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Amostragem Litológica
Amostragem Litológica
Amostragem Litológica
Geociências
AMOSTRAGEM LITOLÓGICA
NA PROSPECÇÃO MINERAL E
NO MAPEAMENTO GEOLÓGICO
2002
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 2
OBJETIVOS DA AMOSTRAGEM LITOLÓGICA 2
PRINCÍPIOS DA AMOSTRAGEM LITOLÓGICA 4
COEFICIENTE DE VARIABILIDADE DOS DEPÓSITOS MI- 5
NERAIS
TIPOS DE AMOSTRAS LITOLÓGICAS 6
AMOSTRAS PONTUAIS 6
AMOSTRAS DE CANAL 8
AMOSTRAS DE CAMADA 12
AMOSTRAS DE VOLUME 13
A ESCOLHA DO TIPO DE AMOSTRAGEM 14
RECOMENDAÇÕES DE ORDEM PRÁTICA 14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 18
1
INTRODUÇÃO
2
dos dados, dentro de limites aceitáveis e controlados. Ao contrário do que se afirma
comumente, a amostra não representa um corpo de rocha ou minério, mas exclusi-
vamente as suas porções fisicamente acessíveis, e os seus dados podem ser extra-
polados apenas às zonas de influência estatisticamente definidas.
3
PRINCÍPIOS DA AMOSTRAGEM LITOLÓGICA
4
COEFICIENTE DE VARIABILIDADE DOS DEPÓSITOS MINERAIS
V = d / x . 100%
Depósitos regulares
V = até 40%
Depósitos irregulares
V = 40% a 100%
5
buição). Exemplos: depósitos filoneanos e disseminados de Cu, W, Mo, Sb, Hg, Co,
fluorita, calcita, barita.
Depósitos erráticos
V = acima de 100%
Amostras pontuais
6
De fato, tanto as amostras simples quanto as compostas, embora sejam fre-
qüentemente usadas na prospecção, apresentam erros inadmissíveis. A sua aplica-
ção é limitada a estudos petrográficos, porque a própria técnica de análise exige es-
te tipo de amostra, e à dosagem química dos constituintes essenciais de rochas tipi-
camente homogêneas.
Q = K.d2
Q: peso da amostra em g
K: constante fornecida pela Tabela 2
d: diâmetro da maior partícula em mm
7
Tabela 2. Coeficientes de segurança de Richards-Chechette,
adaptados por Baryshev.
V (%) K
- 40 0,05
40 - 100 0,1
Uma regra empírica, extraída da fórmula acima, pode ser aplicada com o má-
ximo de segurança possível (K = 0,5): o peso de uma amostra pontual, medido em
gramas, deve ser pelo menos igual à metade do quadrado do diâmetro da maior par-
tícula constituinte, medido em milímetros. Exemplo: uma amostra do granito Três
Córregos, cujos fenocristais de feldspato medem 40 mm de diâmetro, deve pesar
pelo menos 800 g, porque 40 x 40 = 1.600 2 = 800.
Amostras de canal
8
ao longo de uma dimensão do corpo amostrado. KcKinstry (op.cit.) enfatiza tanto e
dá tanta importância à regularidade, que recomenda o uso de um gabarito de madei-
ra para controle da seção do canal durante a coleta.
- 40 5 x 3 cm 5 x 4 cm 3,75 - 5,00 kg
40 - 100 5 x 5 cm 5 x 5 cm 6,25 kg
Observação: o peso por metro linear de amostra foi calculado para materiais com
3
densidade de 2,5 g/cm .
Exemplo:
9
SILTITO A 0,9 m
B 1,2 m
ARENITO 2,4 m
1,2 m
C
A divisão do canal também deve ser feita em função das variações de outros
atributos das rochas: mineralogia, alteração, cor, dureza, textura, estrutura e assim
por diante. Acontece que são elas que servem de guia visível para a escolha do fra-
cionamento da amostra, o que se justifica do ponto-de-vista petrológico e geoquími-
co, uma vez que raramente as mudanças de aspecto não são acompanhadas por
variações composicionais nas rochas.
10
Figura 2. Amostras de canal vertical e horizontal em flancos assimétricos de dobra.
h = L.E2 / V2
0,05% para Cu e W.
0,10% para Fe, Mn, Ti, Pb e Zn.
0,17 g/t para Au.
11
Tabela 4. Intervalos entre canais adjacentes, em função do coeficiente
de variabilidade, segundo Maximov (1973).
V (%) h (m)
- 20 15 - 50
20 - 40 4 - 15
40 - 100 2,5 - 4
Sendo mínimos, estes intervalos podem ser aumentados por rarefação, isto é,
eliminando amostras intercaladas. Por outro lado, é importante saber que para de-
pósitos filoneanos de Mo e Au, por exemplo, os erros chegam a 70% e o adensa-
mento os reduz em quase nada.
Amostras de camada
12
Entretanto, estas amostras são geralmente tão demoradas e difíceis de se
coletar em materiais duros que só devem ser coletadas em veios delgados de miné-
rios altamente irregulares, como filões auríferos com pepitas, ou para controlar ou-
tras amostras em depósitos de pequena espessura.
Amostras de volume
Estudos-piloto 10 - 15 t 2 a 3 caçambas
13
Para ensaios tecnológicos, é recomendável manter a amostra em seu estado
natural, com estrutura e umidade preservadas. Isto se obtém por armazenamento
especial: sacos plásticos ou tambores fechados. Quanto à quantidade de amostras,
Kreiter (op.cit.) recomenda os números apresentados na Tabela 6.
V (%) n
- 40 6-8
40 - 100 15 - 20
+ 100 30 - 40
14
RECOMENDAÇÕES DE ORDEM PRÁTICA
marreta e ponteira;
15
6. Sempre complemente a descrição dos afloramentos com a descrição macroscó-
pica das amostras coletadas. A falta de uma descrição mais detalhada das ro-
chas amostradas no campo é causa importante do baixo nível dos estudos litoló-
gicos, fácil de perceber na leitura dos relatórios de mapeamento e prospecção.
8. Peça licença para coletar amostras aos proprietários dos locais de estudo. Eles
têm direito de ser informados sobre o que você está fazendo nas suas proprieda-
des e de autorizar o trabalho. Não esqueça que o Código de Mineração estabe-
lece a necessidade da autorização do proprietário da terra para a execução da
pesquisa mineral.
9. Tenha muito cuidado com frentes de pedreiras, onde são comuns blocos instá-
veis e soltos nas paredes, furos carregados e não explodidos, animais peçonhen-
tos escondidos sob os entulhos, entre outros riscos à segurança.
11. Escolha amostras sãs. Alterações de rocha podem ser amostradas exatamente
para estudar os efeitos mineralógicos, físicos e químicos da alteração, mas não
servem como amostras litológicas representativas.
12. Amostras de determinados materiais, como água e carvão, devem ser acondicio-
nadas apropriadamente e enviadas imediatamente ao laboratório, para evitar
oxidação e outras reações químicas que alteram os resultados das análises.
13. Segundo recomendações do USGS, uma amostra de rocha não precisa pesar
mais do 0,9 kg e uma de carvão deve pesar de 1,8 a 2,3 kg.
16
14. Um bom padrão de saco de amostra é o de plástico com 0,006 a 0,15 mm de
espessura, tamanho aproximado de uma folha de papel ofício, capacidade de pe-
lo menos 2 litros e com etiqueta impressa.
15. Nas frentes de lavra, colete também amostras de concentrados e outros materi-
ais prontos para entrega ao consumidor, para compará-los com as rochas em es-
tado bruto. Se houver pilhas com produtos de diferentes granulometrias, colete
uma amostra de cada para verificar em que frações ocorrem enriquecimentos
dos materiais de interesse para o seu projeto.
16. Quando você obtiver autorização para coletar amostras dentro de uma proprie-
dade mineira, assuma o compromisso de encaminhar os resultados para a em-
presa e envie-os na forma dos laudos de laboratório, sem transcrição nem simpli-
ficação. Esta é uma obrigação considerada fundamental no exercício da geolo-
gia, em qualquer país. Isto não impede que você solicite sigilo por parte da em-
presa, se o seu projeto assim o exigir.
17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEUS, A.A. and GRIGORIAN, S.V. - Geochemical exploration methods for mineral deposits.
Applied Publishers Ltd., Wimette, IL, 1977.
KREITER, V.M. - Geological prospecting and exploration. Mir Publishers, Moscow. 1968.
MARANHÃO, R.J.L. - Introdução à pesquisa mineral. 1983.
McKINSTRY, H.E. - Geologia de minas. Ediciones Omega S.A., Barcelona, 1977.
MEND (1989). Field sampling manual for reactive sulphide tailings. Mine Environmental Neu-
tral Drainage (MEND) Program Report 4.1.1. Canect Environ. Control Technologies
Ltd.
MEND (1994). Review of waste rock sampling techniques. Mine Environmental Neutral
Drainage (MEND) Program Report 4.5.1. Senes Consultants Ltd. et al.
PETERS, W.C. - Exploration and mining geology. John Wiley & Sons, New York, 1978.
PITARD, F.F. (1993). Pierre Gy’s sampling theory and sampling practices - heterogeneity,
sampling correctness, and statistical process control, 2nd. edition. CRC Press, Boca
Raton, FL.
RUNNELS, D.D.; SHIELDS, M.J. and JONES, R.L. (1997). Methodology for adequacy of
sampling of mill tailings and mine waste rock. In: Proc. Mine and Rock Waste 97.
Balkema, Rotterdam, p. 561-563.
SMITH, (1997). Waste rock characterization. In: Mining Environmental Handbook. J.J. Mar-
cus, London, Imperial College Press, p. 287-293.
SMITH, K.S.; RAMSEY, C.A. and HAGEMAN, P.L. (2000). Sampling strategy for the rapid
screening of mine-waste dumps on abandoned mine lands. In: Proceedings of the
Fifth Conference on Acid Rock Drainage. SME, Littleton, CO. p. 1453-1461.
18
Tabela 7. Matriz para escolha do tipo e tamanho da amostra litológica.
Corpos tabulares de Bandada, zonada, estrati- Heterogênea e geralmen- Química e geoquímica de V Seção (cm) Intervalo (m)
espessura média (1-5 m). ficada, laminada. te irregular. elementos maiores em
rochas friáveis e altera- R 5x3 4 - 15
CANAL das.
I 5x5 2-4
E 10 x 4 1-2
Espessura: 5 - 10 cm.
Corpos tabulares e finos Maciça, bandada, zona- Heterogênea e geralmen- Química e geoquímica.
CAMADA Largura: espessura do corpo amostrado.
(10-100 cm) a muito finos da, estratificada, lamina- te errática.
Extensão: 1-2 m ou extensão aflorante do filão ou ca-
(< 10 cm). da.
mada aflorante.
Qualquer forma. Depen- Brechada e conglomerá- Heterogênea e errática. Química e ensaios tecno- Quantidade
Aplicação Peso
de mais da composição e tica, com minério disse- lógicos.
(Escala) (kg, t)
da aplicação da amostra. minado na matriz. Segre- R I E
gada.
VOLUME Laboratório 100-250
Bancada 250-1.000 6 15 30
a a a
8 20 40
Piloto 10-15
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