Veganismo, Fome e Luta de Classes

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Veganismo popular, Fome e luta de classes

Caro leitor, você conseguiria falar para um morador de rua sobre veganismo?
Conseguiria dizer para ele que há muito tempo existem outras fontes de proteína que não
sejam de origem animal e que ele deveria fazer essa troca na sua alimentação?
Atualmente no Brasil cerca de 19 milhões de pessoas passam fome, outros 119 milhões
vivem “insegurança alimentar”, palavras bonitas para dizer que eles não sabem se vão
comer.
Quando se fala em veganismo boa parte das pessoas pensam em produtos caros e
inacessíveis, isso vem do fato do veganismo liberal conseguir muito mais espaço na mídia
e entre famosos, para muitos moradores de rua um copo de café com leite é o que lhes
sustenta por um dia inteiro, trabalhadores que por causa de suas longas jornadas de
trabalho comem o que é mais barato e de rápido preparo. Quantas vezes não vimos
produtos de origem animal custando menos que de origem vegetal, os alimentos
ultraprocessados e que fazem mal ficam para o povão.
Vejo vários veganos liberais culpando o trabalhador pelo sofrimento e exploração
animal, chamando-os de assassinos, carniceiros e etc. como podem atribuir isso a classe
explorada? Que come o que a burguesia permite, que come aquilo que consegue
comprar, enquanto se deleitam em seus leites de soja e alimentos caríssimos.
Um país enorme como o Brasil e com terras férteis não produz para o povo, a
maior parte dos grãos colhidos servem para alimentar aves e bovinos ou são exportados,
enquanto o povo morre de fome, os verdadeiros culpados pela exploração animal são os
latifundiários, os grandes agropecuaristas, que devastam milhares de quilômetros de
floresta para a criação de gado, ou para a plantação de monoculturas. o capitalismo
transformou isso em uma indústria destrutiva, tanto para os animais como para o meio
ambiente. Devastam milhares de quilômetros e quando o solo está pobre de nutrientes
seguem para devastar mais outros incontáveis quilômetros.

“Ecologia sem luta de classes é jardinagem”. - Chico Mendes.

O meio ambiente não aguenta mais tanta exploração, e se ele não aguenta, nós
também não aguentamos, o povo não come o que quer, somos induzidos, quantas vezes
não vimos um novo lançamento de uma grande rede de fastfood em nossas redes
sociais? Na nossa mídia, a propaganda escancarada e excessiva em nossos rostos. a
pizza com queijo extra, o hambúrguer com duas carnes.
O veganismo não pode ficar a par da luta de classes, conscientizar o povo é nosso
dever, devemos lembrar-nos ao que somos submetidos diariamente. Para a classe
dominante existem dois tipos de animais, aqueles que servirão de alimento e como
mercadoria e aqueles que servirão para terem suas mãos de obra exploradas. Exploração
animal ou exploração do homem pelo homem? Não podemos nos esquecer que também
somos animais, como podemos deixar isso acontecer com nossos parentes?

O veganismo popular/periférico deve trabalhar esses pontos, uma receita sem nada
de origem animal pode ser difícil de se fazer, certo? Na verdade vários alimentos do
nosso dia a dia não vem de origem animal, como o nosso famoso arroz com feijão, o
cuscuz, pão, macarrão e os vegetais, uma dieta vegana não é tão fácil de se apresentar a
qualquer um, quantos dos alimentos que alguém que não é vegetariano não leva produtos
de origem animal em sua composição?

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