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FD 3397
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E-BOOK
PROGRAMAÇÃO E RESUMOS
10 A 12 NOVEMBRO 2021
E-Book de Programação e Resumos
do VIII CONGEAfro:
Esperançar em Crises Históricas
Núcleo de Estudos e Pesquisas
Roda Griô GEAfro:
Gênero, Educação e Afrodescendência
Teresina, 2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE ARTES
DEPARTAMETO DE FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
COORD. DE PROGRAMAS, PROJETOS E EVENTOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS (CPPEC-PREXC)
NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS RODA GRIÔ: GÊNERO, EDUCAÇÃO E AFRODESCENDÊNCIA
RODA GRIÔ: GEAfro
INSTITUCIONAL
Reitor
Gildásio Guedes Fernandes ( 2021-2024)
Vice-Reitora
Viriato Campelo ( 2020-2024)
Diretor do CCE
Profª. Drª. Eliana de Sousa Alencar Marques
Chefe do DEA
Prof. Dr. Odailton Aragão Aguiar
Coordenadora do Curso de Licenciatura em Artes Visuais
Profa. Doutoranda Núbia Suely Canejo Sampaio
Chefe do DEFE
Profª. Drª. Carmen Lucia de Sousa Lima
Coordenador do PPGEd
Prof. Dr. Elmo de Souza Lima
Coordenação do Núcleo de Estudos Roda Griô: Gênero, Educação e Afrodescendência Roda Griô: GEAfro
Prof. Pós-Ph.D. Francis Musa Boakari
Profª. Drª. Francilene Brito da Silva
Coordenação do VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas
Profª. Drª. Francilene Brito da Silva
Prof. Pós-Ph.D. Francis Musa Boakari
Comitê Executivo:
Marcieva da Silva Moreira
Odilanir de Oliveira Leão
Raimunda Nonata da Silva Machado
Vicelma Maria de Paula Barbosa Sousa
Comitê de Monitoria:
Emanuella Geovana Magalhães de Souza
Isabel Ferreira do Nascimento
Sabyna Pohema Soares de Lima
Comitê de Multimídia:
Águida Bomfim de Oliveira
Aline Guimarães Pereira Gomes
Artenilde Soares da Silva
Berenice Valentim Silva
Caio de Sousa Feitosa
Carlos Henrique da Silva
Cleanne Nayara Galiza Colaço
Dayane Bruna da Silva Ferreira
Francilene Brito da Silva
Francisco Ruan da Silva
Grazielly Valéria Machado Costa da Silva
Ilanna Brenda Mendes Batista
Marcieva da Silva Moreira
Odilanir de Oliveira Leão
Pâmela Lee Soares Vasconcelos
Simoní Portela Leal
Comitê Científico:
Alisson Emanuel Silva
Andresa Barros Santos
Arlindo Cornelio Ntunduatha Juliasse
Claudiane Santos Araújo
Danielle Cristina dos Santos Pereira
Efigênia Alves Neres
Elenita Maria Dias de Sousa Aguiar
Fabiana dos Santos Sousa
Francilene Brito da Silva
Francis Musa Boakari
Geoésley José Negreiros Mendes
Glaucia Santana Silva Padilha
Ilanna Brenda Mendes Batista
Ilma Fátima de Jesus
L’Hosana Céres de Miranda Tavares
Núbia Suely Canejo Sampaio
Pollyanna Jericó Pinto Coêlho
Raimunda Nonata da Silva Machado
Roberto da Costa Joaquim Chaua
Simone Cristina Silva Simões
Soraia Lima Ribeiro de Sousa
Tercília Maria da Cruz Silva
Vicelma Maria de Paula Barbosa
Walquiria Costa Pereira
Monitoria:
Mamhã
Marcia Caroline Torres Barbosa
Leudiane Oliveira de Lima
Laura Coutinho Lima Ferraz
Realina Maria Ferreira
Lindomar Santos de Sousa
Josivan Das Luzes
Tarde
Clecio Leonardo Mendes Araujo
Gabriel Silva Melo Nunes
Teresa Cristina Vieira de Carvalho
Vanessa da Silva Borges
Maria Victória Cavalcante Andrade Lima
Vitória Rayssa Holanda da Silva
Tais da Silva Costa
Ana Luiza Amorim Nascimento
Arte e Diagramação:
Francilene Brito da Silva
Revisão:
Marcieva da Silva Moreira
Odilanir de Oliveira Leão
Raimunda Nonata da Silva Machado
Simoní Portela Leal
Vicelma Maria de Paula Barbosa Sousa
FICHA CATALOGRÁFICA
Universidade Federal do Piauí
Sistema de Bibliotecas da UFPI – SIBiUFPI
Serviço de Processamento Técnico
CDD 370
Remo.
APRESENTAÇÃO DE BOAS-VINDAS
É com grande prazer que endereçamos as nossas boas-vindas a todos e todas participantes do VIII
Congresso sobre Gênero, Educação e Afrodescendência (VIII CONGEAfro): Esperançar em crises
históricas.
Gostaríamos de aproveitar esta oportunidade para manifestar nossa mais profunda
gratidão a todos e todas pela confiança e esperança de mais uma vez unirmos esforços para
dedicarmos a nossa atenção neste espaço de produção e circulação de saberes como forma
de reafirmação de nossas existências e resistências, em meio a Pandemia COVID 19 e outras
crises humanitárias que assolam as nossas vidas.
Hoje, as crises humanitárias (Covid 19, terrorismo, racismo, epistemicídio, entre outras) se
destacam como alguns dos grandes desafios planetários, dos quais o futuro da humanidade
depende decisivamente. Os desafios da Covid 19 e as demais crises, jamais poderão ser
resolvidas por um punhado de pessoas ou país de forma isolada, pois, “eu sou porque nós
somos”.
Acreditamos a partir dos resultados que temos vindo a colher nos CONGEAfro’s anteriores,
que a pesquisa, a publicação dos resultados, aliados a internacionalização da educação,
cultivados pelas trocas de experiências e saberes, como as que serão proporcionadas por
este Congresso, são essenciais para alcançarmos nosso objetivo final, que é o de tornarmos
cada mais unidos na diversidade rumo a uma sociedade igualitária, mais justa, democrática
imbricada na complexidade.
Façamos deste evento um espaço e momento de conversas sobre uns, sobre os outros e sobre
nós mesmos, conversando sobre o que fazemos e o que nos fazem, nestes tempos temerosos,
sobre os nossos sentimentos, as nossas alegrias, as nossas dores, tramas, mas também, as
nossas superações, nossas resistências, e principalmente, sobre como mantemos as nossas
existências nos múltiplos espaços em disputa.
Cientes do seu compromisso com a educação e pesquisa, e interesse em questões sociais
contemporâneas, especialmente em promover o esperançar, renovamos antecipadamente
os nossos agradecimentos pelas suas ricas contribuições.
ZIKOMO KWAMBIRI (Muito obrigado), em língua Nyanja/Chichewa, minha língua
materna falada nas províncias de Niassa (norte de Moçambique) Tete, e parte da província
de Zambézia (centro de Moçambique).
KANIMAMBO (Obrigado) em língua changana falada no sul de Moçambique.
Arlindo Cornelio Ntunduatha Juliasse
Nampula, Moçambique, 30 de outubro de 2021.
RESUMOS
31
INDÍGENAS EM UMA AULA REMOTA: UM TREINO NA SALA VIRTUAL, UMA LIÇÃO PARA A VIDA 84
Erica de Sousa Costa 84
Geoésley J. N. Mendes 84
Referências:
SILVA, Francilene Brito da. Narrativa Autobiográfica Oral, Imagética e
Escrita: Oralimagens. Teresina, PI: [S. ed.], 2021. Texto didático para trabalho
de grupo sobre o Projeto de Pesquisa: Arte como Narrativa e Cuidado de Mulheres
Afrodescendentes.
Resumo: Diante das desigualdades socioeconômica e políticas entre os sexos, esse trabalho
propõe analisar as desigualdades de gênero no cenário político da Guiné-Bissau (1994-2020),
período da primeira e das últimas eleições gerais. O projeto discute os principais problemas
que estão por trás desse fenômeno através de um estudo empírico, proporcionando, assim,
uma reflexão crítica e ideológica em torno da temática. Tendo em conta o objetivo da
pesquisa, decidi fazer uma pesquisa de caráter qualitativa e quantitativa, utilizando a priori
a bibliografia existente sobre essa temática, e depois realizarei a entrevistas com as mulheres
que já ocuparem cargos públicos/políticos no país. E o método quantitativo servirá para
fazer referência e comparação dos dados estatísticos, a fim de entender a representatividade
da figura feminina na política e nos altos cargos administrativos. De acordo com Almeida
(2014, p. 28), há pouca participação da mulher na política. No parlamento, verifica-se
somente 10% de deputadas e, no poder executivo, a presença de mulher é de 18,7% no cargo
de ministras em 2009, por outro lado, as secretarias de Estado contam com 8,3%. Enquanto
que, no puder judicial, a disparidade mantém-se, com 28% de juízas e 13% de delegadas do
Ministério Público. Segundo o documento UE-PAANE (2015), a falta de oportunidade e o
poder de tomada de decisão são algumas das principais barreiras das meninas e mulheres
quanto a realização dos seus direitos, bem como quanto à saída dos ciclos de pobreza. Dessa
forma, a cultura do patriarcado é muito visível nessa sociedade: “As teóricas do patriarcado
concentraram sua atenção na subordinação das mulheres e encontraram a explicação
para este fato na ‘necessidade’ de o macho dominar as mulheres” (SCOTT, 1985, p. 9). Os
resultados provisórios da pesquisa fizeram compreender que as mulheres fazem parte da
maioria da população do país, mesmo assim, são subalternizadas. Ademais, fazem parte
dos grupos mais vulneráveis e apresentam o nível da escolarização mais baixo do que dos
homens. Além de exercerem trabalhos precários com rendimentos baixos, elas também
acumulam o trabalho doméstico e produtivo. Entretanto, concluiu-se que a fraca participação
das mulheres na arena política da Guiné-Bissau e nos altos cargos administrativos é devido a
falta do profissionalismo e educação de qualidade para a camada feminina.
Palavras-chave: Desigualdade. Gênero na política. Democracia guineense.
Referências:
SCOTT, Joan. Gênero: Uma Categoria Útil para Análise Histórica. DH Net, 1985.
Resumo: O perfil da mulher negra no Brasil é marcado por visões estereotipadas, por
condicionamentos coloniais que continuam rondando a sociedade moderna. Nesse contexto,
é relevante estudar a mulher negra na Literatura Brasileira, visto que a Literatura engloba
além do processo estético o tempo, o espaço, os valores, as ideologias de cada momento
histórico-social. Sobre gênero e etnia se faz necessário analisar não só as personagens
que retratam identidades culturais, mas também a escritura, ou seja, considerar os conceitos
de representação e construção de identidade mediante o pertencimento, o viver de dentro.
Para Hall (2006) identidades culturais são aqueles aspectos indenitários que surgem de
nosso “pertencimento” a culturas étnicas, raciais, linguísticas, religiosas e, acima de tudo
nacionais. O presente trabalho visa apresentar uma análise da representação da mulher negra
nos contos Guarde Segredo de Esmeralda Ribeiro e o diálogo do referido texto com Clara
dos Anjos, personagem do romance escrito por Lima Barreto no qual nos é apresentado, sob
a perspectiva do preconceito racial, a protagonista como uma mulher passiva, submissa,
subjugada constantemente. Para tanto, as questões enunciativas do texto serão abordadas
a partir dos pressupostos teóricos de CUTI (2010), STUART HALL (2006), SILVA (2011),
ZINANI (2006), dentre outros.
Palavras-chave: Clara dos Anjos. Representação. Identidade.
Referências:
BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. 12 ed. São Paulo: Ática, 1998.
CUTI, (Luiz Silva). Literatura Negro-Brasileira. São Paulo: Selo Negro, 2010.
FANON, Frantz. Pele Negra, Máscaras brancas. (Trad. Renato da Silveira) Salvador:
EDUFBA, 2008.
RIBEIRO, Esmeralda. Guarde Segredo. In: VÀRIOS. Olhos de Azeviche: dez escritoras
negras que estão renovando a literatura brasileira- contos e crônicas/ Ana Paula Lisboa...
[et al]; organização de Vagner amaro. Rio de Janeiro: Malê, 2017.
Resumo: Este trabalho teve por objetivo verificar o número de egressos/concludentes entre
os estudantes ingressantes por Ações Afirmativas que se autodeclararam negros em 2016,
no Campus Dr.ª Josefina Demes, bem como quantificação de pessoas do sexo feminino nos
cursos de graduação da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) de Floriano/PI. Este trabalho
se caracteriza como um estudo de caso, pautado em uma abordagem quantitativa, no qual
foram utilizados procedimentos sistematizados em duas etapas: a pesquisa bibliográfica e
a documental. A primeira nos proporcionou conceituar termos relevantes para este estudo:
ações afirmativas, cotas sociais e cotas raciais (DAFLON; FERES-JÚNIOR; CAMPOS,
2013; MENDES-JÚNIOR; WALTENBERG, 2015; MOEHLECKE, 2002; MUNANGA, 2010;
VANTREEELS, 2014); bem como, gênero e sexualidade na educação e interseccionalidade
(BARRETO, 2014; COLLINS; BILGE, 2021; QUEIROZ, 2001; ROSEMBERG; ANDRADE,
2008). Já para a etapa da pesquisa documental, foram analisados o Edital SiSU/UESPI nº
02/2016, a Lei Estadual do Piauí nº 5.791/2008 e a Resolução CONSUN/UESPI nº 007/2008,
cujas quais nos permitiram constatar que, para o ingresso em todos os cursos, há a reserva
de 15% das vagas oferecidas para candidatos que tenham cursado exclusivamente os ensinos
fundamental e médio em estabelecimentos da rede pública e que se autodeclarem negros
(AF2). Dentre as 62 vagas ofertadas em 2016 para AF2, observou-se o não preenchimento
de 25% delas. Daqueles que ingressaram como AF2, 64% chegaram ao final de 2019.2 com o
status de concludente/egresso, tendo como destaque as mulheres, que representaram 70%
deste grupo. Tal interesse feminino pela conclusão do Ensino Superior, pode ser justificado
pela necessidade de melhoria do currículo para obtenção de um melhor posicionamento
no mercado de trabalho. Desta forma, o presente trabalho buscou destacar a relevância do
incluir mulheres negras na academia como ato de resistência e esperança para o futuro deste
grupo interseccional que margeia a sociedade brasileira.
Palavras-chave: Ações afirmativas. Cotas raciais. Reserva de vagas.
Referências:
BARRETO, Andreia. A mulher no ensino superior: distribuição e representatividade.
COLLINS, Patricia Hill; BILGE, Sirma. Interseccionalidade. 1ª ed. São Paulo: Boitempo
Editorial, 2021.
CONDÉ, Maryse. Eu, Tituba, feiticeira... Negra de Salem. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
Referências:
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Elisa Larkin. Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo:
Selo Negro, 2009.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. São Paulo: Paz e Terra, 1989.
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1982.
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LEITE, José Correia. ... E disse o velho militante José Correia Leite: depoimentos e
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Referências:
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A história do racismo moderno se entrelaça com a história das crises estruturais do
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blogdaboitempo.com.br/2020/06/23/capitalismo-e-crise-o-que-o-racismo-tem-a-ver-
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Referências:
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Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a
uma ecologia de saberes. Novos estudos – CEBRAP, São Paulo, n.79, p.71-94, 2007.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0101-33002007000300004. Acesso em: 10
fev. 2017.
Resumo: O presente trabalho trata dos desafios enfrentados pelo docente do gênero
masculino para exercer sua profissão, na educação infantil. Tendo como objetivo,
compreender os desafios enfrentados pelo profissional do gênero masculino para exercer
sua profissão na educação infantil. A pesquisa orientou-se por uma abordagem qualitativa,
considerando as falas e as representações dos sujeitos. Para obtenção dos dados foi realizada
entrevista semiestruturada com três colaboradores, dois de escolas públicas e um de escola
privada, todos professores da Educação Infantil, no município de Teresina. Como principais
referências, contou-se com a contribuição de Badinter (1993); Louro (1998); Scott (1998);
Sayao (2005); Silva (2014), e o RCNEI (1998) dentre outros. Os resultados evidenciam
que os espaços escolares ainda são fortemente marcados pela feminização da docência,
constituindo-se num dos grandes desafios enfrentados pelo professor na educação infantil.
No entanto o exercício da docência não é definido pelas questões de gênero, mas pela boa
formação do profissional. Quando a comunidade passa a confiar na atuação do docente, o
professor homem na educação infantil deixa de ser considerado um problema.
Palavras-chave: Gênero. Educação Infantil. Professor.
Referências:
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4 ed. São Paulo: Atlas,
44 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.
1999.
SCOTT, Joan Wallach. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação &
Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, jul./dez. 1995.
______. Entrevista concedida a Miriam Grossi, Maria Luiza Heilborn e Carmen Rial. In
Revista Estudos Feministas, Rio de Janeiro: IFCS/UFRJ, v. 6 n. 1, p. 114-124,1998.
WEEKS, Jeffrey. Sexuality and its discontents: meaning, myths and modern
sexualities. London: Routledge & Kegan Paul, 1985.
Resumo: Neste texto os focos são: 1) o debate sobre a ausência de um sistema integral de
proteção social, que assegure os interesses das mulheres negras, que são parte da população
vulnerabilizada, invisibilizada e silenciada; 2) Os impactos sofridos pelas mulheres negras
na educação, saúde e na garantia de direitos básicos universais e constitucionais. Buscamos
pensar no papel da educação para pensar caminhos por meio das políticas públicas e quais
movimentos podemos fazer, para potencilizar as lutas que mulheres negras travam no seu
cotidiano. Nilda Alves escreveu que: “o tecimento de movimentos produz acontecimentos
que vão além da simples resistência aos equívocos e mesmo imposições de eventuais políticas
oficiais, considerando a resistência sempre necessária”. Esse tecimento é extremamente
importante para uma pedagogia de enfrentamento, cujo resultado é a produção de um novo
conhecimento. Tendo em vista como diz Passos e Ribes que: “Todo conhecimento produzido
é ao mesmo tempo algo que já estava no mundo”. É com esse pensamento que se orienta a
pesquisa a fim de desenvolver uma busca de buscar uma pedagogia atravessada de afeto. Afeto
que busca por meio de entrevistas, rodas de conversas e fontes secundárias “desinvisibilizar
práticas e acontecimentos através dos procedimentos metodológico, da pesquisa nos
cotidianos associados à prática da Sociologia das Ausências e, em seguida, identificando neles
VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 45
o potencial emancipatório, exercitar a Sociologia das Emergências de modo a multiplicar as
experiências emancipatórias” (Oliveira, Inês B, 2010). Um entrelaçamento entre o campo
da assistência e a educação, a fim de pensar novos rumos que provavelmente nos levarão a
algum lugar, mas qual? Para nós, o "qualquer lugar" não é uma opção quando falamos de
direitos das mulheres negras.
Palavras-chave: Assistência. Educação. Mulheres.
Referências:
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Col. Educação e comunicação. 25ª Ed. Rio de
Janeiro, RJ: Paz e Terra, 2001.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A gramática do tempo: para uma nova cultura política.
2Ed. São Paulo : Cortez, 2008.
Resumo: Este trabalho é recorte de uma pesquisa de Iniciação Científica Voluntária (ICV)
realizada entre 2019 e 2020, na Universidade Federal do Piauí-UFPI, com discentes do
Curso de Pedagogia. Para esse momento é rememorada a oficina de negociação, entre o
grupo-pesquisador (participantes) e o facilitador (pesquisador). Nessa ocasião foi exposto
Referências:
LOIOLA, Luís Palhano. Sexualidade, gênero e diversidade sexual. In: COSTA, Adriano H.
C; JOCA, Alexandre M.; LOIOLA, Luís P. (Org.). Desatando nós: fundamentos para uma
práxis educativa sobre gênero e diversidade sexual. Fortaleza: Edições UFC, 2009.
VIANNA, Claudia; FINCO, Daniela. Meninas e meninos na Educação Infantil: uma questão
de gênero e poder. Cadernos pagu, n. 33, p. 265-283, 2009. Disponível em: https://
www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-83332009000200010&script=sci_arttext. Acesso
em 12 de setembro de 2020.
Referências:
DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Candiani, Heci Regina. São Paulo: Boitempo,
2016. 244p.
Referências:
Resumo: Este breve artigo se propõe a analisar crueza da violência racial no trabalho
doméstico de Teresina enfrentado pelas mulheres negras. Trata-se do relato da minha
experiência de vida enquanto diarista “nas casas de famílias” na zona leste da capital. Sendo
as trabalhadoras domésticas as maiores vítimas de violência e violações de direitos, este
estudo centra-se nesse segmento subalternizado e inferiorizado. Ancorado no racismo de
um passado-presente colonial, a sociedade teresinense, em especial, às famílias abastadas
situadas do outro lado da Ponte Juscelino Kubitschek, nunca abriram mão dos serviços
gerais das mulheres residentes nas zonas periféricas da nossa cidade, sendo elas: diaristas,
babás, mensalistas, lavadeiras, engomadeiras e etc., que denunciam historicamente a
cor da desumanização nas relações de trabalho que começa na cozinha da casa grande.
O aporte metodológico utilizado foi a revisão bibliográfica. A invenção da ideia de raça
Referências:
Referências:
GONZALEZ, Lélia. Mulher Negra. Jornal Mulherio. Ano 1. No.3. São Paulo,1981.
GONZALEZ, Lélia. E a trabalhadora negra, cumé que fica? Jornal Mulherio. Ano 2,
No.7. São Paulo, 1982.
GONZALEZ, Lélia & HASENBALG, Carlos. Lugar de negro. Rio de Janeiro: Marco Zero,
1982ª, p. 09-66.
GONZALEZ, Lélia. A mulher negra na sociedade brasileira. In: LUZ, Madel (Org.)
O lugar da mulher: estudos sobre a condição feminina na sociedade atual. Rio de Janeiro:
Graal, 1982, p. 87-104.
GONZALEZ, Lélia. O terror nosso de cada dia. Raça e Classe. Ano 1 No. 2,
Brasília,1987.
GONZALEZ, Lélia. Uma viagem à Martinica I. Jornal MNU 20. São Paulo, 1991.
GONZALEZ, Lélia. Uma viagem à Martinica II. Jornal do MNU 21. São Paulo, 1992.
Referências:
ARAÚJO, Irislene Paiva. Pérolas Negras no EJAI. 2019. 49f. Monografia (Graduação
em Pedagogia) – Universidade Federal do Maranhão, Codó, 2019. Disponível em: https://
monografias.ufma.br/jspui/bitstream/123456789/3864/1/IrisleneAra%c3%bajo.pdf.
CHAUÍ, Marilena. Repressão Sexual: essa nossa (des)conhecida. São Paulo: Círculo do
Livro,1994.
LOURO, Guacira Lopes. Mulheres em Sala de Aula. In: DEL PRIORE, Mary (org.)
História das Mulheres no Brasil. 7 ed. São Paulo: Contexto,2004.
Resumo: O trabalho tem como objetivo realizar uma análise sobre a presença das
mulheres afrodescendentes com doutorado ou mais e atuantes no ensino superior. Fizemos
levantamentos nos indicadores sociais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2016 apontam que mulheres pretas com doutorado,
são 0,4% do corpo docente na pós em todo o país. Quando somadas, as mulheres pretas e
pardas com doutorado, que formam o grupo das afrodescendentes, não chegam a 3% do total
de docentes. Segundo Cunha Jr. (2003) a formação dos pesquisadores afrodescendentes
passa por obstáculos ideológicos, políticos, preconceituosos, eurocêntricos, de dominações e
até mesmo de inocências úteis vigentes nas instituições de pesquisa e nos órgãos de decisão
sobre as políticas científicas. Dessa forma, podemos pensar que o número de doutoras
afrodescendentes é uma consequência de fatores como o racismo e machismo. Assim,
pensamos em demonstrar as disparidades observadas diante da atuação das variáveis raça e
gênero, notadamente no âmbito da Educação Superior.
Referências:
SALES, R. Perfil de raça da população cearense: uma análise a partir dos dados
demográficos do Censo2010. Disponível em: http://www.ipece.ce.gov.br/publicacoes/
ipeceinforme/Ipece_Informe_23_fevereiro_2012.pdf. Acesso em: 7 de out. de 2021.
SILVA, Joselina da. Doutoras professoras negras: o que nos dizem os indicadores oficiais.
In: PERSPECTIVA, Florianópolis, v. 28, n. 1, 19-36, jan./jun. 2010. Disponível em:
http://www.perspectiva.ufsc.br. Acesso em 02.10.2021
Resumo: O presente estudo visa analisar, por meio da obra As aventuras de Ngunga, do
autor angolano Pepetela, no período de resistência anticolonial em Angola, a articulação da
literatura com a história, em diálogo com a importância da produção literária voltada para
a infância, bem como o caráter pedagógico da narrativa proposto pelo recorte da época. A
investigação irá percorrer as dimensões da História e Política de Angola e o seu entrelace
com a literatura angolana, sobretudo no recorte da literatura infantil e juvenil, no qual é
possível identificar elementos que pontuam essa produção literária voltada para as crianças
e jovens, que há tempos promove rompimentos dos paradigmas em relação as concepções
universalizantes da literatura infantil e juvenil. O estudo de caráter bibliográfico privilegia
as análises do corpus na busca de evidenciar a essa importância produção literária para a
juventude (crianças e jovens), a composição dessa literatura com personagens infantis e as
rupturas realizadas no contexto sócio literário, corroborando o conceito da “diferença” da
literatura angolana. As questões teóricas da pesquisa serão fundamentadas em Jenkins
(2014), Hunt (2010), Mourão (1978; 2007), Chaves (2007), Macêdo (2007; 2008), Padilha
(2011), Mata (2006), e dentre outras formulações teóricas.
Palavras-chave: Ngunga. Angola. Literatura Infantil e Juvenil.
Referências:
HUNT, P. Crítica, teoria e literatura infantil. São Paulo: Cosac Naify, 2010.
JENKINS, Keith. História refigurada: novas reflexões sobre uma antiga disciplina. São
Paulo: Contexto, 2014.
Resumo: O presente artigo tem como objetivo compreender e debater sobre os principais
aspectos e situações que impactam a formação dos indivíduos no ambiente escolar, como
a violência urbana, a precarização estrutural no setor público e as dinâmicas sociais,
refletindo de que maneira isso interfere na construção da identidade da população negra
nos ambientes escolares brasileiros. A importância desse diálogo se deve pela necessidade
de ações afirmativas e políticas públicas voltadas a população negra, fazendo um recorte
principal às comunidades situadas na zona norte da cidade de Teresina, Piauí. Entendemos
que a escola é um dos principais centros de formação dessas identidades e a partir disso,
fomentaremos essa reflexão sobre como e até onde ela é saudável para as futuras gerações,
principalmente a juventude periférica, tendo em vista os diversos desafios apresentados nos
últimos anos. Os principais são o racismo, a evasão escolar dentro dos ambientes periféricos,
como também o aumento de um explícito genocídio que vitima a juventude negra do Brasil,
desde o começo de sua colonização, como relatado por Abdias Nascimento (2017). Dentro de
tais fenômenos, serão referenciadas definições previamente estudadas, como a do racismo
estrutural, conceituada pelo pesquisador e filósofo Silvio Almeida (2019). Para exemplificar,
foram usados dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
e o Atlas da Violência. Nesse contexto, discutiremos que passos podem ser dados para
superação de tais problemáticas.
Palavras-chave: Escola. Juventude Negra. Identidade.
Referências:
ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
Resumo: Como temos forjado os modos de fazer, em nossas pesquisas, para encontrarmo-
nos com as pessoas que se dispõem a estar conosco? A nossa intenção com esta escrita é
pensar a conversa como uma possibilidade de encontro nas pesquisas no campo da educação
das relações raciais. Somos mulheres negras educadoras envolvidas com os estudos nos
cotidianos e que vem aprendendo a fazer pesquisa partindo de experiências encarnadas
e com pessoas que estão em diversas áreas inventando táticas de sobrevivência em uma
sociedade estruturada pelo racismo e pelo patriarcado. Nas movimentações que fazemos, as
narrativas têm sido fundamentais para mediar e orientar o modo como produzimos as nossas
pesquisas. Entendemos a conversa como uma tecnologia ancestral e, sobretudo, como uma
atitude ético-estético-política de pesquisa que busca romper com os modelos engessados da
ciência moderna e eurocêntrica que destituiu a humanidade de povos e culturas não-brancos.
A conversa é entendida aqui como “um saberfazer das gentes condenadas pelas grandes
narrativas” (FILÉ, 2010) e quando escolhemos esse caminho como disposição teórico-
metodológica nos fazeres nas pesquisas em educação é uma maneira de seguirmos conectadas
com os saberes ancestrais tão massacrados e invisibilizados pela narrativa hegemônica. Neste
sentido, temos nos dispostos a conversar por meio de aplicativos digitais (videoconferência
e Whatsapp) em torno de algumas questões surgidas de fazeres e estudos, dentre elas: como
as conversas nos ajudam a pensar as pesquisas nos cotidianos? Que elementos estão em jogo
para nos prepararmos para uma conversa? Como lidamos com os nossos desejos de pesquisa
diante do outro que também traz consigo os seus desejos? É possível produzir um encontro
que não aniquile a presença daquelas e daqueles que se dispõem a conversar conosco? Esta
trama, portanto, vem sendo tecida a partir de alguns fios: os modos como o documentarista,
Eduardo Coutinho, conduzia suas filmagens, as inquietações provocadas por alguns escritos
de Carlos Skliar (2014), de Jorge Larrosa (2003) e de Patrícia Hill Collins (2019), naquilo
que oferecem para nos ajudar a forçar o nosso pensamento a pensar a capacidade de escuta
de que nos dispomos em nossas práticas, e pensarmos nas negociações dos desejos que estão
em jogo quando se entra em uma conversa.
Palavras-chave: Metodologia, Conversa, Relações Raciais.
Referências:
Resumo: O presente resumo tem por objetivo discutir algumas problemáticas que atravessam
a educação escolar de alunas e alunos afrodescendentes, em virtude do agravamento da
pandemia de Covid-19 no Brasil. Neste sentido, o estudo apresenta os seguintes objetivos:
Apontar as principais dificuldadesdos/as alunos/as afrodescendentes frente às novas formas
de aprender no cenário pandêmico e assim compreender os impactos causados na educação
escolar, a partir de uma perspectiva social, econômica e racial. A justificativa deste estudo,
repousa na necessidade de dialogar a respeito das drásticas e repentinas mudanças, que
se impuseram na educação, fazendo com que tanto profissionais quanto as/os discentes
buscassem se adaptar às novas formas de ensinar e aprender. Também, é importante ressaltar
que a tessitura desta escrita, se apoia na necessidade de entendimento das estruturas que
encobrem os problemas educacionais, forjados por questões sociais, raciais, de gênero e
econômicas, enfrentados pelas populações afrodescendentes historicamente marginalizadas
e subalternizadas. A pesquisa foi realizada a partir de uma investigação bibliográfica, a fim
de buscar embasamentos teóricos que indiquem possíveis compreensões para à realidade
que se apresenta e que provocam inquietações. Assim, o aporte teórico traz contribuições de
autores como: Mignolo (2017), Ramos (2017), Coelho (2013), Freire (1995), Fanon (2008)
Brandão (1995), Dussel (1993), entre outros. O debate, evidenciou o quanto as pessoas
afrodescendentes ainda vivem à margem da sociedade, sofrendo diferentes tipos de privações
básicas, inclusive acesso e permanência a uma educação de qualidade. Também, foi possível
perceber que os atuais dilemas educacionais, provocadas pela pandemia da Covid-19, apenas
abriu uma ferida histórica de apagamento na vida das pessoas afrodescendentes.
Palavras-chave: Educação; Afrodescendência; Covid-19.
Referências:
GROSFOGUEL, Ramón. Para uma visão decolonial da crise civilizatória e dos paradigmas
da esquerda ocidentalizada. In: BERNADINO, Costa Joaze; MALDONADO Torres, Nelson,
GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. Belo
Horizonte. Autêntica, 2020.
QUINTERO, Pablo; FIGUEIRA, Patrícia; ELIZALDE, Paz Concha. Uma breve história
dos estudos decoloniais. MASP Afterall, 2019.
Referências:
ALMEIDA, Silvio de. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen Editorial, 2018.
Referências:
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 71. ed. – Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e
Terra, 2019.
Resumo: Este trabalho tem como principal objetivo analisar o fenômeno do apagamento
histórico, das mulheres da comunidade Quilombola Olho D’ água dos Negros em Esperantina
Piauí, em especial a de dona Adelina da Conceição, pois durante nossas conversas ouvi
suas narrativas, e acabei descobrindo a história de apagamento de sua liderança, que
muito se assemelha a história quase apagada de Tereza de Benguela, Acotirene e Dandara
dos Palmares. E pensado em uma maneira de escutá-las e percebê-las decidi criar este
Trabalho de Conclusão de Curso, pois percebi sua narrativa durante a conquista das terras
da comunidade, e também o meu "apagamento" dentro do curso de Licenciatura em
Artes Visuais na Universidade Federal do Piauí, usando a arte como exercício para refletir
e perceber essas mulheres nas artes e na sua história. E ao pensar na arte como meio de
valorizar narrativas silenciadas, também penso que essa seja uma forma de esperançar.
Esperançar uma Arte com um potencial crítico/político que visa ter um propósito mais
que apreciativo, que contribua para reconstrução de histórias esquecida pela sociedade. O
método utilizado neste projeto é Pesquisa de Campo, pois através da coleta de dados usando
entrevistas, questionários, registros fotográficos, documentais, e relatos verbais (todas feitas
no ambiente natural do tema a ser estudado na Comunidade Olho D'água), obtive conteúdo
necessário para o desenvolvimento da pesquisa e da exposição virtual com artes digitais,
feitas a partir de fotografias dessas mulheres que compõem a comunidade. As principais
referências foram as escritoras Angela Davis (1983), Djamila Ribeiro (2008; 2017), e como
referência artística me embasei no trabalho de Grada Kilomba (2019), Rosana Paulino
(2019) e Renata Felinto (2020).
Palavras-chave: Mulher Negra. Comunidade. Artes Digitais.
Referências:
DAVIS, Y. Angela. Women, Race & Class. Nova York: Random House,1981; Vintage
1983.
FELINTO, Renata. Série Cada Voz (2020). Direção Marcus Leoni. Produção Renata
Willig. Publicado pelo canal Itaú Cultural. 1 vídeo (6:52 min). Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=wEHCpu269tY&t=151s/. Acesso em: 17 out. 2021.
PAULINO, Rosana – Série Cada Voz (2019). Direção Eduardo Saron. Produção
Camila Nader. Publicado pelo canal Itaú Cultural. 2019. 1 vídeo (6:32 min). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=bfvxqWMfG7Q&t=6s/. Acesso em: 7 de out. 2021.
Referências:
COSTA, Emília Viotti da. Da senzala à colônia. 2ª ed. São Paulo: Ciências Humanas,
1982.
MOURA, Clóvis. Quilombos: resistência ao escravismo. 3ª ed. São Paulo. Editora Ática,
1993.
Referencia:
CARABALI, Alexis. Colombia y los héroes negros: un secreto a voces. Revista Africa.
2016.
CEPSAFRO. JOSE CINECIO MINA: Negro liberto del Cauca. 2010. Disponible en http://
historiapersonajesafro.blogspot.com/2010/07/jose-cinecio-mina.html Acesso em: 30 out.
2021.
Referências:
BAIOCCHI, Mari. Kalunga: povo da terra. 3ª ed. Goiânia: Editora UFG, 2013.
REIS, João José; GOMES, Flávio dos Santos. Liberdade por um fio: história dos
quilombos no Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 1996.
SILVA, Tomaz Tadeu. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, Tomaz
Tadeu et. al. (Org.) Identidade e Diferença: a perspectiva dos estudos culturais.
Petrópolis: Vozes, 2009, p. 73-103.
Resumo: O trabalho investigou e pesquisou, dentro dos limites impostos pela COVID-19,
como o jovem preto ingressa no mercado de trabalho, quais os desafios que a sociedade
apresenta para esses recém formados, o quanto a violência afeta a vida desses jovens e como
o racismo estrutural repete durante esses anos uma conjuntura majoritariamente branca
em lugares de destaque no mercado de trabalho (Almeida, 2018). O trabalho se compôs de
pesquisa bibliográfica com leituras de artigos, documentos e dados de órgãos renomados
no país. Em seguida uma pesquisa quantitativa realizada de forma remota em forma de
questionário enviado para estudantes de ensino superior. O trabalho buscou mostrar como
os fatores socioeconômicos, raciais, educacionais podem interferir no alcance do jovem
negro a um trabalho com carteira assinada, mesmo com um curso superior. Apresentar
dados e analises para fomentar os questionamentos a respeito dos efeitos da escravidão
para pessoas pretas no âmbito do trabalho e abrir mais diálogos na ideia de conscientizar a
sociedade e esperançar mudanças de cenários e oportunidades. Os primeiros resultados que
podem ser apresentados são os em relação à pesquisa bibliográfica, os dados analisados e
os textos lidos mostram como o impacto do racismo institucional prejudica a vida do jovem
preto desde a baixa escolaridade até os altos e preocupantes índices de violência, que advém
tanto da sociedade quanto dos servidores públicos de segurança. E mesmo entrando no
mercado de trabalho os jovens negros sofrem para se destacarem, se transportarem para
o trabalho e conseguirem alcançar cargos maiores (IBGE, 2019). O racismo estrutural se
expressa no genocídio da juventude negra e em diversas formas de desigualdade (Mapa da
Violencia, 2019). Já em relação ao questionário realizado com estudantes de graduação que
estão estagiando os resultados são significativos quando se verifica sobre as procentagens
de jovens negros que estagiam, de pessoas negras em cargo de destaque e se os estagiários
refletiram sobre a desigualdade do lugar onde trabalham.
Palavras-chave: Jovem Negro. Mercado de Trabalho. Racismo Estrutural.
Referências:
ALMEIDA, Sílvio Luiz de. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte (MG):
Letramento, 2018.
DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Quotidiano e poder em São Paulo no séc. XIX. São
Paulo: Brasiliense, 1984.
SILVA, Iraneide Soares da. É preta, é preto em todo canto da cidade: história e
imprensa na São Luís/MA (1820 - 1850). 2017. 202 f. Tese (Doutorado em História) -
Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2017. Disponível em http://dx.doi.
org/10.14393/ufu.te.2017.68. Acesso em: 31 out. 2021.
Referências:
MOURA. Clóvis. O racismo como arma ideológica de dominação. Edição 34, São
Paulo: Revista Princípios, 1994.
Resumo: Durante muito tempo a literatura infantil brasileira esteve ligada a um modelo de
visão centralizada em representações socias e simbólicas que levam em conta os valores dos
brancos europeus. Assim, a Literatura Afro Brasileira na Educação Infantil como possibilidade
didática e temática, poderá servir como ferramenta, dispositivo para a construção de práticas
antirracistas e enfrentamento dos processos de discriminação racista, contribuindo para a
autoestima das crianças afrodescendentes por meio das discussões de suas características
como parte da constituição positiva de sua identidade, símbolo de resistência, autocuidado
e amor, de pertencimento. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo socializar
aspectos teórico-metodológicos de uma pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso – TCC
em construção, no curso de Pedagogia do Campus Amílcar Ferreira Sobral – CAFS/UFPI.
A justificativa perpassa desde experiências pessoais da autora, assim como a ausência de
abordagens significativas na Educação Infantil sobre o tema. Assim, será realizada um
trançado de narrativas de gênero, educação e afrodescendência desde as narrativas orais
da autora às narrativas-imagens do livro O mundo no Black Power de Tayó, de Kiusam
de Oliveira, que se configura como uma pesquisa narrativa autobiográfica oral, imagética
e escrita. Para fundamentação quanto ao tema Literatura Afro-Brasileira na Educação
Infantil, cabelo e narrativa-imagem, apoiamo-nos em: Jovino (2006), Souza (2014), Reis
e Silva (2013), Mariosa e Reis (2011), Lei nº 10.639/03, Araújo e Dias (2020) e Silva
(2021). Os resultados provisórios demonstram que ainda existe prerrogativas nas histórias
Referências:
ARAÚJO, Helena Maria Marques; DIAS, Rosa Maria Noronha. O que aprendemos com
as meninas bonitas? Análise de dados de uma pesquisa sobre racismo, gênero e literatura
infantil. Cadernos do Ceom, Chapecó, v. 33, n. 53, p. 71-82, 2020.
JOVINO, Ione da Silva. Literatura infanto-juvenil com personagens negros no Brasil. In:
SOUZA, Florentina; LIMA, Maria Nazaré (Org). Literatura Afro-Brasileira. Centro de
Estudos Afro- Orientais, Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2006, p. 179-217.
MARIOSA, Gilmara Santos; REIS, Maria da Glória dos. A influência da literatura infantil
afro-brasileira na construção das identidades das crianças. Estação Literária, Londrina,
v. 8, n. A, p. 42-53, 2011.
REIS, Wilma Jacyere Silva dos; SILVA, Teresa Cristina. A literatura infantil nos anos
iniciais: a questão racial e o preconceito na sala de aula. In: Encontro de Iniciação à
Docência, 3., 2013, Campina Grande. Anais [...]. Campina Grande: Realize Editora, 2013.
p. 1-9. Disponível em: <http://www.editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/4856>.
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Referências:
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
BRASIL. Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010. Estatuto da Igualdade Racial. Disponível
em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12288.htm Acesso
em 10 out 2021.
BRASIL. Lei nº. 13.005/2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras
providências. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/
lei/l13005.htm Acesso em em 10 out 2021.
MBEMBE, A. Crítica da razão negra. Trad. Sebastião Nascimento. São Paulo: n-1
edições, 2018.
Referências:
BENTO, Maria Aparecida Silva. A identidade racial em crianças pequenas. In: BENTO,
Maria Aparecida Silva (org.). Educação infantil, igualdade racial e diversidade:
aspectos políticos, jurídicos, conceituais. São Paulo: Centro de Estudos das Relações de
Trabalho e Desigualdades - CEERT, 2012.
BESSA, Carine dos Santos; ROCHA, Alexandre dos Santos. Africanidades no Brasil:
história e contribuição do povo negro para a formação cultural do nosso país. Revista do
Instituto de Políticas Públicas de Marília, Marília, v.4, n.2, p. 33-44, Jul./Dez., 2018.
CORREA, Marco Aurélio. A infância que brinca com a morte. In_ Revista Justificando.
São Paulo. 11 de outubro. 2019.
FREIRE, Ana M. Araújo. Paulo Freire: uma história de vida. Indaiatuba: Villa das Letras,
2006. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1979.
HAMPATÉ BÂ, Amadou. A tradição viva. In: KI-ZERBO, Joseph (Ed.). História geral
da África, I: Metodologia e pré-história da África. 2.ed. rev. Brasília: UNESCO, 2010.
Resumo: A Linguística possui várias subáreas, que analisam variados objetos, geralmente
nomeados como “língua” ou como “linguagem”. Cada perspectiva teórica da Linguística
constrói um objeto de ciência. A Análise de Discurso constrói para si um objeto próprio, o
discurso. Dentre os objetivos da Análise de Discurso está compreender o funcionamento do
discurso, concebido como efeito de sentido, e observar como se produzem as interpretações.
O analista de discurso observa a posição-sujeito, no presente caso a posição do negro, em
funcionamento na produção do discurso, considerando as condições sociais e históricas
determinantes do processo de significação. Para isso, consideram-se as relações entre
língua, sujeito e história. Essa compreensão da significação se sustenta na teoria do discurso
formulada inicialmente por Michel Pêcheux. Os indivíduos são interpelados em sujeitos pela
ideologia, por meio das formações discursivas. Para a compreensão do sujeito e sentido,
precisamos analisar o processo discursivo, o processo de significação. Um determinante
importante desse processo é o funcionamento dos Aparelhos Ideológicos de Estado. Os
Aparelhos Ideológicos de Estado (AIE) correspondem aos seguintes, numa lista incompleta:
[...]o AIE escolar (o sistema das diferentes escolas públicas e particulares), o AIE familiar, o AIE
jurídico, o AIE político (o sistema político de que fazem parte os diferentes partidos) [...]. (ALTHUSSER,
1985, p.43). Para Althusser (1985, p. 48), todos funcionam em conjunto: “a ideologia pela
qual funcionam é sempre unificada apesar das suas contradições e da sua diversidade,
na ideologia dominante, que é a da “classe dominante”. Os aparelhos ideológicos, em seu
funcionamento, produzem, pois, sujeito e sentido. As formações discursivas se realizam nos
aparelhos ideológicos. Os aparelhos instalam certa ordem social por meio da submissão, do
VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 75
assujeitamento. Conforme Althusser (1985, p. 22), os aparelhos “ensinam” conhecimentos
práticos, “mas em moldes que assegurem a sujeição à ideologia dominante ou o manejo da
‘prática desta’”. As condições de produção determinam a interpelação. As formas como o
indivíduo é interpelado em sujeito têm, assim, a determinação dos aparelhos ideológicos
nos quais as práticas discursivas se inscrevem. As condições de produção fazem parte da
construção de sentidos e sujeitos. Diante disso, o objetivo é analisar a posição do sujeito negro
perante os Aparelhos Ideológicos de Estado. Nesse sentido, observar o papel da educação, da
escola e da lei, especificamente para o negro. Posto que, vivemos em uma sociedade repleta
de situações de desigualdade e preconceito.
Palavras-chave: Discurso. Sujeito. Negro.
Referências:
Resumo: O texto tem como propósito apresentar a experiência de troca de saberes com
alunos do Curso de História da Universidade Estadual do Piauí-UESPI sobre ensino,
pesquisa e fontes históricas que tratam das mulheres e homens negros diaspóricos. Após
a experiencia prática com alunos, sugiram as seguintes questões: por que há uma evidente
falta de formação e de conhecimento sobre a história dos africanos e seus descendentes no
Brasil? Seria porque as bases teóricas do curso de história são tão eurocentradas, a ponto
de invisibilizar esses sujeitos negros e negras? Como se dão as escolhas das fontes a serem
trabalhadas em sala de aula? Quais os sujeitos evidenciados na historiografia local e nacional?
Foi a partir das questões postas que partimos do pressuposto de que há uma enorme
lacuna no currículo do curso de história da UESPI referente a essas temáticas. O estudo
foi desenvolvido a partir de leituras e reflexões coletivas dos textos de RIBEIRO (2019),
ALMEIDA (2019), QUILOMBA (2019). Dado o contexto já supracitado, metodologicamente
o trabalho foi desenvolvido primeiramente com um levantamento bibliográfico e, depois
exposto e dialogado por meio de mídias digitais, como o Google Meet, resultando em uma
apresentação para a turma, tratando do tema em específico de “Como ser um professor(a)
ou como ter práticas pedagógicas antirracistas?”.
Palavras-chave: História. Racismo. Currículo.
Referências:
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Polén, 2019. Coleção
Feminismos Plurais.
RIBEIRO, Djamila. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das Letras,
2019.
Resumo: Tendo em vista que a escola é um espaço heterogêneo, é preciso que o fazer
pedagógico desde a educação infantil seja pautado em práticas educativas para a reflexão
e acolhimento da diferença. Ademais, diante das transformações pelas quais perpassa a
sociedade, notadamente, por força das imposições pandêmicas, se faz necessário que as
práticas pedagógicas dialoguem com o novo cotidiano educacional dos alunos. Isto posto,
suscitar reflexões sobre a Filosofia da Diferença pode ser um diferencial pedagógico que
venha promover pensar a diferença, embora no ensino híbrido, como vem acontecendo na
cidade de Teresina-PI. Diante disso, o presente trabalho objetiva apresentar uma sequência
didática desenvolvida numa turma de 3º ano de uma escola municipal de Teresina-PI,
de Ensino Fundamental I, a qual buscou promover reflexões no que tange a diferença e
a inclusão. Como procedimentos metodológicos, a sequência didática foi articulada a
partir das contribuições de Schneuwly e Dolz (2004), cuja execução ocorreu em duas aulas
mediante o estudo do livro Pretinha de neve e os Sete Gigantes. Além disso, os teóricos
Deleuze (1988), Gallo (2003), Lanuti e Mantoan (2018), Orrú (2016, 2017, 2020), Freire
(2013) e Silva e Boakari (2012) foram teóricos de base para pensar a sequência didática
utilizada pelo professor. Depreende-se que uma educação verdadeiramente acolhedora e
inclusiva promove um espaço potente para o desenvolvimento intelectual das crianças e, por
outro lado, pensar a diferença e a inclusão no ensino fundamental é esperançar o respeito e
o amor, mesmo em tempos incertos.
Palavras-chave: Didática do Ensino Fundamental. Diferença. Afrodescendência.
Referências
ORRÚ, Sílvia Ester. A diferença como valor humano: ensaio sobre as contribuições do
pensamento de Boaventura Sousa Santos, Gilles Deleuze e Homi Bhabha para o paradigma
da inclusão. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 34, n. 71, p. 727-764, mai./ago. 2020.
Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/50642.
Acesso em: 01 out. 2021.
ORRÚ, Sílvia Ester. A inclusão menor: um ensaio inspirado na obra “Kafka” de Deleuze
e Guattari. Educação em Foco, Belo Horizonte, v. 19, n. 28, p. 47-73, mai./ago.
2016. Disponível em: https://revista.uemg.br/index.php/educacaoemfoco/article/
view/1197/977. Acesso em: 01 out. 2021.
ORRÚ, Sílvia Ester. Possibilidades de (re) inventar a inclusão para os aprendizes do século
XXI: contribuições da filosofia da diferença de Gilles Deleuze. Educação e Filosofia,
Uberlândia, v. 31, n. 62, p. 1127-1158, mai./ago. 2017. Disponível em: http://www.seer.ufu.
br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/33115. Acesso em: 01 out. 2021.
SILVA, Francilene Brito da; BOAKARI, Francis Musa. Corpos que pensam, tocam,
bailam e cantam batuques e gingas sonoras: a educação social em tempos de aprender
brincando. In: FÓRUM INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA, 4., 2012, Parnaíba. Anais
eletrônicos... Campina Grande: Realize Editora, 2012. Disponível em: https://www.
editorarealize.com.br/artigo/visualizar/196. Acesso em: 01 out. 2021.
Resumo:
O tema dos CONGEAfros exige que continuemos discutindo e nos informando da
necessidade de compreender, tudo o possível sobre Gênero (mulheres, em especial, as
de descendência africana), educação (escolar e social cultural) e afrodescendência (todas
as pessoas de origem africana sulsaariana, de todos os tempos). O subtema este ano –
“Esperançar em crises históricas”, é convite para discutir-refletir sobre a nossa caminhada
como povo e como pessoas individuais com experiências-narrativas-lições com a vida.
Para gente de descendência africana, falar em “crise” é de fato fazer referência aos nossos
contatos e às consequências contínuas destas relações com tudo que é de origem europeia.
As nossas “crises” vindas das práticas degradantes, exploratórias e desumanas empregadas-
naturalizadas pela elite europeia provocam um esperançar com lutas diversas. Deste modo,
tentamos entender-problematizar o verbo (palavra de ação) esperançar, como uma espera
Referências:
BOAKARI, Francis Musa; SILVA, Francilene Brito da. Os CONGEAfros como narrativas
continuadas e vivas: o que contar sobre ser afrodescendente? In: SILVA, Francilene Brito
da; BOAKARI, Francis Musa. Afrodescendentes em narrativas cotidianas. (E-book,
em prelo). Teresina: EDUFPI, 2021, p.367-383.
NASCIMENTO, Elisa Larkin & GÁ, Luiz Carlos. (Orgs.). Adinkra: sabedoria em símbolos
africanos. Rio de Janeiro: Pallas, 2009.
Referências:
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 11. ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2002.
Referências:
ESTRELA, F. M.; SOARES, C. F. S. e; CRUZ, M. A.; SILVA, A. F.; SANTOS, J. R. L.; MO-
REIRA, T. M. O.; LIMA, A. B.; SILVA, M. G. Pandemia da Covid-19: Refletindo as vul-
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em: http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/pandemia-da-covid-19-refletin-
do-as-vulnerabilidades-a-luz-do-genero-raca-e-classe/17581?id=17581 Acesso em: 5 out.
2021.
STRECK R.; REDIN, Euclides; ZITKOSKI, Jaime José (Org.). Dicionário Paulo Freire.
3.ed. 1. reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
Resumo: Este artigo lança olhares sobre a festa de santo Antônio, no terreiro que leva o
nome do próprio santo Antônio na cidade de Codó, tido como o primeiro terreiro de terecô do
perímetro urbano da cidade, com o objetivo de categorizar esta festividade como celebração
no que tange o vasto campo dos estudos patrimoniais, e como se trata de uma festa de santo,
se encaixa no que o IPHAN categoriza como Patrimônio Imaterial/Celebração. Utilizamos
os recursos da história oral como entrevistas, com questionário semiestruturado e pesquisa
bibliográfica, tendo como suporte as definições e categorias de patrimônio do IPHAN e sobre
Terecô, buscamos principalmente por base, os textos da pesquisa de Mundicarmo Ferretti
para fomentarmos as discussões.
Palavras-chave: Codó. Terecô. Patrimônio.
Referências:
ALERHT, Martina. Cidade Relicário: uma etnografia sobre terecô, precisão e Encantaria
em Codó (Maranhão). 2013. Tese (doutorado) - Universidade de Brasília, Instituto
VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 81
de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em
Antropologia Social.
CENTRINY, Cicero. Terecô de Codó: uma religião a ser descoberta. São Luís: Zona V
Fotografias Ltda, 2015.
Referências:
GONZALEZ, Lélia. Lugar de negro. Rio de Janeiro, Editora Marco Zero, 1982.
Resumo: O trabalho relata uma experiência (LAROSSA, 2002; 2011) com a temática indígena
no contexto de uma aula no modelo remoto. Não trata, diretamente, do estudo de conteúdos
referentes à esta temática. Tal experiência ocorreu no processo de elaboração, bem como da
exposição da aula para a turma do 7º período do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual
do Maranhão (UEMA), Centro de Estudos Superiores de Balsas (CESBA), em meados de
2021, como parte das atividades práticas requeridas pela/na disciplina Fundamentos
e Metodologias do Ensino de História. O principal objetivo aqui é refletir sobre o modo
com que a autora se aproximou da temática em questão, ou foi por esta afetada, enquanto
professora e pedagoga em formação, à luz do conceito de práxis educativa de Paulo Freire
(1992), tangente, a nosso ver, à perspectiva do esperançar. Acreditamos e defendemos que
o encontro (PASSOS, 2014) com as histórias e culturas política e historicamente negadas
pelo pensamento eurocêntrico/capitalista carrega em si a potência de nos mover e nos
transformar. Portanto, então, queremos propor a visi/dizibilização (percepção e enunciação)
das histórias e culturas indígenas, de um modo geral, como condição de deslocamento, isto
é, transformação/humanização de nossa prática pedagógica, da educação brasileira.
Palavras-chave: Temática indígena. Experiência educativa. Esperançar em aula remota.
Referências bibliográficas
Resumo: As reflexões aqui propostas surgem a partir da seguinte problemática: Será que
Referências:
GOMES, N. L (2017). O Movimento Negro educador: saberes construídos nas lutas por
emancipação. Petrópolis, RJ: Vozes.
MOURA, Clóvis. História do Negro no Brasil. São Paulo: Editora Ática, 1989.
Resumo: Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922) foi um escritor impar no cenário
das letras nacionais. Neto de escravizados e filho de libertos (SCHWARCZ, 2017), este autor
é para boa parte dos estudiosos de sua obra, um dos primeiros nomes da literatura brasileira
a se reconhecer e se definir como escritor negro (BROOKSHAW, 1983. CUTI, 2011). Lima
Barreto opõe-se ao preconceito e ao racismo estrutural das instituições brasileiras do final
do século XIX e início do século XX, com sua prosa inovadora e seu estilo ácido e combativo.
Cuti (2011) chama atenção para o fato que é “sintomática é a ausência de bibliografia sobre
o racismo em diversos estudos sobre a obra de Lima Barreto” (CUTI, 2011, p. 19). Para
Cuti (2011) é como se a denúncia racial do texto barretiano fosse matéria sabida por todos,
que não necessitasse de reflexão aprofundada, mesmo que Lima Barreto tenha insistido
com todo vigor na denúncia à conduta racista da sociedade brasileira no tratamento da
população afro-brasileira, como é mostrado em seus contos, romances, contos, crônicas,
textos jornalísticos e diários. Diante desta afirmação esse trabalho logra contextualizar a
obra de Lima Barreto, inicialmente pontuando questões importantes sobre a escrita do
autor, sua atitude denunciatória, recepção e a dimensão dessa obra através da fortuna crítica.
Posteriormente se realiza uma análise do conto póstumo “O pecado” (1924), que metaforiza
de maneira bem-humorada, porém muito ácida e cortante o lugar que a sociedade branca
brasileira destinou aos indivíduos negros, ilustrando questões sobre o racismo estrutural e
institucional (ALMEIDA, 2019; KILOMBA, 2019).
Palavras-chave: Lima Barreto. Conto. Literatura Afro-brasileira.
Referências:
ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen Produção Editorial LTDA,
BARRETO, Lima. O pecado. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz. (Org.). Contos completos de
Lima Barreto. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2010. p. 546-547.
BROOKSHAW, David. Raça & cor na literatura brasileira. Porto Alegre: Mercado
Aberto, 1983.
CUTI, Luiz Silva. Lima Barreto. São Paulo: Selo Negro, 2011. Coleção retratos do Brasil
negro.
Resumo: Segundo a LDB 9394/96, a formação inicial docente deve ocorrer no âmbito
das universidades brasileiras, instituições sociais que não estão isentas de reproduzir o
racismo e sexismo que estruturam a sociedade brasileira. Este trabalho objetiva investigar
as contribuições dos estudos e pesquisas do grupo de pesquisa MAfroEduc Olùkọ́ para
uma formação docente sustentada por princípios da afrocentricidade (ASANTE, 2009) e de
estudos mulheristas, averiguando se esses estudos fazem parte daquilo que Dussel (2016)
chamou de estudos transmodernos. Tem abordagem da pesquisa qualitativa, do tipo estudo
de caso, de cunho bibliográfico com levantamento da produção de pesquisas e publicações
desenvolvidas pelas/os participantes do grupo, no período de 2017 a 2021, por meio de
preenchimento de formulário eletrônico também, apoiado com consultas aos currículos
lattes e acesso a documentos e registros da coordenação do grupo. É possível constatar que as
ações que MAfroEduc Olùkọ́ realiza são atividades de esperançar, em tempos de pandemia
e de crises históricas, valorizando rigorosidades e amorosidades, a partir da inclusão de
narrativas, histórias, saberes e experiências locais que são marginalizados e subalternizados
pela academia. Ao MAfroEduc Olùkọ́interessa os estudos sobre práticas educativas e de
formação docente que promovam a arqueologia da apropriação de saberes por mulheres
quilombolas, quebradeiras de coco babaçu, mulheres de terreiro em diálogo com professoras
afrouniversitárias e estudantes pesquisadoras/es da Universidade Federal do Maranhão.
Palavras-chave: MAfroEduc. Formação Docente.
Referências:
ASANTE, Molefi Kete. Afrocentricidade: notas sobre uma posição disciplinar. In:
NASCIMENTO, Elisa Larkin. (Org). Afrocentricidade. São Paulo: Selo Negro, 2009.
Referências:
Referências:
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo Estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE, Paulo. Política e educação: ensaios. 5 ed. São Paulo: Cortez, 2001.
FANON, Frantz. Peles negras, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA. 2008 183
QUEIROZ, Mário Antônio Pinto de. Organização de desfiles. São Paulo: Érica, 2014
VILASECA, Estel. Como fazer um desfile de moda. São Paulo: Ed SENAC-São Paulo,
2011.
Referências:
EVARISTO, Conceição. Olhos D’água. 1. ed. Rio de Janeiro: Pallas: Fundação Biblioteca
Nacional, 2016.
SILVA, Francilene Brito da. Mulheres e Crianças Afrodescendentes nas artes visuais
brasileiras: Imagens-narrativas educam. Redoc – Revista Docência e Cibercultura, Rio de
Janeiro, v. 3, n. 3, p. 92-104, set./dez. 2019.
SOUSA, Maria Sueli Rodrigues de. et al. Dossiê Esperança Garcia: símbolo de
resistência na luta pelo Direito. Teresina: EdUFPI, 2017.
Referências:
Referências:
BOAKARI, Francis Musa; ALVES, Regina dos Santos Abreu; SILVA, Francilene Brito.
“Síndrome da luta maior”: um perigo para a educação anti-discriminatória. Revista
Educação e Cultura Contemporânea, vol. 16, nº 45 (2019)
MINAYO, Maria Cecilia de Souza; GUERRIERO, Iara Coelho Zito. Reflexividade como
ethos das pesquisas antropológicas e qualitativas. Revista Ciência & Saúde Coletiva
para a Sociedade. V.19, no. 04, RJ, 2014. http://www.scielo.br/pdf/csc/v19n4/1413-
8123-csc-19-04-01103.pdf. Acesso: 01.09.17.
Referências:
GOMES, Nilma L. O Movimento Negro educador: saberes construídos nas lutas por
emancipação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.
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LEITE, Fernando César Lima; COSTA, Sely. Repositórios institucionais como ferramentas
de gestão do conhecimento científico no ambiente acadêmico. Perspectivas em ciência
da informação, v. 11, p. 206-219, 2006.
Referências:
ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. Quilombolas e as novas etnias. Manaus: UEA
Edições, 2011.
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DAVIS, Ângela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo Editorial. 2016.
SANTOS, Sônia Beatriz dos. Feminismo negro diaspórico. In: Revista Gênero, Niterói:
UFF, n. 1, v. 8, 2º sem. 2007, p. 11-26. Disponível em: http://www.revistagenero.uff.br/
index.php/revistagenero/article/view/157 . Acesso em: 15 out. 2020.
Resumo: O trabalho tem como objetivo socializar a experiência das alunas do curso de
Pedagogia no desenvolvimento da atividade proposta na disciplina de Recursos Didáticos
e Tecnológicos, a produção de um recurso voltado à discussão nos espaços escolares da
Educação Infantil anos iniciais acerca da temática da diversidade cultural, com ênfase nas
relações étnico- raciais. Esta demanda emerge com mais frequência no cenário escolar a
partir da criação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação e para o Ensino
de História e Cultura Afro-Brasileiras e Africana com a Lei N° 10.639/2003. Contudo, é
relevante destacar que a garantia legal dos direitos não promove sua concretização, e este
fato se aplica a discussão da diversidade cultural nas escolas brasileiras, onde em diversas
situações essas questões vem sendo invisibilizadas. Tendo em vista a relevância dos
recursos didáticos no ensino-aprendizado das crianças surge a proposição de elaboração
do livro paradidático intitulado “O mundo de Zoe”, que aborda história de uma criança
afrodescendente e trajetória de descobertas da diversidade na escola. Para desenvolvimento
do projeto utilizamos livros infantis, principalmente a partir da obra “Amoras” do cantor
Emicida, nos embasamos nas discussões de STOER, S. e CORTESÃO (1999); RIBEIRO,
Djamila (2019); CAVALLEIRO, Eliane (2000) como aporte teórico deste trabalho. Nesse
sentido, constatamos o quanto é precário o acervo de recursos voltados para a educação da
diversidade cultural nas escolas, que precisam ser abordadas para prevenir a reprodução do
preconceito e discriminações sociais, assim construindo a partir da literatura as bases para
fortalecer empatia e promover o respeito no espaço escolar.
Palavras-chave: Educação. Livro. Diversidade Cultural.
Referências:
BRASIL. Lei 10.639/2003. Brasília: MEC, 2003. Disponível em: < http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.639.htm#:~:text=LEI%20No%2010.639%2C%20DE%20
9%20DE%20JANEIRO%20DE,"História%20e%20Cultura%20Afro-Brasileira"%2C%20
e%20dá%20outras%20providências>. Acesso em: 15 abr. 2019, 18:55.
EMICIDA, Emicida fala sobre ‘Amoras’, seu primeiro livro infantil. Entrevista concedida
a Revista Crescer, 2018. Disponível em: < https://revistacrescer.globo.com/Diversao/
RIBEIRO, Djamila. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das Letras,
2019.
Referências:
COSTA, Aline Pereira da; MARTINS, Carlos Henrique dos Santos; SILVA, Heloise da
Costa. Necroeducação: reflexões sobre a morte do negro no sistema educacional brasileiro.
Revista Brasileira de Educação, v. 25, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/
rbedu/a/8dCVDDgWxGdykbWLxXWfWbz/abstract/?lang=pt. Acesso em: 15 de nov. de
2021.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6.ed. São Paulo: Atlas,
2008.
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo tratar das questões primordiais da nossa
sociedade a partir das questões étnico-raciais e de gênero no mercado de trabalho. No Brasil,
de cada cinco dias vividos, quatro foram sobre o regime da escravidão. Discutir trabalho
no Brasil deve ser feito a partir do entendimento de que esta nação foi constituída na
subalternização de raças. Para alcançarmos o objetivo, serão utilizadas questões disparadoras
como: quais as circunstâncias históricas que 0 homem e a mulher afrodescendente foram
inseridos no mercado de trabalho brasileiro? Qual a consequência de mais de 400 anos de
escravização e uma abolição realizada sem nenhuma política pública? Até então, 0 que foi
feito para que esta população conseguisse superar essa condição de exclusão e desigualdade
e qual a sua realidade atual? Como o mercado de trabalho pode rever essa condição do/a
afrodescendente? É importante lembrar que a desigualdade no campo de políticas públicas
envolve vários segmentos da sociedade civil como o movimento sindical, o poder público,
movimento de mulheres e de afrodescendentes e o empregador enquanto ator social que
precisa ser mobilizado para uma mudança de situação. Ao serem analisados dados da Pesquisa
Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD – contínua 2019) a média de desocupação no
Brasil era de 12,7%. Sendo que para pretos e pardos, essa taxa é maior com 16% e 14,5%
respectivamente, enquanto para pessoas brancas a taxa é menor que a médica nacional com
10,2% (BRASIL, 2018). Além disso, quando categorizamos pessoas afrodescendentes por
gênero, é possível perceber profissões que são hegemonicamente ocupadas por mulheres
negras e outras por homens negros. Diante disso, é importante destacar também que
algumas políticas afirmativas surgiram, como iniciativas de empresas que tem estimulado
a contratação de pessoas afrodescendentes, assim como a lei de cotas raciais que triplicou
a presença de afrodescendente nas universidades, embora muitas dificuldades ainda
permaneçam. Precisamos fortalecer as ações afirmativas no âmbito das Universidades para
garantir a presença desta juventude, para esta ser uma via complementar na formação para
o mercado de trabalho, e quando se fizer necessário, oferecer ação afirmativa específica no
âmbito das instituições públicas e privadas, de modo que as instituições se abram para a
presença não só deste segmento, mas das diversidades em geral.
Palavras-chave: Questões Étnico-Raciais. Gênero. Mercado de Trabalho.
Referências:
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador, BA: EdUFBA, 2008.
HOOKS, Bell. Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra. Tradução de
Cátia Bocaiuva Maringolo. São Paulo: Elefante, 2019.
Resumo: o racismo é estrutural, assim sendo ele perpassa os mais diferentes espaços
sociais, e a música, com suas letras de samba, é um exemplo; tanto ao fortalecer e reforçar
racismos, como também, ao discutir a questão racial e mostrar as lutas e especificidades dos
afrodescendentes no Brasil. Esse trabalho tem por objetivo propor uma discussão sobre a
questão racial no Brasil através de letras de samba e dos contextos específicos das canções
escolhidas, e se justifica, pela tentativa de desvelar o racismo também nos espaços e momentos
que popularmente chamamos de momentos de diversão, brincadeira. Metodologicamente
esse minicurso seguirá os seguintes passos: Breve explanação sobre o racismo no Brasil e
da relação entre música e história, posteriormente iremos escutar e debater sobre 4 letras
de sambas enredo e finalizar com uma dinâmica onde cada participante irá destacar, um
trecho de uma das músicas que mais lhe tocou e sentiu relação com acontecimentos de sua
história pessoal. Dentre os autores utilizados para fundamentar nossas problematizações no
minicurso, destacamos Almeida (2020), Moreira (2020), Paranhos (2007) Fanon (2008),
Quijano (2010).
Palavras-chave: Racismo. Música. Colonialidade.
Referências:
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Editora Jandaíra, 2020.
FANON, Frantz. Pele negra máscaras brancas. Rio de Janeiro: Editora Fator, 2008.
Imagem 1 – Obra sem título. Grazielly Valéria (Grazzy). técnica óleo sobre tela, 2021.
Referências:
GOMES, Nilma Lino. Trabalho e justiça social: a questão racial e o novo coronavirus no
Brasil. FRIEDRICH-EBERT-STIFTUNG, 2020.
KRENAK, Ailton; MAIA, Bruno. (Org.) Caminhos Para a Cultura do Bem Viver. Rio
de Janeiro, 2020. Disponível em: http://www.culturadobemviver.org/. Acesso em: 07 out.
2021.
MÁSCARA DA PSEUDO-ANTÍTESE
Laura Coutinho Lima Ferraz
Universidade Federal do Piauí
lauracoutinhoferraz@gmail.com
Resumo: A produção da máscara, realizada pela artista plástica Laura Ferraz, foi feita
com o intuito de transmitir a união da vida e da morte unidas em algo só. Temas que
achamos tão contrários, mas que na verdade quando olhamos para a os povos antigos como
os egípcios, mochicas e astecas que esculpiam máscaras funerárias, vemos que a morte e
vida não se excluem. Segundo Gombrich (1999), a imagem de uma pessoa quando morria,
para os egípcios continuava vivendo devido a preservação das esculturas representativas.
Atualmente, quando alguém falece, ela não vai embora totalmente, pois resta as memórias,
pensamentos e arquivos da imagem dessa pessoa. Não se destoam estes comportamentos de
querer preservar a imagem de alguém mesmo quando o seu ser físico não existe mais. Assim,
a “máscara da pseudo-antítese” é uma alusão a união de coisas que são opostas, mas que na
verdade são relacionadas. Seu propósito é apenas simbólico tendo o objetivo de rememorar
aqueles que se foram, mas que ainda são preservados, principalmente em um momento tão
consternado o qual o mundo está passando.
Palavras-chave: Máscara. Memória. Preservação.
Referências:
OLIVEIRA, Roberto Acioli de. Máscaras: Astecas, Maias e Incas. Corpo e Sociedade,
22 de mai. de 2013. Disponível em: https://corpoesociedade.blogspot.com/2013/05/
mascaras-astecas-maias-e-incas.html. Acesso em: 21 mai. 2021.
Referências:
“Ori dança nas águas”, carloshslv (Carlos Henrique da Silva), colagem digital, 2021.