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Adelino Iassine

Aiuba Francisco Alfazema


Amarchande Acácio
Elisete da Conceição Alfredo Nicurupo
Gito Braimo
Luciano Francisco
Raquel Jacinto

O PAPEL DA FAMÍLIA NA FORMAÇÃO DA CIDADANIA GLOBAL

Universidade Pedagógica
Nampula
2017
Adelino Iassine

Aiuba Francisco Alfazema

Amarchande Acácio

Elisete da Conceição Alfredo Nicurupo

Gito Braimo

Luciano Francisco

Raquel Jacinto

O PAPEL DA FAMÍLIA NA FORMAÇÃO DA CIDADANIA GLOBAL

Trabalho de carácter avaliativo

da cadeira de Educação Familiar

Curso de ensino Básico, 3° ano

Docente: MA. Felismina B. João Vantitia

Universidade Pedagógica

Nampula

2017
Índice

Introdução-----------------------------------------------------------------------------------------------
3

O papel da família na formação da cidadania global----------------------------------------------4

Conceito de família------------------------------------------------------------------------------------ 4

Conceito de cidadania--------------------------------------------------------------------------------- 5

Função da família na formação da cidadania global---------------------------------------------- 6

Centralidades da família na educação---------------------------------------------------------------7

Conclusão----------------------------------------------------------------------------------------------- 11

Bibliografia--------------------------------------------------------------------------------------------- 12
Introdução 3

A temática abordada neste trabalho, enfatizando a condição familiar, instiga a reflexionar sobre a
educação e a formação da cidadania. Com isso, pretende dar uma visão sobre o papel da família
na formação do cidadão. Assim que é necessário verificar esse papel e mostrar sua importância
para o processo de ensino-aprendizagem.

É preciso que a família contribua para uma nova postura ético-valorativa de recolocar valores
humanos fundamentais como a justiça, a solidariedade, a honestidade, o reconhecimento da
diversidade e da diferença, o respeito à vida e aos direitos humanos básicos, como suportes de
convicções democráticas.

A família participa na formação da personalidade dos seus filhos, por isso ela deve estimulá-los a
ter boas atitudes.EE evidente a necessidade de se ter uma educação voltada para o ensino de
valores, certamente esse não é o objectivo principal do ensino, mas ambos devem ser trabalhados
juntamente, pois “não podemos dissociar o pensar do agir e do sentir, esses três estão
interligados e são indissociáveis, por isso devem ser trabalhados juntos, e, além disso, também
chamar atenção para o filho, ele é um ser humano que é influenciado por seu modo de pensar e
agir.
4

1.O PAPEL DA FAMILIA NA FORMAÇÃO DA CIDADANIA GLOBAL

Como é do conhecimento geral, a família é a primeira esfera de socialização da criança,


responsável pela formação individual e social de cada um. Na família como sistema, no qual as
partes interagem com o todo e o todo nas partes, a criança aprende a conviver em sociedade com
outros grupos, necessitando para o efeito de ter um ambiente familiar estável e de modelos
parentais firmes e consistentes. Um ambiente saudável favorece o bom desenvolvimento dos
filhos e proporciona-lhes apoio, quando necessário, além de que promove a sua independência
para que seja permitido à criança ou jovem opinar e optar. A criança fica dotada de referências
seguras e consistentes, aprende a ter consciência das suas possibilidades, de desenvolver
segurança interna, promovendo a sua auto-estima e assim a capacidade de permutar com os
demais actores sociais. A educação alicerçada numa autoridade baseada no respeito mútuo, leva
à construção de uma moral autónoma que consiste em compreender o porquê das leis que a
sociedade impõe e que devemos respeitar, ou contribuir para modificar, participando com base
no respeito mútuo, no espírito de cooperação, de responsabilidade social, criando-se assim uma
identidade individual e social devidamente alicerçada. O sentimento de pertença à comunidade
em que estamos inseridos cresce e com ele nasce o exercício da cidadania. Educar é não só um
acto de amor, mas uma responsabilidade individual e social.

1.1 Conceito de família

Ao longo dos tempos a família passou por muitas transformações, sejam sociais, politicas,
económicas e culturais. Dentre todas as transformações, apresentou também uma evolução
conceitual, histórica e legislativa, as quais modificaram o modelo até então considerado
tradicional. Tais mudanças modificaram, também, a configuração familiar e as relações
parentais, que passaram a ser baseadas no afecto e na busca por felicidade, surgindo assim outras
formas de família.

No sentido amplo, Sílvio de Salvo Venosa define família como parentesco, ou seja, conjunto de
pessoas unidas por vínculo jurídico, de natureza familiar. Nesse sentido, compreendem os
ascendentes, descendentes e colaterais de uma linhagem, incluindo-se os ascendentes,
descendentes e colaterais do cônjuge, que se denominam parentes por afinidade ou afins. Nessa
compreensão inclui-se o cônjuge, que não é considerado parente.

No sentido restrito, para Helena Diniz restringe a família à comunidade formada pelos pais
(matrimónio ou união estável) e a da filiação.

Sílvio Venosa, assevera que a Família em um conceito restrito “compreende somente o núcleo
formado por pais e filhos que vivem sob o pátrio poder".

1.2 Conceito de cidadania

Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la (Dimenstein, 1993, p. 20).

Cidadania é a prática dos direitos e deveres de um(a) indivíduo (pessoa) em um Estado. Os


direitos e deveres de um cidadão devem andar sempre juntos, uma vez que o direito de um
cidadão implica necessariamente numa obrigação de outro cidadão. Conjunto de direitos, meios,
recursos e práticas que dá à pessoa a possibilidade de participar activamente da vida e do
governo de seu povo.

Um cidadão é uma pessoa que se considera em uma fase madura o suficiente desenvolvido para
agir consciente e responsavelmente dentro da sociedade

A cidadania é o conjunto de direitos e deveres civis, políticos e sociais que cada cidadão deve
exercer. Exercer a cidadania significa conscientizar-se de seus direitos e deveres para lutar para
que a justiça possa ser colocada em prática.
6

1.3 Função da família na formação da cidadania global

Cabe a família, além de outras tarefas, ensinar seus filhos a tomarem decisões, ensinar o certo ou
errado numa época de tantas transformações na sociedade e no mundo, onde os valores estão
sendo distorcidos e se extinguindo.

É incontestável afirmar que a educação visa à formação da personalidade, logo, do ser humano
como um todo, cabendo à família abrir perspectivas para o autoconhecimento e autoformação. O
sentido da vida só pode ser aprendido pela própria pessoa, mas as atitudes podem ser ensinadas.
Mesmo que a família não considere as atitudes como objectivos destacados dentro da sua
educação, não pode ignorar que elas afectam a interpretação de tudo o que se percebe. As
atitudes se modificam por meio de aprendizagens.

A família participa na formação da personalidade dos filhos, por isso ela deve estimulá-los a ter
boas atitudes, por isso para Turra é evidente a necessidade de se ter uma educação voltada para o
ensino de valores, certamente esse não é o objectivo principal da educação, mas ambos devem
ser trabalhados juntamente, pois “não podemos dissociar o pensar do agir e do sentir”, esse três
estão interligados e são indissociáveis, por isso devem ser trabalhados juntos, e, além disso,
também chamar atenção para o filho, ele é um ser humano que é influenciado por seu modo de
pensar e agir.

A sociedade solicita que a educação assuma funções mais abrangentes que incorporem em seu
núcleo de objectivos a formação integral do ser humano. Essa proposta educativa objectiva a
formação da cidadania, visando que os educandos desenvolvam competências para lidar de
maneira consciente, crítica, democrática e autónoma com a diversidade e o conflito de ideias,
com as influências da cultura e com os sentimentos e as emoções presentes nas relações que
estabelecem consigo mesmos e com o mundo à sua volta. Afinal, estamos falando de uma
educação em valores em que a dimensão interpessoal e sociocultural das relações humanas, são
considerados.
7

Arantes chama atenção que a sociedade actual necessita de uma educação do educando como um
todo, um ser humano complexo que deve ser trabalhado em diversas áreas. A família deve
formar pessoas preparadas para o mundo.

1.4 Centralidades da família na educação

O desenvolvimento da personalidade das crianças e dos jovens em ordem à formação de homens


livres e responsáveis, e com sentido de fraternidade e de participação solidária, precisa de um
padrão valorativo original, a partir do qual possam, depois, vir a fazer o contraste racional com
outros códigos e normas de conduta, aceitando-os ou rejeitando-os, no permanente processo de
integração na sociedade. A falta de um padrão original de medida deixa-os sem âncora para as
suas referências e órfãos de sentido de pertença, sem defesas perante as pressões culturais
exteriores, desprovidos de horizontes e esvaziados de sentido pessoal de vida. O vazio é, então,
preenchido pelo relativismo e o sentido do imediato, sem projectos de longo prazo e incapazes de
assumirem compromissos incondicionais.

A evidência mostra ser a família quem oferece o melhor quadro emocional e moral para uma
criança ou jovem adquirir esse padrão de referência original. Claro que não é a família sozinha
que sustenta esse padrão original e muito menos os conhecimentos e competências exigidas pelas
sociedades modernas. Especificamente em relação ao padrão valorativo original, este resulta de
diversos contributos e influências de muitos lados, em que a televisão e o exemplo dos adultos e
dos jovens mais velhos são dos mais preponderantes. Mas acima de todos eles está (ou deve
estar) certamente a escola, enquanto instituição especializada ao serviço da educação, que
realizará tanto melhor a sua função educativa quanto mais perfeita for a cooperação entre ela e a
família de cada criança ou jovem.

Esta complementaridade entre família e escola só poderá funcionar bem se os pais e os


professores partilharem a responsabilidade sobre a educação a dar a cada criança ou jovem. Ora,
um primeiro passo para desresponsabilizar os pais pela educação dos filhos é dado quando se
lhes retira a liberdade de escolher a escola que deverá cooperar com eles nessa educação. Não
deixar os pais escolherem a escola é incentivá-los a sentirem que as suas responsabilidades de
pais cessam à entrada do portão da escola. Também não é possível responsabilizar os professores

pela educação dos seus alunos quando se lhes impõe um colete-de-forças curricular, pedagógico
e até moral, que os subjuga não lhes dando espaço para apresentarem ofertas de educação
alternativas em que acreditem ― sem prejuízo do necessário cumprimento dos requisitos básicos
do ensino. Se os professores são obrigados a trabalhar em escolas com as quais eles ou os pais
não se identifiquem mutuamente, as suas responsabilidades de educadores ficam reféns dentro do
portão da escola e torna-se difícil ou mesmo impossível a cooperação e solidariedade entre a
família e os professores.

O sistema educativo não pode ser um sistema deseducativo dos pais e dos professores. Pelo
contrário, tem de contribuir para que famílias e escolas não possam fugir facilmente às suas
responsabilidades. Em particular, tem de reforçar claramente o papel dos pais e dos professores
― não esquecendo a primazia daqueles ― induzindo neles o dever de cooperarem na educação
das crianças e dos jovens à sua responsabilidade e alertando-os para o grave erro que cometem
quando transferem para outros – muitas vezes sabe-se lá quem – a decisão sobre o padrão
valorativo original a ser-lhes proposto. Mas, para que tal seja possível, é necessário que os pais
possam optar pela escola cujo “projecto educativo” seja consistente com o padrão valorativo
original transmitido na família. Também é necessário que os professores possam criar (ou aderir
a) projectos educativos, em que acreditem que os pais poderão ou não escolher. Isto é, tem de
existir liberdade de aprender e de ensinar.

O professor Fábio KonderComparato entende que as transformações do indivíduo são algo


características do ser humano:

“A essência do ser humano é evolutiva, porque a personalidade de cada indivíduo, isto é, o seu
ser próprio, é sempre, na duração de sua vida, algo de incompleto e inacabado, uma realidade em
contínua transformação. Toda pessoa é um sujeito em processo de desenvolvimento”.

Da mesma forma, a família também absorve as mudanças sociais e modificações nas


mentalidades, o que reflecte, de forma basilar, no papel que passa a desempenhar e na sua
consequente visão perante a sociedade, esta que, é evidenciada por diversos estilos de vida,
opiniões e padrões comportamentais.

Nesta perspectiva, a função social da família vem para demonstrar que esta não se apresenta mais
à sociedade como um fim em si mesma, mas como um lugar propício ao desenvolvimento de
sentimentos mútuos entre os seus membros, qualificadores de suas personalidades.

Portanto, cada entidade familiar deve ser protegida “na medida em que seja capaz de
proporcionar um lugar privilegiado para a boa vivência e dignificação de seus membros”.

Se todos são igualmente dignos, tal dignidade deve ser igualmente assegurada a todos pelo
Estado, e na família não poderia ser diferente. Discorrendo acerca deste assunto, expõem
Guilherme da Gama e Leandro Guerra:

A dignidade da pessoa humana, alçada ao topo da pirâmide normativa do ordenamento jurídico


brasileiro, encontra na família o solo apropriado para seu enraizamento e desenvolvimento, o que
justifica a ordem constitucional no sentido de que o Estado dê especial e efectiva protecção às
famílias, independentemente de sua espécie. Busca-se desenvolver o que é mais relevante entre
os familiares: o projecto familiar fulcrado no afecto, solidariedade, confiança, respeito,
colaboração, união, de modo a propiciar o pleno e melhor desenvolvimento da pessoa de cada
integrante, inclusive sob o prisma dos valores morais, éticos e sociais.

É nesse patamar que a família, então, passa a funcionar como uma fortaleza, visto que o
desenvolvimento da personalidade de cada um de seus membros, com respeito aos seus direitos
fundamentais, visa à protecção da dignidade que lhes é auferida constitucionalmente. Portanto,
“a família passou a servir como espaço e instrumento de protecção à dignidade da pessoa.

Deste modo, o fundamento da protecção familiar que passou a ser concedida pelo Estado
encontra-se presente no princípio da dignidade da pessoa humana, de forma que tal protecção
visa incentivar a promoção da dignidade entre os integrantes da família.

A importância da família na construção da responsabilidade moral em seus filhos, deve haver


uma educação que começa no ambiente familiar, capaz de preparar o indivíduo para a cidadania,
que deve ensinar-lhe a convivência pacífica com os outros e com a liberdade dos demais. A
criança deve ser preparada para agir conforme a lei e tornar-se membro efectivo da sociedade
civil. Os componentes de uma formação cívica e instrumentos de acesso à cultura são os

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primeiros sinais de igualdade e de pertencimento à esfera social. A responsabilidade de cada ser


humano para consigo mesmo é indissociável daquela que se deve ter em relação a todos os
demais. Trata-se de uma solidariedade que o liga a todos os homens e ao ambiente que o cerca.
Para Jonas, o ser humano precisa responder, com seu próprio ser, a uma noção mais ampla e
radical da responsabilidade referente à natureza humana e além dela.
Conclusão 11

Ao propor uma reflexão sobre "O papel da família na formação do cidadão" constata-se que é
tarefa primordial tanto dos pais, como também da escola o trabalho de transformar a criança
imatura e inexperiente em cidadão maduro, participativo, actuante, consciente de seus deveres e
direitos, possibilidades e atribuições. E que este ser em formação seja futuramente um cidadão
consciente, crítico e autónomo desenvolvendo valores éticos, espírito empreendedor capaz de
interagir no meio em que vive.

Nessa perspectiva, família e escola devem aproveitar, ao máximo, as possibilidades de


estreitamento de relações, porque o ajuste entre ambas e a união de esforços para a educação das
crianças e adolescentes deve redundar, sem dúvida nenhuma, em elemento facilitador de
aprendizagens e de formação do cidadão.

Pensa-se que dessa forma a família pode oferecer melhores ferramentas para que assim o
processo de aprendizagem e desenvolvimento profissional do cidadão, possa gradativamente ser
construído.
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Bibliografia

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil brasileiro: Direito de Família. 23ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2008. V. 5. P. 9.

VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: direito de família. 8ª ed. - São Paulo: Atlas, 2008.
(colecção direito civil. V. VI), p. 2.

VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. Vol. VI - Direito de Família. 5ª ed. São Paulo: Editora
Atlas, 2005, p.18.

ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Zahar, 1981

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