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Imunotereapia Com Tgy Aviária em Ratos Experimentalmente Infectados
Imunotereapia Com Tgy Aviária em Ratos Experimentalmente Infectados
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RESUMO.............................................................................................................. 2
ABSTRACT.......................................................................................................... 3
LISTA DE TABELAS........................................................................................... 4
LISTA DE FIGURAS........................................................................................... 5
INTRODUÇÃO........................................................................................... 10
CAPÍTULO 1±REVISÃO DE LITERATURA.................................................... 11
1.Trypanosoma evansi................................................................................ 11
1.1. Transmissão e ciclo biológico ................................................................... 13
1.2. Distribuição da doença ............................................................................ 15
1.3. Patogenia e Sinais Clínicos ..................................................................... 15
1.4.Diagnóstico ............................................................................................. 18
1.5.Tratamento .............................................................................................. 20
2. Imunoglobulina Y..................................................................................... 24
2.1. Características estruturais, imunológicas e bioquímicas ......................... 24
2.2. Transferência passiva de imunidade em galinhas ................................... 27
2.3. Composição da gema do ovo .................................................................. 28
2.4. Vantagens do uso de anticorpos aviários ................................................ 29
2.5. Importância da tecnologia IgY ................................................................. 30
2.6. Produção e purificação de IgY ................................................................. 35
CAPÍTULO 2± PRODUÇÃO DE ANTICORPOS AVIÁRIOS IgY ANTI
Trypanosoma evansi E AVALIAÇÃO TERAPÊUTICA DE SEU USO
ISOLADO E ASSOCIADO AO ACETURATO DE DIMINAZENO E/OU 37
DIPROPIONATO DE IMIDOCARB. 37
1.Introdução ................................................................................................ 38
2.Material e Métodos ................................................................................... 38
2.1. Produção e Caracterização do Antígeno ............................................... 39
2.2. Imunização de Galinhas........................................................................... 39
2.3. Seleção e Processamento Inicial dos ovos.............................................. 39
2.4. Extração de Imunoglobulina IgY anti-T.evansi......................................... 40
2.5. Concentração Total de Proteínas............................................................ 40
2.6. SDS-PAGE ± Eletroforese em Gel de Agarose....................................... 40
2.7. Western Blot............................................................................................ 41
2.8. Imunodifusão Radial Dupla em Gel de Agarose........................................ 41
2.9. ELISA (ensaio de Imunoadsorção enzimática)......................................... 42
2.10. Avidez ELISA........................................................................................... 42
2.11. Concentração de IgY específica............................................................... 42
2.12. Teste In vivo............................................................................................ 42
2.12.1. Animais Experimentais.......................................................................... 43
2.12.2. Infecção animal...................................................................................... 43
2.12.3. Design Experimental.............................................................................. 44
2.12.4. Análise de Dados..................................................................................... 44
3.Resultados................................................................................................... 44
3.1. Concentração Total de Proteínas................................................................. 45
3.2. Eletroforese em gel SDS Page e Western Blot.......................................... 46
3.3. Imunodifusao radial dupla em Gel de Agarose........................................... 46
3.4. ELISA...........................................................................................................
3.5. ELISA. Avidez ........................................................................................ 47
3.6. Concentração de Imunoglobulina anti T. evansi ......................................48
3.7.Teste In Vivo..............................................................................................49
Discussão ......................................................................................................50
Conclusão.......................................................................................................53
Referências.....................................................................................................54
REFERÊNCIAS................................................................................................62
INTRODUÇÃO
1. Trypanosoma evansi
1.4. Diagnóstico
1.5. Tratamento
afirma haver uma relação direta entre a dose administrada e o tempo de profilaxia,
não havendo diferenças entre animais infectados e não infectados.
A melarsomina foi desenvolvida há pouco mais de 20 anos (RAYNAUD et al.,
1989), e é o único composto que apresenta eficácia comprovada em diversas
espécies (PAYNE et al., 1994), sendo indicado em infecções agudas, subagudas e
crônicas. Pertence ao grupo dos tioarsenitos, tendo como apresentação comercial o
Cymelarsan®, também conhecido como Mel Cy ou RM 110. A dose recomendada
para infecções por T. evansi em camelos é de 0,2-1,25 mg/kg e em búfalos é de
0,25-3,0 mg/kg. Para equinos a dose é de 0,25 mg/kg via intramuscular profunda. O
produto não é usado com fins profiláticos (BRUN et al., 1998).
Diminazene pertence ao grupo das diamidinas aromáticas, sendo
comercializado na forma de aceturato, em soluções a 4% ou 7%, associadas ou não
a vitamina B12. As preparações comerciais estão associadas com antipirinas, um
estabilizador que prolonga a atividade do composto em solução. São indicados a
administração na dose de 3,5 mg/kg, via intramuscular profunda, no tratamento das
babesioses e tripanossomíases de bovinos, ovinos, equinos e caprinos.
Recomenda-se o volume máximo de 10 ml no local da aplicação, sendo que quando
necessárias doses superiores estas devem ser subdivididas em dois ou mais pontos
de aplicação. Segundo os fabricantes, o tratamento com subdoses predispõe ao
desenvolvimento de resistência parasitária e ineficácia do tratamento. Normalmente
uma única dose é suficiente, podendo ser administrada uma segunda dose 48 a 72
horas após, quando a infecção não for controlada.
Vermaet al. (1976) ao administrarem a dose de 10 mg/kg por via
intramuscular em bovinos experimentalmente infectados por T. evansi constataram a
ação tripanocida do diminazene após 12 horas da aplicação. Silvaet al. (2004)
indicam a dose de 7 mg/kg via intramuscular profunda ou 0,5 mg/kg via endovenosa
lenta no tratamento das infecções por T. evansi em equinos. Da Silvaet al. (2008) ao
administrarem as doses únicas de 3,5 e 7 mg/kg via intramuscular em ratos,
constataram que a droga não controlou a infecção, havendo recidiva após 25 e 37
dias respectivamente. No entanto, ao administrar as mesmas doses durante 5 dias
consecutivos obtiveram a cura da infecção durante o período do experimento (120
dias).
Toninet al (2011) ao associarem o aceturato de diminazene com selênio em
ratos experimentalmente infectados obtiveram aumento da longevidade, incremento
23
2. Imunoglobulina Y ( IgY)
loci para a cadeia leve, as galinhas apresentam um único lócus para esta cadeia
(tipo lambda). Em relação a cadeia pesada, nas aves há apenas um lócus e três
genes ȝ Į H ȣ) para a região constante. A codificação das cadeias pesadas por
estes genes origina as três classes de imunoglobulinas: IgM, IgA e IgY.
A imunoglobulina M tem estrutura e propriedades semelhantes à dos
mamíferos, sendo encontrada preferencialmente no soro. Também pode ser
detectada na bile, conteúdo intestinal, liquido seminal e clara do ovo. É formada por
cinco monômeros, originando uma estrutura polimérica com cerca de 900 kDa.
A imunoglobulina A é produzida nos tecidos linfoides da vesícula biliar e trato
intestinal, sendo encontrada na bile, fluídos intestinais, secreções respiratórias e
clara do ovo. É encontrada nas formas dimérica (340 kDa) e monomérica (170 kDa).
A imunoglobulina Y é o anticorpo predominante do soro das galinhas,
combinando as funções da IgG e IgE dos mamíferos. A concentração sérica média
corresponde a 4,5 a 5 mg/ml. Estruturalmente é composta por duas cadeias leves e
duas cadeias pesadas (Figura 3), com peso molecular em torno de 180 kDa. A
cadeia leve tem peso em torno de 18 kDa, o fragmento Fab pesa em torno de 45
kDa (SUN et al., 2001). A cadeia pesada tem peso molecular entre 65-105 kDa e
apresenta um domínio constante a mais do que a IgG dos mamíferos. Além disso, a
região da dobradiça não é desenvolvida, sendo atribuído aos resíduos de prolina e
glicina a flexibilidade limitada do fragmento Fab da IgY (NARAT, 2003; BIZANOV &
JONAUSKIEN, 2003).
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SULQFLSDO FRPSRQHQWH GD Į-OLYHWLQD p D DOEXPLQD VHQGR D Į-2-glicoproteína o
SULQFLSDOFRQVWLWXLQWHGDVȕ-OLYHWLQDV1DVȖ-livetinas predominam as IgY (SCHADE &
CHACANA, 2007).
em solução salina a 0,85% associada à azida sódica a 0,02% a 4ºC por até
10 anos. Sua atividade no ovo in natura estocado a 4ºC se mantém por no
mínimo seis meses (OLOVSSON & LARSSON, 1993);
x Podem ser produzidos a baixo custo e em larga escala. O manejo das aves é
simples e relativamente mais barato quando comparado a experimentos com
mamíferos. Além de produzir IgY rapidamente e em grandes quantidades, as
galinhas mantêm altos níveis de anticorpos específicos por um longo período;
x Quando comparado a IgG dos mamíferos, o rendimento da IgY pode ser 5 a
10 vezes superior, dependendo do adjuvante utilizado (GOTTSTEIN &
HEMMELER, 1985), protocolo de imunização e purificação (SVENDSEN et
al.,1996);
x Não é necessário sangrar a ave porque os anticorpos são extraídos da gema
do ovo. A coleta de ovos é um método simples, não invasivo e reduz o
número de animais utilizados na produção de anticorpos.
cada 4 dias. Após seis semanas de tratamento, os ratos foram sacrificados para
avaliação da perda óssea. Concluiu-se que a IgY preveniu a evolução da doença
periodontal por diminuir a perda óssea alveolar.
Imunoglobulinas IgY produzidas na gema de ovos de avestruz foram
produzidas por Tobias et al. (2012). Os autores obtiveram sucesso na inibição do
crescimento de Staphylococcus aureus e Escherichia coli.
Mendonza et al. (2012) imunizaram galinhas com 500 μg de veneno de
Bothrops atrox emulsificado com adjuvante completo de Freund (ACF) em um
volume final de 1 ml, via intramuscular, em quatro pontos da zona peitoral. Foram
realizados reforços a cada duas semanas, utilizando o adjuvante incompleto de
Freund (AIF). Foi avaliada a capacidade neutralizante da imunoglobulina e a
existência de reação cruzada com outros venenos. Os ensaios de reatividade
cruzada mostraram que o veneno de Bothrops atrox compartilha mais epítopes
comuns com o veneno de Bothrops brazili do que com venenos de serpentes dos
gêneros Lachesis e Crotalus. Com base nos resultados, os autores comprovaram a
eficácia dos anticorpos IgY contra o veneno da serpente, assim como indicam seu
uso como ferramenta imunoanalítica para avaliação da reatividade cruzada com
venenos de outras espécies.
Sui et al. (2011) avaliaram a atividade antibacteriana do anticorpo da gema do
ovo contra Listeria monocytogenes, um importante patógeno para humanos e
animais, transmitido por alimentos contaminados como produtos lácteos e pescados.
O efeito inibitório sobre o crescimento bacteriano foi comprovado em amostras
líquidas e amostras de alimentos (salmão fresco e salmão defumado). Após oito
horas de incubação com a IgY específica obteve-se redução do crescimento da
bactéria nas amostragens líquidas. A IgY também inibiu a multiplicação bacteriana
nas amostras de salmão previamente contaminadas e armazenadas durante 15 dias
a 6ºC. Os autores sugerem a utilização de IgY específica como agente
antimicrobiano seguro e natural na indústria alimentícia como alternativa ao uso de
conservantes químicos sintéticos.
35
1. Introdução
O presente estudo tem como objetivo produzir anticorpos altamente eficazes e puros
por imunização de galinhas com tripomastigotas de T. evansi; avaliar a eficácia
terapêutica desses anticorpos em ratos infectados experimentalmente com este
protozoário; analisar as respostas terapêuticas entre ratos tratados apenas com IgY-
anti T. evansi e ratos tratados com este anticorpo em associação com aceturato de
diminazene e dipropionato de imidocarb.
2. Material e Métodos
Para este estudo, utilizou-se uma cepa de T. evansi obtida de um cão naturalmente
infectado (Colpo et al., 2005), mantida em nitrogênio líquido. Antes de cada
imunização, os parasitas foram descongelados e injetados em ratos, por via
39
A extração foi realizada pelo método de precipitação de polietileno glicol 6000 (PEG-
6000) como descrito por Polson et al. (1980) e Pauly et al. (2011). Após a separação
da clara e da gema, a gema de ovo foi transferida para um papel de filtro e depois
para um tubo de 250 mL. A delipidação foi realizada através da emulsão da gema
em PBS com proporção de 2:1. Após este passo foi adicionado PEG-6000 a 3,5%. A
mistura foi então centrifugada a 4 ºC, 13.000 x g por 20 minutos. O sobrenadante
obtido foi transferido para um novo tubo, enquanto a camada lipídica foi descartada.
O processo foi repetido duas vezes usando PEG-6000 a 8,5% e 12%,
respectivamente. Após a diálise, o extrato obtido foi transferido para tubos eppendorf
de 2 mL e armazenado a -20 ºC.
40
A determinação do teor de proteína foi realizada por fotometria a 280 nm, com as
amostras diluídas em PBS (1:50). Para estimar a quantidade de IgY anti-T. evansi
realizou-se um cálculo de acordo com a lei de Lambert-Beer, utilizando um
coeficiente de extinção de 1,33 para IgY (Pauly et al., 2011).
durante 1 hora com IgY extraído das amostras (1:50). A membrana foi lavada 3
vezes novamente e incubada com conjugado de IgY peroxidase de coelho anti-
frango (1: 2000) durante mais 1 hora. Todas as incubações foram realizadas à
temperatura ambiente. A reação foi revelada como descrito anteriormente.
Para realizar o teste, inicialmente foi preparado um borato (ácido bórico 0,09 g +
cloreto de potássio 0,36 g + água 50 mL) e o gel de agarose (agarose Sigma 0,4 g +
tampão borato 2,5 mL + solução salina 0,85% 42,5 mL). Em uma placa de Petri de
85 mm de diâmetro, foram colocados 15 mL de gel de agarose. Depois disso, foi
preparado um padrão de teste de sete poços para perfurar o gel no fundo da placa
(uma cavidade central em torno da qual tinha seis poços dispostos em um círculo).
Na cavidade central, o antígeno foi colocado. Os poços periféricos 1, 3 e 5 foram
preenchidos com controle negativo (água Milli-Q) e as cavidades 2, 4 e 6 com a
amostra extraída (IgY). As cavidades foram preenchidas até o desaparecimento do
menisco. O sistema foi mantido em incubadora de DBO, com leitura às 24, 48 e 72
horas. A formação de uma linha de precipitação mostra o reconhecimento do
antígeno pelo anticorpo.
O teor de IgY anti-T.evansi específico foi medido pelo método de Coomassie Blue de
acordo com Bradford (1976), utilizando albumina de soro bovino como padrão. Este
ensaio baseia-se na ligação do corante Coomassie Blue G-250 à proteína. Esta
ligação é acompanhada pela medição do máximo de absorvância da solução a 595
nm.
Durante o primeiro passo, um rato (R1) foi infectado por via intraperitoneal com
sangue infectado criopreservado em nitrogênio líquido. Este procedimento foi
realizado para obter uma grande quantidade de parasita viável para infecção dos
grupos experimentais. Os animais nos grupos A, C, D, E, F, G, H, I e J foram
inoculados intraperitonealmente com 0,1 mL de sangue de R1 contendo 104
trypanossomos (Dia 0). Os animais foram monitorados diariamente através de
esfregaço de sangue periférico (Silva et al., 2006) e, quando se observou uma média
de oito protozoários / campo (microscopicamente), o tratamento foi iniciado
A Imunoglobulina IgY anti- T. evansi foi administrado por via intraperitoneal (IP),
enquanto o dipropionato de imidocarb e o diaceturato de diminazeno foram
administrados por via intramuscular (IM).
Os ratos foram divididos em dez grupos (grupos A a J) com seis animais cada grupo.
Eles foram nomeados e tratados da seguinte forma: Grupo A (controle positivo - PC):
animais infectados e não tratados; Grupo B (controle negativo - NC): animais não
infectados e não tratados; Grupo C (IgY): infectado e tratado (IgY anti-T. evansi a 10
mg.kg-1), durante cinco dias; Grupo D (IgY-Imid): animais infectados e tratados (
dipropionato de imidocarb 12% [Imizol®]1 a 3 mg.kg-1, mais IgY anti-T. evansi a 10
mg.kg-1), também durante cinco dias ; Grupo E (IgY-Dim): animais infectados e
tratados (diaceturato de diminazeno 7% [Ganaseg®] 2 a 3,5 mg.kg-1 e IgY anti-T.
evansi específico a 10 mg.kg-1), durante cinco dias; Grupo F (Imid): animais
infectados e tratados (dipropionato de imidocarb 12% a 3 mg.kg-1), durante cinco
dias; Grupo G (Dim): animais infectados e tratados (diaceturato de diminazeno 7% a
3,5 mg.kg-1), durante cinco dias; Grupo H (Prev) ou prevenção: tratado com IgY
específica a 10 mg.kg-1 durante os cinco dias anteriores à infecção; Grupo I (Tox)
ou toxicidade: não infectados e tratados com IgY anti-T.evansi específico (10 mg.kg-
1) durante cinco dias; Grupo J (30 mg): animais tratados com IgY anti-T. evansi (30
mg.kg-1), durante cinco dias (infecção prévia) e dez dias (após a infecção).
3. Resultados
Figura 1. Concentração de proteína total obtida por fotometria a 280 nm. Cinco doses de antígeno
foram administradas em intervalos de 14 dias com a produção de proteína total avaliada por 70 dias.
Os valores foram obtidos utilizando diluição 1:50 de amostras purificadas pelo PEG-6000.
média foi de 10,59 ± 5,03 mg / mL, 11,23 ± 2,09 mg / mL e 14,96 ± 5,66 mg / mL. Ao
avaliar a produção de proteína individualmente, não foram observadas diferenças
significativas entre as três galinhas entre a 4ª e a 6ª semanas, bem como entre a 7ª
ea 10ª semana (P> 0,05).
Figura 2. (A) Eletroforese em gel de poliacrilamida (10%) em condições redutoras, coradas com
reagente Coomassie Blue R250 (Bio-Rad) a partir de amostras de três galinhas imunizadas. (B)
46
imunoblot mostrando o reconhecimento de IgY após a adição de anticorpo secundário conjugado com
peroxidase. No centro, a escala de peso molecular expressa em kDa.
Figura 3. Imunodifusão em gel de agarose. (A) poços centrais cheios de antígeno; cavidades 1, 3 e 5
com o controle negativo; poços 2, 4 e 6 preenchidos com amostras extraídas (IgY). (B)
Caracterização da reação do anticorpo antígeno através da formação de linhas de precipitação.
3.4. ELISA
Figura 4. Cinética da resposta imune em galinhas imunizadas com T. evansi e detectadas por ELISA.
Os valores de densidade óptica obtidos foram expressos na diluição de 1: 100 de amostras
purificadas por PEG-6000, a partir da gema de ovo de galinhas imunizadas.
48
Figura 5. Índice de Avidez (AI) dos anticorpos IgY produzidos durante a imunização das galinhas com
antígenos de T. evansi. AI <40% foram considerados de baixa avidez; AI entre 41 e 70% representou
uma avidez média; e AI> 70% foi considerado como alta avidez.
Observou-se a produção de IgY durante todo o período (figura 6). Houve diferença
significativa entre a 4ª e a 10ª semana na diluição 1: 500. A produção média para o
período foi de 2,64 ± 0,15 (4ª semana) e 2,87 ± 0,14 (10ª semana) [t (3) = -4,31; P
<0,05].
Figura 6. Cinética da produção específica de IgY de anti-T. evansi detectado pelo método de
Coomassie Blue. Os valores foram obtidos por fotometria a 595 nm.
49
4. Discussão
O método descrito por Polson et al. (1980) foi realizado, obtendo um rendimento
médio de proteína de 9,46 mg / mL. A média obtida neste experimento foi
semelhante à descrita por Contreras et al. (2005), Malekshahi et al. (2011) e Paula
et al. (2011) usando PEG-6000 da mesma maneira que Mendoza et al. (2012) e
Vega et al. (2012) que utilizou a técnica de precipitação com sulfato de amônio. O
rendimento protéico da presente amostra foi maior que o relatado por Garcia et al.
(2005) e Ferreira Junior et al. (2012), utilizando sais de sódio e amônia para
precipitação. Portanto, os resultados sugerem que o método descrito por Polson et
al. (1980) tem desempenho semelhante ao dos métodos de precipitação de sódio e
amônio, o oposto dos achados relatados por Bernardo (2009). Além disso, os dados
encontrados são contrários aos resultados de Schwarzkopf (1994), que alegaram
que a extração com PEG 6000 tem menor rendimento em comparação com os
métodos de PEG / etanol (6,45 mg / mL) e dextransulfato (7,05 mg / mL)
51
Ao submeter ratos saudáveis ao tratamento com IgY (Grupo I), não foram
encontradas reações adversas "in vivo", mantendo neste grupo o mesmo
comportamento experimental quando comparado com o grupo de controle negativo.
5. Conclusão
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