FD 3397

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VIII CONGEAfro

ESPERANÇAR EM CRISES HISTÓRICAS


CONGRESSO (INTERNACIONAL) SOBRE GÊNERO, EDUCAÇÃO E AFRODESCENDÊNCIA

E-BOOK
PROGRAMAÇÃO E RESUMOS
10 A 12 NOVEMBRO 2021
E-Book de Programação e Resumos
do VIII CONGEAfro:
Esperançar em Crises Históricas
Núcleo de Estudos e Pesquisas
Roda Griô GEAfro:
Gênero, Educação e Afrodescendência

E-Book de Programação e Resumos


do VIII CONGEAfro:
Esperançar em Crises Históricas

Teresina, 2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE ARTES
DEPARTAMETO DE FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
COORD. DE PROGRAMAS, PROJETOS E EVENTOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS (CPPEC-PREXC)
NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS RODA GRIÔ: GÊNERO, EDUCAÇÃO E AFRODESCENDÊNCIA
RODA GRIÔ: GEAfro

INSTITUCIONAL

Reitor
Gildásio Guedes Fernandes ( 2021-2024)
Vice-Reitora
Viriato Campelo ( 2020-2024)

Pró-Reitora de Ensino de Graduação


Profª. Dra. Ana Beatriz Sousa Gomes
Pró-Reitora de Ensino de Pós-Graduação
Profª. Drª. Regilda Saraiva dos Reis Moreira-Araújo

Coordenadoria de Programas, Projetos e Eventos Científicos e Tecnológicos – CPPEC


Prof. Dr. Raul Lopes de Araújo Neto

Diretor do CCE
Profª. Drª. Eliana de Sousa Alencar Marques
Chefe do DEA
Prof. Dr. Odailton Aragão Aguiar
Coordenadora do Curso de Licenciatura em Artes Visuais
Profa. Doutoranda Núbia Suely Canejo Sampaio
Chefe do DEFE
Profª. Drª. Carmen Lucia de Sousa Lima
Coordenador do PPGEd
Prof. Dr. Elmo de Souza Lima

Coordenação do Núcleo de Estudos Roda Griô: Gênero, Educação e Afrodescendência Roda Griô: GEAfro
Prof. Pós-Ph.D. Francis Musa Boakari
Profª. Drª. Francilene Brito da Silva
Coordenação do VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas
Profª. Drª. Francilene Brito da Silva
Prof. Pós-Ph.D. Francis Musa Boakari

Site do VIII CONGEAfro: https://viiicongeafro.wixsite.com/2021


e-mail: viiicongeafro@gmail.com
COMISSÃO DE ORGANIZAÇÃO

Comitê Executivo:
Marcieva da Silva Moreira
Odilanir de Oliveira Leão
Raimunda Nonata da Silva Machado
Vicelma Maria de Paula Barbosa Sousa

Comitê de Monitoria:
Emanuella Geovana Magalhães de Souza
Isabel Ferreira do Nascimento
Sabyna Pohema Soares de Lima

Comitê de Multimídia:
Águida Bomfim de Oliveira
Aline Guimarães Pereira Gomes
Artenilde Soares da Silva
Berenice Valentim Silva
Caio de Sousa Feitosa
Carlos Henrique da Silva
Cleanne Nayara Galiza Colaço
Dayane Bruna da Silva Ferreira
Francilene Brito da Silva
Francisco Ruan da Silva
Grazielly Valéria Machado Costa da Silva
Ilanna Brenda Mendes Batista
Marcieva da Silva Moreira
Odilanir de Oliveira Leão
Pâmela Lee Soares Vasconcelos
Simoní Portela Leal

Comitê Científico:
Alisson Emanuel Silva
Andresa Barros Santos
Arlindo Cornelio Ntunduatha Juliasse
Claudiane Santos Araújo
Danielle Cristina dos Santos Pereira
Efigênia Alves Neres
Elenita Maria Dias de Sousa Aguiar
Fabiana dos Santos Sousa
Francilene Brito da Silva
Francis Musa Boakari
Geoésley José Negreiros Mendes
Glaucia Santana Silva Padilha
Ilanna Brenda Mendes Batista
Ilma Fátima de Jesus
L’Hosana Céres de Miranda Tavares
Núbia Suely Canejo Sampaio
Pollyanna Jericó Pinto Coêlho
Raimunda Nonata da Silva Machado
Roberto da Costa Joaquim Chaua
Simone Cristina Silva Simões
Soraia Lima Ribeiro de Sousa
Tercília Maria da Cruz Silva
Vicelma Maria de Paula Barbosa
Walquiria Costa Pereira

Monitoria:
Mamhã
Marcia Caroline Torres Barbosa
Leudiane Oliveira de Lima
Laura Coutinho Lima Ferraz
Realina Maria Ferreira
Lindomar Santos de Sousa
Josivan Das Luzes
Tarde
Clecio Leonardo Mendes Araujo
Gabriel Silva Melo Nunes
Teresa Cristina Vieira de Carvalho
Vanessa da Silva Borges
Maria Victória Cavalcante Andrade Lima
Vitória Rayssa Holanda da Silva
Tais da Silva Costa
Ana Luiza Amorim Nascimento


Arte e Diagramação:
Francilene Brito da Silva
Revisão:
Marcieva da Silva Moreira
Odilanir de Oliveira Leão
Raimunda Nonata da Silva Machado
Simoní Portela Leal
Vicelma Maria de Paula Barbosa Sousa
FICHA CATALOGRÁFICA
Universidade Federal do Piauí
Sistema de Bibliotecas da UFPI – SIBiUFPI
Serviço de Processamento Técnico

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

C749 Congresso Internacional sobre Gênero, Educação e Afrodescendência:


Esperançar em Crises Históricas (8.: 2021: Teresina, PI).
Livro de Programação e Resumos [recurso eletrônico] / VIII
CONGEafro: Esperançar em Crises Históricas, 10 a 12 de novembro em
Teresina, PI. – Teresina, UFPI, 2021.
126 p.

Promoção: Núcleo de Estudos e Pesquisas RODA GRIÔ-GEAfro:


Gênero, Educação e Afrodescendência da Universidade Federal do
Piauí, (UFPI) - Teresina.
Disponível em: <https://viiicongeafro.wixsite.com/2021>
ISBN 2318-5244

1. Gênero. 2. Educação. 3. Afrodescendência. I. Título.

CDD 370

Bibliotecária: Caryne Maria da Silva Gomes – CRB 3/1461


APRESENTAÇÃO
E
BOAS-VINDAS
TABONO

Remo.

Símbolo de força, confiança e persistência.

(NASCIMENTO & GÁ, 2009, p.144-145).

O VIII CONGRESSO sobre gênero, educação e afrodescendência


(CONGEAfro): Esperançar em crises históricas, que acontecerá de 10 a 12 de
novembro de 2021, é um congresso internacional, como continuidade ampliada de atividades
organizadas pelo Núcleo de Estudos Roda Griô: Gênero, Educação e Afrodescendência
(Roda Griô), da Universidade Federal do Piauí. Nesta oitava edição, pedimos inspiração
ao ideograma tabono, uma das letras/símbolos ou adinkra do povo aká de Ganaa, mais
especificamente, para pensar/sentir o esperançar diante dos eventos mundiais desde
março do ano passado, em particular sobre a doença provocada pelo novo coronavírus, a
Covid-19 e das crises que já enfrentamos com êxito silencioso como povos historicamente
e criativamente com força, confiança e persistência. Esperançar, nutridas/os por “força,
confiança e persistência” históricas é o nosso modo de incentivar pensamentos positivos
– atividades construtivas – consequências existenciais de afirmação das existências
particulares dos povos afrodescendentes do continente e das diásporas. Continuamos as
nossas histórias deixando explícitas as nossas participações ativas nos fazeres-seres das
sociedades que fazemos parte, em partilha de experiências avivadas em edições anteriores
do CONGEAfro.
Avivar experiências, passa a dimensionar o quanto aprendemos acionando memórias
de nós, através do subtema atual, revisitamos todos os outros subtemas trabalhados nos
CONGEAfros anteriores: I CONGEAfro: conquistas, experiências, desafios (dias 06-07-
08 de novembro de 2013); II CONGEAfro: orgulho de ser afrodescendente - lugares e
identidades (dias 03-04-05-06 de novembro de 2015); III CONGEAfro: direito de ser nas
relações de poder (dias 09-10-11 de novembro de 2016); IV CONGEAfro: descolonialidades
e cosmovisões (dias 07-08-09 de novembro de 2017); V CONGEAfro: justiças social e
epistêmica na Década dos Povos Afrodescendentes (dias 05-06-07-08-09 de novembro
de 2018); e VI CONGEAfro: políticas públicas e diversidade - quem precisa de identidade
(dias 06-07-08 de novembro de 2019); VII CONGEAfro: afrodescendentes em narrativas
cotidianas (dias 03-04-05-06 de novembro de 2020, no formato on-line) . Durante todo
esse percurso, estamos como uma árvore frondosa, que pode ver suas sombras tentando este
esperançar (Anais, VII CONGEAfro, 2020).
Esperançar então, significa este tabono, (remo) com o qual representamos as
ações objetivadas-teimosas que tecemos ao longo das existências dos nossos afazeres
afrodescendentes e indígenas até chegarmos à Pandemia da COVID-19 e no pós-momento
crucial pandêmico. O que será de nós agora? Não sabemos, mas precisamos esperançar –
com força, confiança e persistência – mais fortalecidas.

Coordenação do VIII CONGEAfro, 2021.


BIENVENIDA
ESPERANZAR EN CRISIS HISTÓRICAS
Deseo a todas las personas que van a ser parte del VIII CONGEAFRO: Esperanzar en las
crisis históricas bienvenidas y discusiones o intercambio de experiencias. Y, cuando llegue
el día 12 de noviembre de 2021, podamos salir más fortalecidas y fortalecidos en nuestras
prácticas en el combate al racismo, al sexismo, al machismo y a todas las formas de exclusión.
Que podamos, construir una octava edición del CONGEAfro/2021 de manera acogedora,
pacífica, sonriente, grata y en comunión, como han sido los otros CONGEAfros.
Por eso bienvenidos.

Lourdes Angélica Pacheco Cermeño


Lima, Perú, 30 de outubro de 2021.

APRESENTAÇÃO DE BOAS-VINDAS
É com grande prazer que endereçamos as nossas boas-vindas a todos e todas participantes do VIII
Congresso sobre Gênero, Educação e Afrodescendência (VIII CONGEAfro): Esperançar em crises
históricas.
Gostaríamos de aproveitar esta oportunidade para manifestar nossa mais profunda
gratidão a todos e todas pela confiança e esperança de mais uma vez unirmos esforços para
dedicarmos a nossa atenção neste espaço de produção e circulação de saberes como forma
de reafirmação de nossas existências e resistências, em meio a Pandemia COVID 19 e outras
crises humanitárias que assolam as nossas vidas.
Hoje, as crises humanitárias (Covid 19, terrorismo, racismo, epistemicídio, entre outras) se
destacam como alguns dos grandes desafios planetários, dos quais o futuro da humanidade
depende decisivamente. Os desafios da Covid 19 e as demais crises, jamais poderão ser
resolvidas por um punhado de pessoas ou país de forma isolada, pois, “eu sou porque nós
somos”.
Acreditamos a partir dos resultados que temos vindo a colher nos CONGEAfro’s anteriores,
que a pesquisa, a publicação dos resultados, aliados a internacionalização da educação,
cultivados pelas trocas de experiências e saberes, como as que serão proporcionadas por
este Congresso, são essenciais para alcançarmos nosso objetivo final, que é o de tornarmos
cada mais unidos na diversidade rumo a uma sociedade igualitária, mais justa, democrática
imbricada na complexidade.
Façamos deste evento um espaço e momento de conversas sobre uns, sobre os outros e sobre
nós mesmos, conversando sobre o que fazemos e o que nos fazem, nestes tempos temerosos,
sobre os nossos sentimentos, as nossas alegrias, as nossas dores, tramas, mas também, as
nossas superações, nossas resistências, e principalmente, sobre como mantemos as nossas
existências nos múltiplos espaços em disputa.
Cientes do seu compromisso com a educação e pesquisa, e interesse em questões sociais
contemporâneas, especialmente em promover o esperançar, renovamos antecipadamente
os nossos agradecimentos pelas suas ricas contribuições.
ZIKOMO KWAMBIRI (Muito obrigado), em língua Nyanja/Chichewa, minha língua
materna falada nas províncias de Niassa (norte de Moçambique) Tete, e parte da província
de Zambézia (centro de Moçambique).
KANIMAMBO (Obrigado) em língua changana falada no sul de Moçambique.
Arlindo Cornelio Ntunduatha Juliasse
Nampula, Moçambique, 30 de outubro de 2021.

BOAS-VINDAS – ESPERANÇAR EM CRISES HISTÓRICAS


Para esperançar em crises históricas, o que fazer-pensar-sentir-sonhar? Desejamos que
este congresso congregue pessoas que se interessem e queiram conversar entre si sobre
este assunto. Se perguntar a fim de melhor perguntar às outras pessoas sobre respostas
ao questionamento central para sairmos deste, como pessoas um pouco mais sábias e mais
poderosas!
Com esse desejo, recebemos você, que se congrega conosco com cabeças abertas e espíritos
livres. “Venha”, e na fala de outros tempos, lhe dizem – “a porta está aberta, sente e vamos
conversar”. Saber de nós, saber de você, da nossa história, dos nossos desafios, das nossas
capacidades para superá-los e dos nossos sonhos para continuarmos sendo como “tabono”
(remo), no ideograma do povo açante. Um símbolo da força, confiança e persistência
objetivada.
E como diz o povo Mende de Serra Leoa, África Ocidental em tempos de desafios – Quando
as pessoas interessadas numa questão conversarem entre si, cada uma se torna
mais sábia, mais poderosa. (Provérbio Mende).
BAIKAH - Gratidão em Mende!
Francis Musa Boakari
Teresina, Brasil, 30 de outubro de 2021.

WELCOME – HOPING IN TIMES OF CRISES


How do we go about reflecting-feeling-dreaming about and being engaged as active hopefuls
in times of crises? Answers to such questions are our interest, and we hope that this event
will serve as space and opportunity for concerned people to engage in conversations that will
enrich all, making each person wiser and thus, more powerful as social agent!
As our appreciated guests, we welcome you as conversation partners. Our minds and hearts
remain open. “Please come,” and as we would say at other times, “feel at home and exchange
ideas, experiences, knowlege and achievable dreams with us all as active participants.”
Let us talk about ourselves, know more about one another, learn more of our histories, our
challenges, and above all, our capabilities to overcome these barreirs. It would be so good to
discuss our dreams as we continue as the Tabono, paddle in the ideogram of the Ashantis,
that calls to mind strength, confidence and objective persistence.
Francis Musa Boakari
Teresina, Brasil, October 31, 2021.
SUMÁRIO
PROGRAMAÇÃO - 10 a 12 nov. 2021
21

RESUMOS
31

RODAS DE CONVERSAS (Comunicação Oral) - Roda Temática 1: Gênero e


Educação (GE) 32
“A MINHA HISTÓRIA COMEÇA FILHA DE UMA MÃE SOLTEIRA, NEGRA E LAVADEIRA”: O QUE PODE
UMA ARTISTA AFRODESCENDENTE AO NARRAR-SE? 32
Vicelma Maria de Paula Barbosa Sousa 32

A DESIGUALDADE DE GÊNERO NA POLÍTICA GUINEENSE PÓS-ABERTURA DEMOCRÁTICA (1994


-2020) 33
Bininba Djata 33

A VINGANÇA DE CLARA DOS ANJOS: REPRESENTAÇÃO E DIÁLOGO ENTRE ESMERALDA RIBEIRO E


LIMA BARRETO. 34
Mônica Cardoso Silva 34

AÇÕES AFIRMATIVAS NA UESPI: UM ESTUDO DE CASO SOBRE OS INGRESSOS AUTODECLARADOS


NEGROS POR COTAS SOCIAIS NO CAMPUS DE FLORIANO, PIAUÍ 35
Vivian da Silva Santos 35
Antônio Cícero de Andrade Pereira 35

AFIRMAÇÃO DA IDENTIDADE DA MULHER NEGRA EM MOI, TITUBA, SORCIÈRE...NOIRE DE SALÉM


36
Fabiana dos Santos Sousa 36

AFROCENTRICIDADE E O OLHAR MILITANTE NA ACADEMIA 37


Ilma Fátima de Jesus 37
Raimunda Nonata da Silva Machado 37

ARTE COMO NARRATIVA E CUIDADO: ORALIMAGENS DE MULHERES AFRODESCENDENTES NA


PANDEMIA 2021, EM PODCASTS E REDES SOCIAIS 39
Francilene Brito da Silva 39

BORDADO, COLAGEM E ESCRITAS DE SI: TECENDO NARRATIVAS ENTRE/COM MULHERES


AFRODESCENDENTES 42
Emanuella Geovana Magalhães de Souza 42
Sabyna Pohema Soares de Lima 42
Águida Bomfim de Oliveira  42

DIFERENÇA DE GÊNERO: O PROFESSOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL 44


Clécio Leonardo Mendes Araújo 44

NARRATIVAS DE MULHERES NEGRAS: O ESPERANÇAR EM TEMPO DE CRISE E RETROCESSOS 45


Fabiana da Silva 45

DISPOSITIVO SOCIOPOÉTICO GÊNERO PONTA-DA-LÍNGUA NA FORMAÇÃO INICIAL DO CURSO DE


PEDAGOGIA 46
Wanderson William Fidalgo de Sousa 46
Maria Dolores dos Santos Vieira 46

MEMÓRIA DE UMA ATIVISTA NEGRA: A TRAGETÓRIA DE FRANCISCA TRINDADE NA CIDADE DE


TERESINA-PI. 48
Rebeca Barros Passos 48
Letícia Vasconcelos Rodrigues 48
Iraneide Soares da Silva 48

MULHERES REFERÊNCIAS E DRAG QUEEN: ARTE E ARTISTAS. 49


Francisco Ruan da Silva 49

O TRABALHO EM “CASAS DE FAMÍLIAS”: A LUTA DA MULHER NEGRA DE TERESINA CONTRA A


HERANÇA COLONIAL DA NATURALIZAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO 50
Cleiane Pereira Souza dos Santos 50

PENSANDO COM(O) LÉLIA GONZALEZ: A IMPORTÂNCIA DO PENSAMENTO INTELECTUAL POLÍTICO


DE LÉLIA GONZALEZ PARA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA (1977-1990) 51
Brenda Steffani Marques Pereira 51

PRODUÇÕES EM GÊNERO E SEXUALDADE NA PEDAGOGIA UFMA CAMPUS CÓDO: UM OLHAR PARA


A LOCALIDADE 53
Simone Cristina Silva Simões 53
Orientadora: Raimunda Nonata da Silva Machado 53

PROFESSORAS DOUTORAS AFRODESCENDENTES E OS INDICADORES OFICIAIS 54


Ilanna Brenda Mendes Batista 54

UM OLHAR SOBRE A OBRA AS AVENTURAS DE NGUNGA POR UMA LITERATURA DA “DIFERENÇA”


55
Cleanne Nayara Galiza Colaço 55

RODAS DE CONVERSAS (Comunicação Oral) - Roda Temática 2:


Afrodescendência e Educação (AE) 56
A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NEGRA NO AMBIENTE ESCOLAR 57
Kaire Vinicius de Aguiar Quadros 57

A CONVERSA COMO TECNOLOGIA DO ENCONTRO EM PESQUISAS NO CAMPO DA EDUCAÇÃO DAS


RELAÇÕES RACIAIS 57
Maria José da Silva 57
Leidiane dos Santos Aguiar Macambira 57
Shirley Martins da Silva Camillo 58

A EDUCAÇÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE CRISE: OS DESAFIOS DOS AFRODESCENDENTES NA


PANDEMIA DE COVID-19. 59
Isabel Ferreira do Nascimento 59

A REPRESENTAÇÃO DE MULHERES AFRODESCENDENTES EM LIVRO DIDÁTICOS 60


Danielle Cristina dos Santos Pereira 60
Orientadora: Raimunda Nonata da Silva Machado 60

AFROSABERES EM PRÁTICAS EDUCATIVAS NO/COM O QUILOMBO 61


Tercilia Mária da Cruz Silva 61
Orientadora: Raimunda Nonata da Silva Machado 61

ARTE COMO MEIO DE VISIBILIDADE PARA A LUTA E NARRATIVAS DA MULHER PRETA


QUILOMBOLA 63
Viviane Cristina de Sousa 63

CARNAÚBA AMARELA: MEMÓRIA E IDENTIDADE 64


Luciana da Silva Ramos 64

CINECIO MINA: UN RELATO DE RESISTENCIA EN EL NORTE DEL CAUCA 65


Yan Carlos Romero Mancilla 65

COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBO: IDENTIDADE EM CONSTRUÇÃO 65


Adelmir Fiabani 65
Luciana da Silva Ramos 66

DA UNIVERSIDADE AO TRABALHO FORMAL: O JOVEM NEGRO NO MERCADO DE TRABALHO, UM


BREVE ESTUDO NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ 67
Wellyna Christyne Frazão Silva 67
Orientadora: Iraneide Soares da Silva 67

DO BRASIL COLÔNIA AO PÓS-MODERNO: A RECEPÇÃO DA CRIMINOLOGIA RACIAL 68


Wanney Cavalcante Pinheiro 68

DO CABELO AFRO À RESISTÊNCIA: PENSANDO A LITERATURA AFRO BRASILEIRA NA EDUCAÇÃO


INFANTIL 69
Camila Gabrielly Silva do Nascimento 69
Orientadora: Vicelma Maria de Paula Barbosa Sousa 69

EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E FORMAÇÃO DA(O) DOCENTE DE LETRAS:


RACISMOS, IMAGENS DE CONTROLE E CURRÍCULO 71
Lucas Anderson Neves de Melo 71
João Evangelista das Neves Araujo 71

EDUCAÇÃO POPULAR ANTIRACISTA - VALORES CIVILIZATÓRIOS NO MORRO DA MANGUEIRA 72


Maira Costa Ivanir dos Santos 72

EDUCAÇÃO: DISCURSO, SUJEITO E SENTIDO NAS DIFERENTES PRÁTICAS 75


Realina Maria Ferreira 75

ENSINO DE HISTÓRIA NUMA PESPECTIVA ANTIRRACISTA: COMO TER PRÁTICAS PEDAGÓGICAS


ANTIRRACISTAS 76
Juliana Alves de Sousa 76
Orientadora: Iraneide Soares da Silva 76

ENSINO E DIFERENÇA NO FUNDAMENTAL I: ESPERANÇAR DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA PAUTADA


NA FILOSOFIA DA DIFERENÇA EM TEMPOS PANDÊMICOS EM TERESINA-PI 77
Náira Jane da Costa Soares 77
José Gome da Silva Filho 77
Marlia Ferreira Ribeiro 77

ESPERANÇAR – RECONHECENDO OS PROTAGONISMOS DAS POPULAÇÕES AFRODESCENDENTES.


78
Francis Musa Boakari 78

ESPERANÇAR UMA FORMAÇÃO INICIAL PARA QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS 79


Luis Fernando Barbosa Rodrigues 79
Wanderson William Fidalgo de Sousa 79

ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS ESPERANÇANDO O ENFRENTAMENTO À PANDEMIA: SABERES DE


MULHERES AFRODESCENDENTES DE AXÉ 80
Andresa Barros Santos 80
Orientadora: Raimunda Nonata da Silva Machado 80

FESTA DE ENCANTADOS: A CELEBRAÇÃO DE SANTO ANTÔNIO EM TEMPO DE PANDEMIA NO TERECÔ


DE CODÓ-MA. 81
Francisco de Assis Alves 81
Jordan das Chagas Felipe Alves 81

HISTÓRIA, CULTURA, EMPODERAMENTO FEMININO E EDUCAÇÃO ESCOLAR NO QUILOMBO MIMBÓ,


PIAUÍ 83
Dailme Maria da Silva Tavares 83

INDÍGENAS EM UMA AULA REMOTA: UM TREINO NA SALA VIRTUAL, UMA LIÇÃO PARA A VIDA 84
Erica de Sousa Costa 84
Geoésley J. N. Mendes 84

LIBERTAÇÃO X INTEGRAÇÃO: A CONDIÇÃO DA POPULAÇÃO NEGRA NA SOCIEDADE BRASILEIRA NO


PERÍODO PÓS-ESCRAVIDÃO 84
Kamila Evelyn Martins Marques (Bolsista CAPES) 84
Maria Zenaide Alves 84

LIMA BARRETO E O PECADO DE SER NEGRO NO BRASIL 86


Weberson de Aquino Lima 86

MAFROEDUC OLÙKỌ́: LUGAR DE ESPERANÇAR FORMAÇÃO DOCENTE MULHERISTA E


AFROCÊNTRICA 87
Soraia Lima Ribeiro de Sousa 87
Orientadora: Raimunda Nonata da Silva Machado 87

MULHERES AFRODESCENDENTES NA EJA: SUAS HISTÓRIAS E CONQUISTAS 88


Efigênia Alves Neres 88

NA PASSARELA ROUPA COM INSPIRAÇÃO NA RELIGIOSIBADE AFRO-BRASILEIRA 89


L’Hosana Céres de Miranda Tavares 89

NARRATIVAS DE VIDA DE MULHERES AFRODESCENDENTES NAS RODAS DE CONVERSAS DO


NÚCLEO RODA GRIÔ GEAFRO, UFPI: APRENDENDO COM AS VIVÊNCIAS 90
Marcieva da Silva Moreira 90
Francis Musa Boakari 90

NARRATIVAS E CUIDADOS DAS PESSOAS AFRODESCENDENTES EM RELAÇÃO À PANDEMIA: PARA


ALÉM DE UMA EXTENSÃO 92
Paulo de Tarso Xavier Sousa Junior 92
Francilene Brito da Silva 92

OUTRAS NARRATIVAS, “NOVAS”/VELHAS EPISTEMOLOGIAS: TRAJETÓRIAS EPISTÊMICAS DE


PESQUISADORAS/ES DESOBEDECEM(SER-SENDO) 93
Simoní Portela Leal 93
Alisson Emanuel Silva 93

PEDAGOGIA DO MOVIMENTO NEGRO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR 94


Vitória Rayssa Holanda da Silva 94
Orientadora: Raimunda Nonata da Silva Machado 94

PROFESSORAS AFROUNIVERSITÁRIAS EM SABERES DO ESPERANÇAR 95


Walquíria Costa Pereira  95
Orientadora: Raimunda Nonata da Silva Machado  95

QUILOMBO E AFRODESCENDENTE: SABERES NOSSOS DO PPGED 97


Odilanir de Oliveira Leão 97

QUILOMBOS EM ESTADO DE LUTA: O ACESSO À EDUCAÇÃO EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO


MUNICÍPIO DE CAXIAS MARANHÃO 98
Aline da Silva Lima 98
Elane da Silva Lima 98
Davi Pereira Junior 98

SIMPLESMENTE IRANI: PRODUÇÃO ÉTICA, ESTÉTICA, POLÍTICA E ANTIRRACISTA 99


Aline Regina Cardozo de Brito 99
Danielle Christina do Nascimento Oliveira 99
Irani Ribeiro Lima 99

TRABALHANDO A DIVERSIDADE CULTURAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL: PROCESSO DE ELABORAÇÃO


DO RECURSO O LIVRO “O MUNDO DE ZOE” 101
Elaínne Márcia Lima 101
Jorrania Gomes da Silva 101

UM OLHAR DO DIREITO CONSTITUCIONAL SOBRE OS IMPASSES DA NECROPOLÍTICA NA EDUCAÇÃO


E INSERÇÃO DO O JOVEM NEGRO (A) AO MERCADO DE TRABALHO 102
Maria Júlia da Paz 102

SOCIALIZAÇÕES DE APRENDIZAGENS (MINICURSOS) - Roda Temática:


Gênero e Educação 103
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS, GÊNERO E MERCADO DE TRABALHO 103
Kácio dos Santos Silva 103
Odilanir de Oliveira Leão 103

SOCIALIZAÇÕES DE APRENDIZAGENS (MINICURSOS) - Roda Temática:


Afrodescendência e Educação (AE) 105
A QUESTÃO RACIAL EM LETRAS DE SAMBA 105
Leudjane Michelle Viegas Diniz Porto 105

MÍDIAS - Roda Temática: Gênero e Educação (GE) 106


A ARTE DE MULHERES AFRODESCENDENTES EM NARRATIVAS DE CUIDADO 106
Grazielly Valéria Machado Costa da Silva 106

AFETIVIDADES EM TEMPOS PANDÊMICOS: MEMORANDO CUIDADOS ATRAVÉS DA ARTE 107


Pâmela Lee Soares Vasconcelos   107

MÁSCARA DA PSEUDO-ANTÍTESE 110


Laura Coutinho Lima Ferraz 110

MÍDIAS - Roda Temática: Afrodescendência e Educação (AE) 112


JULHO DAS PRETAS: MEMORAR NARRATIVAS DE MULHERES NEGRAS LATINO-AMERICANAS E
CARIBENHAS NO COTIDIANO BRASILEIRO 112
Carlos Henrique da Silva 112
PROGRAMAÇÃO
10 a 12 nov. 2021
HORAS 10.11.2021 11.11.2021 12.11.2021
Sala Tabono 1 Sala Tabono 1 Sala Tabono 1

Reflexões de Abertura: Socializações de Socializações de


8h30-10h

Esperançar em crises Aprendizagens Aprendizagens


históricas (Conferência de (Minicursos) (Minicursos)
Abertura) Sala Tabono 1 - Odilanir de Sala Tabono 1 - Odilanir
Sala Tabono 1 - Odilanir de Oliveira Leão de Oliveira Leão
Oliveira Leão https://meet.google.com/ https://meet.google.
https://meet.google.com/ pnx-wuwd-iuu com/pnx-wuwd-iuu
pnx-wuwd-iuu
Monitoria: Monitoria:
Monitoria: Marcia Caroline Torres Marcia Caroline Torres
Marcia Caroline Torres Barbosa Barbosa
Barbosa Leudiane Oliveira de Lima Leudiane Oliveira de
Leudiane Oliveira de Lima Laura Coutinho Lima Lima
Laura Coutinho Lima Ferraz Ferraz Laura Coutinho Lima
Ferraz
Convidadxs: Roda Temática: Gênero e
Francis Musa Boakari – Educação Roda Temática:
Roda Griô/GEAfro RELAÇÕES ÉTNICO- Afrodescendência e
Carlos Henrique da Silva RACIAIS, GÊNERO E Educação (AE)
– estudante/pesquisador MERCADO DE TRABALHO A QUESTÃO RACIAL
PIBIC/CNPq Kácio dos Santos Silva EM LETRAS DE
Adriana Borges da Silva – Odilanir de Oliveira Leão SAMBA
Drika Maria Leudjane Michelle
Wanessa Campos da Costa – Viegas Diniz Porto
Capim Dandá
Ana Beatriz Sousa Gomes
- Pró-Reitora de Ensino de
Graduação/UFPI

Sala Tabono 1 - Dias 10, 11 e 12 nov. 2021 - 8h30-10h


Aquelas/es que trabalharam conosco, mesmo distantes, em seus países, estávamos tão próximos
no VII CONGEAfro: Afrodescendentes em Narrativas Cotidianas. Nossos agradecimentos com a
“Arvore da Amizade”, para:
Adelino Inácio Assane (UniRovuma-Moç ambique)
Argentina Serafim Lopes (Universidade de Pungue em Chimoio - Moçambique)
Arlindo Cornélio Ntunduatha Juliasse (UniRovuma-Moçambique)
Gilberto Daniel Rafael (UniRovuma-Moçambique)
Innocent Hakizimana Abubakar (UniLurio-Moçambique)
Jonas António Francisco (UniRovuma-Moçambique)
Lisa-Marie Rüther (ARIC-NRW e.V. Alemanha)
Lourdes Angélica Pacheco Cermeño (Peru)
Wilson Profirio Nicaquela (UniLurio-Moçambique)
Yan Carlos Romero Mancilla (Colôbia)

22 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


“Árvore da Amizade”, Leninha, Pincel Marcador Permanente em Papel Craft Marrom, 2021.
Gratidão a todas as pessoas que fizeram o VII CONGEAfro: Afrodescendentes em narrativas cotidianas e a
todas que estão construindo o VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas.

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 23


HORAS
10.11.2021 11.11.2021 12.11.2021
Sala Tabono 2 Sala Tabono 2 Sala Tabono 2
Mídias Rodas de Conversas (Comunicações Rodas de Conversas (Comunicações
10h30-12h

Sala Tabono 2 - Orais) Orais)


Emanuella Geovana Sala Tabono 2 - Emanuella Geovana Sala Tabono 2 - Emanuella Geovana
Magalhães de Souza Magalhães de Souza Magalhães de Souza
https://meet.google. https://meet.google.com/fpy-osek-nsq https://meet.google.com/fpy-osek-
com/fpy-osek-nsq nsq
Monitoria:
Monitoria: Realina Maria Ferreira Monitoria:
Realina Maria Ferreira Lindomar Santos de Sousa Realina Maria Ferreira
Lindomar Santos de Josivan Das Luzes Lindomar Santos de Sousa
Sousa Apresentações: Josivan das Luzes
Josivan Das Luzes 1.“A MINHA HISTÓRIA COMEÇA Apresentações:
Apresentações: FILHA DE UMA MÃE SOLTEIRA, 7.AFROCENTRICIDADE E O OLHAR
A ARTE DE NEGRA E LAVADEIRA”: O QUE PODE MILITANTE NA ACADEMIA
MULHERES UMA ARTISTA AFRODESCENDENTE Ilma Fátima de Jesus
AFRODESCENDENTES AO NARRAR-SE? Raimunda Nonata da Silva Machado
EM NARRATIVAS DE Vicelma Maria de Paula Barbosa Sousa
CUIDADO 8.ARTE COMO NARRATIVA E
Grazielly Valéria 2.PENSANDO COM(O) LÉLIA CUIDADO: ORALIMAGENS DE
Machado Costa da Silva GONZALEZ: A IMPORTÂNCIA DO MULHERES AFRODESCENDENTES
Vicelma Maria de Paula PENSAMENTO INTELECTUAL NA PANDEMIA 2021, EM PODCASTS E
Barbosa Sousa POLÍTICO DE LÉLIA GONZALEZ REDES SOCIAIS
PARA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA Francilene Brito da Silva
AFETIVIDADES (1977-1990)
EM TEMPOS Brenda Steffani Marques Pereira 9.BORDADO, COLAGEM E ESCRITAS
PANDÊMICOS: DE SI: TECENDO NARRATIVAS
MEMORANDO 3.A DESIGUALDADE DE GÊNERO ENTRE/COM MULHERES
CUIDADOS ATRAVÉS NA POLÍTICA GUINEENSE PÓS- AFRODESCENDENTES
DA ARTE ABERTURA DEMOCRÁTICA (1994 Emanuella Geovana Magalhães de Souza
Pâmela Lee Soares -2020). Bininba Djata Sabyna Pohema Soares de Lima
Vasconcelos Águida Bomfim de Oliveira
4.A VINGANÇA DE CLARA DOS
MÁSCARA DA ANJOS: REPRESENTAÇÃO E 10.DIFERENÇA DE GÊNERO:
PSEUDO-ANTÍTESE DIÁLOGO ENTRE ESMERALDA O PROFESSOR NA EDUCAÇÃO
Laura Coutinho Lima RIBEIRO E LIMA BARRETO. INFANTIL
Ferraz Mônica Cardoso Silva Clécio Leonardo Mendes Araújo

JULHO DAS 5.AÇÕES AFIRMATIVAS NA UESPI: 11.NARRATIVAS DE MULHERES


PRETAS: MEMORAR UM ESTUDO DE CASO SOBRE OS NEGRAS: O ESPERANÇAR EM
NARRATIVAS DE INGRESSOS AUTODECLARADOS TEMPO DE CRISE E RETROCESSOS
MULHERES NEGRAS NEGROS POR COTAS SOCIAIS NO Fabiana da Silva
LATINO-AMERICANAS CAMPUS DE FLORIANO, PIAUÍ
E CARIBENHAS Vivian da Silva Santos 12.DISPOSITIVO SOCIOPOÉTICO
NO COTIDIANO Antônio Cícero de Andrade Pereira GÊNERO PONTA-DA-LÍNGUA NA
BRASILEIRO FORMAÇÃO INICIAL DO CURSO DE
Carlos Henrique da Silva 6.AFIRMAÇÃO DA IDENTIDADE DA PEDAGOGIA
MULHER NEGRA EM MOI, TITUBA, Wanderson William Fidalgo de Sousa
SORCIÈRE...NOIRE DE SALÉM Maria Dolores dos Santos Vieira
Fabiana dos Santos Sousa

Sala Tabono 2 - Dias 10, 11 e 12 nov. de 2021


10h30-12h
24 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.
HORAS
10.11.2021 11.11.2021 12.11.2021
Sala Tabono 3 Sala Tabono 3 Sala Tabono 3
Rodas de Conversas Rodas de Conversas Rodas de Conversas
14h30-16h

(Comunicações Orais) (Comunicações Orais) (Comunicações Orais)


Sala Tabono 3 - Ilanna Brenda Sala Tabono 3 - Ilanna Brenda Sala Tabono 3 - Ilanna
Mendes Batista Mendes Batista Brenda Mendes Batista
https://meet.google.com/aaj- https://meet.google.com/aaj-gxes- https://meet.google.com/
gxes-wdi wdi aaj-gxes-wdi

Monitoria: Monitoria: Monitoria:


Clecio Leonardo Mendes Araujo Clecio Leonardo Mendes Araujo Clecio Leonardo Mendes
Gabriel Silva Melo Nunes Gabriel Silva Melo Nunes Araujo
Teresa Cristina Vieira de Teresa Cristina Vieira de Carvalho Gabriel Silva Melo Nunes
Carvalho Teresa Cristina Vieira de
Apresentações: Carvalho
Apresentações: 18.UM OLHAR SOBRE A OBRA
13.MEMÓRIA DE UMA AS AVENTURAS DE NGUNGA Apresentações:
ATIVISTA NEGRA: A POR UMA LITERATURA DA 23.AFROSABERES EM
TRAGETÓRIA DE FRANCISCA “DIFERENÇA” PRÁTICAS EDUCATIVAS
TRINDADE NA CIDADE DE Cleanne Nayara Galiza Colaço NO/COM O QUILOMBO
TERESINA-PI. Tercilia Mária da Cruz Silva
Rebeca Barros Passos 19.A CONSTRUÇÃO DA Orientadora: Raimunda
Letícia Vasconcelos Rodrigues IDENTIDADE NEGRA NO Nonata da Silva Machado
Iraneide Soares da Silva AMBIENTE ESCOLAR
Kaire Vinicius de Aguiar Quadros 24.ARTE COMO MEIO
14.MULHERES REFERÊNCIAS DE VISIBILIDADE PARA
E DRAG QUEEN: ARTE E 20.A CONVERSA COMO A LUTA E NARRATIVAS
ARTISTAS. TECNOLOGIA DO ENCONTRO DA MULHER PRETA
Francisco Ruan da Silva EM PESQUISAS NO CAMPO DA QUILOMBOLA
EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES Viviane Cristina de Sousa
15.O TRABALHO EM RACIAIS
“CASAS DE FAMÍLIAS”: A Maria José da Silva 25.CARNAÚBA AMARELA:
LUTA DA MULHER NEGRA Leidiane dos Santos Aguiar MEMÓRIA E IDENTIDADE
DE TERESINA CONTRA Macambira Luciana da Silva Ramos
A HERANÇA COLONIAL Shirley Martins da Silva Camillo
DA NATURALIZAÇÃO DO 26.CINECIO MINA: UN
TRABALHO DOMÉSTICO 21.A EDUCAÇÃO ESCOLAR RELATO DE RESISTENCIA
Cleiane Pereira Souza dos Santos EM TEMPOS DE CRISE: EN EL NORTE DEL CAUCA
OS DESAFIOS DOS Yan Carlos Romero Mancilla
16.PRODUÇÕES EM GÊNERO E AFRODESCENDENTES NA
SEXUALDADE NA PEDAGOGIA PANDEMIA DE COVID-19. 27.COMUNIDADES
UFMA CAMPUS CÓDO: UM Isabel Ferreira do Nascimento REMANESCENTES DE
OLHAR PARA A LOCALIDADE QUILOMBO: IDENTIDADE
Simone Cristina Silva Simões 22.A REPRESENTAÇÃO EM CONSTRUÇÃO
Orientadora: Raimunda Nonata DE MULHERES Adelmir Fiabani
da Silva Machado AFRODESCENDENTES EM Luciana da Silva Ramos
LIVRO DIDÁTICOS
17.PROFESSORAS DOUTORAS Danielle Cristina dos Santos
AFRODESCENDENTES E OS Pereira
INDICADORES OFICIAIS Orientadora: Raimunda Nonata da
Ilanna Brenda Mendes Batista Silva Machado

Sala Tabono 3 - Dias 10, 11 e 12 nov. de 2021


14h30-16h
VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 25
HORAS
10.11.2021 11.11.2021 12.11.2021
Sala Tabono 4 Sala Tabono 4 Sala Tabono 4
Rodas de Conversas Rodas de Conversas Rodas de Conversas
14h30-16h

(Comunicações Orais) (Comunicações Orais) (Comunicações Orais)


Sala Tabono 4 - Raimunda Sala Tabono 4 - Raimunda Sala Tabono 4 - Raimunda
Nonata da Silva Machado Nonata da Silva Machado Nonata da Silva Machado
https://meet.google.com/ezc- https://meet.google.com/ezc- https://meet.google.com/ezc-
cqim-evz cqim-evz cqim-evz

MAFROEDUC: MAFROEDUC: MAFROEDUC:


Danielle Cristina dos Santos Danielle Cristina dos Santos Danielle Cristina dos Santos
Pereira Pereira Pereira
Claudiane Santos Araújo Claudiane Santos Araújo Claudiane Santos Araújo

Apresentações: Apresentações: Apresentações:


28.DA UNIVERSIDADE AO 33.EDUCAÇÃO: DISCURSO, 38.ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS
TRABALHO FORMAL: O SUJEITO E SENTIDO NAS ESPERANÇANDO O
JOVEM NEGRO NO MERCADO DIFERENTES PRÁTICAS ENFRENTAMENTO À
DE TRABALHO, UM BREVE Realina Maria Ferreira PANDEMIA: SABERES
ESTUDO NA UNIVERSIDADE DE MULHERES
ESTADUAL DO PIAUÍ 34.ENSINO DE HISTÓRIA AFRODESCENDENTES DE AXÉ
Wellyna Christyne Frazão Silva NUMA PESPECTIVA Andresa Barros Santos
Iraneide Soares da Silva ANTIRRACISTA: COMO TER Orientadora: Raimunda Nonata da
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS Silva Machado
29.DO BRASIL COLÔNIA AO ANTIRRACISTAS
PÓS-MODERNO: A RECEPÇÃO Juliana Alves de Sousa 39.FESTA DE ENCANTADOS:
DA CRIMINOLOGIA RACIAL Iraneide Soares da Silva A CELEBRAÇÃO DE SANTO
Wanney Cavalcante Pinheiro ANTÔNIO EM TEMPO DE
35.ENSINO E DIFERENÇA PANDEMIA NO TERECÔ DE
30.DO CABELO AFRO À NO FUNDAMENTAL I: CODÓ-MA.
RESISTÊNCIA: PENSANDO ESPERANÇAR DE UMA Francisco de Assis Alves
A LITERATURA AFRO SEQUÊNCIA DIDÁTICA Jordan das Chagas Felipe Alves
BRASILEIRA NA EDUCAÇÃO PAUTADA NA FILOSOFIA DA
INFANTIL DIFERENÇA EM TEMPOS 40.HISTÓRIA, CULTURA,
Camila Gabrielly Silva do PANDÊMICOS EM TERESINA- EMPODERAMENTO FEMININO
Nascimento PI E EDUCAÇÃO ESCOLAR NO
Orientadora: Vicelma Maria de Náira Jane da Costa Soares QUILOMBO MIMBÓ, PIAUÍ
Paula Barbosa Sousa José Gome da Silva Filho Dailme Maria da Silva Tavares
Marlia Ferreira Ribeiro
31.EDUCAÇÃO PARA AS 41.INDÍGENAS EM UMA AULA
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E 36.ESPERANÇAR – REMOTA: UM TREINO NA SALA
FORMAÇÃO DA(O) DOCENTE RECONHECENDO OS VIRTUAL, UMA LIÇÃO PARA A
DE LETRAS: RACISMOS, PROTAGONISMOS VIDA
IMAGENS DE CONTROLE E DAS POPULAÇÕES Erica de Sousa Costa
CURRÍCULO AFRODESCENDENTES. Geoésley J. N. Mendes
Lucas Anderson Neves de Melo Francis Musa Boakari
João Evangelista das Neves 42.LIBERTAÇÃO X
Araújo 37.ESPERANÇAR UMA INTEGRAÇÃO: A CONDIÇÃO
FORMAÇÃO INICIAL PARA DA POPULAÇÃO NEGRA NA
32.EDUCAÇÃO POPULAR QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS SOCIEDADE BRASILEIRA NO
ANTIRACISTA - VALORES Luis Fernando Barbosa PERÍODO PÓS-ESCRAVIDÃO
CIVILIZATÓRIOS NO MORRO Rodrigues Kamila Evelyn Martins Marques
DA MANGUEIRA Wanderson William Fidalgo de Maria Zenaide Alves
Maira Costa Ivanir dos Santos Sousa

Sala Tabono 4 - Dias 10, 11 e 12 nov. de 2021


14h30-16h
26 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.
HORAS
10.11.2021 11.11.2021 12.11.2021
Sala Tabono 5 Sala Tabono 5 Sala Tabono 5

Rodas de Conversas Rodas de Conversas Rodas de Conversas


14h30-16h

(Comunicações Orais) (Comunicações Orais) (Comunicações Orais)


Sala Tabono 5 - Vicelma Maria Sala Tabono 5 - Vicelma Sala Tabono 5 - Vicelma Maria
de Paula Barbosa Sousa Maria de Paula Barbosa Sousa de Paula Barbosa Sousa
https://meet.google.com/bzi- https://meet.google.com/bzi- https://meet.google.com/bzi-
najs-mgx najs-mgx najs-mgx

Monitoria: Monitoria: Monitoria:


Vanessa da Silva Borges Vanessa da Silva Borges Vanessa da Silva Borges
Maria Victória Cavalcante Maria Victória Cavalcante Maria Victória Cavalcante
Andrade Lima Andrade Lima Andrade Lima

Apresentações: Apresentações: Apresentações:


43.LIMA BARRETO E O 48.NARRATIVAS E 53.QUILOMBOS EM
PECADO DE SER NEGRO NO CUIDADOS DAS PESSOAS ESTADO DE LUTA: O
BRASIL AFRODESCENDENTES EM ACESSO À EDUCAÇÃO
Weberson de Aquino Lima RELAÇÃO À PANDEMIA: EM COMUNIDADES
PARA ALÉM DE UMA QUILOMBOLAS DO
44.MAFROEDUC OLÙKÓ: EXTENSÃO MUNICÍPIO DE CAXIAS
LUGAR DE ESPERANÇAR Paulo de Tarso Xavier Sousa MARANHÃO
FORMAÇÃO DOCENTE Junior Aline da Silva Lima
MULHERISTA E Francilene Brito da Silva Davi Pereira Junior
AFROCÊNTRICA Elane da Silva Lima
Soraia Lima Ribeiro de Sousa 49.OUTRAS NARRATIVAS,
Orientadora: Raimunda Nonata “NOVAS”/VELHAS 54.SIMPLESMENTE IRANI:
da Silva Machado EPISTEMOLOGIAS: PRODUÇÃO ÉTICA, ESTÉTICA,
TRAJETÓRIAS EPISTÊMICAS POLÍTICA E ANTIRRACISTA
45.MULHERES DE PESQUISADORAS/ES Aline Regina Cardozo de Brito
AFRODESCENDENTES NA DESOBEDECEM(SER-SENDO) Danielle Christina do
EJA: SUAS HISTÓRIAS E Simoní Portela Leal Nascimento Oliveira
CONQUISTAS Alisson Emanuel Silva Irani Ribeiro Lima
Efigênia Alves Neres
50.PEDAGOGIA DO 55.TRABALHANDO A
46.NA PASSARELA ROUPA MOVIMENTO NEGRO NA DIVERSIDADE CULTURAL
COM INSPIRAÇÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL:
RELIGIOSIBADE AFRO- Vitória Rayssa Holanda da Silva PROCESSO DE ELABORAÇÃO
BRASILEIRA Orientadora: Raimunda Nonata DO RECURSO O LIVRO “O
L’Hosana Céres de Miranda da Silva Machado MUNDO DE ZOE”
Tavares Elaínne Márcia Lima
51.PROFESSORAS Jorrania Gomes da Silva
47.NARRATIVAS DE AFROUNIVERSITÁRIAS EM
VIDA DE MULHERES SABERES DO ESPERANÇAR 56.UM OLHAR DO DIREITO
AFRODESCENDENTES NAS Walquíria Costa Pereira CONSTITUCIONAL
RODAS DE CONVERSAS Orientadora: R. N. da S. Machado SOBRE OS IMPASSES
DO NÚCLEO RODA GRIÔ DA NECROPOLÍTICA NA
GEAFRO, UFPI: APRENDENDO 52.QUILOMBO E EDUCAÇÃO E INSERÇÃO
COM AS VIVÊNCIAS AFRODESCENDENTE: DO O JOVEM NEGRO (A) AO
Marcieva da Silva Moreira SABERES NOSSOS DO PPGED MERCADO DE TRABALHO
Francis Musa Boakari Odilanir de Oliveira Leão Maria Júlia da Paz

Sala Tabono 5 - Dias 10, 11 e 12 nov. de 2021


14h30-16h
VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 27
HORAS
10.11.2021 11.11.2021 12.11.2021
Sala Tabono 6 Sala Tabono 6 Sala Tabono 6

Roda Temática: Roda Temática: Reflexões de


16h30-18h30

Gênero e Educação Afrodescendência Encerramento: VIII


(Mesa Redonda) e Educação (Mesa e IX CONGEAfros
Sala Tabono 6 - Redonda) (Conferência de
Simoní Portela Leal Sala Tabono 6 - Encerramento)
https://meet.google. Simoní Portela Leal Sala Tabono 6 -
com/mxg-btch-vuy https://meet.google. Simoní Portela Leal
com/mxg-btch-vuy https://meet.google.
Monitoria: com/mxg-btch-vuy
Vitória Rayssa Monitoria:
Holanda da Silva Vitória Rayssa Monitoria:
Tais da Silva Costa Holanda da Silva Vitória Rayssa Holanda
Ana Luiza Amorim Tais da Silva Costa da Silva
Nascimento Ana Luiza Amorim Tais da Silva Costa
Nascimento Ana Luiza Amorim
Convidadxs: Nascimento
Raimunda Frazão – Convidadxs:
Tia Dica Arlindo Cornelio Convidadxs:
Mailsa Carla Pinto Ntunduatha Juliasse Francis Musa Boakari
Passos Mairton Celestino da Raimunda Nonata da
Brenda Steffani Silva Silva Machado
Marques Pereira Robison Raimundo Vicelma Maria de Paula
Silva Pereira Barbosa Sousa
Francilene Brito da
Silva

Sala Tabono 6 - Dias 10, 11 e 12 nov. de 2021


16h30-18h30

Até o IX CONGEAfro - 2022.


RESUMOS
RODAS DE CONVERSAS (Comunicação Oral) -
Roda Temática 1: Gênero e Educação (GE)

“A MINHA HISTÓRIA COMEÇA FILHA DE UMA MÃE SOLTEIRA, NEGRA E LAVADEIRA”:


O QUE PODE UMA ARTISTA AFRODESCENDENTE AO NARRAR-SE?
Vicelma Maria de Paula Barbosa Sousa
Universidade Federal do Piauí
vicelma@ufpi.edu.br

Resumo: Com a pandemia da COVID-19, as políticas de (des)financiamento em vários


âmbitos da garantia dos direitos sociais às mulheres afrodescendentes no Brasil, tem sido
uma realidade cotidiana que se aprofundou. Dada a invisibilidade dos modos de trabalho
de muitas delas, este resumo objetiva reconhecer e valorizar as narrativas de mulheres
afrodescendentes artistas e suas contribuições no enfrentamento à pandemia como condição
fundamental para problematizarmos a dimensão do cuidado. Resultado de uma pesquisa
em andamento intitulada “Arte como narrativa e cuidado de mulheres afrodescendentes”
coordenada por Silva (2021), a qual estou como pesquisadora colaboradora. O resumo trança
narrativas de gênero-raça-educação-arte a partir da história de uma mulher afrodescendente,
artista, conhecida como Drika, a qual esteve narrando a si (podcast) no projeto de pesquisa
citado. Dessa maneira, a narrativa apresentada em podcast, tornou-se mobilizadora de
questionamentos, os quais neste trabalho, pretendem tensionar os modos e usos de fazer
de uma mulher afrodescendente com sua arte na dimensão da economia do cuidado de
si. Quem lembra de Drika e suas artes com costura criativa com bonecas representativas,
enquanto artista afrodescendente? Quais caminhos ela percorre ao permitir narrar-se? Como
uma mulher afrodescendente se torna uma artista/intelectual das artes no Brasil-Piauí-
Teresina? A(s) narrativa(s) da artista em episódios de podcast enunciam a possibilidade
de dizer-se: é tempo de narrarmos nós mesmas. Porque como escuta sensível à arte como
narrativa e cuidado de si-outras mulheres, sublinham condições de gênero-raça-classe, como
elementos fundantes do ato de narrar-se individualmente e coletivamente. Um convite a
continuar pensando: como podemos visibilizar o trabalho-arte invisibilizado de mulheres
afrodescendentes na “economia do cuidado”? Esta como um modo-uso de reagirmos a um
processo sistêmico racista, machista, que nega a nossa humanidade. Destarte, a narrativa
de Drika e seus processos de criação revelam uma prática educativa antirracista ávida por
narrar outras histórias com a arte. Anuncia ainda, um pensamento arrojado e estilo de vida
transgressor e insurgente em tempos históricos de crises. Porque podem nos dizer sobre o
cenário de crises como não democráticas. Para seguir na conversa com a narrativa da artista,
alguns conceitos-chave utilizados aqui foram trançados pelo pensamento de Silva (2020);
Boakari (2015) dentre outras/os.
Palavras-chave: Mulher afrodescendente. Narrativa. Arte e cuidado.

Referências:
SILVA, Francilene Brito da. Narrativa Autobiográfica Oral, Imagética e
Escrita: Oralimagens. Teresina, PI: [S. ed.], 2021. Texto didático para trabalho
de grupo sobre o Projeto de Pesquisa: Arte como Narrativa e Cuidado de Mulheres
Afrodescendentes.

BOAKARI, Francis Musa. Mulheres brasileiras afrodescendentes de sucesso: o discurso


do fazer, fazendo diferenças. In: BOAKARI, Francis Musa [et all.]. (Orgs.). Educação,
gênero e afrodescendência: a dinâmica da luta de mulheres na transformação social.
32 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.
Curitiba. PR: CRV, 2015.

PODCAST ARTE COMO NARRATIVA E CUIDADO: Brasil: 10º Episódio, 3ª Temporada:


Criações da Larice. [Locução de]: Francilene Brito da Silva; Francisco Ruan da Silva
Arte; Aguida Bomfim de Oliveira e Vicelma Maria de Paula Barbosa Sousa. [S. l.]:
Google Podcasts, 4 de ago. de 2021. Disponível em: https://podcasts.google.com/feed/
RjYXN0L3Jzcw?sa=X&ved=0CAMQ4aUDahcKEwjAppS70r3zAhUAAAAAHQAAAAAQfg.
Acesso em: 09 out. 2021.

A DESIGUALDADE DE GÊNERO NA POLÍTICA GUINEENSE PÓS-ABERTURA


DEMOCRÁTICA (1994 -2020)
Bininba Djata
Mestranda PPGS-UFPI
bininbadjata94@ufpi.edu.br

Resumo: Diante das desigualdades socioeconômica e políticas entre os sexos, esse trabalho
propõe analisar as desigualdades de gênero no cenário político da Guiné-Bissau (1994-2020),
período da primeira e das últimas eleições gerais. O projeto discute os principais problemas
que estão por trás desse fenômeno através de um estudo empírico, proporcionando, assim,
uma reflexão crítica e ideológica em torno da temática. Tendo em conta o objetivo da
pesquisa, decidi fazer uma pesquisa de caráter qualitativa e quantitativa, utilizando a priori
a bibliografia existente sobre essa temática, e depois realizarei a entrevistas com as mulheres
que já ocuparem cargos públicos/políticos no país. E o método quantitativo servirá para
fazer referência e comparação dos dados estatísticos, a fim de entender a representatividade
da figura feminina na política e nos altos cargos administrativos. De acordo com Almeida
(2014, p. 28), há pouca participação da mulher na política. No parlamento, verifica-se
somente 10% de deputadas e, no poder executivo, a presença de mulher é de 18,7% no cargo
de ministras em 2009, por outro lado, as secretarias de Estado contam com 8,3%. Enquanto
que, no puder judicial, a disparidade mantém-se, com 28% de juízas e 13% de delegadas do
Ministério Público. Segundo o documento UE-PAANE (2015), a falta de oportunidade e o
poder de tomada de decisão são algumas das principais barreiras das meninas e mulheres
quanto a realização dos seus direitos, bem como quanto à saída dos ciclos de pobreza. Dessa
forma, a cultura do patriarcado é muito visível nessa sociedade: “As teóricas do patriarcado
concentraram sua atenção na subordinação das mulheres e encontraram a explicação
para este fato na ‘necessidade’ de o macho dominar as mulheres” (SCOTT, 1985, p. 9). Os
resultados provisórios da pesquisa fizeram compreender que as mulheres fazem parte da
maioria da população do país, mesmo assim, são subalternizadas. Ademais, fazem parte
dos grupos mais vulneráveis e apresentam o nível da escolarização mais baixo do que dos
homens. Além de exercerem trabalhos precários com rendimentos baixos, elas também
acumulam o trabalho doméstico e produtivo. Entretanto, concluiu-se que a fraca participação
das mulheres na arena política da Guiné-Bissau e nos altos cargos administrativos é devido a
falta do profissionalismo e educação de qualidade para a camada feminina.
Palavras-chave: Desigualdade. Gênero na política. Democracia guineense.

Referências:

ALMEIDA, Ana Sofia Carvalho de. A rádio como instrumento pedagógico de


difusão dos Direitos Humanos: a mobilização política da mulher guineense.
Dissertação (Mestrado em Jornalismo, Política e História Contemporânea) – Universidade

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 33


Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Departamento de Ciências da Comunicação e da
Cultura, Lisboa, 2014. Disponível em:
<http://recil.grupolusofona.pt/bitstream/handle/10437/5507/tesesofiadealmei
da_jornalismo_politicaehistoriacontemporanea.pdf?sequence=1>. Acesso: 18 jul. 2021.

PROGRAMA DE APOIO AOS ATORES NÃO ESTATAIS – UNIÃO EUROPEIA (UE-


PAANE). Manual de Igualdade Equidade de Gênero. Bissau: UE, 2015. Disponível em:
<http://www.uepaane.org/files/4314/6056/6939/17_Manual_Igualdade_e_Equidade_
de_genero.pdf>. Acesso em: 24 Jul. 2021.

SCOTT, Joan. Gênero: Uma Categoria Útil para Análise Histórica. DH Net, 1985.

A VINGANÇA DE CLARA DOS ANJOS: REPRESENTAÇÃO E DIÁLOGO ENTRE


ESMERALDA RIBEIRO E LIMA BARRETO.
Mônica Cardoso Silva
SEDUC-PI
monicaisame@gmail.com

Resumo: O perfil da mulher negra no Brasil é marcado por visões  estereotipadas, por
condicionamentos coloniais que continuam rondando a sociedade moderna. Nesse contexto,
é relevante estudar a mulher negra na Literatura Brasileira, visto que a Literatura engloba
além do processo estético o tempo, o espaço, os valores, as ideologias de cada momento
histórico-social.  Sobre gênero e etnia se faz necessário analisar não só as personagens
que retratam identidades culturais, mas também a escritura, ou seja, considerar os conceitos
de representação e construção de identidade mediante o pertencimento, o viver de dentro.
Para Hall (2006) identidades culturais são  aqueles aspectos indenitários que surgem de
nosso “pertencimento” a culturas  étnicas, raciais, linguísticas, religiosas e, acima de tudo
nacionais. O presente trabalho visa apresentar uma análise da representação da mulher negra
nos contos Guarde Segredo de Esmeralda Ribeiro e o diálogo do referido texto com Clara
dos Anjos, personagem do romance escrito por Lima Barreto no qual nos é apresentado, sob
a perspectiva do preconceito racial, a protagonista como uma mulher passiva, submissa,
subjugada constantemente. Para tanto, as questões enunciativas do texto serão abordadas
a partir dos pressupostos teóricos de CUTI (2010), STUART HALL (2006), SILVA (2011),
ZINANI (2006), dentre outros. 
Palavras-chave: Clara dos Anjos. Representação. Identidade.

Referências:

BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. 12 ed. São Paulo: Ática, 1998.

CUTI, (Luiz Silva). Literatura Negro-Brasileira. São Paulo: Selo Negro, 2010.

FANON, Frantz. Pele Negra, Máscaras brancas. (Trad. Renato da Silveira) Salvador:
EDUFBA, 2008.

GLISSANT, Édouard. Introdução a uma poética da diversidade. (Trad. Enilce


Albergaria Rocha) Juiz de Fora, MG: Editora UFJF, 2005.

HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-modernidade. 11 ed. (Trad. Tomaz

34 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro) Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

MARTINS, Leda. “Arabescos do corpo feminino”. Gênero e representação na


Literatura Brasileira. org. de Constância Lima Duarte. Belo Horizonte: UFMG, 2002.

RIBEIRO, Esmeralda. Guarde Segredo. In: VÀRIOS. Olhos de Azeviche: dez escritoras
negras que estão renovando a literatura brasileira- contos e crônicas/ Ana Paula Lisboa...
[et al]; organização de Vagner amaro. Rio de Janeiro: Malê, 2017.

ZINANI, Cecil Jeanine Albert. Literatura e Gênero: A construção da identidade


feminina. Caxias do Sul, RS: EDUCS, 2006.

AÇÕES AFIRMATIVAS NA UESPI: UM ESTUDO DE CASO SOBRE OS INGRESSOS


AUTODECLARADOS NEGROS POR COTAS SOCIAIS NO CAMPUS DE FLORIANO, PIAUÍ
Vivian da Silva Santos
Universidade Estadual do Piauí - UESPI
viviansantos928@gmail.com
Antônio Cícero de Andrade Pereira
Universidade Estadual do Piauí - UESPI
antoniocicero@frn.uespi.br

Resumo: Este trabalho teve por objetivo verificar o número de egressos/concludentes entre
os estudantes ingressantes por Ações Afirmativas que se autodeclararam negros em 2016,
no Campus Dr.ª Josefina Demes, bem como quantificação de pessoas do sexo feminino nos
cursos de graduação da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) de Floriano/PI. Este trabalho
se caracteriza como um estudo de caso, pautado em uma abordagem quantitativa, no qual
foram utilizados procedimentos sistematizados em duas etapas: a pesquisa bibliográfica e
a documental. A primeira nos proporcionou conceituar termos relevantes para este estudo:
ações afirmativas, cotas sociais e cotas raciais (DAFLON; FERES-JÚNIOR; CAMPOS,
2013; MENDES-JÚNIOR; WALTENBERG, 2015; MOEHLECKE, 2002; MUNANGA, 2010;
VANTREEELS, 2014); bem como, gênero e sexualidade na educação e interseccionalidade
(BARRETO, 2014; COLLINS; BILGE, 2021; QUEIROZ, 2001; ROSEMBERG; ANDRADE,
2008). Já para a etapa da pesquisa documental, foram analisados o Edital SiSU/UESPI nº
02/2016, a Lei Estadual do Piauí nº 5.791/2008 e a Resolução CONSUN/UESPI nº 007/2008,
cujas quais nos permitiram constatar que, para o ingresso em todos os cursos, há a reserva
de 15% das vagas oferecidas para candidatos que tenham cursado exclusivamente os ensinos
fundamental e médio em estabelecimentos da rede pública e que se autodeclarem negros
(AF2). Dentre as 62 vagas ofertadas em 2016 para AF2, observou-se o não preenchimento
de 25% delas. Daqueles que ingressaram como AF2, 64% chegaram ao final de 2019.2 com o
status de concludente/egresso, tendo como destaque as mulheres, que representaram 70%
deste grupo. Tal interesse feminino pela conclusão do Ensino Superior, pode ser justificado
pela necessidade de melhoria do currículo para obtenção de um melhor posicionamento
no mercado de trabalho. Desta forma, o presente trabalho buscou destacar a relevância do
incluir mulheres negras na academia como ato de resistência e esperança para o futuro deste
grupo interseccional que margeia a sociedade brasileira.
Palavras-chave: Ações afirmativas. Cotas raciais. Reserva de vagas.

Referências:
BARRETO, Andreia. A mulher no ensino superior: distribuição e representatividade.

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 35


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de cotas não raciais aumentam a admissão de pretos e de pardos na universidade?
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país 2003-2014. Ministério da Educação (MEC). Brasília, 2014.

AFIRMAÇÃO DA IDENTIDADE DA MULHER NEGRA EM MOI, TITUBA, SORCIÈRE...


NOIRE DE SALÉM
Fabiana dos Santos Sousa
Universidade de Coimbra
fabianafagnifica@yahoo.com.br

Resumo: O presente trabalho objetiva fazer uma análise da construção da identidade da


mulher negra na obra Moi, Tituba, sorcière...Noire de Salém (1986), da escritora afro-
antilhana Maryse Condé. No processo de construção de identidades, observa-se que os
afrodescendentes em diáspora “retornam”, por intermédio da memória, à ancestralidade
como busca de afirmação dos valores africanos e de suas identidades. Para a construção
do trabalho utilizamos a pesquisa bibliográfica, visto que é um método inicial no
desenvolvimento de um estudo investigativo. Pois, após a escolha do tema, é necessário
realizar a coleta bibliográfica acerca do mesmo, tendo em vista que esta nos leva a saber se as
questões propostas já foram publicadas em outras pesquisas semelhantes, quais teóricos são
mais relevantes academicamente, para respaldar o assunto em estudo. Isso tudo, seguido
da leitura das bibliografias coletadas. A fundamentação do trabalho terá como base autores
como Hall (2003), Walter (2009), Perrot (1988), Gilroy (20021), entre outros.
Palavras-chave: Construção da identidade. Mulher negra. Moi, Tituba, sorcière...Noire
de Salém.

36 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


Referências:

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Janeiro: Paz e terra, 1988.
WALTER, Roland. Afro - América: Diálogos Literários na Diáspora Negra das Américas.
Recife: Bagaço, 2009.

AFROCENTRICIDADE E O OLHAR MILITANTE NA ACADEMIA


Ilma Fátima de Jesus
Universidade Federal do Maranhão
E-mail: ifa.bemi@gmail.com
Raimunda Nonata da Silva Machado
Universidade Federal do Maranhão
E-mail: raimunda.nsm@ufma.br

Resumo: Este artigo analisa a afrocentricidade e o olhar militante na academia, a partir da


presença de pesquisadoras/es com trajetória em organizações do movimento negro. Adota
uma orientação teórico-metodológica referenciada em perspectiva afrocentrada (ASANTE,
2009), utilizando também, autoras/es que abordam a temática étnico-racial e de gênero
como: Gomes (2017), Gonzalez (1982), Munanga (1988; 2003), Silva (2011), dentre outros, e
o pensamento decolonial de Paulo Freire (1989;1996) que indica a necessidade de luta contra
a opressão, ruptura com o eurocentrismo e valorização dos saberes locais. Aborda que os
escritos de militantes para participação em encontros, simpósios, seminários e congressos
se diferem por inserir nos textos uma história de luta silenciada por muito tempo nesses
espaços. Esse olhar militante considera importante conceituar o que é racismo, preconceito
racial e discriminação racial e o que é movimento negro e ser militante para uma prática
pedagógica que se realiza por meio da formação política de militantes, por exemplo, no
interior do Movimento Negro Unificado – MNU. Trata de temas como negritude e raça/
etnia e seus determinantes na classificação social de grupos e indivíduos no interior da
sociedade brasileira, discutindo o racismo institucional e estrutural nos debates atuais sobre
a questão racial. Destaca propostas que abarcam ações para a eliminação das desigualdades
e todo o tipo de opressão que afetam a população negra na sociedade brasileira como algo
fundamental para que pesquisadoras/es militantes tematizem, na academia, a indignação
perante o racismo e sexismo. Por fim, discute a atuação da militância no movimento negro
na busca soluções para os casos de racismo na escola e a violência que atinge as mulheres
negras no país, dentre outras ações. As reflexões sobre esse tema não se esgotam e fazem
parte dos debates e da formação política que se realiza no movimento negro.

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 37


Palavras-­chave: Afrocentridade. Olhar Militante. Movimento Negro Unificado.

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conhecimentos e militância. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2011.

ARTE COMO NARRATIVA E CUIDADO: ORALIMAGENS DE MULHERES


AFRODESCENDENTES NA PANDEMIA 2021, EM PODCASTS E REDES SOCIAIS
Francilene Brito da Silva
Universidade Federal do Piauí
artlenha@ufpi.edu.br

Resumo: O objetivo deste trabalho é conceituar o termo oralimagem (2020) a partir do


Projeto de Pesquisa Arte Como Narrativa e Cuidado de Mulheres Afrodescendentes desde a
Pandemia da COVID-19 (2021), a partir da escuta das histórias (em podcast) e da visibilidade
(em duas redes sociais) das artes de cinco mulheres afrodescendentes brasileiras. Nesse
ínterim, o conceito de arte, imagem, narrativa, autobiografia e cuidado são trabalhados para
repensarmos práticas-saberes reforçados pela colonialidade de poder, saber e ser. O objeto
ou o motivo do estudo é o termo oralimagem como potência educativa em arte percebida
nas narrativas do podcast Arte como Narrativa e Cuidado (2021), nos episódios com títulos:
Tapetes e Bordados da Maria; Poesia-Bordado-Colagem da Márcia; Capim Dandá da
Wanessa; Bonecas da DrikaMaria e Criações da Larice. As falas e imagens divulgadas pelos
podcasts Anchor em plataformas digitais como podcasts.google.com, bem como pelas redes
sociais como Instagram e Facebook, assim como as transcrições feitas dos podcasts, foram
documentos interpretados por suas produções de sentidos dialógicos (SPINK, 2010) dentro
do percurso metodológico ou processo do fazer estes podcasts, bem como, estudar escritos
de autores que nos ajudaram nas reflexões tecidas. Estes autores foram: Glória Anzaldúa
(1987, 2005); Francis Musa Boakari, et ali (2018, 2020); Lélia Gonzalez (1984); Pedro Pablo

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 39


Gómez e Walter Mignolo (2012); Georges Didi-Huberman (2012, 2013); Hampaté Bâ (2010);
Mikhail Bakhtin (2004); Roland Barthes (1984); Paulo Freire (1979; 1992); Mary Stokrocki
(2018) dentre outras/os. Justificamos um sentido outro de arte-educação, com uma ideia
de propor uma prática-saber metodológico para um ensino de arte com imagens como
possibilidades de serem analisadas a partir de histórias de vidas em encontros dialógicos
cotidianos e decoloniais. O desenvolvimento da pesquisa teve início com o contato com as
mulheres, e se manteve continuidade na feitura e na publicação dos podcasts, bem como,
na publicação das produções artísticas-poéticas-cotidianas das mulheres em questão. Os
resultados provisórios indicam alguns conceitos de arte, imagem, narrativa, cuidado que não
contemplam estas mulheres. E, que, portanto, nos indicam caminhos para um esperançar
numa sociedade herdeira da estrutura racista e machista, que afeta também a arte e seu
ensino nos parâmetros mais hegemônicos ensinados na academia superior e nas escolas de
ensino fundamental. Estas mulheres podem nos ensinar maneiras outras de conceituar arte,
dentre outros tópicos de vida e educação.
Palavras-chave: Oralimagem. Mulheres Afrodescendentes. Arte.

Referências:

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subsolo. São Paulo: Cortez, 2018.

BORDADO, COLAGEM E ESCRITAS DE SI: TECENDO NARRATIVAS ENTRE/COM


MULHERES AFRODESCENDENTES
Emanuella Geovana Magalhães de Souza
Universidade Federal do Piauí
profaemanuella@gmail.com
Sabyna Pohema Soares de Lima
Universidade Federal Do Piauí
pohemalima@ufpi.edu.br
Águida Bomfim de Oliveira 
Universidade Federal do Piauí
oliveira.aguida@hotmail.com

42 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


Resumo: O presente estudo partiu das experiências vivenciadas no projeto de extensão
intitulado “Arte como narrativa e cuidado de mulheres afrodescendentes na pandemia/2021”,
coordenado pela professora Dra. Francilene Brito da Silva. Como atividade principal, o
projeto vem realizando podcasts (programas de áudio ancorados em plataformas digitais)
com mulheres afrodescendentes artistas, sendo publicados conjuntamente com as artes por
elas produzidas, em redes sociais como Instagram e Facebook. Entre os podcasts, destaca-
se aquele realizado com a artista e cientista social Márcia Gomes, que produz bordados,
colagens analógicas e poesias. Percebeu-se que as narrativas de Márcia se entrelaçam com
as narrativas das três autoras do presente estudo, originando algumas inquietações: Quais
as potencialidades das narrativas de mulheres afrodescendentes quando disseminadas/
contadas? Como as narrativas da artista Márcia Gomes se entrelaçam com as narrativas das
autoras deste texto, em suas pesquisas? Quais imbricações são construídas a partir desse
movimento de entrelaçar? Assim, partindo dessas questões delimitou-se como objetivo
deste estudo, entender e discutir os seguintes elementos-provocadores: a) As narrativas
divulgadas em redes sociais como fonte de existência, resistência e cuidado; b) A arte
produzida por mulheres afrodescendentes como respostas às pressões e opressões diversas.
O desenvolvimento deste trabalho referenciou-se nas discussões de autoras/es como, Sueli
Carneiro (2005); Boaventura de Sousa Santos (2007) e Mignolo (2008) quando tratam
do epistemicídio e colonialidade; Grada Kilomba (2019) e Lélia Gonzalez (2020) sobre
os racismos e machismos; Edméa Santos (2015) e Edvaldo Couto (2014) para tratar das
narrativas em espaços digitais. Conclui-se preliminarmente que as narrativas e fazeres das
participantes do projeto estão repletas de potencialidades educativas e artísticas, entendidas
como respostas às malhas racistas e machistas que constituem/costuram a sociedade
brasileira; percebe também que a divulgação dessas narrativas, nas redes sociais, se fazem
necessárias, uma vez que conectam e articulam com as experiências de outras mulheres
afrodescendentes, construindo redes de cuidado, apoio, fortalecimento e resistência contra
as opressões históricas que ainda se fazem presentes.
Palavras-chave: Mulheres Afrodescendentes. Arte. Narrativas.

Referências:

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MIGNOLO, Walter D. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado


de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e
identidade, no 34, 2008, p. 287-324.

SANTOS, Edméa. A mobilidade cibercultural: cotidianos na interface educação e


comunicação. Em Aberto, Brasília, v. 28, n. 94, p. 134-145, 2015. Disponível em: https://
doi.org/10.24109/2176-6673.emaberto.28i94.1675. Acesso em: 10 fev. 2020.

DIFERENÇA DE GÊNERO: O PROFESSOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Clécio Leonardo Mendes Araújo
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
lheoaraujo16@outlook.com

Resumo: O presente trabalho trata dos desafios enfrentados pelo docente do gênero
masculino para exercer sua profissão, na educação infantil. Tendo como objetivo,
compreender os desafios enfrentados pelo profissional do gênero masculino para exercer
sua profissão na educação infantil. A pesquisa orientou-se por uma abordagem qualitativa,
considerando as falas e as representações dos sujeitos. Para obtenção dos dados foi realizada
entrevista semiestruturada com três colaboradores, dois de escolas públicas e um de escola
privada, todos professores da Educação Infantil, no município de Teresina. Como principais
referências, contou-se com a contribuição de Badinter (1993); Louro (1998); Scott (1998);
Sayao (2005); Silva (2014), e o RCNEI (1998) dentre outros. Os resultados evidenciam
que os espaços escolares ainda são fortemente marcados pela feminização da docência,
constituindo-se num dos grandes desafios enfrentados pelo professor na educação infantil.
No entanto o exercício da docência não é definido pelas questões de gênero, mas pela boa
formação do profissional. Quando a comunidade passa a confiar na atuação do docente, o
professor homem na educação infantil deixa de ser considerado um problema.
Palavras-chave: Gênero. Educação Infantil. Professor.

Referências:

BADINTER, Elisabeth. XY: sobre a identidade masculina. Rio de Janeiro: Nova


Fronteira,1993.

BRASIL. Ministério da Educação. Referencial Curricular para a Educação Infantil. V1,


Brasília: MEC/SEB, 1998.Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/
rcnei_vol1.pdf. Acesso em 15 ago. 2020.

CONNELL, Robert W. Políticas da masculinidade. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva.


Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 185-206, 1995, p.185 -206.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4 ed. São Paulo: Atlas,
44 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.
1999.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 3.


ed. São Paulo: Atlas, 2011.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-


estruturalista. Rio de Janeiro: Vozes, 1998.

MANZINI, E, J. Considerações sobre a elaboração de roteiro para entrevista


semiestruturada. In: MARQUEZINE, M.C; ALMEIDA M, A; OMOTE, S. (orgs) Colóquio
sobre pesquisa em Educação Especial. Londrina: EDUEL, 2003. p.11-25.

SAYÃO, D.T. Relações de gênero e trabalho docente na educação infantil: um


estudo de professores em creche.2005.273 tese (Doutorado em Educação) – Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianopólis,2005.

SCOTT, Joan Wallach. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação &
Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, jul./dez. 1995.

______. Entrevista concedida a Miriam Grossi, Maria Luiza Heilborn e Carmen Rial. In
Revista Estudos Feministas, Rio de Janeiro: IFCS/UFRJ, v. 6 n. 1, p. 114-124,1998.

SILVA, C. R. Docência masculina na educação infantil: impressões de um iniciante.


Gênero e raça em discussão. Jundiaí, SP: Paco Editorial, 2014.

WEEKS, Jeffrey. Sexuality and its discontents: meaning, myths and modern
sexualities. London: Routledge & Kegan Paul, 1985.

NARRATIVAS DE MULHERES NEGRAS: O ESPERANÇAR EM TEMPO DE CRISE E


RETROCESSOS
Fabiana da Silva
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
fabbisilvauerj@gmail.com

Resumo: Neste texto os focos são: 1) o debate sobre a ausência de um sistema integral de
proteção social, que assegure os interesses das mulheres negras, que são parte da população
vulnerabilizada, invisibilizada e silenciada; 2) Os impactos sofridos pelas mulheres negras
na educação, saúde e na garantia de direitos básicos universais e constitucionais. Buscamos
pensar no papel da educação para pensar caminhos por meio das políticas públicas e quais
movimentos podemos fazer, para potencilizar as lutas que mulheres negras travam no seu
cotidiano. Nilda Alves escreveu que: “o tecimento de movimentos produz acontecimentos
que vão além da simples resistência aos equívocos e mesmo imposições de eventuais políticas
oficiais, considerando a resistência sempre necessária”. Esse tecimento é extremamente
importante para uma pedagogia de enfrentamento, cujo resultado é a produção de um novo
conhecimento. Tendo em vista como diz Passos e Ribes que: “Todo conhecimento produzido
é ao mesmo tempo algo que já estava no mundo”. É com esse pensamento que se orienta a
pesquisa a fim de desenvolver uma busca de buscar uma pedagogia atravessada de afeto. Afeto
que busca por meio de entrevistas, rodas de conversas e fontes secundárias “desinvisibilizar
práticas e acontecimentos através dos procedimentos metodológico, da pesquisa nos
cotidianos associados à prática da Sociologia das Ausências e, em seguida, identificando neles
VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 45
o potencial emancipatório, exercitar a Sociologia das Emergências de modo a multiplicar as
experiências emancipatórias” (Oliveira, Inês B, 2010). Um entrelaçamento entre o campo
da assistência e a educação, a fim de pensar novos rumos que provavelmente nos levarão a
algum lugar, mas qual? Para nós, o "qualquer lugar" não é uma opção quando falamos de
direitos das mulheres negras.
Palavras-chave: Assistência. Educação. Mulheres.

Referências:

ALVES, Nilda Guimarães. Formação de docentes e currículos para além da


resistência. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbedu/v22n71/1809-449X-
rbedu-s1413-24782017227147.pdf. 2017. Acesso em: 20 out. 2021.

FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Col. Educação e comunicação. 25ª Ed. Rio de
Janeiro, RJ: Paz e Terra, 2001.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: Um reencontro com a Pedagogia do


Oprimido. Notas de Ana Maria Araújo Freire. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
Disponível em: https://construindoumaprendizado.files.wordpress.com/2012/12/paulo-
freire-pedagogia-da-esperanc3a7a-desbloqueado.pdf. Acesso em: 30 jul. 2021.

WERNECK, Jurema. Disponível em: https://anistia.org.br/o-racismo-nosso-de-cada-dia-


e-situacao-da-mulher-negra-brasileira/. Acesso em: 30 jul. 2021.

OLIVEIRA, Inês B. Práticas cotidianas e emancipação social: do invisível ao


possível. Petrópolis, RJ: DP et Alii, 2010.

PASSOS, Mailsa Pinto. Transvendo a cultura, a linguagem e a produção do conhecimento.


In: Currículo sem Fronteiras, v.10, n.2, pp.5-8, Jul/Dez 2010.

RIBES, Rita Maria. Transvendo a cultura, a linguagem e a produção do conhecimento. In:


Currículo sem Fronteiras, v.10, n.2, pp.5-8, Jul/Dez 2010.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A gramática do tempo: para uma nova cultura política.
2Ed. São Paulo : Cortez, 2008.

DISPOSITIVO SOCIOPOÉTICO GÊNERO PONTA-DA-LÍNGUA NA FORMAÇÃO INICIAL


DO CURSO DE PEDAGOGIA
Wanderson William Fidalgo de Sousa
Universidade Federal do Piauí
wandersonfidalgo33@gmail.com
Maria Dolores dos Santos Vieira
Universidade Federal do Piauí
mariadolores@ufpi.edu.br

Resumo: Este trabalho é recorte de uma pesquisa de Iniciação Científica Voluntária (ICV)
realizada entre 2019 e 2020, na Universidade Federal do Piauí-UFPI, com discentes do
Curso de Pedagogia. Para esse momento é rememorada a oficina de negociação, entre o
grupo-pesquisador (participantes) e o facilitador (pesquisador). Nessa ocasião foi exposto

46 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


o tema-gerador: o gênero na formação inicial do Curso de Pedagogia. Nessa perspectiva, o
objetivo dessa escritura é apresentar as produções geradas a partir do dispositivo: Gênero
Ponta-da-Língua; e por meio dele aproximarmo-nos do pensamento do grupo-pesquisador
acerca do tema-gerador. O campo teórico que embasa o diálogo está consubstanciado
em autores e autoras como Adad (2014); Gauthier (2010; 2015) que sustentam o método
sociopoético; Vazquez (2014); Adichie (2017); Loiola (2009); Louro (1997); Vianna e Finco
(2009); Elian (2013) que contribuem com as discussões de gênero e educação, entre outras
e outros. A metodologia atende aos preceitos da pesquisa Sociopoética entre os quais
destacamos; a valorização das culturas de resistência; a aprendizagem com o corpo inteiro; a
utilização de formas artísticas para a produção dos dados e a responsabilidade ética, política,
noética e espiritual. Os dados da pesquisa revelam conceitos de gênero produzidos a partir
dos disparadores frasais desenvolvidos em pequenos textos a saber quais: (O homem que
conheceu o amor), (um ‘olhar’ diferente), (histórias de mãe e filho), (quem somos nós?), (O
destino), (depende de nós), (muito além do futebol), (solidariedade), (eu queria ter e ser) e
(quero). O dispositivo Gênero Ponta-da-Língua permitiu ao grupo-pesquisador pensar os
entraves do gênero na sociedade e por meio da experiência construir práticas formativas
múltiplas com o outro, visto que a Sociopoética é contracolonial.
Palavras-chave: Formação Inicial. Pedagogia. Gênero Ponta-da-Língua.

Referências:

ADAD, Shara Jane Holanda Costa. A Sociopoética e os cinco princípios: a filosofia


dos corpos misturados na pesquisa em educação. In: ADAD, et al. Tudo que não
inventamos é falso: dispositivos Artísticos para pesquisar, ensinar e aprender com a
sociopoética. Fortaleza: EdUECE, 2014.

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Para educar crianças feministas: um manifesto. 1ª


ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

ELIAN, Isabella Tymburibá. A heteronormatividade no ambiente escolar. In:


Seminário Internacional Fazendo Gênero, 10. Florianópolis, 2013. Disponível em: http://
www.fg2013.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/20/1384968588_ARQUIVO_
IsabellaTy mburibaElian.pdf .Acesso em: 30 de agosto de 2020.

GAUTHIER, Jacques. Sociopoética e formação do pesquisador integral. Salvador: Revista


Psicologia, Diversidade e Saúde, 2015. Disponível em: Acesso em: 01 de setembro de
2020.

GAUTHIER, Jacques. Sociopoética: O livro do iniciante e do orientador. Mimeografado,


2010.

LOIOLA, Luís Palhano. Sexualidade, gênero e diversidade sexual. In: COSTA, Adriano H.
C; JOCA, Alexandre M.; LOIOLA, Luís P. (Org.). Desatando nós: fundamentos para uma
práxis educativa sobre gênero e diversidade sexual. Fortaleza: Edições UFC, 2009.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: Uma perspectiva pós-


estruturalista. Petrópolis - RJ: Vozes, 1997.

VAZQUEZ, Georgiane Garabely Heil. Sobre os modos de produzir as mães: notas


sobre a normatização da maternidade. Universidade Estadual de Ponta, Grossa Revista

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 47


Mosaico, v. 7, n. 1, p. 103-112, jan./jun. 2014. Disponível em: file:///C:/Users/Samsung/
Downloads/3984-11579-1-PB.pdf . Acesso em: 08 de setembro de 2020.

VIANNA, Claudia; FINCO, Daniela. Meninas e meninos na Educação Infantil: uma questão
de gênero e poder. Cadernos pagu, n. 33, p. 265-283, 2009. Disponível em: https://
www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-83332009000200010&script=sci_arttext. Acesso
em 12 de setembro de 2020.

MEMÓRIA DE UMA ATIVISTA NEGRA: A TRAGETÓRIA DE FRANCISCA TRINDADE NA


CIDADE DE TERESINA-PI.
Rebeca Barros Passos
Universidade Estadual do Piauí
passosrebeca525@gmail.com
Letícia Vasconcelos Rodrigues
Universidade Estadual do Piauí
leticia-rodrigues30@outlook.com
Iraneide Soares da Silva
Universidade Estadual do Piauí
iranegra@gmail.com

Resumo: Poucas são as mulheres, especialmente as negras, que conseguem entrar na


história com tanto brilhantismo, mesmo quando estas tenham sido exemplares, como é o
caso de muitas mulheres negras brasileiras. Isso porque, a história dessas mulheres quando
contadas a partir do lugar de fala do branco, tem sempre algo a ser acrescentado. Sabendo
disto, a presente pesquisa tem como interesse analisar Francisca Trindade em dois aspectos,
primeiro como a mulher, negra e trabalhadora, advinda da classe trabalhadora, que viveu
além das privações inerente a sua condição econômica, o racismo e o sexismo. Depois,
como pessoa pública, focando na sua atuação política e buscando compreender seu legado
e contribuição para a história da cidade de Teresina-PI, bem como seu impacto no tempo
presente. Vale considerar que, no cenário político piauiense a inserção feminina ocorreu
tardiamente. Somente no período de 1972 é que se começou a ter registros de mulheres
adentrando na política. Dessa forma analisar a trajetória de Francisca Trindade nos permitirá
compreender, a partir do seu lugar de fala, (mulher, negra, periférica, da classe trabalhadora),
como se deu sua inserção na política; quais os desafios enfrentados por ela a partir da sua
condição no meio político; quais as suas contribuições/legados para a cidade de Teresina
e/ou Estado do Piauí. Trindade também foi a primeira mulher negra a ocupar o cargo de
Deputada Estadual no Piauí, consolidando-se como uma mulher de extrema importância e
representatividade dentro do cenário político piauiense. Para realizar o trabalho utilizamos
a pesquisa bibliográfica de autoras como, Gonzales (1984), Carneiro (2003), Davis (2016)
entre outros. Buscamos o apoio metodológico das fontes disponíveis nos sites e acervos
oficiais do estado do Piauí, bem como a Imprensa local. Dessa forma a pesquisa procurou
compreender os impactos que a trajetória de Francisca Trindade deixou para a memória da
cidade de Teresina-PI e como sua história de vida nos inspira a esperançar diante de crises
históricas, contribuindo para o fortalecimento e empoderamento da comunidade negra local.
Palavras-chave: Mulher Negra. Memória. Francisca Trindade.

Referências:

CARNEIRO, Sueli. Mulheres em movimento. In: Revista de Estudos Avançados 2003.

48 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


Disponível em: Acesso em: 23 jun. 2021.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Candiani, Heci Regina. São Paulo: Boitempo,
2016. 244p.

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais


Hoje. Anpocs. p.223-244. 1984.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. Tradução de Beatriz Sidou. 2ª ed. São


Paulo: Centauro, 2013.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos metodologia científica. 4.ed. São


Paulo: Atlas, 2001.

MONTEIRO, Artemisa Odila Cande. Trajetória da Primeira Mulher Negra como


Presidente de Fundação Cultural do Estado do Piauí. Anais do 33º Encontro
Anual da Anpocs, de 26 a 30 de outubro de 2009, em Caxambu/MG.ISSN 2177-3092–GT
-Relações Raciais eAções Afirmativas.

SOUZA, Nalva Maria Rodrigues de. A política de salto: a participação feminina


na política Piauiense- 1970 a 1998. Dissertação (Mestrado em História do Brasil) -
Universidade Federal do Piauí. 2008.

MULHERES REFERÊNCIAS E DRAG QUEEN: ARTE E ARTISTAS.


Francisco Ruan da Silva
Bolsista ICV/UFPI
Universidade Federal do Piauí
ruanfrancisco2009@hotmail.com

Resumo: Quem são suas mulheres referências? Em encontros nas sextas-feiras do Projeto


de Pesquisa e de Extensão: Arte como narrativa e cuidado de mulheres afrodescendentes
na pandemia/2021 (PODCAST ARTE COMO NARRATIVA E CUIDADO, 2021), contamos
quem são as mulheres artistas e de referência, que fazem parte das nossas vidas. Em toda
a minha vida, a presença feminina foi marcante.  Lembro-me que as primeiras mulheres
que contei como minhas referências, no encontro do projeto de pesquisa, foram a minha
avó Dona Raimunda e a minha costureira Dona Margarida. No ano 2015 conheci a Arte
Drag Queen através de amigos, apesar de já ter consciência e vivência na comunidade
LGBTQIA+, tinha meus preconceitos formulados com as Drag Queens. Afinal, vivemos em
um país de aparência. Aparência essa que não é LGBTQIA+, negra e feminina (TREVISAN,
2000). O foco desta narrativa-pesquisa é narrar o fazer artístico Drag Queen, sua negação
ou valorização enquanto arte, trazendo a narrativa de duas mulheres afrodescendentes com
ligação direta com o fazer artístico de uma Drag Queen.  Nunca tive uma conversa afirmando
em palavras o que eu fazia, porém, deixava resquícios da minha drag em casa. Com o tempo
percebi que tinha aprovação de minha avó, dona Raimunda, que veio, não em palavras, mais
em fazer artístico, com a contribuição de seus conhecimentos em técnica de bordado e de
tecelagem  nos  meus figurinos, alegorias e indumentárias,  usados por minha Drag Queen
em apresentações. O cuidado e a forma de demonstrar afeto de pessoas afrodescendentes
é em atitudes não tão sentimental propriamente faladas como afirma bell hooks (1968). Já
a dona Margarida, costureira autodidata, conheci a mesma em 2015 quando iniciei a me

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 49


montar em Drag Queen, buscava alguém que tirasse dos meus croquis as mirabolantes
ideias  desenhadas  em figurinos para minha Drag Queen.  Dona Margarida afirmava não
ter conhecimento nenhum sobre Fazer Artístico, porém sempre me corrigia com meus
desenhos e ideias e mostrava, com sua prática em costura, o que era possível e impossível na
costura, a mesma opinava em cores, tamanhos e linhas.  A não valorização e reconhecimento
desses trabalhos por muitos de nós, na sociedade brasileira, fazem com quem essas duas e
outras mulheres com experiências artísticas cotidianas, curtas ou longas, não se reconheçam
como artistas e que seus fazeres são arte. Assim, como muitas Drags que não costumam
reconhecer-se enquanto artistas, essas mulheres de referências, neste trabalho questiono o
conceito de arte hegemônico e busco entende-las enquanto artistas.  
Palavras-chave: Mulheres Artistas. Drag Queens. Referência.

Referências:

TREVISAN, J. S. (2000). Devassos no paraíso: a homossexualidade no Brasil da colônia


a atualidade (5a ed.). Rio de Janeiro: Record.Disponível em:
 https://www.companhiadasletras.com.br/trechos/28000474.pdf.
Acesso: Outubro de 2021. 

HOOKS, bell. Intelectuais Negras. Revista Estudos Feministas,  


V.3, nº 2, 1995, p. 454-478.
HOOKS, bell. Vivendo de amor. In: Geledes, 2010, s/p. Disponível em: http://arquivo.
geledes.org.br/areas-de-atuacao/questoes-de-genero/180-artigos-degenero/4799-
vivendo-de-amor. Acesso: 30 out. de 2021.

PODCAST ARTE COMO NARRATIVA E CUIDADO: Brasil: 10º Episódio, 3ª Temporada:


Criações da Larice. [Locução de]: Francilene Brito da Silva; Francisco Ruan da
Silva Arte; Aguida Bomfim de Oliveira e  Vicelma Maria de Paula Barbosa Sousa. [S.
l.]: Google Podcasts, 4 de ago. de 2021.Disponívelem: https://podcasts.google.com/feed/
RjYXN0L3Jzcw?sa=X&ved=0CAMQ4aUDahcKEwjAppS70r3zAhUAAAAAHQAAAAAQfg.
Acesso em: 09 out. 2021.

O TRABALHO EM “CASAS DE FAMÍLIAS”: A LUTA DA MULHER NEGRA DE TERESINA


CONTRA A HERANÇA COLONIAL DA NATURALIZAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO
Cleiane Pereira Souza dos Santos
Universidade Federal do Piauí - UFPI
cleianemariluci@gmail.com

Resumo: Este breve artigo se propõe a analisar crueza da violência racial no trabalho
doméstico de Teresina enfrentado pelas mulheres negras. Trata-se do relato da minha
experiência de vida enquanto diarista “nas casas de famílias” na zona leste da capital. Sendo
as trabalhadoras domésticas as maiores vítimas de violência e violações de direitos, este
estudo centra-se nesse segmento subalternizado e inferiorizado. Ancorado no racismo de
um passado-presente colonial, a sociedade teresinense, em especial, às famílias abastadas
situadas do outro lado da Ponte Juscelino Kubitschek, nunca abriram mão dos serviços
gerais das mulheres residentes nas zonas periféricas da nossa cidade, sendo elas: diaristas,
babás, mensalistas, lavadeiras, engomadeiras e etc., que denunciam historicamente a
cor da desumanização nas relações de trabalho que começa na cozinha da casa grande.
O aporte metodológico utilizado foi a revisão bibliográfica. A invenção da ideia de raça

50 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


alicerçada nas diferenças fenotípicas entre conquistadores e conquistados, imprimiu o
novo padrão de controle do trabalho baseado na raça, a divisão racial do trabalho, onde
os cargos administrativos eram destinados a raça dominante e aos negros/as a escravidão
(QUIJANO,2005). De acordo com Lélia Gonzalez (2020), a mulher negra é vista pela
sociedade a partir de dois tipos de qualificação: doméstica e mulata. Ainda sob o pensamento
da autora, atualmente as relações trabalhistas estão concatenadas há um processo mitificado
do pós abolição. Portanto, as mulheres negras, embora submetidas às relações de trabalho,
por vezes, desumanas e degradantes constroem vias de resistências que suscitam mudanças
inadiáveis, ao não medirem esforços nos investimentos educacionais das/os suas/seus
descendentes, com vistas a romperem os grilhões da casa grande.
Palavras-chave: Mulheres negras. Trabalho doméstico de Teresina.

Referências:

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In: A


colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais.perspectivas latino-
ammericanas. Buenos Aires,Clacson, 2005.

GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latinoamericano: ensaios, intervenções e


diálogos. Organização: Flávia Rios; Márcia Lima, 1ªed. Rio de Janeiro:Zahar, 2020.
https://construindoumaprendizado.files.wordpress.com/2012/12/paulo-freire-pedagogia-
da-esperanc3a7a-desbloqueado.pdf. Acesso em: 30 jul. 2021.

PENSANDO COM(O) LÉLIA GONZALEZ: A IMPORTÂNCIA DO PENSAMENTO


INTELECTUAL POLÍTICO DE LÉLIA GONZALEZ PARA HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA
(1977-1990)
Brenda Steffani Marques Pereira
Universidade Federal do Piauí
brendamarques@ufpi.edu.br

Resumo: A proposta desta pesquisa visa contribuir no estudo bibliográfico da intelectual


Lélia Gonzalez (Cf. Referências). Tendo em vista o histórico de séculos de escravidão, e que
mesmo após a abolição da escravatura o sistema discriminatório racial ainda está presente
na sociedade contemporânea, contribuindo para o silenciamento e negação da identidade
e intelectualidade negra é de suma importância o conhecimento da produção intelectual e
política da pensadora negra Lélia Gonzalez. A autora foi uma das principais articuladora dos
movimentos negro brasileiro e utilizava suas produções intelectuais como forma de fazer a
luta antirracismo e anti-sexismo na sociedade brasileira. A proposta deste artigo é através de
pesquisas bibliográficas, dos livros e artigos escritos pela autora demonstrar a importância
dos pensamentos desenvolvidos por essa intelectual orgânica, que tem sua trajetória de vida
social e política totalmente ligada ao fazer de suas produções acadêmicas. Por essa razão
o tema central do trabalho é apresentar as diversas elaborações e intervenções da autora
como suas reflexões sobre a situação das mulheres na sociedade brasileira, as imagens de
controle pautadas na raça, classe e gênero, o mito da democracia racial e o chamado racismo
a brasileira, a neurose cultural brasileira que rege a lógica racial no Brasil e o diálogo anti-
colonial com a América Latina pela amefricanidade. O recorte temporal do artigo se centrará
nas década de 70-90 momento de maior efervescência de produção intelectual e atuação
política da pensadora. A intenção deste artigo é a partir da análise das obras apresentar
a importância que o pensamento de Lélia deve ter para a historiografia brasileira sobre as

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 51


questões raciais no Brasil.
Palavras-chave: Lélia Gonzalez, Racismo, Historiografia

Referências:

GONZALEZ, Lélia. Pensamento Feminino: Sinônimo de Pensamento


Colonizado? Revista Singular e Plural, nº 4. São Paulo,1979.

GONZALEZ, Lélia. Mulher Negra. Jornal Mulherio. Ano 1. No.3. São Paulo,1981.

GONZALEZ, Lélia. E a trabalhadora negra, cumé que fica? Jornal Mulherio. Ano 2,
No.7. São Paulo, 1982.

GONZALEZ, Lélia & HASENBALG, Carlos. Lugar de negro. Rio de Janeiro: Marco Zero,
1982ª, p. 09-66.

GONZALEZ, Lélia. A mulher negra na sociedade brasileira. In: LUZ, Madel (Org.)
O lugar da mulher: estudos sobre a condição feminina na sociedade atual. Rio de Janeiro:
Graal, 1982, p. 87-104.

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais


Hoje. Anpocs. São Paulo, 1984.

GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo


Brasileiro. Rio de Janeiro: E.d Global, Nº. 92/93, 1988.

GONZALEZ, Lélia. A importância da organização da mulher negra no processo


de transformação social. Raça e Classe. A. 2, n.5, Brasília: MNU, 1988.

GONZALEZ, Lélia. Festas Populares no Brasil. Rio de Janeiro, Index,1987.

GONZALEZ, Lélia. O terror nosso de cada dia. Raça e Classe. Ano 1 No. 2,
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GONZALEZ, Lélia. As amefricanas do Brasil e sua militância. Jornal Maioria


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GONZALEZ, Lélia. Uma viagem à Martinica I. Jornal MNU 20. São Paulo, 1991.

GONZALEZ, Lélia. Uma viagem à Martinica II. Jornal do MNU 21. São Paulo, 1992.

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RIOS, Flávia;LIMA, Márcia (ORGs). (2020) Por um Feminismo Afro-latino-


americano. Rio de Janeiro, 2020.

52 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


PRODUÇÕES EM GÊNERO E SEXUALDADE NA PEDAGOGIA UFMA CAMPUS CÓDO:
UM OLHAR PARA A LOCALIDADE
Simone Cristina Silva Simões
Universidade Federal do Maranhão
cristina.simone@discente.ufma.br
Orientadora: Raimunda Nonata da Silva Machado

Resumo: O presente trabalho destaca um recorte de pesquisa, direcionada as diferentes


esferas de produção das concepções de gênero e sexualidade, na Universidade Federal do
Maranhão (UFMA), campus de Codó, desenvolvida como parte de pesquisa do Programa de
Mestrado em Educação (UFMA), feito pela autora, entre 2018-2020, cujo objetivo consistiu
em: identificar, nos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) defendidos pela turma do curso
de Pedagogia, 2015-2019, as concepções de gênero e sexualidade produzidas por suas alunas
e alunos. As fontes de busca e verificação dos textos foram as respostas coletadas em um
questionário socioeconômico respondido pela turma, com questões direcionadas a motivação
e tema do TCC, e a Biblioteca Digital de Monografia da UFMA, cuja varredura deu-se pelos
títulos, palavras-chave, resumos, e, quando identificadas associações com o tema, a leitura
integral dos trabalhos e análise dos conteúdos ali contidos, utilizando por base metodológica
a Análise de Conteúdo, de Laurence Bardin (2011). Nossa motivação deu-se pelo interesse
em compreendermos como essas categorias estavam presentes na formação do curso de
Pedagogia UFMA Codó, pela ótica da pesquisa e produção de material acadêmico, uma das
espirais de pesquisa, também contemplada pelo interesse, na perspectiva profissional e nas
bases teórico-metodológicas de formação. Como resultado, os trabalhos de Araújo (2019),
Ferreira (2019), Jesus (2019), Silva (2019a) e Silva (2019b), apresentaram as categorias de
trabalho, evidenciando problemáticas correlacionadas com suas experiências de estágio e
da realidade local, como: a alfabetização de mulheres quebradeiras de coco babaçu e suas
vivências, a masculinidade na educação infantil- pensada por homens pedagogos, a história
e a contribuição de mulheres professoras normalistas em Codó/MA. Os principais discursos
encontrados sobre as concepções de gênero e sexualidade nos TCC, e na condução teórica
da presente pesquisa dialogaram acerca da construção de gênero enquanto construção
sociocultural, (CHAUÍ,1994), apresentaram debates sobre a feminização dos magistério
(LOURO,2004), refletiram sobre as diferenças sociais e violências epistemológicas
contra pessoas negras, alicerçada pelo discurso apresentado por Lélia Gonzalez, sobre
amefricanidade (GONZALEZ,1988), em consonância com a ótica do racismo e sexismo no
Brasil (CARNEIRO,2011).
Palavras-chave: Gênero. Pedagogia. Trabalhos de Conclusão de Curso.

Referências:

ARAÚJO, Irislene Paiva. Pérolas Negras no EJAI. 2019. 49f. Monografia (Graduação
em Pedagogia) – Universidade Federal do Maranhão, Codó, 2019. Disponível em: https://
monografias.ufma.br/jspui/bitstream/123456789/3864/1/IrisleneAra%c3%bajo.pdf.

BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

CARNEIRO, Sueli. Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo


Negro,2011.

CHAUÍ, Marilena. Repressão Sexual: essa nossa (des)conhecida. São Paulo: Círculo do
Livro,1994.

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 53


GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro,
Rio de Janeiro, n.92-93, p. 69-82, jan.-jun., 1988. Disponível em: https://institutoodara.
org.br/wp-content/uploads/2019/09/a-categoria-polc3adtico-cultural-de-amefricanidade-
lelia-gonzales1.pdf.

FERREIRA Jr., Ronaldo Santos. Relações de Gênero e à Docência Masculina na


Educação Infantil. 2019. 36 f. Monografia (Graduação em Pedagogia) – Universidade
Federal do Maranhão, Codó, 2019. Disponível em:
https://monografias.ufma.br/jspui/bitstream/123456789/3870/1/RonaldoFerreiraJunior.
pdf.

JESUS, Milena Silva de. Vozes-Mulheres de Laranjeiras: Relato de uma experiência


com alfabetização libertadora. 2019. 84 f. Monografia (Graduação em Pedagogia) –
Universidade Federal do Maranhão, Codó, 2019. Disponível em: https://monografias.
ufma.br/jspui/bitstream/123456789/3854/1/MILENASILVA.pdf

LOURO, Guacira Lopes. Mulheres em Sala de Aula. In: DEL PRIORE, Mary (org.)
História das Mulheres no Brasil. 7 ed. São Paulo: Contexto,2004.

SILVA, Maria Ednalva Almeida da. Memória e História da Formação de


Professoras Normalistas em Codó MA. 2019. 96 f. Monografia (Graduação em
Pedagogia) – Universidade Federal do Maranhão, Codó, 2019a. Disponível em: http://hdl.
handle.net/123456789/3855.

SILVA, Tercília Maria da Cruz. Mulheres quilombolas no EJAI: trajetórias, vivências


e processos. 2019. 118 f. Monografia (Graduação em Pedagogia) – Universidade Federal do
Maranhão, Codó, 2019b. Disponível em:
https://monografias.ufma.br/jspui/bitstream/123456789/3877/1/TERCILIA-SILVA.pdf.

PROFESSORAS DOUTORAS AFRODESCENDENTES E OS INDICADORES OFICIAIS


Ilanna Brenda Mendes Batista
UFPI
ilanna@ufpi.edu.com.br

Resumo: O trabalho tem como objetivo realizar uma análise sobre a presença das
mulheres afrodescendentes com doutorado ou mais e atuantes no ensino superior. Fizemos
levantamentos nos indicadores sociais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2016 apontam que mulheres pretas com doutorado,
são 0,4% do corpo docente na pós em todo o país. Quando somadas, as mulheres pretas e
pardas com doutorado, que formam o grupo das afrodescendentes, não chegam a 3% do total
de docentes. Segundo Cunha Jr. (2003) a formação dos pesquisadores afrodescendentes
passa por obstáculos ideológicos, políticos, preconceituosos, eurocêntricos, de dominações e
até mesmo de inocências úteis vigentes nas instituições de pesquisa e nos órgãos de decisão
sobre as políticas científicas. Dessa forma, podemos pensar que o número de doutoras
afrodescendentes é uma consequência de fatores como o racismo e machismo. Assim,
pensamos em demonstrar as disparidades observadas diante da atuação das variáveis raça e
gênero, notadamente no âmbito da Educação Superior.

54 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


Palavras-chave: Professoras afrodescendentes. Ensino Superior. Raça e Gênero.

Referências:

BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais


Anísio Teixeira. Brasília, 2016. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/
educacao-superior. Acesso em: 7 de out. de 2021.

CUNHA JÚNIOR, Henrique. A formação de pesquisadores negros. Comciência.


(10/11/2003). Disponível: http://www.comciencia.br/reportagens/negros/17.shtml.
Acesso em: 2/10/2021.

SALES, R. Perfil de raça da população cearense: uma análise a partir dos dados
demográficos do Censo2010. Disponível em: http://www.ipece.ce.gov.br/publicacoes/
ipeceinforme/Ipece_Informe_23_fevereiro_2012.pdf. Acesso em: 7 de out. de 2021.

SANTOS, Ivair Augusto Alves dos. Direitos humanos e as práticas de racismo.


Centro de Documentação e Informação – Cedi. Edições Câmara, Brasília, 2013.

SILVA, Joselina da. Doutoras professoras negras: o que nos dizem os indicadores oficiais.
In: PERSPECTIVA, Florianópolis, v. 28, n. 1, 19-36, jan./jun. 2010. Disponível em:
http://www.perspectiva.ufsc.br. Acesso em 02.10.2021

UM OLHAR SOBRE A OBRA AS AVENTURAS DE NGUNGA POR UMA LITERATURA DA


“DIFERENÇA”
Cleanne Nayara Galiza Colaço
Universidade Estadual do Piauí
cle.anne.galiza@gmail.com

Resumo: O presente estudo visa analisar, por meio da obra As aventuras de Ngunga, do
autor angolano Pepetela, no período de resistência anticolonial em Angola, a articulação da
literatura com a história, em diálogo com a importância da produção literária voltada para
a infância, bem como o caráter pedagógico da narrativa proposto pelo recorte da época. A
investigação irá percorrer as dimensões da História e Política de Angola e o seu entrelace
com a literatura angolana, sobretudo no recorte da literatura infantil e juvenil, no qual é
possível identificar elementos que pontuam essa produção literária voltada para as crianças
e jovens, que há tempos promove rompimentos dos paradigmas em relação as concepções
universalizantes da literatura infantil e juvenil. O estudo de caráter bibliográfico privilegia
as análises do corpus na busca de evidenciar a essa importância produção literária para a
juventude (crianças e jovens), a composição dessa literatura com personagens infantis e as
rupturas realizadas no contexto sócio literário, corroborando o conceito da “diferença” da
literatura angolana. As questões teóricas da pesquisa serão fundamentadas em Jenkins
(2014), Hunt (2010), Mourão (1978; 2007), Chaves (2007), Macêdo (2007; 2008), Padilha
(2011), Mata (2006), e dentre outras formulações teóricas.
Palavras-chave: Ngunga. Angola. Literatura Infantil e Juvenil.

Referências:

AQUINO, Denise de Paula Veras; LOPES, Sebastião Alves Teixeira. Tradição e

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 55


Identidade nas Aventuras de Ngunga. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE LETRAS E
LINGUÍSTICA, 4º, 2013, Uberlândia, MG. Anais […]. Uberlândia: EDUFU, 2013. v. 3, n. 1.

CURIMENHA, Marcelino Mendes. As aventuras de Ngunga – literatura pedagógica


infantojuvenil de Pepetela. (Belo Horizonte, online) [online]. 2019, vol.4, n.15.
Disponível em: http://pensaraeducacao.com.br/rbeducacaobasica/wp-content/
uploads/sites/5/2019/12/08-Marcelino-curimenha-AS-AVENTURAS-DE-NGUNGA-
LITERATURA-PEDAGÓGICA-INFANTOJUVENIL-DE-PEPETELA.pdf. Acesso 15 out.
2021. Acesso em: 30 out. 2021.

HUNT, P. Crítica, teoria e literatura infantil. São Paulo: Cosac Naify, 2010.
JENKINS, Keith. História refigurada: novas reflexões sobre uma antiga disciplina. São
Paulo: Contexto, 2014.

MACÊDO, Tania; CHAVES, Rita. Literaturas de língua portuguesa: marcos e marcas


– Angola. São Paulo: Arte e Ciência, 2007.

MACÊDO, Tania. Luanda, cidade e literatura. São Paulo: UNESP, 2008

MATA, Inocência. Laços de memória & outros ensaios sobre Literatura


Angolana. União dos Escritores Angolanos. Luanda, 2006.

MATA, Inocência. As estórias de Luuanda como 'fábulas angolanas': entre disjunções e


confluências. Diacrítica, Braga, v. 28, n. 3, p. 31-50, 2014. Disponível em: http://www.
scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0807-89672014000300005&lng=pt&n
rm=iso. Acesso em: 16 mar.  2021.

PADILHA, Laura. Entre a voz e letra: o lugar da ancestralidade na ficção angolana do


século XX. Rio de Janeiro: Pallas, 2011.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e Literatura: um velha-nova história. In: COSTA,


Cléria Botelho da & MACHADO, Maria Clara Tomaz. História e Literatura: identidades
e fronteiras. Uberlândia: EDUFU, 2006. p. 13–14.

PEPETELA. As aventuras de Ngunga. Alfragide, Portugal: Leya, 2002.

RODAS DE CONVERSAS (Comunicação Oral) -


56 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.
Roda Temática 2: Afrodescendência e Educação
(AE)

A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NEGRA NO AMBIENTE ESCOLAR


Kaire Vinicius de Aguiar Quadros
Universidade Estadual do Piauí
kairequadros@gmail.com

Resumo: O presente artigo tem como objetivo compreender e debater sobre os principais
aspectos e situações que impactam a formação dos indivíduos no ambiente escolar, como
a violência urbana, a precarização estrutural no setor público e as dinâmicas sociais,
refletindo de que maneira isso interfere na construção da identidade da população negra
nos ambientes escolares brasileiros. A importância desse diálogo se deve pela necessidade
de ações afirmativas e políticas públicas voltadas a população negra, fazendo um recorte
principal às comunidades situadas na zona norte da cidade de Teresina, Piauí. Entendemos
que a escola é um dos principais centros de formação dessas identidades e a partir disso,
fomentaremos essa reflexão sobre como e até onde ela é saudável para as futuras gerações,
principalmente a juventude periférica, tendo em vista os diversos desafios apresentados nos
últimos anos. Os principais são o racismo, a evasão escolar dentro dos ambientes periféricos,
como também o aumento de um explícito genocídio que vitima a juventude negra do Brasil,
desde o começo de sua colonização, como relatado por Abdias Nascimento (2017). Dentro de
tais fenômenos, serão referenciadas definições previamente estudadas, como a do racismo
estrutural, conceituada pelo pesquisador e filósofo Silvio Almeida (2019). Para exemplificar,
foram usados dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
e o Atlas da Violência. Nesse contexto, discutiremos que passos podem ser dados para
superação de tais problemáticas.
Palavras-chave: Escola. Juventude Negra. Identidade.

Referências:

ANDRADE, Carla Coelho de. Entre Gangues e galeras: juventude, violência e


sociabilidade na periferia do Distrito Federal. Brasília: Programa de Pós-Graduação
em Antropologia Social: UNB,2007, 276 f. Tese (Doutorado em Antropologia Social).

ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: Episódios de racismo cotidiano. 1. Ed. Rio


de Janeiro: Cobogó, 2019.

NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro brasileiro: Processo de um racismo


mascarado. 2. Ed. São Paulo: Pespectiva, 2017.

A CONVERSA COMO TECNOLOGIA DO ENCONTRO EM PESQUISAS NO CAMPO DA


EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES RACIAIS
Maria José da Silva
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
comunicacao.maria@gmail.com
Leidiane dos Santos Aguiar Macambira
VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 57
Universidade Federal Fluminense - UFF
leidianemacambira@id.uff.brE-mai l
Shirley Martins da Silva Camillo
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
shirleymartins.sm1@gmail.com

Resumo: Como temos forjado os modos de fazer, em nossas pesquisas, para encontrarmo-
nos com as pessoas que se dispõem a estar conosco? A nossa intenção com esta escrita é
pensar a conversa como uma possibilidade de encontro nas pesquisas no campo da educação
das relações raciais. Somos mulheres negras educadoras envolvidas com os estudos nos
cotidianos e que vem aprendendo a fazer pesquisa partindo de experiências encarnadas
e com pessoas que estão em diversas áreas inventando táticas de sobrevivência em uma
sociedade estruturada pelo racismo e pelo patriarcado. Nas movimentações que fazemos, as
narrativas têm sido fundamentais para mediar e orientar o modo como produzimos as nossas
pesquisas. Entendemos a conversa como uma tecnologia ancestral e, sobretudo, como uma
atitude ético-estético-política de pesquisa que busca romper com os modelos engessados da
ciência moderna e eurocêntrica que destituiu a humanidade de povos e culturas não-brancos.
A conversa é entendida aqui como “um saberfazer das gentes condenadas pelas grandes
narrativas” (FILÉ, 2010) e quando escolhemos esse caminho como disposição teórico-
metodológica nos fazeres nas pesquisas em educação é uma maneira de seguirmos conectadas
com os saberes ancestrais tão massacrados e invisibilizados pela narrativa hegemônica. Neste
sentido, temos nos dispostos a conversar por meio de aplicativos digitais (videoconferência
e Whatsapp) em torno de algumas questões surgidas de fazeres e estudos, dentre elas: como
as conversas nos ajudam a pensar as pesquisas nos cotidianos? Que elementos estão em jogo
para nos prepararmos para uma conversa? Como lidamos com os nossos desejos de pesquisa
diante do outro que também traz consigo os seus desejos? É possível produzir um encontro
que não aniquile a presença daquelas e daqueles que se dispõem a conversar conosco? Esta
trama, portanto, vem sendo tecida a partir de alguns fios: os modos como o documentarista,
Eduardo Coutinho, conduzia suas filmagens, as inquietações provocadas por alguns escritos
de Carlos Skliar (2014), de Jorge Larrosa (2003) e de Patrícia Hill Collins (2019), naquilo
que oferecem para nos ajudar a forçar o nosso pensamento a pensar a capacidade de escuta
de que nos dispomos em nossas práticas, e pensarmos nas negociações dos desejos que estão
em jogo quando se entra em uma conversa.  
Palavras-chave: Metodologia, Conversa, Relações Raciais.

Referências:

COLLINS, Patrícia Hill. Pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e a


política do empoderamento. São Paulo: Boitempo, 2019.

FROCHTENGARTEN, Fernando.  A entrevista como método: uma conversa com Eduardo


Coutinho. Revista Psicologia USP, São Paulo, janeiro/março, 2009, 20(1), 125-
138.  https://doi.org/10.1590/S0103-65642009000100008.

LARROSA, Jorge. A arte da conversa (epílogo). IN: SKLIAR, Carlos. Pedagogia


(improvável) da diferença: e se o outro não estivesse aí? Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

LOURAU, René. Análise Institucional e práticas de pesquisa. Rio de Janeiro: UERJ,


1993.

58 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


MACAMBIRA, Leidiane dos S. A.; CAMILLO, Shirley M. da S. “Ser feliz (no vão, no triz)
é força que me embala”: mulheres negras inventando tecnologias de sobrevivência. In:
SILVA, Paulo Vinícius B. da; MACHADO, Nathalia S.; ROCHA, Neli G. da (org.). Negras
escrevivências, interseccionalidades e engenhosidades: artes, memória e espaços.
Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2021. p. 429-439. Disponível em: https://drive.
google.com/drive/folders/15J9UGT_A3E40amsQopPJIKPicTzcd76Q. Acesso em: 01 jun.
2021.

SKLIAR, Carlos. Conversar e conviver com desconhecidos. In: FONTOURA, Helena


Amaral da (Org.). Políticas Públicas, Movimentos Sociais: desafios à Pós-graduação
em Educação em suas múltiplas dimensões. Rio de Janeiro: Anped Nacional, 2011. p. 27-
37. Disponível em: <http://www.fe.ufrj.br/anpedinha2011/livro3.pdf>. Acesso em: 01
maio 2014.

A EDUCAÇÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE CRISE: OS DESAFIOS DOS


AFRODESCENDENTES NA PANDEMIA DE COVID-19.
Isabel Ferreira do Nascimento
UFPI
bhelaysa@gmail.com

Resumo: O presente resumo tem por objetivo discutir algumas problemáticas que atravessam
a educação escolar de alunas e alunos afrodescendentes, em virtude do agravamento da
pandemia de Covid-19 no Brasil. Neste sentido, o estudo apresenta os seguintes objetivos:
Apontar as principais dificuldadesdos/as alunos/as afrodescendentes frente às novas formas
de aprender no cenário pandêmico e assim compreender os impactos causados na educação
escolar, a partir de uma perspectiva social, econômica e racial. A justificativa deste estudo,
repousa na necessidade de dialogar a respeito das drásticas e repentinas mudanças, que
se impuseram na educação, fazendo com que tanto profissionais quanto as/os discentes
buscassem se adaptar às novas formas de ensinar e aprender. Também, é importante ressaltar
que a tessitura desta escrita, se apoia na necessidade de entendimento das estruturas que
encobrem os problemas educacionais, forjados por questões sociais, raciais, de gênero e
econômicas, enfrentados pelas populações afrodescendentes historicamente marginalizadas
e subalternizadas. A pesquisa foi realizada a partir de uma investigação bibliográfica, a fim
de buscar embasamentos teóricos que indiquem possíveis compreensões para à realidade
que se apresenta e que provocam inquietações. Assim, o aporte teórico traz contribuições de
autores como: Mignolo (2017), Ramos (2017), Coelho (2013), Freire (1995), Fanon (2008)
Brandão (1995), Dussel (1993), entre outros. O debate, evidenciou o quanto as pessoas
afrodescendentes ainda vivem à margem da sociedade, sofrendo diferentes tipos de privações
básicas, inclusive acesso e permanência a uma educação de qualidade. Também, foi possível
perceber que os atuais dilemas educacionais, provocadas pela pandemia da Covid-19, apenas
abriu uma ferida histórica de apagamento na vida das pessoas afrodescendentes.
Palavras-chave: Educação; Afrodescendência; Covid-19.

Referências:

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: brasiliense, 2007.

COELHO, Raimunda Ferreira Gomes; BOAKARI, Francis Musa. Porque afrodescendente?


E não negro, pardo ou preto. In: Congresso sobre gênero educação e

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 59


Afrodescendencia: conquista, experiências e desafios. 2013, p. 01-19.

DUSSEL, Enrique. Europa, modernidade e eurocentrismos: In: LANDER, Edgardo (org).


A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-
americanas. ColecciónSurSur, CLACSO, Buenos Aires, Argentina. 2005.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido.17ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.

GROSFOGUEL, Ramón. Para uma visão decolonial da crise civilizatória e dos paradigmas
da esquerda ocidentalizada. In: BERNADINO, Costa Joaze; MALDONADO Torres, Nelson,
GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. Belo
Horizonte. Autêntica, 2020.

MIGNOLO, Walter. A colonialidade de cabo a rabo: o hemisfério ocidental no horizonte


conceitual da modernidade. In: LANDER, Edgard (org). A colonialidade do saber:
eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. ColecciónssursuR,
Buenos Aires, Argentina. 2005.

QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e américa latina. In: A


colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-
americanas. Buenos Aires. Clacson, 2005.

QUINTERO, Pablo; FIGUEIRA, Patrícia; ELIZALDE, Paz Concha. Uma breve história
dos estudos decoloniais. MASP Afterall, 2019.

RAMOS, Luís Lázaro Sacramento de Araújo. Na minha pele. Rio de Janeiro:


Objetiva,2017.

A REPRESENTAÇÃO DE MULHERES AFRODESCENDENTES EM LIVRO DIDÁTICOS


Danielle Cristina dos Santos Pereira
Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
danysantospereira13@gmail.com
Orientadora: Raimunda Nonata da Silva Machado

Resumo: analisa as imagens de representações de mulheres afrodescendentes em livros


didáticos, problematizando de que forma as narrativas, trazidas por essas imagens,
contribuem para a reprodução do racismo e do sexismo presentes na sociedade brasileira.
Discute as questões raciais e de gênero que atravessam o ambiente escolar, sobretudo, a
situação da mulher afrodescendente e sua representação em um dos principais recursos de
mediação de ensino em escolas públicas, o livro didático. Adota como metodologia a pesquisa
qualitativa, fazendo uso do levantamento bibliográfico; levantamento de livros didáticos
utilizados nas turmas de 1º a 5º ano de escolas públicas municipais de ensino fundamental
de São José de Ribamar/Maranhão. Faz o mapeamento de imagens das representações
femininas e recorre a Análise de Conteúdo e a Análise do discurso I, descritas por Rose
(2001 apud SELVATICI, 2009). É uma pesquisa de mestrado, em andamento, sendo que
as primeiras aproximações desse estudo constatam que a condição de opressão imposta
socialmente à mulher afrodescendente é muitas vezes reproduzida em materiais didáticos
escolares, como ressalta Munanga (2017), Françoso (2017), Kowalski e Pedroso (2020).
Também, incentiva a esperançar e acreditar que a escola, por seu caráter socioeducativo,

60 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


é o ambiente ideal para a construção de narrativas que valorizem debates sobre questões
relativas às relações de gênero e de raça e dos respeito às diferenças, mas para que isso
ocorra são necessários o engajamento e a sensibilização de toda a comunidade escolar.
Palavras-chave: Mulher afrodescendente. Livro didático. Imagem.

Referências:

ALMEIDA, Silvio de. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen Editorial, 2018.

FRANÇOSO, Fernanda Gomes. Os lugares de mulheres negras em materiais


didáticos de história da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Estadual Paulista “Julio Mesquita”.
Presidente Prudente, p.184. 2017.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. ed.25.


Paz e terra: São Paulo, 1996.

KOWALSKI, Elisa Dias; PEDROSO, Juliana Fontoura. Representatividade da identidade da


criança negra na escola. Revista Saberes em Foco, v.3, n.1, p. 265 – 273.

MUNANGA, Kabengele (org.). Superando o racismo na escola. UNESCO, 2005.

SELVATICI, V.L.C.G. Letramento visual e ensino de produção de texto: o encontro


do aprendiz com textos multimodais em atividades de escrita em inglês. 2009. p.25-
58. Tese (Doutorado em Letras) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <https://www.maxwell.vrac.pucrio.br/colecao.
php?strSecao=resultado&nrSeq=14243@1 >. Acesso em: 05 jan 2021.

AFROSABERES EM PRÁTICAS EDUCATIVAS NO/COM O QUILOMBO


Tercilia Mária da Cruz Silva
Universidade Federal do Maranhão - UFMA
tercilia_mayra@hotmail.com
Orientadora: Raimunda Nonata da Silva Machado

Resumo: Este estudo analisa possibilidades de educação no/com o quilombo, baseando-


se na perspectiva afrocentrada (Asante, 2009). Recorre à abordagem afroperspectivista
(NOGUERA, 2019) na construção de afrosaberes tradicionais (Petit, 2015), assim, adota
o termo “roda” discutido por Noguera (2019) e influenciado pelo conceito de círculo de
cultura freiriano. Tem como objeto de estudo as práticas educativas no/com o quilombo
de Laranjeiras, localizado na zona rural do município de Aldeias Altas – Maranhão,
especialmente, a partir das experiências com as mulheres quilombolas quebradeiras de coco
babaçu. Possui postura anticolonialista (FINCH III; NASCIMENTO, 2009) na análise de
saberes locais presentes nesta comunidade quilombola. É fruto de dissertação ainda em
andamento, que utiliza elementos da pesquisa etnográfica, tendo como instrumentos de
produção de dados a realização de oficinas dialógicas afrocentradas, a partir da sociopoética
(GAUTHIER, 2015) que valoriza a oralidade, corporeidade e dialogicidade. Com Paulo Freire
(1989; 2011; 2019; 2021), Lélia Gonzalez (2011), Raimunda Machado (2018), Oyèrónké
Oyêwùmí (2004; 2021), Walter Mignolo (2017), José Castiano (2011; 2013; 2016), Sandra
Petit (2015), Anibal Quijano (2005), entre outros/as, propõe caminhos de se esperançar

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 61


práticas educativas freirianas descolonizadas e elucidar conexões com práticas afrocentradas
no/com o quilombo, a partir de uma postura contra hegemônica de educação.
Palavras-chave: Práticas Educativas. Mulheres quilombolas. Rodas de diálogo.

Referências:

ASANTE, M. Afrocentricidade: notas sobre uma posição disciplinar. In: NASCIMENTO,


E. L. Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro,
2009. p. 93-110.
CASTIANO, José. Os saberes locais na academia: condições e possibilidades da
sua legitimação. Maputo: Editora Educar; CEMEC; Universidade Pedagógica, 2013.

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Filosofia Africana. Educação e Cultura Política, Maputo: Editora educar, 2011.

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62 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.
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conceitos feministas e o desafio das epistemologias africanas. Disponível em: https://
filosofia-africana.weebly.com/textos-africanos.html. Acesso em: 18 ago 2020.

ARTE COMO MEIO DE VISIBILIDADE PARA A LUTA E NARRATIVAS DA MULHER


PRETA QUILOMBOLA
Viviane Cristina de Sousa
Universidade Federal do Piauí-UFPI
2015viviannycris@gmail.com

Resumo: Este trabalho tem como principal objetivo analisar o fenômeno do apagamento
histórico, das mulheres da comunidade Quilombola Olho D’ água dos Negros em Esperantina
Piauí, em especial a de dona Adelina da Conceição, pois durante nossas conversas ouvi
suas narrativas, e acabei descobrindo a história de apagamento de sua liderança, que
muito se assemelha a história quase apagada de Tereza de Benguela, Acotirene e Dandara
dos Palmares. E pensado em uma maneira de escutá-las e percebê-las decidi criar este
Trabalho de Conclusão de Curso, pois percebi sua narrativa durante a conquista das terras
da comunidade, e também o meu "apagamento" dentro do curso de Licenciatura em
Artes Visuais na Universidade Federal do Piauí, usando a arte como exercício para refletir
e perceber essas mulheres nas artes e na sua história. E ao pensar na arte como meio de
valorizar narrativas silenciadas, também penso que essa seja uma forma de esperançar.
Esperançar uma Arte com um potencial crítico/político que visa ter um propósito mais
que apreciativo, que contribua para reconstrução de histórias esquecida pela sociedade. O
método utilizado neste projeto é Pesquisa de Campo, pois através da coleta de dados usando
entrevistas, questionários, registros fotográficos, documentais, e relatos verbais (todas feitas
no ambiente natural do tema a ser estudado na Comunidade Olho D'água), obtive conteúdo
necessário para o desenvolvimento da pesquisa e da exposição virtual com artes digitais,
feitas a partir de fotografias dessas mulheres que compõem a comunidade. As principais
referências foram as escritoras Angela Davis (1983), Djamila Ribeiro (2008; 2017), e como
referência artística me embasei no trabalho de Grada Kilomba (2019), Rosana Paulino
(2019) e Renata Felinto (2020).
Palavras-chave: Mulher Negra. Comunidade. Artes Digitais.

Referências:

DAVIS, Y. Angela. Women, Race & Class. Nova York: Random House,1981; Vintage
1983.

FELINTO, Renata. Série Cada Voz (2020). Direção Marcus Leoni. Produção Renata
Willig. Publicado pelo canal Itaú Cultural. 1 vídeo (6:52 min). Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=wEHCpu269tY&t=151s/. Acesso em: 17 out. 2021.

PAULINO, Rosana – Série Cada Voz (2019). Direção Eduardo Saron. Produção
Camila Nader. Publicado pelo canal Itaú Cultural. 2019. 1 vídeo (6:32 min). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=bfvxqWMfG7Q&t=6s/. Acesso em: 7 de out. 2021.

RIBEIRO, Djamila. Quem tem Medo do Feminismo Negro? 1ª Edição: Companhia

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 63


de Letras, 2008.

RIBEIRO, Djamila. O que é Lugar de Fala? Letramento, Brasil, 2017.

KILOMBA, Grada. Desobediências Poéticas. C& América Latina. 2019. Disponível


em: https://amlatina.contemporaryand.com/pt/events/grada-kilomba-desobediencias-
poeticas/. Acesso em: 10 de set. 2021.

CARNAÚBA AMARELA: MEMÓRIA E IDENTIDADE


Luciana da Silva Ramos
Mestranda PPGS-UFPI/Bolsista CAPES
lucyramos299@outlook.com

Resumo: Temos a pretensão de apresentar, com este trabalho, algumas considerações


a respeito do processo de autoidentificação da Comunidade Remanescente de Quilombo
Carnaúba Amarela, situada na zona rural de Batalha-PI, a partir das memórias, histórias,
saberes e ancestralidade. Gomes et al. (2017) afirmam que a comunidade Carnaúba Amarela
foi fundada por famílias negras por volta do ano de 1910, época em que os trabalhadores
negros trabalhavam nos campos agrícolas, e de criação de gado das fazendas pertencentes às
famílias abastadas da região. A comunidade foi certificada pela Fundação Cultual Palmares
em 2006. A proposta de pesquisa aqui apresentada é de caráter qualitativo, uma vez que,
segundo Chizzotti (2003), esse tipo de abordagem busca a interdependência do pesquisador
e os sujeitos envolvidos, criando vínculo entre a realidade e a subjetividade de ambos.
Na construção do conhecimento no referido trabalho busca-se respaldos em autores que
norteiam os elementos teóricos da pesquisa, podemos destacar Maurice Halbwachs (1950)
que trabalha o conceito de memória coletiva, a memória coletiva “refere-se ao processo
social de reconstrução do passado vivido e experimentado por um determinado grupo,
comunidade ou sociedade”. Neste caso, a Comunidade Quilombola Carnaúba Amarela
guarda as histórias que eram contadas pelas gerações que os antecederam, e através delas
revisitamos o passado e será possível compreender, analisar e reconstruir a história dessa
comunidade. A oralidade característica dos povos descendentes de africanos possibilitará
fundamental o acesso à memória da comunidade, pois ela é o fio condutor pelo qual os
anciãos transmitem os conhecimentos, experiências cosmovisões de mundo de geração
em geração. Na década de 1960, a corrente marxista foi predominante no meio acadêmico,
Emília Viotti da Costa (1982) e Clóvis Moura (1993) publicaram pertinentes estudos que
balizaram outras pesquisas.
Palavras-chave: Comunidade. Quilombo. Memória.

Referências:

BRASIL. Fundação Cultural Palmares. Brasília. Disponível em: www.palmares.gov.br>.


Acesso em 13 de setembro de 2021.

CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em Ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez,


2003.

COSTA, Emília Viotti da. Da senzala à colônia. 2ª ed. São Paulo: Ciências Humanas,
1982.

64 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


GOMES, Jaíra Maria Alcobaça; FÉ, Elisângela Guimarães Moura; NASCIMENTO, José
Edilson do. Terra e territorialidade nas comunidades quilombolas do território
dos Cocais (PI). VIII Simpósio Internacional de Geografia Agrária e IX Simpósio Nacional
de Geografia Agrária. Curitiba/PR. novembro. 2017, pp. 1-10.

HALBWACHS, Maurice. A memoria Coletiva. Traduzido do original francês La


Memoire Collective 2ª ed. Press Universitaires de France, Paris 1950.Traduzido
por Laurent Léon Schaffter. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.
php/4359772/mod_resource/content/1/48811146-Maurice-Halbwachs-A-Memoria-
Coletiva.pdf.

MOURA, Clóvis. Quilombos: resistência ao escravismo. 3ª ed. São Paulo. Editora Ática,
1993.

CINECIO MINA: UN RELATO DE RESISTENCIA EN EL NORTE DEL CAUCA


Yan Carlos Romero Mancilla
Universidad del Valle
yan.romero@correounivalle.edu.co

Resumo: Dentro de la historia colombiana hay un sin fin de personajes afrodescendientes


conocidos y anónimos que hicieron frente a la esclavitud, y a los abusos e injusticias del
sistema racista. Sin embargo, dichos personajes no figuran, en gran medida, en los libros
de historia. Uno de estos fue el coronel Cinecio Mina, quien participo en la guerra de los
Mil Días. Dentro de este escenario, en el presente articulo pretendo relatar la lucha de
la población negra del Norte del Cauca contra los terratenientes blancos, lucha que fue
encabezada por Cinecio. Para ello, parto desde un enfoque cualitativo, donde contemplo la
historia oral. A modo de conclusión planteo que es necesario rescatar las contribuciones e
historia de luchas de mujeres y hombres negros en el escenario nacional. Personajes como
Mina revindicaron el derecho de la población negra a vivir mejor; defendió el derecho a la
tierra de los campesinos caucanos. Y como resultado del movimiento que encabezo surgió
la Unión Sindical del Cauca como todo un movimiento agrario.
Palabras claves: resistencia, tierra, campesinos, Norte del Cauca

Referencia:

RED DE ORGANIZACIONES DE BASE. Sinecio Mina. 1985. Disponible en: https://


www.youtube.com/watch?v=VXnwQBCidOg Acesso em: 30 out. 2021.

CARABALI, Alexis. Colombia y los héroes negros: un secreto a voces. Revista Africa.
2016.

CEPSAFRO. JOSE CINECIO MINA: Negro liberto del Cauca. 2010. Disponible en http://
historiapersonajesafro.blogspot.com/2010/07/jose-cinecio-mina.html Acesso em: 30 out.
2021.

COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBO: IDENTIDADE EM CONSTRUÇÃO


Adelmir Fiabani
UFFS/Curso Medicina

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 65


adelmirfiabani@hotmail.com
Luciana da Silva Ramos
Mestranda PPGS-UFPI/Bolsista CAPES
lucyramos299@outlook.com

Resumo: As comunidades remanescentes de quilombo ganharam notoriedade a partir da


promulgação da Constituição Federal de 1988. Antes daquela data, as comunidades eram
conhecidas como redutos habitados por afrodescendentes, muitas delas, com designações
ligadas ao passado escravista. Encontramos expressões como “Treze de Maio”, “Rincão
dos Pretos”, “Jamari dos Pretos”, “Cafundó”, “Malunguinho” entre outros. A partir da CF
de 1988, com o reconhecimento do Estado, as comunidades se designam quilombolas.
Quilombola é um termo representativo da resistência à escravidão. Também representa a luta
do camponês negro para que a Lei seja cumprida. Identidade em construção é o título deste
artigo construído a partir da análise de teses e dissertações disponíveis no Domínio Público
sobre comunidades remanescentes de quilombo. Trata-se de acurada revisão bibliográfica
em pesquisas realizadas em diferentes regiões do Brasil com o tema “remanescente de
quilombo”. Concluímos que a construção da identidade quilombola não é um processo
linear, pacífico, acabado. As tensões internas e externas forjaram/forjam a caminhada das
comunidades, ou seja, não bastou “descobrir-se” quilombola, mas afirmar-se como sujeito
de direitos.
Palavras-chave: Quilombolas. Identidade. Reconhecimento.

Referências:

BAIOCCHI, Mari. Kalunga: povo da terra. 3ª ed. Goiânia: Editora UFG, 2013.

BAUMAN, Zigmund. Identidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.


de Janeiro: DP&A, 2011.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11ª edição, 1ª reimp. –


Rio.

O’DWYER, Eliane Cantarino (Org.). Quilombos: identidade étnica e territorialidade. Rio


de Janeiro: Editora FGV, 2002.

PRICE, Richard. Reinventando a História dos Quilombos: Rasuras e Confabulações.


Afro–Asia, 23, 1999, p. 239-265.

REIS, João José; GOMES, Flávio dos Santos. Liberdade por um fio: história dos
quilombos no Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 1996.

SILVA, Tomaz Tadeu. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, Tomaz
Tadeu et. al. (Org.) Identidade e Diferença: a perspectiva dos estudos culturais.
Petrópolis: Vozes, 2009, p. 73-103.

TRECANNI, Girolamo Domenico. Terras de Quilombo: caminhos e entraves do


processo de titulação. Belém: SJDH, Raízes, 2006.

66 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


DA UNIVERSIDADE AO TRABALHO FORMAL: O JOVEM NEGRO NO MERCADO DE
TRABALHO, UM BREVE ESTUDO NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ
Wellyna Christyne Frazão Silva
UESPI-Universidade Estadual do Piauí
wellynasilva@aluno.uespi.br
Orientadora: Iraneide Soares da Silva

Resumo: O trabalho investigou e pesquisou, dentro dos limites impostos pela COVID-19,
como o jovem preto ingressa no mercado de trabalho, quais os desafios que a sociedade
apresenta para esses recém formados, o quanto a violência afeta a vida desses jovens e como
o racismo estrutural repete durante esses anos uma conjuntura majoritariamente branca
em lugares de destaque no mercado de trabalho (Almeida, 2018). O trabalho se compôs de
pesquisa bibliográfica com leituras de artigos, documentos e dados de órgãos renomados
no país. Em seguida uma pesquisa quantitativa realizada de forma remota em forma de
questionário enviado para estudantes de ensino superior. O trabalho buscou mostrar como
os fatores socioeconômicos, raciais, educacionais podem interferir no alcance do jovem
negro a um trabalho com carteira assinada, mesmo com um curso superior. Apresentar
dados e analises para fomentar os questionamentos a respeito dos efeitos da escravidão
para pessoas pretas no âmbito do trabalho e abrir mais diálogos na ideia de conscientizar a
sociedade e esperançar mudanças de cenários e oportunidades. Os primeiros resultados que
podem ser apresentados são os em relação à pesquisa bibliográfica, os dados analisados e
os textos lidos mostram como o impacto do racismo institucional prejudica a vida do jovem
preto desde a baixa escolaridade até os altos e preocupantes índices de violência, que advém
tanto da sociedade quanto dos servidores públicos de segurança. E mesmo entrando no
mercado de trabalho os jovens negros sofrem para se destacarem, se transportarem para
o trabalho e conseguirem alcançar cargos maiores (IBGE, 2019). O racismo estrutural se
expressa no genocídio da juventude negra e em diversas formas de desigualdade (Mapa da
Violencia, 2019). Já em relação ao questionário realizado com estudantes de graduação que
estão estagiando os resultados são significativos quando se verifica sobre as procentagens
de jovens negros que estagiam, de pessoas negras em cargo de destaque e se os estagiários
refletiram sobre a desigualdade do lugar onde trabalham.
Palavras-chave: Jovem Negro. Mercado de Trabalho. Racismo Estrutural.

Referências:

ALMEIDA, Sílvio Luiz de. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte (MG):
Letramento, 2018.

ATLAS DA VIOLÊNCIA 2019. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; Fórum Brasileiro


de Segurança Pública. Brasília: Rio de Janeiro: São Paulo: Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada; Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

BRASIL. Secretaria Nacional de Juventude Estação juventude: conceitos fundamentais –


ponto de partida para uma reflexão sobre políticas públicas de juventude / organizado por
Helena Abramo. – Brasília: SNJ, 2014.

DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Quotidiano e poder em São Paulo no séc. XIX. São
Paulo: Brasiliense, 1984.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Brasileiro de

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 67


2017. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, Coordenação de


População e Indicadores Sociais. - Rio de Janeiro: IBGE, 2019.

RODRIGUES, Micaías Andrade. Quatro diferentes visões sobre o estágio


supervisionado. Rio de Janeiro, 2013.

SILVA, Iraneide Soares da. É preta, é preto em todo canto da cidade: história e
imprensa na São Luís/MA (1820 - 1850). 2017. 202 f. Tese (Doutorado em História) -
Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2017. Disponível em http://dx.doi.
org/10.14393/ufu.te.2017.68. Acesso em: 31 out. 2021.

SILVA, Iraneide Soares da. Abrindo caminhos, construindo novos espaços de


afirmação: ações afirmativas para a população negras na educação profissional e
tecnológica. Editora Appris, Curitiba, 2011.

SILVA, Hunold Lara. Escravidão, Cidadania e a História do Trabalho no


Brasil. São Paulo, 1998.

DO BRASIL COLÔNIA AO PÓS-MODERNO: A RECEPÇÃO DA CRIMINOLOGIA RACIAL


Wanney Cavalcante Pinheiro
Universidade Federal do Piauí – UFPI
wanneypinheiro@hotmailc.com

Resumo: A produção exibida é voltada essencialmente a analisar os processos da recepção


da criminologia racial no Brasil, através dos empréstimos europeus na edificação da
política penal brasileira, estruturalmente racializada. A pesquisa faz parte de levantamento
bibliográfico referente aos estudos da constituição criminal no Brasil, convergente ao
processo atual de encarceramento em massa da população negra. O método dedutivo e de
procedimento técnico revisional bibliográfico é o que se adequou a essa pesquisa qualitativa.
Ilustra-se que o Brasil Colônia adotou medidas de controle populacional ociosa como
espelho do mundo europeu, tendo como ponto de partida as casas de correções, já que “a
instituição serviria para isolar uma parcela do corpo social vista como desordeira e para
oferecer trabalho aos indivíduos, combatendo a preguiça e a inépcia, tornando-os assim
úteis a seu país” (SANT’ANNA, 2005, p. 4). Percebe-se que a terra dos índios recepciona
uma criminologia, intimamente branca como ideologia primária da política penalista
brasileira, como aponta Zaffaroni (1993, p. 146, apud Carvalho, 2015, p 625) que “a ‘ciência’
deveria demonstrar a inferioridade moral do mulato.” O controle de mestiços e negros seria
necessário para os ideólogos, já que implicariam de descompasso e um atraso da civilização
presente. Como bem descreve Duarte (2011, p. 288) “a recepção das teorias criminológicas
refletiu as necessidades de um controle social voltado para a repressão das populações não-
brancas, sobretudo as negras.” Como massificação das ideias colonialistas, a criminalização
dos guetos periféricos, sendo os negros sua composição majoritária, reflete em agências
punitivas estatais, ocasionando o holocausto da juventude negra encarcerada. Dessa forma,
o sistema jurídico-penal brasileiro se edificou no retrato criminológico racial colonialista.
Diante disso, identifica-se que a criminologia primária brasileira foi erguida diante de uma
unificação branca, adotando leis de controle social, colonial e pós-moderno, tendo como
gema a população periférica negra. De forma mais ampla, desenha Moura (1994, p. 28)

68 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


“o racismo tem, portanto, em última instância, um conteúdo de dominação, não apenas
étnico, mas também ideológico e político.” O modelo criminológico brasileiro, que sustenta
o aparato penal, está convergente às condutas racistas desde o seu prelúdio como tal. A
aplicação e a performance do sistema-jurídico penal no brasil foi, e isso é retrato histórico
nacional, consolidado e, ainda hoje tem os reflexos, em estereótipos e em paradigmas em
relação ao racismo espistêmico.
Palavras-Chaves: Criminologia. Negros.

Referências:

CARVALHO, Salo. O encarceramento seletivo da juventude negra brasileira: a


decisiva contribuição do poder judiciário. Rev. Fac. Direito UFMG, Belo Horizonte, n. 67,
jul./dez. 2015. pp. 623 – 652.

DUARTE, Evandro Piza. Criminologia & Racismo. Curitiba: Juruá, 2011.

MOURA. Clóvis. O racismo como arma ideológica de dominação. Edição 34, São
Paulo: Revista Princípios, 1994.

SANT’ANNA, Marilene Antunes. A Casa de Correção do Rio de Janeiro: Projetos


reformadores e as condições da realidade carcerária no Brasil do século XIX. XXIII
Simpósio Nacional de História, 2005. p.04-08.

DO CABELO AFRO À RESISTÊNCIA: PENSANDO A LITERATURA AFRO BRASILEIRA


NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Camila Gabrielly Silva do Nascimento
Universidade Federal do Piauí – UFPI/CAFS
E-mail: camilagabrielly2611@gmail.com
Orientadora: Vicelma Maria de Paula Barbosa Sousa

Resumo: Durante muito tempo a literatura infantil brasileira esteve ligada a um modelo de
visão centralizada em representações socias e simbólicas que levam em conta os valores dos
brancos europeus. Assim, a Literatura Afro Brasileira na Educação Infantil como possibilidade
didática e temática, poderá servir como ferramenta, dispositivo para a construção de práticas
antirracistas e enfrentamento dos processos de discriminação racista, contribuindo para a
autoestima das crianças afrodescendentes por meio das discussões de suas características
como parte da constituição positiva de sua identidade, símbolo de resistência, autocuidado
e amor, de pertencimento. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo socializar
aspectos teórico-metodológicos de uma pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso – TCC
em construção, no curso de Pedagogia do Campus Amílcar Ferreira Sobral – CAFS/UFPI.
A justificativa perpassa desde experiências pessoais da autora, assim como a ausência de
abordagens significativas na Educação Infantil sobre o tema. Assim, será realizada um
trançado de narrativas de gênero, educação e afrodescendência desde as narrativas orais
da autora às narrativas-imagens do livro O mundo no Black Power de Tayó, de Kiusam
de Oliveira, que se configura como uma pesquisa narrativa autobiográfica oral, imagética
e escrita. Para fundamentação quanto ao tema Literatura Afro-Brasileira na Educação
Infantil, cabelo e narrativa-imagem, apoiamo-nos em: Jovino (2006), Souza (2014), Reis
e Silva (2013), Mariosa e Reis (2011), Lei nº 10.639/03, Araújo e Dias (2020) e Silva
(2021). Os resultados provisórios demonstram que ainda existe prerrogativas nas histórias

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 69


infantis onde são vistos personagens brancos como sendo protagonistas, prevalecidos,
enaltecidos, mocinhos, heróis e os afrodescendentes como inferiores, figurantes, vilões e/
ou mesmo inexistentes. Desse modo, ressaltamos ainda, que quando é trabalhado a cultura
afrodescendente na maioria das escolas é apenas no dia 20 de novembro – Dia Nacional da
Consciência Negra. Portanto, destacamos a relevância de se trabalhar na Educação Infantil
a literatura afro brasileira com o intuito de promover a representatividade, construir a
identidade de pertencimento, bem como contribuir de forma positiva para autoestima e
a história e cultura das pessoas afrodescendentes, numa perspectiva de autovalorização.
Assim como, uma perspectiva de pedagogia antirracista.
Palavras-chave: Literatura Afro Brasileira. Cabelo Afro. Narrativa-Imagem.

Referências:

BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro


de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no
currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-
Brasileira", e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do
Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 09 jan. 2003.

ARAÚJO, Helena Maria Marques; DIAS, Rosa Maria Noronha. O que aprendemos com
as meninas bonitas? Análise de dados de uma pesquisa sobre racismo, gênero e literatura
infantil. Cadernos do Ceom, Chapecó, v. 33, n. 53, p. 71-82, 2020.

JOVINO, Ione da Silva. Literatura infanto-juvenil com personagens negros no Brasil. In:
SOUZA, Florentina; LIMA, Maria Nazaré (Org). Literatura Afro-Brasileira. Centro de
Estudos Afro- Orientais, Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2006, p. 179-217.

MARIOSA, Gilmara Santos; REIS, Maria da Glória dos. A influência da literatura infantil
afro-brasileira na construção das identidades das crianças. Estação Literária, Londrina,
v. 8, n. A, p. 42-53, 2011.

REIS, Wilma Jacyere Silva dos; SILVA, Teresa Cristina. A literatura infantil nos anos
iniciais: a questão racial e o preconceito na sala de aula. In: Encontro de Iniciação à
Docência, 3., 2013, Campina Grande. Anais [...]. Campina Grande: Realize Editora, 2013.
p. 1-9. Disponível em: <http://www.editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/4856>.
Acesso em: 02 jun. 2021.

SILVA, Francilene Brito da. Narrativa Autobiográfica Oral, Imagética e


Escrita: Oralimagens. Teresina, PI: [S. ed.], 2021. Texto didático para trabalho
de grupo sobre o Projeto de Pesquisa: Arte como Narrativa e Cuidado de Mulheres
Afrodescendentes.

SOUZA, Irany André Lima de. Afro-literaturas infantil/juvenil: negociações


identitárias e relações étnico-raciais. 2014. 55f. TCC (Graduação) - Curso de Letras
Português, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2014.

70 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E FORMAÇÃO DA(O) DOCENTE DE
LETRAS: RACISMOS, IMAGENS DE CONTROLE E CURRÍCULO
Lucas Anderson Neves de Melo
UFPI-PPGEL/ÌFARADÁ
E-mail: lnanderson95@ufpi.edu.br
João Evangelista das Neves Araujo
UFPI-CCE/ÌFARADÁ
E-mail: joao-2007@uol.com

Resumo: A presente comunicação oral traz ao centro o seguinte problema, enquanto


questão norteadora: Como os racismos (estrutural, institucional, cotidiano e linguístico)
estão sendo operados e manifestados no contexto curricular, mais especificamente
quanto ao currículo dos cursos de formação das(os) docentes de Letras? Para tal, objetiva-se
ao exame do currículo do curso de formação docente de Letras da UFPI, em suas diversas
habilitações, a partir de uma perspectiva do Pensamento Negro Descolonial. A metodologia
utilizada foi de Estudo Documental, ou seja, trabalhamos com dados primários, de
forma crítica e reflexiva; de modo que nosso corpus se circunscreve aos currículos de Letras
Português/Francês, Inglês (Letras Estrangeiras) e Letras Português (Letras Vernáculas)
da UFPI. Para tal foram utilizadas na análise as seguintes noções operatórias: racismo
(ALMEIDA, 2019; KILOMBA, 2019; MBEMBE, 2018; NASCIMENTO; 2019), imagens de
controle (BUENO, 2019) e currículo (ARROYO, 2013). A presente pesquisa demonstrou que,
apesar dos avanços da Legislação Educacional (BRASIL, 1996; 2003; 2004; 2010; 2014) o
currículo do curso de formação de professores de Letras da UFPI em suas três habilitações é
sofrível no que tange a Educação para às Relações Étnico-raciais, de modo que os diferentes
racismos, manifestados por meio das imagens de controle, operam no sentido de inviabilizar
efetivamente a introdução das temáticas sobre africanidades, afrodescendência e racialização
e mesmo epistemologias e pedagogias Negras Descoloniais nos conteúdos programáticos da
formação docente.
Palavras-chave: Educação para as Relações Étnico-raciais. Letras. Currículo.

Referências:

ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

ARROYO, M. G. Currículo, território em disputa. Rio de Janeiro: Vozes, 2013

BRASIL. Lei 10.639/2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que


estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da
Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá
outras providências. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/
l10.639.htm Acesso em 10 out 2021.

BRASIL. Resolução nº 1, de 17 de junho de 2004. Diretrizes Curriculares Nacionais para a


Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira
e Africana. Disponível Em http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cnecp_003.pdf Acesso
em 10 out 2021.

BRASIL. Lei 11.645/2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada


pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 71


da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Disponível em http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm Acesso em 10 out 2021.

BRASIL. Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010. Estatuto da Igualdade Racial. Disponível
em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12288.htm Acesso
em 10 out 2021.

BRASIL. Lei nº. 13.005/2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras
providências. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/
lei/l13005.htm Acesso em em 10 out 2021.

BUENO, W. Processo de resistência e construção de subjetividades no


pensamento feminista negro: uma possibilidade de leitura da obra Black Feminist
Throught: Knowledge, Consciousness, and the Politics of Empowerment (2009) a partir do
conceito de imagens de Controle. 167f. Dissertação (Mestrado em Direiro), Universidade
do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-graduação em Direito, São Leopoldo, RS, 2019.

KILOMBA, G. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Trad. Jess


Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

MBEMBE, A. Crítica da razão negra. Trad. Sebastião Nascimento. São Paulo: n-1
edições, 2018.

NASCIMENTO, G. Racismo linguístico: os subterrâneos da linguagem e do racismo.


Belo Horizonte: Letramento, 2019.

EDUCAÇÃO POPULAR ANTIRACISTA - VALORES CIVILIZATÓRIOS NO MORRO DA


MANGUEIRA
Maira Costa Ivanir dos Santos
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
mairaceap@gmail.com

Resumo: O presente projeto de pesquisa pretende compreender como narrativas orais,


as memórias afetivas e acontecimentos cotidianos tornam-se significativos para crianças
e sua comunidade periférica. No conjunto dessas experiências cotidianas que são tecidas
as trajetórias de vida de cada uma das crianças que compõem suas comunidades, crianças
essas negras que são fortalecidas na infância. Como epicentro desse projeto de pesquisa,
as redes educativas que tecem nos cotidianos dos moradores do Morro da Mangueira na
cidade do Rio de Janeiro. Compreendendo que todo ambiente é educativo por si e influencia
no processo de desenvolvimento das subjetividades dessas crianças, assim trago aqui
a educação popular Conceituada por Paulo Freire. O meio em que elas vivem e crescem
tem grande significado e importância para suas formações educacionais. As favelas são
carregadas de marcas simbólicas que educam de diversas formas, memórias e resistências
diárias estão presentes ali, construindo fortes relações comunitárias de maneira natural.
Muito dessa experiência cotidiana educativa em comunidade se assemelha com a maneira
como a educação acontecia na África tradicional. Vemos com Fu Kiau e Lukondo-Wamba
(2000) Somé (2007) e Hampaté Bâ (2010) sobre o crescimento cotidiano das crianças nas
tradições Bakongo, Dagara e Bambara, respectivamente. O trabalho será fundamentado
nos valores civilizatórios de Azoilda Loretto Trindade (2010), nessa perspectiva polifônica

72 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


(PASSOS, 2014) partirei das tradições orais das comunidades africanas com o conceito de
kindezi dos Bakongo dos autores Fu-Kiau e Lukondo-Wamba (2010), a espiritualidade em
comunidade para os Dagara com Somé (2007) e a tradição viva dos Bambara de Hambate Bá
(2010) para pensar o desenvolvimento das crianças em comunidades, dialogando (PASSOS,
2014) com nossa realidade contemporânea na favela da Mangueira. Rompendo com essa
epistemologia colonizadora, os valores civilizatórios de Azoilda Trindade (2010) trazem
conjunto de vozes ancestrais em saberes, conhecimentos e alternativas de como mantermos
viva África em nós e nas crianças. Os valores civilizatórios são constituídos por: circularidade,
religiosidade, corporeidade, musicalidade, cooperativismo, ancestralidade, memória,
ludicidade, energia vital e oralidade. Cada um deles é presente nas tradições africanas, mas
se encontram presentes na realidade de favelas brasileiras, como no caso da Mangueira.
Pegamos por exemplo uma brincadeira tradicional nos becos, vielas e campinhos de favelas
como o futebol: ele trabalha a ludicidade no ato de brincar, o cooperativismo do esporte
coletivo, a corporeidade do drible, a memória de grandes jogadores referência e por aí vai.
Vale ressaltar que a pesquisa ainda está na fundamentação teórica.
Palavras-chave: Educação Popular. Valores Civilizatórios. Cotidianos.

Referências:

ALVES, Nilda; FERRAÇO, Carlos Eduardo; SOARES, Maria da Conceição. Michel de


Certeau e as pesquisas nos/dos/com os cotidianos em educação no Brasil. In_ Pedagogía
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BENTO, Maria Aparecida Silva. A identidade racial em crianças pequenas. In: BENTO,
Maria Aparecida Silva (org.). Educação infantil, igualdade racial e diversidade:
aspectos políticos, jurídicos, conceituais. São Paulo: Centro de Estudos das Relações de
Trabalho e Desigualdades - CEERT, 2012.

BESSA, Carine dos Santos; ROCHA, Alexandre dos Santos. Africanidades no Brasil:
história e contribuição do povo negro para a formação cultural do nosso país. Revista do
Instituto de Políticas Públicas de Marília, Marília, v.4, n.2, p. 33-44, Jul./Dez., 2018.

CORREA, Marco Aurélio. A infância que brinca com a morte. In_ Revista Justificando.
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CORREA, Marco Aurélio da Conceição Correa. Cinemas afro-atlânticos: diásporas


africanas e os cinemas negros nas tessituras em redes educativas. Ape’Ku. Rio de Janeiro.
2020.

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FU KIAU, K. Kia Bunseki; LUKONDO-WAMBA, A. M. Kindezi: Kôngo art of babysitting.


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FREIRE, Paulo. Política e Educação. São Paulo: Cortez, 2000.

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GADOTTI, Moacir. Educação popular e educação ao longo da vida. 2016. Disponível em:
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GOHN, Maria Gloria. Educação Não-Formal e o Papel do Educador (a) Social.


Revista Meta: Avaliação, [S.l.], v. 1, n. 1, p. 28-43, junho 2009. ISSN 2175-2753. Disponível
em: http://revistas.cesgranrio.org.br/index.php/metaavaliacao/article/view/1/5. Acesso
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GOMES, Nilma Lino. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais


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SILVA, Mariana Martha de Cerqueira. Africanidades e educação popular: uma


análise de propostas e vivências pedagógicas de movimentos negros em Sorocaba. /
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TRINDADE, Azoilda Loretto da. Valores civilizatórios afro-brasileiros e Educação Infantil:


uma contribuição afro-brasileira. In: TRINDADE, Azoilda Loretto da; BRANDÃO, Ana
Paula (org). Modos de brincar: caderno de atividades, saberes e fazeres. Rio de Janeiro:
Fundação Roberto Marinho, 2010.

EDUCAÇÃO: DISCURSO, SUJEITO E SENTIDO NAS DIFERENTES PRÁTICAS


Realina Maria Ferreira
UFU
realinaferreira@hotmail.com

Resumo: A Linguística possui várias subáreas, que analisam variados objetos, geralmente
nomeados como “língua” ou como “linguagem”. Cada perspectiva teórica da Linguística
constrói um objeto de ciência. A Análise de Discurso constrói para si um objeto próprio, o
discurso. Dentre os objetivos da Análise de Discurso está compreender o funcionamento do
discurso, concebido como efeito de sentido, e observar como se produzem as interpretações.
O analista de discurso observa a posição-sujeito, no presente caso a posição do negro, em
funcionamento na produção do discurso, considerando as condições sociais e históricas
determinantes do processo de significação. Para isso, consideram-se as relações entre
língua, sujeito e história. Essa compreensão da significação se sustenta na teoria do discurso
formulada inicialmente por Michel Pêcheux. Os indivíduos são interpelados em sujeitos pela
ideologia, por meio das formações discursivas. Para a compreensão do sujeito e sentido,
precisamos analisar o processo discursivo, o processo de significação. Um determinante
importante desse processo é o funcionamento dos Aparelhos Ideológicos de Estado. Os
Aparelhos Ideológicos de Estado (AIE) correspondem aos seguintes, numa lista incompleta:
[...]o AIE escolar (o sistema das diferentes escolas públicas e particulares), o AIE familiar, o AIE
jurídico, o AIE político (o sistema político de que fazem parte os diferentes partidos) [...]. (ALTHUSSER,
1985, p.43). Para Althusser (1985, p. 48), todos funcionam em conjunto: “a ideologia pela
qual funcionam é sempre unificada apesar das suas contradições e da sua diversidade,
na ideologia dominante, que é a da “classe dominante”. Os aparelhos ideológicos, em seu
funcionamento, produzem, pois, sujeito e sentido. As formações discursivas se realizam nos
aparelhos ideológicos. Os aparelhos instalam certa ordem social por meio da submissão, do
VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 75
assujeitamento. Conforme Althusser (1985, p. 22), os aparelhos “ensinam” conhecimentos
práticos, “mas em moldes que assegurem a sujeição à ideologia dominante ou o manejo da
‘prática desta’”. As condições de produção determinam a interpelação. As formas como o
indivíduo é interpelado em sujeito têm, assim, a determinação dos aparelhos ideológicos
nos quais as práticas discursivas se inscrevem. As condições de produção fazem parte da
construção de sentidos e sujeitos. Diante disso, o objetivo é analisar a posição do sujeito negro
perante os Aparelhos Ideológicos de Estado. Nesse sentido, observar o papel da educação, da
escola e da lei, especificamente para o negro. Posto que, vivemos em uma sociedade repleta
de situações de desigualdade e preconceito.
Palavras-chave: Discurso. Sujeito. Negro.

Referências:

ALTHUSSER, Louis. Aparelhos Ideológicos de Estado: notas sobre os aparelhos


ideológicos de Estado (AIE). Trad. Walter José Evangelista e Maria Laura Valeiros de
Castro.2. Ed. Rio de Janeiro: Edição Graal, 1985.

PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. (trad.)


EniPuccineli Orlandi [et. al.] 2ª Ed. Campinas, SP. Editora da Unicamp, 1995.

ENSINO DE HISTÓRIA NUMA PESPECTIVA ANTIRRACISTA: COMO TER PRÁTICAS


PEDAGÓGICAS ANTIRRACISTAS
Juliana Alves de Sousa
Universidade Federal da Integração Latino-Americana-UNILA
juhistorias@yahoo.com
Orientadora: Iraneide Soares da Silva

Resumo: O texto tem como propósito apresentar a experiência de troca de saberes com
alunos do Curso de História da Universidade Estadual do Piauí-UESPI sobre ensino,
pesquisa e fontes históricas que tratam das mulheres e homens negros diaspóricos. Após
a experiencia prática com alunos, sugiram as seguintes questões: por que há uma evidente
falta de formação e de conhecimento sobre a história dos africanos e seus descendentes no
Brasil? Seria porque as bases teóricas do curso de história são tão eurocentradas, a ponto
de invisibilizar esses sujeitos negros e negras? Como se dão as escolhas das fontes a serem
trabalhadas em sala de aula? Quais os sujeitos evidenciados na historiografia local e nacional?
Foi a partir das questões postas que partimos do pressuposto de que há uma enorme
lacuna no currículo do curso de história da UESPI referente a essas temáticas. O estudo
foi desenvolvido a partir de leituras e reflexões coletivas dos textos de RIBEIRO (2019),
ALMEIDA (2019), QUILOMBA (2019). Dado o contexto já supracitado, metodologicamente
o trabalho foi desenvolvido primeiramente com um levantamento bibliográfico e, depois
exposto e dialogado por meio de mídias digitais, como o Google Meet, resultando em uma
apresentação para a turma, tratando do tema em específico de “Como ser um professor(a)
ou como ter práticas pedagógicas antirracistas?”.
Palavras-chave: História. Racismo. Currículo.

Referências:

ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Polén, 2019. Coleção
Feminismos Plurais.

76 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de
Janeiro: Cobogó, 2019.

RIBEIRO, Djamila. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das Letras,
2019.

ENSINO E DIFERENÇA NO FUNDAMENTAL I: ESPERANÇAR DE UMA SEQUÊNCIA


DIDÁTICA PAUTADA NA FILOSOFIA DA DIFERENÇA EM TEMPOS PANDÊMICOS EM
TERESINA-PI
Náira Jane da Costa Soares
Universidade Federal do Piauí
nairacostasoares@gmail.com
José Gome da Silva Filho
Universidade Federal do Piauí
teresinamesopotamia@gmail.com
Marlia Ferreira Ribeiro
Universidade Federal do Piauí
ferreiraribeiro.marlia@gmail.com

Resumo: Tendo em vista que a escola é um espaço heterogêneo, é preciso que o fazer
pedagógico desde a educação infantil seja pautado em práticas educativas para a reflexão
e acolhimento da diferença. Ademais, diante das transformações pelas quais perpassa a
sociedade, notadamente, por força das imposições pandêmicas, se faz necessário que as
práticas pedagógicas dialoguem com o novo cotidiano educacional dos alunos. Isto posto,
suscitar reflexões sobre a Filosofia da Diferença pode ser um diferencial pedagógico que
venha promover pensar a diferença, embora no ensino híbrido, como vem acontecendo na
cidade de Teresina-PI. Diante disso, o presente trabalho objetiva apresentar uma sequência
didática desenvolvida numa turma de 3º ano de uma escola municipal de Teresina-PI,
de Ensino Fundamental I, a qual buscou promover reflexões no que tange a diferença e
a inclusão. Como procedimentos metodológicos, a sequência didática foi articulada a
partir das contribuições de Schneuwly e Dolz (2004), cuja execução ocorreu em duas aulas
mediante o estudo do livro Pretinha de neve e os Sete Gigantes. Além disso, os teóricos
Deleuze (1988), Gallo (2003), Lanuti e Mantoan (2018), Orrú (2016, 2017, 2020), Freire
(2013) e Silva e Boakari (2012) foram teóricos de base para pensar a sequência didática
utilizada pelo professor. Depreende-se que uma educação verdadeiramente acolhedora e
inclusiva promove um espaço potente para o desenvolvimento intelectual das crianças e, por
outro lado, pensar a diferença e a inclusão no ensino fundamental é esperançar o respeito e
o amor, mesmo em tempos incertos.
Palavras-chave: Didática do Ensino Fundamental. Diferença. Afrodescendência.

Referências

DELEUZE, Gilles. Diferença e Repetição. Rio de Janeiro: Graal, 1988.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido.


Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.

GALLO, Sílvio. Deleuze & a Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 77


LANUTI, Jose Eduardo de Oliveira Evangelista; MANTOAN, Maria Teresa Eglér.
Ressignificar o Ensino e a Aprendizagem a partir da Filosofia da Diferença. Polyphōnía.
Revista de Educación Inclusiva/Polyphōnía. Journal of Inclusive Education,
Santiago do Chile, v. 2, n. 1, p. 119-129, 2018. Disponível em: https://www.aacademica.
org/polyphnia.revista.de.educacion.inclusiva/24. Acesso em: 01 out. 2021.

ORRÚ, Sílvia Ester. A diferença como valor humano: ensaio sobre as contribuições do
pensamento de Boaventura Sousa Santos, Gilles Deleuze e Homi Bhabha para o paradigma
da inclusão. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 34, n. 71, p. 727-764, mai./ago. 2020.
Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/50642.
Acesso em: 01 out. 2021.

ORRÚ, Sílvia Ester. A inclusão menor: um ensaio inspirado na obra “Kafka” de Deleuze
e Guattari. Educação em Foco, Belo Horizonte, v. 19, n. 28, p. 47-73, mai./ago.
2016. Disponível em: https://revista.uemg.br/index.php/educacaoemfoco/article/
view/1197/977. Acesso em: 01 out. 2021.

ORRÚ, Sílvia Ester. Possibilidades de (re) inventar a inclusão para os aprendizes do século
XXI: contribuições da filosofia da diferença de Gilles Deleuze. Educação e Filosofia,
Uberlândia, v. 31, n. 62, p. 1127-1158, mai./ago. 2017. Disponível em: http://www.seer.ufu.
br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/33115. Acesso em: 01 out. 2021.

SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. 3. ed.


Campinas: Mercado de Letras, 2004.

SILVA, Francilene Brito da; BOAKARI, Francis Musa. Corpos que pensam, tocam,
bailam e cantam batuques e gingas sonoras: a educação social em tempos de aprender
brincando. In: FÓRUM INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA, 4., 2012, Parnaíba. Anais
eletrônicos... Campina Grande: Realize Editora, 2012. Disponível em: https://www.
editorarealize.com.br/artigo/visualizar/196. Acesso em: 01 out. 2021.

ESPERANÇAR – RECONHECENDO OS PROTAGONISMOS DAS POPULAÇÕES


AFRODESCENDENTES.
Francis Musa Boakari
Universidade Federal do Piauí - UFPI
musabuakei@yahoo.com

Resumo:
O tema dos CONGEAfros exige que continuemos discutindo e nos informando da
necessidade de compreender, tudo o possível sobre Gênero (mulheres, em especial, as
de descendência africana), educação (escolar e social cultural) e afrodescendência (todas
as pessoas de origem africana sulsaariana, de todos os tempos). O subtema este ano –
“Esperançar em crises históricas”, é convite para discutir-refletir sobre a nossa caminhada
como povo e como pessoas individuais com experiências-narrativas-lições com a vida.
Para gente de descendência africana, falar em “crise” é de fato fazer referência aos nossos
contatos e às consequências contínuas destas relações com tudo que é de origem europeia.
As nossas “crises” vindas das práticas degradantes, exploratórias e desumanas empregadas-
naturalizadas pela elite europeia provocam um esperançar com lutas diversas. Deste modo,
tentamos entender-problematizar o verbo (palavra de ação) esperançar, como uma espera

78 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


ativa-participativa-objetiva-crítica que é companheira histórica dos povos afrodescendentes.
Esta compreensão chama atenção às várias lições como pedagogias por causa de sua
natureza dialógica. Vamos discutir – explicar, descrever, exemplificar, contextualizar,
problematizar as realidades da pedagogia de autoafirmação de pessoas de um grupo
como o Núcleo RODA GRIÔ-GEAfro: gênero, educação e afrodescendência, como mostram
suas atividades através de projetos sobre as mulheres brasileiras afrodescendentes de
sucesso escolar, da “arte como narrativa e cuidado”, e sua participação em pesquisas como
oportunidades-espaços de des(construções) de conhecimentos. Até os CONGEAfros, como
espaços de ensinar-aprender coletivamente, e protagonizar individualmente, exemplificam
estas lutas silenciosas! Conversar sobre uma pedagogia de autoafirmação, e outras assim,
é afirmar que, “as crises” estão sendo aproveitadas para fortalecer a nossa vocação em
esperançar...
Palavras-chave: Afrodescendência. Autoafirmação. Protagonismos.

Referências:

BOAKARI, Francis Musa; SILVA, Francilene Brito da. Os CONGEAfros como narrativas
continuadas e vivas: o que contar sobre ser afrodescendente? In: SILVA, Francilene Brito
da; BOAKARI, Francis Musa. Afrodescendentes em narrativas cotidianas. (E-book,
em prelo). Teresina: EDUFPI, 2021, p.367-383.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido.


Notas de Ana Maria Araújo Freire. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. Disponível em:
https://construindoumaprendizado.files.wordpress.com/2012/12/paulo-freire-pedagogia-
da-esperanc3a7a-desbloqueado.pdf. Acesso em: 30 set. 2021.

NASCIMENTO, Elisa Larkin & GÁ, Luiz Carlos. (Orgs.). Adinkra: sabedoria em símbolos
africanos. Rio de Janeiro: Pallas, 2009.

ESPERANÇAR UMA FORMAÇÃO INICIAL PARA QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS


Luis Fernando Barbosa Rodrigues
Universidade Federal do Piauí
fernando.rodriguees@ufpi.edu.br
Wanderson William Fidalgo de Sousa
Universidade Federal do Piauí
wandersonfidalgo33@gmail.com

Resumo: É possível esperançar uma formação inicial para as questões étnico-raciais?


Partindo do seguinte questionamento: dois jovens em formação inicial em cursos distintos
de licenciatura da Universidade Federal do Piauí-UFPI, visam através deste escrito tecer um
trabalho sobre a existência ou ausência das questões étnico-raciais em sua formação inicial,
a respeito da formação inicial usaremos como aporte teórico Tardif (2002), Pimenta (1999),
Imbernón (2011), entre outros e outras. Desse modo, o presente escrito tem por finalidade
relatar a experiência desses dois jovens em processo formativo inicial para a docência, sendo
um deles graduando em Letras-Língua Inglesa e outro em Pedagogia. Assim, a feitura do
trabalho é de caráter relato de experiência e bibliográfico, buscando identificar em seus
itinerários formativos discussões e/ou componentes curriculares a respeito da temática. Para
tanto, será realizado uma análise do currículo de cada um dos cursos, tendo por principal
objetivo o encontro ou desencontro das questões étnico-raciais, através do médodo de

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 79


análise de conteúdo (BARDIN, 2006). Desse modo, foi possível observar que o formar-se
para as questões étnico-raciais ainda é uma incerteza.
Palavras-chave: Formação inicial. Questões étnico-raciais. Currículo.

Referências:

BARDIN. Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edição70, 2006.

IMBERMÓN, Francisco. Formação docente e profissional: formar-se para a mudança


e a incerteza. [Tradução de Silvana Cobucci Leite]. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

PIMENTA, Selma Garrido. Formação de professores identidade e saberes da docência. In:


PIMENTA, Selma Garrido. Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo:
Cortez, 1999.

TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 11. ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2002.

ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS ESPERANÇANDO O ENFRENTAMENTO À PANDEMIA:


SABERES DE MULHERES AFRODESCENDENTES DE AXÉ
Andresa Barros Santos
Mestranda em Educação do PPGE/UFMA
andresa.barros@discente.ufma.br
Orientadora: Raimunda Nonata da Silva Machado

Resumo: Este trabalho é parte de uma pesquisa de mestrado em andamento e objetiva


investigar as estratégias educativas de enfrentamento à pandemia, construídas por mulheres
afrodescendentes da Casa Fanti-Ashanti. Utiliza os pressupostos teórico-metodológicos da
etnopesquisa crítica, de cunho qualitativa de abordagem etnometodológica, preocupada
com constituição identitária dos terreiros, que são “a materialização simbólica e concreta do
complexo cultural negro-africano, que se mantém vivo e incorporado à sociedade brasileira,
por meio de organizadores civilizatórios invariantes” (ALVES, 2012, p.176). Retoma a
religiosidade da época da escravidão era o ponto de conexão dos afrodescendentes às suas
raízes, por ser uma forma de sobrevivência identitária, onde podiam conservar sobre seus
costumes, suas tradições, seu legado e sua história, propiciando a reconstrução cultural dos
elementos perdidos durante o tráfico negreiro (PIERUCCI; PRANDI, 1996). Tem como
campo de pesquisa a Tenda São Jorge Jardim de Oeira da Nação Fanti-Ashanti, popularmente
conhecida por Casa Fanti-Ashanti, localizada no bairro do Cruzeiro do Anil, em São Luís
do Maranhão, fundada em 1954. A casa é pioneira na prática do Candomblé no estado e é
liderada atualmente pela Yalorixá Kabeca, mulher negra e ativista de movimentos de sociais
de terreiro. Analisa os indicadores sociais que permeiam a mulher afrodescendente na
pandemia, destacando as suas formas de enfrentamento educativo das disparidades étnico-
raciais (ESTRELA et al., 2020), intervindo e esperançando viver bem em tempos de pandemia.
Considera que as mulheres afrodescendentes têm sido notoriamente as mais impactadas e
as mais intervencionistas no esperançar dias melhores. Está presente, na história da mulher
afrodescendente, a luta constante pela sobrevivência, e tradicionalmente as religiões de
matrizes africanas se constituíram enquanto espaços de educação, proteção e acolhimento
à mulher afrodescendente (NASCIMENTO, 2016), resistindo em uma perspectiva freiriana
“com a possibilidade de mudar o mundo, compreendê-lo dinâmico, recusando o discurso de
que a mudança irá acontecer espontaneamente” (MORETTI, 2017).
80 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.
Palavras-chave: Estratégias educativas. Mulher afrodescendente. Comunidade de terreiro.

Referências:

ALVES, Miriam Cristiane. Desde dentro: processos de produção de saúde em uma


comunidade tradicional de terreiro de matriz africana. 2012. Tese (Doutorado em
Psicologia) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Faculdade de
Psicologia, Rio Grande do Sul, 2012.

ESTRELA, F. M.; SOARES, C. F. S. e; CRUZ, M. A.; SILVA, A. F.; SANTOS, J. R. L.; MO-
REIRA, T. M. O.; LIMA, A. B.; SILVA, M. G. Pandemia da Covid-19: Refletindo as vul-
nerabilidades a luz do gênero, raça e classe. Ciências & Saúde Coletiva, 2020. Disponível
em: http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/pandemia-da-covid-19-refletin-
do-as-vulnerabilidades-a-luz-do-genero-raca-e-classe/17581?id=17581 Acesso em: 5 out.
2021.

STRECK R.; REDIN, Euclides; ZITKOSKI, Jaime José (Org.). Dicionário Paulo Freire.
3.ed. 1. reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

NASCIMENTO, Wanderson Flor. Sobre os candomblés como modo de vida: Imagens


filosóficas entre Áfricas e Brasis. Ensaios Filosóficos, Volume XIII, agosto, p. 153- 170,
2016.

PIERUCCI, Antônio Flávio; PRANDI, R. A realidade social das religiões no Brasil.


São Paulo: Hucitec, 1996.

FESTA DE ENCANTADOS: A CELEBRAÇÃO DE SANTO ANTÔNIO EM TEMPO DE


PANDEMIA NO TERECÔ DE CODÓ-MA.
Francisco de Assis Alves
UFMA- Campus Codó
zuult@hotmail.com
Jordan das Chagas Felipe Alves
UFMA- Campus Codó
jordanfelipe010@gmail.com

Resumo: Este artigo lança olhares sobre a festa de santo Antônio, no terreiro que leva o
nome do próprio santo Antônio na cidade de Codó, tido como o primeiro terreiro de terecô do
perímetro urbano da cidade, com o objetivo de categorizar esta festividade como celebração
no que tange o vasto campo dos estudos patrimoniais, e como se trata de uma festa de santo,
se encaixa no que o IPHAN categoriza como Patrimônio Imaterial/Celebração. Utilizamos
os recursos da história oral como entrevistas, com questionário semiestruturado e pesquisa
bibliográfica, tendo como suporte as definições e categorias de patrimônio do IPHAN e sobre
Terecô, buscamos principalmente por base, os textos da pesquisa de Mundicarmo Ferretti
para fomentarmos as discussões.
Palavras-chave: Codó. Terecô. Patrimônio.

Referências:

ALERHT, Martina. Cidade Relicário: uma etnografia sobre terecô, precisão e Encantaria
em Codó (Maranhão). 2013. Tese (doutorado) - Universidade de Brasília, Instituto
VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 81
de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em
Antropologia Social.

BRASIL. Constituição Federal. Art.215. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/


uploads/legislacao/Constituicao_Federal_art_215.pdf. Acesso em: 22 out. 2021.

CENTRINY, Cicero. Terecô de Codó: uma religião a ser descoberta. São Luís: Zona V
Fotografias Ltda, 2015.

FERRETTI, Mundicarmo. Desceu na Guma: o caboclo no tambor de mina em um


terreiro de São Luís- a Casa Fant-Ashant. 2. ed. ver. e atual. São Luís: EDUFMA, 2000.

FERRETTI, Mundicarmo. Encantaria de “Barba Soeira”:Codó, Capital da Magia


Negra? São Luís: CMF., 2000.

FERRETTI, Mundicarmo. Formas Sincréticas das Religiões Afro-Americanas: O


Terecô de Codó (Ma). Disponível em: http://www.repositorio.ufma.br/. Acesso em: 22
out. 2021.

FREIRE. Fladney Francisco Da Silva. TERECÔ: entre Memórias, Territórios e Conflitos.


Outros Tempos, vol. 15, n. 25, 2018, p. 153- 169. ISSN: 1808-8031. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.18817/ot.v15i25.641. Acesso em: 22 out. 2021.

GONÇALVES. José R. S. O Patrimônio como Categoria de Pensamento. 26º


Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais, realizada
em Caxambu, em 23 de outubro de 2002.

IPHAN. Patrimônio Cultural. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/


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1937,bibliogr%C3%A1fico%20ou%20art%C3%ADstico%E2%80%9D%2C%20o%20Artigo.
Acesso em: 22 out. 2021.

IPHAN. Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial. Paris, 17 de


outubro de 2003. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/
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out. 2021.

IPHAN. Fototeca de Registros e Celebrações. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/


fototeca/detalhes/15. Acesso em: 22 out. 2021.

IPHAN. Patrimônio Imaterial. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/


detalhes/234. Acesso em: 22 out. 2021.

LIMA. Conceição de Maria Teixeira. Pagamento de Tambor: Conexões e Visitas no


Terecô em Codó Maranhão. Dissertação (mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Ciências Sociais/cch, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2019.

82 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


HISTÓRIA, CULTURA, EMPODERAMENTO FEMININO E EDUCAÇÃO ESCOLAR NO
QUILOMBO MIMBÓ, PIAUÍ
Dailme Maria da Silva Tavares
Professora na UEMA, Campus Barra do Corda, Maranhão.
dailmetavares16@gmail.com

Resumo: O quilombo Mimbó fica localizado em Amarante, Piauí. A educação escolar


aconteceu por meio das lutas dos quilombolas e pelo esforço de Idelzuita Rabelo da Paixão, a
primeira professora no Mimbó. Idelzuita é uma, dos 11 filhos de seu Pedro Rabelo da Paixão,
um dos patriarcas do quilombo e desde criança sempre quis aprender a ler e estudar. Mas, a
educação era difícil para os quilombolas no passado e na sua infância na década de 1950. Em
1962, a família de Idelzuita mudou-se para a cidade de Regeneração onde ela foi matriculada
na Escola Senador Joaquim Ribeiro, estudou e concluiu os Cursos Primário e o Ginasial. Em
1968, seu Pedro voltou ao Mimbó com sua família. Recorreu a então prefeita de Amarante,
Emília Paixão Costa, para que fosse construída uma escola no quilombo. Idelzuita casou e
se tornou mãe de família. E mesmo não sendo formada com o Curso de Magistério, logo se
prontificou a ensinar o que tinha aprendido na escola de Regeneração ao seu povo, tornando-
se a primeira professora da escola do Mimbó, que foi inaugurada em 1971, era pequena e de
taipa; começou com duas salas de aula com a 1ª e 2ª séries com 35 alunos pela manhã e
a tarde com a 3ª e 4ª séries com mais 35 alunos. Objetivos: levantar, descrever e analisar
aspectos da educação formal e cultura no quilombo. Metodologia: pesquisa bibliográfica e
trabalho de campo com entrevistas abertas com os mais velhos e história oral para levantar
através das memórias, aspectos da cultura e educação no quilombo. Resultados: a escola
Pedro Rabelo da Paixão é resultado da luta dos quilombolas pelo direito a educação escolar.
Tem boa estrutura, mas os professores e os livros didáticos utilizados no processo de ensino
e aprendizagem vêm de Amarante. Nestes livros não existem referências a cultura negra,
prevalecendo o estudo da cultura eurocêntrica. A lei 10.639/2003 que é obrigatória no
ensino fundamental e médio sobre a história dos negros não é efetivada. Mas, os quilombolas
resistem; criaram suas referências, valorizam sua negritude e seus heróis como Pedro Rabelo
da Paixão e a professora Idelzuita e, em novembro, fazem o Festival Afro em homenagem a
Zumbi dos Palmares.
Palavras-chave: Quilombo. Empoderamento Feminino. Educação.

Referências:

CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o Feminismo: A situação da mulher negra na América


Latina a partir de uma perspectiva de gênero. In: ASHOKA, Empreendedores Sociais e
Takano Cidadania (org.). Racismos Contemporâneos. Rio de Janeiro: Takano Ed., 2003.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1984.

GONZALEZ, Lélia. Lugar de negro. Rio de Janeiro, Editora Marco Zero, 1982.

MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional


versus identidade negra. Petropolis, Rj: Vozes, 1999.

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 83


INDÍGENAS EM UMA AULA REMOTA: UM TREINO NA SALA VIRTUAL, UMA LIÇÃO
PARA A VIDA
Erica de Sousa Costa
Universidade Estadual do Maranhão – UEMA/CESBA
const_erica@hotmail.com
Geoésley J. N. Mendes
Universidade Estadual do Maranhão – UEMA/CESBA
geonmendes@gmail.com

Resumo: O trabalho relata uma experiência (LAROSSA, 2002; 2011) com a temática indígena
no contexto de uma aula no modelo remoto. Não trata, diretamente, do estudo de conteúdos
referentes à esta temática. Tal experiência ocorreu no processo de elaboração, bem como da
exposição da aula para a turma do 7º período do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual
do Maranhão (UEMA), Centro de Estudos Superiores de Balsas (CESBA), em meados de
2021, como parte das atividades práticas requeridas pela/na disciplina Fundamentos
e Metodologias do Ensino de História. O principal objetivo aqui é refletir sobre o modo
com que a autora se aproximou da temática em questão, ou foi por esta afetada, enquanto
professora e pedagoga em formação, à luz do conceito de práxis educativa de Paulo Freire
(1992), tangente, a nosso ver, à perspectiva do esperançar. Acreditamos e defendemos que
o encontro (PASSOS, 2014) com as histórias e culturas política e historicamente negadas
pelo pensamento eurocêntrico/capitalista carrega em si a potência de nos mover e nos
transformar. Portanto, então, queremos propor a visi/dizibilização (percepção e enunciação)
das histórias e culturas indígenas, de um modo geral, como condição de deslocamento, isto
é, transformação/humanização de nossa prática pedagógica, da educação brasileira.
Palavras-chave: Temática indígena. Experiência educativa. Esperançar em aula remota.

Referências bibliográficas

FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.


LARROSA, Jorge. Experiência e Alteridade em Educação. Revista Reflexão e Ação, Santa
Cruz do Sul, v.19, n2, p.04-27, jul./dez. 2011.

FREIRE, Paulo. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Tradução de João


Wanderley Geraldi. Revista Brasileira de Educação. Jan/Fev/Mar/Abr 2002.

PASSOS, Mailsa C. P. Encontros cotidianos e a pesquisa em Educação: relações raciais,


experiência dialógica e processos de identificação. Educar em Revista, Curitiba, n. 51, p.
227-242, jan./mar. 2014.

LIBERTAÇÃO X INTEGRAÇÃO: A CONDIÇÃO DA POPULAÇÃO NEGRA NA SOCIEDADE


BRASILEIRA NO PERÍODO PÓS-ESCRAVIDÃO
Kamila Evelyn Martins Marques (Bolsista CAPES)
Universidade Federal de Catalão-UFCAT
kamilaevilyn@gmail.com
Maria Zenaide Alves
Universidade Federal de Catalão-UFCAT
zenpiaui@yahoo.com.br

Resumo: As reflexões aqui propostas surgem a partir da seguinte problemática: Será que

84 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


havia um projeto de integração do povo negro na sociedade após a abolição?Na origem
do Brasil, negros e negras foram traficados e de forma arbitrária foi-lhes estabelecido a
condição de escravizado, condição esta que perdurou de 1549 até 1888, mais de trezentos
anos de escravidão negra. Após uma confluência de fatores políticos e econômicos, a Lei
Aurea foi sancionada em 1888, no entanto, não promoveu de fato, um projeto de integração
dos ex-escravizados e seus descendentes à sociedade, pelo contrário, existiam dispositivos
legais que impossibilitavam essa integração do negro (a) à sociedade (NASCIMENTO,
2016). Um exemplo é a Lei n° 601, de 1850, conhecida como a Lei de Terras, primeiro
aparato legal a regulamentar a posse de terra no Brasil, porém dificultava o acesso à terra
aos negros (as) e ainda privilegiava a mão de obra estrangeira. Além do mais, muitos ex-
escravizados foram impedidos da escolarização/educação formal (Decreto n° 1.331). Poucos
negros (as) conseguiam ter acesso à educação, chegando no máximo ao ensino primário.
Uma educação que primava por um modelo eurocêntrico e racista e que não promovia
estratégias e ações que garantissem a permanência desses sujeitos, dificultando o sucesso
escolar. Além do racismo, a pobreza e a discriminação social dificultavam ainda mais a
integração da população negra à sociedade (SCHWARCZ, 2019; MOURA, 1992; GOMES,
2017). Portanto, percebe-se que não houve de fato um projeto de integração da população
negra na sociedade. A falta de políticas e de um projeto antirracista se constituiu no que se
entende hoje por racismo estrutural. Apesar de ser uma conquista tardia e de ser uma luta
de reinvindicação encabeçada pelos os movimentos negros na década de 80, as políticas de
ações afirmativas se configuram como medidas que visam a integração dos negros e negras
em variados setores da sociedade, buscando mitigar o que deveria ter sido realizado logo
após a libertação dos negros (as) escravizados (as) em 1888 com a Lei Aurea. Um projeto de
sociedade antirracista comprometido, com estas questões, colabora com a democratização
dos espaços educacionais e sociais, visando o reconhecimento e a valorização da diversidade
étnico-racial, uma vez que a população negra necessita de uma reparação histórica de
oportunidades, de projetos educacionais, de políticas de ações afirmativas consistentes,
buscando reconstruir a história do povo negro na sociedade (MUNANGA, 2005; GARCIA,
2012; SANTOS, 2007).Atualmente, temos como políticas de ações afirmativas fundamentais
para a integração da população negra na sociedade a Lei nº 10.639/03; a Lei nº 7.716/89,
Lei nº 12.288/10; Lei nº 12.711/12, dentre outras, que mesmo sancionadas recentemente, já
contribuem com a integração do povo negro na sociedade. Portanto, este resumo é fruto de
uma dissertação que está sendo tecida e parte de uma abordagem qualitativa, sendo o estudo
bibliográfico instrumento de pesquisa utilizado na compreensão do objeto.
Palavras-chave: Libertação. Integração. População Negra.

Referências:

ALMEIDA, Marco AntonioBettine de; SANCHEZ, Livia. Os negros na legislação


educacional e educação formal no Brasil. Universidade de São Paulo, USP, São Paulo-
SP, Revista Eletrônica de Educação, v. 10, n. 2, p. 234-246, 2016.

BRASIL. Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850.

BRASIL. Lei nº 1.331-A, de 17 de fevereiro de 1854.

BRASIL. Lei n.º 3 353, de 13 de maio de 1888.

GARCIA, Allysson Fernandes. Discriminação preconceito racial e comportamento social.


In: BRASIL. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 85


Superior. Educação para as relações Étnicorraciais. Universidade Federal de Goiás.
– 2. Ed. – Goiânia: FUNAPE:UFG/Ciar, 2012.

GOMES, N. L (2017). O Movimento Negro educador: saberes construídos nas lutas por
emancipação. Petrópolis, RJ: Vozes.

KABENGELE, Munanga (ORG). Superando o Racismo na escola. 2ª edição revisada


– [Brasília]: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e
Diversidade, 2005.

MOURA, Clóvis. História do Negro no Brasil. São Paulo: Editora Ática, 1989.

NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo


mascarado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

SANTOS, Salles. Augusto. Movimentos negros, educação e ações afirmativas. Tese


(Doutorado) – Universidade de Brasília, Brasília, 2007.

SCHWARCZ, L. Sobre o autoritarismo brasileiro. São Paulo: Companhia das letras,


2019.

LIMA BARRETO E O PECADO DE SER NEGRO NO BRASIL


Weberson de Aquino Lima
Universidade Estadual do Piauí-UESPI
webersonaquino@hotmail.com

Resumo: Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922) foi um escritor impar no cenário
das letras nacionais. Neto de escravizados e filho de libertos (SCHWARCZ, 2017), este autor
é para boa parte dos estudiosos de sua obra, um dos primeiros nomes da literatura brasileira
a se reconhecer e se definir como escritor negro (BROOKSHAW, 1983. CUTI, 2011). Lima
Barreto opõe-se ao preconceito e ao racismo estrutural das instituições brasileiras do final
do século XIX e início do século XX, com sua prosa inovadora e seu estilo ácido e combativo.
Cuti (2011) chama atenção para o fato que é “sintomática é a ausência de bibliografia sobre
o racismo em diversos estudos sobre a obra de Lima Barreto” (CUTI, 2011, p. 19). Para
Cuti (2011) é como se a denúncia racial do texto barretiano fosse matéria sabida por todos,
que não necessitasse de reflexão aprofundada, mesmo que Lima Barreto tenha insistido
com todo vigor na denúncia à conduta racista da sociedade brasileira no tratamento da
população afro-brasileira, como é mostrado em seus contos, romances, contos, crônicas,
textos jornalísticos e diários. Diante desta afirmação esse trabalho logra contextualizar a
obra de Lima Barreto, inicialmente pontuando questões importantes sobre a escrita do
autor, sua atitude denunciatória, recepção e a dimensão dessa obra através da fortuna crítica.
Posteriormente se realiza uma análise do conto póstumo “O pecado” (1924), que metaforiza
de maneira bem-humorada, porém muito ácida e cortante o lugar que a sociedade branca
brasileira destinou aos indivíduos negros, ilustrando questões sobre o racismo estrutural e
institucional (ALMEIDA, 2019; KILOMBA, 2019).
Palavras-chave: Lima Barreto. Conto. Literatura Afro-brasileira.

Referências:

ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen Produção Editorial LTDA,

86 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


2019. Coleção Feminismos Plurais.

BARRETO, Lima. O pecado. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz. (Org.). Contos completos de
Lima Barreto. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2010. p. 546-547.

BROOKSHAW, David. Raça & cor na literatura brasileira. Porto Alegre: Mercado
Aberto, 1983.

CUTI, Luiz Silva. Lima Barreto. São Paulo: Selo Negro, 2011. Coleção retratos do Brasil
negro.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios do racismo no quotidiano.


Lisboa: Orfeu Negro. 2019.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. Lima Barreto-triste visionário. São Paulo: Editora


Companhia das Letras, 2017.

MAFROEDUC OLÙKỌ́: LUGAR DE ESPERANÇAR FORMAÇÃO DOCENTE MULHERISTA


E AFROCÊNTRICA
Soraia Lima Ribeiro de Sousa
Mestranda PPGE/UFMA
soraia.lima@ufma.br
Orientadora: Raimunda Nonata da Silva Machado

Resumo: Segundo a LDB 9394/96, a formação inicial docente deve ocorrer no âmbito
das universidades brasileiras, instituições sociais que não estão isentas de reproduzir o
racismo e sexismo que estruturam a sociedade brasileira. Este trabalho objetiva investigar
as contribuições dos estudos e pesquisas do grupo de pesquisa MAfroEduc Olùkọ́ para
uma formação docente sustentada por princípios da afrocentricidade (ASANTE, 2009) e de
estudos mulheristas, averiguando se esses estudos fazem parte daquilo que Dussel (2016)
chamou de estudos transmodernos. Tem abordagem da pesquisa qualitativa, do tipo estudo
de caso, de cunho bibliográfico com levantamento da produção de pesquisas e publicações
desenvolvidas pelas/os participantes do grupo, no período de 2017 a 2021, por meio de
preenchimento de formulário eletrônico também, apoiado com consultas aos currículos
lattes e acesso a documentos e registros da coordenação do grupo. É possível constatar que as
ações que MAfroEduc Olùkọ́ realiza são atividades de esperançar, em tempos de pandemia
e de crises históricas, valorizando rigorosidades e amorosidades, a partir da inclusão de
narrativas, histórias, saberes e experiências locais que são marginalizados e subalternizados
pela academia. Ao MAfroEduc Olùkọ́interessa os estudos sobre práticas educativas e de
formação docente que promovam a arqueologia da apropriação de saberes por mulheres
quilombolas, quebradeiras de coco babaçu, mulheres de terreiro em diálogo com professoras
afrouniversitárias e estudantes pesquisadoras/es da Universidade Federal do Maranhão.
Palavras-chave: MAfroEduc. Formação Docente.

Referências:

ASANTE, Molefi Kete. Afrocentricidade: notas sobre uma posição disciplinar. In:
NASCIMENTO, Elisa Larkin. (Org). Afrocentricidade. São Paulo: Selo Negro, 2009.

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 87


DUSSEL, Enrique. Transmodernidade e interculturalidade: interpretação a partir
da filosofia da libertação. Revista Sociedade e Estado. V. 31, n. 1, jan./abr. 2016.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/se/a/wcP4VWBVw6QNbvq8TngggQk/?lang=pt.
Acesso em: 12 mai. 2020.

MULHERES AFRODESCENDENTES NA EJA: SUAS HISTÓRIAS E CONQUISTAS


Efigênia Alves Neres
Universidade Estadual do Maranhão
E-mail: efigeniaufpi@hotmail.com

Resumo: O presente texto expõe alguns resultados de estudos e experiências vivenciadas


no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Piauí- PPGEd/
UFPI. Com base na pesquisa que resultou na Dissertação intitulada “Histórias que se cruzam
na EJA: as Trajetórias de Vida de Mulheres Afrodescendentes de Sucesso Educacional”,
problematizou-se como mulheres afrodescendentes interpretam a sua trajetória de vida e sua
passagem pela Educação de Jovens e Adultos (EJA), expondo também, implicações advindas
destas em suas formas de organização da vida e no enfrentamento das suas dificuldades
socioculturais, considerando os fatores de gênero-raça-classe. Neste artigo, buscamos refletir
especificamente sobre as memórias de duas mulheres afrodescendentes, egressas da EJA,
participantes da citada investigação. A intenção foi analisar, a partir das histórias de vida
de cada uma, as táticas utilizadas para que pudessem alcançar a emancipação social e assim
obterem o sucesso educacional/profissional, desejado por cada uma, de maneira singular.
As discussões foram feitas a partir dos seguintes autores/as: Arroyo (2014; 2017), Boakari
(2010; 2015; 2019), Certeau (1994), Guimarães (2013), Martins (2013), dentre outros/as.
A análise dos dados e as suas interpretações evidenciaram que há lições nas trajetórias
educativas, que nos mostram como essas mulheres utilizaram o direito a educação, como
ferramenta para superar algumas dificuldades impostas pela condição interseccional de ser
mulher-afrodescendente-pobre no Brasil. Essas mulheres afrodescendentes, por meio de
táticas subverteram a lógica social brasileira e ocuparam lugares que não eram comuns a
elas, nem para muitas outras com características semelhantes e em condições parecidas.
Evidenciou-se que ser mulher afrodescendente no Brasil, ainda é lutar constantemente para
o rompimento de barreiras – muitas explícitas, e tantas outras ainda invisibilizadas. Romper
barreiras, significa, portanto, acessar espaços de protagonismos, entrar em profissões
variadas, participar de movimentos sociais, fazer jus de compor os estratos sociais com
maior poder aquisitivo, entre outros, a fim de alcançar o exercício da cidadania, desafiando
os poderes instituídos e os preconceitos históricos.
Palavras-chave: Mulheres Afrodescendentes. EJA. Histórias e Conquistas.

Referências:

ARROYO, Miguel González. Passageiros da Noite do Trabalho para a EJA:


Itinerários pelo Direito a uma Vida Justa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.

ARROYO, Miguel González. Outros sujeitos, outras pedagogias. Petrópolis: Vozes,


2014.

BOAKARI, Francis Musa. Mulheres afrodescendentes de sucesso: confrontando


as discriminações brasileiras. Fazendo Gênero, n. 9: diásporas, diversidades,
deslocamentos. Santa Catarina: 2010.

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BOAKARI, Francis Musa. Mulheres Afrodescendentes de Sucesso: o discurso do fazer,
fazendo diferenças. In: BOAKARI, Francis Musa; FORTES, Ana C. Magalhães; MARTINS,
Lucienia L. Pinheiro. et al (orgs). Educação, Gênero e Afrodescendência: a dinâmica
das lutas de mulheres na transformação social. Curitiba, PR:CRV, 2015. p. 21-44.

BOAKARI, Francis Musa. Das experiências, nossas vozes epistêmicas: questionar e


construir saberes-conhecimentos problematizadores. In: MACHADO, Raimunda Nonata
da Silva. SILVA, Sirlene Mota Pinheiro da. Vozes epistêmicas e saberes plurais. São
Luís: EDUFMA, 2019. p.77-100.

CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano I: as artes do fazer. Petrópolis: Vozes,


1994.

GUIMARÃES, Reinaldo da Silva. Afrocidadanização: ações afirmativas e trajetórias de


vida no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; São Paulo: Selo Negro, 2013.
MARTINS, Luciênia Libânia Pinheiro. Afrorresilientes: a resiliência de mulheres
afrodescendentes de sucesso educacional. Dissertação (Mestrado em Educação)
-Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2013.

NA PASSARELA ROUPA COM INSPIRAÇÃO NA RELIGIOSIBADE AFRO-BRASILEIRA


L’Hosana Céres de Miranda Tavares
Universidade Federal do Piauí (UFPI)/(PPGED)
lhosana.ceres@ifpi.edu.br

Resumo: O presente é parte da pesquisa intitulada “As aprendizagens de um desfile


de moda afro: reflexões sobre o racismo no Brasil”, objetiva analisar as aprendizagens
construídas e desconstruídas sobre afrodescendência a partir dos frutos de um projeto de
extensão, protocolado junto ao Instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia do Piauí
(IFPI), Campus Teresina Zona Sul (CTZS), intitulado “Atelier de práticas educativas: o que
se aprende com um desfile de moda afro?”. Trabalhamos com discentes do Curso Superior
em Tecnologia do Design de Moda (4º e 6º períodos), num total de 19 (dezenove) estudantes
de julho a novembro de 2019. As atividades foram desenvolvidas no Memorial Esperança
Garcia e o desfile, ápice dessa extensão, ocorreu no próprio memorial no dia 22/11/2019,
durante a Festa da Beleza Negra, nas comemorações do dia da consciência negra. Aqui,
o nosso recorte é analisar as narrativas desses partícipes expressas nos croquis, no caso
apenas aqueles croquis representativos das inspirações na religiosidade de nossos ancestrais
africanos. Vamos nos amparar em teóricos como Freire (1987,1979, 1996,2001); Boakari e
Silva (2020), Hooks (2013) para tratar de educação. Ribeiro (2019), Almeida (2019), Fanon
(1968, 2008) Kilomba (2019) para tratar de racismo. Vilaseca (2011), Queiroz (2014) para
falar de desfile. Paiva (2008) para tratar de Metodologia entre outros. Somos conhecedoras
de que as religiões, representadas pelos terreiros, foram um baluarte na preservação da
cultura africana neste país. Os resultados apontam para uma desconstrução de histórias
únicas sobre nossos ancestrais africanos e vislumbram um profissional mais crítico com
relação ao seu fazer.
Palavras-chave: Desfile de Moda Afro; Prática educativa; Racismo.

Referências:

ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo Estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 89


BOAKARI, Francis Musa; SILVA, Francilene Brito da. Práticas educativas como relações
dialógicas necessárias até hoje: De Garama para muitos chãos. In: ADAD, Shara Jane
Holanda; LIMA, Joana D’Arc de Sousa; BRITO, Antônia Edna. Práticas educativas
[livro eletrônico]: múltiplas experiências em Educação. Fortaleza, CE: Editora da UECE,
2021. Disponível em: http://www.uece.br/eduece/dmdocuments/PR%C3%81TICAS%20
EDUCATIVAS%20M%C3%9ALTIPLAS%20EXPERI%C3%8ANCIAS%20EM%20
EDUCA%C3%87%C3%83O.pdf. Acesso em: 28 out. 2021.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São


Paulo: Paz e Terra, 1996.

FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao


pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Cortez & Moraes, 1979.

FREIRE, Paulo. Política e educação: ensaios. 5 ed. São Paulo: Cortez, 2001.

FANON, Frantz. Peles negras, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA. 2008 183

FANON, Frantz. Os condenados da terra. Rio de Janeiro. Ed. Civilização Brasileira.


1968.

HOOKS, bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São


Paulo: Editora WMF; Martins Fontes, 2013

KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: episódios de racismo quotidiano. Lisboa:


Orfeu Negro, 2019.

PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira e. A pesquisa narrativa:


uma introdução. 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbla/a/
gPC5BsmLqFS7rdRWmSrDc3q/?lang=pt&format=pdf. Acesso: 19 jul. 2021.

QUEIROZ, Mário Antônio Pinto de. Organização de desfiles. São Paulo: Érica, 2014

RIBEIRO, Djamila. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia da Letras,


2019.

VILASECA, Estel. Como fazer um desfile de moda. São Paulo: Ed SENAC-São Paulo,
2011.

NARRATIVAS DE VIDA DE MULHERES AFRODESCENDENTES NAS RODAS DE


CONVERSAS DO NÚCLEO RODA GRIÔ GEAFRO, UFPI: APRENDENDO COM AS
VIVÊNCIAS
Marcieva da Silva Moreira
Universidade Federal do Piauí
marcieva2010@hotmail.com
Francis Musa Boakari
Universidade Federal do Piauí

90 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


musabuakei@yahoo.com

Resumo: Este trabalho analisa como as narrativas de vida de mulheres afrodescendentes


nas Rodas do Núcleo de Estudos e Pesquisas Roda Griô GEAfro - UFPI podem fortalecer
outros horizontes que permeiam os caminhos, as experiências e as vivências da mulher
afrodescendente, contada através de suas narrativas orais e escritas nos encontros do Núcleo.
O Núcleo de Estudos e Pesquisas Roda Griô – GEAfro: Gênero, educação, e afrodescendência
é voltado, também, a contextos de políticas públicas brasileiras que envolvem gênero,
educação e afrodescendência, sobretudo as discussões locais/nacionais que afrocentram,
a partir do cotidiano sociocultural do(a) afrodescendente que se relaciona com as heranças
culturais. No debate proposto, materializamos discutir/estudar/analisar obras bibliográficas
que narram histórias de vida de mulheres afrodescendentes que conseguiram chegar e se
projetar no campo da escrita, como: Conceição Evaristo (2016), no conto “Duzu Querença”,
de sua obra ‘Olhos d’ Água’e Maria Sueli Rodrigues de Souza (2017), no dossiê da “Carta
Esperança Garcia”, como uma tentativa de compreender como as mulheres afrodescendentes
vêm sendo interpretadas, inseridas e vistas no nosso país, inteirando com os relatos de
experiências de participantes da Roda Griô, em razão dessas mulheres que fazem parte do
núcleo, e de obras referenciadas no campo da ciência e pesquisa que dão sentido narrativo
produzido pela academia. Considera-se, portanto, que é preciso construir vivências e
espaços que permitam narrar ou envolver outras narrativas de mulheres afrodescendentes,
que fortaleçam a produção científica para o mundo da escrita e da pesquisa, pois essa escrita
encoraja outras mulheres afrodescendentes a produzirem saberes voltados em questões
de gênero, educação e afrodescendência. Tais ações contribuem para que se possa com as
escravizações, que está nas margens das vivências da realidade social do país, fruto das
desigualdades culturais e colonialistas.
Palavras-Chave: Narrativa de vida. Mulher Afrodescendente. Núcleo Roda Griô GEAfro.

Referências:

ARRAES, Jarid. Heroínas negras brasileiras: em 15 cordéis. São Paulo:


Polén,2017. Disponível em: https://staticssubmarino.b2w.io/sherlock/books/
firstChapter/2120915096.pdf.acesso em: 30 out. 2021.

BOAKARI, Francis Musa. Estórias de Brasileiras Afrodescendentes de Sucesso:


diferenciações intergeracionais de raça e gênero na Educação. Teresina, PPged-CCE, 2010.

BOAKARI, Francis Musa. Mulheres Brasileiras Afrodescendentes de Sucesso


Escolar: o projeto de pesquisa como espaço-fonte de (dês) construções. Teresina, PPged-
CCE,2021.

EVARISTO, Conceição. Olhos D’água. 1. ed. Rio de Janeiro: Pallas: Fundação Biblioteca
Nacional, 2016.

SILVA, Francilene Brito da. Mulheres e Crianças Afrodescendentes nas artes visuais
brasileiras: Imagens-narrativas educam. Redoc – Revista Docência e Cibercultura, Rio de
Janeiro, v. 3, n. 3, p. 92-104, set./dez. 2019.

SILVA, Francilene Brito da. Imagens de Mulheres e Crianças Afrodiaspóricas:


Narrativas piauienses para além do Museu brasileiro. 2017. 199f. Tese (Doutorado em
Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade do Estado do Rio de

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 91


Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.

SOUSA, Maria Sueli Rodrigues de. et al. Dossiê Esperança Garcia: símbolo de
resistência na luta pelo Direito. Teresina: EdUFPI, 2017.

NARRATIVAS E CUIDADOS DAS PESSOAS AFRODESCENDENTES EM RELAÇÃO À


PANDEMIA: PARA ALÉM DE UMA EXTENSÃO
Paulo de Tarso Xavier Sousa Junior
Universidade Federal de Santa Maria
paulo_juniorpio@hotmail.com
Francilene Brito da Silva
Universidade Federal do Piauí
artlenha@ufpi.edu.br

Resumo: Este trabalho consiste na descrição de uma experiência exitosa de extensão de


uma instituição de ensino superior. Seu principal objetivo buscou descobrir práticas de
bem-viver criadas no dia-a-dia dos sujeitos afrodescendentes perante o cenário pandêmico.
Os participantes deste projeto discutiram iniciativas no cuidado de si e dos outros, na
relação entre o cotidiano e a atual situação de convivência com o novo coronavírus, bem
como, com as velhas dificuldades existentes. As intervenções foram, inclusive, a construção
de uma rede de apoio coletiva como: escuta e abertura para novos hábitos dentre tantas
práticas que surgiram. Os encontros ocorreram semanalmente entre os meses de agosto à
dezembro de 2020, de maneira remota. Fizemos diálogos e reflexões sobre textos, notícias,
recursos audiovisuais e demais produções de informações e ações preventivas do campo da
subjetividade humana. As discussões provenientes foram geridas por meio dos trabalhos de
Aexandroff (2012), Freire (2014), Garrido e Rodrigues (2020), Melo (2020), Ribeiro (2019),
Sampaio e Meneghetti (2020) e Santos e Fossá (2020). O embasamento teórico deu margem
as compreensões que emergiram durante as ações da extensão. O trabalho propiciou a
construção de um e-book como narrativas em processos de elaboração coletiva de uma escuta
sensível, por meio de modos de partilhas em grupo. Além disso, os encontros promoveram
reflexões das vivências de si na relação com a produção comunitária de conhecimentos
adquiridos mutuamente, mentalmente e culturalmente.
Palavras-chave: Pandemia. Resiliência. Esperançar.

Referências:

ALEXANDROFF, M. C. O Papel das emoções na constituição do sujeito. Constr.


psicopedag., São Paulo, v. 20, n. 20, p. 35-56, 2012.

FREIRE, P. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do


oprimido. Editora Paz e Terra, 2014.

GARRIDO, R. G.; RODRIGUES, R. C. Restrição de contato social e saúde mental na


pandemia: possíveis impactos das condicionantes sociais. Journal of Health &
Biological Sciences, v. 8, n. 1, p. 1-9, 2020.

MELO, B. D. et al. (org). Saúde mental e atenção psicossocial na pandemia


COVID-19: recomendações para gestores. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2020.
RIBEIRO, D. Lugar de fala. Pólen Produção Editorial LTDA, 2019.

92 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


SAMPAIO, S. S.; MENEGHETTI, G. Entre a vida e a morte: Estado, racismo e a “pandemia
do extermínio” no Brasil. Revista Katálysis, v. 23, n. 3, p. 635-647, 2020.

SANTOS, M. C.; FOSSÁ, M. I. T. A DISPUTA PELO PODER POLÍTICO EM MEIO À


PANDEMIA DE COVID-19: ANÁLISE DO CONFRONTO ENTRE JOÃO DORIA E JAIR
BOLSONARO. Revista Panorama-Revista de Comunicação Social, v. 10, n. 1, 2020.

OUTRAS NARRATIVAS, “NOVAS”/VELHAS EPISTEMOLOGIAS: TRAJETÓRIAS


EPISTÊMICAS DE PESQUISADORAS/ES DESOBEDECEM(SER-SENDO)
Simoní Portela Leal
Universidade Federal do Piauí -UFPI
simoniportela@gmail.com
Alisson Emanuel Silva
Universidade Federal do Piauí – UFPI
Alissonemanuel18@hotmail.com

Resumo:  Durante as discussões nas aulas da matéria de “Epistemologia da Pesquisa


Educacional”, escutamos de colegas da turma que trabalham outras abordagens epistêmicas,
como o giro e/ou opção decolonial  era uma proposta desafiadora para fazer(-se) na/da
pesquisa, “por ser uma discussão nova e sem muitos referenciais e fontes”. A desobediência
epistêmica como metodologia, instigada aqui a partir dos dizeres de Walter Mignolo (2008),
Ramon Grosfoguel e Anibal Quijano (2010), não é uma tarefa fácil, pois leva a questionar
a construção do ser como apontam as ideias de Sueli Carneiro (2005), a reconhecer
uma existência de vazios/cheios  de  desaprendizagem, mas quem se propõe ao apelo
reconhece a importância do aprender a desaprender, do devir sob narrativas enunciativas
para desobede(ser-sendo) Assim, a proposta desse trabalho é para dialogarmos com
referências e experiências que deem conta da pluralidade de narrativas e epistemologias,
por vezes invisibilizadas na historiografia oficial hegemônica ocidentalizada, no entanto se
constituem no hodierno como “nova” - velha proposta de fazer pesquisa. O chamado é de
escuta e reconhecimento das trajetórias de pesquisadoras/es, bem como as contribuições
das suas orientações teóricas para consciência não só do ser  enquanto lugar-poder de
fala que ocupa no espaço acadêmico, mas um fazer-se e principalmente um tornar-se ser
crítico na relação com os outros – subjetividades se refazendo com e para alteridades, em
realidades dinâmicas.
Palavras-chave: Narrativas. Epistemologias. Subjetividades-Alteridades.

Referências:

BOAKARI, Francis Musa; ALVES, Regina dos Santos Abreu; SILVA, Francilene Brito.
“Síndrome da luta maior”: um perigo para a educação anti-discriminatória. Revista
Educação e Cultura Contemporânea, vol. 16, nº 45 (2019)

CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como


fundamento do ser. Tese (Doutorado). USP, São Paulo, 2005.

GROSFOGUEL, Ramón. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas:


racismo/sexismo epistémico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI.
Revista Sociedade e Estado, v. 31, n. 1, jan/abr 2016

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 93


LEAL, Simoní Portela. “Já conheci com essa nação, o chamado negro”: etnicidade,
territorialidade e educação nas Comunidades Quilombolas de Barro Vermelho e Contente
em Paulistana-PI (2000-2019). UFPI. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do
Piauí, Programa de Pós-graduação em História do Brasil, 2020.

MINAYO, Maria Cecilia de Souza; GUERRIERO, Iara Coelho Zito. Reflexividade como
ethos das pesquisas antropológicas e qualitativas. Revista Ciência & Saúde Coletiva
para a Sociedade. V.19, no. 04, RJ, 2014. http://www.scielo.br/pdf/csc/v19n4/1413-
8123-csc-19-04-01103.pdf. Acesso: 01.09.17.

MIGNOLO, Walter D. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado


de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e
identidade, no 34, 2008.

QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder e classificação social. In.: SANTOS, Boaventura


de Sousa; MENESES, Maria Paula. (Orgs.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez,
2010.

SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula. (Orgs.). Epistemologias do sul.


São Paulo: Cortez, 2010.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora


UFMG. 2010.

PEDAGOGIA DO MOVIMENTO NEGRO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR


Vitória Rayssa Holanda da Silva
UFMA/PIBIC/CNPq
Orientadora: Raimunda Nonata da Silva Machado

Resumo: O estudo sobre a “Pedagogia do Movimento Negro na educação superior”, realiza


uma arqueologia de movimentos sociais universitários, a partir das práticas educativas de
professoras afrodescendentes universitárias em cursos de licenciatura da Universidade
Federal do Maranhão (UFMA). Considera as omissões ou apagamentos na representatividade
deste movimento nas atuações de mulheres professoras e no reconhecimento das suas
trajetórias, dificuldades e conquistas no ensino superior (GOMES, 2017). No contexto
pandêmico, ocasionada pela Covid-19, este estudo realizou pesquisas bibliográficas em
acervos digitais e físicos sobre a história do movimento negro, possibilitando novos
instrumentos teóricos, políticos, ideológicos e analíticos quando articulado com narrativas
de professoras afrouniversitárias, oriundas de entrevistas realizadas antes da pandemia.
Investiga memórias de pedagogias de militância a partir das experiências da professora
doutoranda Maria da Guia Viana, do Curso de Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-
brasileiros (LIESAFRO/UFMA). Constata a presença da pedagogia do Movimento Negro
dentro da academia no reconhecimento do ser intelectual negro/a e nas práticas de resistência
às violências racistas através das pedagogias de militância. A professora Maria da Guia Viana
permanece em movimento de resistência na constituição de pedagogias do Movimento Negro
na educação superior. A Pedagogia do Movimento Negro não representa apenas lembranças,
tem sentido nas memórias coletivas das tradições vivas em outras epistemologias, como as
afrocentradas, visando o (re)posicionamento da população afrodescendente como agente de
sua própria história.

94 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


Palavras-chave: Pedagogia Militante. Movimento Negro. Professoras Afrouniversitárias.

Referências:

GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais na contemporaneidade. In: Revista Brasileira


de Educação, v. 16, n. 47, mai/ago, 2011.

GOMES, Ana B. Sousa A Pedagogia do Movimento Negro em instituições de


ensino em Teresina, Piauí. Teresina: EDUFPI, 2015.

GOMES, Nilma L. Intelectuais negros e produção do conhecimento: algumas reflexões


sobre a realidade brasileira. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula.
(Orgs.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 492-516.

GOMES, Nilma L. O Movimento Negro educador: saberes construídos nas lutas por
emancipação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.

PROFESSORAS AFROUNIVERSITÁRIAS EM SABERES DO ESPERANÇAR


Walquíria Costa Pereira 
PPGE/UFMA 
walquiria.pereira28@gmail.com 
Orientadora: Raimunda Nonata da Silva Machado 

Resumo: este estudo discorre sobre saberes de professoras afrodescendentes


universitárias esperançando em tempos de pandemia e trabalho remoto. Metodologicamente,
posiciona-se dentro do campo epistemológico da intersubjetivação de José Castiano (2010),
por possibilitar o diálogo entre os saberes e os seus respectivos agentes, garimpando e
reconhecendo os saberes utilizados para esperançar condições de viver, enfrentando os
impactos da pandemia, do isolamento e distanciamento social, por meio de interações
pedagógicas via plataformas virtuais que se tornaram essenciais na docência universitária.
Objetiva analisar se os saberes das professoras afrouniversitárias são endereçados a uma
educação afrocentrada e se motivam esperançar uma docência libertadora em tempos
de tensões sociais, culturais, políticas e econômicas. Tem como campo de pesquisa a
Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afrobrasileiros (LIESAFRO/UFMA),
da Universidade Federal do Maranhão. Faz parte do estudo de dissertação, em andamento,
sustentada em   Asante (2009), Boakari (2019), Castiano (2010; 2011; 2013), Dove (1998),
Gomes (2017), Machado  (2018),  Mazama  (2009),  Mignolo  (2008), Padilha; Machado
(2019),  Weems  (2016), dentre outras/os.  Os resultados nos aproximam da compreensão
dos conceitos: saberes, afrodescendência e Afrocentricidade, que sustentam a análise de
alguns saberes de professoras  afrouniversitárias, presentes em suas práticas educativas e
que mantém a sua docência como prática social na (trans)formação docente (MACHADO,
2018), via produção de esperançamentos de resistência e de exercício político e epistêmico.
Palavras-chave: Professoras Afrodescendentes. Saberes do esperançar. Afrocentricidade. 

Referências:

ASANTE, Molefi Kete. Afrocentricidade: notas sobre uma posição disciplinar. In:


NASCIMENTO, Elisa Larkin (org.). Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica
inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009. 

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 95


BOAKARI, Francis Musa. Das experiências, nossas vozes epistêmicas: questionar
e construir saberes-conhecimentos problematizadores. In: MACHADO,
Raimunda Nonata da Silva; SILVA, Sirlene Mota Pinheiro (org). Vozes epistêmicas
e saberes plurais: gênero, afrodescendência e sexualidade na educação, São Luís:
EDUFMA, 2019. 

CASTIANO, José P. Referenciais da Filosofia Africana: em busca


da intersubjectivação. Moçambique: UDEBA, 2010. 

CASTIANO, José Paulino. Filosofia, Ensino e Intersubjectivação. In: NGOENHA, Severino


E; CASTIANO, José Paulino (org). Pensamento Engajado: ensaios sobre Filosofia
Africana, Educação e Cultura Política. Maputo, Janeiro, 2011. 

CASTIANO, José. Os saberes locais na academia: condições e possibilidades da sua


legitimação. Maputo: Editora Educar; CEMEC; Universidade Pedagógica, 2013. 

DOVE, Nah. Mulherismo Africana: uma teoria afro-cêntrica. Jornal de Estudos


Negros, vol. 28, nº 5. p. 515-539, maio de 1998. Disponível em: https://estahorareall.files.
wordpress.com/2015/11/mulherisma-africana-uma-teoria-afrocecc82ntrica-nah-dove.pdf.
Acesso em: 27 ago 2020.  

GOMES, Nilma Lino. O Movimento Negro educador: saberes construídos nas lutas


por emancipação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.  

MACHADO, Raimunda Nonata da Silva. Gênero e Raça em Travessias


Epistêmicas. São Luís: EDUFMA, 2018. 

MAZAMA, Ama. A afrocentricidade como um novo paradigma. In: NASCIMENTO,


Elisa Larkin. (Org). Afrocentricidade:  uma abordagem epistemológica inovadora São
Paulo: Selo Negro, 2009 

MIGNOLO, Walter D. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de


identidade em política. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e
identidade, nº 34, p. 287 – 324, 2008.  

PADILHA, Glaucia Santana Silva; MACHADO, Raimunda Nonata da Silva.


Pedagogia Afrocentrada em práticas educativas de professoras afrodescendentes
universitárias. Nuances: estudos sobre Educação, Presidente Prudente-SP, v. 30, n.1,
p.188-.203, 2019. 

WEEMS, Cleonora Hudson. Mulherismo Afrikana. Medu Neter Livro: 2016. Disponível


em: https://docero.com.br/doc/nvc8cxn. Acesso em: 27 ago 2020.  
estruturais do capitalismo. In: Blog da Boi Tempo. Publicado em 23/06/2020. Disponível
em: https://blogdaboitempo.com.br/2020/06/23/capitalismo-e-crise-o-que-o-racismo-
tem-a-ver-com-isso/. Acesso em: 30 jul. 2021.

96 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


QUILOMBO E AFRODESCENDENTE: SABERES NOSSOS DO PPGED
Odilanir de Oliveira Leão
UFPI
odilanir@ufpi.edu.br

Resumo: As universidades têm sido reconhecidas como espaços de produção e disseminação


de conhecimento científico. A presente pesquisa corresponde às temáticas trabalhadas em
núcleos de pesquisas e coordenadas por professoras/es orientadoras/es do Programa de
Pós-Graduação em Educação – PPGEd. Atualmente o PPGEd está dividido em cinco linhas
de pesquisa com temas concentrados na experiência e na competência técnico-científica das/
os orientadoras/es. Este estudo parte da vivência da pesquisadora no Núcleo de Estudos e
Pesquisas RODA GRIÔ-GEAfro sob a coordenação do Professor/Orientador Francis Musa
Boakari, no qual faz parte desde 2019. Para o desenvolvimento desta pesquisa utilizou-
se a busca pelos termos Quilombo e Afrodescendente para identificar quais produções
acadêmicas do programa (dissertações e teses) investigaram a temática. A escolha destes
descritores ocorreu em função da pesquisadora estar ligada às discussões/produções do
já referido núcleo de pesquisa e faz parte do desenvolvimento da dissertação da mesma,
Mestranda em Educação. Quanto a perspectiva teórica e metodológica, foi realizada uma
revisão bibliográfica para aporte teórico da pesquisa. Para alcançar o objetivo deste estudo,
foram traçadas quatro etapas na busca de informações: 1. Levantar o total de arquivos na base
de dados; 2. Verificar em quantos arquivos constam os termos Quilombo e Afrodescendente
em seus Resumos; 3. Analisar e avaliar os objetivos e a metodologia dos arquivos com os
termos encontrados e 4. Separar os arquivos, em afinidade com o objetivo e metodologia da
Dissertação da pesquisadora. Foram encontrados 318 Dissertações e 82 Teses que datavam
de 2010 até 2020 (total 400 arquivos), destes apenas 1 Tese de Doutorado e 4 Dissertações
(1,25% de 400 arquivos) estão em conformidade com os objetivos da pesquisa, onde todos
são da linha de pesquisa Educação, Diversidade, Diferença e Inclusão e, destes, 4 são
produções de membros do núcleo Roda Griô. As (IN)conclusões apontam para a necessidade
de considerar outros termos na pesquisa e que o termo Quilombo e Afrodescendente está
sendo pesquisado e discutido na Pós-Graduação em Educação – PPGEd/UFPI.
Palavras-chave: Quilombo. Afrodescendente. Pesquisa Bibliográfica.

Referências:

BOAKARI, Francis Musa. Aprendiz de Ubuntu. André Gonçalves; Samária Andrade;


Wellington Soares e Ana Carolina Magalhães Fortes. Revestrés, Teresina (PI), edição 38,
p. 08 a 17, Nov./Dez., 2018.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei Nº 9394, de 26 de


dezembro de 1996. Brasília, 1996.

DIRETÓRIO DE GRUPOS DE PESQUISA. LP1. O que é linha de pesquisa? Qual a


diferença entre linha e projeto de pesquisa? CAPES, [S.I]. Disponível em: http://
lattes.cnpq.br/web/dgp/glossario;jsessionid=7q1x3ZOgQd++eaSGdnQ7UG97.
undefined?p_p_id=54_INSTANCE_QoMcDQ9EVoSc&p_p_lifecycle=0&p_p_
state=normal&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-3&p_p_col_
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a+de+pesquisa%3F+Qual+a+diferen%C3%A7a+entre+linha+e+projeto+de+pesquisa%3F.

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 97


Acesso em: 05 de Jul. 2021.

LEITE, Fernando César Lima; COSTA, Sely. Repositórios institucionais como ferramentas
de gestão do conhecimento científico no ambiente acadêmico. Perspectivas em ciência
da informação, v. 11, p. 206-219, 2006.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Sobre a Avaliação. CAPES, 03/05/2021. Disponível em:


https://www.gov.br/capes/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/avaliacao/
sobre-a-avaliacao/avaliacao-o-que-e/sobre-a-avaliacao-conceitos-processos-e-normas/
conceito-avaliacao. Acesso em: 05 Jul. 2021.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. O que é a Covid-19? Coronavírus, 08/04/2021. Disponível


em: https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/o-que-e-o-coronavirus. Acesso em: 05
de Jul. 2021.

RICHARDSON, Roberto Jarry et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo:


Atlas, 1985.

UFPI. Linhas de Pesquisa. Pós-Graduação em Educação, 09/05/2017a. Disponível


em: https://www.ufpi.br/linhas-de-pesquisa-ppged. Acesso em: 05 de Jul. 2021.

UFPI. Histórico. Pós-Graduação em Educação, 09/05/2017b. Disponível em: https://


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UFPI. Repositório Institucional da UFPI. Universidade federal do Piauí, 03/05/2016.


Disponível em: https:// www.ufpi.br/repositorio-ufpi. Acesso em: 09 de out. 2021.

QUILOMBOS EM ESTADO DE LUTA: O ACESSO À EDUCAÇÃO EM COMUNIDADES


QUILOMBOLAS DO MUNICÍPIO DE CAXIAS MARANHÃO
Aline da Silva Lima
Faculdade do Vale do Itapecuru- FAI
limaaline.d@gmail.com
Elane da Silva Lima
Universidade Federal do Piauí- UFPI
limaelane.e@ufpi.edu.br
Davi Pereira Junior
University of Texas at Austin, UT Austin
davi@utexas.edu

Resumo: Esta proposta pretende apresentar resultados de pesquisa realizada junto às


comunidades quilombolas no município de Caxias no estado do Maranhão, focando no
princípio fundamental de acesso à educação para esses sujeitos. Nesse sentido, o foco da
análise empreendida nos quilombos caxienses se desenvolveu em três eixos principais, o
primeiro, uma síntese exploratória e descritiva que identificou as localidades quilombolas no
município de Caxias-Ma e o reconhecimento institucional por parte do governo brasileiro.
O segundo eixo da pesquisa se constituirá de uma etnografia das escolas e realização de
entrevistas abertas com professores, gestores públicos e membros das comunidades rurais
observadas; Cana Brava das Moças, Jenipapo, Lagoa dos Pretos, Lavras, Mimoso, Nazaré do
Bruno e Soledade. Por fim, uma análise comparada dos direitos garantidos pela legislação
98 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.
aos quilombolas e a prática do acesso por cidadãos caxienses beneficiários dessas políticas
públicas. A localização das comunidades estudadas tem como base o mapeamento realizado
por pesquisadores do projeto Nova Cartografia Social da Amazônia Quilombo de Caxias,
em 2006. Seguida pela busca analítica da situação legal dos povoados selecionados nos
repositórios de dados oficiais do governo federal, a Fundação Cultural Palmares (FCP) e no
Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Além disso, outra etapa da pesquisa constará
da análise da construção sociojurídica específica aos quilombolas, bem como a evolução
legislativa nacional e estadual de proteção a esse grupo étnico no acesso aos direitos com
ênfase ao direito fundamental à educação.
Palavras-Chaves: Terras Ancestrais. Direito Fundamental. Quilombos Caxienses.

Referências:

ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. Quilombolas e as novas etnias. Manaus: UEA
Edições, 2011.

Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia. FASCÍCULO 08: Quilombolas de


Caxias. Caxias-MA, 2006.

FONSÊCA, Humberto José; SILVA, Zoraide Portela. QUILOMBOS: Escravidão e


Resistência. ODEERE: Revista do Programa de Pós-Graduação em Relações Étnicas e
Contemporaneidade, Volume 5, número 9, janeiro – junho de 2020.

SIMPLESMENTE IRANI: PRODUÇÃO ÉTICA, ESTÉTICA, POLÍTICA E ANTIRRACISTA


Aline Regina Cardozo de Brito
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
alinercbrito@gmail.com
Danielle Christina do Nascimento Oliveira
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
danielle.danichris@hotmail.com
Irani Ribeiro Lima
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
iraniribeiro28@gmail.com

Resumo: Este trabalho traz as memórias e (re)descobertas de uma mulher afro-indígena


a partir do seu ingresso na universidade pública tendo como desdobramento Simplesmente
Irani (2019), um curta-metragem produzido por educadores do mesmo grupo de pesquisa
e baseado em narrativas autobiográficas. Além de descrever histórias a partir de vivências
e de estereótipos socialmente impostos, o objetivo do estudo é auxiliar na reflexão de uma
consciência política e histórica da diversidade através do fortalecimento de identidades
e de direitos da protagonista – nossa “personagem conceitual” (ALVES, 2019). Como
metodologia utilizamos a “metodologia do encontro” (PASSOS, 2014), por acreditarmos que
a pesquisa na área da Educação acontece através da troca/do afetar-se com o outro; para
tecer este trabalho dialogamos com os conceitos de: vivências e experiências interseccionais
cotidianas baseadas no feminismo negro diaspórico (COLLINS, 2019; CRENSHAW, 2004;
DAVIS, 2016; GONZALEZ, 2020; SANTOS, 2007), na autobiografia (SOUZA, 2011), no
cotidiano (CERTEAU, 1998) e na margem (KILOMBA, 2019); como resultados temos a
produção audiovisual, uma ferramenta para a educação inicial e continuada de professoras e
professores, tendo como inspiração a possibilidade de aplicabilidade das leis nº 10.639/03 e

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 99


11.645/08 que alteram a lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional –
obrigatórias nos currículos oficiais da maior parte da Educação Básica brasileira as temáticas
de “História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena”; a justificativa percebida é o fato
das narrativas de vida também serem formativas, nos oportunizando reafirmar que “nossas
histórias importam” (ADICHIE 2009) e podem se transformar em ações educativas de
combate ao racismo e a discriminação, como previsto nas Diretrizes Curriculares Nacionais
(2004).
Palavras-chave: Memórias. Afro-indígena. Narrativa autobiográfica.

Referências:

ADICHIE, Chimamanda. O perigo da história única. TED Ideas Worth Streading,


2009. Disponível em: <https://www.ted.com/talks/chimamanda_ngozi_adichie_the_
danger_of_a_single_story?language=pt-br>. Acesso em: 15 out. 2020.

COLLINS, Patrícia Hill. Aprendendo com a outsider within: a significação


sociológica do pensamento feminista negro. In: Revista Sociedade e Estado, v. 31, n. 1,
p. 99-127, jan./abr. 2016.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a


Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura
Afro-Brasileira e Africana. Brasília: SECAD/MEC, 2004.

CRENSHAW, Kimberle Williams. A intersecionalidade na discriminação de raça


e gênero. In: VV.AA. Cruzamento: raça e gênero. Brasília: Unifem, 2004. Disponível
em: <https://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-content/uploads/2012/09/Kimberle-
Crenshaw.pdf >. Acesso em: 15 out. 2020.

DAVIS, Ângela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo Editorial. 2016.

GILROY, Paul. O Atlântico Negro. Modernidade e dupla consciência. Rio de


Janeiro: Universidade Candido Mendes – Centro de Estudos Afro-Asiáticos, 2001.

GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. In: Por um feminismo


afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Flavia Rios, Márcia Lima
(orgs). 1ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

KILOMBA, Grada. Quem pode falar? Falando do centro, descolonizando o conhecimento.


In: Memórias da Plantação – episódios de racismo cotidiano. 1 ed. Rio de Janeiro:
Cobogó, 2019.

PASSOS, Mailsa Carla Pinto. Encontros cotidianos e a pesquisa em Educação: relações


raciais, experiência dialógica e processos de identificação. In: Educar em Revista.
Curitiba: Editora UFPR, n. 51, jan./mar. 2014, p. 227-242.

SANTOS, Sônia Beatriz dos. Feminismo negro diaspórico. In: Revista Gênero, Niterói:
UFF, n. 1, v. 8, 2º sem. 2007, p. 11-26. Disponível em: http://www.revistagenero.uff.br/
index.php/revistagenero/article/view/157 . Acesso em: 15 out. 2020.

SIMPLESMENTE IRANI. Direção de Aline Brito e Danielle Oliveira. Rio de Janeiro:

100 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


curta, Festival 8º curta na Uerj, 2019. Disponível em: <https://youtu.be/Q9JQyrdwEDw>.
Acesso em: 15 out. 2020.

TRABALHANDO A DIVERSIDADE CULTURAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL: PROCESSO


DE ELABORAÇÃO DO RECURSO O LIVRO “O MUNDO DE ZOE”
Elaínne Márcia Lima
Graduanda do curso de Pedagogia /UFPI
elainnemarcia@ufpi.edu.br
Jorrania Gomes da Silva
Graduanda do curso de Pedagogia /UFPI
jorrania.gomes@ufpi.edu.br

Resumo: O trabalho tem como objetivo socializar a experiência das alunas do curso de
Pedagogia no desenvolvimento da atividade proposta na disciplina de Recursos Didáticos
e Tecnológicos, a produção de um recurso voltado à discussão nos espaços escolares da
Educação Infantil anos iniciais acerca da temática da diversidade cultural, com ênfase nas
relações étnico- raciais. Esta demanda emerge com mais frequência no cenário escolar a
partir da criação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação e para o Ensino
de História e Cultura Afro-Brasileiras e Africana com a Lei N° 10.639/2003. Contudo, é
relevante destacar que a garantia legal dos direitos não promove sua concretização, e este
fato se aplica a discussão da diversidade cultural nas escolas brasileiras, onde em diversas
situações essas questões vem sendo invisibilizadas. Tendo em vista a relevância dos
recursos didáticos no ensino-aprendizado das crianças surge a proposição de elaboração
do livro paradidático intitulado “O mundo de Zoe”, que aborda história de uma criança
afrodescendente e trajetória de descobertas da diversidade na escola. Para desenvolvimento
do projeto utilizamos livros infantis, principalmente a partir da obra “Amoras” do cantor
Emicida, nos embasamos nas discussões de STOER, S. e CORTESÃO (1999); RIBEIRO,
Djamila (2019); CAVALLEIRO, Eliane (2000) como aporte teórico deste trabalho. Nesse
sentido, constatamos o quanto é precário o acervo de recursos voltados para a educação da
diversidade cultural nas escolas, que precisam ser abordadas para prevenir a reprodução do
preconceito e discriminações sociais, assim construindo a partir da literatura as bases para
fortalecer empatia e promover o respeito no espaço escolar.
Palavras-chave: Educação. Livro. Diversidade Cultural.

Referências:

CAVALLEIRO, Eliane. Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo,


preconceito e discriminação na educação infantil. São Paulo, Contexto, 2000.

BRASIL. Lei 10.639/2003. Brasília: MEC, 2003. Disponível em: < http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.639.htm#:~:text=LEI%20No%2010.639%2C%20DE%20
9%20DE%20JANEIRO%20DE,"História%20e%20Cultura%20Afro-Brasileira"%2C%20
e%20dá%20outras%20providências>. Acesso em: 15 abr. 2019, 18:55.

STOER, S. e CORTESÃO, L. Levantando a pedra:da pedagogia inter/multicultural às


políticas educativas numa época de transnacionalização. Porto: Afrontamento, 1999.

EMICIDA, Emicida fala sobre ‘Amoras’, seu primeiro livro infantil. Entrevista concedida
a Revista Crescer, 2018. Disponível em: < https://revistacrescer.globo.com/Diversao/

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 101


Livros/noticia/2018/10/ emicida-fala-sobre-amoras-seu-primeiro-livro-infantil.html. >
Acesso em: 18 abr. 2019, 14:20.

RIBEIRO, Djamila. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das Letras,
2019.

UM OLHAR DO DIREITO CONSTITUCIONAL SOBRE OS IMPASSES DA NECROPOLÍTICA


NA EDUCAÇÃO E INSERÇÃO DO O JOVEM NEGRO (A) AO MERCADO DE TRABALHO
Maria Júlia da Paz
Centro de Ensino Unificado do Piauí - CEUPI
mariajuliadapaz@hotmail.com

Resumo: Conceber que a manifestação do direito sobressai à condição do indivíduo, é fazer


com que haja um estudo que abranja a situação política-social e econômica do(a) jovem
negro/preto(a) dentro do inserimento institucional e no mercado de trabalho. Nessa linha
de pensamento Costa, Martins e Silva (2020, p. 20) dissertam que, “[...] observarmos a
escola e seus diversos mecanismos, como materiais didáticos [...], notamos que o sujeito
negro é sub-representado, apagado [...] ainda nos dias atuais. E assim uma educação para a
morte, ou seja, uma necroeducação se estabelece”. Dessa forma, o seguinte trabalho parte-
se por uma estudante do curso de Direito que busca analisar as medidas organizacionais de
inserção dos(as) jovens negros/pretos(as) no ambiente de emprego, tais como a inclusão
deles(as) em programas de estágios, trainees, jovem aprendiz, na perspectiva de expender
as suas contribuições e desafios no combate à desigualdade, marginalização e opressão
desses corpos-políticos dentro do processo de aprendizagem do ensino infantil, médio e
superior. Corrobora-se com isso as garantias individuais e coletivas do estatuto social e
demais leis que abarcam sobre a desigualdade racial. Para tanto, o itinerário do trabalho
é de caráter reflexivo e bibliográfico, pois “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir
de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos" (GIL,
2008, p. 50). Nesse sentido, foi possível observar as lacunas na formação integral desses(as)
jovens referentes à representação, bem como as dificuldades para inserção desses(as) dentro
do mercado de trabalho em todos os níveis, posterior à sua formação, seja-a média e/ou
superior.
Palavras-chave: Necropolítica. Direito. Educação.

Referências:

COSTA, Aline Pereira da; MARTINS, Carlos Henrique dos Santos; SILVA, Heloise da
Costa. Necroeducação: reflexões sobre a morte do negro no sistema educacional brasileiro.
Revista Brasileira de Educação, v. 25, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/
rbedu/a/8dCVDDgWxGdykbWLxXWfWbz/abstract/?lang=pt. Acesso em: 15 de nov. de
2021.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6.ed. São Paulo: Atlas,
2008.

MBEMBE, Achille. Necropolítica. 3. ed. São Paulo: n-1 edições, 2018.

102 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


SOCIALIZAÇÕES DE APRENDIZAGENS
(MINICURSOS) - Roda Temática: Gênero e
Educação
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS, GÊNERO E MERCADO DE TRABALHO
Kácio dos Santos Silva
Universidade Estadual do Piauí – UESPI
kaciosantos@frn.uespi.br
Odilanir de Oliveira Leão
Mestranda em Educação PPGEd/UFPI
odilanir@ufpi.edu.br

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo tratar das questões primordiais da nossa
sociedade a partir das questões étnico-raciais e de gênero no mercado de trabalho. No Brasil,
de cada cinco dias vividos, quatro foram sobre o regime da escravidão. Discutir trabalho
no Brasil deve ser feito a partir do entendimento de que esta nação foi constituída na
subalternização de raças. Para alcançarmos o objetivo, serão utilizadas questões disparadoras
como: quais as circunstâncias históricas que 0 homem e a mulher afrodescendente foram
inseridos no mercado de trabalho brasileiro? Qual a consequência de mais de 400 anos de
escravização e uma abolição realizada sem nenhuma política pública? Até então, 0 que foi
feito para que esta população conseguisse superar essa condição de exclusão e desigualdade
e qual a sua realidade atual? Como o mercado de trabalho pode rever essa condição do/a
afrodescendente? É importante lembrar que a desigualdade no campo de políticas públicas
envolve vários segmentos da sociedade civil como o movimento sindical, o poder público,
movimento de mulheres e de afrodescendentes e o empregador enquanto ator social que
precisa ser mobilizado para uma mudança de situação. Ao serem analisados dados da Pesquisa
Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD – contínua 2019) a média de desocupação no
Brasil era de 12,7%. Sendo que para pretos e pardos, essa taxa é maior com 16% e 14,5%
respectivamente, enquanto para pessoas brancas a taxa é menor que a médica nacional com
10,2% (BRASIL, 2018). Além disso, quando categorizamos pessoas afrodescendentes por
gênero, é possível perceber profissões que são hegemonicamente ocupadas por mulheres
negras e outras por homens negros. Diante disso, é importante destacar também que
algumas políticas afirmativas surgiram, como iniciativas de empresas que tem estimulado
a contratação de pessoas afrodescendentes, assim como a lei de cotas raciais que triplicou
a presença de afrodescendente nas universidades, embora muitas dificuldades ainda
permaneçam. Precisamos fortalecer as ações afirmativas no âmbito das Universidades para
garantir a presença desta juventude, para esta ser uma via complementar na formação para
o mercado de trabalho, e quando se fizer necessário, oferecer ação afirmativa específica no
âmbito das instituições públicas e privadas, de modo que as instituições se abram para a
presença não só deste segmento, mas das diversidades em geral.
Palavras-chave: Questões Étnico-Raciais. Gênero. Mercado de Trabalho.

Referências:

ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. Pólen Produção Editorial LTDA, 2019.

BAIRROS, Luiza. Mulher negra: o reforço da subordinação. Desigualdades Sociais no


Brasil Contemporâneo. Belo Horizonte: UFMG/CEDEPLAR, 1991.
BENTO, Maria Aparecida Silva. Mulher negra no mercado de trabalho. Revista Estudos

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Feministas, v. 3, n. 2, p. 479-479, 1995. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.
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BENTO, Maria Aparecida da Silva. Pactos narcísicos no racismo: branquitude e poder


nas organizações empresariais e no poder público. 2002. Tese de Doutorado. Universidade
de São Paulo.

BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE. Pesquisa nacional por


amostra de domicílios – PNAD. Estudos e pesquisa, n.41: 2018. Disponível em:
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CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como


fundamento do ser. 2005. Tese de Doutorado.

SILVA, Maria Nilza da. O negro no Brasil: Um problema de raça ou de classe?


Mediações-Revista de Ciências Sociais, v. 5, n. 2, p. 99-124, 2000. Disponível em:
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CHAIA, Miguel W. Negro: entre o trabalho forçado e o trabalho restrito. São Paulo em


Perspectiva, v. 2, n. 2, p. 38-43, 1988. Disponível em: http://produtos.seade.gov.br/
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FERNANDES, Florestan. A Integração do Negro na. Sociedade de Classes, v. 1, 1964.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador, BA: EdUFBA, 2008.

GOMES, Janaína Damasceno. Elas são pretas: cotidiano de estudantes negras na


Unicamp. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, 2008.

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura Brasileña. In: SILVA, Luiz Antonio.


Movimentos sociais urbanos, minorías étnicas e outros estudos. ANPOCS.
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HOOKS, Bell. Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra. Tradução de
Cátia Bocaiuva Maringolo. São Paulo: Elefante, 2019.

PEREIRA, Amilcar Araujo. O" Atlântico Negro" e a constituição do movimento negro


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QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina.


In: A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-
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AR, 2005.

104 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


SOCIALIZAÇÕES DE APRENDIZAGENS
(MINICURSOS) - Roda Temática: Afrodescendência
e Educação (AE)
A QUESTÃO RACIAL EM LETRAS DE SAMBA
Leudjane Michelle Viegas Diniz Porto
IFMA/Caxias
Leudjanediniz@ifma.edu.br

Resumo: o racismo é estrutural, assim sendo ele perpassa os mais diferentes espaços
sociais, e a música, com suas letras de samba, é um exemplo; tanto ao fortalecer e reforçar
racismos, como também, ao discutir a questão racial e mostrar as lutas e especificidades dos
afrodescendentes no Brasil. Esse trabalho tem por objetivo propor uma discussão sobre a
questão racial no Brasil através de letras de samba e dos contextos específicos das canções
escolhidas, e se justifica, pela tentativa de desvelar o racismo também nos espaços e momentos
que popularmente chamamos de momentos de diversão, brincadeira. Metodologicamente
esse minicurso seguirá os seguintes passos: Breve explanação sobre o racismo no Brasil e
da relação entre música e história, posteriormente iremos escutar e debater sobre 4 letras
de sambas enredo e finalizar com uma dinâmica onde cada participante irá destacar, um
trecho de uma das músicas que mais lhe tocou e sentiu relação com acontecimentos de sua
história pessoal. Dentre os autores utilizados para fundamentar nossas problematizações no
minicurso, destacamos Almeida (2020), Moreira (2020), Paranhos (2007) Fanon (2008),
Quijano (2010).
Palavras-chave: Racismo. Música. Colonialidade.

Referências:

ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Editora Jandaíra, 2020.

FANON, Frantz. Pele negra máscaras brancas. Rio de Janeiro: Editora Fator, 2008.

MOREIRA, Adilson. Racismo Recreativo: São Paulo: Editora Jandaíra, 2020.

PARANHOS, Adalberto. O roubo da fala: origens da ideologia do trabalhismo no Brasil.


São Paulo: Boitempo, 2007.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS,


Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (Org.). Epistemologias do sul. São
Paulo: Cortez, 2010. p. 73-118.

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 105


MÍDIAS - Roda Temática: Gênero e Educação (GE)

A ARTE DE MULHERES AFRODESCENDENTES EM NARRATIVAS DE CUIDADO


Grazielly Valéria Machado Costa da Silva
Universidade Federal do Piauí - UFPI
grazyvaleria@gmail.com
Vicelma Maria de Paula Barbosa Sousa
Universidade Federal do Piauí - UFPI
vicelma@ufpi.edu.br

Resumo: O Brasil um país ao mesmo tempo pluridiverso e profundamente desigual, ao


vivenciar crises histórias, desnuda as suas múltiplas desigualdades socioeconômicas, mas
sobremaneira as desigualdades raciais, gênero, de classe, a saber, como questões imbricadas
historicamente. Conforme Gomes (2020) afirma que “atualmente, os negros representam
55,8% da população brasileira e 54,9% da força de trabalho. Considerando as estatísticas,
a autora ainda assevera que “segundo o informativo Desigualdades Sociais por Cor ou
Raça no Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pretos e pardos
são maioria entre trabalhadores desocupados (64,2%) ou subutilizados (66,1%). Destarte,
podemos compreender ainda que “a informalidade também atinge mais esse contingente.
Enquanto 34,6% de pessoas brancas encontram-se em condições informais de trabalho, a
informalidade atinge 7,3% de pretos e pardos. (GOMES, 2020, p. 2). Então, o que (não)
dizem os dados quando consideramos que o segmento da população brasileira mais afetado
em todas as crises históricas, têm raça-etnia, gênero, classe, idade, território, por exemplo?
Quem somos nós afrodescendentes nos contextos de crises históricas? Como reagimos?
Enquanto estamos respirando, vivemos em meio a uma pandemia mundial sem precedentes.
Objetivando visibilizar as narrativas artísticas de mulheres afrodescendentes como cuidado
de si e de outras pessoas, segundo Silva (2020) consideramos a priori que “a memória é
um meio, uma espécie de buraco, onde podemos tirar/escavar dele uma série de objetos
que avivam nossas lembranças marcadas pelas nossas experiências [...]”. Dessa maneira,
entendemos “narrativa como um produto/resultado inacabado dos processos destas
experiências vividas. Assim, “é inacabamento porque sempre terá novas possibilidades de
contar e ser recontada. É criatividade porque somos pessoas habilidosas em se (co)re-criar
diante de problemas ou situações antigas ou novas. (SILVA, 2020, p. 1). Portanto, narrativa
como cuidado em arte de mulheres afrodescendentes, como modos e usos de formatar novas
possibilidades de viver suas experiências como saber de pertencimento, de autovalorização,
de negociação de seres-fazeres-poderes, como modos de transgredir-se e às histórias únicas
dessa estrutura sistêmica racista e machista, a arte que aqui deseja visibilidade como modo
de reagir e transgredir-se, se dar também como narrativa de cuidado. Porque performam-se
em linguagens que anunciam criatividade de (co)re-criar diante de problemas ou situações
tensionadoras de novas possibilidades de existir-sendo. Quando a artista traz, Imagem 1, a
representação de uma mulher negra como figura central colocada entre lua e estrelas tem-
se aí uma necessidade de representar a si e a essas outras figuras femininas que a cercam e
potencializam sua vivência e experiência no universo artístico. Colocar essas mulheres no
centro, de suas vidas, de suas jornadas artísticas. As estrelas são também quem nos guia e
acompanha pelos caminhos da vida, são nossas companheiras de jornada, são as mulheres
que nos apoiam e constroem esse movimento de cuidado. Quando acompanhamos as
narrativas de mulheres artistas encontramos em seus relatos de que não estão sozinhas.
São mulheres que cuidam e são cuidadas por outras mulheres. Temos no movimento de
contar sobre nossa história, um meio de também contar sobre quem está conosco, esse é

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também um cuidado que desenvolvemos para não esquecermos que somos importantes e
nos importamos, que pertencemos a algo e que esse algo também começa em si. Somos
importantes, logo cuidamos, aceitamos e acolhemos nossa jornada e a nós mesmas.
Palavras-chave: Narrativa. Mulher afrodescendente. Arte-Cuidado.

Imagem 1 – Obra sem título. Grazielly Valéria (Grazzy). técnica óleo sobre tela, 2021.

Fonte: Acervo pessoal da artista, 2021.

Referências:

GOMES, Nilma Lino. Trabalho e justiça social: a questão racial e o novo coronavirus no
Brasil. FRIEDRICH-EBERT-STIFTUNG, 2020.

SILVA, Francilene Brito da. Narrativa Autobiográfica Oral, Imagética e


Escrita: Oralimagens. Teresina, PI: [S. ed.], 2021. Texto didático para trabalho de grupo
sobre o Projeto de Pesquisa: Arte como Narrativa e Cuidado de Mulheres Afrodescendentes.

AFETIVIDADES EM TEMPOS PANDÊMICOS: MEMORANDO CUIDADOS ATRAVÉS DA


ARTE
Pâmela Lee Soares Vasconcelos  
Universidade Federal do Piauí - UFPI  
pamellalee@ufpi.edu.br  

Resumo: A pandemia causada pelo Novo coronavírus, cientificamente chamado de SARS-


CoV-2, causador da doença COVID-19, esta que compromete os pulmões, foi identificada
em dezembro de 2019 e sobrevive até hoje. Uma das medidas de segurança e proteção foi
o isolamento e o distanciamento social, em que algumas pessoas tiveram o privilégio de
permanecer nas suas casas, mas as que não tiveram passaram por situações de alto risco
VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 107
à saúde, uma vez que a população que teve que continuar trabalhando são as mesmas
que estão na linha da pobreza e estas são majoritariamente afrodescendentes. Sendo
assim, reflito quanto à necessidade de pensar sobre as práticas de cuidados em que nós
mulheres, especialmente as que vivem em situações de risco, estão usando como medidas
de sobrevivência e de afeto consigo mesma e com os outros.  Como viver bem e de forma
sustentável? E o que seria esse viver bem? Trazendo o conceito do Bem viver por Ailton
Krenak no livro Caminhos Para a Cultura do Bem Viver de 2020: “O Bem Viver pode
ser a difícil experiência de manter um equilíbrio entre o que nós podemos obter da vida,
da natureza, e o que nós podemos devolver.” (p. 8-9). Nessa perspectiva, o Bem Viver é
em conjunto com nossas necessidades espirituais com a natureza e a conexão com nossas
raízes ancestrais, um modo de memorar as afetividades e cuidados que construímos para
nós. Considero que as formas artísticas vêm como possibilidades de cura e reivindicação
pelo direito de falar as nossas próprias narrativas e cuidados para nos mantermos vivas.
O objetivo dessa mídia através da exposição da arte é: memorar os cuidados de mulheres
afrodescentes e indígenas feitos a partir do afeto construído nos compartilhamentos de vida.
Dessa maneira, a narrativa artística de cuidado na Imagem 1 manifesta as trocas afetivas
que recebo da geração de mulheres afrodescendentes e indígenas que vieram antes de mim,
mulheres que lutaram e cuidaram das raízes familiares para crescermos em um ambiente
em que pudéssemos não só sobreviver, mas viver bem e em harmonia com a natureza. O café
que é memória vívida das reuniões das tardezinhas em que compartilhamos sabedorias e
das mãos que me permitiram brotar em todos os momentos me guiando e trazendo conforto
quando necessito.       
Palavras-chave: Afetividade. Memória. Cuidado.  

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Imagem 1 – Fotografia da obra “Raízes que me permitiram brotar”, técnica mista, 2021.

Fonte: Pâmela Lee Soares Vasconcelos, 2021.  

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 109


Referências:  

KRENAK, Ailton; MAIA, Bruno. (Org.)  Caminhos Para a Cultura do Bem Viver. Rio
de Janeiro, 2020. Disponível em:  http://www.culturadobemviver.org/. Acesso em: 07 out.
2021.  

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sobre a doença. 05 ago. 2020. Disponível em: https://


coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca#o-que-e-covid. Acesso em: 13 out. 2021.

MÁSCARA DA PSEUDO-ANTÍTESE
Laura Coutinho Lima Ferraz
Universidade Federal do Piauí
lauracoutinhoferraz@gmail.com

Resumo: A produção da máscara, realizada pela artista plástica Laura Ferraz, foi feita
com o intuito de transmitir a união da vida e da morte unidas em algo só. Temas que
achamos tão contrários, mas que na verdade quando olhamos para a os povos antigos como
os egípcios, mochicas e astecas que esculpiam máscaras funerárias, vemos que a morte e
vida não se excluem. Segundo Gombrich (1999), a imagem de uma pessoa quando morria,
para os egípcios continuava vivendo devido a preservação das esculturas representativas.
Atualmente, quando alguém falece, ela não vai embora totalmente, pois resta as memórias,
pensamentos e arquivos da imagem dessa pessoa. Não se destoam estes comportamentos de
querer preservar a imagem de alguém mesmo quando o seu ser físico não existe mais. Assim,
a “máscara da pseudo-antítese” é uma alusão a união de coisas que são opostas, mas que na
verdade são relacionadas. Seu propósito é apenas simbólico tendo o objetivo de rememorar
aqueles que se foram, mas que ainda são preservados, principalmente em um momento tão
consternado o qual o mundo está passando.
Palavras-chave: Máscara. Memória. Preservação.

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Imagem 1 – Fotografia da obra “Máscara da Pseudo-Antítese”, escultura com cerâmica fria, finalizada com
tinta PVA, 2021.

Fonte: Laura Coutinho Lima Ferraz, 2021.

Referências:

GOMBRICH, Ernst H. A História da Arte. Rio de Janeiro: LTC, 1999.

OLIVEIRA, Roberto Acioli de. Máscaras: Astecas, Maias e Incas. Corpo e Sociedade,
22 de mai. de 2013. Disponível em: https://corpoesociedade.blogspot.com/2013/05/
mascaras-astecas-maias-e-incas.html. Acesso em: 21 mai. 2021.

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 111


MÍDIAS - Roda Temática: Afrodescendência e
Educação (AE)
JULHO DAS PRETAS: MEMORAR NARRATIVAS DE MULHERES NEGRAS LATINO-
AMERICANAS E CARIBENHAS NO COTIDIANO BRASILEIRO
Carlos Henrique da Silva
(Estudante PIBIC-CNPq)
Universidade Federal do Piauí
carloshenrique@ufpi.edu.br

Resumo: Quais sujeitos conservamos em nossas memórias? Como guardamos em nossas


consciências as imagens e corpos das mulheres negras? Qual a importância do julho das
pretas para a sociedade brasileira? Esses escritos surgem ao perceber a força e a potência de
abrir nossas consciências através das artes visuais, para nos acalantar e percebermos como
os corpos e as imagens das mulheres negras são conservados em nosso cotidiano brasileiro,
além de enfrentar as facetas das desigualdades sociais, as quais são submetidas todos os dias,
desde a violência simbólica ao extermínio. Com esse resumo, quero mostrar um pouco destas
reflexões que tem proporcionado muitas narrativas e impulsionado a criação de uma coleção
produzida com colagens digitais, com o objetivo de memorar 12 mulheres negras brasileiras
no ano de 2021 (Apêndice). Memorar aqui se relaciona em conservar na memória para não
ser esquecido, é valorizar suas vozes, seus trabalhos, seus conhecimentos e tecnologias, é
divulgar e celebrar suas vidas ainda em Terra e suas inúmeras contribuições para a sociedade
brasileira, piauiense, teresinense afrodescendentes. Esta pesquisa imagética-artística se faz
a partir de experiências múltiplas, mas, em especial com a contribuição dos estudos via
PIBIC-CNPq no Projeto de Pesquisa da Universidade Federal do Piauí intitulado: Arte Como
Narrativa e Cuidado de Mulheres Afrodescendentes desde a Pandemia da COVID-19 (2021).
E, dialoga com Silva (2017; 2021); Somé (2003); Teixeira (2020); dentre outras referências.
Palavras-chave: Mulheres. Negras. Colagem Digital.

Referências:

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Desigualdades


sociais por cor e raça no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2019.
SILVA, Francilene Brito. Imagens de mulheres e crianças afrodiaspóricas:
narrativas piauienses para além do museu brasileiro. 2017. 199 f. Tese
(Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.

SILVA, Francilene Brito. Projeto de Pesquisa Arte Como Narrativa e Cuidado de


Mulheres Afrodescendentes desde a Pandemia da COVID-19. Teresina, PI: [S.
ed.], 2021. Disponível em: https://padlet.com/artlenha/fb9k2x7qka0lez21. Acesso em: 11
out. 2021.

SOMÉ, Sobonfu. O Espírito da Intimidade: ensinamentos ancestrais africanos sobre


maneiras de se relacionar. São Paulo: Odysseus, 2003.

TEXEIRA, Sâmia. Pesquisa revela situação para mulheres negras no mercado


de trabalho. Publicado em 25 de novembro de 2020. Disponível em: https://
nosmulheresdaperiferia.com.br/negras-no-mercado-de-trabalho/. Acesso em: 10 de
outubro de 2021.
112 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.
VALESCO, Clara, GRANDIN, Felipe, CAESAR, Gabriela, REIS, Tiago. Mulheres negras
são as principais vítimas de homicídios; já as brancas compõem quase
metade dos casos de lesão corporal e estupro. Publicado em 16 de setembro de
2020. Disponível em: https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2020/09/16/
mulheres-negras-sao-as-principais-vitimas-de-homicidios-ja-as-brancas-compoem-quase-
metade-dos-casos-de-lesao-corporal-e-estupro.ghtml. Acesso em 10 de outubro de 2021.

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 113


APÊNCIDE – COLAGENS DIGITAIS: MULHERES NEGRAS LATINO-AMERICANAS E
CARIBENHAS NO COTIDIANO BRASILEIRO

“Ori dança nas águas”, carloshslv (Carlos Henrique da Silva), colagem digital, 2021.

114 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


“Lavadeira de saberes”, carloshslv (Carlos Henrique da Silva), colagem digital, 2021.

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 115


“Poesia sobre poder e cura”, carloshslv (Carlos Henrique da Silva), colagem digital, 2021.

116 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


“Restituição do cuidado”, carloshslv (Carlos Henrique da Silva), colagem digital, 2021.

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 117


“Pipa voada”, carloshslv (Carlos Henrique da Silva), colagem digital, 2021.

118 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


“Herança ancestral”, carloshslv (Carlos Henrique da Silva), colagem digital, 2021.

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 119


“Canto de revolta”, carloshslv (Carlos Henrique da Silva), colagem digital, 2021.

120 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


“Ventania Ancestral”, carloshslv (Carlos Henrique da Silva), colagem digital, 2021.

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 121


“Fogo decolonoial”, carloshslv (Carlos Henrique da Silva),, colagem digital, 2021.

122 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


“Sabedoria e movimento”, carloshslv (Carlos Henrique da Silva), colagem digital, 2021.

VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021. 123


“Rima Preta”, carloshslv (Carlos Henrique da Silva), colagem digital, 2021.

124 VIII CONGEAfro: Esperançar em crises históricas. Brasil, 10 a 12 de nov. 2021.


“Discernimento é tecnologia”, carloshslv (Carlos Henrique da Silva), colagem digital, 2021.

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