exposto ao que Krashen
chamou de insumo compreensível, outro construto de
grande importância no Modelo. O “insumo compreensível”
contém insumo linguístico que está um nível acima do nível de
proficiência do aprendiz – ou seja, é um insumo rico no que diz
respeito aos aspectos léxico gramaticais e, sugerimos, a todos os
outros aspectos, da L2.

Aprendizado de segunda língua ou leasing é o processo clássico


de aprendizado em sala de aula, onde é valorizado a
memorização de vocabulário e tem por objecto proporcionar
conhecimento meta linguístico (SCHUTZ, 2004). Embora seja
mais comum e de mais fácil acesso do que a assimilação de
segunda língua, geralmente gera dificuldades de comunicação
em detrimento da falta de prática e exercício oral. O aluno que
adquira qualquer uma segunda língua através do processo de
aprendizado poderá ter muito mais vocabulário do que aquele
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que adquiriu essa segunda língua por assimilação, mas muito


dificilmente saberá se comunicar como esse segundo. Pode-se
citar como exemplo o crescente número de formados pelos
diversos cursos de idioma encontrados na actualidade, mas que
têm muita dificuldade para se comunicar em uma segunda
língua. Outros factores individuais que influem no aprendizado
de outros idiomas e não parecem tão claros são a aptidão, o
interesse e as estratégias de aprendizado utilizadas ao aprender
(ELLIS, 1997). Cada um desses factores favorecem, de alguma
forma, o aprendiz e, sendo bem utilizados podem, muitas vezes,
garantir o sucesso no aprendizado de uma segunda língua.
Portanto, teoricamente, todos teriam as mesmas chances de
aprender, diferindo apenas pela aplicação nos estudos.
A aquisição de segunda língua ocorre (L2), na maioria das
vezes, fora da sala de aula, pelo contacto directo com falantes
dessa segunda língua. Também conhecido como assimilação,
como processo de aprendizagem, visa mais à comunicação oral
em que o aprendiz aprende a lidar com essa língua
naturalmente, mas não adquire conhecimento sobre as regras
gramaticais e sintácticas.

Fossilização ou Cristalização – Erros e desvios no uso da


língua estrangeira, internalizados e difíceis de serem eliminados
porque as necessidades de comunicação na língua estrangeira
enfrentadas pelo aluno podem ter exigido uma frequente
produção de linguagem imprecisa, que se manifeste também nas
simplificações, empréstimos e decalques semânticos e
sintácticos quando da apreensão de uma língua estrangeira.

Portanto todo aprendiz de uma L2, por mais que a adquira antes
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da puberdade, não a assimila da mesma maneira que adquiriu


sua língua materna.

Comentário pessoal O processo de aquisição e aprendizagem da L1e L2 é muito


complexo, pois envolve um factor imprescindível, o social,
porque crianças (baseiam-se no modelo linguístico dos adultos
para construir o seu), jovens e adultos devem interagir para uma
aquisição bem sucedida, pois, para aprender uma língua, deve
ocorrer interacção com outros falantes; por isso a aquisição de
L1 é um processo mais natural, pois a segunda língua ocorre
mais em ambientes formais e nem sempre tem um falante de L2
em tempo integral para compartilhar experiências.

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