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BiologiaDeVertebrados LucasBelchiorSouzaDeOliveira 8653 2
BiologiaDeVertebrados LucasBelchiorSouzaDeOliveira 8653 2
BiologiaDeVertebrados LucasBelchiorSouzaDeOliveira 8653 2
Belo Horizonte
2020
Lucas Belchior Souza de Oliveira
Belo Horizonte,
2020
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
CDU: 599.822
Ficha catalográfica elaborada por Fernanda Paim Brito - CRB 6/2999
Lucas Belchior Souza de Oliveira
_______________________________________________________________
____________________________________________________________________
_______________________________________________________________
Animals under human care are generally kept in predictable environments with few
environmental challenges. Therefore, it is proposed the use of environmental enrichment
aiming to improve the quality of life of these animals through the insertion of
unpredictability, as a stimulus to display natural behaviors. However, for most species, it is
not yet known how much unpredictability should be offered. This study aimed to evaluate the
effects of spatial and temporal unpredictability on behavioral and clinical aspects of
Geoffroy's woolly monkey (Lagothrix cana cana). We studied seven monkeys from the
Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica de Belo Horizonte, Minas Gerais. The
experiment was divided into five conditions: two control conditions (PRE and POS) and three
unpredictable conditions in food presentation, with three stages of different intensities each:
spatial unpredictability - E1, E2 and E3, temporal unpredictability - T1, T2 and T3, and
associated conditions of unpredictability - M1, M2 and M3. Each stage lasted 10 days.
Behaviors were collected using scan sampling with instantaneous recordings every 20-
seconds,, in five-minute sessions, for two hours daily. A behavioral diversity index (IDC) was
also calculated. Through ANOVA/Dunnet or Friedmann/Dunn we investigated possible
differences between the behaviors and the IDC recorded in the experimental stages and in the
initial control phase (PRE). A welfare assessment using the precepts of the five domains and a
non-invasive health assessment at each stage were also performed. It was found that the IDC
was reduced in steps E1 and T1. However, the procedures promoted increased exploratory (T
and M) and foraging (E) behaviors, and reduction of behaviors indicative of dysfunction
(CID), surveillance (T3, M1, M2 and M3), maintenance (E1, E3, T3, M1, M2 and M3),
affiliative (T2 and M) and agonistic (E2, M1 and M3) interactions. Better welfare levels were
observed in all intervention conditions compared to the PRE stage. In relation to the reduction
of CID in the intervention conditions, the management change may have stimulated a
concentration in behaviors in specific categories, thus reducing behavioral diversity. The
increase in the display of exploratory and foraging behaviors may have occurred due to the
form of food distribution, which it demanded. The reduction of CID and agonistic interactions
is probably a response to the increased complexity of the stimuli offered. The reduction in
social behaviors may be due to the possibility in displaying alternative behaviors. In addition,
due to the behavioral ecology of the species, the proposed stimuli allowed the social structure
to come close to the observed in wild woolly monkeys. It is concluded that, in the context of
the animals evaluated and considering the behavioural ecology of woolly monkeys, the
conditions used promoted better welfare levels for the animals studied, and are recommended
for the maintenance of the species when under human care.
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 17
4 RESULTADOS ................................................................................................................... 38
5 DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 55
6 CONCLUSÕES................................................................................................................... 68
ANEXOS ................................................................................................................................ 81
ANEXO III – Escala baseada nos cinco domínios adaptada para macacos-barrigudos
(Lagothrix cana cana) ............................................................................................................. 83
1 INTRODUÇÃO
1.1 Problema
1.3 Objetivo
1.4 Justificativa
2 REFERENCIAL TEÓRICO
vivem em ambientes menos previsíveis tendem a ter uma motivação maior para explorar e
forragear (JOHANNESSON; LADEWIG, 2000), a intensidade de imprevisibilidade que teria
potencial para melhorar o bem-estar nunca foi adequadamente mensurada, de acordo com a
revisão realizada. Sendo assim, as práticas de manejo de animais sob cuidados humanos
podem se tornar uma potencial fonte de estresse para algumas espécies (WAITT;
BUCHANAN-SMITH, 2001). Frente aos resultados contraditórios observados em estudos
que avaliaram previsibilidade e imprevisibilidade, imagina-se que os efeitos de ambas as
condições sejam dependentes de dose. Em outras palavras, para que tenham efeito benéfico
sobre os animais, precisam ter sua aplicação finamente modulada. Essa modulação pode ser
feita através da avaliação criteriosa dos efeitos da aplicação dos dois tipos de
imprevisibilidade, em diferentes intensidades.
O modelo dos cinco domínios foi originalmente desenvolvido para avaliar os fatores
que podem influenciar no estado de bem-estar de animais senscientes, principalmente aqueles
utilizados em pesquisas e ensino (MELLOR; REID, 1994). Essa ferramenta vem sendo
utilizado desde 1997 em alguns países de forma obrigatória (Nova Zelândia) no meio da
medicina de animais de laboratório (WILLIAMS, MELLOR, MARBROOK, 2006).
Atualmente, expandiu-se sua aplicação para a avaliação de animais em outros meios,
que incluem animais utilizados na produção de alimentos, animais de companhia, animais
silvestres de vida livre ou mantidos sob cuidados humanos e animais que causam problemas
urbanos (“pragas”) (MELLOR; PATTERSON-KANE; STAFFORD, 2009; BEAUSOLEIL;
FISHER; MELLOR, 2012; PORTAS, 2013; LITTLEWOOD; MELLOR, 2016).
Para realizar a avaliação do bem-estar através dos cinco comínios, inicia-se pelos
estados internos (físico-funcionais) com foco em alterações fisiológicas e patofisiológicas dos
animais devido a questões nutricionais, ambientais ou relacionadas a saúde e ou fatores
físicos, bióticos ou sociais no ambiente do animal que podem limitar sua capacidade de
expressar comportamentos naturais do indivíduo e/ou da espécie (MELLOR, 2017). O
domínio mental surge a partir das consequências dos fatores internos e externos avaliados
anteriormente, e a somatória desses eventos levam a classificação do estado de bem-estar de
um animal (MELLOR, 2017).
Para considerar os aspectos positivos e negativos de cada domínio, alguns aspectos
foram estabelecidos de forma generalista (MELLOR; BEAUSOLEIL, 2015; MELLOR,
2017). Contudo, observa-se ausência na literatura descrita de uma ferramenta que se adequa
as necessidades espécie-específicas.
26
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Figura 1: Macacos-barrigudos (Lagothrix cana cana) mantidos pela FPMZB-BH, que fizeram parte do
estudo. Fonte: Fotografia do autor (2020).
Figura 2: Recinto dos macacos-barrigudos (Lagothrix cana cana) mantidos na FPMZB-BH: visão de frente (a),
lado (b) e área de fosso (c) com entrada para manobra (d). Fonte: Fotografia do autor (2020).
30
3.2 Procedimentos
minutos, em seis locais diferentes, enquanto na etapa M3, foram distribuídos três embrulhos
de alimentos a cada quatro intervalos variáveis de 30 minutos, em quatro locais diferentes.
Nas condições E e M, os alimentos foram disponibilizados através de embrulhos
utilizando papel kraft (base de celulose; figuras 4A e 4B), arremessados da área de visitação
ao recinto. Anteriormente ao início das condições de intervenção, os alimentos passaram a ser
distribuídos em locais variados do recinto por um período de dez dias, para permitir a
habituação dos animais aos itens utilizados. Na condição T, os alimentos eram arremessados
da área de visitação no local especificado anteriormente.
Nas condições T e M, os horários para distribuição dos alimentos nos intervalos
variáveis foi aleatorizada de forma prévia, através do programa Excel.
PRE e POS
ESPACIAL TEMPORAL
E1 T1
E2 T2
T3
E3
Figura 3: Esquema das condições experimentais utilizadas para as intervenções com os macacos-barrigudos
(Lagothrix cana cana) mantidos na FPMZB-BH, durante as etapas pré-intervenção (PRE), espacial (E1, E2, E3),
temporal (T1, T2, T3) e pós-intervenção (POS). Pontos vermelhos indicam local (espacial) ou momento
(temporal) de distribuição dos estímulos alimentares.
32
A B
C D
Figura 4: Embrulhos utilizados para as intervenções com os macacos-barrigudos (Lagothrix cana cana)
mantidos na FPMZB-BH nas escalas de imprevisibilidade espacial (A); embrulho distribuído no recinto (B);
animais explorando após distribuição na escala de imprevisibilidade temporal (C, D).
Fonte: Fotografia do autor (2020).
Tabela 1. Categorias comportamentais utilizadas para a observação dos macacos-barrigudos (Lagothrix cana
cana) mantidos na FPMZB-BH durante o período do experimento.
Exploração
Locomoção
Forrageio
Manutenção
Interação afiliativa
Sucção de glândula mamária por Macho realiza comportamento de sucção nas fêmeas,
adultos geralmente lactantes.
Interação sexual
Interação agonística
Interação fêmea-filhote
Vigilância
Inatividade
Não visível
Outros
Foi realizada uma avaliação do bem-estar dos animais utilizando os preceitos dos cinco
domínios (MELLOR, BEAUSOLEIL, 2015) (anexo III), no início (dia 1), meio (dia 5) e fim
(dia 10) de cada etapa, sempre ao final das observações diárias, gerando um parecer
(adequado, regular e inadequado) para cada indicador avaliado (nutricional, ambiental,
sanitário, comportamental e mental), como sugerido por Hammerschmidt e Molento (2014).
Cada questão aribuida aos indicadores foi pontuada de 0 a 5, sendo: 0 - a questão não se
aplica; 1 - parâmetro adequado; 2 - parâmetro adequado, mas precisa melhorar; 3 - parâmetro
regular; 4 - parâmetro abaixo de regular, mas sem apresentar riscos imediatos; 5 - parâmetro
inadequado.
A somatória por indicador ficou estabelecida de acordo com a tabela 2 abaixo. Para
estabelecer os valores da tabela, foi realizada a soma do mínimo e máximo de pontuações
possíveis por indicador, de acordo com as questões no anexo III. Após isso, o valor foi
estabelecido através da divisão em cinco partes iguais do valor máximo. Consideram-se
adequados os escores 1 e 2; regular o escore 3, e inadequado os escores 4 e 5 - vezes a
quantidade mínima de pareceres e o intervalo entre elas.
Após os resultados dos pareceres, era possível concluir o diagnóstico de bem-estar
situacional em muito alto (todos os indicadores considerados adequados), alto (um conjunto
37
Tabela 2. Pontuação para estabelecer o parecer nos indicadores de Bem-Estar para macacos-barrigudos
(Lagothrix cana cana).
Descrição
Indicadores Pontuação
Adequado Regular Inadequado
Mínima: 9
Nutricional Até 18 Entre 19 e 27 Acima de 28
Máxima: 45
Mínima: 20
Ambiental Até 40 Entre 41 e 60 Acima de 61
Máxima: 100
Mínima: 14
Sanitário Até 28 Entre 29 e 42 Acima de 43
Máxima: 70
Mínima: 14
Comportamental Até 28 Entre 29 e 42 Acima de 43
Máxima: 45
Mínima: 19
Mental Até 38 Entre 30 - 57 Acima de 58
Máxima: 95
auxílio de uma lamínula sobreposta, e; c) exame por sedimentação, utilizando mistura de água
e dois gramas de fezes, filtrada através de uma gaze e deixada em repouso durante 20
minutos. Todas as observações no microscópio óptico foram feitas com aumentos de 10x, 20x
e 40x.
Além disso, após a última etapa, os animais foram contidos quimicamente utilizando
cloridrato de dextrocetamina a 50 mg/ml (5 mg/Kg), associado a midazolam a 5 mg/ml (0,3
mg/Kg), aplicados após contenção física de forma intramuscular na região dos músculos
pélvicos. Foi coletado sangue para exames de saúde básicos (hemograma, perfil bioquímico) e
avaliação física através da inspeção para verificação da presença de ectoparasitas e lesões
cutâneas.
4 RESULTADOS
O IDC foi menor nas etapas E1 e T1 quando comparadas à etapa PRE (figura 4). A
proporção de registros de animais visíveis foi maior nas etapas E1, E2, E3, T1, T2, T3 e M2
(figura 5).
39
Figura 5: Índices de Diversidade Comportamental (IDC) (+ erro padrão) exibidos pelos indivíduos estudados de
macaco-barrigudo (Lagothrix cana cana), durante o período experimental: PRE= Linha de base; E1= espacial 1;
E2= espacial 2; E3= espacial 3; T1= temporal 1; T2= temporal 2; T3= temporal 3; M1 = escalas associadas 1;
M2 = escalas associadas 2; M3 = escalas associadas 3; POS = linha de base. Asteriscos representam diferenças
estatísticas entre as etapas: *p<0.05.
Figura 6: Proporção de registros em que os indivíduos estudados de macaco-barrigudo (Lagothrix cana cana) (+
erro padrão durante o período experimental estavam fora do campo visual do observador: PRE= Linha de base;
E1= espacial 1; E2= espacial 2; E3= espacial 3; T1= temporal 1; T2= temporal 2; T3= temporal 3; M1 = escalas
associadas 1; M2 = escalas associadas 2; M3 = escalas associadas 3; POS = linha de base. Asteriscos
representam diferenças estatísticas entre as etapas: *p<0.05, **p<0.01.
40
Figura 7: Frequência relativa dos comportamentos de exploração (+ erro padrão) exibidos pelos indivíduos
estudados de macaco-barrigudo (Lagothrix cana cana), durante o período experimental: PRE= Linha de base;
E1= espacial 1; E2= espacial 2; E3= espacial 3; T1= temporal 1; T2= temporal 2; T3= temporal 3; M1 = escalas
associadas 1; M2 = escalas associadas 2; M3 = escalas associadas 3; POS = linha de base. Asteriscos
representam diferenças estatísticas entre as etapas: **p<0.01.
41
Figura 8: Frequência relativa dos comportamentos de forrageamento (+ erro padrão) exibidos pelos indivíduos
estudados de macaco-barrigudo (Lagothrix cana cana), durante o período experimental: PRE= Linha de base;
E1= espacial 1; E2= espacial 2; E3= espacial 3; T1= temporal 1; T2= temporal 2; T3= temporal 3; M1 = escalas
associadas 1; M2 = escalas associadas 2; M3 = escalas associadas 3; POS = linha de base. Asteriscos
representam diferenças estatísticas entre as etapas: **p<0.01.
Figura 9: Frequência relativa dos comportamentos de locomoção (+ erro padrão) exibidos pelos indivíduos
estudados de macaco-barrigudo (Lagothrix cana cana), durante o período experimental: PRE= Linha de base;
E1= espacial 1; E2= espacial 2; E3= espacial 3; T1= temporal 1; T2= temporal 2; T3= temporal 3; M1 = escalas
associadas 1; M2 = escalas associadas 2; M3 = escalas associadas 3; POS = linha de base. Asteriscos
representam diferenças estatísticas entre as etapas: **p<0.01.
42
Figura 10: Frequência relativa dos comportamentos de vigilância (+ erro padrão) exibidos pelos indivíduos
estudados de macaco-barrigudo (Lagothrix cana cana), durante o período experimental: PRE= Linha de base;
E1= espacial 1; E2= espacial 2; E3= espacial 3; T1= temporal 1; T2= temporal 2; T3= temporal 3; M1 = escalas
associadas 1; M2 = escalas associadas 2; M3 = escalas associadas 3; POS = linha de base. Asteriscos
representam diferenças estatísticas entre as etapas: *p<0.05, **p<0.01.
Figura 11: Frequência relativa dos comportamentos de manutenção (+ erro padrão) exibidos pelos indivíduos
estudados de macaco-barrigudo (Lagothrix cana cana), durante o período experimental: PRE= Linha de base;
E1= espacial 1; E2= espacial 2; E3= espacial 3; T1= temporal 1; T2= temporal 2; T3= temporal 3; M1 = escalas
associadas 1; M2 = escalas associadas 2; M3 = escalas associadas 3; POS = linha de base. Asteriscos
representam diferenças estatísticas entre as etapas: *p<0.05, **p<0.01.
43
Figura 12: Frequência relativa dos comportamentos afiliativos (+ erro padrão) exibidos pelos indivíduos estudados de
macaco-barrigudo (Lagothrix cana cana), durante o período experimental: PRE= Linha de base; E1= espacial 1; E2= espacial
2; E3= espacial 3; T1= temporal 1; T2= temporal 2; T3= temporal 3; M1 = escalas associadas 1; M2 = escalas associadas 2;
M3 = escalas associadas 3; POS = linha de base. Asteriscos representam diferenças estatísticas entre as etapas: **p<0.01,
***p<0.001.
44
Figura 13: Frequência relativa dos comportamentos sexuais (+ erro padrão) exibidos pelos indivíduos estudados de macaco-
barrigudo (Lagothrix cana cana), durante o período experimental: PRE= Linha de base; E1= espacial 1; E2= espacial 2; E3=
espacial 3; T1= temporal 1; T2= temporal 2; T3= temporal 3; M1 = escalas associadas 1; M2 = escalas associadas 2; M3 =
escalas associadas 3; POS = linha de base.
Figura 14: Frequência relativa dos comportamentos agonísticos (+ erro padrão) exibido pelos indivíduos estudados de
macaco-barrigudo (Lagothrix cana cana), durante o período experimental: PRE= Linha de base; E1= espacial 1; E2= espacial
2; E3= espacial 3; T1= temporal 1; T2= temporal 2; T3= temporal 3; M1 = escalas associadas 1; M2 = escalas associadas 2;
M3 = escalas associadas 3; POS = linha de base. Asteriscos representam diferenças estatísticas entre as etapas: *p<0.05.
Houve redução na exibição de (CID) nas condições espaciais (E1, E2, E3), etapas T2,
T3 e associadas (M1, M2 e M3) (Figura 15). Quanto à inatividade dos animais, não houve
diferença entre as condições de intervenção quando comparados a etapa PRE (figura 16).
Figura 15: Frequência relativa dos comportamentos de interação entre fêmea e filhote (+ erro padrão) exibidos pelos
indivíduos estudados de macaco-barrigudo (Lagothrix cana cana), durante o período experimental: PRE= Linha de base; E1=
espacial 1; E2= espacial 2; E3= espacial 3; T1= temporal 1; T2= temporal 2; T3= temporal 3; M1 = escalas associadas 1; M2
= escalas associadas 2; M3 = escalas associadas 3; POS = linha de base. Asteriscos representam diferenças estatísticas entre
as etapas: **p<0.01, ***p<0.001.
46
Figura 16: Frequência relativa dos comportamentos indicativos de disfunção (CID) (+ erro padrão) exibidos pelos indivíduos
estudados de macaco-barrigudo (Lagothrix cana cana), durante o período experimental: PRE= Linha de base; E1= espacial 1;
E2= espacial 2; E3= espacial 3; T1= temporal 1; T2= temporal 2; T3= temporal 3; M1 = escalas associadas 1; M2 = escalas
associadas 2; M3 = escalas associadas 3; POS = linha de base. Asteriscos representam diferenças estatísticas entre as etapas:
*p<0.05, **p<0.01.
Figura 17: Frequência relativa de inatividade (+ erro padrão) exibida pelos indivíduos estudados de macaco-barrigudo
(Lagothrix cana cana), durante o período experimental: PRE= Linha de base; E1= espacial 1; E2= espacial 2; E3= espacial 3;
T1= temporal 1; T2= temporal 2; T3= temporal 3; M1 = escalas associadas 1; M2 = escalas associadas 2; M3 = escalas
associadas 3; POS = linha de base.
47
condição associada. Era sempre observado quando a fêmea lactante estava amamentando a
jovem. Após o óbito da jovem, não houve mais a exibição do comportamento nos momentos
de observação.
Tabela 3. Resultados dos pós-testes (Tukey e Dunn), comparando o IDC e os registros nas categorias comportamentais entre as etapas de cada condição por macacos-
barrigudos (Lagothrix cana cana) presentes na FPMZB-BH.
E1 - E2 NS NS ** NS NS ** NS **
Imprevisibilidade
E1 - E3 NS NS * NS * NS NS NS
espacial
E2 - E3 NS NS NS NS NS NS NS NS
T1-T2 NS * NS NS NS NS * NS
Imprevisibilidade
T1-T3 NS *** NS NS NS NS NS *
temporal
T2-T3 NS NS NS NS NS NS NS NS
M1-M2 NS NS NS NS NS NS NS NS
Imprevisibilidade
M1-M3 * NS NS NS NS NS NS NS
associada
M2-M3 * NS NS * NS NS NS NS
Asteriscos representam diferenças estatísticas entre as etapas: *p<0.05, **p<0.01, ***p<0.001.
NS: não significativo
50
Figura 18: Pontuação final da avaliação de bem-estar animal dos macacos-barrigudos (Lagothrix cana cana)
pelos cinco domínios durante o período experimental. Asteriscos representam diferenças estatísticas entre as
etapas: **p<0.01.
O indicador sanitário não teve diferença na pontuação entre as etapas, devido à ausência
de alterações clínicas nos animais que justificassem tal diferença. Houve a presença dos
parasitas fecais na fase M3, embora sem alteração clínica dos animais.
Nos indicadores comportamentais, foi possível observar valores maiores da pontuação
na condição controle, com maior ênfase na etapa PRE, frente à maior frequência de interações
agonísticas nos momentos de alimentação padrão, maior frequência de comportamentos de
manutenção (principalmente devido a prurido), além da baixa exibição de comportamentos
exploratórios.
No domínio mental, as principais diferenças entre as etapas foram associadas à exibição
de comportamentos sugestivos de ansiedade e medo após algumas interações sociais. Apesar
da ausência de alterações do comportamento afiliativo do grupo, perceptíveis ao longo da
avaliação, ocorreu o óbito da jovem na etapa M2.
endodôntico em momento posterior. Apesar das alterações descritas, não houve mudança do
comportamento dos animais comparado as observações na etapa controle e na etapa anterior à
contenção para a realização dos exames.
Demais alterações de saúde ao longo do projeto não foram encontradas, apenas a
manutenção de situações que já ocorriam nos animais, tais como a claudicação de uma fêmea
com histórico de lesão de membro e o tratamento de uma lesão de polpa dentária em um dos
machos.
53
Tabela 4. Resultados dos exames realizados nos macacos-barrigudos (Lagothrix cana cana) após as etapas experimentais.
Parâmetro Referência MB1 (♀) MB2 (♀) MB3 (♀) MB4 (♀) MB5 (♂) MB6 (♂)
Peso (Kg) 7.65 (♀); 8.9-10.2 (♂)¹ 6.4 5.04 5.2 5.44 8.39 7.39
Hemograma (x10⁶ cels/µl) 5,10 – 16,40² 3,61 6,04 4,12 6,07 6,5 5,28
Hemoglobina (g/dL) 9,4 – 18,9² 10,1 13,7 15,1 15,7 15,2 15,5
Plaquetas (x10⁶ cels/µl) 165 – 451² 180 172 268 208 340 125
Leucócitos (cels./µl) 4,78 – 8,98² 4.150 4.85 8.950 14.950 7.950 7.650
Neutrófilos segmentados (cels./µl) 1.940 – 10.510² 3.320 4.074 6.175,5 11.960 6.757,5 6.349,5
Linfócitos (cels./µl) 1.130 – 5.740² 0. 456 0. 339 2.774,5 1.794 0.954 0.688
Uréia (mg/dl) 4.76 – 97.736 40,9 77,7 47,8 63,6 57,5 70,8
¹Referência baseada no trabalho de revisão de Peres (1994a, b), com três machos e uma fêmea de L. cana cana.
²Referência baseada no trabalho de Cuestas e Carlos (2018), realizado com 28 indivíduos da espécie L. lagotricha.
Referência baseada no trabalho de Heugten e colaboradores (2008), realizado com 18³, 24 4, 265 e 286 indivíduos de L. lagotricha.
7
Referência baseada no trabalho de Barros, Vilela e Melo (2011) com uma fêmea da espécie muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus).
55
5 DISCUSSÃO
principalmente T1. As reduções nos períodos temporais seguintes podem ter ocorrido devido
ao caráter variável dos estímulos. Uma possível razão para a exibição de comportamentos
antecipatórios na etapa T1 é o reforçamento acidental decorrente dos esquemas de tempo fixo,
onde comportamentos aleatórios podem ser reforçados, mesmo não existindo uma relação de
contingência entre uma resposta e uma consequência, mas sim uma contiguidade temporal
(MOREIRA, MEDEIROS, 2006). Contudo, apesar da associação de CID a baixos níveis de
bem-estar em animais, sabe-se que estereotipias motoras são mecanismos de enfrentamento
importantes para primatas mantidos sob cuidados humanos (GOTTLIEB, CAPITANIO,
MCCOWAN, 2013). Esse mecanismo positivo associado às estereotipias motoras é relatado
para animais submetidos a situações de estresse após mudança de rotina do ambiente
(GOTTLIEB, CAPITANIO, MCCOWAN, 2013). A frequência de exibição de
comportamentos repetitivos em primatas pode ser estimada em até 89% de animais mantidos
em locais para pesquisa (LUTZ; WELL; NOVAK, 2003). O pacing foi o comportamento
mais observado, enquanto estereotipias com o corpo inteiro foram exibidas por 48% dos
animais e 4% de estereotipias auto-direcionadas ao corpo (LUTZ; WELL; NOVAK, 2003;
BELLANCA; CROCKETT, 2002).
Registramos redução dos comportamentos de vigilância na condição temporal e
períodos associados. Na etapa PRE havia menor complexidade ambiental e a monotonia já
estabelecida pela rotina. Mesmo com poucos visitantes, sabe-se que, principalmente os ruídos
humanos, podem ter efeitos no comportamento de primatas (WOLFENSOHN, HONESS,
2005), sendo responsáveis, por exemplo, pelo aumento de comportamentos de vigilância
(QUADROS et al., 2014), principalmente aqueles sons que não são antecipados por
sinalização (MORGAN, TROMBORG 2007; WESTLUND et al., 2012). Primatas possuem
uma habilidade visual aguçada, principalmente associada aos movimentos rápidos dos
estímulos visuais entre os extratos superiores para os animais arborícolas, assim como no
comportamento de vigilância ambiental (CAPITANIO, 2017). No ambiente de cativeiro,
comportamentos de vigilância podem estar associados à menor exibição de outros
comportamentos importantes para os animais, como exploratório e de forrageamento, situação
não observada nas etapas experimentais. Com o aumento da imprevisibilidade, principalmente
temporal e associada, houve mais opções aos animais para a exibição de comportamentos
exploratórios e de forrageamento, o que pode ter reduzido a frequência de vigilância.
Outro dado que suporta o descrito acima, foi o aumento de visibilidade dos animais pelo
observador nas etapas experimentais. Dado similar foi demonstrando por Jensvold e
colaboradores (2001) para chimpanzés (Pan troglodytes) quando mantidos em ambientes mais
59
complexos. Uma possível explicação para esse resultado, é o aumento de situações que
pudessem favorecer à estimulação dos animais, propiciando locais mais adequados para
explorar e forragear, circunstâncias não observadas nas etapas controle.
As interações afiliativas e entre fêmea e filhote, assim como as interações agonísticas
foram reduzidas nas condições de intervenção. Embora o ambiente social, por si só, gere
situações imprevisíveis, dinâmicas e invariáveis (WOLFENSOHN, HONESS, 2005; MAPLE,
PERDUE, 2013), possivelmente frente à possibilidade de atividade em um ambiente mais
complexo, os animais direcionaram mais comportamentos para os estímulos apresentados do
que para aqueles já disponíveis no ambiente (por exemplo, interações com coespecíficos).
Além das interações afiliativas registradas na etapa PRE, outras razões relacionadas ao
reconhecimento do estímulo podem estar envolvidas nas diferenças encontradas acima. Sabe-
se que circuitos neurais do processo de recompensa frequentemente refletem uma atividade
dependente da valência do resultado, sendo possível que o estresse altere o processo neural de
reforço e punição diferentemente (PARK, LEE, CHEY, 2017). Assim, o estresse pode
estimular o sinal neural relacionado à tomada de decisão diferentemente, dependendo da
valência do resultado da interação com o estressor. Contudo, ainda não se sabe se
comportamentos persistentes resultantes do estresse simplesmente refletem uma redução na
habilidade de incorporar informações sobre as mudanças ambientais, como aquelas
quantificadas pelas taxas de aprendizagem, mais do que as mudanças da natureza da
aprendizagem por reforço (PARK, LEE, CHEY, 2017). Aplicando o processo neural e a
tomada de decisão cabível em situações de estresse às relações sociais dos animais durante o
período experimental, a obtenção de um alimento pelo comportamento de explorar teria uma
valência apetitiva, enquanto ingressar em brigas, ou a incerteza de receber um estímulo no
horário programado poderiam gerar uma valência coerciva. Assim, nos períodos com
disponibilidade de alimento e que houve menos interações sociais, os animais passariam mais
tempo em outras atividades e menos nessas interações.
Comparando os achados referentes às interações sociais (afiliativas, agonísticas, sexuais
e de interação entre fêmea e prole) com o comportamento naturalmente observado em
macacos-barrigudos de vida livre, as respostas observadas condizem com o esperado para a
espécie.
A exibição de poucos comportamentos afiliativos entre machos no grupo de indivíduos
do gênero Lagothrix, assim como entre as próprias fêmeas difere do comportamento social de
outros primatas que vivem em comunidades filopátricas, como o chimpanzé (Pan troglodytes)
e colobinos (STARIN, 1994; WATTS; MITANI, 2001; STRIER et al.,2002). Grande parte
60
Um comportamento observado nos períodos PRE, E2, E3 e T2, que, pelo contexto, foi
caracterizado como social, foi a sucção da mama da fêmea pelo macho adulto. Nessas
situações, a fêmea se manteve calma, não exibiu resistência e o comportamento sempre foi
registrado quando a fêmea também estava amamentando a jovem, situação similar à descrita
por Cartagena-Matos et al. (2015) em um grupo de L. cana cana de vida livre. Sugere-se que
esse comportamento traga benefícios sociais para a fêmea. Ou seja, permitindo que o macho
realize o comportamento, a fêmea pode conseguir melhoria nos laços sociais com o mesmo,
redução da perseguição por outros indivíduos ou manter seu status hierárquico no grupo,
como sugerido por Nishimura (1994) para L. lagotricha.
Observou-se redução dos comportamentos de manutenção em resposta às intervenções.
Uma possível causa para a redução dos comportamentos da categoria manutenção,
principalmente o comportamento de coçar, pode ser devido à redução do estresse gerado pelas
condições de intervenção, o que também justifica o aumento na etapa M3 quando comparada
à M2, como uma resposta ao estresse agudo pela alteração do padrão de apresentação fixa
para variável do estímulo.
Considerando o possível papel do prurido no ciclo de resposta ao estresse e ansiedade,
sabe-se que este pode representar uma manifestação imediata, ou de memória de situações de
estresse, principalmente associada à ativação de vias pruriginosas e ansiogênicas, como pela
amigdala e hipocampo (JEONG; KANG, 2015). A exposição aos estímulos supracitados pode
levar a sensibilização das vias neuronais, exacerbando a coceira e a ansiedade (SANDERSL;
AKIYAMA, 2018). Como uma explicação alternativa para os quadros de prurido observados,
poderia ser considerada a presença de ectoparasitas que podem ser encontrados em primatas,
como mosquitos, carrapatos, ácaros e piolhos (SOLÓRZANO-GARCÍA; PÉREZ-PONCE DE
LEÓN, 2018). Contudo, não foi observada nos exames físicos realizados ao final do trabalho
a presença de ectoparasitas na pele dos animais, sendo possivelmente o prurido associado ao
fator de estresse descrito anteriormente.As condições temporais e associadas promoveram
aumento da exploração do recinto, um efeito desejável para animais de cativeiro (YOUNG,
2003; KISTLER et al., 2009). Esperava-se que as etapas de imprevisibilidade que gerassem
uma alteração branda na rotina, situação proposta pelos modelos espacial, temporal T1 e
associada M1, pudessem promover indicadores mais favoráveis de bem-estar do que as etapas
altamente imprevisíveis, como a temporal T2, T3 e associada M2 e M3. Contudo, houve
maior exibição de comportamentos exploratórios nos períodos temporais, principalmente na
T3, período o qual o intervalo variável teria proporcionado menor controle para os animais.
Nos períodos de imprevisibilidade temporal, os animais conseguiam se distribuir mais para
62
explorar o alimento fornecido, já que não havia uma limitação física (embrulho utilizado nos
períodos espaciais e associados). Como os alimentos, ao caírem, se espalhavam, os animais
exploravam mais. Uma redução de comportamento exploratório quando alimentos são
oferecidos concentrados em um ponto fixo pode ocorrer, como demonstrado por Kistler et al.
(2009). Quanto à condição associada (M1, M2, M3), como o alimento era fornecido em
diferentes momentos e locais, os animais tinham a possibilidade de explorar em pontos
distintos do recinto ao longo do tempo de observação, distribuindo os comportamentos de
exploração. As medidas de imprevisibilidade espacial e temporal promoveram aumento do
comportamento exploratório em raposas-vermelhas (Vulpes vulpes) como demonstrado por
Kistler et al. (2009), dados similares aos encontrados no nosso trabalho.
A redução do IDC nos períodos E1 e T1 foi um resultado inesperado. O IDC já foi
utilizado para alguns mamíferos, comparando diferentes situações de intervenção ambiental,
sempre apontando para uma melhora nas condições de bem-estar com o aumento do índice
(ex: SHEPHERDSON et al., 1993; KISTLER et al, 2009). Kistler e colaboradores (2009)
encontraram aumento do IDC em situações de imprevisibilidade temporal e espacial quando
comparadas às práticas convencionais de alimentação para raposas-vermelhas (Vulpes
vulpes). Sherpedson e colaboradores (1993) também encontraram aumento do IDC em
situações de imprevisibilidade espacial para gato-pescador (Felis viverrina) e
imprevisibilidade espacial e temporal em razão variável e gato-leopardo (Prionailurus
bengalensis). A alteração inesperada encontrada é possivelmente oriunda da mudança de
manejo, uma resposta imediata às intervenções, com os animais passando a concentrar os
comportamentos em categorias específicas, como forrageamento e/ou exploração. O cálculo
do IDC avalia a distribuição dos comportamentos e valoriza uma distribuição de forma
igualitária, ou seja, quando há um aumento de exibição de determinados comportamentos,
isso pode impactar negativamente no resultado final do índice. Em nosso experimento, nas
etapas em que houve a redução do IDC, nossas intervenções promoveram redução da exibição
de comportamentos de manutenção, afiliativos, de interação entre fêmea e filhote, além dos
CID e aumento na exibição de forrageamento e exploração. Essa maior concentração de
comportamentos em um número menor de categorias provavelmente foi a causa da redução
do IDC nessas duas etapas, situação explicada através do princípio de trade-off, no qual um
indivíduo, a partir da tomada de decisão, escolhe uma opção em detrimento de outra (DE
FROMENT; RUBENSTEIN). A tomada de decisão por um comportamento mais benéfico
pode ocorrer por características de otimização de um indivíduo frente às opções possíveis
(ZERA; HARSHMAN, 2001).
63
Levando em consideração que um baixo IDC pode estar associado a níveis mais
elevados de bioindicadores de estresse, como o cortisol (MILLER; PISACANE; VICINO,
2016) e que situações de imprevisibilidade podem levar ao aumento da exibição de
comportamentos agonísticos (WAITT; BUCHANAN-SMITH, 2001), uma análise isolada,
apenas topográfica dos comportamentos, sem o entendimento do contexto, pode levar a
interpretações errôneas do estado de bem-estar dos animais através do uso do IDC. Assim,
neste projeto, a redução no IDC não sugere piora do bem-estar, por estar associada ao
aumento na apresentação de comportamentos desejáveis, como exploração e forrageio, em
conjunto com a redução de CID.
Neste trabalho, não foi possível responder à pergunta sobre que tipo de
imprevisibilidade seria mais benéfica para os animais. Diferentemente de outros trabalhos
(MOREIRA, 2018; GUIMARÃES, 2018), não obtivemos dados que apontassem efeitos
opostos dos diferentes tipos de imprevisibilidade. Quando comparado ao intervalo de tempo
usado nas escalas de imprevisibilidade temporal de outros trabalhos (ULYAN, 2006;
GOTTLIEB; COLEMAN; MCCOWAN, 2013), o intervalo entre os eventos nas escalas
temporais variáveis que usamos pode não ter sido suficiente para que os macacos-barrigudos
exibissem comportamentos indicativos de disfunção ou indicadores negativos do estado de
bem-estar. Esse pode ter sido também um fator que não nos permitiu avaliar a intensidade de
imprevisibilidade que teria efeitos melhores para os animais, e o limite a partir do qual um
aumento de imprevisibilidade poderia ser danoso. Futuros estudos investigando essa questão
se beneficiariam de intervalos mais longos de apresentação dos estímulos (escala temporal) e
de um número maior de pontos de entrega de alimento (escala espacial).
A manutenção do manejo alimentar dos macacos-barrigudos também na etapa da tarde
pode ter prevenido possíveis efeitos negativos observados em outros trabalhos nas escalas
temporais, já que as intervenções foram realizadas apenas no manejo alimentar do período da
manhã. Outro fator que pode ter contribuído para encontrarmos resultados benéficos nas
condições de imprevisibilidade temporal foi o tamanho dos recintos usados em nosso estudo.
Os recintos de manutenção utilizados em outros estudos eram locais menores e com menor
complexidade (laboratórios, mantenedouros da fauna) (ULYAN, 2006; GOTTLIEB;
COLEMAN; MCCOWAN, 2013; GUIMARÃES, 2018). Sabe-se que o tamanho dos recintos
pode ter efeito na diversidade de comportamentos naturais exibidos por primatas em cativeiro
(KITCHEN; MARTIN, 1996; JENSVOLD et al., 2001) e na redução de CID (KITCHEN;
MARTIN, 1996).
67
6. CONCLUSÕES
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81
ANEXOS
ANEXO III- Escala baseada nos cinco domínios adaptada para macacos-barrigudos
(Lagothrix cana cana)
Capacidade de alcançar um estado positivo de bem-estar: 0 (não se aplica), 1 (adequado), 2 (adequado mas
precisa melhorar), 3 (regular), 4 (abaixo de regular, mas sem apresentar riscos imediatos), 5 (inadequado)
Restrição do espaço
Alta densidade populacional
O animal enfrenta algum desafio ambiental? Abrigo próximo de espécie/indivíduo incompatível (presa, predador, animais
agressivos, animais doentes)
Claudicação
Sinais de processos inflamatórios
Obesidade
Caquexia
Alteração neurológica
O animal enfrenta algum desafio sanitário?*
Alteração respiratória (contar FR)
Flacidez muscular
Alteração das fezes e/ou urina
Possível intoxicação, envenenamento
Competição social
Prurido intenso
Agressão
Aumento das vocalizações
Aumento da frequência respiratória (ofegação)
Redução do comportamento exploratório
Possibilidade de escolha é restrito
Restrição da movimentação dos membros
Imposições sensoriais sem opção de escolha
O animal enfrenta algum desafio comportamental? Flacidez muscular
Limitações das atividades
Limitações nas interações entre animais
Limitações em evitar ameaça, escapar ou atividade de defesa
Expressa comportamentos não condizentes com a espécie¹
Dificuldade em respirar
Medo
Ansiedade
Fobia
Fome
Sede
Apatia
O animal enfrenta algum desafio que possa comprometer Dor aguda
seu estado emocional?
Dor crônica
Calor
Frio
Debilidade física (fraqueza)
deambulação anormal
Neofobia
Exaustão
Depressão (desamparo aprendido)
Frustração (social, sexual)
Morte de companheiro/coespecífico
Risco de morte
85
ANEXO IV: Principais achados no período experimental referente ao diagnóstico de bem-estar dos macacos-barrigudos (Lagothrix
cana cana)
PERÍODOS EXPERIMENTAIS
INDICADORES
PRE E1 E2 E3 T1 T2
Total 14 15 14 15 14 14 14 13 14 14 13 13 11 11 11 11 11 11
86
PERÍODOS EXPERIMENTAIS
INDICADORES
T3 M1 M2 M3 POS
Dificuldade e restrição ao
Maior acesso ao alimento no
acesso do alimento no recinto
recinto por todos os
por todos os indivíduos Dificuldade e restrição ao
indivíduos devido a
devido ao comportamento do acesso do alimento na manobra
possibilidade de exibição dos Parâmtros similares ao
macho. Fêmeas ingerindo Parâmetros similares ao por todos os indivíduos devido
comportamentos de período M1. Contudo, o
voluntariamente maior período M1, com menor ao comportamento do macho.
exploração. Contudo, houve volume ingerido de
NUTRICIONAL volume de alimento em curto intensidade do aumento do Fêmeas ingerindo
maior restrição ao acesso ao alimento foi melhor
espaço de tempo para evitar o volume de ingestão no quinto voluntariamente maior volume
longo da intervenção devido distribuído ao longo dos
retorno na área de dia. de alimento em menor espaço
aos intervalos de tempos dias.
alimentação. Menor de tempo para evitar o retorno
submetidos. O volume de
intensidade do aumento do na área de alimentação.
consumo permaneceu o
volume de ingestão no quinto
mesmo ao longo das etapas.
dia.
Total 12 12 12 14 13 14 14 13 14 13 13 13 15 15 15
87
PERÍODOS EXPERIMENTAIS
INDICADORES
PRE E1 E2 E3 T1 T2
Restrição de espaço
Parâmetros similares ao Parâmetros similares ao
inerente ao cativeiro, Parâmetros similares ao
Restrição de espaço período PRE. Contudo, período E1. Contudo, Parâmtros similares ao
mas com dimensões período T1, contudo,
inerente ao cativeiro, mas dias de observação com dias de observação com período E1, contudo,
adequadas ao número de dias de observação com
com dimensões adequadas nenhuma ou baixa visitação e ruídos dias de observação com
animais. Dias de visitação e ruídos
ao número de animais. visitação e ruídos moderados, reduzidos no visitação e ruídos leves.
observação visitação e moderados, mas leve no
Dias de observação com moderados, reduzidos no primeiro dia. Ambiente Ambiente monótono em
ruídos moderados. primeiro dia. Ambiente
baixa visitação e ruídos primeiro dia. Ambiente monótono em termos de termos de estrutura, mas
Ambiente monótono em monótono em termos de
moderados, reduzidos no monótono em termos de estrutura, mas redução redução da monotonia
termos de estrutura, mas estrutura, mas redução
quinto dia. Ambiente estrutura, mas redução da da monotonia por por apresentação de
AMBIENTAL redução da monotonia da monotonia por
monótono em termos de monotonia por apresentação de estímulos.
por apresentação de apresentação de
estrutura e estímulos. apresentação de estímulos. estímulos. Imprevisibilidade
estímulos. estímulos.
Imprevisibilidade temporal Imprevisibilidade Imprevisibilidade temporal leve devido
Imprevisibilidade Imprevisibilidade
leve devido aos horários- temporal leve devido aos temporal leve devido aos aos horários-pré-
temporal moderada temporal elevada devido
pré-estabelecidos, horários-pré- horários-pré- estabelecidos,
devido aos horários pré- aos horários aleatórios,
imprevisibilidade espacial estabelecidos, estabelecidos, imprevisibilidade
estabelecidos, imprevisibilidade
leve devido aos locais pré- imprevisibilidade espacial imprevisibilidade espacial elevada devido
imprevisibilidade espacial leve devido ao
estabelecidos. moderada devido aos espacial elevada devido aos locais variados.
espacial leve devido ao local pré-estabelecido.
locais variados. aos locais variados.
local pré-estabelecido.
Total 32 31 32 26 26 26 28 26 26 26 25 25 27 26 26 25 26 26
88
PERÍODOS EXPERIMENTAIS
INDICADORES
T3 M1 M2 M3 POS
Total 27 26 25 26 26 26 25 24 24 26 25 25 30 30 30
89
PERÍODOS EXPERIMENTAIS
INDICADORES
PRE E1 E2 E3 T1 T2
Total 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16
PERÍODOS EXPERIMENTAIS
INDICADORES
T3 M1 M2 M3 POS
Total 16 17 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16
90
PERÍODOS EXPERIMENTAIS
INDICADORES
PRE E1 E2 E3 T1 T2
Competição por
Competição por Competição por
Competição por Competição por alimento alimento é baixa.
alimento é moderada, alimento é baixa,
alimento é moderada, é moderada, com menor Competição por alimento é Animais apresentam
com maior ocorrência e com maior
com maior ocorrência no ocorrência e interações baixa. Animais apresentam prurido moderado, com
interações agressivas no ocorrência e
último dia. Animais agressivas no quinto dia. prurido leve, principalmente maior intensidade no
quinto dia. Animais interações
apresentam prurido leve Animais apresentam no quinto dia. Houve quinto dia. Animais
apresentam prurido agressivas no
apenas no primeiro dia. prurido leve. Animais aumento das vocalizações no com menor inatividade
intenso, principalmente último dia. Animais
Animais com menor com menor inatividade quinto dia. Animais com geral, com aumento da
no último dia. Animais apresentam prurido
inatividade geral, mas geral, mas com baixa menor inatividade geral, exibição de
com maior inatividade e leve. Animais com
com baixa exibição de exibição de com aumento da exibição de comportamentos
menor exibição de menor inatividade
COMPORTAMENTAL comportamentos comportamentos comportamentos exploratórios,
comportamentos geral, mas com
exploratórios, exploratórios, exploratórios, principalmente no
exploratórios. baixa exibição de
principalmente no quinto principalmente no principalmente no primeiro quinto dia.
Possibilidade de escolha comportamentos
dia. Possibilidade de primeiro dia. dia. Possibilidade de escolha Possibilidade de
para explorar e exploratórios,
escolha para explorar e Possibilidade de escolha para explorar e forragear são escolha para explorar e
forragear são restritos. principalmente no
forragear são variados. para explorar e forragear variados. No quinto dia, foi forragear são variados.
No primeiro dia, foi quinto e último dia.
No quinto dia, foi são variados. No quinto possível observar No último dia, foi
possível observar Possibilidade de
possível observar dia, foi possível observar comportamentos indicativos possível observar
comportamentos escolha para
comportamentos comportamentos de disfunção. comportamentos
indicativos de explorar e forragear
indicativos de disfunção. indicativos de disfunção. indicativos de
disfunção. são variados.
disfunção.
Total 25 30 25 20 21 24 19 22 21 21 21 21 20 20 19 19 22 22
91
PERÍODOS EXPERIMENTAIS
INDICADORES
T3 M1 M2 M3 POS
Total 21 18 19 20 21 20 18 19 19 19 21 19 28 22 22
92
PERÍODOS EXPERIMENTAIS
INDICADORES
PRE E1 E2 E3 T1 T2
Total 23 26 23 22 24 24 22 24 23 24 24 24 25 21 22 21 25 22
93
PERÍODOS EXPERIMENTAIS
INDICADORES
T3 M1 M2 M3 POS
Total 21 20 21 21 22 21 21 22 26 25 25 26 25 24 24