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O Papel Da Familia...
O Papel Da Familia...
Universidade Pedagógica
Nampula
2017
Adelino Iassine
Amarchande Acácio
Gito Braimo
Luciano Francisco
Raquel Jacinto
Universidade Pedagógica
Nampula
2017
Índice
Introdução-----------------------------------------------------------------------------------------------
3
Conceito de família------------------------------------------------------------------------------------ 4
Conceito de cidadania--------------------------------------------------------------------------------- 5
Conclusão----------------------------------------------------------------------------------------------- 11
Bibliografia--------------------------------------------------------------------------------------------- 12
Introdução 3
A temática abordada neste trabalho, enfatizando a condição familiar, instiga a reflexionar sobre a
educação e a formação da cidadania. Com isso, pretende dar uma visão sobre o papel da família
na formação do cidadão. Assim que é necessário verificar esse papel e mostrar sua importância
para o processo de ensino-aprendizagem.
É preciso que a família contribua para uma nova postura ético-valorativa de recolocar valores
humanos fundamentais como a justiça, a solidariedade, a honestidade, o reconhecimento da
diversidade e da diferença, o respeito à vida e aos direitos humanos básicos, como suportes de
convicções democráticas.
A família participa na formação da personalidade dos seus filhos, por isso ela deve estimulá-los a
ter boas atitudes.EE evidente a necessidade de se ter uma educação voltada para o ensino de
valores, certamente esse não é o objectivo principal do ensino, mas ambos devem ser trabalhados
juntamente, pois “não podemos dissociar o pensar do agir e do sentir, esses três estão
interligados e são indissociáveis, por isso devem ser trabalhados juntos, e, além disso, também
chamar atenção para o filho, ele é um ser humano que é influenciado por seu modo de pensar e
agir.
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Ao longo dos tempos a família passou por muitas transformações, sejam sociais, politicas,
económicas e culturais. Dentre todas as transformações, apresentou também uma evolução
conceitual, histórica e legislativa, as quais modificaram o modelo até então considerado
tradicional. Tais mudanças modificaram, também, a configuração familiar e as relações
parentais, que passaram a ser baseadas no afecto e na busca por felicidade, surgindo assim outras
formas de família.
No sentido amplo, Sílvio de Salvo Venosa define família como parentesco, ou seja, conjunto de
pessoas unidas por vínculo jurídico, de natureza familiar. Nesse sentido, compreendem os
ascendentes, descendentes e colaterais de uma linhagem, incluindo-se os ascendentes,
descendentes e colaterais do cônjuge, que se denominam parentes por afinidade ou afins. Nessa
compreensão inclui-se o cônjuge, que não é considerado parente.
No sentido restrito, para Helena Diniz restringe a família à comunidade formada pelos pais
(matrimónio ou união estável) e a da filiação.
Sílvio Venosa, assevera que a Família em um conceito restrito “compreende somente o núcleo
formado por pais e filhos que vivem sob o pátrio poder".
Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la (Dimenstein, 1993, p. 20).
Um cidadão é uma pessoa que se considera em uma fase madura o suficiente desenvolvido para
agir consciente e responsavelmente dentro da sociedade
A cidadania é o conjunto de direitos e deveres civis, políticos e sociais que cada cidadão deve
exercer. Exercer a cidadania significa conscientizar-se de seus direitos e deveres para lutar para
que a justiça possa ser colocada em prática.
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Cabe a família, além de outras tarefas, ensinar seus filhos a tomarem decisões, ensinar o certo ou
errado numa época de tantas transformações na sociedade e no mundo, onde os valores estão
sendo distorcidos e se extinguindo.
É incontestável afirmar que a educação visa à formação da personalidade, logo, do ser humano
como um todo, cabendo à família abrir perspectivas para o autoconhecimento e autoformação. O
sentido da vida só pode ser aprendido pela própria pessoa, mas as atitudes podem ser ensinadas.
Mesmo que a família não considere as atitudes como objectivos destacados dentro da sua
educação, não pode ignorar que elas afectam a interpretação de tudo o que se percebe. As
atitudes se modificam por meio de aprendizagens.
A família participa na formação da personalidade dos filhos, por isso ela deve estimulá-los a ter
boas atitudes, por isso para Turra é evidente a necessidade de se ter uma educação voltada para o
ensino de valores, certamente esse não é o objectivo principal da educação, mas ambos devem
ser trabalhados juntamente, pois “não podemos dissociar o pensar do agir e do sentir”, esse três
estão interligados e são indissociáveis, por isso devem ser trabalhados juntos, e, além disso,
também chamar atenção para o filho, ele é um ser humano que é influenciado por seu modo de
pensar e agir.
A sociedade solicita que a educação assuma funções mais abrangentes que incorporem em seu
núcleo de objectivos a formação integral do ser humano. Essa proposta educativa objectiva a
formação da cidadania, visando que os educandos desenvolvam competências para lidar de
maneira consciente, crítica, democrática e autónoma com a diversidade e o conflito de ideias,
com as influências da cultura e com os sentimentos e as emoções presentes nas relações que
estabelecem consigo mesmos e com o mundo à sua volta. Afinal, estamos falando de uma
educação em valores em que a dimensão interpessoal e sociocultural das relações humanas, são
considerados.
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Arantes chama atenção que a sociedade actual necessita de uma educação do educando como um
todo, um ser humano complexo que deve ser trabalhado em diversas áreas. A família deve
formar pessoas preparadas para o mundo.
A evidência mostra ser a família quem oferece o melhor quadro emocional e moral para uma
criança ou jovem adquirir esse padrão de referência original. Claro que não é a família sozinha
que sustenta esse padrão original e muito menos os conhecimentos e competências exigidas pelas
sociedades modernas. Especificamente em relação ao padrão valorativo original, este resulta de
diversos contributos e influências de muitos lados, em que a televisão e o exemplo dos adultos e
dos jovens mais velhos são dos mais preponderantes. Mas acima de todos eles está (ou deve
estar) certamente a escola, enquanto instituição especializada ao serviço da educação, que
realizará tanto melhor a sua função educativa quanto mais perfeita for a cooperação entre ela e a
família de cada criança ou jovem.
pela educação dos seus alunos quando se lhes impõe um colete-de-forças curricular, pedagógico
e até moral, que os subjuga não lhes dando espaço para apresentarem ofertas de educação
alternativas em que acreditem ― sem prejuízo do necessário cumprimento dos requisitos básicos
do ensino. Se os professores são obrigados a trabalhar em escolas com as quais eles ou os pais
não se identifiquem mutuamente, as suas responsabilidades de educadores ficam reféns dentro do
portão da escola e torna-se difícil ou mesmo impossível a cooperação e solidariedade entre a
família e os professores.
O sistema educativo não pode ser um sistema deseducativo dos pais e dos professores. Pelo
contrário, tem de contribuir para que famílias e escolas não possam fugir facilmente às suas
responsabilidades. Em particular, tem de reforçar claramente o papel dos pais e dos professores
― não esquecendo a primazia daqueles ― induzindo neles o dever de cooperarem na educação
das crianças e dos jovens à sua responsabilidade e alertando-os para o grave erro que cometem
quando transferem para outros – muitas vezes sabe-se lá quem – a decisão sobre o padrão
valorativo original a ser-lhes proposto. Mas, para que tal seja possível, é necessário que os pais
possam optar pela escola cujo “projecto educativo” seja consistente com o padrão valorativo
original transmitido na família. Também é necessário que os professores possam criar (ou aderir
a) projectos educativos, em que acreditem que os pais poderão ou não escolher. Isto é, tem de
existir liberdade de aprender e de ensinar.
“A essência do ser humano é evolutiva, porque a personalidade de cada indivíduo, isto é, o seu
ser próprio, é sempre, na duração de sua vida, algo de incompleto e inacabado, uma realidade em
contínua transformação. Toda pessoa é um sujeito em processo de desenvolvimento”.
Nesta perspectiva, a função social da família vem para demonstrar que esta não se apresenta mais
à sociedade como um fim em si mesma, mas como um lugar propício ao desenvolvimento de
sentimentos mútuos entre os seus membros, qualificadores de suas personalidades.
Portanto, cada entidade familiar deve ser protegida “na medida em que seja capaz de
proporcionar um lugar privilegiado para a boa vivência e dignificação de seus membros”.
Se todos são igualmente dignos, tal dignidade deve ser igualmente assegurada a todos pelo
Estado, e na família não poderia ser diferente. Discorrendo acerca deste assunto, expõem
Guilherme da Gama e Leandro Guerra:
É nesse patamar que a família, então, passa a funcionar como uma fortaleza, visto que o
desenvolvimento da personalidade de cada um de seus membros, com respeito aos seus direitos
fundamentais, visa à protecção da dignidade que lhes é auferida constitucionalmente. Portanto,
“a família passou a servir como espaço e instrumento de protecção à dignidade da pessoa.
Deste modo, o fundamento da protecção familiar que passou a ser concedida pelo Estado
encontra-se presente no princípio da dignidade da pessoa humana, de forma que tal protecção
visa incentivar a promoção da dignidade entre os integrantes da família.
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Ao propor uma reflexão sobre "O papel da família na formação do cidadão" constata-se que é
tarefa primordial tanto dos pais, como também da escola o trabalho de transformar a criança
imatura e inexperiente em cidadão maduro, participativo, actuante, consciente de seus deveres e
direitos, possibilidades e atribuições. E que este ser em formação seja futuramente um cidadão
consciente, crítico e autónomo desenvolvendo valores éticos, espírito empreendedor capaz de
interagir no meio em que vive.
Pensa-se que dessa forma a família pode oferecer melhores ferramentas para que assim o
processo de aprendizagem e desenvolvimento profissional do cidadão, possa gradativamente ser
construído.
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Bibliografia
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil brasileiro: Direito de Família. 23ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2008. V. 5. P. 9.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: direito de família. 8ª ed. - São Paulo: Atlas, 2008.
(colecção direito civil. V. VI), p. 2.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. Vol. VI - Direito de Família. 5ª ed. São Paulo: Editora
Atlas, 2005, p.18.
ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Zahar, 1981