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Supremo Tribunal Federal

PETIÇÃO 10.426 DISTRITO FEDERAL

RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA


REQTE.(S) : REGINALDO LAZARO DE OLIVEIRA LOPES
ADV.(A/S) : DESIREE GONCALVES DE SOUSA
REQDO.(A/S) : JAIR MESSIAS BOLSONARO
ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS
REQDO.(A/S) : MILTON RIBEIRO
ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS

DESPACHO

PETIÇÃO. NOTITIA CRIMINIS. SUPOSTA


PARTICIPAÇÃO DO PRESIDENTE DA
REPÚBLICA. VISTA DOS AUTOS À
PROCURADORIA-GERAL DA
REPÚBLICA.

1. Notitia criminis apresentada por Reginaldo Lázaro de Oliveira


Lopes, deputado federal, em desfavor de Jair Messias Bolsonaro,
presidente da República.

Sustenta que, “no momento em que foi ouvido nas Dependências da


Polícia Federal, o ex-ministro da Educação confirmou que recebia pastores
(responsáveis por achacar Prefeitos para facilitar a liberação de verbas públicas –
MEC/FNDE) em nome do Presidente da República”.

Noticia que, “mesmo antes do aprofundamento das investigações pela


Polícia Judiciária Federal (Inquéritos instaurados na Polícia Federal e no
Supremo Tribunal Federal), já havia materialidade e indícios suficientes de
autoria das práticas criminosas no âmbito do Ministério da Educação, por
intermédio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, com
participação ativa, quiçá com autorização expressa, do Presidente da República,
ora Representado”.

Afirma terem sido “expedidos 13 mandados de busca e apreensão e

Documento assinado eletronicamente pelo(a) Min. Cármen Lúcia, conforme o Art. 205, § 2º, do CPC. O documento pode ser acessado pelo endereço
http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o código 901A-E5CE-33DD-D00B e senha 5A80-AB3A-F04A-EE93
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também mandados de prisões preventivas, dentro os quais do exministro Milton


Ribeiro (que agia em nome do Presidente da República na liberação criminosa de
recursos públicos) e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que
despachavam diretamente no Ministério da Educação (embora sem qualquer
cargo público), durante a gestão do exministro Milton Ribeiro e eram os
responsáveis por exigir vantagens indevidas de Prefeitos, para intermediar a
liberação de recursos do MEC/FNDE”.

Assevera que “todos os fatos aqui articulados, que resultaram, com o


aprofundamento das investigações pela Polícia Federal, nas prisões e outras
medidas constritivas autorizadas na data de hoje, demonstram a existência de
uma organização criminosa chefiada pelo Presidente da República, Senhor Jair
Messias Bolsonaro, que tinha como operador político o ex-ministro da Educação
Milton Ribeiro e como operadores financeiros principais, os Pastores Gilmar
Santos e Arilton Moura, todos adrede conluiados, com o objetivo de fraudar o
erário (FNDE), privilegiando aliados políticos religiosos e/ou Prefeitos que
aceitassem receber recursos públicos em troca de apoio aos projetos de reeleição do
mandatário da Nação e de pagamento de vantagens indevidas aos apontados
criminosos, quiçá até mesmo na perspectiva de constituição de caixa de
campanha fora das linhas legais e constitucionais”.

Alega que “como se verifica no áudio divulgado em março deste ano, e nas
demais investigações realizadas pelos órgãos de controle, além do próprio Poder
Legislativo (Senado Federal), o grupo criminoso que atuava no Ministério da
Educação e no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação agia em nome,
a pedido e por delegação do Presidente da República, o que demonstra que este
tinha total controle e dominava toda a empreitada delituosa, de modo que não
pode ser excluído da investigação em curso e das punições que vierem, em tese, a
ocorrer”.

Tem-se nos pedidos:


“o Noticiante pugna, a partir da existência dos graves fatos
criminosos em apuração sobre parte da organização criminosa, seja
intimada a Procuradoria-Geral da República para que instaure

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procedimento investigatório com o objetivo de apurar as condutas e


responsabilidades criminais do Senhor JAIR MESSIAS
BOLSONARO”.

2. Manifeste-se a Procuradoria-Geral da República.

3. Na sequência, retornem-me os autos imediatamente conclusos.

Brasília, 24 de junho de 2022.

Ministra CÁRMEN LÚCIA


Relatora

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