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Dados Internacionais de Catalogagao na Publicagao (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) ‘Tugendhat, Emst Propedéutica logico-semantica / Emst Tugendhat, Ursula Woll ; tradugo de Femando Augusto aa Rocha Roangues. - Petipolis, RJ Vozes, 1998 ISBN 85-226-1659-3 1. Logica 2. Semantica (Filosofia) I. Wolf, Ursula. 11. Tituto. epp-160 indices para catalogo sistematico: 1. Logica : Filosofia 160, ERNST TUGENDHAT URSULA WOLF PROPEDEUTICA LOGICO-SEMANTICA ‘Tradugao de: Femando Augusto da Rocha Roangues PCH a © 1983 Philipp Reciam jun. GmbH & Co., Stuttgart 7 171252 Ditaingen, Germany Titulo ao original alemao: Logisch-semantische Propadeutik ss nD Direitos de publicagao em lingua portuguesa no Brasil: S © Editora Vozes Ltda. Ro Rua Frei Luis, 100 S 3 25669-900 Petrépolis, RJ 9 Internet: hitp://www.vozes.com.br 3 = Brasil B BIBLIOTECA ais Rodolfo VIREO recscaon tas 5-Graduagse FCM oppenncio eoromy Pos eT onreime Gs (ok Sleep © eorron ie o ap Fer BIBLIOTECA COORDENACAO INDUSTRIAL: COSA porron 0 ante YER ~ a avoagasor esto gedies Aetae 2 ‘ene in eae a satel ia Yates Reigns = ES] > tgpn 3-16-008206-4 (edicdo alema) V2 | 1sBN'98.325.1658-3 (edigao bras) CG COS / A sd +” = & sig 5S vale” 1990005297 Suo pRig96/198 $000205576 gS SS Compra FH o6Sa 44.40 27109999 4258 "2 S18 ste twmoto comosooimpeso pela Ebr Voss a, 4893 cm ono de 157 g3ee BIBLIOTECA Luis Rodolfo Vilhena Pos-Graduacao - IFCH UERJ SUMARIO Apresentagio a edigio brasileira, 7 1. O que significa légica?, 9 2. Frase, frase enunciativa, enunciado, jui20, 17 3, Implicagao logica e verdade logica; analiticidade e apriondade, 28 4. pnncipio da contradi¢ao, 43 5. Caracteristicas basicas da Iogica tradicional: teorta do juizo e silogistica, 55 6. A concep¢io atual da estrutura de irases singulares e gerais; forma logico-semantica e forma gramatical, 65 7. Frases complexas, 84 8. Termos gerais, concettos. classes, 101 8. Termos singulares, 115 10, Identidade, 131 11, Bxsténcis, 144 12, Ser, negacdo, afirmacdo, 157 19. Verdade, 170 14, Necessidade e possibilidade, 190 Bibliografia, 205 INDICAGOES BIBLIOGRAFICAS: Strawson, Introduction to Logical Theory, cap. 6, §§ 1-6. Cop, Introduction to Logic, cap. 5, §§ 1-5. Mitchell, An introduction to Logic, cap. 2. Kneale, The Development of Logic, Il, 5-6. & CONCEPCAO ATUAL DA ESTRUTURA DE FRASES SINGULARES E GERAIS; FORMA. LOGICO-SEMANTICA £E FORMA GRAMATICAL Vimos no capitulo § que a légica tradicional diferencia os seguintes tpos de mz: 1) juizos singulates, Exemplo: “Socrates e umn nomem” 2) yulzes gerais a) juizos universais. Exemplo: “Todos os homens S40 mortals", ») julzos parniculares. Exempio: “Alguns homens so mortas* Se nos voltarmos agora para a concep moderna, néo falaremos mais da estrutura dos juizos, mas sim ca estrutura das frases (e, neste caso, pressuporemos sempre se tratar de frases enunciativas), de acordo com a concepeao lingiiistica ‘em uso hove em dia, oposta a onentacdo psicologice do inicio ia modernidade (ct. cap. 1 @ 2). As novas reflexdes da lagica moderna sobre a estrutura so mdependentes do fato de se pensar tratar-se de uma estrutura de trases ou de uma estru- tra de juizos. BIBLIOTECA Luis Rodolfo Vithena Pos-Graduagéo -IFCH UERY Pode-se resumir a concepeao tradicional a partir da perspec- liva lingiistica, de modo a se dizer que para a concencdo tradi ronal todas as trases enunciativas simples Sio predicatwas, 1. €, se compéem de sujeito e predicado. Veremos, logo a seguir, que se pocem compreender os termos “sujeito” @ “predicado” tam- em de um modo puramente gramatical, Na tradigao, contudo, a compreensio gramatical desses termos esteve sempre ligada a uma compreensao seméntica {uma compreensio baseada no significado). O que era entendido semanticamente por “predica- do” @ “sujeito” era o fato dea frase precicative ter uma estratura segundo a qual algo (aquilo no fugar de que esta o predicado) € dito (“predicaco") de algo {equilo no lugar de que esta a expres- sdo-sujeito). Pode-se tambem formular isso do seguinte modo: O predicado esta sempre no iugat de um conceito (ou de uma classe) e com a frase predicativa se diz que algo (p. ex., Sdcrates, ou: todos as homens, ou: alguns homens) cat sob esse conceito {ou nessa classe). Com isso a concepgao de que toda frase pre- dicatva (ou todo juizo) esta no jugar de uma composicdo {"sin- tese”) se ligou a toda a tadicao, desde Anstoteles até o seculo XIX: Em um quizo algo é ligado a algo (o conceito-predicado com © conceito sujeita); sO que esse tipo de ligacdo difere, depen- endo se ela ocorre em julzos singulares, universais ou particu teres Vamos ainda nos abster, por agora, da possibilidade de irases complexas (sobre esse topico, cf. cap. 7) ¢ nos ater apenas a frases simples (ndo complexas). A concepedo tradicional que apresenta- mos, segundo a qual todas as irases enuncietvas simples sdo con- cebidas como frases predicativas, teve a conseqiiénaa de que a légica tradicional s6 pode reconhecer aquelas relagdes de implica- céo entre frases simples que esto contidas na silogistica. Pode-se agora facilmente tornar claro, por meio de exemplos, que tambem ha outras implicagées logicas entre frases simples; esse lato deve ccontuco nos conduair a uma nova concep¢éo da estrutura dessas frases, j4 que todas as implicagdes logicas se tundam na estrutura (forma) das frases (ct. cap. 3) 66 6.1. Enunciados relacionais 1° Exempio! A partir das premissas “Todos os circulos so figuras” e “Pearo pinta um circulo”, segue-se a conciusio: “Pe- do pinta uma figuia” Essa inferéncia € intuitivamente to sim- ples quanto 0 modo barbara e contudo a silogistica nao oferece nenhuma possibilidade para que se reconheca sua valicade. Qual a ta2do disso? Lembremo-nos que um silogismo sempre pressupés um terminus medius contico em ambas as premissas no lugar do predicado ou do sujeito. Um tal terminus medius esta ausente aqui. A palavra citculo aparece, ¢ verdade, em ambas as premissas, mas ela néo é o predicado na segunda premissa (0 predicado , a0 invés, 2 expresso “pinta um cisculo"), sendo apenas parte do predicado. $0 se pode portant relacionar logl- camente as cuas premissas se se compreencle de win outro modo a estrutura da frase na segunda premissa. Ha, evidentemente, que se continuar a dividir 0 predicado complexo “pinta um clt- culo" em “pinta / um ciroulo" A expressio “pinta...” é uma ex- pressdo relacional. Outras expressdes relacionais 840, p. ex., "8 maior que...", “6 0 pat de...” ‘Tats expressbes nao indicam uma qualidade ce um objeto, mas sim a telagao em que um objeto se encontra com um outro, 0 qual é mencionado, entao, na expres- so complementar (p. ex., “um circulo") Isso foi sempre observado (cl. Anstoteles, Categonas, cap. 7). A mera supdivisio do predicado nao ajuda neste caso. Frege encontrou a seguinte sotugdo: Temos que dividir a frase ce tal forma que ela se decomponha em duas partes que nao sejam ais sujeito e predicado; ao inves disso, as cuas partes s8o ago- re: a expresso relacional por tum lado @ um par ordenado de duas expressSes-suleito por outro; p. ex., a fase “Rolf @0 pai de Kurt” consiste da expresso relacional “é o pal de" e do par ordenado “Rolf”, "Kurt"). Isso significa agora o seguinte: Exis: entre os dots onjetos Rolf e Kurta relacdo de ser-pat-de (Tem «i se falar de um par “orclenado", porque, p. ex., os dois enunciados 1. Bsie exemplo so exernplo sepunte sto exualdas de Quine, Methods ef Lag, ra a “Rolf é 0 pat de Kurt” e “Kurt € 0 pat de Rolf” sao diferentes. No caso especial onde a posigdo dos dos relatives é indierentes, fala-se de uma relagdo reciproca - ct., p. ex., a8 expTessdes rela cionais “6 um parente de", “ioga coi’). Em nosso exemplo "Pe dro pinta um circulo” existe uma relagdo do pintar entre Pedro & tum exfeulo. B agora pode-se compreancer am que $2 Lunda a implicagao logica. Pode-se, nesse caso, jormula-la intwuvamen- te mals ou menos do seguinte modo: Se existe uma relagdo entre uum objeto a e um opjeto que é B (2* premissa) e tudo o que & B e tambem C (1# premissa), entdo a telagao tambem exaste entre ae um objeto que e C. ‘A iimportante novidade de Frege é que em um enunciado, no qual é dito que um objeto a se encontra em uma relacdo R ‘com um outro objeto, a divisdo semanticamente importante néo @ a divisdo entre o suleito e o predicado, mas a diviséo entre a expressdo relacional, por um lado, @ as duas expresses que se referem a objetos, por outro. As vezes essa Nova concepcdo & tambem apresentada do seguinte modo; na verdade a expressao relacional é o predicado; lidamos entéo com um predicado de Go's lugares que tem que ser completado néo apenas por uma fexoressao-sureito, mas por um par ordenado de expressdes-su jeito. Ha contudo menos possibilidades de equivocos se reser- vamos as expressées “predicado” e “sujeito” para seu sentido (gramatical e diferenciamos entre a estrutura gramatical ¢ @ es- trutura logico-semantica. “Rolf 6 0 pai de Kurt" esta articulacdo gramaticalmente em “Rol (suet) ¢ "& 0 pat de Kurt” (predica- do); semanticamente a trase esta articulada em "e 0 pal de" e { "Rolf", “Kurt"]. Veremos ainda como essa diferenga entre es- trutura gramatical e seméntica deve ser entendica (6.3). 6.2. A estrutura das frases gerais 22 Exempio. Consideremos a sequinte inferéncia de uma pre- missa apenas: "Ha alguns filésofos aos quais todos os filosolos se opbem; portanto alguns filésofos se opdem a si mesmos” Uma tal inferénoia nao se adequa mais ao modelo silogisuco, Ela contém uma expresso relacional; mas agora acresce ainda uma outta coisa: a premissa nao é nem apenas universal, nem apenas 68 particular; nela ocorrem tanto a palavra “todos” como tambem: a palavia “alguns” Uma vez admitidas relagdes logicas de ex- pressdes relacionais, a presente ampliacdo é facilmente com- preendida. Ao invés de se dizer de um particular que ele se encontra em uma relacéo R com um outfo, podemos dizer ae alguns (ou ae todos as) F que eles se encontram nessa telagio com alguns {ou com todos os) G (p. ex., “Todos os homens so descendenies de alguns deuses", da mesma estrutura ¢ tambem a lrase ~ verdadeira ~ “Para todo numero ha um numero maior”, ‘que se diferencia, de modo evidente, da frase ~ falsa - “HA um numero que € maior do que todos os nimeros"). Ja a logica escolastica observou este problema da chamada quantificagao milupla, mas ela néo péde torna-lo transparente de um ponto de vista logico porque ela permaneceu presa ao esquema sujeito- predicado. A solucdo desse proplema é tida como 0 maior dos muttos desempenhos de Frege. Ele consegui 1sso a0 analisar tambem de uma forma totalmente nova a estrutura das frases gerals simples, nas quais aparece apenas um quanilficadot (com esta expresso tem-se em vista as palavres “alguns” e “todos"), Coloca-se portanto a pergunta: O que entendemos, na v Gade, quando dizemos algo como “Todos os cisnes so braticos” ou “Algumas formigas sao roxas"? Essa pergunta ¢ naturalmente déntica a pergunta: Como se devem entender tais frases? Como se deve entender o significado de tais Irases? Essa pergunta diz respeito a forma de tals trases, 1, €, deixamos de lado as paiavras substancaals particulates que aparecem nesses exemplos ("cis. nes", “brancos”, “formigas”, “roxas"). A pergunta ¢ ent&o: Como ever ser entendidas as formas sentencials “todos os... S20...” @ “alguns... so..." O significado de cada trase conoreta, p. ex., “Todos os cisnes so brancos*, depende evidentemente do sig: nificado da lorma sentenciai "Todos os... 80...” @ do significado das palavras substanciais que nela aparecem, “cisne” ¢ "branco” Isso pode ser tambem expresso do seguinte modo: O significado a frase concreta e uma funedo do significado da forma senten- cial € do significado das paiavras substanciass, E evidente que nao se pode recolocar a questao sobre 0 significado de forma das frases predicatwvas gerais de uma ma. nea fundamentalmente nova sem que ao mesmo tempo s¢ cO- BIBLIOTECA Luis Rodolfo Vilhena Pos-Graduagao - IFCH UERJ Joque novemente a questo sobre o significado da forma da frase predicativa smigular. Esta questéo nunca foi vista como tum pro: biema na tradicSo, porque sua resposta era tida como evident, do modo descrito na p. 66: O significado da iorma sentencial pre- dicativa singular foi compreendido como sintese, composicao, @ o significado da iorma sentencial predicatva geral fo. entao, do ‘mesmo modo, compreendido analogamente como composi¢éo. Essa concep leva, jd no caso da frase predicativa singular (’Sécrates € caivo"), 8 dificuldades. Naturalmente a propna for mma Tingiiistica ~ a frase ~ est composta pelas duas expressdes ‘componentes: suieito € predicado. Mas sera cue disso se segu tambem termos de conceber o significado da frase como com- posto daguilo no lugar ce que esta o sujeito e daquilo no tugat die que esta 0 predicado? Essa concep¢ao tradicional pressupoe que tanto o suieito quanto 0 predicado estejam no lugar de algo, no lugar de um objeto (ou, como também se diz, de uma entida- de), pois falar de uma composiedo pressupde que algo estela ‘composto com algo, um objeto corn outro objeto. E evidente que a expresséo-sujeito da frase predicativa singular esta no lugar de algo. No exemplo acima, a expressio-suielto “Socrates” esta no lugar de Sdcrates, uma pessoa determmnada’ Mas sera que 0 piedicado - a expresso “é calvo", em nosso exemplo ~ tambem asta no lugar de algo? Ele nao esta evidentemente no lugar de lum objeto no sentido corrente, ele ndo esta no lugar de uma entidade que possa ser identificada no espago e no tempo. Seo “predicado" “é calvo” estiver no lugar de algo, entao seria algo 2, muito importante ee elerenciat semore cloramente se se usa uma expressio| sno “Soorats") 2m dese flor de um objeto ou soe lan da propia expresso (60 “Smboj No segundo caso, o propia sumbolo€o objeto do qual se fala etem-se que usar toma sequnda expresso fata qUe s2 possa tole a esse objeto (a0 sims). A possible mais simples para ua tal elec ao simbolo esta em usamos 2 Expresso“ exprestdo ‘Soeates” au, abvevindo-s2, smpesmenteaexmesso “Some {er O uio de urn exprestdo enue aspas & potato uma convengo simples fave, com teeta, so & possvel no nguagem esonia pora a zelerenca a ua expnesso0, Todos Suiores modemos semartieamente conslenies adetem a essa canvengao, 0 feiior deve Gaia so aeosiumor a Vorviarprecsamante see la dtp. ex) Soarates owde "Soaraves” ve tambem 3° aprennar ele masmo dessa convongdo a hin de evar 0 Detiga da contusia entre simbotoe referent, n como © atributo ou @ propriedade do ser-caivo. Atributos (ow concoitos) so chamadios objetos abstratos. Abordaremos essa problematica no capitulo 8, limitando-nos aqui a constatar que 2 concepeao tradicional do significado da frase predicativa como uma sintese pressupbe tratar-se ai de uma composicao de um objeto conereto (espacto-temporal) com um objeto abstrato; ¢ 180 leva a dificukdades que abordaremos no capitulo 8. Ha uma aiternativa? Seria um primeiro passo, dentro do apa~ rato conceituel tradicional, apresentado na p. 66, se a2 deixa de falar de uma sintese ou composicéo, dizendo-se apenas: Com uma frase predicativa singular dé-se a entender que 0 objeto no lugar do qual esta o suieito cat sob 0 conceito no lugar do qual esta o predicadio. Falames agora de conceitos, ao inva de falar de atributos, e de “cai sob um conceito”, ao inves de “estar composto com um ettibuto” Coloca-se, contudo, a questo £0 bre 0 que deve ser compreendido por esse “cair sob" Se a frase toda nao deve mais ser entendida de modo que ela esteja no luger de uma objetualidade composta - consistindo do signifi cado do sujeito (ou do objeto no lugar do qual esta este sujeito) do significado do predicado (ou do objeto no tugar clo qual esta este predicade) ~ como deve ser entéo compreendida? A idéla basica da nova concepedo nao fot formulada com toda nitiaez pelo proprio Frege. Bia esta contica no Tractatus de Wittgenstein @ formulada de modo totalmente explicto apenas em Davidson’ Witigenstem escteve que “compreender uma fra: se significa saber 0 que é 0 caso se ela for verdaderra” (Tractatus 4,024). Compreender o significado de uma frase significa portan- to, de acordo com essa concepgdo, saber sob que condicdes ela @ verdadeura, Essa concepedo pode agora ser colocada no lugar de concepedo tradicional do significado da frase. Compreender ma frase ndo significa: compreender no lugar ce que objetuali- dade composia ela esta (|, ¢, compreender 0 que esta composto com 0 que), mas sim: compreendet sob que condigoes ela € ver- aaceara. 3. Davidson, “ion and Meaning n Isso pode parecer inicialmente ininteligivel; torna-se conta do imediatamente sensato se aplicamos essa 1déia geral a0 caso particular da frase predicativa singular. Uma tat trase (p. €x., "So- crates € calvo") &, segundo Frege, verdaderra, se 0 obleto no ugar do qual esta o sujetto (Sécrates) cai sod 0 concete no hugar do qual esta 0 predicado “é calvo" Isso pode tambem ser retia- tado, de forma puramente lingiistca, do modo seguinte: a trase werdaderra se 0 predicade convem 20 objeto (Retornaremos no cap. 8 diferenca entre essa formulagao puramente linguistica & a formulagao antenor que se relere a0 concerto}. Pode-se tam- bem dizer: Compreender uma tal frase significa compreender que ela @ verdadesra, se esse objeto cal sob esse conceito, ou s2 © predicade conver a ele. Com isso se obtem wma concepgao do significado (da compreenséo) de uma frase predicativa singu Jar, livre da idéia tradicional de que esse significado @ algo no qual esta composto com outro algo. Com esse novo modo cle compreender a forma sentencial predicativa singular, Frege abre a0 mesmo tempo uma nova perspectiva para a compreensao da forma sentencial predicativa geral. No que tocava as frases predicatwvas singulares, a dlficul- dade da concepeao tradicional, baseada na sintese, consistia, apenas, no fato de que @ problematico admitir para 0 predicado ‘um obieto no lugar do qual ele estaria, Problematico, mas talvez possivel, No caso das frases gerais, aoresce a dificuidade adicio- nal de que o swjetto ("todos os F", “aiguns F") nao esta no lugar Ge um objeto, Enguanto que no caso do predicado pode-se ain- a, em caso de necessidad, falar de um objeto no lugar do qual le estana (0 atributo), no caso do swjeito das frases gerais, pa- Tece nao existir uma tal solugao circunstancial, Mas vejamos se ela existe"! No lugar de que objeto esta a ‘explessao "todas as formigas"? No lugar da classe (do conjunto) ‘das formigas? (Abordaremos melhor o conceito de classe no cap. 4. Os seguintes paragaies ao inal de 62 cortesponem em nate teralments 3s exposeies em Tugerdhat, Volesungen zur Einfuhrang in die sbrachanalyusche Phi ‘soph, p. 911-818. Sobre actica da Cancepeéo adiconal cl também Geach, Reference {and Generalny, cap. 1 8, pressupondo no momento simplesmente uma compreenséo intuitiva). Mas se dizemos “Todas as formigas so venenosas no queremos com 1880 dizer que @ classe das formigas € vene- nose, mas sim que @s lormigas - todas as formigas ~ so vene- noses. Iss0 fica ainds mais diffcil no caso de “algumas formigas” ‘A concepcao tradicional era de que essa expresso estaria no lugar de uma subclasse da classe das formigas. Mas sera que se tem em mente com essa expressao uma subclasse determinada? Se dizemos, p. ex.. “Algumas formigas s80 roxas", ento isso significane 0 seguinte, de acordo com a concepgio tradicional: “Ha uma subclasse das tormigas de modo que as formas nela contidas 840 foxas”. Aqun se repete, em primelto lugar, a oD}e¢80 ia erguntia contra "todos", s80 as formigas que sao roxas e no @ supclasse. Em segundo iugat, 0 predicado nao é aqui aplicado a lume subclasse delimitada de antemio; essa subclasse se aeli- ita apenas por meio desse predicado, Nao se pode portanto dizer (como se teria que dizer de acordo com a teonia que recorre 4 sintese) que o atributo esta composto com a subciasse. O fato ae essa concepgao ser insustentavel se toma especialmente cla~ To quando s2 nega uma tal frase ou se assere que ela @ falsa. ‘Quando dizemos "E falso que algumas formigas s4o roxas”, sera que queremos dizer que né um subconyunto (determinado) de formigas nao roxas? Claro que nao. O que s® quer dizer & que entre todos e quaisquer subconjuntos de formigas ndo ha ne- hum no qual as formigas nele contidas sejam roxas. "HA um supconjunio qualquer das formigas...” € contudo uma formula- ‘¢20 complicada de “ha algumas (quaisquer que sejam) torm- gas...” A expressdo “um subconjunto (indeterminado) dos 0 esta no lugar de um subconjunto (determinado) dos F e por- tanto néo esta no lugar de nada. \Vemo-nos portanto forgados a rejeitar a concepeao segundo a gual as express6as “todos os F", “alguns F estariam no tagar dé algo - de um objeto. Pode-se naturalmente dizer: elas estdo “de algum modo" no lugar de muitos opjetos. Mas entao como se deve compreender 0 enunciado no todo? Sera que ele ainda pode ser compreendide como uma composicio? E sera que ele pode ser compreendico na analogia com o enunciado predicativo singular? Quanto aeste, nos chegamos ainda na pouco a seguin- n te interpretacdo: Um tal enunciado é verdadero s@ o predicatio conver ao objeto, Mas isso nao pode ser iransiendo para os enunciados gerais, fa que ndo temos neste caso um objeto. ‘A solugdo de Frege consiste em ele ndo mats compreender as expressoes,"algumas formigas”, “todas as formigas”, exptes- estas qué formam evidentemente uma unidade gramauical, como ums’ unidade semantica tal como elas foram frealiente mente compreendidas na tradigo. Essa nova proposta pode ser tomade inteligivel com o auxilio de expressies lingilisticamente equyvaientes, A Irase “Algumas formgas S80 10xas" € seman camflente equivalente 4 trase "Ha algumas formigas roxas" (ou tainbém, mais simplesmente, “HA formigas roxas"). A expresso ‘algumas iormigas” nao esta mais, nesta formulacdo. como su- jetio, e els ndo forma mais uma unidade. A frase "Ha algumes formmgas roxas" sugete que, ao inves de se desmembrat a ttese onginal "Algumas iormigas s0 roxas" do modo tradicional (“Al- .gumas formigas / s40 roxas"), se desmembre @ mesma do se- gumnte modo: “Algumas // tormgas / roxas” De modo anélogo teriamos agora também que desmembrar a frase universal do seguinie modo: “Todas as // formigas / venenosas" Teriamos assim isolado as expressOes “algumas” ou, respectivamente, “todas as" Podemos, pnmevamente, continuar utilizando outras equi- valéncias lingiiisticas. Ao inves de “todas as”, podemos tambem dizer "cada" Se usamos a notacdo “cada // formiga / venenos ento vemos que também ha uma frase articulada de modo grama- ucaimente semelliante na linguagem ordinane: "Cada coisa que é ume iormiga € venenosa" Isso significa evicdentemente o mesmo que: "Cada coisa: se ele ¢ uma formiga, entao ela ¢ venenosa'” Por maio dessa formulagao pode-se tornar agora inteligivel a nova concepgao de Frege. Pode-se dizer inictalmente (Frege nao tormulou deste modo): A expresso "cada coisa” em "Cada coisa: se ela é F, entdo ela ¢ G" (ou a expresso “todos") nao esta no lugar de algo; ela contem, ao inves disso, uma instrugdo de como realizar uma agao: "Toma-se, uma a uma, cada coisa", © a essa instruggo para uma acdo se liga a assergao: “Se ela @ F, entao ela é G” Isso significa portanto: A frase “Toaos os F sao ” G" remete a outras trases, a saber: a frases singulares que se elerem a obletos particulares com respite acs quais pode-se dizer: Se isso @ F, ele € G. 0 que acabamos de dizer deve levar, informaimente, a ex- plicagao formal cle Frege. sta se conecta ao que se obteve com a anilise das irases predicativas singulares uma vez que agora se pressupde: compreende-se uma forma sentencial quando se compreende, pata irases desta forma, qual € @ sua condigdo de verdade, No caso presente tem-se o seguinte: a frase “Todos os F so G" (= "Cada coisa: se ela @ F, entdo ela é G") é verdaderra sp cada uma das frases "Se 1ss0 ¢ F, entdo ele & G” ¢ vercadetra. 0 que entendemos portanto quando compreenciemos a forme sentencial “Todos os F sao G” e que e como a verdade das frases dessa forma clepende da verdade de cada uma das outras trases. Passa-se algo de totalmente anélogo no caso das Irases pat- ticulares. Quem diz: “Alguns F s8o G” quer dizer: “(Toma-se uma a uma) cada colsa: (entdo constatar-se-4 que) uma ou al gumas delas que sio F so G" O enunciado remete neste caso tambem a enunciados singulates, agora, contudo, de tal moto que o enunciado ¢ verdaderto exatamente se ao menos uma frase singular qualquer "Isso é F ¢ ele e G” tor verdadeira, 6.3. Estrutura gramatical e estrutura semantica No micio do capitulo 6 indicamos que na tradicao a estutura gramatical e a estrutura semantica das frases ndo foram separa- das claramente. Sobretudo a expressio “estrutura-sujeito-preclt- cado” fol compreendida de forma a nao se sepatat entre 0 aspecto gramatical e o semantico. A 1sso se liga 0 fato de que nem a expresso "estrutura gramatical” nem a expressio “estru- tuta seméntica’ eram claras. As reflexdes desenvolvidas em 6.2 permitem que se lena agora um conceito preciso da estrutura (ou forma) semantica de uma irase. Isso € possibilitado pelo fato de termos obtide um conceito determinado do significado de uma frase: Compreendemos o significado de uma frase se sabe~ mos sob que condigoes ela é verdadeira. Também haviamos dito que 0 significado de uma irase (p. ex, “Todos os cisnes s80 BIBLIOTECA feast Rodolfo Vilhena -Graduagao - IF Ueay Ow brancos) depende tio significado da forma sentenciat ("todos os, sio..") e do significado das palavras substanciats, Estes signifi- caacios juntos formam as condigées sob as quais ela e verdaceira. Mas o que significa compreenaer a forma sentencial? No caso particular de uma irase predicativa singular, a resposta for: Bla e verdadeira 6e 0 predicado convem ao objeto no lugar do quat esta a expressio-sujeito, Com isto ésia mencionaca uma regra geral de como a verdade da trase depende do significado de suas ex- pressdes componentes. Tamlbem no caso das lrases gerals es- barrames em tas regras, so fue aqua vercacte da frase depende a verdace de ousras frases, Essas regres determinam portanto aestrutura semanhica de umia tase. Elas nao regulem como uma frase esta composta por suas partes componentes, mas sim, No caso ce uma irase compost de uma determnada manera, de que depende seu significado - ¢ 1sso significa: de que depende sua verdade Essa explicagao pressupde que possamos nos entender acerca do modo como a frase esta composta por suas partes sem recorrer a seu significado; ¢ isto significa: temos de poder des- crever gramaticaimente a frase mdepencentemente de todo 0 mais. Na lingitisuca atual’ a estrutura gramatical das frases € eterminada de tal mado que ndo se precisa recorrer @ seu sig- nificado. Isso acontece pelo fato de as frases serem desmembra- das de tal modo que cada parte ¢ determinada por uma dita classe ce distribuigdes. Dois componentes sentenciais perten- com a mesma classe de distribuigdes (i. ¢, tém a mesma distn ured) se eles podem ocorrer no mesmo contexto verbal, 1. €, podem ser complementados pelas mesmas expressées de modo que 0 todo sera acetto como frase. Tomemas, p. €X., 0S dois componentes sentenciais "Pedro" e "todo homem". Em todo contexto no qual uma dessas expresses ovorre a outa pode tampem ovorter, Blas tém portanto a mesma distriburgao, per- tencem @ mesma classe gramauical. 5. Ck, p. ex. Lyons, Intaduction to Theoretical Linguisus, 42 16 E portanto totalmente correto dizer que frases co tipo "Pedro @ mortal” ¢ frases do tipo “Todo homem e mortal” sém, de um ponto de vista gramatical, a mesma estrutura. Vimos, no entan- to, em 62, que sua estrutura seméntica é totalmente diferente. ‘Temos ento que diferenciar precisamente estrutura semantica e estrutura gramatical. Fol aceito em 6.2 que, p. ex. as duas lrases seguintes “Algumas formigas sé0 roxas" e "Ha formigas roxas", do mesmo mode que a frase "Existem formigas roxas" possuem a mesina estrutura seméntica. Mas a estrutura grama- tical dessas lrases ¢ evidentemente diferente. As expressées “sujeito” e “predicado” séo hoje em dia usa~ das com freqliéncia de um modo ambiquo, pois so usadas tant pata 0 aspecto gramatical quanto para o semantico. Autores que usam “predicado” e “predicativo” de um modo seméntico dizem entao, p. ex.: "Frases gerais ndo so 'verdaderramente’ (e isto significa ‘sernanticamente’) predicativas", ou: “O tetmo ‘existe ndo ¢ ‘vercadelamente’ (¢ 1sto significa ‘semanticamente’) um predicado”. No emprego usualmente comum da expresso “cél- culo de predicados”, "predicado” também é compreendido se- manticamente, Tais ambigilidades lingilistcas sao inofensivas se se atenta para elas, Pode-se tambem, ao inves de usar ambi- guamente “sujeito” e “predicado", compreender esses termos como puramente gramaticais e, como faz, p. ex., Quine, carac- tenzar as “verdadeltas" expressdes-sujeito como termos singu- ares e os “verdadeiros” predicados como termos getais. Estes conceitos estéo agora definidos semanticamente, mais ou menos do seguinte modo: Um termo singular e uma expresséo que tem a fungdo de relenr-se a um objeto particular; um termo geral @ uma expressao que tem a funcdo de classificar e diferenciar ob: etos. Exemplos: "esse cavalo” ou “Peciro” so termos singulares; "algo" ou “todo homem” so expressdes-suieito, mas ndo so termos singulares. “Exaste* ¢ um predicado, mes nao e um termo geral (como veremos no cap. 11) A Jinguagem artificial que ¢ usada na logica atual tem (pelo menos em parte) 0 objetivo de usar uma gramatica artificial & pactronizada de tal modo que 1° a estrutura gramatical visa ex- pressar mais transparentemente a estrutura semantica e que 2° na uma coctespondéncia inequivoca entre esirutura semantica & REDE SIRIUS / UERJ estrutura grematical (exciur-se que a mesma estrutura gramnatt ‘cal possa ter sentides semanticos diferentes e vice-versa). Um observador externo podena facilmente pensar que essa lingua gem artificial se alasia de nossa linguagem real, Mas 1ss0 ¢ va lido apenas gramaticalmente. A estrutura semantica de nossa linguagem real se torna mais ciara nessa linguagem artificial do ‘que ela é na gramatica de nossa lingyagem real, _Examinemos essa gramatica artificial no cue toca & sua apt cago a frases singulates ¢ gerais! Iticialmente sao mtroduaidos ‘simbolos para os termos singulareé e gerais, a saber: so intro: uzidas geralmente letias minusculas latinas “a” ‘c” para termos smgulares e letras maitigculas latinas “F", "G", "H” para termos gerais. Expressdes relacionais do um tipo de termo geral @ sao, iguaimente, simbolizadad por letras maitisculas latinas. Obtém-se entéio, como frases elementares, as lormas “Fa”, Rab” Segue-se entéo a convengdo de que o tetmo geral @ co- focado sempre antes clo ou dos termes singulares, e a see dos termos singulares que estZo attas da expresso retacional deve preencner a condico de que se trata de um par orclenado (cf. 1), "Pearo ¢ mortal” ¢ portanto simbolizado por "Fa", “Pedro bate em Paulo", por “Rab Comparemos esse simbolismo com aqjuele que fot apresen ado no cap. 3! Ali o simbolismo tunha o senticia de colocar va- ridveis no lugar de expressdes substanciais. Aqui, a0 contrat traguzimos uma expressao da linguagem natural (9. ex., "Pearo”) or uma expresso coftespondente da linguagem artificial loqica (por exempio “a"). A subsuituigao de “Pedro” por “a” ndo ¢ por- tanto nenhuma formalizagao; “a” ndo é uma varidvel individual, mas sim chamada de uma constante individual, A expresso “a’ @ meramente um representante da expresso “Peazo" Na légica ‘moderna, como veremos logo a seguir, sdo empregadas tambem as chamadas varidveis individuais: "x’ Esses simbolos, fancionam contucio como pronomes e ndo sao variaveis no sen- tido légico de uma formalizacdo. No que se segue vamos nos satisfazer ~ tanto no caso dos simbolos para termos singulares (a, "b", “c") como no caso cos simbolos para termos geras CF }) = com uma ambigitidade ao detxarmos em aberto ‘8 questo de se eles significam, em cada caso, meres tradugdes 8 (compreendidas ainda de modo substancial) de expressdes cor- respondentes da linguagem natural ou significam varidvers no sentido definido no capitulo 3. Essa mesma ressalva vale para os simbolos sentencias “p’, “q”, “1” (cap. 7). Essa ambigiiidade nos parece inolensiva porque fica claro em cada caso, a partir do contexto, em que sentido os simbolos estéo sendo usados, en- quanto que, pera evitar essa ambigitidade, teriamos que dupli- car os simboios usados. E importante que, em todos os casos, todas as expresses simbdlicas usadas agora ~ quer elas funcio. hem ou no como vatidvers ~ tenham um sentido semantic claramente definico; é ustaments atraves dese fator que se de- termina a gramatica da linguagem logica artificial. Para compreender o simpolismo das frases gerais, partamos daquela formutacao da linguagem natural na qual ja pudemos reconhecer, acima, do modo mais facil, sua estrutura semantica, “Cada coisa que é F eG”. Ja vimos que isso deve ser compreen- digo do seguinte modo: "Cada coisa: se ela é F, ela €G" Eno caso das frases particulares podemos nos onentar pela forma da linguagem ordinaria "Ha algo que é F eG" Os quantificadores "cada", “alguns") so portanto colacados na frente. Deve-se agora atentar para 0 fato de que, jé nesta vers4o da tase parti- cular, verséo esta baseada ne linguagem ordinaria, na um pro- nome ("algo") atrés do quantificador, um pronome que, na frase subordinada, ¢ retomado por um pronome relativa ("que"). Do mesmo modo, temos no caso da Irase universal © pronome “cacia” que é retomado pelo pronome relativo "que". Precisamos portanto, no simbolismo, de um simbolo correspondente para indicar essa retomada realizada pelo “que”. Para a lrase universal pode-se Ieformular a formulacdo acima, baseada ne linguagem ordinana, da seguinte manera: “Cada x: se x é F. xe G" De modi andlogo, pode-se formular a frase particular da seguinte forma: "Alguns x: x € F ex eG" Os proprios quantificadores si0 ento escrites do seguinte modo: "(x)" para “todas os x" ("quan- tificador universal"), “(3x)” para “alguns x" ("quantificador exis tencial") entre a maionia dos autores angio-saxdes ¢ "ax" e "vx" entre a matoria dos autores alemaes (O proprio Frege usou um outro simbolismo}. Assim obtém-se para “Algumas formiges S80 roxas" a estrutura "(3x) (Fx e Gx) para “Todas as lormigas sao venenosas", a estrutura "{x) (se Fx, ento Gx)" Esse simbolismo deve tornar visivel a relagdo entre as frases getais e aquelas frases singulares cas quais sua verdade depen- de. Tomemos a frase "Pedro ¢ mortal’, simbolizaca par “Fa” ‘Agora podemes pensar esta frase sem o termo singular: temos entéo uma frase dita aberta "() ¢ mortal’-ou “Fx" (0 “x" € nessa expressdo apenas um lugar vazio), Pocemos agora, seja sunsti- tuindo 0 lugar vazio por um termio smgular guaiquer (p. ex., “Francisco @ mortal", *Fb"), seja usando um quantificador, re- Construnr essa irase aberta fortando de novo uma frase comple- ta. No simbolismo, a segunda possibilidade - 0 emprego do quantificador ~ toma a forma “{x)Fx" ou, contorme 0 caso, “(3xJPx", agora o "x" no @ mais apenas um lugar vazio; ele juneiona, sim, como um pronome. A relagdo semantica entre ‘GORX" e “(@WIFx", por um lado, @ "Fa", "Fb", "Po", ete., por outro, esta, como jé vimos, no fato de que "x(Fx" ¢ verdadero se todas essas frases singulares sdo veraadeiras @ “(3xIFx" 6 Vercacieiro se pelo menos uma dessas frases for verdadea, Poctemos também entender agora como Frege péde solucio- Dar 0 problema tnicial da quantificacéo miltupla (ct. p. 88s)” To: memos como ponto de partida, agora, uma frase com uma exptessao relacional, p. ex., “Pedro mveja Siméo" Precisamos, neste caso, realizar duas vezes, uma atras da outta, a mesma ‘operacdo que ha pouco realizamos uma vez. Inicialmente forma- mos a frase aberta "Pedro inveja ( )" ou “Rex” e a completamos de novo com um quantificador, resultando a frase completa “Pe &, Do alee naa oat de que, devo 20" st clot tents, no 39

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