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Almoço e Jantar - Novo
Almoço e Jantar - Novo
Entre 4 e 6 meses a criança apresenta maturidade fisiológica e neurológica, com atenuação do reflexo
de protrusão da língua, que facilita a ingestão de alimentos semi-sólidos. As enzimas digestivas são
produzidas em quantidades suficientes, razão que as habilitam a receber outros alimentos além do leite
materno1. Recomenda-se o consumo de alimentos saudáveis, “in natura”2 e que sejam preparados em casa,
com boas condições de higiene.
Além das recomendações oficiais publicadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pelo
Ministério da Saúde (MS) há outras técnicas bastante difundidas pela internet. Um exemplo é o método BLW -
Baby-Led Weaning que significa: desmame guiado pelo bebê. A idealizadora defende a oferta de alimentos
complementares em pedaços, tiras ou bastões.
Não há evidências e trabalhos publicados em quantidade e qualidade suficientes para afirmar que os
métodos BLW ou BLISS3 sejam as únicas formas corretas de introdução alimentar, portanto a SBP recomenda
que no momento da alimentação, o lactente pode receber os alimentos amassados oferecidos na colher, mas
também deve experimentar com as mãos, explorar as diferentes texturas dos alimentos como parte natural
de seu aprendizado sensório motor. Deve-se estimular a interação com a comida, evoluindo de acordo com
seu tempo de desenvolvimento4.
A comida deve ser amassada, sem peneirar ou liquidificar. Nos primeiros dias, é normal a criança
derramar ou cuspir o alimento; portanto, tal fato não deve ser interpretado como rejeição ao alimento5.
Definições importantes:
● Legumes são vegetais cuja parte comestível não são folhas. Por exemplo: cenoura, beterraba,
abóbora, chuchu, vagem, berinjela, pimentão, tomate dentre outros.
● Verduras são vegetais cuja parte comestível são as folhas. Por exemplo: agrião, alface, taioba,
espinafre, serralha, beldroega, acelga, almeirão, couve, repolho, rúcula e escarola.
● Tubérculos são caules curtos e grossos, ricos em carboidratos. Por exemplo: batata baroa, inglesa,
doce), mandioca (macaxeira ou aipim), cará e inhame.
● A carne, na quantidade de 50 a 70 g/dia (para duas papas), não deve ser retirada após o cozimento,
mas, sim, picada, tamisada (cozida e amassada com as mãos) ou desfiada, fundamental que seja
oferecida à criança (procedimento fundamental para garantir oferta adequada de ferro e zinco).
Cereal ou tubérculo Leguminosa Proteína animal Hortaliças
Arroz, Milho, Feijão, Soja, Carne bovina, Verduras: alface, couve, rúcula, agrião, acelga,
Cenoura, Batatas, Ervilha, Lentilha, Carne de frango, almeirão, brócolis, couve-flor, escarola,
Mandioca, Inhame, Grão de bico Carne suína, espinafre
Cará, Farinha de Carne de peixe, Legumes: Abóbora, batata, berinjela,
Trigo, Aveia Ovo beterraba, inhame, cará, cenoura, chuchu,
mandioca, mandioquinha, nabo, abobrinha
1
Manual de Alimentação, Sociedade Brasileira de Pediatria, 4ªEd, 2018, p.28
2
Considera-se alimento "in natura" o
u minimamente processados – alimentos obtidos de plantas ou de animais e não passam por muitas alterações. Os
alimentos minimamente processados passam por alguma modificação: limpeza, remoção de partes indesejáveis, divisão, moagem, secagem, fermentação,
pasteurização, refrigeração, congelamento, mas não são adicionados de sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias. Exemplos: Legumes, verduras,
frutas, batata, mandioca e outras raízes e tubérculos in natura ou embalados, fracionados, refrigerados ou congelados; arroz branco, integral ou parbolizado, a
granel ou embalado; milho em grão ou na espiga, grãos de trigo e de outros cereais; feijão de todas as cores, lentilhas, grão de bico e outras leguminosas;
cogumelos frescos ou secos; frutas secas, carnes (boi, suína, peixe, de ave), ovos, iogurte sem açúcar.
3
BLISS - B
aby-Led Introduction to SolidS
4
Guia prático de atualização: a alimentação complementar e o método BLW, DC nutrologia-SBP, 2017
5
Manual de Alimentação, Sociedade Brasileira de Pediatria, 4ªEd, 2018, p.38
Passo a Passo:
1. Lave bem as mãos, as frutas, verduras, vegetais, legumes e tubérculos.
2. Temperos naturais (alho, cebola, cheiro verde e uma pitada de sal) são permitidos - não use temperos
artificiais.
3. Use á gua suficiente apenas para amaciar os alimentos (a comida não deve ficar encharcada).
4. Faça a introdução de m odo gradual, oferecendo apenas um alimento novo de cada vez. A seguir
acrescente dois ou três novos tipos de outros grupos. O ideal é misturar um vegetal, um tubérculo e
um legume. Após uma semana a criança pode comer grãos como arroz, feijão e lentilha.
5. Aos 8 meses, introduza gema de ovo bem cozida no almoço. Comece com 1/4 e aumente conforme
aceitação, oferecendo 2 vezes por semana
Atenção:
● Macarrão, fubá, aveia e semolina são alimentos ricos de a lto valor calórico e baixo valor nutricional e
não devem substituir os grupos básicos (descritos acima).
● Evite amamentar o bebê após o almoço. O leite prejudica a absorção do ferro alimentar.
● Ofereça água e suco ao bebê.
Quais são as proporções de cada ingrediente?6
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Esquema do prato para ser utilizado em todas as idades, variando o tamanho das porções. Weffort e Lamounier, 2017