Ebo ODU IFA

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Aiea, Sto Palo, v 3132, p. 108-454, 20112012 Orisa didé ayé: Obatald e a criagéo do mundo ioruoa Luiz L, Marins* Resumo: Este trabalho tem por finalidade resgatar, tlvez, 0 mais antigo mito-poema dos nagbs sobre a eriagto do mundo, eujo ‘nico prtagonistaé 0 orixé Obatalé. Essa versio, que julgamos ser a mais antiga, est dispera em diversas obras na forma de pross. A partir de tais ‘obras, reuniemos em um nico core, os principas dados mtolgicose informagées, de modo a reconta a histéia nag da eriagio do mundo, pelo orixk Obatalé. O resent da histéra sequieé as regras dos babalas da eligio tradicional iorubs, pos conteré todas as oito partes principais, apresentando muitos detalhes sobre a forma e a composigio de um poema sagrado de fi. Palavras-chave: Orisés, Crago do mundo ioeubs. Poems sagrados. Mitos elendas, Oraldade ce tranamiteio dos saberet religiosos, Intropucko ‘Quando estudamos a literatura iorubé, 0 que estamos tentando fazer em primeizo lugar é entender, através dela, sua cultura, seu pensamento ¢ como © povo iorubs faz uso da sua lingua criando imagens, efeitos e situagGes reais ou imagindrias para visualizar a concepgao de seu proprio universo [e] se considerarmos que Ifa possui mais ou menos 153.600 versos, a quantidade de literatura oral iorubi coletada no passa de uma gota no oceano, e que a coleta + Pesqutadorindependente da resto dos Orsi da afo brain, Inicado no rit do Bataue do Rio Grande do Sul, em 1979, 106 MARINS LL GR ay aba ea crag do mundo rubs deste material é um trabalho urgente, pois os que possuem esta tradigéo, esto indo embora, e a sociedade nigeriana moderna nio esta dando continuidade & transmissio das tradigées de pai para filho, correndo o risco de se perder muito da literatura oral iorubé, a menos que haja um enorme esforco atual de coleta de tradigio oral (ABIMBOLA, 1977, p. 9). Concordando com Abimbala, resgataremos neste trabalho poema (lése-Iése) Orisa Didé Ayé, (Orixé Criou 0 Mundo), verso sagrado de If religiao tradicional dos iorubas’, sobre a criagio mundo pelo Orisa Obata © Origé da criagio, Esse antigo poema dos nagés’, esd, atualmente, praticamente perdido, restando dele apenas resumos e citagdes em fontes diversas, em forma de pro- sa. Entretanto, a sobrevivencia da tradigéo oral ¢ o registro etnogeatico nao deixam dividas da existéncia da antiga histéria nagé da criagio do mundo, pelo Orisa Obatdld. Como este itan nao foi registrado em Iingua portuguesa, ‘vamos resgaté-lo a partir das fontes etnogréticas em lingua inglesa escritas em prosa, que serio citadas mais a frente, onde explicamos a forma da recompo- sig desse poema oracular. Nas versées mais divulgadas no Brasil, Obatald é apenas o criador dos seres humanos, pois nao pode criar o ayé, por ter se embriagado. No poema ‘que resgataremos, ao contririo, ele é 0 Orisa da criagao da terra propriamente dita. E ele, Obatdld, ‘nica ¢ exclusivamente ele, que traz a terra e cria 0 ayé (VERGER, 199%, p. 83). Apesar de tal versio nao ser conhecida no Brasil a tradigioe a didspora das religides afro-brasileiras foi forte o suficiente para conservar Oxalé* como 0 Grande Orixa, criador do mundo e dos homens. Paralelamente, essa versio foi registrada em lingua inglesa, com algumas variantes, que esto unidas por um_ "Sista de elisio jabs bacada no oriulo regi por Orénmia,divindade da dingo, que poe ezescis dé (since) peincipais¢ 240 om od secundrcs,o¢ qua con eentenas de hist ¢ poemas andamentam. O proce divnatrio recut em izriio de sins em um reveladoe por Iie interpeetades por Onna. Alun eats cupem jens sna podem ter vir na aromas. Grupo tien da Afi Ocidentl dsibuido ene os pies da Nigra, Gann, Tago © Benin, ea cian €Hé, Nita, “Tempo gence que agrupa divenaantigus nagee flan do meen grupo nguticonigero-cameruniano, cerca de 66 lingas, atualmente deuominados apenas, orubé. (DELAFFOSE. 1924, p. 479556) + Nome de Ohi na disspra abbr Aiea, Sto Palo, v 3132, p. 108-454, 20112012 cixo central e coeso, em que é Obritéldé 0 principal personagem. Veremos como cle cumpriu as obrigagées preseritas por Ifé, como recebeu o dse® de Olédiimaré (Deus), ¢ como realizou a criagio do ayé* e do ser humano. Sobre Obstald, Pierre Verger, no clisico livro Orixas, oferece-nos uma excelente descrigio, na Africa ¢ no Brasil, da qual faremos aqui um resumo: Orisa Nié ou Obatalé, “O Grande Orisa” ou “O Rei do Pano Branco”, ocupa uma posigiotnicae inconteste do mais importante ora © do mais elevado dos deuses iorubés Foi o primeiro a ser eriado por Olédiimaré, 0 Deus Supremo. E, também chamado Orisa, ou. Oba: Febd ou Orisa-Febs [.] Foi encarreando por Olédimaré de eriar o mundo com o poder de sugerr (abd), eo de realizar (2s), razio pelo qual ésaudado com o titulo de Aldabalédse [1] (Os deuses da familia Orisals-Obatéla deveriam ser, sem davida, os wados de Orinds,sendo os outos deuseschamados por seus propos nomes. Essa familia de Orixis Funfun, os Orixis [da cor branca], é daqueles que utlizam 0 fern (gia branes) para enleitaro corpo. Sores fits oferendas de alimentos brancos, como cos aserem chi pasta de inhame, milho [brancol,caracbis limo da costa. © vinko eo azeite proveniente do dendé, ¢ 0 sa, so suas principaisinterdigdes, As pessoas que si0 a ele consaeradas devem, ‘estinse sempre de branco, usar colares da mesma cor pulssras de estanho, chumbo ou marfim. ‘A coron de Orixinlat Obé-Igbs teria sido conservada até hoje no palicio do Oni, Rei de fe. Esa coroa, chamada arg elemento essencial na ceriménia de entronizagio de um novo Gani. Este, antes de sua coroagio, deve dirigir-se ao templo de Orisénlé [...] Os sacerdotes de Oristinié desempenham um papel importante nessas ocasises [pois] paticipam de certs ritos dlarante os quais eles prpricecolocam a coros na eabeca do novo saberano de If (.] Alm disso, o Odni deve enviar todos os anos seu representante a [deta-Oko, onde residiu Orisa, (O representante deve levaroferendas, recebendo as instrugbes eas béngios de Origin Orisanlé-Obatalé & casado com Yemowo. Sua it da outrae eobertas com tragos ¢ pont desenhados eom etn, no isin [essa de cult], em deta, no bairro de Itapa, em Il-fé, Dizem que Yemowo foi a nica mulher de Obata wgens so colocadas uma ao lado No Novo Munde, na Bahia particularmente, Oxalé ¢ considerado o maior dos Orixas, o mais veneravel eo mais venerado. Seus adeptos usam colares de contas brancas, e vestem-se geralmente de branco. [No candomblé] sexta-feira > Ferg dviaa elo poder de wealizagio de lao ou ala © Mando materiale fic, paraela ao ran undo erin): 3c vee wala tambén come ai 107 108, MARINS LL GR ay aba ea crag do mundo rubs € o dia da semana consagrado a ele. O habito de vestirem-se de branco na sexta-feiraestende-se a todas as pessoas filiadas ao candomblé, mesmo aquelas consagradas a outros orixés, tal é 0 prestigio de Oxalé. (O imenso respeito que o Grande Orixa inspira as pessoas do candomblé revela-se plenamente quando do momento da danga de Oxalufa durante o xiré dos orixis. Com essa danca, fecha-se geralmente a noite, e 08 outros orixés presentes yao cercé-lo ¢ sustenté-lo [..J, num afa de comunhao com o Grande Orixa, aquele que foi em tempos remotos o rei dos Igbés, longe, bem longe, em Tluayé, a terra da Africa. Elbein dos Santos (1993, p. 75), por sua vez, afirma que ele “simboliza 0 clemento fundamental do inicio da criagio, da matéria original de égua e massa de ar que deram origem a novas formas de existéncia, tanto no aiyé (a terra) como no drun (0 céu), sendo ambos controlados por ele. O ala, 0 grande pano branco, é seu emblema, onde ele abriga a vida e morte” (A FORMA DO POEMA, No V Congresso A fro-brasileiro de 1997, realizado em Salvador, o pro- fessor e babalorixa Aulo Barretti Filho, assim se pronunciou sobre os itan- Ia: Os Itanlfa so histrias sacras narradas em forma poética propria que as distingue de toda e qualquer forma literaria ioruba. Quando essas historias se apresentam em forma de versos, so chamadas de Ese-lfa, poemas de Ifé. Os ltan explicam a origem do proprio sistema oracular e dos odu, da génesis, do complexo orun-aiye, de todos os imales ¢ suas caractersticas, e ainda, como os cultuar; [também] sobre a vida e morte e seus ritos de passagem, regras ¢ normas de condutas e moral sociorreligiosa, le ainda] cAnticos, encantamentos), versos de jtbilo ou de lamentagio, dos homens e dos deuses. Em suma, nos Itan encontramos respostas para os problemas do cotidiano; os pressdgios que devem ser evitados se forem nefastos, ou favorecidos se forem benélicos, através de rtos de oferendas ou de comunhao com as divindades e a busea permanente do equilibrio do homem no aiye com seu doble no orun, representado pela sua cabeca (ori/ori-inu) e com © poder dos Imales que 0 acompanham. Os poemas de Ifa possuem, em sua estruturaliterdria, um maximo de cito partes assim divididas: Attica, S80 Paulo. 31:32, p. 105-134, 201172012 1. O nome do sacerdote que efetuou 0 jogo. 2. O nome do cliente a quem o jogo esta diriido. 3. A razio pela qual a dvinacio fi efetuada.. 4A orientagio para o cliente 5. A indicagéo, se ele seguiu ou néo as orientagies. 6. A narragio do que acontecet. 7..O relat das alearias ou trstezas. 8. Ofinal, como um resumo de fundo moral. “Tado poema de Ifa contém cinco partes obrigatérias (1-23, e 7-8) e trés opcionais (4-5-6). No que tange ao uso da linguagem, as [cinco partes obriga- tsrias] tém que manter a tradigo e ser fielmente memorizadas, [e as trés partes opcionais] podem ser rectadas ou narradas com a liberdade de criacio do sacer- dote, mas resrita& exatidéo oracular. E.€ por sso que as partes 45-6 sao as mais extensas se comparadas as demais, portanto [.. Os sacerdotes se preocupam ‘em memorizar pontos importantes, ¢ em contar a seu modo. [..] Este fato pode ser um dos pontes fundamentais para se manter as tradigdes da disspora. [. lfa NlaNla, os grandes poemas de If, contém as oito partes de longas extenses contendo minicias de extrema importancia religiosa,e ¢ justamente nesse tipo de poema que ocorre a liberdade de livre discurso das partes 4-5-6, que podem ter em seu original virias paginas, passando entio a ser narradas com o estilo de cada babalaé, baseado na escolha des pontos que julgar relevantes. © poema que apresentaremos trata de um Ifa NI@Nla resgatado a partir de varias fontes escritas, variantes de uma tinicahistéria passada de geracio para geragio através dos séculos. Para apresenté-lo na forma tradicional utilizada no Ifa, tal qual apontou Barrett, ¢ visando a atender aos apelos de Abimbola, foi necessério um trabalho de recriagao das partes, que as fontes escritas, ou j4 no as possuem mais, ou as possuem de forma fragmentada. Ao ler o poema que apresentaremos neste trabalho, tenha o leitor a certeza de que leré, talvez, o mais antigo e tradicional verso de Ifa sobre a criagio do mundo iorubé, e por que néo dizer, a mais antiga historia Nagé da criagao do mundo. 109 110 MARINS LL GR ay aba ea crag do mundo rubs Ejiogbe ORISA DIDA AYE? Iran atowsdews 1 2 Histéria de mio-par ra de boca-para boca 3 Oniuiad® ainda tan Isadle 4 Oniucdd ecriow a histéra da exiagio da trea. 5 Jono para Obitélé 6 OrisdNUG leba Aksks 7 “O Grande Orisa do inicio dos tempos” 8 Aksbe Olérun 9 *O primeito fio de Qlérun” 2} Olédimaré I "A seounda pessoa de Olédimard”? 12. Noda que ele estva vindo para eriar 0 ué 13 No tempo que a existénciacomecou 14 Oidimar’ era, uma massa infinita de ar 15 Comegou a movers lentamente, a reepirar 16. O artransformouse em massa de égua 17 Dessa sua nasceu Oris nl 1B. O grande Oris-Funfin, o Orisa da cor branca. 19 Ocque € agora nossa tera 20. Era um pantano desolado 21 Em cima etava 0 Gran 22. Onde também moravam os Ori 23 Tudo que eles precisavam estava no gran 24 Nes pés da drvore baobs'” 25 Todos os dria estavam contentes ali 26 Menos Obatalé 27 Ele queria usar au poder de cingto 28 Ele olhava para baixo © tla “ret Dida Aa fi esi compote: 2 expres “Did Ag (ago do mand) foi omade de empttino de Diconary of Yoruba Modern (ABRAHAM, RC, 1962p 119, vibe dA 3) send ue anepusnos ace, «pla Od A wad Ine 6: “Or ou o mundo” Oy sunrido pelo wo Teme Edesin Orinml, de Fb Oue,Alnsblra, Nigra, 52 mon Ente eal pl storm 7010, em So Pr, Pie pare: vemos Ta ° Sega pane: ves 511 "Adamonia Dig, L.Bombaacee; Ot, (VERGER, 1995, 627). Aiea, Sto Palo, v 3132, p. 108-454, 20112012 29° Onde estavam as Aguas de Olékun"* 30 Ele pensavas “neste lugar s6 existe dgua” 31. Ele pensava: “eu poderia erat algo ai" 32 Ele ficava assim muito tempo, pensando, 33 Ele foi para Olédiimaré, 34 le disse: aqui no drum 35. Ele die: nds temos tudo 0 que preciamot 36 Ele dise: néstemos podeves 37 Ele dite: mas nunca usamos estes poderes 38 Ele dine: embaixo hé somente Sgua 39 Ble disse: se exists algo firme sobre as dguas 40 Ble disse: poderiamos eriar um mundo 41 Ele disse: com seres humanos para viverem nele 42 Ble disse: se eles precsarem de ajuda 43 Ele dine: usaremos nosios poderes 44 Olédimare disse: Esté bem 45 le dise: Prepare-se.” 46 Obatala fi ver Oni 47 Ele foi consular 48 Orinmila concordou, 49° Ble jogou If para Obata 50 Ejogbe foi o edi!" que apareceu nacuele dia 51 Ifé disse que se ele Obitald desejnste ter sucesso 52 Ii disse que ele in precaar 53 Uma aun (corrente) 54 Um lebin (caracol) 55 Uma Kéré defi (semente da palmeira)'® 56 Mie drum (tera do arun) 57 Ghogbo kiré run (ods as sementes do drun)"* 58 Ele ouvi, ele fz bo!” 59° Olédimaré mandou chamélo, 60 Obit disse que ji estava pronto "© Orisd do mar Conan ris doo Osim), “encima partes verses 12.043. "+ Sigo dsinatvo de Is. leis Guiness varedade idalitrica chamads de dps. (VERGER, 1095, p. 669: ver também ABRAHAM, 1962, p. 523) "© Quara pare eres 46 258, Cui pare wero 50. Et uit pe € crcl pra ein do tin, pic do deer de peor da unngi ou nto do dont om fee wf roc M1 112 LMARINS, 1. Dig aye: Abst ea crlagto do mando foubé 6 2 3B 64 6 66 6 68 6 70 a R B 4 B 76 7 78 79 80 81 82 83 84 8 86 87 Olédiimaré manipulou Seu Abé'* Eo transmutou a Qbatslé Olédimar® manipulou agora Seu Ase!” E também o transmutou a Ohl Obatélé colocou Abd debaixo de seu akett” E colocou Ase no sew apo didee” Foi asim que naguele dia Obatald se tornou Aléabalécise™ Oléckimare entio dew para Obatélé Um abo adi ls mérnt?® Um evelé* Qhatdlé examinow atentamente, ‘As coisas que eslavam dentro do apa-didé Unma corrente Uma concha do mar Uma semente da palmeira Terra do arun “Todos os tipos de sementes do arun Unna galnha de cinco dedox Um pombo braneo Ele pegou a terrae colocou dentro de iin Neste dia, todos os dtd extavam ali reunides, Olimar cise: “vou car outro lugar” Ele disse: “Um lugar que ser 6 para voeds” “La, vooks serio numeroco. Ele disse: “Cada um, sera um chefe” ‘Obst foi pats portio do dun Li ele encontrou Exit im rouxe a corrente (Quando eles chegaram do lado de fora, Ogdin a amarrou bem Data comegou a descr pela corrente Ele desceu, desceu, desceu (0 desi, a vontade Poder de realizagao, Quulquer tip de chapéu Sacola da crag llizada poe Oba “Aaquele que tom poder par pensar eeaiae”[aterpretagto lire] *Galnha de cinco dedos”, lgumas fonts informam ser eft (glinha da euind)- abo brenco. Aiea, Sto Palo, v 3132, p. 108-454, 20112012 94 Jé era possvel escutar o barulho das éguas 95 "Ele chegou ao im da corrente 96 Ele retro a concha de dentro do apd 97 jogou a terra sobre as Sguas 98 Quando a tera do dru caiu na Sgua 99 Bla fez um erande barulho 100 Ele pegou a galinha dentro do aps-dida 101 E jogou-a sobre a terra 102 Quando a galinka pisou na terra 103 Ela comegou a cseat, 104 Ela expalhou terra em todas as diregées, 105 Obeélé pegou o pomba e o sltou 106 Ele vou, voo., Yoo, 107 Ele pode ver que a terra ja estava se expandindo 108 Obits jogou a semente de palmeira na terra 109 Obata esta contente 110 Ele havia terminado a primeira parte do trabalho 111 Ele comegou a subir para voltar ao drun 112 Quando ele chegou 115 Ele fi recebido com festa, 114 “Todos estavam felzes. 115. Obed fi ver Oldman’ 116 Ele disse que o trabalho foi um sucesso, 117 Agora jé exist il sobre as éguas 118 Olédimare disse: boom! 119 Ele enviou ageme® 120 Para ver se a terra etava seca, 121 Ele desceu pela corrente 122 E pulou na terra cuidadosamente 123 Ele andow sobre ela muito vagarosamente, 124 Mas a terra ainda nao estava seca 125. Ele voltowe disse para Olimar? 126 Que a terra ainda nao estava seca 127 Eles esperaram mais um pouco 128 E-enviaram agema novamente 129 Ele veo, ele inspesionou de novo a terra. 130 Ele voltoue disse para Olédimaré 131 Que a terra ig 132 E que a semente de palmeia jf havia brotado 133 Olédiimaré chamou Obitalé novamente 113, © Camaleio. Tdo pr ser menmacite de Olidimert angio que ma disporspetence MARINS LL GR ay aba ea crag do mundo rubs 134 E-deu agora a ele dpa, Seu eajado, 135 Como simbolo do Seu poder e de Sua autoridade 136 Assim Obatalé poder usar seus podenes 137 De acordo com sua prépria vontade 138 Ele deu para Qbatalé vires tipos de sementes: 139 A semente in, 140 A semente auiin® TAL A semente dédo*. 142 Assim, os tabalhos da cringio. 143 Permitsiam a Obatala, 144 Criat os seres hun 145. E todas as espécies que povoariam o mundo 146 Arvore, plantas, ervas, animais, aves, peixes etc. 147 E todos os tipos de pessoas, 148 Foi assim que ele aprendeu, 149. E foi enviado para realizar estes trabalhos, 150 Ele colocou tudo dentro do dpa-didé 151 E iniciow a descida novamente 152 Quando ele chegou ao fim da corrente 153 A palmeirajé havia eescido 154 Ela estava encostada na corrente 155 Obatalés desceu através da palmeica 156 Ele foi primeiro Origa a pisarna terra 157 Ne lugar em que ele pisou, 158 Ele dice: ile nt (a terra est larga) 159 Obatala viu que a terra havia se expalhado 160 Ele pegou as sementes no apddidé 161. Ele comegou eaminhar sobre a terra 162 Ele ia caminhando e espalhando as sementes 163 Obatald plantou todas as plantas que existem no mundo 164 Quando as érvores e as plantas cresceram 165 Elas formaram Igbé (mato, lresta) 166 Ife Odyelagbd veio a ser 0 nome desse lugar 167 E por isso que Obétald & chamado Babé labs 168 Ele parou para descancar debaixo da palmeira 169. Oédlimaré enviou Ode Oriliéé,o cagador 170 O chefe das pessoas preparadas antes 17|_ Ele trouxe-as para baixo, para o ou % Fantumia Elastica, Spf, Aporynaces (VERGER, 1995, p.674). © Altonia Boon. Apacynacea (VERGER, 1995, p. 681) 114 Calica Monopodiats sp. Apocynacca (VERGER, 1995, p. 642). ica, $20 Paulo. v. 31-32, p. 105-134, 20112012 172. Estas pessoas foram os primeiros habitants do mundo 173. Ode Orildéné foi enviado para chef estas pessoas 174 Ele era aquele que todos respeitavam 175 No tempo que a exiséncia comegou, 176 Era com abi que eles reebiam as bengion de Orisa?” 177 Naquele tempo drun e avé eram muito pero um do outro. 178 Qbatalé era o sa que eles cutuavam, 179 Obata fincou-o apazéré no chio 180 Otéckimaré mandou a (chuva) 181 Quando a chuva parou 182 Oberdlé comegou a eriar0& corpos 185. Ele procurou uma lagoa 184 Ele escolheu virios tipos de am (barre) 185. De todos os tipos, de varias cores. 186 E por isso que ele € chamado alamrere” 187 Ele comecou a modelar ara (corpo) 188 Ele fez ara okimrin (corpo do homem) 189 Ele fez ara obinrin (corpo da mulhes) 190 Ele fez orf (abesa) 191 Ele fez apa (bragos) 192 Ele fez est (pernas) 193. Ele juntava tudo para formar um corpo 194 Quando ele fazia dezeseis compos 195: Ele dizi: mest éatin™ 196 Ele os colocava para secar debaixo do darun"® 197 Oona e iménlé desciam para secar os corpos 198 Depois que eles secavam, 199 Ele os colocava num lugar escur e echado* 200 De dezesseis em dezeseis 201. Era asim que ele fazia 202. Para ada ser humano que ele eriava ® IDOWU, E. B. (1954, p, 20). Este verso suger etc de uma humanidade anterior casio do cagée doa vers humanos na wer. Nio h veyetos de quando e como eva bumanidade anterior fo cada: tulez sea neceiro uma nova coleta de campo. % Colusa Aficona, Cola Acuminets (VERGER, 1995, p- 652). nanragio dis extualente:* Ngbtt ‘nao ai incon faa lado Orch * BASCOM, 1993, p. 227). 5° "Dana da barre bo = Desessia 8 Oirtn el), re (ser), imdelé (as). Neo canfundir com drum (mando epiital) dale ou tle (nugulzanc), nam com imonl copie da trea: observe atntaente ot. 8 Ae fomtes no nformam que higar et, 115, LMARINS, 1. Dig aye: Abst ea crlagto do mando foubé 203 Ble erava também uma érvore 204 Ele trabalho, trabalhou,trabalhou 205. Até que ele ficou cansado 206 As sementes que ele plant jéhaviam nascido 207 “Todas as érvores jf haviam eresido 208 As palmeiras também haviam creseido 209 Obit estava com sede 210 Ele pegou 0 apdaérs 211 Ble furou tronco da palmeira 212 A seiva da palmeira comegou a escorrer 213. Logo ela transformou-se emu: (vinho de palma) 214 Quando Ohatalé vin isso 215 Ele comecou a beber, 216 Ele bebeu, bebeu, bebeu, 217 Ate ficar completamente embriacado 218 Quando ele estavasaciado, 219 Ele voto para fazer mais corpos 220 Agora ele nao sabia mais © que estavafazendo 21 Ble fez abuké (coreunda) 222 Ele fez fin (albino) 223 Ele fez corpos deficientes 224 FE por iso que até hoje, 225 Quando uma mulher est grévide, 226 As pessoas costumam dizer: 227 “Ki Orisa ya'nd're kono” 228 (que Orisa faga um bom trabalho de ate) 229 Olédimaré mandow agemo novamente 230 Ele reencontrou Obatélé 231 Obata disse: “Os corposestdo pronts” 232 Ele disse: “Mas eles no tém vida” 233 Ble dise: “Falta alguma coisa nels” 234 Agemo voltou, ele contou tudo 0 que ouvira.. 235 Ele haviainstruido Obatéls 236 Para que colocasse os compos 237 Em um lugar fechado 238-E.quando estivesse pronto, 239 Ele deveria sar desse lugar 240 Mas Obata quis saber 241 Como Otédiimars daria a cles um ami® 242 Ele ficou escondido em um canto 243. Olédimare veio, Ele viu Obdudléexcondido, 116 seep, vida Aiea, Sto Palo, v 3132, p. 108-454, 20112012 244 Ble fez Obatalé dormir profundamente 245 Enquanto Ohatélé dormia 246 Olédimare deu 2 para os corpos 247 E por iso que Ele échamado de Elm? 248 E.inauflou neles 0 Seu éémt™ 249 E.é por isto que Ble é chamado de Eleeémi™ 250 Quando Obatalé acordou, 251. Ele vin que 08 corposagore tinham vida 252 Quando ele vi os seres humance andando 253 Ble pode ver o que fez quando bebeu emu 254 Ble vu que fer muitos corpos deficentes 255 Ele ficou arrependide 256 Ele disse que sempre protegera estas pessoas 257 E-que nunea mais beberia emu 258 Que isso para sempre seria um tabu para ele 259 E por isso que até hoje, 260 Aqueles que cultuam Obatélé 261 Sio proibidos de beber emu. 262 Olédiimaré enviow Oréinmilé 263 Para ajudar Qbatélé a oreanizar o mundo 264 Ele é aquele a quem Olédimar’ deu sabedoria 265. Aquele a quem Olédimar dew conhecimento 266 Ele, €0 nico que sabe ler I 267 E, conhece todos os segredos 268 Orinmila, que n6s chamamos el 269 Olédlimaré enviou Est, 0 mensageit 270 Olédimaré enviow Ozsin,o Ferre 271 Olédlimaré enviou todos os outros ais 272 Cada um para governar uma parte do mundo 273 Um por um, eles vieram para o ay. 274 Depois que Obatéléterminou o trabalho 275 Ele voltou para o run. 276 Eies estavam louvando Olédimaré 277 Loja Olérun! 278 Na Presenga de Olévun! 279 Laid Olidimare! 0 Senbor do i © Rewiaca. 0 Senkordo ain 2 “Teemunba do destin individ © Sexapu: eno 602275. FataCammioepae dota quetazos dette shalt, enlmeteoniiéa. 117 118 LMARINS, 1. Dig aye: Abst ea crlagto do mando foubé 280 Na Presenga de Olédiimaré! 28! Elédad, Eléemit, Olipiles®. 282 Criador, Senor dos espitos, Senhor das orgens. 283 Ovieiviai Ota Aiki 284 Pedra Imutével e Eterna 285 Od deo Obo drum 286 Mais Alto Glorioso Rei do Céu, (287 Atérere k'ayé, 288 Aquele que Se espalha sobre toda a terra, 289 Elént a té’ka 290 Done da esteica que munca se dobra 291 Oh a s# kar ma 292. Rei cujostrabalhos si fits com perfeigio 293 Oléran nikan Uégbon 294 Oldrun o Gnico que tem sabedoria 295 Arinu-r'ode, 296 Aquele que vé por dentro ¢ por fora, 297 Olimanokan 298 Aquele que conhece ot coragies 299 Oba Addké dé'i6, 300 Rei que mora em cima, e que julga em siléncio. 301 Oba Airii Awamaridi 302 Rei Invisivel, que nao podemos ver. 303 Oba Mime ti ki 304 Rei Puro, que nao tem mancha, 305 Alalafunfun ake 306 Ele mora ems cima ¢ usa roupa branca 307 Ise Olfrun t6bi 308 Os trabalhos de Olérun sio poderosos 309 Olé, md 1 Obo pata 310 Olérun, o Rei Mais Importante. 311 Aldbadlidse, a nin rr si wa. 312 Aldbacilése envie as béngios sobre nés. 313 Eles estavam louvando Obatalé: 314 Obatalé, Obatarisa . 315 Oba patépdt tii bé won ebé Ode Irdimié"' 316 O rei absoluto que vive em Ode Irinig 317 Orisa, Alaiye 1 wn afi aus fr. 318 Origadié, Senhor do mundo, que lhe foi dado. 319 Orica onfnd ile alise +) Vina dis cidades onde Obi fi rene tas come, rié Oko, Ho, Hon Aiea, Sto Palo, v 3132, p. 108-454, 20112012 320 © Orisd gemtil que & dono do ase 321. Els estavam felzes, eles extavam cantando, 322 Obevalé, Obatédsa 323 Obits, Aksbi Olidimare. 324 Obatalé, 0 primogénito de Olédimaré. 325, Ti mun bi Pde lb 326 Que nasceu na cidade de lebo 327 T1618 €j'aba Véde Iinie 328 E.yeio a ser Rei na cidade de Irinié 329 Orisa-Nld Oséré- Magh 330 O grande a divindade de ieba. 331 Orisa, En? Eni ald! 332 Orisa, o Imutével! O tinico majestoso! 333 A ait ebosbo tobi 334 Ble que mostra sua erandeza diasiamente 335 O tabi, bo se ¢ abe 336 Ele € poderoso, no pode ser levantado. 337 Banta-banta nin ale, 338 Sua grandeza é revelada no ala? 339. O sim nénd ala 340 Ele dorme no la 341 Oj ind ale 342 Ele acorda no ala 343 O tind ala dide 344 le fica de pé dentro do ala 345 Baba nl, oko Yemsws 346 O arande Pai, marido de Yemus4 347 Els etavam fazendo oferendast 348 Adie funn (gala branca) 349 Akiko funfun (galo branco) 350 Ake eye ffm (pombo branco) 351 Abo eyelé ffm (pomba branca) 352 Bia (peise) 353 Iabin (caracl) 354 Iyén Ginhame batido) 355. Oba éeins (har) norm panobranco que fguradamenteestendesescbre ater © Espa de Obitlé (VERGER, 19976, p. 250), Clralas Vlgarit Un pode mala. Neo coufunicom Bara, epitats de Bai (CMS, 1977, p. 53), nem eu o pain Bd, loa ead onde eto entered srs de Oyo, ne ainda como metaplanno Gio, ‘purfenaia ovo conjnt de objets feramentas de lan ou algun (ABRAHAM, 1962, p. 19 e235), endo eta chim, talvez, a origem da expresso Bs ulilizada no candomble para referirse so joge de bicion. 119) LMARINS, 1. Dig aye: Abst ea crlagto do mando foubé 356 Oknje até (comida sem sal) 357 Or (gordura vegetal) 358 Efun (caleatio brance) 359 Egbo (milho branco cozido) 360 Obi fin (no de cola branes) 361 Onn debon (gua de coeo) 362. Omi ibn (égua do caracol) 363 Onn atun (6gua fresea) 364 Seton 365 eke funfun (colar branco) 366 Aso al (pano branco) 367 Els estavam usando folhas 368 Que flhas eles estavam usando para Oris? 369 Alximad (folha-da-fortuna) 370 Eles eatavam recitando of® 371 Abvimad dé mi ke se dine 372 Abximadé minha vontade serérealizada 373 Aba ti alégeme be dé, Vorsa oke naba. 374 Oni Oke aceite a vontade do camaleso 375 E assim que Ifé ensina, 376 Como Obits recsbeu o dee para rir 0 ayé 377 Como ele eri todas a plantas, 378 Como ele fez todes os tipos de seres humanos, 379 E todos os sere vvos que habitariam o mundo. 380 E poraye Obitélé ¢ aclamado e respeitado 381 Como Oris Else” até hoe. 382 Como © homem reetbe o ami e 0 &émi® 383 tan dtowsddwé, itn aterader. 384 Histéria de mio-para-mio, histéria de boca-para-boca 385. Oniwid tind Iran [sddala [386 Onis ecrou a histéra da exingio da terra. 387 Jogo para Obitélé © Buyrospermun Pundosun, Sapotieas (VERGER, 1995, p. 596). No Bru, 2 vez, 6 subtua pel grdura vegetal brana, © “ Eneantamenta de wna fall com a ficaidade de promover suas vues mégics, % A manera natural de falar ov de ssrover sem forma retéica om méticn, por oposigio a mei (AURELIO, 1995, p. 539), Cada uma das has constitutes de um poems, o nero potico (Audi, 1995, p. 671. 127 128 MARINS LL GR ay aba ea crag do mundo rubs Oprimeiro verso informa que nosso lése-lése™, é uma “historia tradicional passada de geragio para geragio” e “de boca para boca”. De acordo com a ‘gramatica iorubé, isto é um contra-senso, um poema jamais sera uma historia ¢ vice-versa, o que nos leva a um estudo um pouco mais profundo a este respeito, Sobre o conceito ioruba de prosa e poesia, Olatunde Olatunji em AFOLA- YAN, 1982, p. 70) fornece uma breve definigio: A distingio entre prosa © poesia iorubé nio é absoluta, mas relativa, Poesia ioruba pode ser falada, entoada ou cantada, com énfase em sua forma artistica, paralelismo, jogo de palavras, repeticlo, contraponto tonal, combina fo léxica ete possuiitens de léxico arcaico, distorgdes ou divergéncias tonais, € gramaticais, socalmente e tradicionalmente fixo em um assunto definido. A prosa iorubé, por outro lado, coloca énfase sobre um assunto definido, © qual € individualmente escolhido conforme a linguagem comum de falar onde a inteligiblidade € primordial, Contudo, nada demais lembrar que a distinggo no é absoluta. A linguagem e o ritmo da prosa, entretanto, formam a base de fundagio do verso. Na didspora afrobrasileira a palavra ese nfo é usual, ficando restita ao meio intelectual, enquanto iin, ao contrério, é muito conhecida, mas adquiriu 0 conceito utilizado em portugués para palavra “hiséria’s assim, arriseamos afiemar «que a palavraiorubi in esté aculturada, A seguir, daremos alguns exemplos disso. Pierre Verger (1972, p. 7, apud Braga, 1988, p. 27), no excerto que seque, relata um encontro mensal dos babalads. Observe-se que Verger usa a palavra “histria” quando esta se referindo aos versos de Ifé, percebendo-se claramente embutido 0 conceito europeu sobre a palavra “verso” (ese). Talvez ‘Verger nem tenha percebido isto: [a] Este ensino constante se faz. por meio da troca métua do saber entre os Ibabalaés, ao longo de numerosss reunides em que os adivinkos se encontram ppara diseuir consultas que lhe sto feitas sobre os mais diversos casos. Eles se rednem também a cada dezesseis dias em aesembleias organizadas em todas as cidades, no dia do segredo (06 awe), a cada quatro semanas, sendo a se ‘mana iorubé de quatro dias, Nessas ceases, apés uma refeigio comunal, 0s Dbabalads relatam cantando algumas histrias de Ifé. Um dos sacerdotes conta, fem solo, as estérias que so retomadas, frase a frase, pelos demaisadivinhes. Un cletnes de venos, um poems Aiea, Sto Palo, v 3132, p. 108-454, 20112012 E nese momento que eles exibem sua erudigio, Aquele que inicia o canto tenta ofuscar seus companheiros com um relato novo e desconhecido para cles, poi we trata de uina grande glia assumiro papel de meatre«escutélon repetirdocilmente, verso por vero, uma nova histéra,Fassim que os baba presente tranamitem uns aoe outros sun inci, Wande Abimbolé (1976, p. 43) referindo-se aos ese- © conceito inglés da palavra story, assim os conceituando: i, também utiliza | Ese If tata cle todos os assuntos, Ele tata de histéria, seografa, relia, ia filosofia. Ese [fé pode ser uma simples historia sobre um homem que cestd indo viajar esta querendo saber o que fazer para que a viagem tena sucesso. Ele pode ser uma histéria altamentefiloséfica mostrando os méritos ‘edeméritos da monogamia. Ele pode tratar da fundagio de uma cidade. Nao existe limite para os assuntoe que ese Ifé pode tratar. (..] Ese Ifé tem uma cestrutura original que o distingue de todas as outras formas de literatura oral iorubs. Uma vez que o ese Id € histérieo em seu conteido, sua estrutura & também baseada sobre sua natureza histrica (ABIMBOLA, 1976, p. 32, apud ABIMBOLA, 1965, p. 14). Juana Elbein, (1993, p. 149) em Os Nago ¢ Morte segue a mesma linha de pensamento de Verger e Abimbola. Quando se refere a um extenso lése-lése do odis dsétrd, assim 0 apresenta: Esta é a histéria de Osetiuad tal qual é revelado pelo Odi Ifé. Diz a histéria ‘como Esti chegou a transportar todas as oferendas aos pés de Olédimare, fa- zendo accté-ls, «como Exit se tomou Ojis-cbo, o encarregade ¢ ransportador de oferendss, na tera ¢ no run. Osetté é 0 oréculo que relataclaramente 0

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