TCC SEGURANÇA DO TRABALHO - Ergonomia - Final

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1

CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC


FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO

ESTUDO SOBRE A ERGONOMIA NO ARRANJO FÍSICO EM


UMA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA DE BISCOITOS EM
MACEIÓ

FRANCISCO JOSÉ BORDALO PADRÃO ALVES

Maceió

Fevereiro de 2014
2

FRANCISCO JOSÉ BORDALO PADRÃO ALVES

ESTUDO SOBRE A ERGONOMIA NO ARRANJO FÍSICO EM


UMA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA DE BISCOITOS EM
MACEIÓ

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em


Engenharia de Segurança do Trabalho, da Faculdade de
Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET), do Centro
Universitário CESMAC, como requisito final para
obtenção do título de Especialista, desenvolvido sob a
orientação do Professor Beroaldo Rodrigues dos Santos.

Maceió

Fevereiro de 2014
3

FRANCISCO JOSÉ BORDALO PADRÃO ALVES

ESTUDO SOBRE A ERGONOMIA NO ARRANJO FÍSICO EM


UMA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA DE BISCOITOS EM
MACEIÓ

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em


Engenharia de Segurança do Trabalho, da Faculdade de
Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET), do Centro
Universitário CESMAC, como requisito final para
obtenção do título de Especialista, desenvolvido sob a
orientação do Professor Beroaldo Rodrigues dos Santos.

Aprovada em Fevereiro/2014

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________
Profº Beroaldo Rodrigues dos Santos
-Orientador-

____________________________________________
4

DEDICATÓRIA

Dedico a conclusão desta pós-graduação aos meus pais


José Alves e Prazeres, a minha esposa Juliana e minhas
filhas Tayná e Ana Carolina, a minha irmã Alanne, ao
meu avô Francisco Padrão (INMEMORIAN).
Francisco Bordalo
5

AGRADECIMENTOS

Acima de tudo a Deus, por ter me dado vida, saúde e paciência para alcançar mais este
degrau; Aos meus pais José Alves e Prazeres por todos os esforços, confiança, estímulo, amor
e por terem me proporcionado tudo aquilo que se espera do berço familiar; À minha esposa
Juliana e minhas Filhas Tayná e Ana Carolina pelo amor, carinho e paciência que me
ofereceram e acima de tudo por compartilharem as suas vidas comigo nos últimos anos; À
minha irmã Alanne por estar em todo e qualquer momento; Ao meu Avô Francisco Padrão
(INMEMORIAN) pela paciência e ensinamentos; Ao orientador do TFG Prof. Beroaldo, pela
dedicação e explicações em sala de aula e em especial para esse trabalho.
6

“Nas grandes batalhas da vida o primeiro passo para a


vitória é o desejo de vencer”
Mahatma Gandhi
7

RESUMO

Este estudo avalia o que a literatura preconiza a cerca de um arranjo físico, buscando a
otimização dos sistemas industriais e demonstrando o quão é importante a ergonomia no
ambiente de trabalho com adequação dos recursos transformadores e a melhoria do tempo em
função da movimentação de pessoal.
A ergonomia estuda a adequação do trabalho ao homem e pode contribuir para a melhoria de
processos, produtividade, ambiente de trabalho, dentre outros. A ergonomia em ambiente
fabril e demais ambientes ainda é um campo de estudo muito amplo que tem muito a
contribuir no que se refere à prática profissional. Neste sentido, este trabalho realiza uma
pesquisa teórica de como a ergonomia se relaciona com o ambiente fabril e quais as
contribuições que ela pode proporcionar.
As principais contribuições deste trabalho para a melhoria da fábrica são dadas a seguir:
Primeiro, a decisão de mudança do arranjo físico e a escolha do tipo de layout adequado;
Segundo, a organização dos produtos transformados e transformadores; Por último, a
adequação das bancadas, a mudança na movimentação do pessoal dentro da fábrica durante a
produção e durante o processo de embalagem e estocagem. Com isso garantindo uma melhor
ergonomia.

Palavras-chave: Arranjo Físico – Ergonomia – Layout.


8

ABSTRACT

This study assesses what the literature calls about a physical arrangement, seeking the
optimization of industrial systems and demonstrating how important is ergonomics in the
work environment with adequate resources and improvement of transformers of time
depending on the movement of personnel.
Ergonomics studies the adaptation of work to man and can contribute to the improvement of
processes, productivity, work environment, among others. Ergonomics in manufacturing
environment and other environments is still a very broad field of study that has much to
contribute in terms of professional practice. Thus, this work carries a theoretical research such
as ergonomics relates to the manufacturing environment and which contributions that it can
provide.
The main contributions of this work for the improvement of the company are given below:
First, the decision to change the physical arrangement and select the appropriate type of
layout; Second, the organization of processors and processed products; Finally, the adequacy
of the stands, the change in the movement of personnel within the factory during production
and during packaging and storage. Thereby ensuring better ergonomics.

Keywords: Physical Arrangement - Ergonomics - Layout.


9

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ilustração da relação entre a Ergonomia e o ambiente de trabalho ..................... 11


Figura 2 - Ilustração de uma postura adequada em um ambiente de trabalho ..................... 13
Figura 3 - Modelo de projeto do trabalho “comportamental” típico .................................... 14
Figura 4 - Alargamento do trabalho e enriquecimento do trabalho ..................................... 15
Figura 5 - Abordagens sobre o equilíbrio diferente entre controle e comprometimento ..... 16
Figura 6 - Organograma da Fábrica FP Biscoitos ................................................................ 19
Figura 7 - Arranjo Físico da Fábrica FP Biscoitos ............................................................... 20
Figura 8 - Mapofluxograma da Movimentação da FP Biscoitos ......................................... 22
Figura 9 - Ilustração das melhorias propostas do arranjo físico da FP Biscoitos ................ 24
Figura 10 - Mapofluxograma da movimentação proposta ..................................................... 25
10

SUMÁRIO

CAPÍTULO I
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 11
1.1 Ergonomia .................................................................................................................... 11
1.2 Projeto Ergonômico do Local de Trabalho................................................................... 12
1.3 Projeto Ergonômico do Ambiente de Trabalho ............................................................ 12
1.4 Abordagens Comportamentais do Projeto Ergonômico ............................................... 13
1.5 Meio Ambiente do Trabalho e a Saúde do Trabalhador ............................................... 16

CAPÍTULO II
2. ESTUDO DE CASO ........................................................................................................... 17
2.1 Análise de uma fábrica de biscoitos em Maceió .......................................................... 17
2.1.1 Histórico .................................................................................................................... 17
2.1.2 Missão........................................................................................................................ 18
2.1.3 Visão .......................................................................................................................... 18
2.1.4 Organograma ............................................................................................................. 19
2.1.5 Arranjo Físico Atual .................................................................................................. 20
2.1.6 Movimentação de Pessoal Atual................................................................................ 21
2.1.7 Proposta de Arranjo Físico ........................................................................................ 23
2.1.8 Proposta de Movimentação de Pessoal ...................................................................... 25

CAPÍTULO III
3. CONCLUSÃO..................................................................................................................... 27
3.1 Limitações do Trabalho ................................................................................................ 28
3.2 Sugestões para trabalhos futuros .................................................................................. 28

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 30
CAPÍTULO I 11

1. INTRODUÇÃO

1.1 Ergonomia

A ergonomia é a interação entre o homem e os elementos ou sistemas, visando um


conforto e bem estar no momento do trabalho.

Segundo Slack et al (2006) a ergonomia preocupa-se com os aspectos fisiológicos do


trabalho, ou seja, o corpo humano e o modo de ajuste ao ambiente de trabalho.

“Ergonomia é o termo usualmente adotado na maior parte do mundo; entretanto, é


algumas vezes referido como ‘engenharia de fatores humanos’, ou simplesmente ‘fatores
humanos’”. (SLACK et al, 2006, p. 217)

Os aspectos citados por Slack et al (2006) estão baseados em duas ideias comuns
ligadas ergonomicamente ao projeto de trabalho, conforme mostra a Figura 01.

Figura 01 – Ilustração da relação entre a Ergonomia e o ambiente de trabalho


Fonte: Adaptada de Slack et al (2006, p. 217)
12

 A primeira idéia está baseada em adequar o trabalho realizado com as pessoas que
os realizam.

 A segunda idéia baseia-se na coleta de informações, para que as pessoas tenham


condições de trabalho, conforto e desempenho em seu local de trabalho.

1.2 Projeto Ergonômico do Local de Trabalho

O projeto ergonômico do local é um processo de mudança da edificação, para


adequação do local ao profissional para com isso evitar problemas.

Segundo Slack et al (2006) no local de trabalho existe grandes variedades de


operações, tecnologias, demandas e métodos de trabalhos que se fizeram necessário a
concentração na forma de como as pessoas ligam a parte física ao trabalho. Isso tudo se é
observado principalmente em escritórios e principalmente aonde existe a ligação do ser
humano com o computador e seus periféricos.

1.3 Projeto Ergonômico do Ambiente

O projeto ergonômico do ambiente está voltado a tudo aquilo que cerca o pessoal de
trabalho e as coisas em volta. Conforme pode ser verificado na Figura 02.
13

Figura 02 – Ilustração de uma postura adequada em um ambiente de trabalho


Fonte: Adaptada de Slack et al (2006, p. 219)

Segundo Slack et al (2006) o ambiente de trabalho influencia a forma de trabalho, pois


o ambiente pode estar mais quente ou mais frio, iluminado demais ou pouco iluminado, com
barulho ou muito silencioso e tudo isso é um importante impulso para a realização do bom
rendimento no local do trabalho.

1.4 Abordagens Comportamentais do Projeto Ergonômico

Trata-se de como deve ser abordado o projeto visando as suas reais necessidades de
comportamento das pessoas dentro do local de trabalho. A melhoria no arranjo físico, da
iluminação, do tempo e de outros fatores comportamentais visa à melhoria da produtividade e
o aumento da satisfação no trabalho.

Segundo Slack et al (2006) e identificado na Figura 03 os trabalhos que são projetados


visando o preenchimento da auto-estima e crescimento profissional, não são vistos como
compensadores, mais sim vistos como algo que motiva as pessoas no sentido de incentivar os
talentos e as habilidades dos profissionais.
14

[...]dois importantes objetivos do projeto de trabalho. Primeiro, proporciona


trabalhos que têm uma qualidade de vida no trabalho intrinsecamente maior –
um fim eticamente desejável em si. Segundo, devido a seus altos níveis de
motivação, ele é um instrumental para o atingimento de melhor desempenho para
a operação, tanto em termos de qualidade como de volume de saída. (SLACK et
al, 2006, p. 218)

Figura 03 – Modelo de projeto do trabalho “comportamental” típico


Fonte: Adaptada de Slack et al (2006, p. 221)

Segue abaixo alguns pontos que devem ser observados:

 Revezamento do Trabalho: Alternar o pessoal no processo de trabalho ou nas


atividades visa aumentar a flexibilidade nas habilidades e evitar a monotonia.

 Alargamento do Trabalho: É a alocação de um número maior de tarefas para se


atingir um objetivo comportamental no projeto.

Se essas tarefas extras são do mesmo tipo das do trabalho original, a mudança é
chamada alargamento de trabalho. Isso pode não envolver tarefas mais
exigentes ou compensadoras, mas pode proporcionar um trabalho mais completo
e portanto mais satisfatório. (SLACK et al, 2006, p. 218)
15

 Enriquecimento do Trabalho: Segundo Slack et al(2006) desenvolver um aumento


no número de tarefas alocando as atividade de cada trabalho, visa uma melhoria na
tomada de decisões, uma maior autonomia e um maior controle sobre o trabalho.
Conforme mostra a Figura 04.

Figura 04 - Alargamento do trabalho e enriquecimento do trabalho


Fonte: Adaptada de Slack et al (2006, p. 222)

 Empowerment: Segundo Slack et al (2006) o empowerment visa dar mais


habilidade e autonomia ao pessoal no trabalho, fazendo com que eles sejam capazes
de realizar mudanças no trabalho e na forma do desempenho deste.

 Controle versus comprometimento: Segundo Slack et al (2006) existe uma


diferença óbvia entre a necessidade de gerenciamento para controlar o trabalho e o
desejo de obter o comprometimento do pessoal para a melhoria do desempenho no
trabalho.
16

Figura 05 - Abordagens sobre o equilíbrio diferente entre controle e comprometimento


Fonte: Adaptada de Slack et al (2006, p. 224)

Na Figura 05 conseguisse visualizar que as abordagens no trabalho concentram-se


mais no comprometimento do pessoal com o trabalho, todavia a Figura 05 visualizasse a
quebra do paradoxo do controle gerencial e visualiza-se um controle focado na
individualidade ou no grupo de trabalho.

1.5 Meio Ambiente do Trabalho e a Saúde do Trabalhador

Segundo Elida Séguin et al (2011), os danos ambientais têm visibilidade nas suas
repercussões na saúde coletiva e, em especial, na saúde do trabalhador. O trabalhador, por
suas atividades, é o primeiro que sofre os efeitos da poluição, sendo a prevenção de acidentes
do trabalho e de doenças profissionais e/ou do trabalho um dever coletivo de todos os atores
sociais.

Para que a proteção à saúde do trabalhador se torne efetiva é necessário defini e


delimitar o meio onde sua atividade ocorre, as regras que incidem sobre este local e as
proteções necessárias. Esse contexto faz com que as normas ambientais não possam ser
negociados.
CAPÍTULO II 17

2. ESTUDO DE CASO

2.1 Análise de Uma Fábrica de Biscoitos em Maceió

2.1.1 Histórico

A Fábrica FP Biscoitos foi fundada em 1976 na cidade de Maceió, com o intuito de


firmar-se no mercado Alagoano com a produção de biscoitos. Em 1978, conseguiu consolidar
definitivamente a sua marca no mercado de biscoitos com a produção dos biscoitos sete capas
salgado, doce e amanteigado, tornando-se uma das principais fábricas do Estado neste
segmento.

A partir de 1982, os produtos FP Biscoitos começaram a se destacar ganhando


espaço entre outras marcas de biscoitos populares, tais como os biscoitos tareco e mimosa,
obtendo a preferência de boa parte dos consumidores.

Com o decorrer do tempo a Fábrica FP Biscoitos foi expandindo a distribuição dos


seus produtos, atendendo não só aos Municípios de Alagoas, mas também a outros Estados,
como Pernambuco, Sergipe, entre outros.

A FP Biscoitos é uma empresa dedicada à produção de biscoitos naturais e , que tem


como matéria-prima principal a farinha de trigo e tem como ingredientes secundários a água,
farinha integral, farinha de trigo enriquecida com ferro e ácido fólico, margarina livre de
gordura trans, leite, ovos, fermento químico em pó, margarina vegetal, açúcar, sal e amido de
milho, os produtos finais são de diferentes sabores e atingem todas as classes sociais.

Os biscoitos são produzidos em uma única fábrica, situada em Maceió, produzindo


cerca de 150 caixas de biscoitos, sendo cada caixa com 12 pacotes com 200g de biscoitos por
dia, que são distribuídos semanalmente entre os vários municípios atendidos.

Os biscoitos oferecem qualidade, beleza e sofisticação nas suas embalagens, e seu


sabor, quando associado à mesa dos consumidores, garantem doçura e prazer; e é com estas
18

características que a empresa vem conquistando consumidores de várias regiões e atingindo


um amplo mercado.

2.1.2 Missão

A missão da Fábrica FP Biscoitos é produzir um produto natural de qualidade, com


opções de sabores variados, propondo além do sabor singular dos seus produtos, a beleza e
originalidade nas suas embalagens.

A FP Biscoitos compreende como compromisso oferecer aos clientes segurança, já


que a cada dia aumenta a preocupação em atender melhor o cliente, não apenas nos produtos
comercializados, mas também nas negociações em longo prazo.

2.1.3 Visão

A fábrica de biscoitos tem como objetivo principal atingir em cinco anos o grupo das
dez maiores empresa de gêneros alimentícios na distribuição dos seus produtos. Isto porque,
reconhece que é de grande importância estar entre as maiores empresas compromissadas com
o crescimento do mercado.

Por ser uma empresa preocupada com o bem estar e satisfação do cliente, a FP
Biscoitos, busca ainda, oferecer produtos totalmente naturais e fabricados artesanalmente,
proporcionando bem-estar e consciência tranqüila para os consumidores.

Para alcançar seus objetivos a empresa reconhece que são necessários cuidados
internos com o arranjo físico, organização e limpeza, não só com o intuito de atrair os
consumidores internos e os externos, mas também para adequar-se às especificações de
mercado e a demanda dos clientes.
19

2.1.4 Organograma

A Figura 06 apresenta um organograma de como é estruturada a distribuição


organizacional da hierarquia da empresa.

Figura 06 – Organograma da Fábrica FP biscoitos


Fonte: Próprio Autor

Descrição dos serviços de alguns setores:

 Assistente Financeiro: Este setor é composto apenas de uma pessoa e trata de


todos os assuntos relacionados com finanças.

 Supervisor de Produção: É composto apenas de um supervisor e tem a função de


coordenar os setores de limpeza, embalagem e produção.

 Limpeza: É composto apenas de uma pessoa e tem como finalidade limpeza e


organização da área da produção, estocagem e banheiros.

 Embalagem: Essa equipe é composta de 8 funcionários que trabalham em 2


turnos (4 funcionários por turno) e tem como função pesagem, o fechamento das
embalagens e o alocação final dos produtos nas caixas para o transporte.
20

 Produção: Equipe composta com 12 funcionários que trabalham em 2 turnos (6


funcionários por turno), sendo um forneiro e um masseiro e os outros funcionários
tratam do corte e colocação da massa nas bandejas.

2.1.5 Arranjo Físico Atual

O arranjo físico de uma fábrica é de grande importância, pois é a partir dele que é
determinada a capacidade estratégica sobre o desempenho da empresa, produção, materiais e
funcionários, isto é, com sua aplicação será possível visualizar melhor a organização dos
funcionários, por linha de serviço, a disposição das máquinas, a rotina de produção; o que,
dependendo da estrutura deste, permite que os funcionários circulem e produzam com
agilidade, possibilitando à aceleração na produção, reduzindo custos e perdas de materiais e
horas de serviços. Além disso, o Arranjo Físico é capaz de diminuir barreiras e criar canais de
comunicação, repercutindo de forma positiva no relacionamento entre os funcionários.

Segundo este conceito, realizou-se uma análise na Fábrica FP Biscoitos, em Maceió,


onde se constatou que o Arranjo Físico está estruturado conforme a Figura 07:

Área p/ WC
embalar
Estoque
Para Cima

WC e Outros

Freezer
Entrada da
fábrica

Bancadas
Área p/
contagem e
colagem

Contagem de
Rolo Carro para
Misturador tarecos
Palete bandejas

Batedeira/ Gelágua
Fogão
Forno Misturador

Figura 07 – Arranjo Físico da Fábrica FP Biscoitos


Fonte: Próprio Autor
21

Após a análise do Arranjo Físico atual da fábrica de biscoitos foi possível observar
várias características da organização, tais como: que a empresa não possui um local adequado
para o depósito, ficando o mesmo no ambiente do banheiro, que por sua vez serve tanto para
homens como para mulheres, assim como para guardar objetos pessoais. Na área livre
encontram-se a matéria-prima, o setor de contagem de material acabado, material para
queima (briquetes), entre outros: como fogão, prateleiras, lavatório de utensílios domésticos,
gela-água e o freezer para armazenamento do leite. No setor de produção, encontra-se a
matéria-prima, máquinas em diferentes lugares, o setor de embalagem e diversos carrinhos de
apoio as bandejas dos produtos.

A partir destes dados é possível afirmar que não existe um arranjo físico adequado
para a utilização de banheiros, a estocagem da matéria-prima e do produto acabado, dentre
outros pontos que mostram além da má organização, um desperdício no espaço disponível.
Por estes motivos, foram desenvolvidas algumas propostas com o intuito de aprimorar o
arranjo físico da Fábrica de biscoitos, a melhoria da ergonomia e consequentemente seu
processo produtivo.

2.1.6 Movimentação de Pessoal Atual

A movimentação de pessoal dentro de uma fábrica precisa de um bom planejamento


para que obtenha uma melhor produtividade e ergonomia adequada com a distribuição das
atividades nos postos de trabalho de acordo com a necessidade de produção, o que evita
perdas por movimentação; isto é, atividades desenvolvidas pelos operadores que não agregam
valor ao produto, desperdiçam tempo com conversas paralelas, bem como com outras
atividades não relacionadas à rotina de trabalho.

Na Figura 08, do mapofluxograma da movimentação do pessoal e do produto, é


possível visualizar as potencialidades e fragilidades da Fábrica FP Biscoitos:
22

Área p/ WC
embalar
Estoque

Para Cima
WC e Outros

Freezer

Área p/
contagem e
colagem

Zelador Masseiro Embalagens


Forneiro Tarecos
Supervisor de
Ajudantes
Produção

Figura 08 – Mapofluxograma da Movimentação da FP Biscoitos


Fonte: Próprio Autor

Com base na Figura 08, percebe-se uma movimentação descontrolada em toda a


fábrica, o que ocasionam problemas ergonômicos, perdas de tempo, transporte, um aumento
na espera e no processo produtivo. Como exemplo, pode-se observar o desenvolvimento das
atividades do forneiro, que percorre praticamente toda a fábrica para pegar o material de
queima, levando um tempo médio de 1 min e 15 seg apenas neste trajeto.

Nota-se que a perda de tempo se dá porque ao deslocar-se pela produção o operador


sempre se distrai com conversas paralelas, além do que, não há uma linearidade nos recursos
transformadores, ou seja, o material de queima fica distante dos fornos, que ficam longe da
matéria-prima, que por sua vez fica afastada do setor de embalagem e contagem.
23

2.1.7 Proposta de Arranjo Físico

Com base nas pesquisas desenvolvidas sobre o arranjo físico, suas principais
características e conceitos, acredita-se que para a fábrica de biscoitos alcançar seu potencial
será necessário e conveniente a utilização do Arranjo Físico por Processo, que será
determinado conforme a precisão dos recursos transformadores (máquinas e operadores) e
trará uma melhoria na ergonomia conforme toda NR 17.

“NR 17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que


permitam a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente.
17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento,
transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às
condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.
17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise
ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de
trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora..”

Para alcançar melhorias e uma melhor ergonomia, seguiremos os passos abaixo:

 Separação dos banheiros (NR 17.5 e 17.6);

“NR 17.5: Condições Ambientais de Trabalho; NR 17.6: Organização do


Trabalho.”

 Criação da cozinha (NR 17.5 e 17.6);


 Abertura de um vão para circulação de pessoal e ventilação;
 Aproximação do material de queima aos fornos (NR 17.2);

“NR 17.2: Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.”

 Adequação das bancadas (NR 17.3 e 17.4);

“NR 17.3: Mobiliário dos postos de Trabalho; NR 17.4: Equipamentos dos


postos de trabalho.”

 Demarcação dos locais para estacionar os carrinhos de apoio (NR 17.3 e 17.4);
 Colocação de um exaustor no local dos fornos (NR 17.5).
24

A Figura 09 apresenta uma ilustração de como seria o layout da fábrica, respeitando


as propostas listadas acima.

Material p/ WC
queima COZINHA
Área p/ Área p/
embalar contagem e WC FEM

Para Cima
colagem WC MASC

CÂMERA

Freezer Estoque

Matéria
Prima

Figura 09 – Ilustração das melhorias propostas do arranjo físico da FP Biscoitos


Fonte: Próprio Autor

Em vista disso, fazendo uma comparação entre as situações apresentadas nas Figuras
07 e 09, podem ser observadas grandes diferenças com relação ao arranjo físico. Com a
proposta de reestruturação e aplicação do arranjo físico por processo, por meio de algumas
modificações na estrutura da fábrica, (Figura 09), percebe-se uma melhoria na distribuição
das máquinas e demais materiais para produção.

A razão pela qual a utilização do arranjo físico por processo é conveniente na fábrica
em questão, justifica-se pelo fato de aproximar setores dependentes; agilizando o fluxo do
processo produtivo e a utilização das máquinas, beneficiando os operadores e a eficiência da
produção.

Com isso, pode-se afirmar que a fábrica ganhará mais espaço para estocagem do
produto acabado e movimentação do pessoal. Uma vez que definirá melhor seus espaços,
criando um local próprio para a cozinha, outro para os banheiros (masculino e feminino).
Assim como, através da abertura de um vão para a circulação do pessoal, o que garantirá uma
melhoria na circulação do ar. A colocação de um exaustor na parte do corredor dos fornos
25

também será importante pois reduzirá a quantidade de ar quente. Ao colocar uma divisória no
antigo estoque, será possível dividir a área e criar a cozinha e o banheiro feminino, conforme
a Portaria nº 326 – Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (SVS/MS) de 30
de julho de 1997 em seu item 5.3.14 - Vestiários e banheiros:

“Todos os estabelecimentos devem dispor de vestiários, banheiros e quartos de


limpeza adequados, convenientemente situados, garantindo a eliminação
higiênica das águas residuais. Esses locais devem estar bem iluminados e
ventilados, de acordo com a legislação, sem comunicação direta com o local
onde são manipulados os alimentos. Junto aos vasos sanitários e situados de tal
modo que o pessoal tenha que passar junto a eles antes de voltar para área de
manipulação, devem ser construídos lavabos com água fria ou fria e quente,
providos de elementos adequados (sabonete líquido, detergente, desinfetante,
entre outros) para lavagem das mãos em meios higiênicos convenientes para sua
secagem. Não será permitido o uso de toalhas de pano. No caso de se usar
toalhas de papel, deve haver um controle de qualidade higiênico-sanitária e
dispositivos de distribuição e lixeiras que não necessite de acionamento manual
para essas toalhas. Devem ser indicadas ao pessoal, a obrigatoriedade e a forma
correta de lavar as mãos após o uso do sanitário.”

2.1.8 Proposta de Movimentação de Pessoal

Após a proposta de reestruturação do arranjo físico da FP Biscoitos, também foi


possível determinar uma proposta para um novo mapofluxograma de movimentação do
pessoal e do produto dentro da fábrica, como pode ser visualizado na Figura 10.

Material p/ WC
queima COZINHA
Área p/ Área p/
embalar contagem e
WC FEM
Para Cima

colagem WC MASC

CÂMERA

Freezer
Estoque

Matéria
Prima

Figura 10 – Mapofluxograma da movimentação proposta


Fonte: Próprio Autor
26

Com a proposta de reestruturação do arranjo físico, do fluxo dos operadores e dos


produtos, pode-se afirmar que adequação dos recursos transformadores e transformados é
essencial para que a fábrica de biscoitos atinja seu potencial, uma vez que, as distâncias entre
estes serão reduzidas, gerando um melhor aproveitamento do tempo de serviço e do espaço
disponível no “chão de fábrica”, agregando valor a produção.

Além das melhorias apresentadas para um melhor Arranjo Físico e ergonomia dos
trabalhadores em relação as distâncias e trabalhos junto às máquinas, pode ser citado algumas
recomendações da OIT (Organização Internacional do Trabalho) relativo à matéria:

 Convenção nº 61, de 1947: inspeção do trabalho na saúde e no comércio.


 Convenção nº 119, de 1963, e Recomendação nº 114 de 1958: proteção dos
trabalhadores junto às máquinas.
 Convenção nº 120 e Recomendação nº 120, ambas de 1964: conservação, limpeza,
ventilação, iluminação, temperatura, produtos insalubres ou tóxicos, poluição
sonora, vibrações etc. em estabelecimentos públicos ou privados.
 Convenção nº 127, de 1967: peso máximo de carga para o transporte humano.
CAPÍTULO III
V 27

3. CONCLUSÃO

Apesar de todas as mudanças que o mercado industrial vem sofrendo com o decorrer
do tempo, sejam pelas inovações tecnológicas ou pela maior exigência dos consumidores,
muitas empresas ainda não atentaram a adequar sua estrutura e processo produtivo a essas
tendências, o que ocasiona muitas vezes em perdas, afetando a qualidade do produto
fabricado, e ocasionando um aumento nos custos de produção. O presente trabalho buscou
demonstrar esses fatos através de um estudo de caso realizado na fábrica de biscoitos, onde
foram analisados o arranjo físico, a movimentação dos operadores, a ergonomia, entre outros
fatores.

No desenvolvimento do trabalho procurou-se demonstrar o valor do arranjo físico


para o “chão de fábrica”, uma vez que este determina a localização do maquinário, do pessoal,
a movimentação do produto, bem como a forma e aparência de uma operação produtiva.
Assim como, apresentar algumas conseqüências, ou melhor, perdas, que são decorrentes da
má estruturação ou aplicação deste.

Com o estudo de caso realizado na FP Biscoitos, foi possível constatar as


fragilidades no seu processo produtivo, a começar pelo seu arranjo físico que não é bem
definido, ocasionando perdas por movimentação de pessoal, problemas ergonômicos, que
passam por percursos longos para formar o produto final e atividades que não agregam valor
ao produto.

O presente trabalho permitiu firmar a fundamental importância do profissional de


Engenharia de Produção e Engenharia de Segurança do Trabalho através da NR 17 na
garantia de um arranjo físico adequado ao processo produtivo de uma fábrica e a melhoria da
ergonomia, bem como no ajustamento dos recursos transformadores e transformados para que
a empresa atinja seu potencial, sem perdas, sem distâncias entre os setores, sem insatisfação
dos funcionários, entre outros fatores que garantem um melhor aproveitamento do tempo de
serviço, do espaço disponível e para agregar valor à produção.
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3.1 Limitações do Trabalho

Algumas limitações inerentes ao tipo de trabalho proposto ocorrem durante a sua


execução. Pode-se dizer que este trabalho está limitado à aplicação do Arranjo Físico por
Processo, nos quais sabidamente a implantação da produção focalizada no processo produtivo
trará maiores ganhos.

Uma das limitações desse trabalho foi o fato de ter sido possível aplicar o modelo
conceitual no estudo de caso apresentado somente até o ponto de simulação do layout
proposto. Esta limitação se deu em função de que o tempo para a implantação prática de
mudanças no layout da fábrica é muito superior ao prazo definido para a conclusão deste
trabalho.

Outras limitações foi o fato de apenas conseguir-se realizar o estudo baseado na


simulação para se analisar o comportamento da produção, não foi possível estudar alguns
parâmetros que influenciam o sistema produtivo real, como por exemplos a movimentação do
pessoal no chão de fábrica, o tempo de transporte e tempo de produção dos biscoitos, devido
às limitações inerentes à aplicabilidade das ferramentas de análise.

3.2 Sugestões para trabalhos futuros

A focalização da produção no processo é um tema bastante abrangente, contendo


muitos outros fatores que devem ser analisados e estudados de forma a se enriquecer os
aspectos abordados neste trabalho. Conseqüentemente, estes fatores levarão a uma conclusão
de que esta ferramenta é muito importante para a Engenharia de Produção e que ela seja
utilizada de forma mais intensa na indústria. Recomendar-se os seguintes pontos para estudos
futuros:
 Dimensionamento do espaço produtivo: está questão é muito importante dentro
do sistema de produção, o estudo mais detalhado dos espaços a serem ocupados
pelas máquinas e outros materiais;

 Operadores polivalentes: os operadores polivalentes proporcionam ganhos de


flexibilidade e de produtividade da mão-de-obra significativos nas empresas que
adotam esta forma de trabalho;
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 Padronização das operações: a criação de uma sintonia da demanda com o


sistema produtivo para se obter a padronização das operações;

 Criação de um Processo Produtivo: atualmente na empresa não existe um


processo produtivo definido, aonde os operadores devessem seguir. São inúmeras
as questões que podem ser verificadas, tais como: Qual sistema de controle de
produção que deve se usar?, Como se tratar o seqüenciamento de processo nos
recursos?, Qual quantidade diária produzir?, Qual produto produzir? etc.
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REFERÊNCIAS

CURY, Antônio. Organização e Métodos: Uma visão Holística. 7. ed. São Paulo: Atlas
2000.

SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; Johnston, Robert. Administração da produção. 1º.


Edição. São Paulo: Atlas, 2006.

MORAES, Giovanni Araújo. Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional. 2º edição. Rio de


Janeiro 2008.

SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; Johnston, Robert. Administração da produção. 1. Ed.


São Paulo: Atlas, 2006.

TUBINO, Dalvio Ferrari. Manual de planejamento e controle da produção. 2. ed. São


Paulo: Atlas, 2000.

VILLAR, Antônio de Melo; NÓBREGA JÚNIOR, Claudino Lins. Planejamento das


Instalações Industriais. João Pessoa: Manufatura, 2004.

Moraes, Giovanni Araújo. Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional. 2º edição. Rio de


Janeiro 2008.

Meio ambiente do trabalho / coordenadores Elida Séguin, Guilherme José Purvin de


Figueiredo; colaboradores, Alexandre de Gusmão Pedrini... [et al.]. – Rio de Janeiro; GZ Ed.,
2011.

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