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FACULDADE DE ENFERMAGEM SÃO VICENTE DE PAULA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM EMFERMAGEM

IGOR RODOLFO GOMES DE LIMA

A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-


HOSPITALAR: UMA REVISÃO INTEGRATIVA.

JOÃO PESSOA – PB

2021
IGOR RODOLFO GOMES DE LIMA

A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-


HOSPITALAR: UMA REVISÃO INTEGRATIVA.

Trabalho de conclusão de curso apresentado como


requisito para obtenção de título de bacharel em
enfermagem pela instituição de ensino superior
Faculdade de Enfermagem São Vicente de Paula
(FESVIP).

Orientadora: Ms.a Verônica Maria Florêncio de


Morais Silva.

JOÃO PESSOA – PB

2021
IGOR RODOLFO GOMES DE LIMA

A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ-


HOSPITALAR: UMA REVISÃO INTEGRATIVA.

APROVADO EM ____/____/2021

COMISSÃO EXAMINADORA

Verônica Maria Florêncio de Morais da Silva- FESVIP


Prof. Ms.
(Orientadora)

Jorge Luiz da Silva Cunha- FESVIP


Prof. Ms.
(1° membro)

Sandra Regina da S. Calado- FESVIP


Enf. Esp.
(2º membro)
DEDICATÓRIA

A minha família que sempre me incentivou


e ajudou a iniciar e concluir o bacharelado,
em especial a minha mãe Helena Maria
Gomes de Lima (in memorian), meu pai
Ítalo Alexandre de Lima, minha amada
esposa Viviane Campos Lima e meus dois
filhos Igor Matheus Picoreli Lima e Igor
Miguel Campos Lima.
AGRADECIMENTOS

Após quatro anos de estudo, finalmente posso visualizar com clareza um dos vários
passos que darei nessa jornada de conhecimento, dedicação, aprendizados e erros. Os
primeiros passos foram difíceis, árduos, mas que nunca pensei em parar a caminhada, ainda
mais que nessa jornada, pude encontrar pessoas maravilhosas que me fizeram passar por todo
o curso de uma maneira mais leve, aos meus queridos professores que se dispuseram a ser
muito mais do que alguém repassando conteúdos e se tornaram um exemplo a ser seguido,
meus sinceros agradecimentos por se tornarem educadores e por me ensinarem tanto nesses
anos.

Em especial direciono esse agradecimento a minha orientadora Verônica Maria


Florêncio de Morais da Silva, obrigado por toda paciência e conhecimento e ao professor
Jorge Luiz da Silva Cunha obrigado por todo ensinamento, guardo vocês como exemplos para
a vida.
RESUMO

LIMA, Igor Rodolfo Gomes de. A atuação do enfermeiro no atendimento pré-hospitalar:


uma revisão integrativa. Trabalho de conclusão de curso. Faculdade de Enfermagem São
Vicente de Paula. João Pessoa- PB. 2021.
O Atendimento pré-hospitalar é uma importante ferramenta da saúde no nosso país, sem ele
atendimentos de urgência e emergência teriam uma maior probabilidade de ocasionar um
desfecho desfavorável a pacientes que necessitassem de atendimento. A enfermagem atua de
forma imprescindível para que essa importante ferramenta possa realizar resgates e garantir
que pacientes tenham a melhor probabilidade de sobrevida. Por ser uma área relativamente
nova para a enfermagem, ainda existem muitas barreiras e aprendizados a serem
desenvolvidos. O objetivo é discutir acerca da enfermagem no APH e responder a seguinte
questão: Qual é a atuação do enfermeiro no atendimento pré-hospitalar? Trata-se de uma
revisão integrativa da literatura (SOUZA, M. et al., 2010), na qual as buscas foram feitas na
biblioteca virtual de saúde (BVS), nas seguintes bases: LILACS, BENDF, MEDLINE. Os
critérios de inclusão foram: o período de publicação entre os anos de 2011 a 2020, que
fizessem parte da temática escolhida, textos completos e disponíveis em português. Depois da
filtragem me restaram 129 arquivos, e após a leitura detalhada, 12 se encaixavam nos critérios
selecionados. Os dados obtidos retratam três categorias temáticas que foram: a valorização da
enfermagem no APH, estresse dos profissionais de enfermagem que atua no APH, gestão de
recursos e pessoal no APH. Concluímos que embora a enfermagem seja essencial para o
APH, ainda necessita ser melhor reconhecida e mais valorizada, já que comprovadamente a
atuação da enfermagem nesse campo traz benefícios para toda a população.

Descritores: atendimento pré-hospitalar, enfermagem; urgência e emergência; atendimento


móvel.
ABSTRACT
LIMA, Igor Rodolfo Gomes de. The role of nurses in pre-hospital care: an integrative
review. Graduation work. Nursing School São Vicente de Paula. João Pessoa-PB. 2021

Pre-hospital care is an important health tool in our country, without it, urgent and emergency
care would be more likely to cause an unfavorable outcome to patients who needed care.
Nursing acts in an essential way so that this important tool can perform rescues and ensure
that patients have the best chance of survival. As it is a relatively new area for nursing, there
are still many barriers and learning to be developed. The objective is to discuss about nursing
in PHC and answer the following question: What is the role of nurses in pre-hospital care?
This is an integrative literature review (SOUZA, M. et al., 2010), in which searches were
performed in the virtual health library (VHL), in the following databases: LILACS, BENDF,
MEDLINE. The inclusion criteria were: the period of publication between the years 2011 to
2020, which were part of the chosen theme, complete texts and available in Portuguese. After
filtering I had 129 files left, and after a detailed reading, 12 met the selected criteria. The data
obtained portray three thematic categories which were: the valuation of nursing in the APH,
the stress of nursing professionals working in the APH, resource and personnel management
in the APH. We conclude that although nursing is essential for PHC, it still needs to be better
recognized and valued, since the nursing work in this field has been proven to bring benefits
to the entire population.

Descriptors: pre-hospital care, nursing; urgency and emergency; mobile service.


LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

APH – Atendimento pré-hospitalar.


BVS – Biblioteca Virtual de Saúde.
COFEN – Conselho Federal de Enfermagem.
EPA – Enfermagem em Práticas Avançadas.
OMS – Organização Mundial de Saúde.
PIC – Prática Interprofissional.
RAS – Rede de Atenção à Saúde.
SAMU – Serviço de Atendimento Móvel a Urgência.
SAV – Suporte Avançado de Vida.
SBV – Suporte Básico de Vida.
SUS – Sistema Único de Saúde.
UPAs – Unidade de Pronto Atendimento.
LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Distribuição dos artigos da amostra por ano de publicação.


Quadro 2- Levantamento dos dados por quantidade de publicação e periódico.
Quadro 3 – Levantamento dos dados de acordo com a abordagem utilizada.
Quadro 4 – Levantamento dos dados de acordo com a abordagem utilizada.
Quadro 5 – Levantamento dos dados de acordo com o instrumento de coleta de dados.
Quadro 6- Descrições dos estudos incluídos na revisão integrativa.
Quadro 7 – Valorização da enfermagem no APH.
Quadro 8 – O estresse do profissional de enfermagem no APH.
Quadro 9 – A gestão de recursos no tocante a enfermagem do APH.
SÚMARIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................10
2. OBJETIVO GERAL..................................................................................................12
2.1 OBJETIVO ESPECIFICO......................................................................................12
3. REFERÊNCIAL TÉORICO.....................................................................................13
3.1 POLÍTICAS PÚBLICAS E A CRIAÇÃO DO ATENDIMENTO PRE-
HOSPITALAR NO BRASIL..................................................................................13
3.2 O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR NO BRASIL......................................14
3.3 EQUIPE MULTIDICIPLINAR NO APH..............................................................15
3.4 ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO PRÉ-
HOSPITALAR.......................................................................................................16
3.5 AÇÕES DE ENFERMAGEM..............................................................................17
3.6 DIFICULDADES ENCONTRADAS PELA ENFERMAGEM NO APH............18
3.7 ESTRESS E QUALIDADE DE VIDA DO PROFISSIONAL DE
ENFERMAGEM ATUANTE NO APH................................................................19
3.7.1 A QUALIDADE DE VIDA DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM DO
APH........................................................................................................................19
3.7.2 ESTRESSE E SÍNDROME DO BURNOUT................................................20
4. PROCESSO METODOLÓGICO.............................................................................21
4.1 TIPO DE ESTUDO................................................................................................21
4.2 PROCEDIMENTOS PARA SELEÇÃO DA AMOSTRA...................................21
4.3 EXTRAÇÕES DE DADOS DA AMOSTRA......................................................22
4.4 APRESENTAÇÃO DA REVISÃO INTEGRATIVA..........................................22
5. RESULTADOS E DISCURSSÃO..........................................................................22
5.1 CARACTERIZAÇÃO.........................................................................................22
5.2 CATEGORIZAÇÃO............................................................................................28
5.2.1 A VALORIZAÇÃO DA ENFERMAGEM NO APH..............................28
5.2.2 ESTRESSE DO PROFISSIONALS DE ENFERMAGEM QUE ATUA
NO APH....................................................................................................29
5.2.3 GESTÃO DE RECURSOS E PESSOAL NO APH..................................30
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................32
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ..................................................................34
10

1. INTRODUÇÃO

Atualmente um dos maiores problemas de saúde pública enfrentados no mundo são


os agravos de saúde que advém de acidentes, violências ou doenças crônicas agudizadas que
acontecem fora do âmbito hospitalar. No Brasil essa problemática também é uma realidade e
vem crescendo com o aumento da violência nas grandes cidades (ARAÚJO, et al. 2018).

O Brasil tem em sua Constituição, como um dos direitos principais garantidos a


população, a prestação de serviços de saúde que visem a prevenção, recuperação e promoção
da saúde. Esse direito é mantido através de políticas públicas de saúde, que tem como forma
de viabilização o Sistema Único de Saúde (SUS). O SUS tem o dever de garantir ao seu
usuário acesso aos serviços de saúde que englobam desde o âmbito pré-hospitalar até os níveis
de assistência de maior complexidade (CUNHA, et al. 2019).

O Ministério da Saúde tendo identificado a problemática apresentada com o aumento


das intercorrências fora do âmbito hospitalar, criou o Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (SAMU), na tentativa de suprir as necessidades apresentadas pela população no
atendimento pré-hospitalar (APH). (ARAÚJO, et al. 2018).

No Brasil, o atendimento no local de emergência surgiu com a aprovação de uma lei


criada pelo Senado da república em 1893, que pretendia estabelecer socorro médico de
urgência na via pública do Rio de Janeiro, que era a capital do país na época. No ano de 1899
o corpo de bombeiro do Rio designava a primeira ambulância movida por tração animal para
efetuar o atendimento as vítimas (ADÃO, SANTOS. 2012).

No Brasil, cada vez mais tem se apresentado a necessidade de desenvolver o serviço


do APH, sejam eles de iniciativas públicas ou privadas. Porém ainda se encontram no atual
cenário do APH, problemas caracterizados como a demanda de pessoal qualificado,
distribuição dos serviços de forma eficaz e ambulâncias devidamente equipadas
(LUCHTEMBERG, et al. 2014).

A especificidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) trouxe aos


serviços de saúde uma relevância social diferente das já existentes. Se considerarmos
unicamente as modificações que veem acontecendo no cenário atual das cidades brasileiras,
11

onde podemos encontrar um aumento significativo dos números crescentes de acidentes e


violência em geral (MAIA; et al., 2012).

O APH tem como prioridade o transporte de um indivíduo em estado de urgência ou


emergência até seu local de atendimento de referência, assegurando o suporte necessário para
evitar o agravamento do seu estado de saúde da forma mais eficaz, sendo assim torna-se
indispensável o atendimento por profissionais capacitados. Estudos apontam que, o APH
garante uma probabilidade maior de sobrevida (LUCHTEMBE, et al. 2014).
Em se tratando de maior probabilidade de sobrevida, e de um prognóstico com
finalização positiva, encontra-se no APH uma forma eficaz de levar atendimento de forma
rápida e satisfatória a população. Essas situações que muitas vezes envolvem a necessidade de
atendimento no local, contam como fatores importantes o tempo e o tipo de serviço oferecido
no decorrer do atendimento de urgência (MICHILIN, et al. 2016).
Os atendimentos realizados pelo SAMU são divididos em dois tipos de equipes, que
são elas a de suporte básico e a de suporte avançado. A primeira equipe é capacitada para o
suporte básico, que são equipes compostas por condutores e auxiliares ou técnicos de
enfermagem, esses profissionais estão aptos a realizarem medidas não invasivas. A segunda
equipe é composta por condutores, enfermeiros e médicos e realizam procedimentos de maior
complexidade como, o suporte ventilatório e o circulatório, que são procedimentos invasivos
(LUCHTEMBERG, et al. 2014).

Dentre os problemas apresentados o que demonstra maior necessidade de atenção é a


qualificação, capacitação e treinamento dos profissionais da área. As especificidades
necessárias para um APH de qualidade, onde os cuidados oferecidos durante o atendimento
gerem uma probabilidade maior de um desfecho positivo para os casos de urgência, é um
tema amplamente abordado (ADÃO, SANTOS., 2012).

É perceptível a relevância desta temática para a equipe de saúde, em especifico a


enfermagem, acarretando em uma necessidade constante de compreender como ocorre a
assistência do enfermeiro no atendimento pré-hospitalar, tendo em vista que são estes
profissionais que, geralmente, estão próximo ao paciente, sendo indispensável que estes sejam
capazes de reconhecer e agir em prol do paciente.
12

O presente estudo justifica-se para obtenção de melhores conhecimentos sobre a


atuação do enfermeiro no atendimento pré-hospitalar e pela contribuição a comunidade
cientifica.

Com tudo isso é gerada a seguinte pergunta norteadora: “Qual é a atuação do


enfermeiro no atendimento pré-hospitalar?”.

2. OBJETIVO GERAL

Analisar a atuação do enfermeiro no atendimento pré-hospitalar e identificar quais os


desafios encontrados nesse campo de atuação.
13

3. REFERÊNCIAL TÉORICO

3.1 POLÍTICAS PÚBLICAS E A CRIAÇÃO DO ATENDIMENTO PRE-


HOSPITALAR NO BRASIL.

No início da década de 1980 houve um movimento dentro da sociedade brasileira


que gerou um despertar para a qualidade dos serviços de saúde. Até então os serviços que
eram voltados para o campo da saúde eram marcados pelos custos elevados, baixa tecnologia,
além de terem uma escassez de recursos financeiros. Pressões vindas da sociedade, do
governo e das indústrias geraram mudanças dentro do setor da saúde (ADÃO, SANTOS;
2012).
O governo brasileiro direcionava sua atenção cada vez mais para os serviços e
atendimentos ofertados pela saúde, o Ministério da Saúde publicou em 2003 duas Portarias a
GM/MS nº 1863 que regulamentava e ampliava o atendimento voltado para casos de
urgência e emergência em todo o território nacional e a GM/MS nº 1864 que regulamentou o
atendimento pré-hospitalar móvel. Em 2011 as portarias foram revogadas e em seu lugar, o
Ministério da Saúde instituiu a Rede de Atenção a Saúde (RAS) em Urgências no SUS, que
visava integrar atenção básica, unidades de pronto atendimento (UPAs), emergências
hospitalares e atenção domiciliar (LUCHTEMBERG, et al., 2014).
No Brasil a RAS em Urgências funciona através de dois componentes assistenciais
que se articulam entre si, sendo elas a Central de Regulação Médica de Urgências e o Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). A Central de Atendimento recebe as chamadas
dos usuários, identificam quais as necessidades dos usuários e enviam os dados ao suporte
móvel de acordo com as características de cada chamada, podendo ser elas divididas em SBV
ou SAV, para que o atendimento seja prestado visando sempre a necessidade do usuário, as
ambulâncias devem estar em constante articulação com todas as portas de entrada dos
serviços do SUS (MICHILIN; et al., 2016).
Embora tenha ocorrido apenas em 2003 a regulamentação nacional do APH o serviço
de atendimento móvel já vigorava desde 1990, através do surgimento do Suporte Avançado a
14

Vida (SAV), a atuação do enfermeiro em ambulâncias já se tornava imprescindível devido a


necessidade de manobras invasivas de maior complexidade, que só podem ser realizadas por
médicos e enfermeiros (ADÃO; SANTOS., 2012).

3.2 O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR NO BRASIL.

O APH no Brasil se divide em dois tipos de serviços, a Central, onde profissionais


qualificados, recebem as ligações feitas pela população através do 192 e através de uma
avaliação criteriosa redirecionam o atendimento móvel mais adequado e o atendimento móvel
em si (ADÃO, SANTOS; 2012). O serviço móvel em si ainda se divide em Suporte Básico a
Vida (SBV) e Suporte Avançado a Vida (SAV), que pode ser realizado através ambulâncias,
motolâncias e atendimento de resgate aéreo. (BRASIL; 2016)
O Brasil adotou o modelo francês de APH, sendo ele um serviço público que
interage diretamente com serviços de média e grande complexidade para encaminhar os
atendimentos efetuados. A Central possui profissionais de áreas distintas como médicos,
técnicos auxiliares de regulação médica, enfermeiros e telefonistas. O SAMU cobre todas as
cidades brasileiras que tenham mais de 100 mil habitantes e opera com uma equipe
multiprofissional especializada da área da saúde (enfermeiros, técnicos de enfermagem e
médicos) e outros profissionais como condutores de veículos, telefonistas e rádio-operador
(CASAGRANDE; et al. 2013).
O APH tem como principal função o atendimento a pacientes vítimas de traumas ou
emergências clínicas, que necessitem de cuidados básicos ou avançados, nos ambientes mais
diversos, com ou sem restrições de espaço e em situações de limite de vida do paciente. As
situações apresentadas evidenciam a necessidade de tomadas de decisões imediatas com foco
na manutenção da vida do paciente, mas devem seguir os protocolos estabelecidos pelo
Ministério da Saúde (ADÃO, SANTOS. 2012).
Os atendimentos são realizados 24 horas por dia, sete dias da semana, não havendo
interrupção do serviço. As equipem são compostas por profissionais de saúde como
enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem e socorristas. Suas ações devem ser sempre
coordenadas e sincronizadas para atendimentos das mais diversas naturezas, podendo ser elas
de natureza cirúrgica, traumática, mental, obstétrica, entre outras (MAIA; et al. 2012).
15

As equipes devem realizar os mais diversos procedimentos, incluindo procedimentos


invasivos e de maior complexidade, em ambientes altamente dinâmicos e algumas vezes em
locais de risco, sendo necessária uma comunicação efetiva, cooperação e coordenação
dinâmica para garantir um cuidado efetivo e de qualidade ao paciente vitimizado (BATISTA;
PEDUZZI. 2019).

3.3 EQUIPE MULTIDICIPLINAR NO APH.

A prática da enfermagem no APH é relativamente nova para os padrões da


enfermagem, sendo assim, no APH assim como em outros setores da saúde, o cuidado
configura-se com a interação de equipes multidisciplinar, focando de forma específica nas
necessidades do paciente, sempre pautados por embasamento científico para gera o melhor
prognóstico para o paciente. Essa interação precisa ser pautada em uma comunicação aberta e
respeitosa entre as diferentes formas do cuidar (ADÃO, SANTOS; 2012).
Durante o processo de atendimento realizado nos APH, muitas vezes os profissionais
de saúde precisam lidar diretamente com a família e/ou comunidade, sendo realizadas ações
técnicas e intervenções no local e tendo que considerar as próprias opiniões e as vezes a
interferência de terceiros. Por isso as relações entre os profissionais precisam estar sempre
baseadas em respeito e o atendimento precisa ser feito em sintonia, uma equipe
multidisciplinar bem articulada gera atendimentos mais eficientes e com melhor prognóstico
(KOLHS; et al., 2017).
No Brasil o APH móvel se divide em duas modalidades, sendo uma delas o Suporte
Avançado a Vida (SAV), que possui em sua equipe o condutor(a), o enfermeiro(a) e o
médico(a), sendo eles responsáveis pelos atendimentos de maior complexidade, onde haja a
necessidade de medidas mais invasivas para a manutenção da vida e o reestabelecimento da
saúde do paciente (ADÃO, SANTOS; 2012).
Todos os profissionais envolvidos no atendimento devem seguir as condutas
estabelecidas pelo Ministério da Saúde no Protocolo de Suporte Avançado de Vida, que foi
criado através da colaboração de profissionais de APH de medicina e de enfermagem e
supervisionado por seus respectivos conselhos (BRASIL; 2016).
O enfermeiro juntamente com o médico socorrista é responsável pelo pré-
atendimento no local, devendo agir em conjunto para procedimentos que envolvam desde a
16

reanimação até a estabilização do quadro clinico tornando-o passível de transporte com


segurança. Justifica-se a presença da enfermagem no APH móvel devido a necessidade de
utilização de técnicas complexas e manobras invasivas, além de avaliação das necessidades
do paciente e definição de prioridades nas intervenções (ADÃO, SANTOS; 2012).
São considerados elementos essenciais para uma prática interprofissional (PIC)
eficiente em equipes de atendimento de APH respeito, profissionalismo, diversidade de
habilidades, calma, paciência, flexibilidade, comunicação efetiva e clara, e principalmente
respeito pela atuação e profissão do outro (BATISTA; PEDUZZI. 2019).

3.4 ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR.

Atualmente o APH é constituído de equipes multiprofissionais que envolvem


médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores socorristas, todos os
profissionais são devidamente capacitados para atuar nesse campo. Além disso, parar
trabalhar nesse campo devem ter um autocontrole emocional e disposição para atuar sobre
pressão, sendo inclusive características enfatizadas pelo Ministério da Saúde na criação da
RAS em Urgência (ARAÚJO; et al. 2018).
No contexto que envolve todo o trabalho no APH existe a necessidade de esforço e
competência para que a ocorrência tenha um socorro exitoso, mas para além disso também é
de extrema importância que a equipe trabalhe em harmonia, que todo o processo de trabalho
seja executado de forma integrada e que esteja disponível materiais e equipamentos
adequados e de qualidade, tudo isso com o intuito de garantir o melhor dos desfechos
possíveis para a vítima (MAIA; et al. 2012).
Nesse campo de trabalho a enfermagem não atua unicamente na assistência do APH,
podendo ser desenvolvidas outras atividades, como por exemplo instrutor educacional,
elaboração de materiais didáticos para equipes, treinamentos de equipes e participa da criação
e implementação de protocolos. Além disso espera-se que a enfermagem nesse campo, esteja
continuamente passando por cursos de capacitação técnica e pedagógico (ADÃO; SANTOS.
2012).
Devido ao tipo de trabalho desenvolvido neste campo pela enfermagem, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) tem criado estratégias de níveis globais no intuito de
promover a ampliação de acesso e cobertura de atendimentos em saúde pela enfermagem. A
Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) e Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
também participam dessa campanha, que visa desenvolver a Enfermagem em Práticas
17

Avançadas (EPA), como forma de garantir um atendimento de qualidade e com máxima


eficácia no APH (MALVESTIO; et al. 2019).
A enfermagem participa de forma ativa da equipe de APH, sua eficiência é
comprovada através das responsabilidades que lhe cabem dentro do serviço, que vão muito
além dá assistência prestada as vítimas. A enfermagem cabe a avaliação das necessidades da
vítima já tentando prever possíveis desfechos, define prioridades, estabiliza e reavalia a cada
minuto e se necessário faz intervenções avançadas. Durante todo o transporte até o local de
tratamento definitivo, a enfermagem está sempre focada nas necessidades apresentadas pela
vítima (ADÃO, SANTOS; 2012).

3.5 AÇÕES DE ENFERMAGEM

Na assistência na área do APH enfermeiros e médicos compartilham a


responsabilidade pela vida e pela saúde do paciente. Por muitas vezes esses pacientes por
estarem em condições críticas, são tomadas medidas no SAV que necessitam da atuação de
ações integradas da equipe para o alcance de uma melhor assistência. O trabalho em equipe
em situações críticas no SAV já foi incluído em estudos por serem capaz de trazer resultados
e prognósticos mais positivos para o paciente e uma melhor taxa de sobrevida (BATISTA;
PEDUZZI. 2019).
Nas ações apresentadas como especificas da enfermagem no SAV foram incluídas as
atividades de gerenciamento e administração de recursos, higiene, medicações e inserção de
catete venoso. As atividades reportadas como compartilhadas com médicos foram: contenção
física ou química de pacientes com transtornos mentais moderados a severos, monitorização
do paciente, oxigenoterapia, controle de glicemia, avaliação dos sinais vitais e avaliação do
estado neurológico. Um estudo realizado com pacientes críticos do SAV demonstrou que
quando a equipe age de forma coordenada e conjunta tem menos ocorrências aumento de
gravidade da condição do paciente (BATISTA; PEDUZZI. 2019).
O gerenciamento de qualidade realizado pela enfermagem no SAV é visto como uma
forma de manter um padrão de qualidade, trazendo para o paciente um ambiente organizado,
com recursos e materiais de qualidade. O ato de gerenciar e administrar, permite o
desenvolvimento de responsabilidade aos trabalhadores, potencializando a assistência
ofertada aos pacientes (ADÃO, SANTOS. 2012).
Outra atividade desenvolvida pelo enfermeiro do APH está ligada a educação
continuada e direcionada a esses profissionais. As demandas educativas podem acontecer
18

diretamente no processo de trabalho ou na realização de estudos que desenvolvam artigos


para colaboração e desenvolvimento cientifico do campo de atuação (ADÃO, SANTOS.
2012).
Atualmente o Ministério da Saúde incluiu em seu Protocolo de SAV do SAMU o
pedido de sugestões ou críticas para que os profissionais atuantes possam participar da criação
do protocolo, sendo descrito da seguinte forma “Os profissionais do SAMU 192 e do
atendimento pré-hospitalar poderão colaborar com o desenvolvimento deste material
enviando suas críticas e sugestões para o email:protocolos.samu@saude.gov.br
“As contribuições serão avaliadas em reuniões técnicas. Esse é o compromisso que
assumimos com o desenvolvimento desse material, para que ele se torne representativo da
experiência brasileira em APH referência para seus profissionais, além de um elo entre a
intervenção, a educação permanente e a gestão dos serviços. Aguardamos sua colaboração.”
(BRASIL; 2016)

3.6 DIFICULDADES ENCONTRADAS PELA ENFERMAGEM NO APH.

Ao se tentar identificar problemas relacionados as profissões, sem dúvidas no setor


da saúde a primeira referência que irá aparecer será sempre relacionada ao estresse no
ambiente de trabalho. Atualmente essa afirmação pode ser comprovada através dos inúmeros
estudos científicos que vem sendo realizados. Enquanto parte dessas pesquisas busca
identificar os fatores de estresse, muitas delas vem tem se voltado em métodos para o
profissional lidar com o estresse (MAIA; et al., 2012).
Atualmente estudos revelaram que no ranking das profissões de maiores níveis de
estresse, o setor da saúde está em terceiro lugar, perdendo apenas para controladores de voos
e trabalhadores que atuam no setor de segurança urbana (policiais e seguranças privados). A
sobrecarga e os níveis elevados de estresse no ambiente de trabalho não é algo novo para os
profissionais da área da saúde, que ainda tem que lidar com a falta de material e equipamentos
de qualidade e espaços de trabalho irregulares (ARAÚJO; et al., 2018).
Quando se trata dos profissionais de saúde que trabalham em APH, essa
problemática se mostra ainda mais visível. Embora todos os profissionais que trabalhem em
APH recebam capacitações técnicas e que existam protocolos específicos que são seguidos a
risca no dia-a-dia desses profissionais, a prática os obriga a enfrentarem situações de estresse
emocional elevado. No APH os profissionais devem lidar com o estresse advindo do trauma
que a vítima sofreu e que precisam socorrer de forma imediata, além de muitas vezes terem
19

que lidar ao mesmo tempo com os familiares dessa vítima em situações de desespero
emocional (FIGUEIROA; et al., 2019).
Os profissionais que atuam no campo do APH são os profissionais da saúde mais
submetidos a cargas emocionais elevadas, vivem sobre uma extrema pressão no ambiente de
trabalho, que muitas vezes afetam o seu equilíbrio emocional, psicológico e físico. Sua
qualidade de vida é sempre afetada devido as experiências que vivem no seu dia-a-dia. Muitos
deles acabam desencadeando a síndrome de Burnout devido ao estresse que vivem em seu
ambiente de trabalho (ARAÚJO; et al., 2018).

3.7 ESTRESS E QUALIDADE DE VIDA DO PROFISSIONAL DE


ENFERMAGEM ATUANTE NO APH.

Trabalhar pode ser uma fonte de prazer e também uma fonte de sofrimento, sendo
situações não excludentes. Trabalhar é uma forma de transformar as condições de vida de
uma ser humano, trazendo uma melhora em todos os quesitos sociais. Os setores que
englobam a emergência e urgências da saúde são caracterizados pela superlotação, ritmo
acelerado e sobrecarga de trabalho. Os profissionais que trabalham nessa área são os mais
expostos a sobrecarga e dinâmicas de trabalho difíceis, sendo os profissionais do APH alguns
deles (KOLHS; et al., 2017).

3.7.1 A QUALIDADE DE VIDA DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM DO


APH.

O conceito de qualidade de vida é amplo e abrange a percepção individual, assim


como o contexto cultural e os valores de cada um. Para se estabelecer uma ideia do que
significa qualidade de vida pra um indivíduo precisa-se ter conhecimento de suas metas,
expectativas de vida, seus padrões e suas preocupações. Junta-se a isso sua saúde física e
mental, e os aspectos intelectuais, sociais e econômicos (ARAÚJO, et al., 2018).
Os profissionais de enfermagem por necessidade, devido ao salário relativamente
baixo, na maioria das vezes possuem jornada de trabalho dupla, menosprezando a própria
saúde. Por serem horários duplicados, muitas vezes acarretam na perda da qualidade de vida,
pois a quantidade de horas trabalhadas altera o tempo que deveria ser dedicado a atividades de
lazer, descanso e auto cuidado (MAIA; et al., 2012).
20

No exercício da prática de enfermagem voltada ao APH é de máxima importância o


raciocínio clínico coeso e rápido, a capacidade física e mental para lidar com o estresse
causado pelo atendimento em circunstâncias diversas, a cooperação, trabalho em equipe e a
capacidade de realizar intervenções rapidamente (ADÃO; SANTOS; 2012).
Profissionais que atuam nesse campo costumam viver sobre intensa pressão e são
submetidos a uma carga emocional que pode vir a afetar sua qualidade de vida e seu
equilíbrio biopsicologico (ARAÚJO; et al., 2018).
De acordo com a classe de trabalhadores do SAMU, gestores que atuam no APH
devem identificar o comprometimento da qualidade de vida do profissional de enfermagem, e
implementar estratégias visando preservar o bem-estar do profissional, tendo em vista que,
um profissional com a qualidade de vida prejudicada, é um profissional passível de
desenvolver estresse mais acentuado, ou até Síndrome de Burnout (ARAÚJO; et al., 2018).

3.7.2 ESTRESSE E SÍNDROME DO BURNOUT.

Existem atualmente diferentes estudos que apontam uma associação do trabalho de


enfermagem com altos índices de estresse. Dentre os problemas apontados estão interferência
na vida pessoal, problemas de comunicação com a equipe, carga de trabalho, carência do
respaldo do profissional, entre outros. Dentre os citados a alta carga de trabalho foi o mais
evidenciado como fator de estresse (MAIA; et al. 2012).
O conceito de estresse é relacionado a um fenômeno de ativação temporária em
resposta a um estimulo de origem interna ou externa, que pode ser desencadeado por
situações especificas, ou por indivíduos, sendo ou não diretamente relacionadas com o
trabalho. No caso da enfermagem que atua no APH a diversos fatores que podem desencadear
o estresse no profissional, desde altas cargas de trabalho, até atendimento em locais de risco,
segurança do profissional durante o atendimento de emergência, agravamento do quadro
clínico do paciente, entre outros (NOBRE; et al. 2019).
O autocontrole e o equilíbrio emocional são indispensáveis para as situações a que
são submetidos os profissionais de enfermagem que trabalham no APH. Infelizmente grande
parte dos atendimentos ao qual são responsáveis são em locais perigosos, com pouca
iluminação ou espaço, gerando no profissional um sentimento de incerteza ou até de ameaça.
Isso torna grande parte dos atendimentos realizados por eles causa de estresse constante
(MAIA; et al. 2012).
21

Existem várias formas de conceituar a Síndrome de Burnout, mas todas elas a


classificam como um nível de exaustão emocional, mental e físico, sendo caracterizado por
influenciar de forma multidimensional indivíduo. A sintomatologia apresenta-se no quesito
emocional como: uma falta de energia e entusiasmo, sentimento de frustração constante, no
quesito mental: o indivíduo desenvolve insensibilidade emocional, gerando a desumanização
do paciente e dos colegas de trabalho, no quesito físico: cansaço constante, irritabilidade,
dores de cabeça, entre outros. A Síndrome de Burnout é causada por estresse emocional
elevado e constante no ambiente de trabalho (NOBRE; et al. 2019).

4. PROCESSO METODOLÓGICO

4.1 TIPO DE ESTUDO

O estudo trata-se de uma revisão integrativa. É um resumo de dados coletados de


artigos já publicados, tendo como objetivo coletar dados de importância sobre o determinado
tema que trará grande significado e importância para a enfermagem, de modo sistemático,
ordenado e abrangente (SOUZA, et al., 2010).
Como sentenciado na literatura, a revisão integrativa é estruturada em seis etapas
mostrada por Souza, Silva e Carvalho (2010).
1ª fase- elaboração da pergunta norteadora: determinam quais foram os estudos
incluídos, os meios adotados para a identificação e as informações coletadas de cada estudo
selecionado.
2ª fase- busca ou amostragem na literatura: busca do material realizada em bases de
dados, que foi de caráter amplo e bem diversificado, onde foi capturado o assunto principal do
artigo.
3ª fase- coleta de dados: os artigos selecionados na fase anterior foram inspecionados
para que a partir daquela leitura eu pudesse selecionar o sumo da minha pesquisa.
4ª fase- análise crítica dos estudos incluídos: nessa fase houve uma filtragem dos
artigos lidos anteriormente, onde foi aplicado o filtro de inclusão e exclusão.
5ª Fase- discussão dos resultados: onde pude ver e comparar os pensamentos dos
autores para que chegar a uma média.
6ª fase- apresentação da revisão integrativa: apresentação da revisão para o público
alvo.
22

4.2 PROCEDIMENTOS PARA SELEÇÃO DA AMOSTRA

A primeira etapa desta revisão mostrou-se como pergunta: “Qual é a atuação do


enfermeiro no atendimento pré-hospitalar?”.
Para realizar a busca dos artigos que correspondessem com o meu questionamento,
foi utilizado a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), e os bancos de dados; base de dados de
enfermagem (BENDF); Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
(LILACS) e Medical Literature and Retrivial System on Line (MEDLINE). Fazendo uso dos
seguintes descritores: enfermagem AND atendimento pré-hospitalar.
Para que a pesquise possa ter continuidade, faz-se necessário utilizar os critérios de
inclusão, sendo eles: artigos em português e espanhol, disponíveis, que façam parte dos anos
2010 a 2020 e que tenham relação com a temática. Já os critérios de exclusão serão: artigos
duplicados, em outros idiomas, incompletos, inferior ao ano de 2010 e que não tivessem
relação com a temática.
Os artigos assim selecionados e incluídos na pesquisa foram avaliados por meio da
categorização e caracterização dos estudos. Isso me permitiu a construção de um quadro,
montado pela pesquisadora com auxílio de um instrumento de coleta de dados, auxiliados das
seguintes informações: autor, título, ano, origem, método e objetivo. Após isso, foram
analisados e apresentados os resultados, incluindo também a discursão sobre os mesmos.

4.3 EXTRAÇÕES DE DADOS DA AMOSTRA

Foi utilizado um instrumento especifico elaborado pelo próprio pesquisador para a


coleta de dados incluídos nessa amostra: número, ano, título, autor, periódico e objetivo.

4.4 APRESENTAÇÃO DA REVISÃO INTEGRATIVA

A apresentação dos resultados e discussão dos dados obtidos foi realizado de forma
descritiva, possibilitando ao leitor a avaliação da aplicabilidade da revisão elaborada.

5. RESULTADOS E DISCURSSÃO

5.1 CARACTERIZAÇÃO
23

Para a elaboração da tabela foram localizados 129 artigos, sendo que, por meio dos
critérios de inclusão restaram 43 artigos, e após a leitura de cada um deles, restou apenas 12
artigos para preencher a minha tabela.
As publicações que formaram a amostra estão distribuídas no quadro I, de acordo
com o ano de publicação. Partindo do ano de publicação será observado que o ano de 2019
ficou bem abastecido com 5 artigos encontrados. Já no ano de 2012 apresentou 2 artigos e 1
artigo para os anos de 2013, 2014, 2016, 2017 e 2018.

QUADRO 1- Distribuição dos artigos da amostra por ano de publicação.


ANO DE 2012 2013 2014 2016 2017 2018 2019
PUBLICAÇÃO
N° DE ARTIGOS 2 1 1 1 1 1 5
Fonte: dados empíricos da pesquisa, 2021. João Pessoa, Paraíba, Brasil.

Os artigos incluídos, conforme seu local de publicação onde se destacam os 12 nas


diversas revistas publicadas. Sendo destas 8 revistas brasileiras e 1 proveniente da Costa Rica.

QUADRO 2- Levantamento dos dados por quantidade de publicação e periódico.


PERIODICO N° DE PUBLICAÇÕES
Revista Fund Care Online 2
Revista de Enf. do Nordeste (RENE) 1
Revista Brasileira de Enferm. (REBEn) 3
Revista Enfermería Actual da Costa Rica 1
Revista Min. Enferm (REME) 1
Revista Brasileira de Medicina do Trabalho 1
Revista Enfermagem em Foco 1
Revista Scientia Medica (Porto Alegre) 1
Revista Cogitare Enfermagem 1
Fonte: dados empíricos da pesquisa, 2021. João Pessoa, Paraíba, Brasil.

No quadro 3 as publicações foram divididas pela abordagem da pesquisa


utilizada para a criação do estudo.
24

QUADRO 3 – Levantamento dos dados de acordo com a abordagem utilizada.


TIPO DE ABORDAGEM QUANTIDADE
Qualitativo 3
Quantitativo 2
Descritivo 2
Qualitativo/Descritivo 2
Quantitativo/Descritivo 3
Fonte: dados empíricos da pesquisa, 2021. João Pessoa, Paraíba, Brasil.
No quadro 4 os artigos foram apresentados pelo tipo de estudo realizado.

QUADRO 4 – Levantamento dos dados de acordo com a abordagem utilizada.


TIPO DE ESTUDO QUANTIDADE
Bibliográfico 2
Campo 5
Documental 5
Fonte: dados empíricos da pesquisa, 2021. João Pessoa, Paraíba, Brasil.

No quadro 5 serão apresentados os como foi feia a coleta de dados de cada um


dos estudos que foram analisados nesse trabalho.

QUADRO 5 – Levantamento dos dados de acordo com a coleta de dados utilizada.


INSTRUMENTO DE COLETADE QUANTIDADE
DADOS UTILIZADO
Aplicação de formulários 2
Entrevistas semiestruturadas 2
Estudos obtidos em bases de dados 3
Relatórios de serviços 3
Questionários 2
Fonte: dados empíricos da pesquisa, 2021. João Pessoa, Paraíba, Brasil.

No quadro 6 a seguir serão apresentados os pontos de destaque dos artigos da


amostra, para uma visualização mais ampla dos resultados que foram obtidos, e isso
25

será possível por meio de um sucinto resumo da amostra que irá conter número, ano,
título, autor, periódico, e objetivo para facilitar a análise e melhor categorizar esse
estudo.

QUADRO 6- Descrições dos estudos incluídos na revisão integrativa.


N° TITULO ANO AUTOR PERIODICO OBJETIVO
1 A enfermagem na urgência 2017 KOLHS; et al. Rev Fund Care Verificar quais os fatores que
e emergência: entre o Online trazem prazer e sofrimento
prazer e o sofrimento aos profissionais de
enfermagem no trabalho.
2 Análise de chamadas do 2014 LUCHTEMBERG; Revista de Enf. do Objetivou-se caracterizar as
Serviço de Atendimento et al. Nordeste (RENE) chamadas do SAMU que
Móvel de Urgência de não geraram atendimento
uma capital brasileira.
3 Análise dos atendimentos 2016 MICHILIN; et al Revista Brasileira Analise de chamadas de
obstétricos realizados pelo de Enferm. população obstétrica ao
Serviço de Atendimento (REBEn) SAMU de Botucatu – SP.
Móvel de Urgência
4 Atención a pacientes en 2019 CUNHA; et al. Revista Compreender como ocorre o
situación de urgencia: del Enfermería Actual atendimento do pré-
servicio prehospitalario da Costa Rica hospitalar até o serviço de
móvil al servicio emergência hospitalar.
Hospitaláriode emergência.
5 Atuação do enfermeiro no 2012 ADÃO; SANTOS. Revista Min. O objetivo com este estudo
atendimento pré-hospitalar Enferm (REME) foi descrever as ações do
móvel enfermeiro em unidade
básica e avançada de saúde
no APH móvel.
6 Avaliação da qualidade de 2018 ARAUJO; et al. Revista Brasileira Avaliar a qualidade de vida
vida dos profissionais de Medicina do da equipe de Enfermagem do
de enfermagem do Trabalho atendimento pré-hospitalar.
atendimento pré-hospitalar
7 Avaliação do Burnout em 2019 NOBRE; et al Revista Brasileira Avaliar o nível de Burnout
enfermeiros de um serviço de Enferm. dos enfermeiros de um
de urgência geral (REBEn) serviço de urgência geral
8 Avaliação do nível de 2012 MAIA; et al. Revista Fund Care Avaliar a ocorrência de
estresse de equipe de Online estresse em enfermeiros,
enfermagem de serviço de socorristas e técnicos de
atendimento móvel de enfermagem que
26

urgência trabalhavam no SAMU.


9 Enfermagem em práticas 2019 MALVESTIO; et al. Enfermagem em Analisar o cenário de
avançadas no Foco. implementação da
Atendimento pré- Enfermagem de Praticas
hospitalar: oportunidade Avançadas no atendimento
de ampliação do acesso no pré-hospitalar como
Brasil ferramenta de acesso ao
cuidado no Brasil.
10 Perfil dos atendimentos 2013 CASAGRANDE; et Revista Scientia Descrever o perfil dos
realizados por uma al. Medica (Porto atendimentos realizados por
Unidade de Suporte Alegre) uma Unidade de Suporte
Avançado do Serviço de Avançado do Serviço de
Atendimento Móvel de Atendimento Móvel de
Urgência (SAMU) do Rio Urgência do Rio Grande do
Grande do Sul Sul,
11 Prática interprofissional no 2019 BATISTA; Revista Brasileira Mapear e categorizar, as
Serviço de Emergência: PEDUZZI de Enferm. intervenções de
atribuições específicas e (REBEn) Enfermagem, as atribuições
compartilhadas dos específicas dos enfermeiros e
enfermeiros identificar as compartilhadas.
12 Síndrome de Burnout entre 2019 FIGUEROA; et al Revista Cogitare Identificar o risco para o
profissionais de um Enfermagem desenvolvimento da
Serviço de atendimento Síndrome de Burnout em
móvel de urgência do profissionais do
Paraná Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência
(SAMU).
Fonte: dados empíricos da pesquisa, 2021. João Pessoa, Paraíba, Brasil.
O estudo 1 foi uma categorização dos sentimentos relacionadas ao trabalho da
equipe de enfermagem que atua na urgência e emergência (incluindo no APH), onde houve
relatos de prazer e sofrimento dos profissionais. O estudo aponta que na maioria dos casos,
embora realizem o trabalho por gostar e sentir prazer, os profissionais se sentem
desvalorizados pela própria equipe e a carga de trabalho exaustiva. Muitos relatos incluem
níveis de estresse alto, impotência, momentos de sofrimento com choro ao sair do trabalho e
sensação de que por ter muito trabalho não consegue trabalhar da forma correta.
O estudo 2 apresentou o número de ocorrência que não gerou atendimento, sendo
em grande parte geradas por trotes ou quando a vítima é levada por terceiros para o
atendimento hospitalar. Esse estudo aponta uma das grandes problemáticas envolvendo o
27

APH brasileiro, a maior delas sendo trotes, essas brincadeiras geram um desperdício de
recurso que são de extrema importância para vitimas que estão em verdadeiras situações de
vida ou morte. O segundo maior problema é justamente a remoção de vítimas do local sem
que haja o manejo correto, podendo acarretar em piora do quadro. O estudo também informa
que muitas dessas vítimas chegam ao hospital sem que o mesmo tenha sido informado e sem
nenhuma ideia do quadro clínico apresentado, levando a uma demora de atendimento e
desperdício de recursos e pessoal. O estudo ainda sinaliza que esses atendimentos não
realizados, são capazes de gerar na equipe de enfermagem do APH um nível de estresse igual
ou maior que o atendimento.
O estudo 3 apresenta os atendimentos em APH voltados a gestantes e puérperas,
onde seguindo as RAS deveria ser voltado apenas a casos de urgências e a gestantes
consideradas de risco. O estudo, no entanto, encontrou uma outra realidade, muitos dos casos
não eram de urgência ou emergência, não havia perigo de vida a gestante nem ao feto, grande
parte das queixas deveriam ter sido encaminhadas a Atenção Básica, entretanto foram
encaminhadas ao hospital de referência gerando um atendimento desnecessário. As equipes
de enfermagem e médica evidenciaram que essas situações demandam um nível de estresse a
equipe, já que sentem que ao atender um caso que não é urgência ou emergência obstétrica,
deixam de atender casos que realmente são.
O estudo 4 apresenta a relação entre os atendimentos que são feitos pelos bombeiros
e pelo SAMU, enfatizando que a coordenação entre as duas equipes de APH é essencial para
que os atendimentos sejam feitos da maneira correta. O APH feito pelos bombeiros são os
SBV já os realizados pelo SAMU são o SAV, sendo que alguns atendimentos ocorrem de
forma conjunta, devido a necessidade da vítima de acidentes automobilísticos. O estudo ainda
enfatiza que o modelo de atendimento seguido é parecido com o da Espanha e que um
corrobora os dados do outro. Uma das temáticas apresentadas pelo estudo também apresentam
a necessidade de aumento de profissionais pois a demanda é muito maior do que a quantidade
disponível, causando altas cargas de trabalhos e estresse pras duas equipes.
No estudo 5 foi abordado a necessidade do enfermeiro no APH, suas contribuições e
sua atuação. O estudo apresenta uma compilação de artigos científicos que trazem a equipe de
enfermagem como sendo essencial para os atendimentos, para o gerenciamento, para
formulação e elaboração de protocolos de atendimento e a necessidade da participação da
enfermagem na capacitação e educação voltada ao APH. O estudo aponta a necessidade de
investimento nessa área de atuação da enfermagem e a melhoria de recursos voltados pra
educação e capacitação da enfermagem no APH.
28

No estudo 6 é um estudo voltado para identificar a qualidade de vida dos


profissionais e enfermagem que trabalham no APH e as correlações entre estresse e trabalho
da enfermagem. O estudo apresenta de forma significativa a carga horaria como maior fator
de estresse entre os profissionais de enfermagem, tornando a qualidade de vida entre os
mesmos uma das mais afetadas. Entre outras interferências na qualidade de vida são citadas,
baixa remuneração, sono e repouso insuficiente, esgotamento físico e mental, lazer e
vivências sociais afetadas, entre outras. O nível alto do estresse foi salientado pelo estudo.
O estudo 7 apresenta uma pesquisa que visa identificar a prevalência da Síndrome de
Burnout em enfermeiros que trabalhem em atendimentos de urgência. Para identificar e
avaliar de forma correta o estudo contou com um instrumento de pesquisa chamado
Copenhagen Burnout Inventory (CBI) criado em 2005 e usado em 34 países. As conclusões
demonstram um índice elevado de Burnout em enfermeiros, com ênfase nos mais novos, e a
correlação entre Burnout e a carga de trabalho elevada.
O estudo 8 foi uma pesquisa realizada para identificar o nível e quais os principais
fatores de estresse do enfermeiro que atua no APH. O estudo cita carga horaria elevada,
condições de trabalho, salário incompatível, desgaste emocional e físico, a carência de
equipamentos e materiais, atuação em áreas de risco, precariedade de ambulâncias, pouca
compreensão da população, dificuldade de relacionamento com a equipe/chefia e despreparo
de profissionais. Todos sendo considerados de suma importância como desencadeadores de
estresse.
O estudo 9 apresenta a atuação do enfermeiro no APH analisando a participação do
mesmo nessa área de atuação. A analise identifica os principais problemas encontrados como
baixos financiamentos, carga horaria exaustiva, salários incompatíveis e os correlaciona com
os benefícios que a enfermagem trás ao APH, comparando a experiência brasileira com a
internacional. O artigo exemplifica como a enfermagem no APH brasileiro tem potencial de
crescimento e desenvolvimento podendo chegar a ser tão eficiente como a internacional.
O estudo 10 tem como base identificar o perfil de atendimento de uma unidade de
SAV do APH de um estado brasileiro. O estudo identificou que grande parte das chamadas
recebidas foram atendimentos clínicos envolvendo causas cardiovasculares, respiratórias e
neurológicas, onde uma SBV poderia ter sido acionada ao invés do SAV, causando assim
desperdício de recursos e identificando a necessidade de melhoria na gestão do APH.
O estudo 11 visa categorizar as atribuições que são desenvolvidas de forma
específica pela enfermagem e aquelas que são desenvolvidas de forma compartilhada. O
estudo apresenta duas vertentes sendo a primeira as atribuições que em meio a emergência e
29

tendo a vida do paciente como prioridade, passam a ser compartilhadas, e a segunda vertente
onde há conflitos de atribuições podendo gerar problemas entre a equipe. O estudo enfatiza a
necessidade de protocolos bem definidos para evitar conflitos e garantir um atendimento de
qualidade.
O estudo 12 o artigo apresenta uma estudo sobre a possibilidade que profissionais do
APH tem de desenvolver a síndrome de Burnout. A pesquisa demonstrou que a cada 10
profissionais que atuam no APH, 5 possuem um alto grau de possibilidade de desenvolver o
Burnout, com ênfase nos profissionais que tinham mais de um vínculo empregatício e que
recebiam menores salários. Todos os profissionais foram identificados com exaustão
emocional e sinais de estresse, sendo esses maiores em profissionais acima de 40 anos.

5.2 CATEGORIZAÇÃO

5.2.1 A VALORIZAÇÃO DA ENFERMAGEM NO APH.

QUADRO 7 – Valorização da enfermagem no APH.


KOLHS, M., et al (2017) Expõe a sensação de desvalorização que os
enfermeiros do APH sentem ao possuírem
cargas de trabalho exaustivas, níveis de
estresse alto e baixa remuneração.
ADÃO, R. S., M. R. SANTOS (2012) Os autores evidenciam a necessidade de
aprimoração dos recursos ofertados para a
capacitação do enfermeiro do APH. Sendo
uma das áreas da enfermagem que tem
grande potencial de crescimento e enfatizam
a necessidade de valorização da mesma.
ARAÚJO, F. D. P., et al (2018) Os autores conseguiram identificar e debater
quais os maiores problemas enfrentados pela
enfermagem atuante no APH, e abordam a
dificuldade de valorização dos profissionais
o que desencadeia vários problemas na
qualidade de vida dos mesmos.
MALVESTIO, M. A. A., et al (2019) Os autores apresentam como o papel do
30

enfermeiro é mais utilizado e desenvolvido


no APH internacional. Evidenciam a
necessidade de uma maior valorização da
enfermagem no APH brasileiro.
Fonte: dados empíricos da pesquisa, 2021. João Pessoa, Paraíba, Brasil.

Os estudos mesmo apresentados de forma diversificada trazem a tona a necessidade de


uma valorização, seja ela monetária, intelectual ou de desenvolvimento, da enfermagem que
atua no APH brasileiro. Todos reconhecem a necessidade de crescimento, principalmente no
quesito de ofertas de cursos e do desenvolvimento de trabalhos na área.

5.2.2 O ESTRESSE DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NO


APH.

QUADRO 8 – O estresse do profissional de enfermagem no APH.


LUCHTEMBERG, M. N., et al (2014) O estudo identificou os problemas que
chamadas onde não há atendimentos (trotes
e remoção da vitima por terceiros) podem
gerar um nível de estresse entre os
profissionais que atuam no APH.
MICHILIN, N. S., et al (2016) Os autores correlacionam como
atendimentos que deveriam ser da Atenção
Básica podem desencadear estresse e
sensação de desvalorização na equipe de
enfermagem do APH.
NOBRE, D. F. R., et al (2019) Os autores correlacionam o estresse e a
desvalorização profissional como um dos
maiores causadores de desenvolver o
Burnout em profissionais de enfermagem no
APH.
MAIA, E. C., et al (2012) O estudo apresenta a incidência de
moderada a alta de estresse em profissionais
da enfermagem no APH. Apresenta – se a
31

prevalência de sintomas psicológicos e


exaustão física, gerados através de motivos
como trânsito até a sensação de
desvalorização.
FIGUEROA, G. B., et al (2019) Os autores avaliaram o risco de desenvolver
a Síndrome de Burnout em profissionais que
atuam no APH. Todos os profissionais
foram identificados com altos níveis de
estresse e com exaustão emocional.
Fonte: dados empíricos da pesquisa, 2021. João Pessoa, Paraíba, Brasil

Nos estudos publicados pelos autores Araújo (2018), Nobre (2019) e Maia (2012),
temos a interação das categorias de valorização da enfermagem e do estresse do profissional
de enfermagem no APH, sendo eles introduzidos na categoria ao qual os autores dissertaram
com maior ênfase em suas conclusões.

5.2.3 GESTÃO DE RECURSOS E PESSOAL NO APH.

QUADRO 9– A gestão de recursos no tocante a enfermagem do APH.


CUNHA, V. P., et al (2019) Os autores evidenciam os resultados obtidos
quando existe uma comunicação ideal entre
os serviços de saúde, poupando assim
recursos e tempo dos profissionais.
CASAGRANDE, D., et al (2013) Os autores desenvolveram uma pesquisa
relacionando as necessidades atendidas pela
população local, contabilizando quais eram
as maiores necessidades da população que
era atendida e verificando como a gestão de
recursos era efetuada, e quais as
necessidades de mudança.
BATISTA; PEDUZZI (2019) Os autores realizaram uma pesquisa para
verificar quais as atribuições da enfermagem
eram compartilhadas e quais procedimentos
32

que não eram procedimentos de


enfermagem, eram realizados pela mesma
no serviço de emergência.
Fonte: dados empíricos da pesquisa, 2021. João Pessoa, Paraíba, Brasil

Em Malvestio (2019) temos a correlação entre a valorização da enfermagem e a gestão


de pessoal, o trabalho aborda a necessidade de melhoramento da gestão da categoria que
trabalha no APH, assim como um maior financiamento de estudos que possam desenvolver a
atuação da enfermagem. Entretanto na conclusão do estudo o autor dar ênfase na necessidade
da valorização da categoria, caracterizando como sendo a principal necessidade a ser sanada.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A enfermagem é a base de qualquer atendimento no setor da saúde brasileira e


mundial, para tanto é necessária sua atuação em grande escala. Sempre agindo de forma
coordenada e em comunhão com os outros profissionais, a enfermagem se mostra uma das
profissões mais necessárias em todos os setores da saúde atualmente. No APH brasileiro isso
se torna extremamente evidente devido a necessidade dos pacientes e das repercussões que
sua presença proporciona ao estado dos pacientes.
Diante dos artigos referenciados para a elaboração deste estudo, três quesitos foram
apresentados e com o desenvolvimento do mesmo, ficaram cada vez mais evidentes.
Primeiramente vale salientar que, é extremamente evidente a necessidade da existência da
enfermagem que atua no APH, sendo ela primordial para obtenção de resultados positivos em
situações de urgência e emergência nas ocorrências que necessitam do SAV.
Tendo essa perspectiva em mente, fica claro que o desenvolvimento da enfermagem
no APH, traria apenas benefícios para a população que vier a necessitar do atendimento
móvel de urgência. Entretanto através do desenvolvimento desse estudo, evidencia – se que
existem barreiras que precisam ser superadas para que esse feito possa ser realizado.
O primeiro dos problemas apresentados vem da necessidade de valorização da
enfermagem que trabalha no APH. Infelizmente esse estudo trouxe a tona uma das
problemáticas mais abordados pelos profissionais de enfermagem, o valor de monetização do
seu trabalho é invariavelmente incompatível com a demanda de trabalho, O salário
33

disponibilizado causa muitas vezes jornadas de trabalhos duplas, o que afeta integralmente a
qualidade de vida da enfermagem.
O profissional que tem a qualidade de vida afetada pela jornada de trabalho acaba
gerando o nosso segundo problema, que é o nível de estresse que atinge o profissional do
APH. Esse problema, embora não seja desenvolvido apenas pela enfermagem que trabalha no
APH e sim um problema que já é sabidamente da categoria, é ainda mais perigoso na
enfermagem do APH, já que diariamente esse profissional lida constantemente com o estresse
causado pelas ocorrências, que muitas vezes requerem que o profissional esteja com um nível
emocional e psicológico bem ajustado, para realizar o atendimento.
Esse é um dos problemas com maior capacidade de trazer danos ao paciente em
atendimento, já que durante todo o processo de atendimento o profissional de enfermagem
deve estar calmo e em alerta para atender a qualquer demanda que o paciente apresente, e
sendo o estresse sendo um dos problemas que mais dificultam a capacidade de concentração
do profissional.
A junção desses dois problemas podem vir a desenvolver no profissional de
enfermagem a Síndrome de Burnout, que é uma das problemáticas desenvolvidas em sua
maioria em cuidadores que passam muito tempo se dedicando aqueles que estão sobre seus
cuidados, e que não são reconhecidos por essa dedicação, gerando uma imensa frustração. Ela
está correlacionada a desordens emocionais, físicas e mentais, e o profissional que a
desenvolve corre sérios riscos de afetar sua saúde de forma permanente.
O terceiro problema encontrado está na educação continuada. A enfermagem é uma
profissão que necessita sempre que o profissional esteja em constante aprendizado, já que
técnicas estão sempre sendo melhoradas e desenvolvidas. A enfermagem que atua no APH
não se difere das demais nesse quesito. Para que o paciente/vitima seja sempre atendido da
melhor forma possível, é necessário que o enfermeiro esteja sempre informado com o melhor
dos conteúdos, infelizmente nos estudos discutidos essa sempre foi uma das problemáticas
apresentadas, seja ela por falta de estudos desenvolvidos no APH, seja ela pela falta de cursos
disponíveis.
Fica extremamente evidente a necessidade do desenvolvimento da enfermagem no
APH. Assim como vem ocorrendo em outros países, a enfermagem vem ganhado cada vez
mais espaço e gerando cada vez mais benefícios para a população que necessita de um
atendimento de qualidade, assim como a garantia de prognósticos mais positivos.
34

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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