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Aula 02 Mesas Almas de Perfis I e H Submetidas A Forças Transversais Localizadas
Aula 02 Mesas Almas de Perfis I e H Submetidas A Forças Transversais Localizadas
Unidade 02
Aula 01
Introdução
Carregamentos aplicados sobre áreas pequenas são, conceitualmente, considerados como esforços
localizados. Lembre-se de que, na realidade, não existe esforço concentrado, como se vê na teoria de
estruturas, com uma força de área zero sobre um elemento, mas um elemento de área muito pequena
em relação ao outro elemento que o apoia. Um ótimo exemplo é um pilar que nasce em uma viga: o pilar
possui uma área de seção transversal, porém é bem menor do que a área da viga em planta.
Cargas consideradas localizadas exercem efeitos de esforços em elementos constituintes dos perfis, no
caso, mesa e alma. Por terem área de aplicação muito pequena, deve ser realizada uma análise local da
região de apoio da carga em função da área de aplicação, em vez da verificação ao esforço cortante.
Então, vamos lá!
Generalidades
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Segundo a NBR 8800 (2008), devem ser verificados os estados-limite últimos causados por esforços
transversais localizados na face externa de pelo menos uma das mesas, perpendicularmente à sua face
em seções do tipo I e H. A norma também salienta que as forças devem estar centradas em relação à
alma do perfil para que os métodos descritos sejam válidos. Nos casos em que a força solicitante
ultrapasse a força resistente, devem ser utilizados enrijecedores de alma, que serão estudados a seguir.
2
6, 25t f y
f
F Rd =
γ a1
Caso a distância do ponto de aplicação da carga concentrada esteja localizada a menos do que 10 vezes a
espessura da alma da extremidade da viga, a força resistente máxima deve ser considerada a metade de
uma força que esteja localizada em um ponto mais central da barra. Isso acontece pelo fato de o perfil
estar sujeito à flexão local também na direção longitudinal da barra, devido à descontinuidade do
elemento. Portanto, para uma distância de uma extremidade menor do que 10t f :
2
3, 12t f y
f
F Rd =
γ a1
A norma diz ainda que, caso o comprimento de atuação da força na direção perpendicular à da barra da
viga seja menor do que 15% da largura da mesa carregada, essa verificação não se faz necessária. Isso
porque, caso o comprimento de atuação da força seja muito pequeno, ela não é capaz de estimular uma
situação de flexão da mesa.
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ATENÇÃO
Muitas vezes, as normas citam coeficientes genéricos, como neste caso. Essas regras são aplicáveis
a casos gerais usuais de projetos e, por esse motivo, casos específicos sempre devem ser tratados
de forma mais apurada e elaborada.
Além disso, a norma permite que, caso a condição de segurança não seja atendida, pode-se dimensionar
enrijecedores de alma, posicionados em ambos os lados do perfil, que possam distribuir a força
concentrada e eliminar esse efeito.
A NBR 8800 (2008) também determina que a maior força resistente de dimensionamento de uma alma
de perfil é dada por:
1, 10(5K + I n )t w f y
F Rd =
γ a1
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Em que K é a espessura da mesa carregada mais o lado do filete de solda paralelo à alma, no caso de
perfis soldados, ou a espessura da mesa mais o raio de concordância com a alma, no caso de perfis
laminados. Lembre-se de que I n é o comprimento de atuação da força no sentido longitudinal da viga e
tw é a espessura da alma.
Caso a força esteja localizada a uma distância da extremidade da barra menor do que a altura dessa
barra, a força resistente passa a ser:
1, 10(2, 5K + I n )t w f y
F Rd =
γ a1
Enrugamento da alma
No que diz respeito à instabilidade local da alma por enrugamento, o seu efeito está ilustrado na figura a
seguir. Observe.
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Quando a força está localizada a uma distância da extremidade maior ou igual à metade da seção
transversal da viga, a fórmula a ser utilizada é a seguinte:
2
0, 66t w In tw
E ⋅ fy ⋅ tf
1,5
F Rd = [ 1 + 3( )( ) ]√
d tf
γ a1 tw
Caso a carga esteja aplicada a uma distância menor da extremidade, a verificação deve ser feita da
seguinte forma:
Caso :
In
≤ 0, 2
d
2
0, 33t E ⋅ fy ⋅ tf
w In tw 1,5
F Rd = [ 1 + 3( )( ) ]√
d tf
γ a1 tw
Caso :
In
> 0, 2
d
2
0, 33t w 4I n tw
E ⋅ fy ⋅ tf
1,5
F Rd = [1 + ( − 0, 2)( ) ]√
d tf
γ a1 tw
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3
Cr tw hb 3 3
F Rd = [0, 94 + 0, 37( ) ]
2 tw I
γ a1 h
3
Cr tw hb 3 3
F Rd = [0, 37( ) ]
2 tw I
γ a1 h
Em que l é o maior comprimento entre dois pontos de travamentos no trecho que envolve a carga
localizada; h é a distância entre faces internas das mesas – menos os raios de concordância para perfis
laminados ou a distância entre faces internas das mesas em perfis soldados – e Cr corresponde ao
coeficiente de rotação do perfil, que, segundo a norma, vale:
Caso nenhuma das condições mostradas seja atendida, a norma dispensa a verificação da flambagem
lateral da alma, pois não há possibilidade de ocorrência desse fenômeno.
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NA-PRATICA
Esta é uma situação que acontece caso um pilar seja dimensionado para morrer na parte inferior
da viga e nascer na parte superior, como quando se necessita interromper o pilar por dificuldades
de transporte ou de montagem. É recomendável, nesse caso, que os pilares sejam contínuos e as
vigas sejam ligadas a eles a fim de eliminar esse efeito.
A força-limite resistente da alma deve ser superior a qualquer uma das forças do par, e seu valor é dado
por:
3
24t
w
F Rd = √E ⋅ f y
γ a1 h
Se o par de forças estiver concentrado a uma distância da extremidade da barra menor do que a metade
da sua altura de seção transversal:
3
12t w
F Rd = √E ⋅ f y
γ a1 h
Caso a força solicitante ultrapasse a resistente, devem ser posicionados enrijecedores de alma em pelo
menos um dos lados do perfil.
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As tensões de cisalhamento que surgem nesses painéis tendem a instabilizá-los em uma direção
diagonal, necessitando de reforço com enrijecedores também diagonais, que permitam a “costura”
dessas linhas de cisalhamento e que devem abranger todo o comprimento do painel e altura da seção
transversal em ambos os lados do perfil, caso a força solicitante de dimensionamento seja superior a:
F Rd = V Rd
F Sd
F Rd = V Rd (1, 4 − )
NP I
Em que VRd é a força resistente de dimensionamento do painel e NPl é a força axial de compressão
correspondente ao escoamento do aço.
SAIBA MAIS
A tensão crítica de escoamento de um painel envolve a teoria das placas, cujo propósito é
desenvolver um modelo matemático diferencial para determinação de tensões e deslocamentos
em um elemento plano – diferentemente do estudo de nós e barras – e pode ser melhor estudado
em Timoshenko e Gere “Theory of Elastic Stability” (1961).
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a largura dos enrijecedores mais a metade da espessura da alma do perfil não pode ser menor do que
um terço da largura da mesa ou da chapa de ligação onde está a força localizada;
a espessura de um enrijecedor não pode ser menor do que a metade da espessura da mesa ou da
chapa de ligação onde está a força localizada, nem menor do que 1/15 da sua largura;
ATENÇÃO
A necessidade de enrijecer perfis muitas vezes se torna menos viável do que substituir o perfil por
outro mais resistente e que atenda à força resistente de dimensionamento. Então, cabe ao
projetista decidir o que é mais interessante técnica e financeiramente.
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h
)
2
− 2 ≥ 0, 5 .
Fechamento
Agora, você conhece o procedimento de análise de barras metálicas que recebem esforços localizados.
Unidade 02
Aula 02
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Introdução
Uma estrutura é necessariamente um conjunto interativo de elementos. Sendo formada apenas por uma
barra, está ainda interagindo com o seu referencial de apoio, que pode ser uma fundação. Sendo formada
por várias barras, realiza uma complexa interação entre as barras que a formam.
Ligações são os métodos utilizados para proporcionar essa interação entre elementos estruturais e, por
isso, devem ser devidamente estudadas a fim de cumprirem seu papel de transmitir esforços solicitantes
da estrutura até o ponto onde essas cargas são absorvidas pelo solo. A NBR 8800 (2008) determina uma
série de especificações e requisitos que essas ligações devem atender, no sentido de disposição, esforço
mínimo, rigidez e geometria.
identificar as condições específicas de ligações metálicas descrevendo os conceitos gerais para seu
dimensionamento;
descrever a sistemática e aspectos relevantes para o dimensionamento de solda, mostrando e
conceituando as fórmulas, incógnitas e suas relações;
descrever a sistemática e aspectos relevantes para o dimensionamento de parafusos e barras
redondas rosqueadas, mostrando e conceituando as fórmulas, incógnitas e suas relações;
descrever a sistemática e aspectos relevantes para o dimensionamento de pinos, mostrando e
conceituando as fórmulas, incógnitas e suas relações.
Bases de dimensionamento
Segundo a NBR 8800 (2008), ligações metálicas compreendem elementos e meios de ligação. Elementos
de ligação são entidades que permitem que barras sejam unidas, como enrijecedores, chapas, consolos e
cantoneiras; enquanto os meios de ligação são os materiais que unem os elementos, como soldas,
parafusos, pinos e barras rosqueadas.
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ATENÇÃO
Determinadas situações de estruturas podem exigir que seja realizado um dimensionamento de
determinado estado-limite de serviço. Por exemplo, estruturas sujeitas a vibrações excessivas e
para as quais seja preciso neutralizar esse efeito de vibração devem ter suas ligações
dimensionadas a fim de estarem rígidas o suficiente para absorver esse efeito.
SAIBA MAIS
Consulte a norma europeia Eurocode 3, Parte 1-8, para obter mais informações sobre como as
estruturas metálicas são dimensionadas naquele continente. Acesse: <http://www.phd.eng.br/wp-
content/uploads/2015/12/en.1993.1.8.2005-1.pdf>.
EI v
S i ≥ 25
Lv
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EI v
S i ≤ 0, 5
Lv
Destaca-se que a norma cita que, para análises elásticas, as ligações metálicas podem ser consideradas
semirrígidas, com Si constante durante o processo de carregamento da estrutura.
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Para barras comprimidas que não sejam pilares, estas devem estar dimensionadas para garantir pelo
menos 50% da força axial resistente de dimensionamento à compressão da barra conectada ou ao
momento fletor e força cortante resultantes de uma força transversal aplicada na posição da emenda
igual a 2% da força axial resistente da barra conectada, considerando a barra biapoiada. A norma
também determina que no dimensionamento seja adotado o menos severo entre esses dois casos.
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Além disso, a ligação deve resistir a 100% das solicitações de cálculo não transmitidas por contato,
garantindo que ela suporte qualquer tipo de inversão no sentido do esforço solicitante.
NA-PRATICA
Uma das situações mais comuns de transferência de esforços por contato é a ligação entre pilar e
chapa de base de uma fundação metálica, como em estruturas de barracões, postes de iluminação,
silos etc. Essa ligação tem grande responsabilidade estrutural, pois uma base de pilar metálico está
em trabalho constante: além de suportar as cargas de peso e utilização da estrutura, diversas
combinações de vento atuam sobre ela, como empuxo e sucção, gerando inclusive inversão de
sentido de esforço importante.
A exigência não se dá para barras tipo cantoneiras (simples ou duplas), pois nesse tipo de perfil a
construção da ligação no centro geométrico muitas vezes fica impossibilitada pela sua posição. Veja na
figura a seguir.
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Nesses casos, a norma permite que uma barra não sujeita à fadiga tenha a verificação de excentricidade
desprezada.
No caso de ser aplicada solda como elemento de reforço em obras construídas, estas podem ser
aplicadas apenas para as novas cargas solicitantes, podendo ser considerada a ligação parafusada ou
rebitada existente para as cargas do projeto original. A norma determina que a ligação parafusada
existente deve ser devidamente apertada para resistir às solicitações por atrito.
Fratura lamelar
As ligações soldadas que facilitem o surgimento de fratura lamelar por retração da solda devem ser
evitadas, preferindo-se as juntas soldadas em que a transmissão de tração se faça a partir de um
elemento plano em direção não paralela à sua face (juntas L ou T). Veja na figura a seguir.
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Figura 3 - Ligação soldada em junta V apresentando fratura lamelar por retração da solda.
Nas situações em que a ligação sujeita a esse fenômeno não puder ser evitada, deve-se tomar
precauções contra esse tipo de ocorrência.
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ATENÇÃO
O documento técnico da American Welding Society (AWS) estipula alguns cuidados específicos
para ligações soldadas que não constam diretamente na norma brasileira. É recomendável
conhecer esses cuidados. Consulte: <https://www.aws.org/certification/detail/aws-d11-structural
-welding-steel>.
A norma ainda cita que emendas de barras sujeitas à tração devem ser realizadas de forma que não
induzam grandes deformações de retração, pois esse esforço tem um efeito combinado com a tração
solicitante da barra, aumentando-o.
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Soldas
Agora que você já estudou os critérios básicos determinados pela norma brasileira sobre ligações, é hora
de estudar os sistemas construtivos de ligações em si. Este tema será focado nas soldas, largamente
utilizadas em construções metálicas por simplificarem a ligação em comparação com as ligações
parafusadas.
Apesar disso, ligações soldadas apresentam características que muitas vezes inviabilizam sua utilização,
como a exigência de mão de obra especializada, necessidade de fonte de energia, montagem de
andaimes e necessidade de proteção do ambiente de soldagem contra intempéries climáticas. Por esse
motivo, ligações soldadas são preferidas em montagens de ligações feitas em ambiente de chão de
fábrica.
Generalidades
A NBR 8800 (2008) se baseia nas disposições do Código de Soldagem Estrutural da AWS (American
Welding Society). Entretanto, a norma determina exceções para alguns procedimentos daquele
documento, no que diz respeito a recortes de janelas para acesso a soldagens, ligações de perfis
tubulares e algumas prescrições de filetes de solda que são detalhadas especificamente.
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ATENÇÃO
A norma brasileira é fortemente baseada em normas internacionais, tanto americanas quanto
europeias. O dimensionamento de soldas tem influência dos estudos realizados pela American
Welding Society, e os documentos completos dessa associação podem ser encontrados na sua
página, em inglês. O endereço para acesso é: <https://www.aws.org/certification/detail/aws-d11-s
tructural-welding-steel>.
Além disso, a norma determina que projetos de estruturas metálicas indiquem e detalhem
procedimentos de soldas, no que diz respeito a comprimentos e retornos.
Existem quatro tipos normatizados de ligação soldada para estruturas metálicas. Argenta (2010) cita
que, de maneira aproximada, a incidência de cada tipo de solda em projetos corresponde a:
Áreas efetivas
As disposições normativas sobre áreas efetivas de soldas dependem do tipo construtivo utilizado na
ligação.
As = Ls ⋅ eG
Em que L s é o comprimento efetivo de uma solda que, no caso da penetração total ou parcial, é o seu
comprimento real, igual à largura da parte ligada, e e G é a espessura da garganta efetiva, que, nesse caso,
corresponde à menor das espessuras das partes soldadas.
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A norma ainda especifica a espessura da garganta efetiva em função do processo de soldagem utilizado.
SAIBA MAIS
Os processos de soldagem utilizados na construção de estruturas metálicas estão detalhados no
material do professor Marco Argenta. Consulte-o e obtenha mais informações sobre as ligações
soldadas. Disponível em: <http://www.estruturas.ufpr.br/wp-content/uploads/2016/05/Capitulo
101.pdf>.
No caso de soldas por penetração de superfícies curvas, a norma estabelece os critérios descritos na
figura a seguir.
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Aw = Ls ⋅ eG
Em que L s é o comprimento efetivo de uma solda que, no caso do filete longitudinal, é dado pelo
comprimento total da solda multiplicado pelo fator redutor β, igual a:
Lw
β = 1, 2 − 0, 002( )
dw
Onde L w é o comprimento total do filete e d w é o tamanho da menor perna do filete, que podem ser
observados na Figura 8. A norma também determina que o valor de β fique entre 0,6 e 1,0. Caso o valor
resulte menor do que 0,6, o projetista deve alterar as dimensões construtivas.
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Esse tipo de solda é aplicável em situações em que elementos são ligados sobrepostos e em que o
contato da solda é feito através do preenchimento de uma cavidade em um desses elementos, conforme
você pode observar na figura a seguir.
A norma determina que seja considerada a área efetiva desse tipo de ligação soldada à área nominal do
furo ou rasgo no plano das superfícies ligadas.
NA-PRATICA
Em uma ligação em que foi detalhada solda por filete e, no caso, não foi possível atingir a
resistência de dimensionamento necessária, pode-se detalhar um ponto de solda por tampão em
um dos elementos ligados. Nesse caso, a resistência da ligação é a soma entre a resistência das
duas soldas, respeitadas as condições apresentadas adiante.
No caso de uma solda por penetração parcial compor o conjunto, deve-se basear a resistência do
conjunto na seção crítica da solda e do metal-base ligada a essa solda, por ser este um ponto frágil da
ligação.
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ATENÇÃO
Elementos não citados pela norma brasileira podem ser consultados em normas internacionais.
Eventualmente, em projetos para outros países, tecnologias de soldas não disponíveis no Brasil
podem ser utilizadas, portanto, o projetista deve sempre estar atualizado com a normatização
internacional.
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AM B ⋅ fy
F w,Rd =
γ a1
AM B ⋅ fy
F w,Rd = 0, 6
γ a1
AM B ⋅ fy Aw ⋅ fw
F w,Rd = F w,Rd = 0, 6
γ a1 γ w1
Para solicitações de cisalhamento na seção efetiva, o metal-base deve atender a seu limite de
escoamento, enquanto para a solda:
A f
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Aw ⋅ fw
F w,Rd = 0, 6
γ w2
Soldas em filete
Para solicitações de tração ou compressão paralelas ao eixo da solda, a força resistente não precisa
ser considerada.
Para solicitações de cisalhamento na seção efetiva, que é igual à resultante vetorial das forças na
junta, o metal-base deve atender a seu limite de escoamento, enquanto para a solda:
Aw ⋅ fw
F w,Rd = 0, 6
γ w2
Caso seja dimensionado um conjunto de filetes, situados em um mesmo plano com a resultante de
ações contida no seu centro geométrico, onde θ representa o ângulo entre a resultante de ações e o
eixo longitudinal do grupo de filetes, a força resistente de cálculo é dada por:
Aw ⋅ fw
1,5
F w,Rd = 0, 6 (1 + 0, 5sen θ)
γ w2
Aw ⋅ fw
F w,Rd = 0, 6
γ w2
Limitações
Para cada tipo de ligação soldada, a norma determina uma série de limitações na utilização de soldas.
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Soldas em filete
A norma também especifica a dimensão mínima de perna de solda em filete, apresentada na figura a
seguir, em função da parte menos espessa.
Figura 12 - Espessuras mínimas de pernas para solda em filete.Fonte: ABNT (2008, p. 74).
A norma especifica a dimensão mínima de perna de solda em filete apresentada na figura, em função da
parte menos espessa.
Para soldas em rasgo, o seu comprimento não deve ser maior do que 10 vezes a espessura da solda, bem
como a largura dos rasgos não pode ser menor do que a espessura da peça furada acrescida de 8
milímetros, nem superior a 2,25 vezes à espessura da solda. A distância entre linhas de centros de rasgos
deve ser igual ou superior a 4 vezes a sua espessura, enquanto a distância entre rasgos
longitudinalmente deve ser igual ou superior a 2 vezes seu comprimento.
A espessura das soldas, seja em furos ou rasgos, em peças de até 16 milímetros, deve ser igual à
espessura da peça. Já para materiais com espessura superior, a solda deve ter no mínimo a metade da
espessura da peça, e não inferior a 16 milímetros.
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Ligações parafusadas não exigem mão de obra especializada para instalação e inspeção da ligação nem
necessitam de equipamentos complexos. Apesar disso, a furação gera pontos fracos na área da ligação e
exige processos de cálculo mais complexos.
Áreas de cálculo
A área de cálculo efetiva de pressão de contato é dada por:
Ap = ∅p ⋅ t
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Com relação à área efetiva de um parafuso resistindo à tração (A be ) corresponde a 75% da área bruta do
parafuso. Em função do diâmetro externo da rosca ∅ p a área efetiva é dada por:
2
A be = 0, 1875 ∅ p
Nota-se, na imagem, que ligações por conectores podem ser trabalhadas para garantir resistência ao
giro, podendo-se aumentar a rigidez da estrutura no sentido global.
Tração
A força resistente de dimensionamento de um parafuso ou barra rosqueada tracionada é igual a:
A be ⋅ f ub
F t,Rd =
γ a2
Cisalhamento
Caso o plano de corte passe pela rosca de parafusos ou barras de alta resistência ou parafusos comuns:
A f
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A b ⋅ f ub
F v,Rd = 0, 4
γ a2
A b ⋅ f ub
F v,Rd = 0, 5
γ a2
2
A b = 0, 25∅ p
F t,Sd F t,Sd
2 2
( ) + ( ) ≤ 1
F t,Rd F t,Rd
Para os parafusos A325 e A490, a primeira equação é referente ao plano de corte passar pela rosca, e, a
segunda, no caso de não passar.
Para furos-padrão, alargados, pouco alongados ou muito alongados em direção à linha de ação, caso
a deformação do furo for importante para o projeto:
If ⋅ t ⋅ fu db ⋅ t ⋅ fu
F c,Rd = 1, 2 ≤ 2, 4
γ a2 γ a2
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Para furos-padrão, alargados, pouco alongados ou muito alongados em direção à solicitação, caso a
deformação do furo não for importante para o projeto:
If ⋅ t ⋅ fu db ⋅ t ⋅ fu
F c,Rd = 1, 5 ≤ 3, 0
γ a2 γ a2
If ⋅ t ⋅ fu db ⋅ t ⋅ fu
F c,Rd = ≤ 2, 0
γ a2 γ a2
Em que representa a distância entre bordas de furos ou entre a borda do furo e a borda do material
ligado, T é a espessura do material ligado e a resistência característica à ruptura do aço do material
ligado.
ATENÇÃO
A NBR 8800 (2008) estabelece que, em ligações com furos muito ou pouco alargados ou
alongados em direção à força, a transferência de esforços deve ser dimensionada para ser
transferida exclusivamente por atrito, assunto que será tratado a seguir.
Para ligações com múltiplos conectores, a força resistente total é a soma das forças resistentes para
todos os furos.
Em ligações com furos alargados, pouco alongados ou muito alongados na direção da solicitação, o
deslizamento deve ser considerado estado-limite último, e a força resistente é dada por:
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μ ⋅ Ch ⋅ FT b ⋅ ns F t,Sd
F f ,Rd = 1, 13 (1 − )
γe 1, 13F T b
F t,Sk
F f ,Rk = 0, 8 ⋅ μ ⋅ C h ⋅ F T b ⋅ n s (1 − )
0, 80F T b
Efeito de alavanca
O efeito de alavanca em ligações parafusadas é um fenômeno que ocorre em função das deformações
das partes ligadas, como mostra a figura a seguir.
A norma determina que, simplificadamente, pode-se considerar verificado o efeito de alavanca de uma
ligação caso pelo menos um dos seguintes itens seja atendido:
ao determinar as espessuras das chapas ligadas, o momento resistente plástico e a força de tração
resistente de dimensionamento dos parafusos ou barras rosqueadas for reduzida em 33%;
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ao determinar as espessuras das chapas ligadas, o momento resistente elástico e a força de tração
resistente de dimensionamento dos parafusos ou barras rosqueadas for reduzida em 25%.
ATENÇÃO
A norma determina mais alguns detalhes construtivos para condição de estabilidade da ligação ao
efeito de alavanca. É recomendável que seja realizada análise mais complexa para avaliar esse
comportamento, como o método dos elementos finitos aplicado à ligação, que é capaz de
apresentar toda a distribuição de esforços no elemento de forma clara e bastante precisa.
Argenta (2015) chama a atenção para quando uma carga de tração centrada é aplicada num grupo de
parafusos, podendo ocorrer que a carga em cada parafuso seja maior do que a carga dividida pelo
número de parafusos. Isto ocorre devido a esforços internos induzidos pela deformação do elemento de
ligação, que acabam gerando uma distribuição não uniforme de carregamento.
Quanto a placas de apoios de pilares, furos maiores podem ser usados devido à tolerância ao encaixe nos
chumbadores das bases de concreto. Para isto, devem ser especificadas arruelas soldadas à placa de
base.
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SAIBA MAIS
A NBR 8800 (2008) traz algumas limitações para a utilização de furos e determina, para cada caso,
o tipo de transmissão de esforço (contato ou atrito). Esses preceitos são de fundamental
importância no dimensionamento de ligações. Consulte-a e saiba mais.
Pega longa
A norma determina que caso o comprimento de pega do parafuso ou barra rosqueada exceda 5 vezes seu
diâmetro bruto, a força de cisalhamento resistente de cálculo seja reduzida em 1% para cada 1,5
milímetros adicionais.
NA-PRATICA
Esta é uma situação em que existem muitas barras unidas na mesma ligação, ocasionando esforços
de flexão no parafuso ou barra rosqueada. Nesse caso, a redução de eficiência do conector é feita
de forma empírica a partir de diversos estudos de eficiência realizados pela ASTM.
Essa condição não se aplica a casos de parafusos de alta resistência com utilização de protensão inicial.
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Esta consideração leva em conta uma distribuição não uniforme da força entre os parafusos da ligação,
conforme exemplifica Argenta (2015), na figura a seguir.
Figura 17 - Ligação de grande extensão com efeito de distribuição não uniforme entre parafusos.
Para o caso de ligações por contato ligando emendas em barras tracionadas com comprimento superior
a 1.270 milímetros na direção da linha da força, as forças de cisalhamento e pressão de contato
solicitantes de cálculo devem ser acrescidas em 25%.
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Para o caso de furos alargados ou alongados, o valor deve ser acrescido de um fator β . d b em que d b é o
diâmetro bruto do elemento e β corresponde a:
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Pinos
As uniões entre estruturas metálicas são realizadas por elementos de conexão e meios de ligação, e os
pinos são um exemplo de meio de conexão utilizado para fazer a junção de estruturas metálicas.
Como veremos, segundo a ABNT 8800 (2008), o dimensionamento dos pinos envolve a determinação do
momento fletor e da força cortante resistentes de cálculo e também da tensão normal resistente de
cálculo ao esmagamento.
Generalidades
As ligações em estruturas metálicas são constituídas por elementos de conexão e por meios de ligação.
Os elementos de conexão são as chapas, as cantoneiras e os enrijecedores. Os meios de ligação são as
soldas, os parafusos, as barras redondas rosqueadas e os pinos (ABNT, 2008; PRAVIA; FICANHA;
FABEANE, 2013). Na figura a seguir, são apresentados exemplos de ligações em estruturas metálicas.
Observe!
Figura 19 - Exemplos de ligações em estruturas metálicas: (a) viga-viga; (b) viga-coluna; (c) base de
coluna e (d) emenda de viga/coluna.
Nesse contexto, o dimensionamento das ligações metálicas à resistência de cálculo para um dado
estado-limite último deve ser igual ou superior à solicitação de cálculo. Essa solicitação, à qual a ligação
está sujeita, pode ser determinada pela análise da estrutura considerando-se as combinações de cálculo
das ações ou pela porcentagem especificada da resistência da barra ligada (ABNT, 2008; PRAVIA;
FICANHA; FABEANE, 2013).
ATENÇÃO
De acordo com o item 6.1.1.2 da NBR 8800 (ABNT, 2008), em algumas situações específicas, o
dimensionamento das ligações metálicas pode ser efetuado considerando-se um estado-limite de
serviço, em vez de um estado-limite último, desde que as solicitações de serviço sejam
preponderantes sobre as solicitações últimas.
De acordo com Pfeil e Pfeil (2009), os pinos são conectores que apresentam grande diâmetro e que
trabalham isoladamente, sem comprimir transversalmente as chapas. Podem ser empregados em
estruturas fixas desmontáveis ou em estruturas móveis. Veja na figura um exemplo de ligação efetuada
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No que se refere ao dimensionamento dos pinos, a NBR 8800 (2008, p. 85) prescreve que os “[...]
momentos fletores em um pino devem ser calculados admitindo-se que as tensões de contato entre o
pino e as partes conectadas sejam uniformemente distribuídas ao longo da espessura de cada parte”.
1, 2W f y
M Rd =
γ a1
NA-PRATICA
Considere um pino de 12,7 cm de diâmetro que apresenta módulo de resistência elástico igual a
201,1 cm³. É importante salientar que o módulo de resistência elástico é dependente da seção
transversal do elemento, e o modo de cálculo varia conforme o tipo de seção (quadrada,
retangular, semicircular etc.). Assim, o módulo de resistência elástico (W) de uma seção circular,
em que d é o diâmetro, é dado por: W = π d3/32.
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0, 60A w f y
F v,Rd =
γ a1
Em que Aw é a área efetiva de cisalhamento da seção do pino, podendo ser expressada por 0,75 Ag,
sendo que Ag é a área bruta do pino.
1, 5f y
σ Rd =
γ a1
ATENÇÃO
As tensões de esmagamento, em geral, não apresentam distribuição uniforme, no entanto, por
simplificação, considera-se que essas tensões se distribuem de modo uniforme nos elementos e
meios de conexão. Para efeitos de cálculo, de acordo com a NBR 8800 (2008), a tensão normal
solicitante de cálculo a ser considerada é a máxima tensão de contato (ou esmagamento) de
cálculo, tendo distribuição uniforme ou não.
Além da determinação dos esforços e tensões resistentes de cálculo do pino, é preciso levar em
consideração o dimensionamento das chapas de ligação para que não ocorra a ruptura nesses
elementos.
Conheça, a seguir, um pouco sobre o dimensionamento das chapas e sua ligação por pinos.
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Ag fy
N t,Rd =
γ a1
2tb ef f u
N t,Rd =
γ a2
Em que t é a espessura da chapa ligada pelo pino, bef é a largura efetiva, dada por 2t + 16 (mm), fu é a
resistência à ruptura do material e γa2 é o coeficiente de ponderação da resistência à ruptura do
material. Note que o coeficiente γa2 assume o valor 1,15 para a combinação de ações excepcionais e
1,35 para as demais combinações de ações (normais e especiais ou construtivas).
0, 60A sf f u
N t,Rd =
γ a2
Em que Asf = 2t(a + dp/2), sendo que a é a menor distância da borda do furo à extremidade da chapa e dp
é o diâmetro do pino.
Relações geométricas
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De acordo com a NBR 8800 (2008), devem ser observadas algumas relações geométricas nas ligações de
chapas efetuadas por pinos. Na figura a seguir, temos a representação das relações geométricas a serem
atendidas.
Figura 21 - Relações geométricas em uma chapa ligada por pino.Fonte: ABNT, 2008, p. 42.
Como exemplificado na Figura 21, nas ligações de chapas por pinos devem ser observadas as seguintes
relações (ABNT, 2008):
Exemplo de aplicação
Considere a ligação da chapa por pino esquematizada na figura a seguir. Verifique se um pino de 65 mm
de diâmetro, confeccionado em aço MR250 (fy = 250 MPa) é capaz de suportar os esforços solicitantes:
MSd = 711,0 kNcm e Fv,Sd = 280,0 kN.
Figura 22 - Representação esquemática da ligação por pino.Fonte: Pfeil e Pfei, 2009, p. 259.
Para que seja garantida a segurança no pino, é preciso que MRd ≥ MSd e Fv,Rd ≥ Fv,Sd. Desse modo, é
necessária a determinação dos esforços resistentes de cálculo MRd e Fv,Rd. Iniciando a verificação pelo
momento fletor resistente de cálculo (MRd), tem-se:
3 3
πd π6,5
1, 2W f y 1, 2 fy 1, 2 25
32 32
M Rd = = = = 735, 3kN cm > M Sd = 711, 0kN cm
γ a1 γ a1 1, 10
Como o momento resistente de cálculo é maior do que o momento solicitante de cálculo, o pino resiste
ao esforço de flexão. É importante lembrar de que o diâmetro do pino foi convertido de milímetro para
centímetro, e a resistência ao escoamento do aço, de MPa para KN/cm², para que o resultado final fosse
expressado em kNcm.
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SAIBA MAIS
Ficou interessado em aprender mais sobre as ligações por pinos e como deve se dar o
dimensionamento dos pinos e elementos de ligação? Para exemplos práticos, consulte o capítulo 9
do livro Estruturas de aço: dimensionamento prático de Walter Pfeil e Michèle Pfeil, Editora LTC,
2009.
Efetuando a verificação para a força cortante resistente de cálculo do pino (Fv,Rd), tem-se:
2
π6,5
0, 60A w f y 0, 60(0, 75A g )f y 0, 60(0, 75 )25
4
F v,Rd = = = = 339, 4kN > F v,Sd = 280, 0kN
γ a1 γ a1 1, 10
Portanto, o pino também resiste ao cisalhamento, já que a força cortante resistente de cálculo é superior
à força cortante solicitante de cálculo.
Fechamento
Agora, você conhece os preceitos normativos que orientam o dimensionamento de ligações metálicas,
soldadas ou parafusadas. Também conhece os preceitos normativos que orientam o dimensionamento e
detalhamento de ligações soldadas e de ligações parafusadas ou com barras rosqueadas.
Agora você, aluno, tem uma visão geral sobre as ligações por pinos, conhecendo os métodos de cálculos
dos esforços e tensões resistentes nos pinos e também como deve ser efetuado o dimensionamento das
chapas.
identificar as condições específicas de ligações metálicas descrevendo os conceitos gerais para seu
dimensionamento;
descrever a sistemática e aspectos relevantes para o dimensionamento de solda, mostrando e
conceituando as fórmulas, incógnitas e suas relações;
descrever a sistemática e aspectos relevantes para o dimensionamento de parafusos e barras
redondas rosqueadas, mostrando e conceituando as fórmulas, incógnitas e suas relações;
descrever a sistemática e aspectos relevantes para o dimensionamento de pinos, mostrando e
conceituando as fórmulas, incógnitas e suas relações;
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Unidade 02
Aula 03
Introdução
As junções em estruturas metálicas são realizadas por elementos e meios de ligação, assim, as chapas, os
enrijecedores, os consolos e as cantoneiras são exemplos de elementos de ligação.
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Generalidades
As uniões em estruturas metálicas são realizadas por elementos de ligação e pelos meios de conexão. Os
elementos de ligação são as chapas, os enrijecedores, as cantoneiras, os consolos e todas as partes das
peças ligadas, afetadas localmente pela ligação. Já os meios de conexão, por sua vez, são os parafusos, as
soldas, os pinos etc. (ABNT, 2008). Nesta aula, veremos como deve ser efetuado o dimensionamento dos
elementos de ligação.
Ligações excêntricas
De acordo com a NBR 8800 (2008, p. 86), “[...] os eixos que passam pelos centros geométricos das seções
transversais de barras axialmente solicitadas que formam um nó devem, de preferência, se interceptar
num ponto comum. Caso contrário, deve ser levada em conta a excentricidade na ligação”.
SAIBA MAIS
Quer aprender mais sobre como deve ser feito o dimensionamento de ligações excêntricas?
Consulte o capítulo cinco do livro “Ligações em estruturas metálicas”, de Alexandre Luiz
Vasconcelos, publicado pelo Instituto Aço Brasil, 2017. Disponível para download em: <http://ww
w.cbca-acobrasil.org.br/site/publicacoes-manuais.php>.
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No dimensionamento dos elementos de ligação deve ser verificado se tais elementos resistem aos
esforços solicitantes de cálculo normais (tração ou compressão) e de cisalhamento. Vejamos mais
detalhadamente a seguir.
Elementos tracionados
A força de tração resistente de cálculo (FRd) dos elementos de ligação tracionados deve ser o menor
valor obtido (ABNT, 2008):
fy Ag
F Rd =
γ a1
fu Ae
F Rd =
γ a2
ATENÇÃO
De acordo com a NBR 8800 (2008), o coeficiente γa1 assume valores iguais a 1,10 para as
combinações de ações normais e para as especiais ou de construção, e 1,00 quando se tratar de
combinações de ações excepcionais. Já o coeficiente γa2 vale 1,15 para a combinação de ações
excepcionais e 1,35 para as demais combinações de ações (normais e especiais ou construtivas).
Segundo a NBR 8800 (2008), o cálculo da área líquida efetiva (Ae) é efetuado da seguinte maneira: Ae =
Ct. An, em que An é a área líquida da seção transversal e Ct é o coeficiente de redução da área líquida.
Para chapas de emendas parafusadas, Ae = An ≤ 0,85Ag. Cabe salientar que a área líquida An é obtida
deduzindo-se a área correspondente ao diâmetro nominal dos conectores.
Elementos comprimidos
No caso de elementos de ligação comprimidos, a força de compressão resistente de cálculo (FRd) deve
ser o menor valor obtido (ABNT, 2008):
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fy Ag
F Rd =
γ a1
χQ y f A g
F Rd =
γ a1
ATENÇÃO
A relação KL/r representa o índice de esbeltez do elemento estrutural, em que K é o coeficiente de
flambagem, L é o comprimento destravado do elemento e r é o raio de giração. Quanto maior a
relação KL/r, mais esbelto é o elemento, e, portanto, mais suscetível à flambagem.
De acordo com a NBR 8800 (2008), χ é o fator de redução associado à resistência à compressão e Q é o
fator de redução total associado à flambagem local. Os fatores χ e Q variam conforme as características
do elemento em dimensionamento, devendo ser consultadas as prescrições da referida norma para sua
correta determinação.
0, 60f y A g
F Rd =
γ a1
0, 60f u A nw
F Rd =
γ a2
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De acordo com a NBR 8800 (2008), para a verificação do elemento de ligação sujeito ao colapso por
rasgamento, a força resistente de cálculo é determinada por meio da soma das forças resistentes ao
cisalhamento de uma ou mais linhas de falha e da força resistente à tração em um segmento
perpendicular. Dessa forma, o estado-limite de colapso por rasgamento deve ser verificado nas ligações
em extremidades de viga com mesa recortada para encaixe, em barras tracionadas e em chapas de nó,
conforme você pode observar na figura a seguir.
Nesse sentido, a força resistente de cálculo ao colapso por rasgamento (Fr,Rd) é dada por (ABNT, 2008):
1 1
F r,Rd = (0, 60f u A nv + C ts f u A nt ) ≤ (0, 60f y A gv + C ts f u A nt )
γ2 γ a2
Em que Agv é a área bruta sujeita ao cisalhamento, Ant é a área líquida sujeita à tração e Cts é um
coeficiente de redução da área líquida. Na figura a seguir, são ilustradas situações típicas para a
determinação do valor do coeficiente Cts.
Figura 2 - Exemplos de ligações para determinação do coeficiente Cts: (a) distribuição uniforme de
tensão de tração e (b) distribuição não uniforme da tensão de tração.
Cabe ressaltar que Cts vale 1,00 quando a distribuição de tensão de tração na área líquida do elemento é
uniforme e deve ser igual a 0,50 quando essa distribuição não for uniforme.
Chapas de enchimento
As chapas de enchimento podem ser empregadas em ligações soldadas ou parafusadas, devendo
obedecer às disposições específicas em cada caso.
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A chapa de enchimento com espessura igual ou superior a 6,00 mm, em ligações soldadas, deve se
estender além das bordas da chapa de ligação e ser soldada à parte na qual deve ser fixada, com solda
suficiente para a transmissão da força solicitante de cálculo que atua na chapa de ligação, aplicada como
carregamento excêntrico na superfície da chapa de enchimento (ABNT, 2008).
No caso de a espessura da chapa de enchimento ser inferior a 6,00 mm, em ligações soldadas, as bordas
dessa chapa deverão ser coincidentes com aquelas da chapa de ligação. Além disso, o tamanho da perna
do filete de solda deve ser igual à soma do tamanho necessário para transmitir a força solicitante de
cálculo atuante na chapa de ligação com a espessura da chapa de enchimento (ABNT, 2008). Veja, na
figura a seguir, a representação esquemática de chapas de enchimento soldadas.
Figura 3 - Chapas de enchimento soldadas: (a) espessura maior ou igual a 6,00 mm e (b) espessura
inferior a 6,00 mm.
No caso de ligações parafusadas, as chapas de enchimento com furos-padrão não provocarão redução na
força resistente de cálculo dos parafusos ao cisalhamento, desde que a espessura das chapas seja menor
ou igual a 6,00 mm. Caso contrário, deverá ser atendida uma das seguintes exigências (ABNT, 2008):
quando a espessura das chapas for menor ou igual a 19,0 mm, a força resistente de cálculo dos
parafusos ao cisalhamento e ao esmagamento deve ser reduzida pelo fator [1 – 0,00154 (ts – 6)], em
que TS é a espessura da chapa de enchimento, em mm.
NA-PRATICA
Para uma chapa de 19,0 mm é aplicado o maior fator redutor possível, igual a, aproximadamente,
0,98 ([1-0,00154(19 - 6)] = 0,98). Desse modo, é possível notar que a redução da força resistente
de cálculo dos parafusos ao cisalhamento e ao esmagamento provocada pelas chapas de
enchimento é pouco significativa.
As chapas de enchimento devem se estender além do material da ligação, sendo que a extensão deve
possuir parafusos para a distribuição uniforme da força total atuante no elemento de suporte, conforme
ilustrado na figura a seguir.
Em vez da extensão da chapa de enchimento, pode ser acrescentado à ligação um número de parafusos
equivalente ao previsto no item anterior, em que as forças indicadas nos grupos de parafusos são
correspondentes às resultantes das forças de contato que os parafusos aplicam nas chapas, sendo essa
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Pressão de contato
O dimensiomento de alguns elementos metálicos pode ser condicionado pela pressão de contato
(esmagamento) que estes devem suportar.
Assim, a determinação da força resistente de cálculo à pressão de contato varia para elementos usinados
e não usinados. Além disso, esta também deve ser verificada em cilindros metálicos maciços utilizados
como aparelhos de apoio. Outro elemento submetido ao esmagamento são as placas de base de coluna
que ficam apoiadas sob superfícies de concreto. Vamos, então, conhecer um pouco mais sobre o
dimensionamento dos elementos submetidos à pressão de contato. Bom estudo!
Superfícies usinadas
De acordo com a NBR 8800 (2008), em superfícies usinadas e também no caso de enrijecedores com
extremidades ajustadas para contato com a mesa e no caso de pinos com furos mandrilados ou
broqueados, a força resistente de cálculo à pressão de contato ou esmagamento (Fc,Rd) é dada por:
1, 8Af y
F c,Rd =
γ a2
Em que A é a área de contato (no caso de pinos, a área projetada), fy é a menor resistência ao
escoamento das partes em contato e γa2 é o coeficiente de ponderação da resistência à ruptura do
material.
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ATENÇÃO
Na determinação da força resistente de cálculo à pressão de contato para superfícies usinadas,
faz-se necessária a utilização da resistência ao escoamento do material (fy), mas aplica-se o
coeficiente de ponderação da resistência à ruptura (γa2) em vez do coeficiente de ponderação da
resistência ao escoamento (γa1).
No caso de ligações parafusadas, conforme dispõe a NBR 8800 (2008), a força resistente de cálculo à
pressão de contato na parede de um furo (Fc,Rd), já levando em conta a possibilidade de rasgamento
entre dois furos consecutivos ou entre um furo extremo e a borda, deve ser determinada conforme o
tipo de furo e a direção da força. Conheça, na figura a seguir, os tipos de furos aplicados em ligações
metálicas.
Figura 5 - Tipos de furo: (a) padrão; (b) alargado; (c) pouco alongado e (d) muito alongado.Fonte: Pfeil e
Pfeil, 2009, p. 67.
Nesse sentido, a força resistente de cálculo à pressão de contato (Fc,Rd) na parede dos furos deve ser do
seguinte modo determinada (ABNT, 2008):
Para furos-padrão, furos alargados, furos pouco alongados em qualquer direção e furos muito alongados
na direção da força:
quando a deformação no furo para as forças de serviço for uma limitação de projeto:
1, 2l f tf u 2, 4d b tf u
F c,Rd = ≤
γ2 γ a2
quando a deformação no furo para as forças de serviço não for uma limitação de projeto:
1, 5l f tf u 3, 0d b tf u
F c,Rd = ≤
γ2 γ a2
1, 0l f tf u 2, 0d b tf u
F c,Rd = ≤
γ2 γ a2
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Em que lf é a distância, na direção da força, entre a borda do furo e a borda do furo adjacente ou da
borda livre; db é o diâmetro do parafuso; t é a espessura da parte ligada e fu é a resistência à ruptura do
material da parede do furo. Cabe salientar que a força resistente total é dada pela soma das forças
resistentes à pressão de contato calculadas para todos os furos da ligação (NBR 8800, 2008).
Além disso, o dimensionamento do rolo é condicionado pela tensão de contato entre a chapa e a geratriz
do rolo. Como a tensão de contato desenvolvida atinge valores elevados, tem-se a plastificação local na
área de contato. Desse modo, utilizam-se fórmulas que consideram a resistência pós-escoamento do
material em função da área diametral média (PFEIL; PFEIL, 2009).
ATENÇÃO
De modo geral, os elementos estruturais são dimensionados para permanecerem em regime
elástico (obedecendo à lei de Hooke), quando solicitados pelas ações atuantes. A plastificação de
um elemento metálico se inicia após superada a resistência ao escoamento do material e, nessa
situação, não há mais proporcionalidade entre as tensões aplicadas e as deformações resultantes.
De acordo com a NBR 8800 (2008), a força resistente de cálculo à pressão de contato (Fc,Rd) em
aparelhos de apoio cilíndricos maciços sobre superfícies planas usinadas é dada por:
( )
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1 1, 2(f y − σ)ld
F c,Rd =
γ a2 20
SAIBA MAIS
Ficou interessado em aprender mais sobre como devem ser dimensionados os aparelhos de apoio
metálicos? Consulte o capítulo nove do livro “Estruturas de aço: dimensionamento prático”, de
Walter Pfeil e Michèle Pfeil (Editora LTC, 2009) e conheça mais sobre o dimensionamento desses
aparelhos de apoio.
No caso de cilindros em que sejam desenvolvidos esforços transversais, tal como está ilustrado na figura
a seguir, pode-se considerar no dimensionamento o momento provocado por tais esforços, sendo a
pressão diametral máxima obtida por meio da equação (PFEIL; PFEIL, 2009):
F c,Rd 6M d F c,Rd 6H d
σ d,max = + = +
2 2
dl dl ld l
Em que Md é o momento fletor resistente de cálculo, dado por Md = Hd.d, sendo que Hd é a esforço
transversal de cálculo.
Figura 7 - Exemplo de aparelho de apoio metálico com esforço transversal H.Fonte: Pfeil e Pfeil, 2009, p.
251.
Ainda conforme Pfeil e Pfeil (2009), as placas de apoio dos cilindros devem ser dimensionadas para
resistir à flexão, do seguinte modo:
3 F c,Rd b
t ≥ √
4 lf y
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NA-PRATICA
A espessura mínima para uma placa de apoio confeccionada em aço MR250 (fy = 250 MPa), com
comprimento de 35 cm e largura de 25 cm, submetida a uma força de cálculo à pressão de contato
de 325 kN, é igual a 2,64 cm (26,40 mm). Desse modo, pode ser adotada uma chapa
comercialmente disponível com espessura igual a 1 1/16” (26,99 mm).
F c,Rd
σp =
bl
Vamos, agora, conhecer um pouco sobre as categorias dos apoios de concreto. Siga em frente!
Apoios de concreto
Segundo Pfeil e Pfeil (2009), os apoios de concreto ou bases de coluna podem ser enquadrados em duas
categorias:
1. destinados a transmitir forças de compressão e de corte, sendo que, neste caso, a base da coluna é
considerada rotulada, e as tensões de contato são consideradas uniformemente distribuídas;
2. destinados a transmitir momento fletor, assim, além das forças de compressão e corte, nesta
situação, não há distribuição uniforme das tensões.
De acordo com a NBR 8800 (2008), a tensão resistente de cálculo à pressão de contato (σc,Rd), na área
A1 (vide Figura 8) da região carregada sob placas de apoio é dada por:
quando a superfície de concreto se estende além da placa de apoio e seu contorno é homotético com
relação à região carregada:
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f ck A2
σ c,Rd = √ ≤ f ck
γc γn A1
quando os contornos não forem homotéticos, o valor σc,Rd pode ser determinado pela expressão
anterior, no entanto, a área A2 deve ser calculada conforme indicado na Figura 8.
Cabe ressaltar que o contorno não será homotético quando houver momento fletor no apoio de
concreto. Por sua vez, quando houver somente forças de compressão e de corte, o contorno é
homotético.
Fechamento
Agora você tem uma visão geral sobre como se deve dar o dimensionamento dos elementos de ligação
entendendo os métodos de cálculos dos esforços resistentes, assim como as verificações necessárias
para que não ocorra colapso por rasgamento. Também já conhece o panorama geral sobre como se deve
dar o dimensionamento dos elementos sujeitos à pressão de contato, explicitando os métodos de cálculo
dos esforços resistentes.
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Unidade 02
Aula 04
Condições Específicas de
Dimensionamento de Elementos mistos
de Aço e Concreto
Introdução
O dimensionamento de elementos mistos de aço e concreto deve levar em conta as propriedades
mecânicas e elásticas dos dois materiais e suas interações. De modo geral, o concreto é dimensionado
para suportar os esforços de compressão e o aço para resistir aos esforços de tração.
Então, nesta aula, serão mostradas as hipóteses, limitações e os métodos de cálculo para a determinação
dos esforços resistentes de cálculo para vigas, pilares e lajes mistas de aço e concreto.
estimar vigas, pilares e lajes mistas de aço e concreto mostrando e conceituando as fórmulas e suas
incógnitas.
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Vigas mistas de aço e concreto consistem na associação de um componente de aço simétrico, em relação
ao plano de flexão, com uma laje de concreto acima de sua face superior. Deve haver ligação mecânica
por meio de conectores de cisalhamento entre o perfil metálico e a laje para que ambos funcionem como
um conjunto resistente à flexão (ABNT, 2008; PFEIL; PFEIL, 2009). Na Figura 1, são apresentados
exemplos de vigas mistas.
Figura 1 - Vigas mistas de aço e concreto: (a) seção típica e seus elementos; (b) perfil de aço embebido em
concreto; (c) viga mista com fôrma metálica (steel deck).
Segundo a NBR 8800 (2008), as vigas mistas em perfil I recebem a denominação de viga mista de aço e
concreto de alma cheia. Tais vigas podem ser biapoiadas, contínuas ou semicontínuas. Também podem
ser escoradas ou não escoradas durante a construção. Quando a relação altura e espessura da alma
(hw/tw) de uma viga de alma cheia é inferior ou igual a
E
3, 76√
fy
E
5, 70√
fy
O momento fletor positivo resistente de cálculo (MRd), para vigas mistas de alma cheia, compactas, em
construções escoradas, pode ser determinado conforme a posição da linha neutra do seguinte modo
(ABNT, 2008):
Figura 2 - Distribuição de tensões em vigas mistas de alma cheia, compactas, sob momento fletor
positivo.
0, 85f cd bt c ≥ A a f yd
T ad
C cd = 0, 85f cd baT ad = A a f yd a = ≤ tc
0, 85f cd b
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a
M Rd = β vm T ad (d 1 + h F + t c − )
2
Conforme a NBR 8800 (2008), as variáveis têm o seguinte significado: fcd é igual a fck/γc, sendo fck a
resistência característica à compressão do concreto e γc o coeficiente de ponderação da resistência; b é
a largura efetiva da laje de concreto; tc é a altura da laje de concreto; Aa é a área do perfil de aço; fyd é
igual a fy/ γa1, em que fy é a resistência ao escoamento do aço e γa1 é o coeficiente de ponderação da
resistência; Ccd é a força resistente de cálculo da espessura comprimida da laje de concreto; a é a
espessura da região comprimida laje; Tad é a força resistente de cálculo da região comprimida do perfil
de aço; βvm é um coeficiente que assume valor igual a 1,00 para vigas biapoiadas; d1 é a distância do
centro geométrico do perfil de aço até a face superior desse perfil e hf é a espessura da pré-laje pré-
moldada de concreto ou a altura das nervuras da laje com fôrma de aço incorporada (caso não haja pré-
laje ou fôrma de aço incorporada, hf = 0).
ATENÇÃO
A linha neutra, ou eixo neutro, pode ser definida como os pontos da seção transversal em que a
tensão normal é nula. Isto é, a linha neutra separa a região comprimida da região tracionada em
um elemento submetido à flexão.
A a f yd ≥ 0, 85f cd bt c
1
C cd = 0, 85f cd bt c C ad = (A a f yd − C cd )T ad = C cd + C ad
2
a posição da linha neutra na seção plastificada medida a partir do topo do perfil de aço será:
C ad
C ad ≤ A af f yd γ p = tf
A af f yd
- na alma, para
C ad − A af f yd
C ad > A af f yd γ p = t f + h w ( )
A aw f yd
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tc
M Rd = β vm C ad (d − γ t − γ c ) + C cd ( + ff + d − γt )
2
De acordo com a NBR 8800 (2008): Cad é a força resistente de cálculo da região comprimida do perfil de
aço; Aaf é a área da mesa superior do perfil de aço; yp é a distância da linha neutra da seção plastificada
até a face superior do perfil; tf é a espessura da mesa superior do perfil; hw é a altura da alma, tomada
como a distância entre faces internas das mesas; Aaw é a área da alma do perfil de aço, igual a hwxtw,
sendo tw a espessura da alma; d é a altura total do perfil de aço; yp é a distância da linha neutra da seção
plastificada até a face superior do perfil; yt é a distância do centro geométrico da parte tracionada do
perfil de aço até a face inferior desse perfil e yc é a distância do centro geométrico da parte comprimida
do perfil de aço até a face superior desse perfil.
ATENÇÃO
Além das situações mencionadas aqui, pode haver vigas mistas contínuas ou semicontínuas,
solicitadas por momentos fletores negativos ou não escoradas. Nessas situações, deve ser
consultada a NBR 8800 (2008) para o correto dimensionamento das vigas mistas.
Cabe ressaltar que deverão ser feitas verificações quanto à força cortante e à flambagem lateral nas
vigas mistas e também quanto ao cisalhamento nos conectores. Mais informações podem ser obtidas no
anexo O da NBR 8800 (2008).
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O dimensionamento de pilares mistos deve atender às seguintes hipóteses e limitações (ABNT, 2008):
SAIBA MAIS
Ficou interessado em aprender mais sobre o dimensionamento de elementos mistos de aço e
concreto? Consulte o livro “Estruturas mistas – volumes 1 e 2”, de G. Queiroz, R. J. Pimenta e A. G.
Martins (Instituto Aço Brasil/CBCA, 2012). Disponível para download em: <http://www.cbca-acob
rasil.org.br/site/publicacoes-manuais.php>.
Conforme a NBR 8800 (2008), a força axial resistente de cálculo à plastificação total (Npl,Rd) é dada por:
fy f ck f ys
N pl,Rd = A a + Ac α + As
γ a1 γc γs
Em que, segundo a NBR 8800 (2008): Aa, Ac e As são, respectivamente, as áreas das seções transversais
do perfil de aço, do concreto não fissurado e da armadura; γs é o coeficiente de ponderação da
resistência da armadura; fys é a resistência ao escoamento do aço da armadura e α é um coeficiente que
vale 0,95 para seções tubulares preenchidas com concreto e 0,85 para as demais seções.
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NA-PRATICA
Considere um pilar misto formado por uma seção tubular de aço MR250 (fy = 250 MPa), com
323,8 mm de diâmetro e 10,3 mm de espessura (Aa = 101,44 cm²), preenchido com concreto com
fck igual a 30,0 MPa (Ac = 722,02 cm²), sem armadura longitudinal (As = 0,00). Nesse caso, a força
axial resistente de cálculo à plastificação total Npl,Rd é igual a:
25, 0 3, 0
(N pl,Rd = 101, 44 + 722, 02 x 0, 95 + 0, 0 = 3775, 3kN )
1, 10 1, 40
Verificações quanto à flambagem local e à flexo-compressão podem ser necessárias em pilares mistos,
devendo ser consultado o anexo P da NBR 8800 (2008) para tal finalidade.
Para determinar o momento fletor positivo resistente de cálculo, considera-se que a fôrma de aço
resiste aos esforços de tração em conjunto com a armadura adicional (caso exista), colocada na face
inferior da laje. No caso do momento fletor negativo resistente de cálculo, a contribuição da fôrma de
aço para resistir aos esforços de compressão somente deve ser considerada se esta for contínua (ABNT,
2008).
O momento fletor positivo resistente de cálculo (MRd) de uma laje mista sem armadura adicional é
determinado conforme o posicionamento da linha neutra, sendo dado pelas seguintes expressões:
Figura 4 - Diagramas de tensões para momento positivo: (a) linha neutra plástica acima da fôrma e (b)
linha neutra na fôrma de aço.
( )
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M Rd = N pa (d f − 0, 5a)
Onde: Npa = Af,ef fyFd , sendo AF,ef a área da seção efetiva da fôrma, tomada como 1.000 mm; fyFd =
fyF/γa1, em que fyF é a resistência ao escoamento do aço da fôrma; df é a distância da face superior da
laje de concreto ao centro geométrico da seção efetiva da fôrma; a é a altura do bloco de compressão do
concreto, dado por
N pa
a =
b
0, 85f cd
M Rd = N cf γ + M pr
Em que:
N cf = 0, 85bt c f cd
N cf
γ = h t − 0, 5t c − e p + (e p − e)
N pa
em que ht é a altura total da laje, e é a distância do centro geométrico da área efetiva da fôrma à sua face
inferior e ep é a distância da linha neutra plástica da seção efetiva da fôrma a sua face inferior; Mpr é o
momento de plastificação da fôrma de aço, reduzido pela força axial, dado por
N cf
M pr = 1, 25M pa (1 − ) ≤ M pa
N pa
onde Mpa é o momento de plastificação da seção efetiva da fôrma de aço (geralmente fornecido pelo
fabricante da fôrma) dividido por γa1.
Verificações quanto ao cisalhamento longitudinal e vertical e com relação à punção também devem ser
feitas para o dimensionamento de lajes mistas. Para mais informações, consulte o anexo Q da NBR 8800
(2008).
Fechamento
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Neste tema procurou-se fornecer uma visão geral sobre como se deve dar o dimensionamento de vigas,
pilares e lajes mistas de aço, explicitando os modelos de cálculo dos principais esforços resistentes
desses elementos estruturais.
estimar vigas, pilares e lajes mistas de aço e concreto mostrando e conceituando as fórmulas e suas
incógnitas.
Unidade 02
Aula 05
Introdução
Agora que você já estudou grande parte dos conceitos teóricos que envolvem o dimensionamento de
sistemas estruturais em aço, chegou a hora de aplicar esses conhecimentos na prática. Para isso, este
tema irá abordar o dimensionamento de um mezanino estruturado em aço, comumente utilizado em
edifícios comerciais, industriais e até mesmo residenciais. Para tal, serão aplicadas as recomendações da
NBR 8800/2008.
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Um mezanino representa, numa concepção arquitetônica, um piso intermediário que não ocupa a
totalidade da área edificada, não entrando no cômputo dos pavimentos de uma edificação.
O esquema geral com as dimensões (em cm) em planta baixa e corte do mezanino, estão apresentados na
figura abaixo:
A partir das dimensões da planta e da escada listadas acima, serão determinadas as cargas e efetuado o
dimensionamento estrutural.
Ações
Para o mezanino apresentado na figura acima, são listadas as seguintes cargas, baseadas na NBR
6120/1980:
peso próprio: indicado pelo fabricante ou determinado pelo peso específico do aço;
carga de uso: considerada de 2 kN/m², para a finalidade de uso para escritórios);
sobrecarga adicional: considerada de 1 kN/m², para levar em conta o peso de elementos de
instalações hidráulicas, elétricas, de ar condicionado, entre outras;
não serão consideradas paredes no mezanino.
Dimensionamento
Para o dimensionamento da estrutura do mezanino, serão efetuados os cálculos das vigas e pilares da
estrutura principal, assim como da escada.
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Vigas
Para o dimensionamento das vigas, considere a seguinte planta de forma do mezanino, apresentada na
figura a seguir:
Da forma apresentada, será calculada a viga V1. Para esta viga, será adotado o perfil W 250 x 17,9 e um
vão de 285 cm. Serão consideradas as seguintes cargas:
A carga total acima representa a carga uniforme distribuída na viga V1. Além dela, aplicam-se as cargas
pontuais das vigas V6 e V7 (com perfil adotado U 76,2 x 6,11), determinadas como as reações de apoio
destas, com valor:
Da carga total uniforme e da carga da viga (pontual), determinadas como mostrado acima, pode-se
utilizar o modelo de cálculo com as cargas majoradas (multiplicadas por 1,4 para atendimento as
combinações últimas normais previstas na NBR 8800/2008).
Para o perfil adotado (W 250 x 17,9), são listadas as propriedades de acordo com o fabricante, dadas na
tabela abaixo:
Dos valores acima expostos, pode-se verificar a viga V1, conforme abaixo:
Momento fletor:
Perfil fletido em relação ao eixo de maior momento de inércia - anexo G da NBR 8800/2008:
FLA:
\(l = 45,92\)
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FLM:
\(l = 9,53\)
FLT:
Logo,
Esforço cortante:
Logo,
Realizada a verificação para os esforços, segue-se com o cálculo da flecha, sendo esta obtida para as
ações de serviço (considerando as cargas características, sem aplicação da majoração):
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NA-PRATICA
A flecha máxima de uma viga depende diretamente das condições de contorno adotadas. Nas
estruturas de aço, a implicação da consideração entre apoio e engaste está relacionada à forma da
ligação projetada, se com solda, parafusos ou mista.
Pilares
A partir forma estrutural apresentada, o perfil utilizado para as verificações do pilar é o W 250 x 22,3,
cujos dados estão citados na tabela abaixo.
Para os pilares, a partir da condição de contorno das vigas (simplesmente apoiadas nas extremidades), a
carga se resume às reações de apoio das vigas dispostas nas duas direções do pilar. Logo, tem-se que \
(N_{sd} = 8,37 + 8,60 = 16,97 kN\).
Fator de redução Q:
Qs:
\((b/t) = 7,39\)
Qa:
\((b/t) = 37,97\)
Logo, Q = 1,0.
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Nas direções x, y e z:
Fator de redução c:
ATENÇÃO
Na situação aqui analisada, observe que foi admitida a condição para o pilar de biapoiado, tendo os
coeficientes de flambagem iguais à unidade. Para que se atinja essa situação (apoio) ou a condição
de engastamento, devem ser observados os critérios para as ligações, sejam com soldas ou
parafusos, para a consideração de ligações rígidas ou flexíveis.
Escada
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Admite-se que a escada atende a equação de blondel, em que 2h + g = 60 a 66, onde g e h são os
respectivos piso e espelho da escada, com valores de 18 cm e 30 cm, respectivamente.
Seguindo as dimensões em planta, o degrau apresenta um comprimento de 120 cm, em chapa dobrada
em forma de U, como esquema abaixo.
Para o degrau com a forma apresentada na figura acima, Pinheiro (2005) descreve as suas propriedades
geométricas, resumidas na tabela abaixo:
Com base nas propriedades geométricas, pode-se verificar a seção adotada à flexão e à flecha máxima.
SAIBA MAIS
Para maiores detalhes sobre os perfis de chapa dobrada, também conhecido como perfis leves
estruturais ou perfis formados a frio, consultar a norma NBR 14762/2010 - Dimensionamento de
estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio. O link para acesso na ABNT é http://ww
w.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=61687.
O modelo adotado para o degrau é de uma viga biapoiada, tendo como resultado os esforços internos
abaixo:
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Os degraus, já calculados, se apoiam em duas vigas laterais, cujo modelo de cálculo é apresentado na
figura abaixo.
Do modelo, serão obtidos os esforços (normal, cortante e fletor), já majorados, que devem ser
verificados para um perfil U 203 x 17,1 (sugestão inicial), seguindo o roteiro já apresentado nos casos
anteriores. Para se proceder a verificação, será necessária a NBR 8800/2008 e uma tabela de perfis do
fabricante do perfil U, para a coleta das propriedades geométricas. A tabela pode ser vista no link https://
www.gerdau.com/br/pt/productsservices/products/Document%20Gallery/barras-e-perfis-tabela-de-bo
lso.pdf.
Chapa de piso
Como soluções para elementos de piso, em estruturas metálicas, além da laje de concreto armado e das
lajes steel deck, esta última se diferenciando da primeira por apresentar forma de aço incorporada,
tendo a forma a função adicional de resistência à esforços de tração na laje. Outras soluções podem ser
adotadas, como os exemplos abaixo:
A diferença entre as soluções acima está relacionada ao material aplicado e, por conta da limitação
destes, apresentam a possibilidade de vencer vãos maiores:
Para o caso das chapas de aço utilizadas como elemento de piso, o dimensionamento segue o mesmo
roteiro que para o degrau da escada, configurando a flexão de chapa, sendo esta delimitada pelas vigas
de apoio, segundo a planta de forma apresentada anteriormente.
Nesta configuração, considera-se como cargas atuantes o peso próprio da chapa (baseada na espessura
adotada), na sobrecarga e carga adicional.
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ATENÇÃO
No caso do uso de elementos de pouca rigidez a flexão, como o caso das chapas de aço ou de
placas cimentícias e de madeira, é necessário, além do vigamento de apoios, a utilização de
longarinas em perfil U ou cantoneiras, dispostos abaixo da placa, de maneira a reduzir o seu vão.
A partir destas soluções indicadas, cabe ao engenheiro decidir sobre o melhor sistema a ser utilizado,
adequando-se a necessidade arquitetônica.
Guarda-corpo
Adicionalmente, deve-se verificar a estrutura do guarda-corpo. Esta geralmente é executada em perfil
tubular, de seção retangular ou circular, devendo a estrutura resistir ao seguinte esquema de
carregamento, conforme NBR 6120/1980:
A partir deste modelo de carregamento, parte-se para a determinação dos esforços e, como etapa
seguinte, escolhe-se um perfil dentre os indicados, verificando aos esforços atuantes, segundo as
prescrições da NBR 8800/2008.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
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