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de Catalogacio na Publicagao (CIP) r Livro, SP, Brasil) da Rodrigues Biode ~ Biblioteciria ~ CRB-8/10014 Luis Mauro Sd Martino Meétodos de Pesquisa em Comunicagao Projetos, ideias, praticas y EDITORA VOZES Petrépolis te IV Métodos para conseguir dados Entrevistas entrevista é uma das técnicas mais conhecidas de obtengdo de dados e in- Ses. Talvez justamente devido a sua popularidade, entrevistas séio um dos de pesqui de serem bem executados. Podem ser vistas ” em pesquisa: existem maneiras mais ou Aadequadas de conseguir informagdes conforme os objetivos do trabalho. fazer uma boa entrevista requer uma série de cuidados de quem faz para deixar levar pela aparente simplicidade do método, Morin, no livro Sociologia, oferece uma definigéo ista € uma conversa e precisa: tre duas pessoas com o objetivo de conseguir Ses". Vamos seguir, aqui, a partir dessa proposigao io, ndo seria errado dizer que toda conversa é uma maneira de ir informagdes. Quando vocé pergunta ao cobrador de Gnibus qual é ou se fala com um amigo a respeito de outro, esta conversando para uma informagio, das mais tteis as mais banais, las nem toda conversa, evidentemente, é uma entrevista, ferenca esta em um dnico mi orientada para a busca di ada, em geral, quando o objeto de pes- opinides, vivéncias ou experiéncias de pessoas a respeito de um tema Situagio. Se sua pesquisa quer saber como sio criados os cendrios de la, por exemplo, pode fazer uma série de entrevistas com os pro- Autores ¢ outros profissionais. dos entrevistados esté relacionada com o que se pretende saber ‘existem diversos tipos de entrevista, cada um deles adequado a de- objetivos de pesquisa, com suas vantagens e desvantagens, do processo: as vezes, um dos entrevistados fala algo essencial, mas que do questionério. Como as perguntas so as mesmas para todos, € com- incluir algo diferente em apenas uma resposta, talvez. no seja possivel com 0 que foi ‘mo, por uma pequena equipe de pesquisa —bem diferente dos grandes in: que empregam dezenas de pessoas na realizagao de opinido pablica, ou grandes questionérios nas entr istas fechadas so dite diretas ¢ rclativamente tas com ques ¢ entrevistados tende a ser superfici ndrios, € o contato entre pesquisadores As respostas, igualmente, nao ultrapas- tamente © que voce precisa, Nas pesquisas em Comunicagdo, em geral, ndo so usadas vas. Hé varias razGes para isso, discutidas em outro capitulo do livro. Por isso, passamos direto para o tépico seguinte. quando a pesquisa requer informagies preci- tivas” a respeito de um assunto iiaberta (ou semiestruturada) — No lugar do questionério, entra em cena teiro de perguntas. A entrevista semiestruturada no perde o foco, mas | espago para o entrevistado acre: que no estavam pre- inte definidos. Respostas fora roteiro podem ser levadas em conta, mas 0 lor procura, ao mesmo tempo, evitar que a conversa se disperse. Nas pesquisas em Comunicagio, a entrevista é uma relagdo com a alterida- de, outra pessoa. No momento da entrevista, so “pesquisador” e “entrevista- do”, mas, acima de tudo, seres humanos. perguntas deixam espago para a entrevistada desenvolver ideias e mesmo t6picos paralelos. Com isso, a riqueza de informagées aumenta — assim 0.0 trabalho no momento de transcrever e analisar os dados. trevistas semiabertas sdo utilizadas quando o objetivo é conhecer © pen- do entrevistado sobre determinado assunto, dando uma margem de li- le para suas proprias consideragdes e mudangas de rumo, mas sem perder especifico da pesquisa. Nas pesquisas qualitativas, evistas costumam ser feitas pesso: embora nada impega de serem realizadas por telefone ou no ambiente di Oe iro pessoal nao é garantia de since assim como uma entrevista online nfo significa engano em poten 0 orientador ou a orientadora. se, nesse caso, de discutir com ta — A entrevista aberta, ou nao estruturada, se api ¢ pesquisador ¢ entrevistado. Mais do que perguntas, hd t6picos para a en- dando ao entrevistado tempo e espago para expor ideias, fazer comen- ¢¢ fazer relagSes com assuntos sem vinculo direto com a pesquisa. Uma m da entrevista aberta é essa liberdade do entrevistado, que também a diregio da conversa. Com isso, podem aparecer di ‘iam de fora no caso de outras modalidades de entrevista. a de um didlogo Isso depende, sobretudo, da modalidade da entrevista Fechada (ou estruturada) — H4, n sa, autores que definam qualquer entrevista estruturada como “Ques Outros reservam esta palavra para as pesquisas quant na surpresa se os dois termos forem usados de maneira intercambiada em al- guns momentos. Nas entrevistas “fechadas” ou “estruturadas”, voc® utiliza um questionério previamente preparado, com perguntas formuladas em termos de assunto e de vocabulério, que serao feitas para todos os entrevistados. O questiondrio € se~ ‘guido a risca, e so levadas em consideragdo apenas as respostas relacionadas a ele — 0 resto € descartado. 's ¢ informa vas. Portanto, nenhus irevistas abertas sdo recomendadas quando é necessério um conheci- mais detalhado das vivencias e opinides do entrevistado. Ent lidade, em geral, so feitas em vérios encontros, sempre do entrevistado é crucial para esse tipo de assim como para histérias de vida, is desvantagens, no entanto. A vantagem desse tipo de entrevista é a facilidade para trabalhar com os dados no momento da anélise. As perguntas, de algum modo, formam uma primeira diviséio temética, ajudando a organizar o material. A desvantagem é a primero lugar, o tisco da entrevista se perder e, no final, o pesquisador guir as informagdes necessérias. Daf a necessidade de, mesmo na aberta, ter em mente os t6picos do roteiro, 0 objetivo € o objeto da 14 eli fe que esteja a conversa, é necesséirio a pesquis ‘Segundo, dade no momento de tr: crigfo e andlise: em geral, e tas abertas séio mais longas e precisam de um tempo extra no eronograt )) Saber onde encontrar as pessoas ise. Nem tudo o que se diz é relevante, ¢ encontrar 4 jonar a rede de relacionamentos pessoais, académicos pode levar um tempo a mais. jentemente nem todas as pessoas querem ou 1, ter um grande niimero de contatos: ndo pela questo balho. des (0 de fala com os into. Nao é porque a pessoa ta que ela é obrigada a responder a toda pesquisador e entrevistado é pautada pela Estruturada Denil, na disseriaglo de mestrado “Discurso na banca: a imprensa especilzada em recengao de revisas sobre te entrevitas oom tora © ivas, uma solugao para definir 0 nximer identidade das entrevistadas, no caso, é recortat 0 grupo social com o qui (©) Definir 0 tipo de entrevista e formulagio dos itens Trata-se, neste caso, de definir se a entrevista seré aberta, semiestruturad ‘ow lechada e preparar as perguntas ou t6picos referentes a cada um dos casos. Feito isso, com as entrevistas marcadas, € s6 falar com as pessoas. sm termos: 6 0 momento para qual todos os passos devem convergir, tas. Observe se voce esti ena Szymanski chama de , dos t6picos centrais. Preste atengdo nas res \dendo tudo e, se for o caso, fazer 0 que Hi [As etapas da entrevista Fazer as entrevistas € 0 préximo passo. Hora de sair de casa ou da unis yersidade e explorar 0 universo desconhecido da outra pessoa, tornando a entrevista uma experiéncia humana significativa para quem pergunta e pari ‘quem responde. ico para deixd-lo mais preci s) Questées paralelas. E. possivel que as respostas do entrevistado levantem t6picos interessantes, ou aparegam divi ‘momento, o entrevistador pode pedi ‘ou para o entre ° fora do roteiro, vale tomar ct (a) Preparagdo. Antes de sair, teste tudo — gravador, celular, canetas. Ve se #8 baterias esto carregadas no méximo, se as pilhas esto novas (leve pilhas reseFVa, sempre) e se 0 equipamento est funcionando como deve. Nao esque= «ga de um bloco de anotagées ¢ canetas (sempre no plural). Ficar testando @ equipamento na frente do entrevistado na hora da entrevista nfo é apenas uma jndicagao de amadorismo, mas pode ser visto como uma falta de consideragio «com o tempo da pessoa. , se gostaria de rever ou acrescentar algo &s suas respostas. Vocé pode repassando brevemente as perguntas ou t6picos — e, em seguida, encer- vista. is vezes © momento da entrevista é o primeira contato face a face com a pessoa. Como lembram varias autoras e autores, t0: gos mencionadas no final deste capitulo, ndo esquega de se apresentar, falar de lo universitério (por exemplo, se esté fazendo Mestrado ou Iniciagig Cientifica), apresentar a pesquisa, explicar por que a pessoa foi escolhida coma entrevistado, garantir o sigilo absoluto das identidades, a confidencialidade d 4300s € 0 direito de a pessoa retomar e/ou rever qualquer coisa que for dito, Explique ao entrevistado que ele também pode fazer perguntas sobre a pesquist cc Fazio de suas questies Ligue o gravador quando for 0 momento (€ se a pessoa concordar com gravagiio). Mesmo assim, faga anotagGes. Pode ajudar no momento de transere: ver a entrevista das perguntas Pesquisa. Nao existe uma receita, mas, na prética, alguns procedimentos podem ser diteis. Perguntas que ndo possam ser respondidas com “sim” ou “ndo”. Pensan- no exemplo, uma pergunta como “Vocé acha que existe preconceito ‘contra mulheres/herofnas no universo geek?” pode ser respondida com “um simples “sim”. Para uma pesquisa q i ‘sa. Alternativas para a formulagdo seria perguntar ou “Como € a relagio das herofnas/mulheres no universo geek?” A resposta a essas perguntas (c) ‘Aquecimento”. A entrevista pode comegar com perguntas sobre o entre» sistado © questdes iniciais sobre o tema, Evidentemente, quando voc’ convi — inti nao comporta apenas “sim” ou “nao”. No entanto, ; 2 ‘ma, que leva ao segundo t6pico. + Perguntas que nao direcionem a resposta, Por exempl voce acha do preconceito contra herofnas no 2 e dé , Grupos focais principio de que existe esse preconceito. Por mais evidéncias relacionadag) a isso, é a visao da pessoa entrevistada que interessa ~ ela pode achar qui ndo existe preconceito e seré preciso levar em conta esse ponto de na pesquisa, Portanto, uma outra forma seria perguntar “Algumas fo jucstio?™ laa z aoe spo focal é um método qualitative no qual um pesquisador, ou e quisa, analisa a opinido de um grupo de pessoas, com pelo menos wna pare nies cshesyem 7 i comum, a respeito de um determinado tema. quanto a entrevista é centrada no individuo e 0 survey é aberto para ia: como o nome sugere, upo de pessoas. A icas éinicas para obter informagdes. A variedade como a relagio entre participantes. mulacdo de t6picos em uma entrevista aberta, ou das questdes fechadas, tenha em mente os 8 € 0 objeto do trabalho, de maneira a obter dados relevant Um bom roteiro de entrevista & aquele que mantém 0 foco da pesquisa 40 mesmo tempo, consegue, manter a flexibilidade diante do entrevistado. Afle o em que a ética da pesquisa ¢ colocada & prova, ¢4 grupos focais, a conversa € regulada por um moderador, que pode ser a autora di nal, se ex entrevista. ic um momer pesquisas em Comunicagdo, grupos focais so recomendados, por jo, para conhecer a variedade de pontos de vista a respeito de um assun- DIALOGOS NA LeITURA MACEDO, M.M.K. & CARRASCO, L.K. (Con)Textos da res diversos sobre a interagio hut MEDINA, C. MORIN, E. S onamentos diferentes a respei origem esté em pesquisas r para a firea de publicidade e marketing. O objetivo era entender © nto do pablico, promovendo discussdes em grupo a respeito de um © ou uma marca dirigido para um segmento. SZYMANSKI, H. (org.). A entrevista na pesquisa em educacio: a pritica reflexiva. 2. ed. Brasfia: Liber Livro, 2008. Se 0 objetivo da pesquisa for, digamos, conhecer a atitude de ma € 45 anos, sobre o uso de smartphones na comunicagao com seus filhos, um ipo focal pode oferecer mais do que outras . Por exemplo, durante Finterago, uma das participantes pode levantar um t6pico esquecido por ou- seria perdido em outra situagao. A interago entre as pessoas dentro de grupo oferece possibilidades de comunicagao que néo existem em outras goes. Em ue dvr, Key Wagener oxi a rap {Yenc eotauen om dapotnen ettacen, Suara dob, Spor geet, | Termine de res prio rtp ca pect | \WNQUES,KTom ater bo © cosuno ca grande repetaen mutmisa pes aecbes | XveZnas mittee” Hornépas: UES. 2076 [sear de Mosse [Dsponie on MS repostorio use b/amiuthandla!123456780/169201] A dindmica de um grupo focal Grupos focais so constituides por pessoas com tapas de um grupo foc ‘as qualifica para a pesquisa. Elas sao convidadas a di mM ponto comum que ir as questoes ¢ temas propostos pelo moderador. A discusséo € registrada — em éudio, mas pode tam- bém ser filmada ou anotada ~ e ida na pesquisa. ipantes segue pardmetros ou regras ligados 20 fo € livre e pode seguir qualquer caminho, cabendo ao moderador manter uma boa interagéo entre as pessoas e manter 0 foco no assunto. Por se tratar de um método q incipal. A quantidade de part do, a pluralidade e ser m , © niimero de pessoas nao & a ques- Embora nao seja uma situagao “natural” como a observagéo, 0 grupo focal es deve, ao mesmo tempo, per que os participantes se sintam mais & vontade durante 0 proceso — no , algumas pessoas encontrarao pontos comuns com ou- tras, perceberdo que seus pontos de vista tém a ver com o de mais gente — assim como algumas discordancias podem aparecer. Com isso surgem informagbes que nao viriam & tona de outra manera, pode ser baixa. Por out dispersio: 0 moderador icipantes interessados, e inevitave autores sugerem de seis a dez pai O que hé de especial em um grupo A questo decisiva, para o grupo focs Nossa maneira de nos comunicarmos muda conforme a quantidade de pes~ soas envolvidas em uma situaglo. A interacao a dois & diferente de uma conversa a trés, em um grupo de vinte ou no meio de uma multidao. Basta comparar, por exemplo, o jeito como voc’ conversa com amigos, ou em uma festa de famitia, uma reunido de trabalho & asa tema eo objetivo da pesquisa, para um grupo focal sobre a recepgao de stamos falando de qualquer pessoa que tenha assistido alguns epis6dios? assist todas as temporadas? Quem jé assistiu todas as temporadas mais Svezes? 10 em varios outros momentos, a resposta depende dos objetivos da Grupos tém cara Por exemplo, em uma sala de aula de graduacdo, com dezenas de alunas ¢ alunos na sala, ninguém se sente obrigado a dizer alguma coisa se a professora faz uma pergunta. Sempre é possivel esperar que outra pessoa fale. A pergunta pode cair no vazio e ecoar pela eternidade. Em uma aula de mestrado ou dou ‘© objetivo & promover uma discussio mais detalhada, por exemplo, sobre 98 aspectos do roteiro, composigdo de personagens, ccriar uma situagdo constrangedora. aati -_— Tt is, certamente precisarei convidar apenas fas — 0 chamam de “grupo i em How to of Qui “Mas se 0 obji ‘academés, poderia ser formulada, durante © grupo focal, como “Quem jé 1u alguma coisa por que viu em uma novela? Uma roupa, um sapato? Ou Jalguém comendo alguma coisa e ficou com vontade?” Adaptar a questo de a0 cotidiano é um desafio para o moderador e para garantir a interagao grupo. nada impede de montar dois grupos focais, um s6 com fis, outro com receptores ‘comuns e, a partir dai, organizar o restante da pesquisa, O uso de grupo focal, falgumas vezes, significa na verdade “grupos focais": podem ser organizadas Vérias discusses para comparar o resultado dos diversos grupos no final. © cronograma do grupo Nao existe uma duragio exata para a realizagao de grupos focais. No en- 9, levando em conta a velocidade do cotidiano, algo em torno de uma hora pode ser 0 suficiente. A quantidade de t6picos ou perguntas deve ser aptada a esse tempo, levando em conta também o ndimero de pé , 0 teor das questdes. convite para participar Definido o critério, a préxima etapa € encontrar as pessoas. Nesse mo: ‘mento, assim como em outros casos, é hora de colocar em ago todos os con- tatos pessoais, profissionais, utilizar redes sociais, espalhar no ambi € qualquer outro método para chegar até os po: ipantes, no sio uma camisa de forga, mas é importante ar como pat tes pessoas distantes do perfil buscado. Em 3¢, isso invial realizagao do grupo. Assuntos mais delicados, por exemplo, requerem um tempo maior para t6pico, diminuindo o niémero de perguntas. Ao mesmo tempo, quanto gente no grupo, menos questées — em um grupo de dez. pessoas, 0 tem- sério para todos falarem sobre uma questo ultrapassa meia hora. No trés seriam o suficiente E necessério informar as pessoas do que sera feito, qual € a dinamica do grupo ¢ o tema da pesquisa. Alguns autores recomendam nio detalhar essa parte para nenhum ipante chegar com pontos de vista muito fechados ou respostas prontas, tirando a espontancidade da discussao. moderador deve ter fle idade para aumentar ou diminuir a quantidade st6es de acordo com a dindmica do grupo, marcando o tempo e tendo em © objetivo da pesquisa. Como algumas questdes rendem mais discussdes ‘utras, e isso também varia de grupo para grupo, 0 moderador precisa atento ao momento de manter ou trocar de tépico, Como € necessério contar com imprevistos ¢ auséncias de Gtima hora, vale ‘a pena convidar ao menos uma ou duas pessoas além do niimero necesséirio. Na pior das hipdteses, se todos forem, o grupo sera ligeiramente maior. 7 grupo focal é um dos poucos métodos realizados obrigatoriamente em hido e preparado. Pode ser uma sala de aula de “dade ou algum local particular. Nao é recomendado, evidentemente, (© grupo focal em um lugar piblico: isso inibiria alguns dos participantes e taria a captagio, observagio e registro do grupo. ideal & um lugar grande o suficiente para acomodar com algum conforto 66 participantes. Deve ser silencioso e, na medida do possivel, sem ele- is que possam atrair a atengdo do grupo — por exemplo, televisdes ligadas, fo excessivamente detalhada ou que, por algum motivo, desvie o foco, imo ao de outras atividades com barulho. eitério do pesquisador,o grupo pode se sentar ao redor de uma mesa ou iras dispostas em circulo, com o moderador entre eles. Se for 0 caso, ‘escolha e preparagio do | Definigio dos t6picos ¢ objetivos Reunir pessoas em um mesmo horério e local consome tempo e energia, para obter, do grupo, as informagdes necessérias para a pesquisa. A conversa pode ser desencadeada a partir de t6picos ou perguntas sobre 0s quais 0s participantes vao falar. Devem estar relacionados aos objetivos da icos — afinal, os parti- Quanto mais for possfvel fazer perguntas relacionando esses temas a ques: tes do cotidiano, melhor. Por exemplo, a questio téenico-académica “O que 125 tribuidas folhas de papel e canetas entre os participantes para al- antago ou dinémica. a sala, a parte mais importante — as pessoas. a vontade te dos outros. E preferivel, se for o caso, que os participantes se conhegam is ao longo da conversa, ndo previamente. de focal " (b) Discussao principal jo grupo foc " Apés a etapa de entrosamento, 0 moderador introduz as questdes pr . A partir desse momento, sua atuacdo define o bom funcionamento do Nao que nao fosse antes: mas, agora, sua atengfo deve estar focada ao tempo em cada um e na dindmica entre os participantes. io os participantes precisam se sentir & vontade, A recep. maneira descont ‘em seu Grupo Foc: ‘$0 de rigor quanto de descontragao atrapalham 0 grupo foc ppatticipantes, seja por colocar em diivida a seriedade do tral Por exemplo, ao evitar que uma ou duas pessoas monopolizem a discussiio— ‘Com os convidados instalados, o moderador fala brevemente da pesquisa ¢ 0 mi ia o grupo: se apresenta, O controle do cronograma do em momento algum 0s pa tos, quem modera pr bém que nao existe, no grupo focal questdes, cada um pode expor suas ideias sem preocupagdes com a pesquisa em si-esse, © problema do pesquisador. jsard tomar a decisio de interromper uma dis- para introdi :0 ou abrir mao dele para deixar a conversa fluir. uma decisio ficil e ndo tem uma f6rmula simples: so questdes comuns pesquisa, e fazem parte da dindmica da relago entre as pessoas. (c) Encerramento ltando alguns minutos para o final, © moderador pode pedir a atengio do ¢ solicitar uma breve consideragao de cada um a res io. Em seguida, encerra a 10 do tema ou da lise ¢ interpretagdo da pesquisa. Segundo, mais simples: os participantes tras coisas para fazer na vida. Prolongar indefinidamente a atividade é (a) Aquecimento Os primeiros tépicos ou questdes podem ser introdut ‘exemplo, que cada se posicione goes mais descontraidas podem ser feitas nesse aquecimento como, por exem- plo, pedir para cada ipante dizer a primeira palavra em sua mente ap6s ‘uma pergunta. Essa primeira fase nfo deve tomar mais do que um quinto do tempo tot A apresentagao dos participantes pode ser feita, brevemente, por eles mes~ ‘mos ou pelo moderador. Mais uma vez, cuide para que nesse primeiro momento gens limites jm grupo focal costuma ser uma experiéncia muito rica para qualquer es- seja indicando caminhos a seguir, para a pesquisa. E recomendado para a observagdo de interagdes entre com opinides diferentes a respeito de um assunto que, colocadas frente ‘possam encontrar um espago de didlogo. a niet Do mesmo modo, requer tempo ¢ disposi se juntar pessoas para uma festa pode ser uma ‘um estudo académico. grupos so 0 objeto de estudo de alguns ramos da Sociologia e da Psicologia Social, Portanto, as coisas ditas em um grupo focal devem ser analisadas com essa ressalva — talvez, em uma entrevista, as respostas fossem significativamente diferentes. Mas talvez justamente nesse ponto esteja a riqueza dos grupos focais — en tender as interagSes no momento em que acontecem. LEITURAS SOBRE GRUPOS FOCAIS BARBOUR, R. Grupos focais. Porto Alegre: ArtMed, 2009. jas Sociais ¢ Hu B.A. O grupo focal na pesquisa em Ci Liber Livro, 2012. 3 Etnografia Em 1922, o antropélogo polonés Bronislaw Malinowski publicou um livro tulado Os argonautas do Pacifico Ocidental, no qual contava sua experiéncia ‘0s povos da Nova Guiné, no sudeste da Asia. Durant viveu com a populagdo das Ilhas Trobriand, partici sando com informantes, observando atividades e procurando conhecer maneiras de pensar e de agir. livro foi um marco nas Ciéncias Sociais, nao s6 pelas observagées, mas \do pelo modo como lizou 0 trabalho: a observagéo Jongo tempo, no local. Fle havia criado um novo modo de pesquisa, a rafia. fas décadas segui 5, discussdes e « , os métodos de Malinowski foram objeto de come is. No entanto, Os ar jutas do Pacifico Ocic assegurado as bases para uma manei termo “etnografia” significa, em sua - Atualmente, se refere a estudos car grupo, a partir do acompanhamento sistematico de suas atividade: fica que nem todo trabalho de campo é uma “etnografia”: acompanhar } por meia hora para saber como so as interagdes sociais via apl iphone nao cara nada) fdeia é um mergulho no e Etnografia na Comunicagio s do método etnogerafico Quando a pesquisadora ou o pesquisador decidem entrar no universo do 1o de campo etnogréfico, hé quase sempre um momento inicial de estra- jento, Entrar nesse mundo é complicado. Mas quando € necesséria uma pesquisa etnogréfica em Comunicagio? mente, quando 0 objetivo da pesquisa for entender a telacdo de ou- tras pessoas com a midia e a comunicaco. Ou quando buscar entender modo de vida de um grupo profissional, por exemplo, o cotidiano de jornalistas, ou ‘uma comunidade online ~ neste caso, uma netnografia. Na pesquisa em Comunicagao, a etnografia vem sendo menos duas formas. De um lado, como um método nos Estudos de Recepgio, Uma das ma- neiras de compreender como pessoas € grupos se relacionam com a midia é, por exemplo, estar junto com uma familia ao longo de varias semanas quando assistem TV. Atitudes so observadas, conversas so registradas, perguntas so feitas a respeito da trama e das personagens, buscando compreender aspectos dda recepgo que nao seriam entendidas de outra maneira. ‘a etnografia tem sido um método muito usado para a comp! so das relages com a chamada “cultura da midia” dentro dos Estudos Cultu- rais. Nesses estudos, 0 obj compreender aspectos da cultura de grupos sociais imersos, assim como nés, em um ambiente miditico izada de pelo idado Federal de Santa Maria, a autora destaca um aspecto dessa relagto ~ a confance "credo que sea portinone ressatar que, para que eu pudesse obsorvar@ aproender 8 expenncia eo ctdiano das its familias 0, assim, 06 usos © os apropdagies do tleomal, | foi necessério que eu fosse aceita por elas, Ndo se Fata do uma acotacso preminar que ve desde o momento em que todos se dispuseram a abi as ports de suas casas para que eu ppudesse realizar a pesquisa, mas, sim, do momento em que de fat, comegaram a age ca ‘manera mais natural possivel com a presenca da pesqusadora durante todas aquols notes. Seria, ¢ car, ingenudade ponsar que a minha esta nda ia terar de algume forma ‘comportareno des informantos. Potém, 20 longo dos dias das vistas, fu percebendo que ‘estsvamos cada vez mei proximos,cumpxindo eto com um dos propisios da winogrfa, ‘refer por Leplrtine (2004). ue &0 de confanca musua ede intercambi io, 0 “Laplante (2004) se efere& LAPLANTINE, F. A descrigdo enogréfica, Sto Paul: Merger, 2004, Ver, ouvir, descrever IELLA, TN. "Da felicidad & alogra: cs usos« apropriagdes do telejomal Joenal Nacional por .e classe popular. Sania Maria: UFSM, 2015 [Dssertacdo de Mestacol [Dispoivel em ht! sm brhanese//5385) J Na etnografia, a pesquisadora ou 0 pesquisador busca, em primeiro lugar, uma descrigio do grupo. Para tanto, combina técnicas, como a entrevista, a observagiio ¢ a andlise de documentos. Uma pesquisa desse tipo deve reservar a ‘maior parcela do eronograma para o trabalho de campo, 0 tempo com 0 grupo, ificil é entrar nos cédigos do outro. A diferenga entre o trabalho etnogréfico e essas outras técnicas, no entan- to, esté no tamanho da questio: o tempo da etnografia costuma ser relativa- mente longo. 1) Reunir informagées sobre o grupo car, no referencial te6rico, um bom niimero de informagées a respeito fupo a ser abordado. O conhecimento do universo no qual se vai entrar é indivel para ter uma visdo do que esté do “outro lado”. Ao mesmo tem- ‘preciso ter cuidado com essas informagées: como toda pesquisa, trata-se n relato parcial, com as impressbes particulares de quem escreveu, Esse “relativamente longo” ndo se resume a algumas poucas visitas, mas a convi |, observando e participando das atividades, pergun- tando a razio de as coi (0 e nfo de outro, conhecendo os . 05 conflitos, 05 pontos emocionais ¢ as préitic etnogréfica lida com as representagGes ¢ os significados do grupo, procuran- do desde 0 entendé-lo segundo suas perspectivas, nao as perspecti- vas do pesquisador. em: ») Aproximagio aproximago pode ser feita diretamente ou, como & mais comum (e mais 8 partir de um contato, isto é, uma pessoa conhecida que faga parte, ou 430 ai it — tenha boas relagdes, com o grupo do qual pretende se aproximar, Na Antropo- logia, essas pessoas eram chamadas de “informantes”: faziam a ponte entre 0 grupo e o pesquisador. Em uma etnografia do mundo dos gamers, por exemplo, a abordagem ini pode ser a participagéo em algum evento dessa érea, procurar grupos online falar com algum amigo gamer disposto a apresentar voc® para outras pessoas € grupos. Seja qual for o contato, deixe claro os objetivos da pesquisa desde 0 inicio. Como em outros métodos, na etnografia, a confianga entre pesquisadores ¢ grupo é a condigao de trabalho. (e) © tempo de campo fniciado 0 trabalho de campo etnogréfico, a pesquisadora deve estar aberta aprender a ver 0 mundo ao seu redor. As primeiras impressdes, como nao ia deixar de ser, so sensoriais, e podem servir, mais para frente, para a . Quai sao as cores, cheiros, temperaturas, sensagoes do lugar? Quais HA cortinas? Qual é 0 ambiente digital no qual um grupo se ender que as coisas significam, falar com as pessoas a respeito de sua parti fio naquele grupo. Para isso, entrevistas podem ser feitas, assim como his- de vida, A questio é obter 0 maximo de informagées possiveis no tempo tado que se tem. (©) Encontrar 0 grupo ‘Antes de iniciar a pesquisa, te um trabalho de aproximagio mitua, No contato com 0 grupo, vocé expoe suas intengSes de pesquisa e ex motivos pelos quais esté ali, Deixa claro o sigilo das informacées obtidas. Esta- belece, com 0 grupo, as condigdes de sua pat difrio de campo rio de campo € um instrumento cléssico do trabalho etnogréfico. Nele trados os acontecimentos e os dados obtidos em cada dia. De prefe~ 1ediatamente apés o fim de cada momento da experiéncia de campo. tio € 0 espaco para anotar as diividas e comentérios sobre préticas ou s. Por mais que se esteja cansado de um dia de trabalho, tente manter jo atualizado: depois de algumas semanas de pesquisa, a maior parte dos ¢s estard perdida na meméria ~ hé o risco, sem querer, de preencher Jacunas com o que ndo vi s primeiros encontros com o grupo so momentos de aproximagao, ques- tionamentos e diividas ~ é o estranhamento. Ele nao pode ser eliminado com pressa ou de forma repentina: nada pior do que forgar uma intimidade que nao se tem. £ necessério esperar que 0 grupo 0 pesquisador se entrosem, ¢ isso $6 acontece com algum tempo ~ e sem a iluséo de sua diluigio completa, (d) A preparagio do pesquisador trabalho etnogréfico, sua pa sod icipagdo é, evidentemente, 0 ponto cen- do de pesquisador. E também nao a, de modo algum, ter uma postura superior ou arrogante: ao contrario, “condigéo de pesquisador” é reconhecer a pesquisa etnogréfica como um momento de aprendizado, para o trabalho € Um dos pontos de destaque da etnografia ¢ a relagdo entre o que é “estra- ‘© que é “familiar”. O cotidiano de cada pessoa ou grupo, com sua cole- atividades, atitudes, pequenos rituais (acordar, comer, pegar o Onibus, thar,’ estudar), grandes eventos (festas, mudangas de emprego. feriados), ee sempre “comum”, “normal”. E, na velocidade do cotidiano, isso parece ancira de viver, nao uma entre outras. der 0 outro a partir do outro ‘zum distanciamento em relagdo ao grupo. Por exemplo, a principio, a pes sadora néo precisa se parecer com as pessoas do grupo pesquisado ~ vocé rado", um agente disfargado para conseguir informagoes secretas de um grupo. se alguém de um lugar visita outro, talvez seu cotidiano parega ides sem 0 menor sentido. A etnografia desafia a oposigao “estranho”: cada grupo é “normal” para si e “estranho” para Em alguns casos, claro, a participagao em um grupo pode exigir, por exem: plo, alguns procedimentos. Mas isso precisa ser discutido com o orientador ¢ com Comités de Etica na Pesquisa da universidade, A etnografia, com suas téenicas de pesquisa, plicar” a cultura do outro a partit da minha, Nao objetivo a partir do qual se pode olhar — 4 Observacao E ai comegam os problemas: Como entender 0 outro sem colocd-lo dentro do meu jeito de entender o mundo? Um esforgo é em primeiro lugar, tentar compreender o cotidiano do outro nio pelo meu modo de ver a coisa, mas tentar a capacidade de se imaginar no lugar do outro — sem, evidentemer fomar © outro ou ocupar seu lugar. Dois mil e quinhentos anos atrés, no primeiro pardgrafo de sua Metafisica, les escrevia que “todos os seres humanos desejam, por natureza, saber”. tinua: “Prova disso € a alegria que temos de olhar para as coisas”. ‘A alegria de olhar: a definigio do método da observagéo. Evidentemente esse “ver” est no sentido figurado. Mas é, de certa maneira, © outro, sua vida, seu do contato ini indo observagao No CAMPO DAS LETRAS ANDRE, M.E.D.A. sscolar. Campinas: Papirus, 2013 MACEDO, RS. i ber Livro, 2010. ja pesquisa em Comunicacéo, a observagdo é 0 acompanhament da interago entre pessoas. E utilizada para conseguir, em prim de situagdes reais. Na observagio, o pesquisador pode ver, ouvir e, em ‘casos, até mesmo participar de uma situagao, tendo uma experiéncia sa que nenhum outro método proporciona. ‘Na observagio, vocé vai até o lugar do acon loracdo visual. A ideia, no caso, é “viver" para conseguir informagées a partir da propria exper de outras pessoas, como no caso da entrevista ou do grupo focal. WACQUANT, L. Corpo e alma: notas etnogréficas de um aprendiz. de boxe. Rio de Janeiro: Relume Dumaré, 2002. todos os métodos de pesquisa de campo, a observagio é um dos que depende do pesquisador. Enquanto na entrevista ou em um grupo focal a jo com outras pessoas é a regra, na observa ado, em um fer uma situago a partir da proximidade com © que esté acontecen- {sso, a preparacao te6rica é o melhor caminho — para saber 0 que ver © fiar de seu proprio olhar. te da situagao a oportunidade de acompanhar uma situagio ou um evento torna a 10 um método recomendado, por exemplo, para conhecer os detalhes nin desvantagem esté no risco de o pesquisador achar que “conhece tudo” © objeto porque “viveu” uma situacdo. Por mais envolvido que se esteja, é iso ter em mente que se trata de uma pesquisa. O foco deve continuar nos s do trabalho. algum tipo de registro, especialmente em video. £ preciso, nesse caso, calcular 0 quanto a presenga de uma cimera vai interferir ainda mais na situag&o observa~ xrando que isso jé ocorre pela presenga do pesquisador. Estas definigdes iniciais preparam o trabalho, O ponto sey qual cbservacao seré inte € pensar em (©) Observagdo na pesquisa-agio — A pesquisa-agio, &s vezes chamada tam- inte por alguns autores, é uma maneira de interven¢o ide, na qual a pesquisa é orientada para um proceso sformagio da realidade. A observagio é uma espécie de “metaobserva +a pessoa define seus objetivos de acordo com o projeto, e sua pritica c seu objeto. Nesse caso, o trabalho de observacao deve ser realizado com dado a mais: lembrar que a ago , ao mesmo tempo, objetivo de vida e sto de estudlos, e um no pode deixar o outro de lado. Tipos de observacio Existem balhar com a observagio, cada uma com suas vantagens tipo de dados preciso para a pesquiss gum momento, participar da situagao? Essa dessa técnica. ias maneiras escolha de uma dessas modalidades de observagio depende do dado que sca, Como lembram alguns autores, nao hé problema em passar de um tipo ‘outro de pesquisa ao longo do tempo, ou mesmo de alternar momentos, fases de observagiio distante alternadas com momentos de part local é percebida, claro: nao existe “observagéio neutra”, presenga sempre muda a situagiio observada, No entanto, procura-se evitar juer interago que comprometa o desenvolvimento da situagao. A dis fo, nesses casos, € decisiva. da observagio de campo Nessa modalidade o pesquisador é apresentado ao grupo e vai para algum lugar do qual possa observar a situago sem que sua presenca atrapalhe ~ de preferéncia, sem ser notado. ‘A vantagem desse tipo de observacdo € a possibilidade de ver uma go “como ela é” em seu procedimento comum. A observagio da si dados importantes para a pesquisa — nesses caso, pode-se ter uma nogio dos processos, atividades e dindmicas de um grupo ou uma situacio. ferminadas as definigdes de planejamento, hora de sair a campo. Embora pesquisa seja diferente da outra, conforme a . disposigao das pes- ‘e as condigdes do pesquisador, existem etapas comuns de trabalho. (a) Apresentagdo — Seja em uma observagio distante, seja em uma partici- © primeiro momento é a apresentago do pesquisador ao grupo. Muitas la e acompanhamento de uma pessoa do préprio , fale brevemente da pesquisa e, se ‘easo, abra um pequeno espago para perguntas sobre o trabalho. E uma ira de deixar o grupo & vontade com sua presenga. (0) Observagio participante — Como © nome sugere, neste éncias e experiéncias. Na observagao pa tuagdo ao mesmo tempo em que esta atua € S ger ) Observagio — O centro do trabalho é © momento da observago. f co- jis, certo estranhamento: As vezes tudo funci na presenga do pesquisador, que recebe olhares de curiosidade e, em cas0s, até aproximagdes. Apenas com 0 contato mais prolongado com ser possivel notar como © cotidiano realmente se desenrola. Escrever \de oferece uma maior riqueza do que a observagio distante, iano permite conhecer detalhes que certamente escapariam a: “130 € tomar notas sio atividades fundamentais neste momento: esse registro, no entanto, ndo precisa ser excessivamente detalhado e néo pode tomar o lugar da observagio.. Documentos (0 método de observagdo trouxe © registro continuo das coisas © mais répido possivel (©) Diério de campo — Vindo da etnogr: de lé uma técnica préxima: 0 diério de campo. observadas durante a pesquisa de campo. Deve ser niio é uma tarefa simples. Se escrever sobre um fato logo depois que ele aconte- ceu € dificil, imagine se deixamos para o dia seguinte. n alguma medida, toda cultura humana est armazenada em mat 0 esses. Independentemente de seu contetido, so docu palavra “documenté mento ou carteiras de identidade. Nas LUDKE, M. & ANDRE, M.E.D.A. Pesquisa em Educagéo: abordagens qua- litativas, So Paulo: no. Sao Paulo: Brasiliense, 1995, ‘TRAVANCAS, I. VIANNA, H.M. A observagao. lo dos jomnalistas. Sao Paulo: Summus, 1990. studos de midia”, por ex extos, sons ou imagens 1% A laa votre Om vos de pesquisa podem es tos, mas, no momento da anilise, Imes, videos, paginas impressas ou online, trans oais ¢ assim por diante. Documentos ¢ objetos de pesquisa ternet, com edigdo int 9, So as chaves de acesso a esse mater Os documentos, ou material de anélise, néo sio necessariamente o objeto da pesquisa, embora seja fécil confundir um com 0 outro — sobretudo porque, muitas vezes, so a mesma coisa. Mas existem algumas diferengas. , quando os dados so muito escassos ou dificeis de encontrar, & mesmo justificar 0 nimero de documentos escolhidos por preciso ter lidades para € a base a partir de onde tiramos os dados necessérios para 10 de pesquisa. Na prética, € a parte “fisica”, “concre ‘ou qualquer outro termo semelhante, a partir da qual teremos as informagoes necessérias para o estudo do objeto. Por exemplo, se vocé vai estudar a representacdo fotogréfica da paternidade pressas, precisa encontrar as revistas e separar as reportagens \de, Se fizer uma série de entrevistas com 0 pablico recém-saido de sessdes de cinema, o documento sio as transcrigGes dessas conversas. O desafio para a andlise de documentos na pesquisa em Comunicagio é is documentos? definir o material. Uma pesquisa, por exemplo, sobre a representagao da mulher negra na publicidade, em primeiro lugar, precisaré definir quais antincios serio escolhidos. Antincios de um produto? Propagandas de um portal de noticias? Ou de um site segmentado? A resposta depende, claro, dos objetivos da pesquisa. ‘© segundo ponto se refere & quantidade de material Retomando 0 exemplo da representagio da paternidade, quantas reporta- Mas existem procedimentos para ajudar na definigéo do material de anélise. I ccseadiies barns wisaO7 Neste caso, a pergunta esté errada: em uma pesquisa quali 6 quantas reportagens eu preciso, mas de quais. © des mntos que tenham as caracteristicas necesséias para a realizago do es- ~ falem sobre paternidade dentro dos parimetros definidos no tema e nos 5 da pesquisa. Essa definigéio pode ser feita a partir de varios critérios. Vocé pode tentar rar Fotografias publicadas préximas ao Dia dos Pai ir um periodo de tempo — todas as edig6es de um ano, questiio mncontrar Acesso ao mat a se fazer, na pesquisa com os documentos, é se eles existem ¢, ivo, se, € como, ter acesso a eles. No caso de documentos fisicos, vezes 0 acesso 6 restrito ou, em alguns casos, cobrado. Por exemplo, a pesquisa em arquivos de jornais costuma ser paga, © existem poucos arquivos piblicos com material integral disponivel. Um estudo fda a criangas nos anos de 1950, por exemplo, exi “Mas nem sempre a de sempre na cidade onde se esté. Mesmo com materiais online, nem sempre tudo esté dispontvel para con- sulta imediata. Embora existam excelentes acervos digitais, em pesquisas no ambiente questo muda de figura. Sites podem ser retirados do ar, iva e analisar todas as as publicadas durante um perfodo de tempo. Ou escolher as mais lidas ou ‘Se 0 objetivo da pesquisa é ter uma visio panordmica da cobertura, posso ‘uma técnica chamada semana composta: os textos so coletados ao longo ‘semanas ~ a segunda-feira da primeira semana, a terga-feira da segunda ‘@ quarta-feira da terceira semana e assim por diante. A ideia de “acesso” tem outro sentido, e se refere & capacidade da pesquisa- dora ou pesquisador de lidar com o material encontrado. E possivel, por exem- plo, fazer uma comparagio sobre a cobertura internacional do jornal britfinico 142, bie al ta lle a (443 Os critérios variam ao infinito, mas levando em consideragio a necessidade do material de pesquisa apresentar as qualidades necessérias para a anélise, no importa se chamamos de “texto”, “discurso”, “narrativa” ou “contetido”. Gene- ricamente, aquilo que esté sobre a mesa. DocumMENTANDO repensada, Sao Paul JENKINS, K. A hi Contexto, 2014. PIMENTEL, A. O método da anélise documental. Cadernos de Pesquisa, n, 114, nov./2001, p. 179-195. 6 Historias de vida ‘Ouvir em siléncio, com interesse e respeito. Esse € 0 modo de conseguir dados sobre outras pessoas, , seu mundo, Falar de si é uma oportunidade cada vez de conexdes onde falamos demais e ouvimos muito pot ou o pesquisador de Comuni ‘Os chamados métodos biogrdficas de coleta de dados, como a his rinefpio de que cada € a entrevista em profundidade, partem d mas, a0 mesmo tempo, reflete vivencias c icas. O interesse é mostrar como cada um vive os fatos € ico. Imente usados para conhet redes sociais indica que, cada vez mai dade sempre foi uma comunidade de narradores, sm um grande espaco de narr as pessoas aparentemente tém algo a dizer. A falem (0 que ndo quer dizer que alguém seja ouvido) g de vozes e expresso para quem, de outra maneira, c ilencio. nos a 0s ‘A oportunidade de falar na internet é marcada por desi a “barreira digital”, mencionada por diversos especi sua vida, sua iden- ‘mais rara em uma yuco, Para a pesqui- ico, € uma oportunidade de ver como vida relagados nas vivencias de cada pessoa. .contecimentos de seu ferpretagdes sem uma linha diviséria muito Nao sem uma gota cer 0 passado, das midias, em blogs, videos ngs mesmos. Se a espagos di E uma opor -ontinuaria invis nao deve levar a um otimismo ingénuo sobre as possibilidades da Idades e exclu- tas, referindo-se as diferencas econémicas, sociais e cognitivas que dificultam ou mesmo impedem ‘0 uso das redes.) Em outras palavras, nos relatos de si produzido pelay Falar de si mesmo, deixar registrado quem se é, ndo é uma atividade das is simples. graf qual as menores questdes intimas € os nham juntas. ‘Ao contar sua histéria, cada um expressa seu modo de conh mundo, sua interpretagio da realidade e de si mesmo. Essas manifestago ressam na medida em que estio no terreno das representagdes, da meméria e do e nesta ou naquela outros, Até um passado historicamente recente, grandes parcelas da populagio no alfabetizadas e, por isso, néo tinha condigdes de produzir relatos escritos sua vida, seu ambiente, seu mundo, Boa parte do que sabemos a respeito \dmeros grupos sociais depende do que foi escri Hé uma diferenca crucial entre falar e “ser falado” sobre eles, nao por eles. ‘Quando produzo um relato a meu respeito uso minhas préprias categorias € fos de vista para dizer quem sou. Teno o protagonismo da minha narrativa, do falam por mim, sou incluido nas categorias da outra pessoa, explicado is € retratado conforme ela entende como correto. “ssn wn pour a qu cap oe sce puede via di com pal vive, p. 24. | QUEIROZ, M.\.P. Variagées sobre a thniea de gravador no registro de iereaat Be isso jé cria varios problemas, imagine que, na nga entre narrar e ser narrado é a diferenca entre ser visivel ow 'em possibilidade de produzir seus préprios relatos, imensas parcelas ppulagéo foram, historicamente, tornadas im contando apenas com ges feitas a elas por quem sabia, ¢ escrever. Isso explica, por plo, porque sabemos tanto a respeito de reis e nobres ¢ quase nada a res- da vida cotidiana de outros grupos sociais J Os relatos de si ‘A matéria-prima dos métodos biogrAficos so os relatos produzidos pelas pessoas sobre sua vida. So 0 que Michel Foucault chama de “relatos de si" 6 ato de falar, escrever ou produzir um discurso sobre si mesmo. Esses relatos podem ser obtidos, em primeira mao, a partir de entrevistas de profundidade, (Ou, de segunda mao, a partir de textos escritos pela pessoa Dai a importéncia dos relatos em primeira mao: € uma chance de ver as a partir de sua prépria interpretagdo de si mesmas e do mundo que as A chave para 0 método biogréfico é deixar a pessoa falar. ‘Ao falar de si as pessoas acabam falando de sua época, de seu cotidiano, de Jo pessoal e subjetiva dos fatos de uma época atraiu a aten- «ao primeiramente de historiadores, interessados ndo em conhecer os grandes eventos, largamente relatados ¢ contados, mas o mundo das pequenas vivénciay pessoais, geralmente deixadas de fora dos livros de hist6r a narrativa do outro Js métodos biograficos na pesquisa em Comunicagio costumam ser utili- de duas formas principais. tum lado, para estudar questdes relacionadas & meméria da midia, lem- is da programagao de TV ou dos contatos com o ri | questées cotidianas a partir da midia e demais assunt cas. [Aprendemos, por exemplo, que Deodoro da Fonseca proclamou a Rep dia 15 de novembro de 1889. Certo. Mas como isso mudou a vida das pessoas’ Como foi entendido? Quem tinha casamento marcado para esse dia ae que alterar a data? Qual era 0 almogo tipico do Rio de Janeiro naquela época? Alids, a que horas as pessoas almogavam? 'A resposta para essas perguntas nao constam dos documentos es proclamagdes, leis ¢ decretos. Esto nos diérios pessoais, nas cartas trocadats has pequenas crOnicas e, atualmente, estariam nos bilhdes de posts circulando) a " tien i do engajamento igados a questoes, outro, a andlise de relatos de si publicados no ambiente digital, como € postagens de redes sociais, {0s dois casos, o primeiro passo é encontrar o relato a ser estudado. E existem duas maneiras principais de obt@-los. (a) Entrevistas em profundidade ~ Métodos biogréficos utilizam largamente a entrevista como método para a coleta de dados. No entanto, estas entrevistas sao sempre em profundidade, abertas, deixando a maior parte do tempo reserva ae Sees. ra beer i ec pre fezer une ponte, como ela indica, ent a hiia dda para a pessoa falar. [sso quase sempre significa fazer mais de uma entrevista, ite me Ker ce Goth, Se em um contato prolongado com a pessoa. Em termos de cronograma, um tra~ © méladobiogrfieoutiza as fonts prima balho usando métodos biograficos deve reservar um bom tempo para essa parte: ‘desenvolver a pesquisa. As primiias, qe ocumenios nao ofc e ola, correspordncas, clippings, vos de memérias & utobiografia,testemunhos ors, questondrio, fotos e dinos. As secundaias S80 as qu ‘recisam da lembranga do entevistado, Por i806 ubizada como feramenta a entrevista. 5... “Lirozeportagem: uma proposta de criagdo de pars de atstas paraibenos a pat do 6 M6 [Diesertaco de Mestraco] [Dsponvel em hpted, Do mesmo modo, com 0 tempo, o cardter de “entrevista”, com sua formali- dade, tende a ser abandonado, transformando esse momento em uma conversa, Quanto mais liberdade para a pessoa elaborar sew relato, methor. © pesquisador pode, evidentemente, interromper para perguntar ou, eventualmente, retomar pontos-chave de um assunto mencionado. O tema € a vida de quem narra, cos: turando 0s fatos de acordo com sua maneira de narrar as coisas — a sua verdade do pasado e do presente. dos outros, respeito 6 condigo necesséria, A oportuni- wesmo 6 rara, e, como recorda Ecléa Bosi em O tempo vivo eméria, muitas vezes é no instante da narrativa que ag6es ganham signi: ides so lembradas ¢ reconsideradas, fragmentos da meméria sio licados ~ Até meados dos anos de 1990, narrati vas pessoais eram encontradas nos didrios ¢ na correspondéncia das pessoas, 0 acesso a esses relatos era dificil, e seu estudo era mais ligado aos estudos de {ngua e Literatura do que & Comunicagdo. Com a liberagao comercial da inter- net, em 1995, comeca 0 que Rosa Meira O Mundos Privados”, publicagao de digrios online. Neste caso, o desafio é encon- trar relatos adequados ¢ significativos em relago aos objetivos da pesquisa — 0 que pode exigir a leitura de cen 108 até que sejam encontrados os mais adequados. (b) Encontrar rela fo € discutir 0 quanto ‘So verdadeiras, mas porque elas existem de uma maneira e nfo de outra, ieresse, a0 menos do ponto de vista da Comunicagdo, nao é se o fe icdo da pessoa a res inventadas € Nos dois casos, um ponto expressiio da verdade sul Ovvinpo HisTORIAS LBERTI, V. Ouvir contar. Rio de Janeiro: FGV, 2004. a : Se ; 0. ; s + Atel, 2005 meméria e do imagindrio, os métodos biogréficos oferecem recursos de primeira tempo vivo da memdria. Cotia: Atelié, 2003 ‘mao para compreender as relagSes da pessoa com o ambiente ao seu redor ~ emt particular, com o ambiente das midias. 7. Estudo de casos estudo de caso, o objeto de pesquisa é uma situagéo conereta que jd est la. Por exemplo, o cotidiano da redagéio de um telejornal ou de uma voltada para jornalismo péblico. estudo das noticias de vérios vefculos sobre um Gnico acontecimento, iplo, nao é necessariamente um “caso”. Afinal, 0 fato que gerou as no- pode ser tinico, mas, em geral, esse tipo de estudo vai comparar noticias se vou analisar a cobertura de um —o que nao me impede de Em 1870, no Curso de Direito da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o professor Christopher C. Langdell teve uma ideia para ensinar melhor seus alunos a respeito das leis. Em ver de ler os Cédigos e manuais, seria melhor se eles estudassem como a lei foi aplicada em situagGes especificas. Quase sem querer, como acontece com muitas boas ideas, estava criado o estudo de caso, A hist6ria é contada por Steven M. Shugan, em seu artigo, ca, “Save Research ~ Abandon the Case Study Method of Teaching”, publicado em 2006 na revista Marketing Science. Com o tempo, o método de Langdell ultrapassou as fronteiras do Direito e passou a integrar o repert6rio de virias outras éreas do conhecimento, ” de uma pesquisa: tr se confunde com ¢l ‘a pergunta “Qual € seu caso?” para se referir ao objeto da pesquisa ou as jses”: no esté totalmente errado, mas o sentido do termo fica deslocado) exemplo, em 9s do trabalho, vocé pode fazer um estudo de caso com iano, suas rela- O estudo de caso, como o nome sugere, é a pesquisa feita a partir da andlise de uma situagio, escolhida a partir de critérios definidos, para responder as perguntas propostas nos objetivos do trabalho. de coso¢ used quando se desea anaiarstuagSesconceias, em suas pareuandades 0, 0 olhar da pesquisadora se volta para uma situagio, de esti cass porta, ra veto omitting cto ne i ado fod, 8 deter a possodade de ura expla; do de read concet. certo mod .. Um ponto central é a lidade: : boos ee cece 8 Prone ec ena do TMG." ctr eas: us nokagen meal apenas om sre si: qualquer perspectiva panordimica, 0 foco é sobre uma Gnica situagao, procuran: i icine. do verificar todos os aspectos envolvidos para, a partir dai, elaborar sua andl Neste ponto, vale a pena usar um minuto para 1 melhor a expresso, A primeira vista, a expressiio “estudo de caso” é dbvia: significa, bem, 0 es- tudo de um caso. Mas o que é exatamente um caso? Para responder, precisamos desenvolver algumas questdes metodoldgicas. ‘ou exemplo Em seu livro Estudo de caso, Gilberto Martins lembra de uma diferenga im- ite entre “caso” ¢ “exem Neste trecho, sigo sua argumentagio. A primeira vista, poderiamos dizer, com todas as aspas, que o estudo de seria como um “exemplo” do que se est analisando. Mas é preciso tomar cuidado com essa comparagiio: em geral, no cotidiano, usamos “exem: ‘como evidéncias para nossos argumentos, Se vocé quer dizer que um time ‘em uma mé fase, usa como exemplo seu desempenho rece io. O exemplo, nas conversas do dia a dia, confirma uma ideia. Na pesquisa académica a nogio é outra, Encontrar 0 objeto de estudos Em geral, quando escolhemos o tema de pesquisa, precisamos consiruir 0 objeto, definindo todos os s, escolhas € seus cami- hos. Se em outras metodologias o problema & construir 0 objeto de estudos, no estudo de caso a questio € também encontrd-to. © estudo de caso nao é um “exempl representativo da situagao que se busca anal caso foca um tinico caso que, por suas caract preender melhor o conjunto de uma situagéo. Por exemplo, se voc’ procura conhecer as condigdes de trabalho dos 1as de portais online, pode fazer um estudo de caso sobre a rotina de um tinico portal. Esse caso, como qualquer caso, terd suas particularidades, mas também oferece pistas para compreender a situagao geral da profissdo. ", mas exemplar no sentido de ser wr. Como pesquisa, 0 estudo de icas particulares, permite com- {Gime Pde Barros, em sua cissertaca0 1 ra: um estudo 69 caso do Niko Plus de consumo no ambionto gta. A autor "Aescolha por um estudo de caso so lzapfo @ reacionamento mercadologio na za um inico caso ~ a nis ~ para estudar 3s a. 13, expla 0 procedimento: p08 acompanharmes outs casos de empresas. ercebemos que o Nike Pus rprosentava 0 ‘ebercutura de medo mais emblomético.O caso nae Nike Plus permit ainda ideniicarmos elementos do processo de midiatzapio e de cultura de pertipacao, fendmenos propris da contemporaneidade’. AGP. “Midatizagaoe relaconamento mercadégice na cibercultsra: um estudo de caso do Pls" Joto Pessoa: UFPB, 2012 [Disseraclo de Mesrado] [Disponivel em hip/Aede.bboteca -2080%andieedAés}. Escolhendo um caso para 0 estudo er todos os aspectos do caso Estudos de caso nao podem ser usados em qualquer pesquisa ~ ¢, menos ainda, de qualquer maneira, Nem todo caso é bom o suficiente para ser estuda- do, e encontrar um é uma das partes mais complexas deste tipo de metodolo; Um caso pode se tornar 0 objeto de estudos de uma pesquisa de acorda contradit6rios: se ele for muito comum e, portanto, altamente representativo de uma situacdo, ou se ele for tremendamente incomum, e, por {sso mesmo, chamar a atengao. ‘um caso pode ser considerado bom para a andlise sé drios métodos para obter infor Por exemplo, o trabalho do profissional de Relagdes Pal inacionais de grande porte tende a ser parecido, em linhas gerais, em vérias empresas. Apesar das diferengas, é possivel entender ‘um pouco da rotina de um RP a partir da observagao de seu c ‘empresa, Por mais diferentes que sejam as empresas, profi de atividades. finido 0 caso, hora de obter todos os dados a seu res} estudo de caso se destaca pela profundidade da andlise e, ra isso, 6 pre- € disponiveis suas transformagées € mudangas, cara de caso € um procedi de informagies sobre u lo, como afir- ins, ndo se pode entrevistar os colegas préximos, pegar info intradas obtidas mais ou menos por sorte e chamar de “estudo de caso” jesmo modo, prossegue o autor, Estudos de Caso siio sisteméticos e rigo- sr um caso, saberemos mais sobre ele do que as pessoas, tudando wm caso, € po ia do que acontece em outros ~ 6 a nogio de repre ‘dade, decisiva para a escolha do caso a ser estudado, Um caso é represen outros poderiam ser analisados, com resultados semelhi do estudo de caso Mas o contrat sm sempre um estudo de caso permite encontrar as informagSes necessé. ra responder suas perguntas. Por isso, por mais tentador que seja estudar ¢ parece estar I4, pronto para ser analisado, veja se isso esté adequa- objetivos do trabalho. geral, Estudos de Caso séo utilizados para conseguir evidéncias par- 5 a respeito de uma situagdo para compreender um fenémeno mais Realizar ou nao um estudo de caso depende do quanto ele pode auxiliar Situagdes par diferentes para al 6 torna interessante. Ele nao é representativo ¢, suas caracteristicas ndo serio isso que o torna relevante verificar como 6 possivel se diferenciar de todos os demais. Se ine passa a ser impresso, por exemplo, esté na contramao dos ou- tros ¢, por isso mesmo, pode ser um dtimo caso para estudos. a responder os objetivos da pesquisa. £ bom conhecer todos os aspectos da situagdo estudada e comparé-la com outros casos encontrados no referencial te6rieo. Isso permite verificar as caracteristicas gerais e as particularidades de cada caso. VARIOS CASOS ANDRE, M.E.D.A. Estudo de caso em pesquisa e avaliagdo educacional. Brasflia: Liber Livro, 2008. GIL, A.C, Estudo de caso. Sao Paulo: Atlas, 2008. ARTE Vy E agora, como analisar os dados?

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