TutoriaD - Penal MarianaPedrosaFonseca

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TUTORIA DIREITO PENAL II 2021/2022 | Tutora Mariana Pedrosa da Fonseca

QUADRO SISTEMÁTICO DE CRIMES DE OMISSÃO

1º Perceber se estamos perante uma Ação ou Omissão – adotando um critério de delimitação do tipo
Etapa naturalista (Doutrina germânica) ou de tipicidade (Figueiredo Dias).
2º Se há omissão, há um passo intermédio, antes da tipicidade, que é o de saber se existia um dever
Etapa jurídico que pessoalmente obrigasse o omitente a evitar o resultado produzido, nos termos do Artigo
10º/2, CP.
3º Para saber se havia um dever de atuar, teremos que averiguar se existia Posição de Garante.
Etapa Encontrando-se, por força de tal dever, constituído na posição de garante da não verificação do
resultado típico.
4º Existem, essencialmente, 4 Teorias que constroem o fundamento das Posições de Garante:
Etapa 1- Teoria Formal – lei + contrato + ingerência
2- Teoria das Funções
3- Teoria Mista de Figueiredo Dias | Baseia-se na ideia de que a lei e o contrato não são fontes
de posição de garante, mas planos em que se devem refletir. Fundamento existencialista.
Decisivo é antes a existência de uma relação de proximidade fática entre o omitente e
determinados deveres jurídicos que ele tem o dever pessoal de proteger ou entre o omitente
e determinadas fontes de perigo por cujo controlo é pessoalmente responsável. + Organização
sistemática de casos:
A  Deveres de proteção e assistência a um bem jurídico carecido de amparo
o Relações de proteção familiares ou Análogas;
o Assunção de funções de guarda e assistência;
o Comunidade de vida e de perigos;
B  Deveres de vigilância e segurança face a uma fonte de perigos
o Ingerência;
o Dever de fiscalização de fonte de perigo no âmbito de domínio próprio;
o Dever de garante face à atuação de terceiros
4- Teoria da Fernanda Palma | Parte da Teoria de Jakobs sobre a liberdade de conformação do
mundo, porém, restringe os seus resultados a situações em que se deve verificar uma
reconhecida autovinculação implícita da relação social.
5- Posição de Monopólio
A  Figueiredo Dias | Gera posição de garante verificados os 3 requisitos supra.
B  Fernanda Palma | Discussão sobre se gera posição de garante.
5º Verificando-se a existência de uma Posição de Garante, tal significa que haverá lugar à equiparação da
Etapa omissão à ação, ao abrigo do Artigo 10º/1 e 2, CP. Deste modo, deverá proceder-se a uma articulação
entre o preceito que prevê o Crime de Resultado (por exemplo, Crime de Homicídio ou Ofensa à
Integridade física) com a cláusula de equiparação ou extensão da tipicidade do Artigo 10º, CP –
Estamos no âmbito dos Crimes Omissivos Impuros/Impróprios.
6º Não se verificando a existência de uma Posição de Garante, tal significa que não haverá lugar à
Etapa equiparação da omissão à ação – Artigo 10º/1 e 2. No entanto, poderá sempre existir um dever
genérico de agir que se impõe ao agente, no âmbito de um Crime Omissivo Puro. Por exemplo, nos
termos do Artigo 200º ou 284º. A ser esse o caso, a omissão está descrita no tipo legal de crime e não
será necessário recorrer à cláusula de equiparação ou extensão da tipicidade do Artigo 10º, CP.
NOTA Por princípio, as Omissões Puras são subsidiárias das Omissões Impuras. Por isso, se existe, no caso
concreto, um dever de garante, a conduta do agente deve ser punida enquanto uma Omissão impura
+ princípio non bis in idem no caso de existirem deveres genéricos e deveres de garante.

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