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HIGIENE HIGIENE

OCUPACIONAL OCUPACIONAL

Técnico em
SEGURANÇA NO
TRABALHO

Técnico em
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SEGURANÇA NO
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TRABALHO
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Iran Pereira do Lago
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HIGIENE
OCUPACIONAL

Técnico em
SEGURANÇA NO
TRABALHO

IRAN PEREIRA DO LAGO

IESDE BRASIL S/A


Curitiba
2016

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© 2016 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por
escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO


SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
________________________________________________________________________
L174h

        Lago, Iran Pereira do


           Higiene ocupacional : técnico em segurança do trabalho /  Iran Pereira do
Lago. - 1. ed. - Curitiba, PR : IESDE BRASIL S/A, 2015.
           80 p. : il. ; 28 cm.               

           ISBN 978-85-387-5257-8

           1. Segurança do trabalho. 2. Higiene do trabalho. 3. Medicina do trabalho. I.


Título.

15-28349 CDU: 363.11


CDU: 331.4
________________________________________________________________________

Capa: IESDE BRASIL S/A.


Imagem da capa: Shutterstock

Todos os direitos reservados.

Produção

IESDE BRASIL S/A.


Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200
Batel – Curitiba – PR
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br

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APRESENTAÇÃO

A Higiene Ocupacional é a parte integrante do campo


de atuação de todos os prevencionistas e profissionais das
mais diversas áreas, responsáveis por desenvolver ações
permanentes, por meio de pesquisas e atividades siste-
máticas, que podem contribuir na prevenção de doenças
ocupacionais, principalmente aquelas causadas por riscos
físicos, químicos, biológicos e também ergonômicos.

A Higiene Ocupacional é considerada primordial,


tanto é que foi recentemente considerada uma profissão
específica na legislação trabalhista, contendo seu próprio
Código Brasileiro de Ocupação (CBO). Diante destas
justificativas, reafirmamos a necessária atenção, estudo
constante e atualização dos conhecimentos que se enqua-
dram na Higiene Ocupacional, em relação às literaturas
técnicas e à legislação específica. A apresentação das au-
las são a base para o futuro profissional ao iniciar esta
jornada que certamente, com a dedicação nos estudos e a
aplicação na prática, o leverá a ser um profissional quali-
ficado para atuar no mercado de trabalho.

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SOBRE O AUTOR

Iran Pereira do Lago

Especialista em Gestão e Planejamento Ambiental


com habilitação para Magistério Superior pelas
Faculdades Integradas Espíritas (FIES). Graduado em
Licenciatura Plena Geografia pela FIES e em Tecnologia
em Gestão Pública pelo Instituto Federal do Paraná
(IFPR). Técnico de Segurança do Trabalho pelo Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

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Sumário

Aula
  1 Histórico da Higiene Ocupacional 7

Parte 1   Evolução histórica................................................................. 7


Parte 2   Revolução Industrial.............................................................. 9

  Aula Entidades Nacionais e Internacionais 12


2
Parte 1   Entidades nacionais da Higiene Ocupacional ............................... 12
Parte 2   Entidades internacionais da Higiene Ocupacional .......................... 14

  Aula Norma Regulamentadora 6 18


3
Parte 1  NR-06 – EPI: considerações gerais............................................ 18
Parte 2   EPI para riscos físicos, químicos e biológicos................................ 20

  Aula Norma Regulamentadora 15 25


4
Parte 1   Conceitos básicos................................................................ 25
Parte 2   Adicional de insalubridade e aposentadoria especial...................... 27

Aula
  5 Limites de Tolerância 32

Parte 1   Conceitos básicos de LT......................................................... 32


Parte 2   Medidas de proteção e controle............................................... 33

  Aula Limites de Exposição Ocupacional 37


6
Parte 1   Conceitos básicos................................................................ 37
Parte 2   A relação Limite de Tolerância e Limite de Exposição Ocupacional...... 38

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Sumário

Aula
  7 Riscos Biológicos 42

Parte 1   Agentes biológicos............................................................... 42


Parte 2   Biossegurança e a NR-32........................................................ 44

Aula
  8 Nível de Ação 48

Parte 1   Conceitos básicos................................................................ 48


Parte 2   Valor teto, ações preventivas, monitoramento e grupo homogêneo de
exposição.......................................................................... 51

Aula

9 Riscos Químicos 55

Parte 1   Conceito e classificação de risco químico.................................... 55


Parte 2   Classificação e medidas de controle.......................................... 56

  Aula Programa de Proteção Respiratória 61


10
Parte 1   Conceitos, objetivos e aplicação.............................................. 61
Parte 2   Desenvolvimento do PPR........................................................ 63

Aula

11 Riscos Físicos 66

Parte 1   Ruído, vibrações e calor........................................................ 66


Parte 2   Frio, pressões anormais, radiações e umidade.............................. 69

  Aula Programa de Conservação Auditiva 74


12
Parte 1   Risco físico ruído................................................................. 74
Parte 2   Desenvolvimento do Programa de Conservação Auditiva.................. 76

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Aula
Histórico da Higiene
Ocupacional
1
O conhecimento histórico sobre a Higiene Ocupacional permitirá ao estudante refletir acer-
ca do descaso da sociedade para com os trabalhadores ao longo da história. A humanidade utili-
zou-se da exploração da natureza para transformá-la em produtos de consumo. Neste processo,
muitas vezes os trabalhadores (também explorados e durante muito tempo como mão de obra
escrava) estavam, sem saber, adquirindo doenças e morrendo precocemente em decorrência da
exposição a agentes agressivos, oriundos desta exploração. Os métodos de trabalho e a desregu-
lamentação da exploração humana desencadearam – em meados do século XIX, na Revolução
Industrial – a necessidade de uma ação mais energética dos governantes e legisladores junto aos
empresários, a fim de proteger a vida e a saúde dos trabalhadores.

Mesmo após períodos de absoluto descaso, é possível perceber a fundamental importância


de grandes estudiosos e médicos que, diante de seus relatos e livros editados, subsidiaram e
transmitiram os conhecimentos sobre o que hoje chamamos de Higiene Ocupacional.

PARTE 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Antes de abordar o assunto sobre a evolução histórica da Higiene Ocupacional, é importan-


te passar pelas seguintes definições, para a introdução ao estudo desta ciência.

Frank Patty – 1948: “Higiene Ocupacional visa antecipar e reconhecer situações poten-
cialmente perigosas e aplicar medidas de controle de engenharia antes que agressões sérias à
saúde do trabalhador sejam observadas.”

ACGHI – American Conference of Governamental Industrial Higienists:

“Higiene Ocupacional é a ciência e arte devotadas ao reconhecimento, avaliação e controle


dos riscos ambientais e estresse originados, do ou no local de trabalho, que podem causar
doença, comprometimento da saúde e bem-estar, ou significante desconforto e ineficiência
entre os trabalhadores ou membros de uma comunidade”.

Clássica: Higiene Ocupacional é a ciência e a arte que visam o reconhecimento, avaliação


e controle dos riscos ambientais (físicos, químicos, biológicos e ergonômicos), presentes nos
locais de trabalho.

A Higiene Ocupacional visa diretamente à prevenção das doenças profissionais e de aci-


dentes no trabalho, tendo em vista o impacto significativo dos mesmos sobre a saúde do traba-
lhador, além do aspecto econômico relacionado às horas de trabalho perdidas e o custo social
do sistema público de saúde. O atual sistema indenizatório também não traz soluções e aumenta
o custo global dos acidentes.

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Aula
Histórico da Higiene
Ocupacional
1
Os riscos físicos, químicos e biológicos são os possíveis agentes de patologias ocupacio-
nais em todas as atividades humanas. A caracterização, avaliação e mensuração desses riscos
têm um papel vital na preservação da saúde do trabalhador, por meio de medidas de minimiza-
ção ou eliminação dos mesmos. Quando presentes no ambiente de trabalho são chamados riscos
ambientais, e no processo de trabalho são chamados riscos de operação.

A manutenção de locais de trabalho seguros e salubres foi, durante séculos, desprezada


pela sociedade. O médico Hipócrates, no século IV a.C. por exemplo, reconheceu e registrou
a toxicidade do chumbo na indústria mineradora, embora nada tenha sido feito para minimizar
o problema da exposição do agente nos trabalhadores daquela época.

Somente 500 anos após Hipócrates, Plínio, um sábio romano, fez referência aos perigos
do manuseio de zinco e do enxofre, relatando sobre a exposição dos trabalhadores ao chumbo,
ao mercúrio e às poeiras. Plínio descreveu a iniciativa dos escravos que faziam uso de panos
e membranas (de bexiga de carneiro) frente aos rostos para atenuar a inalação de poeiras. Este
período foi marcado pelo domínio romano e a preocupação naquele momento histórico era com
a invasão de novas terras, não havendo nenhum cuidado com a saúde de seus trabalhadores.

Muito pouco foi feito na Idade Média. Há relatos de alguns estudos realizados nos séculos
XII e XIII, mas nada importante no campo da Higiene Ocupacional foi marcado neste período,
no qual havia predomínio do sistema feudal.

Apenas em 1473 houve a publicação de um panfleto sobre a Higiene Ocupacional, feito


pela editora Ulrich Ellenbog, e que incluía notáveis instruções. Entretanto, o século XV foi
marcado por absoluto descaso e nenhum avanço a esse respeito, pois a Higiene Ocupacional
ainda estava associada ao misticismo (acreditava-se que demônios moravam nas cavernas e
podiam ser dominados pela oração).

Nessa época, Paracelsus, depois de dez anos observando uma planta de fundição nas mi-
nas da região do Tirol, contribuiu muito ao relatar seus conhecimentos sobre a toxicidade dos
metais. Posteriormente, no ano de 1556, o alemão Georgius Agricola descreveu fatores de
riscos associados à mineração em sua obra De Re Metallica.

O médico italiano Bernardino Ramazzini publicou no ano de 1700 o livro De Morbis


Artificium Diatriba, sendo o pioneiro em sistematizar os conhecimentos sobre as doenças ocu-
pacionais. Devido à grande repercussão deste livro e sua grande influência na saúde pública,
Ramazzini foi considerado o “pai da medicina ocupacional”. Ele descreveu as doenças de mais
de 50 ocupações e apresentou cuidados que acreditava diminuir os riscos aos quais os trabalha-
dores estavam expostos. Acreditava também que o ambiente do trabalho afetava a saúde, e cos-
tumeiramente fazia a seguinte pergunta, a fim de conhecer e diagnosticar doenças: “Qual é sua
ocupação?”.
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Aula
Histórico da Higiene
Ocupacional
1
No século XVIII, muitos problemas da Higiene Ocupacional foram reconhecidos e
descobertos.

A história da humanidade conta sobre as divisões de classe e o trabalho escravo em di-


versas civilizações e períodos históricos. Há relatos, por exemplo, que no período da ascensão
egípcia foi imposta uma lei proibindo trabalhos manuais ao povo, caracterizando a divisão de
classe. Cultura esta que permaneceu até meados do século XIX.

Já no século XIX, Charles Thackrat, médico e político influente, e Percival Pott escre-
veram um tratado de 200 páginas sobre Medicina do Trabalho.

PARTE 2 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

As crescentes mudanças na economia e na tecnologia culminaram, nos séculos XVIII e


XIX, na Revolução Industrial. Como consequência, houve um aumento considerável de proble-
mas de saúde, sobretudo nos ambientes de trabalho, causando mortes e doenças em decorrência
das condições precárias às quais os trabalhadores estavam sujeitos.

Os processos de trabalho a que os trabalhadores estavam submetidos, com máquinas a


vapor, e as atividades desenvolvidas de forma acelerada e desumana, em condições insalubres
e perigosas, contratando além dos homens, mulheres, velhos e crianças.

Os estudos de Willian Farr (1851) denunciaram a mortalidade exagerada dos fabricantes


de vasos, na faixa etária de 33 a 45 anos, sendo que a produção de cerâmica na Inglaterra era
considerada uma das atividades mais insalubres.

Em 1802, foi criada a lei “Da Saúde e Moral dos Aprendizes”, pelo parlamento inglês. Esta lei,
entretanto, foi ineficaz, pois não incluía nenhum tipo de fiscalização ou multa para os infratores.

As condições de trabalho continuaram péssimas. Havia denúncias de que indústrias têxteis


da Inglaterra exigiam o trabalho de 15 a 16 horas por dia, além de ser nas mesmas condições das
plantações de algodão nos Estados Unidos. O regime de semiescravidão durante a Revolução
Industrial foi motivo de reivindicações trabalhistas e do surgimento de inúmeros movimentos
sociais, que influenciaram vários políticos e legisladores a introduzirem medidas legais.

O Parlamento britânico baixou a “Lei das Fábricas” em 1833, a qual incluía pela primeira
vez a proteção do trabalho infantil. Ela proibiu o trabalho noturno para menores de 18 anos,
restringiu a idade mínima de nove anos para as crianças poderem trabalhar, exigiu que as fá-
bricas oferecessem escola para os menores de 13 anos, limitou a carga de trabalho a 48 horas
semanais, além de prever multas elevadas para os infratores.

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Aula
Histórico da Higiene
Ocupacional
1
Em 1842, o industrial James Shith contratou o primeiro médico para realizar exames ad-
missionais, controle periódico e prevenção de doenças.

Durante a década de 1930 até meados de 1940, alguns empregadores, inspirados nos con-
selhos do famoso médico Robert Baker (inspetor médico do governo britânico), introduziram
os serviços médicos dentro das empresas dando origem à Medicina do Trabalho.

Em 1946, a França regulamentou a existência do serviço médico em estabelecimentos co-


merciais e industriais. Nos Estados Unidos, no início do século XX, com a Lei das Indenizações,
empregadores estabeleceram serviços médicos nas indústrias com o objetivo de reduzir as inde-
nizações por acidentes e doenças profissionais. Posteriormente, o programa foi ampliado.

Em 1950, a Comissão Conjunta da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização


Internacional do Trabalho (OIT) estabeleceram os objetivos da saúde ocupacional. Em 1953 a
OIT, na Conferência Internacional do Trabalho, elaborou a Recomendação n.° 97 sobre a pro-
teção à saúde dos trabalhadores. Em 1958 na 42.ª Conferência Internacional do Trabalho defi-
niu-se a necessidade de organizar o serviço médico nas empresas. Em 1959 a 43.ª Conferência
introduziu a Recomendação n.° 112 para os serviços de saúde ocupacional, instalados nas em-
presas ou proximidades, com objetivo de proteger o trabalhador de riscos à saúde, contribuir
para seu ajustamento físico e mental e colocá-lo em atividades para as quais tenha aptidão,
contribuindo para estabelecer e manter seu bem-estar físico e mental.

No Brasil, a regulamentação dos serviços médicos, de higiene e de segurança ocorreu com


a publicação da Portaria 3.237, de julho de 1972, com o caráter curativo e assistencial.

EXERCÍCIOS

1. Quais eram as condições de trabalho durante a Revolução Industrial?

2. Quem foi Bernardino Ramazzini e qual foi sua contribuição para a saúde no trabalho?

3. Com relação à Lei das Indenizações, explique o que foi estabelecido nas empresas e qual
o principal objetivo para os empresários.

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Aula
Histórico da Higiene
Ocupacional
1
REFERÊNCIAS

ANJOS, Alcinéia Meigikos dos et al. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: MTE – Fundacentro, 2004.

ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. Manuais de Legislação Atlas. 72 ed. São Paulo, 2013.

BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria MTB n.° 3.214, 8 jun. 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras do Capítulo V,
Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, 6 jul.
1978. Disponível em: <www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/63/mte/1978/3214.htm>. Acesso em: 7 out. 2015.

DETECCION precoze de enfermedades professionales. Genebra: OMS, 1987.

GONÇALVES, E. A. Manual de Segurança e Saúde no Trabalho. 4 ed. São Paulo: LTR, 2008.

MENDES, Rene. Patologias do Trabalho. Rio de Janeiro: Atheneu, 1999.

SALIBA, T. M. Curso Básico de Segurança e Higiene Ocupacional. São Paulo: LTR, 2008.

GABARITO

1. Regime de semiescravidão, denúncias de indústrias têxteis na Inglaterra e nos cam-


pos de algodão dos Estados Unidos, aos quais exigiam trabalho de 15 a 16 horas;
Trabalho noturno para mulheres e crianças; não havia limite de idade para contrata-
ção de crianças.

2. Médico italiano que, no ano de 1700, publicou seu livro De Morbis Artificium Diatriba,
sendo o pioneiro em sistematizar o conhecimento sobre as doenças ocupacionais. Foi con-
siderado o “pai da Medicina do Trabalho”.

3. Foi estabelecida a implantação de serviços médicos nas empresas com o objetivo de


reduzir as indenizações por acidentes e doenças no trabalho.

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Aula
Entidades Nacionais
e Internacionais
2
A Higiene Ocupacional ganhou espaço no mundo prevencionista a partir de meados do
século XX. Os estudos e pesquisas desenvolvidos neste período tiveram uma participação de
fundamental importância para o conhecimento desta ciência. Organizações e instituições inter-
nacionais e nacionais cumpriram o papel de promover e disseminar estes estudos e pesquisas,
os quais devem ser de conhecimento de todos os profissionais da área prevencionista, como
fonte de consulta e de aprimoramento constante.

PARTE 1 ENTIDADES NACIONAIS DA HIGIENE OCUPACIONAL

O marco inicial da Higiene Ocupacional no Brasil deve-se ao pioneirismo e ao trabalho de-


senvolvido pelo médico Oswaldo Cruz, no início do século XX, com a prevenção de doenças in-
fecciosas junto aos trabalhadores de rodovias e portos, que estavam mais expostos a estes riscos.

No período de 1960 a 1970 também surgiram vários movimentos sindicais, inserindo na


pauta de reivindicações as questões de segurança e medicina em prol da saúde e vida do traba-
lhador. Paralelo ao surgimento de uma legislação voltada às empresas no sentido de melhorar
as condições de trabalho, surgiram no Brasil entidades prevencionistas, de origem tanto pública
como privada, que vieram subsidiar e contribuir de forma significativa para o reconhecimento,
avaliação e controle dos riscos ocupacionais, que são os princípios da Higiene Ocupacional. A
seguir serão apresentadas algumas organizações nacionais que são referências para profissio-
nais e estudantes da Higiene Ocupacional.

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)

A história do MTE:
1912 – Foi constituída a Confederação Brasileira do Trabalho (CBT), durante o quarto
Congresso Operário Brasileiro, realizado nos dias 7 e 15 de novembro, incumbida de pro-
mover um longo programa de reivindicações operárias: jornada de oito horas, semana de seis
dias, construção de casas para operários, indenização para acidentes de trabalho, limitação da
jornada de trabalho para mulheres e menores de quatorze anos, contratos coletivos ao invés
de contratos individuais, seguro obrigatório para os casos de doenças, pensão para velhice,
fixação de salário mínimo, reforma dos impostos públicos e obrigatoriedade da instrução
primária (MTE, 2015).

No decorrer do século XX, várias mudanças e denominações foram acompanhando as de-


mandas e determinações do Ministério do Trabalho e Emprego do Governo Federal. Entre várias
atribuições, pode-se citar a fiscalização nas empresas e, em 1940, as Inspetorias Regionais (que
cumpriam esta função) foram transformadas em Delegacias Regionais do Trabalho, as quais,
por sua vez, tiveram sua nomenclatura alterada em 2008 para Superintendências Regionais do
Trabalho e Emprego (Decreto 6.341 de 3 de janeiro de 2008).

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Entidades Nacionais
e Internacionais
2
Em 1966, foi criada a Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina
do Trabalho / FUNDACENTRO, por meio da Lei 5.161, para realizar estudos e pesquisas
pertinentes aos problemas de segurança, higiene e medicina do trabalho. Hoje, a fundação está
presente em todo país, por meio de suas unidades descentralizadas distribuídas em 11 estados
e no Distrito Federal. Destaca-se aqui a missão da FUNDACENTRO: “Produção e difusão de
conhecimentos que contribuam para a promoção da segurança e saúde dos trabalhadores e das
trabalhadoras, visando ao desenvolvimento sustentável, com crescimento econômico, equidade
social e proteção do meio ambiente” (FUNDACENTRO).

Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais (ABHO)

Criada em agosto de 1994, congrega pessoas físicas e jurídicas com interesses relacionados
à área de Higiene Ocupacional, tendo sido constituída para fins de estudos e ações relativas
à Higiene Ocupacional e representação de interesses individuais ou coletivos dos higienistas.
(ABHO)

Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho (FENATEST): Entidade


Sindical Representativa da Categoria – Base Territorial Nacional Fundada em 10/05/1992.

Associação Brasileira de Medicina do Trabalho (ABMT): o objetivo principal é disse-


minar o estudo e a prática da Medicina do Trabalho. Fundada no ano de 1944, é a mais antiga
associação médica que orientou e dirigiu seu interesse para o estudo, pesquisa e difusão da
Medicina do Trabalho.

Em 19 de junho de 1945, estruturada pela ABMT e levada por Décio Parreiras à conside-
ração do Ministro do Trabalho, foi aprovada a Portaria 229, que criou as Comissões Internas
de Prevenção de Acidentes (CIPA) nas empresas com mais de 100 (cem) empregados. Somente
essa iniciativa já justifica a grande utilidade da existência da ABMT.

Associação Brasileira de Profissionais de Segurança (ABSEG): é uma entidade brasilei-


ra sem fins lucrativos, constituída em 2005 com o objetivo de promover a capacitação, aperfei-
çoamento e desenvolvimento de todos os profissionais que atuam no segmento de segurança e
proteção, em suas mais diversas modalidades. Também tem como objetivos: a integração, o in-
tercâmbio de conhecimentos com outras associações e instituições, e o desenvolvimento de pro-
jetos e ações que contribuam para melhorar a qualidade da segurança privada e pública no país.

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Entidades Nacionais
e Internacionais
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PARTE 2 ENTIDADES INTERNACIONAIS DA HIGIENE OCUPACIONAL

Organização Internacional do Trabalho (OIT): é a agência das Nações Unidas que tem
por missão promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter acesso a um traba-
lho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade.

Organização Panamericana de Saúde (OPS): fundada em 1902, é a agência de saúde pú-


blica internacional mais antiga do mundo. Tem como missão a cooperação técnica, e mobiliza
associações para melhorar a saúde e a qualidade de vida nos países da América.

American Conference of Governamental Industrial Hygienists (ACGHI): por mais de


75 anos a ACGIH tem sido considerada uma organização bem respeitada pelos indivíduos na
higiene industrial e da indústria de saúde e segurança ocupacional e ambiental. Esta organiza-
ção trabalha em nove comitês:

• segurança agrícola e de saúde;

• instrumentos de amostragem de ar;

• bioaerossóis;

• índices de exposição biológica;

• ventilação industrial;

• internacional;

• empresa de pequeno porte;

• valores limites para substâncias químicas (TLVs);

• limiares para agentes químicos.

O termo Threshold Limit Values (TLVs) foi introduzido em 1956. A primeira edição da
Documentação de Valores de Limite foi publicada em 1962 e está agora em sua sétima edi-
ção. Hoje a lista inclui mais de 700 substâncias químicas e agentes físicos, e mais de 50 Índices
de Exposição Biológica (BEIs).

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Entidades Nacionais
e Internacionais
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Uma observação sobre esta instituição é que ela é referência para medidas de controle
dentro da Norma Regulamentadora – NR-9, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
(PPRA).

American Industrial Hygiene Association (AIHA): fundada em 1939, é a associação


premier de profissionais de saúde e segurança ocupacionais e ambientais. Apresenta alguns
programas de acreditação:

• AIHA-LAP, LLC é um organismo de acreditação internacionalmente reconhecido que


credencia laboratórios de ensaio com a norma ISO / IEC 17025: 2005.

• Higiene Industrial Programa de Acreditação de Laboratórios (IHLAP) – programa de


legado para laboratórios que efetuarem análises para avaliar as exposições a riscos
químicos.

• Chumbo Ambiental Laboratório Programa de Acreditação (ELLAP) – para labora-


tórios envolvidos com a análise do chumbo em amostras ambientais – pintura, solo,
poeira e ar.

Occupacional Safety And Health Act (OSHA): trata da legislação norte-americana para
segurança e saúde no trabalho.

European Agency for Safety and Health at Work (EU-OSHA): é a agência de informa-
ção da União Europeia em matéria de segurança e saúde no trabalho. É uma entidade que trabalha
para “tornar os locais de trabalho europeus mais seguros, mais saudáveis e mais produtivos – em
benefício das empresas, dos trabalhadores e dos governos” (EU-OSHA), promovendo “uma cul-
tura de prevenção de riscos para melhorar as condições de trabalho na Europa” (EU-OSHA).

National Institute for Occupational Safety & Health (NIOSH): realiza pesquisas e re-
comenda padrões à OSHA (americana).

EXERCÍCIOS

1. Qual instituição participou do processo de implantação da CIPA?

2. Qual é sua opinião a respeito do fato de a ACGIH (instituição internacional) ser mencio-
nada na Norma Regulamentadora 9 – PPRA?

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Entidades Nacionais
e Internacionais
2
REFERÊNCIAS

AMERICAN CONFERENCE OF GOVERNMENTAL INDUSTRIAL HYGIENISTS – ACGIH. History. Disponível em:


<www.acgih.org/about-us/history>. Acesso em: 2 out. 2015.

AMERICAN INDUSTRIAL HYGIENE ASSOCIATION. Disponível em: <www.aiha.org/about-aiha/Press/Pages/default.


aspx>. Acesso em: 2 out. 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS – ABHO. Referências importantes. Disponível em:


<www.abho.org.br/referencias-importantes/>. Acesso em: 2 out. 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA DO TRABALHO – ABMT. Quem somos. Disponível em: <www.abmt.org.
br/quemsomos.html>.  Acesso em: 2 out. 2015.

ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. Manuais de Legislação Atlas. 72 ed. São Paulo, 2013.

BRASIL. Decreto-Lei n.º 5.452, 1.º maio 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário Oficial da União, 9 ago.
1943, retificado pelo Decreto-Lei n.º 6.353, de 1944 e retificado pelo Decreto-Lei n.º 9.797, de 1946. Disponível em: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Lei n.° 6.514, 22 dez. 1977. Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança
e Medicina do Trabalho e dá outras providências. Diário Oficial da União, 23 dez. 1977. Disponível em: <www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l6514.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. A história do MTE. Disponível em: <www2.mte.gov.br/institucional/historia.asp>. Acesso


em: 2 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. Portaria MTB n.° 3.214, 8 jun. 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras do Capítulo V,
Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, 6 jul.
1978. Disponível em: <www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/63/mte/1978/3214.htm>. Acesso em: 7 out. 2015.

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS TÉCNICOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO – FENATEST. Disponível em: <www.
fenatest.org.br/index.php>. Acesso em: 2 out. 2015.

FUNDACENTRO. Missão. Disponível em: <www.fundacentro.gov.br/institucional/missao>. Acesso em: 1 out. 2015.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO – OIT. Disponível em: <www.ilo.org/brasilia/lang--pt/index.htm>.


Acesso em: 2 out. 2015.

16 Higiene Ocupacional Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A.,
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Entidades Nacionais
e Internacionais
2
REVISTA PROTEÇÃO. Entidades Nacionais. Disponível em: <www.protecao.com.br/conteudo/entidades/nacionais/J9jg_
AQ>. Acesso em: 30 set. 2015.

______. Sistema de gerenciamento qualifica o PPRA. In: Prêmio Proteção Brasil 2007. Melhor case de higiene ocupa-
cional. Disponível em: <www.protecao.com.br/materias/premio_p_r_o_t_e_c_a_o_brasil/higiene_ocupacional_2007/AQjg/
pagina=2>. Acesso em: 30 set. 2015.

GABARITO

1. ABMT – Associação Brasileira de Medicina do Trabalho.

2. ACGIH, por ser referência na publicação de documentação sobre valor de limite


(TLVs) pode ser consultada conforme a NR-9 – PPRA caso não hajam registros de
limite de tolerância na legislação brasileira.

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Norma
Regulamentadora 6
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Uma das atribuições do Técnico de Segurança do Trabalho nas empresas é acompanhar
todo o processo de avaliação, aquisição, fornecimento e treinamento para os empregados quan-
to ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

Na Higiene Ocupacional, o EPI é um dos instrumentos de medidas de controle, devido à


exposição aos riscos ocupacionais em suas atividades. Diante desta responsabilidade, é neces-
sário conhecer os requisitos da Norma Regulamentadora NR-6.

PARTE 1 NR-6 – EPI: CONSIDERAÇÕES GERAIS

Conforme a NR-6, considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo disposi-


tivo ou produto de uso individual, utilizado pelo trabalhador destinado à proteção contra riscos
que podem ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

O Certificado de Aprovação (CA)

O EPI, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado se


tiver a indicação do Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão competente, no caso,
o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O CA do EPI, como é denominado, é uma espécie de laudo onde são realizados testes de qua-
lidade. Nele consta o número do CA, sua validade, nome do EPI, nome do fabricante, descrição,
dados complementares, laudo e empresa credenciada que realizou os resultados dos testes.

A NR-6 determina alguns critérios que devem ser seguidos. Por exemplo: “todo EPI deverá
apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis o nome comercial da empresa fabricante, o
lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o
lote de fabricação e o número do CA” (NR-6 item 6.9.3). Quanto à validade,

Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá validade:


a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não tenham sua
conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO;
b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO, quando for o
caso;
c) de 2 (dois) anos, quando não existirem normas técnicas nacionais ou internacionais, oficial-
mente reconhecidas, ou laboratório capacitado para realização dos ensaios, sendo que nes-
ses casos os EPI terão sua aprovação pelo órgão nacional competente em matéria de segu-
rança e saúde no trabalho, mediante apresentação e análise do Termo de Responsabilidade

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Norma
Regulamentadora 6
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Técnica e da especificação técnica de fabricação, podendo ser renovado até dezembro de
2007, quando se expirarão os prazos concedidos (Nova redação dada pela Portaria 194,
de 22 dezembro de 2006. Diário Oficial da União de 28 de dezembro de 2006)

A obrigatoriedade do fornecimento do EPI

A empresa é obrigada a fornecer gratuitamente o EPI adequado ao risco, em perfeito es-


tado de conservação e funcionamento. Esta obrigatoriedade também é mencionada na NR-1 –
Disposições Gerais, estando a empresa sujeita a multas e passivos trabalhistas, pois normal-
mente os registros de fornecimento são exigidos nestes processos. Outra determinação é o
preenchimento dos certificados de aprovação de EPI fornecidos para os empregados em docu-
mentos legais obrigatórios, como o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), para fins de
aposentadoria.

O EPI adequado

Conforme a NR-6 EPI, item 6.5, cabe ao Serviço Especializado em Segurança e Medicina
do Trabalho (SESMT) ou à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), e também aos
usuários, recomendar o tipo, e o modelo mais adequado para a empresa adquirir e fornecer aos
trabalhadores.

Normalmente, o SESMT faz uma análise dos modelos específicos de EPI e solicita ao
fornecedor amostras que são entregues aos usuários, e durante uma semana eles apresentam os
resultados de aprovação ou não, quanto à eficiência do EPI.

Responsabilidades do empregador

a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;


b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria
de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou
sistema eletrônico.  (Inserida pela Portaria SIT 107/2009) (BRASIL, 1978, NR-6,
item 6.6).

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Norma
Regulamentadora 6
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Responsabilidades dos trabalhadores

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;


b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar o empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso; e,
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. (BRASIL, 1978, NR-6, item 6.7.1).

Da competência do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)

a) cadastrar o fabricante ou importador de EPI;


b) receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA do EPI;
c) estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios de EPI;
d) emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador;
e) fiscalizar a qualidade do EPI;
f) suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importador; e,
g) cancelar o CA (BRASIL, 1978, NR-6, item 6.11).

Cabe ao órgão regional do MTE (SRT):

a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e à qualidade do EPI;


b) recolher amostras de EPI; e,
c) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo descumprimento desta
NR (BRASIL, 1978, NR-6, item 6.11.2).

PARTE 2 EPI PARA RISCOS FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

O conceito de Higiene Ocupacional

A definição de Higiene Ocupacional, segundo a American Conference of Governmental


Industrial Hygienists (ACGIH) ou Conferência Governamental Americana de Higienistas
Industriais, é:

[...] ciência e arte do reconhecimento, avaliação e controle de fatores ou tensões ambientais


originados do, ou no, local de trabalho e que podem causar doenças, prejuízos para a saúde
e bem-estar, desconforto e ineficiência significativos entre os trabalhadores ou entre os cida-
dãos da comunidade (SALIBA, 2014).

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Norma
Regulamentadora 6
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O EPI como medida de controle:

a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de
acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletivas estiverem sendo implantadas;
c) para atender a situações de emergência (BRASIL, 1978, NR-6, item 6.3).

O EPI para os riscos biológicos:

a) óculos de segurança;
b) respiradores com peça semifacial contra poeiras;
c) vestimentas;
d) luvas para proteção contra agentes biológicos;
e) calçados de segurança (normalmente cor branca);

O EPI para os riscos físicos:

a) capacete para proteção do crânio e face contra agentes térmicos;


b) capuz para proteção do crânio e pescoço contra riscos de origem térmica;
c) protetores auditivos (ver o Programa de Conservação Auditiva (PCA);
d) óculos de segurança contra radiação ultravioleta e infravermelha;
e) protetor facial contra riscos de origem térmica e radiação ultravioleta;
f) capacete para proteção do crânio e face contra agentes térmicos;
g) vestimentas para proteção de tronco contra riscos de origem térmica e de origem
meteorológica;
h) luvas de proteção contra vibrações e radiações ionizantes;
i) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes térmicos;
j) calças e macacões para proteção contra agentes térmicos.

O EPI para os riscos químicos:

a) Capuz para proteção de crânio e pescoço contra respingos de produtos químicos;


b) óculos para proteção contra impactos de partículas volantes;
c) equipamentos de proteção respiratória (Obs.: ver o Programa de Proteção Respiratória);
d) vestimenta para a proteção do tronco, contra riscos de origem química;
e) luvas para proteção das mãos contra agentes químicos;
f) calçado de proteção para os pés contra respingos de produtos químicos.

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Norma
Regulamentadora 6
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O EPI e os programas

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) – NR-9: também menciona


o EPI como medida de controle, mas recomenda sempre como prioridade a implantação de
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), que normalmente minimizam ou eliminam os riscos
ambientais. A NR-9 determina que:

Quando comprovado pelo empregador ou instituição, a inviabilidade técnica da adoção de


medidas de proteção coletiva ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em
fase de estudo, planejamento ou implantação ou ainda em caráter complementar ou emergen-
cial, deverão ser adotadas outras medidas, obedecendo-se à seguinte hierarquia:
• medidas de caráter administrativo ou de organização de trabalho;
• utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI).
(BRASIL, 1978, NR-9, item 9.3.5.4).

Programa de Conservação Auditiva (PCA): é um conjunto de medidas implementadas


nas empresas com o objetivo de prevenir a perda auditiva e sua evolução. É um processo contí-
nuo e dinâmico de implantação na rotina das empresas, onde há exposição a ruídos. Inclui-se o
fornecimento e treinamento para o uso de equipamentos de proteção auditiva.

Programa de Proteção Respiratória (PPR): é um conjunto de medidas que devem ser


implementadas, por um processo contínuo e dinâmico, nas empresas onde há exposição de
riscos químicos (poeiras, gases, vapores, névoas) com o objetivo de prevenir as doenças res-
piratórias. Este programa apresenta as recomendações e requisitos mínimos para elaboração,
execução e administração de um programa sobre seleção e utilização corretas dos equipamentos
de proteção respiratória.

EXERCÍCIOS

1. Quais são os requisitos para aquisição do Certificado de Aprovação (CA) aos fabricantes
e importadores?

2. Quais são os objetivos do Programa de Proteção Respiratória?

3. De forma hierárquica, por que o EPI é a última opção como medida de controle conforme
consta na NR-9 – PPRA?

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Norma
Regulamentadora 6
3
REFERÊNCIAS

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<www.acgih.org/about-us/about-acgih>. Acesso em: 5 out. 2015.

ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. Manuais de Legislação Atlas. 72 ed. São Paulo, 2013.

BRASIL. Decreto-Lei n.º 5.452, 1.º maio 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário Oficial da União, 9 ago.
1943, retificado pelo Decreto-Lei n.º 6.353, de 1944 e retificado pelo Decreto-Lei n.º 9.797, de 1946. Disponível em: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Lei n.° 6.514, 22 dez. 1977. Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança
e Medicina do Trabalho e dá outras providências. Diário Oficial da União, 23 dez. 1977. Disponível em: <www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l6514.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-6. Equipamento de Proteção Individual – EPI. Diário Oficial da União, 6 jul. 1978.
Disponível em: <www.mte.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR6.pdf>. Acesso em: 7 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-9. Programa de Proteção de Riscos Ambientais – EPI. Diário Oficial da União, 6 jul.
1978. Disponível em: <www.mte.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR9.pdf>. Acesso em: 7 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. Portaria MTB n.° 3.214, 8 jun. 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras do Capítulo V,
Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, 6 jul.
1978. Disponível em: <www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/63/mte/1978/3214.htm>. Acesso em: 7 out. 2015.

SALIBA, Tuffi Messias. Manual prático de Higiene Ocupacional e PPRA. 6 ed. São Paulo: LTR, 2014.

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Norma
Regulamentadora 6
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GABARITO

1. O Certificado de Aprovação será fornecido aos fabricantes e importadores por órgão


competente do Ministério do Trabalho e Emprego, onde será avaliado por empresas
indicadas por este órgão para atestar a validade e eficácia do EPI.

2. O Programa de Proteção Respiratória deverá ser implantado nas empresas onde há


trabalhadores expostos a riscos químicos. Este programa estabelece as medidas de
controle, o monitoramento dos seus agentes, o fornecimento e treinamento dos EPI a
serem utilizados, com objetivo principal de acompanhar a saúde e a integridade física
dos trabalhadores sujeitos à contaminação ou intoxicação de agentes químicos.

3. Conforme consta no texto da NR-9, a medida principal para minimizar ou eliminar os


riscos ocupacionais é a instalação de dispositivos ou equipamentos considerados de
proteção coletiva. Caso haja inviabilidade técnica, outras medidas devem ser adota-
das, como a diminuição de tempo de exposição aos riscos, substituição de produtos no-
civos e outras formas denominadas medidas administrativas. E por último, a utilização
dos EPI é considerada uma medida complementar.

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Norma Regulamentadora 15
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A Norma Regulamentadora NR-15, com o título “Atividades e Operações Insalubres”,
determina os critérios que irão enquadrar as atividades, e os agentes ambientais que favorecem
o surgimento de problemas de saúde, além dos Limites de Tolerância para os riscos físicos,
químicos e biológicos. É uma norma de consulta constante para os profissionais de segurança
do trabalho, para verificar os parâmetros das condições ambientais avaliadas e desenvolver um
planejamento de trabalho sobre medidas de controle a partir dos dados coletados. Dentro dos
princípios da Higiene Ocupacional, esta norma faz parte do reconhecimento e controle dos ris-
cos ocupacionais existentes nos ambientes de trabalho.

PARTE 1 CONCEITOS BÁSICOS

A NR-15 é a Norma Regulamentadora que fornece todos os critérios e parâmetros para


determinar as atividades consideradas insalubres. Conforme o Artigo 190 da Consolidação das
Leis Trabalhistas (CLT), na sua seção XII:

Art. 190. O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e
adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância
aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a
esses agentes (CLT).

De acordo com a NR-15 serão consideradas atividades ou operações insalubres as que


se desenvolvem acima dos Limites de Tolerância previstos nos anexos 1, 2, 3, 5, 11 e 121 da
NR-15 (1.º critério).

Embasamento legal: esta NR tem sua existência jurídica assegurada, a nível de legislação
ordinária, por meio dos artigos 189 e 192 da CLT.

Art. 189. Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições
ou métodos de trabalho exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tole-
rância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

Riscos ambientais: muitas atividades e processos de trabalho expõem o trabalhador a vá-


rios tipos de riscos ambientais ao mesmo tempo, e assim aumentam os efeitos nocivos à saúde.

Um dos princípios da Higiene Ocupacional é o reconhecimento dos riscos ocupacionais


para a verificação das condições insalubres nos locais de trabalho.

1 Disponível em: <www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/mtb/15.htm>. Acesso em: 21 out. 2015.

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Norma Regulamentadora 15
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Passo a passo do reconhecimento dos riscos:

• Natureza – a NR-15 considera a origem dos agentes ambientais e seus efeitos no-
civos à saúde do trabalhador. Exemplos: sílica, que provoca a doença ocupacional
silicose, agente poeira, risco químico).

• Condições – a NR-15, além da natureza, também considera as condições ambientais,


e as situações de como as atividades são desenvolvidas. Exemplos: máquinas e equi-
pamentos com ou sem proteção, ventilação apropriada, fornecimento e utilização de
EPI etc.

• Métodos – a NR-15 considera os métodos, os procedimentos e as regras de como o


trabalho é realizado. Exemplos: Ordem de Serviço (OS) determinando como a ati-
vidade deve ser desenvolvida e quais medidas preventivas devem ser seguidas; a
velocidade das operações.

A identificação dos riscos ocupacionais diante das condições e métodos de trabalho cons-
titui um passo fundamental para a gestão da saúde e segurança no trabalho. Os riscos ocupacio-
nais possuem diversas formas de classificação e interpretação nesse campo:

• Riscos Ocupacionais Operacionais – fatores potenciais de acidentes relacionados a


como são desenvolvidos (métodos) e as chances de ocorrer o acidente. Exemplos: tra-
balho com ferramentas ou equipamentos inadequados ou defeituosos (improvisação);
ausência de procedimento para o trabalho ou treinamentos específicos de segurança.

• Riscos Ocupacionais Comportamentais – são os aspectos de cada trabalhador em


relação à motivação, preparo técnico (qualificado), desequilíbrio psíquico ou de saú-
de. Estes fatores podem gerar falhas humanas, independente da existência da frequên-
cia e qualidade do treinamento Exemplos de limitações humanas: físicas e psicológi-
cas,baixa concentração ou raciocínio, lógica e memória.

• Riscos Ocupacionais Ambientais – estão definidos pelas Normas Regulamentadoras


NR-9 e NR-15 como agentes ambientais que podem caracterizar atividades e ope-
rações insalubres. Exemplos: agentes físicos: ruído, calor, vibrações, frio, umidade,
radiações; agentes químicos: produtos químicos em forma de gases, vapores e aero-
dispersóides; agentes biológicos.

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Norma Regulamentadora 15
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• Riscos Ocupacionais Ergonômicos: são as condições de trabalho envolvendo fatores
biomecânicos (postura, esforço e movimentação), exigências psicofísicas do traba-
lho (esforço visual, raciocínio e atenção), processo inadequado de trabalho (ritmo,
monótono, repetitivo, noturno) e outras condições ambientais (ventilação, umidade,
iluminação), que podem acarretar desconforto ou estresse ocupacional.

Observações: não são classificados pela NR-9 como riscos ambientais, assim não se-
rão exigidos nas fiscalizações do trabalho sua inclusão no PPRA, porém, devem fazer
parte da elaboração do Mapa de Risco (NR-5) e também da Avaliação Ergonômica do
Trabalho (AET), exigida (NR-17).

A NR-17 – Ergonomia: prevê a identificação e avaliação de alguns agentes físicos, como


ruído, calor e umidade, que poderão ser considerados como riscos “ergonômicos” ou “ambien-
tais”. Neste caso, vão depender da intensidade (dimensional), necessitando para isso a avalia-
ção quantitativa.

PARTE 2 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E


APOSENTADORIA ESPECIAL

A NR-15 assegura ao trabalhador que exerça atividades em locais de trabalho considerados


insalubres a percepção de adicional incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a:

• 40% (quarenta por cento), por insalubridade de grau máximo;

• 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;

• 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo.

Observação: se houver incidência de mais de um fator de insalubridade, considera-se o de


grau mais elevado, não permitido a percepção cumulativa.

A eliminação ou neutralização da insalubridade: este item da norma determina que ces-


se o pagamento do adicional respectivo quando:

a) forem adotadas medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro
dos limites de tolerância. Por exemplo: enclausurar uma máquina ruidosa.

b) foi utilizado Equipamento de Proteção Individual (EPI).

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Norma Regulamentadora 15
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O encerramento do pagamento do adicional ficará caracterizado por meio de avaliação, por
órgão competente, que comprove a inexistência de risco à saúde do trabalhador.

É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requerer


ao Ministério do Trabalho, por meio das DRTs, a realização de perícias em estabelecimento ou
setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar, ou determinar atividades insalubres.

Laudo técnico de insalubridade: deverá ser elaborado pelo engenheiro de segurança do


trabalho ou o médico do trabalho, devidamente habilitado. Cabe então à autoridade regional
competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador, com comprovação do laudo, fixar
o adicional devido.

Os objetivos do levantamento das condições de trabalho:

No Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – NR-9, são indicadas avaliações ne-


cessárias sobre a exposição aos riscos e as condições de trabalho, com os seguintes objetivos:

• avaliação dos riscos ocupacionais, procurando identificar as atividades e operações


insalubres e/ou perigosas a que os trabalhadores estejam expostos. Estão sujeitos tam-
bém a basear-se nos documentos legais existentes visando à concessão de adicionais
de risco;

• caracterização do nexo causal, que procura comprovar a relação direta entre a doen-
ça e o exercício do trabalho. Neste caso, é necessário verificar a eficácia da proteção
fornecida pelo empregador (EPI X EPC), isto significa se as medidas adotadas são
capazes de eliminar ou atenuar a exposição aos riscos ambientais de modo a evitar a
ocorrência de doença ocupacional.

Durante a jornada de trabalho, o trabalhador pode ficar exposto, simultânea ou alternada-


mente, a diferentes riscos ocupacionais. A intensidade destes não é igual ao longo do tempo e
podem existir também situações de combinações dos efeitos. Dessa forma, a avaliação pericial
da exposição do trabalhador aos riscos ambientais ou relacionados às condições de trabalho tem
como objetivos:

• estudo do risco, independentemente da ocorrência de seu efeito – caracterização de


insalubridade ou periculosidade para fins de concessão do respectivo adicional de
salário pela exposição ao risco.

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• estudo do risco, em razão da ocorrência do seu efeito – nexo causal entre determinada
afecção e o exercício do trabalho; avaliação da proteção dispensada pelo empregador,
em face de um risco, e da ocorrência de seu efeito nocivo ao trabalhador.

Previdência Social

A avaliação dos riscos ambientais é obrigatória para a comprovação e garantia do direito


à aposentadoria especial, segundo a Lei de Benefícios da Previdência Social (Lei 8.213/1991).

Somente terão direito a este benefício os trabalhadores que estiveram expostos aos agentes
ambientais nocivos acima dos limites de tolerância, sem a implementação de medidas de prote-
ção, devidamente comprovados.

Art. 57. A aposentadoria especial será devida uma vez cumprida a carência exigida nesta lei,
ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saùde ou
integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dis-
puser a lei.

A NR-15 é indispensável para a elaboração de laudo técnico para fins de caracterização


da aposentadoria especial. A partir da Lei 9.032 de 29/04/1995, a caracterização de atividade
como especial depende de comprovação do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem
intermitente, durante 15, 20 ou 25 anos em atividade com efetiva exposição a agentes nocivos
químicos, físicos ou biológicos.

EXERCÍCIOS

1. Na Higiene Ocupacional, a NR-15 fornece os parâmetros para o enquadramento da insa-


lubridade e, portanto é necessário realizar primeiramente o reconhecimentos do riscos
ambientais. Cite os requisitos necessários para esse levantamento.

2. A identificação dos riscos ocupacionais é fundamental para uma gestão de saúde


e segurança nas empresas. Como são classificados os riscos ocupacionais na fase de
identificação?

3. Quais são os critérios para eliminação ou neutralização do adicional de insalubridade?

4. Quais são os critérios da Previdência Social para a concessão da aposentadoria especial?

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Norma Regulamentadora 15
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REFERÊNCIAS

ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. Manuais de Legislação Atlas. 72 ed. São Paulo, 2013.

BRASIL. Decreto-Lei n.º 5.452, 1.º maio 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário Oficial da União, 9 ago.
1943, retificado pelo Decreto-Lei n.º 6.353, de 1944 e retificado pelo Decreto-Lei n.º 9.797, de 1946. Disponível em: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Lei n.° 6.514, 22 dez. 1977. Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança
e Medicina do Trabalho e dá outras providências. Diário Oficial da União, 23 dez. 1977. Disponível em: <www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l6514.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Lei n.° 8.213, 24 jul. 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências.
Diário Oficial da União, 25 jul. 1991, republicado em 11 abr. 1996  e republicado  em 14 ago. 1998. Disponível em: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8213cons.htm>. Acesso em: 20 out. 2015.

______. Lei n.° 9.032, 28 abr. 1995. Dispõe sobre o valor do salário mínimo, altera dispositivos das Leis 8.212 e 8.213, ambas
de 24 jul. 1991 e dá outras providências. Diário Oficial da União, 29 abr. 1995. Disponível em: <www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/Leis/L9032.htm#art3>. Acesso em: 20 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-15. Atividades e Operações Insalubres. Diário Oficial da União, 6 jul. 1978. Disponível
em: <www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/mtb/15.htm>. Acesso em: 20 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. Portaria MTB n.° 3.214, 8 jun. 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras do Capítulo V,
Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, 6 jul.
1978. Disponível em: <www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/63/mte/1978/3214.htm>. Acesso em: 7 out. 2015.

MORAES, Giovani Araújo. Normas Regulamentadoras Comentadas. 7 ed. Rio de Janeiro, 2009.

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Norma Regulamentadora 15
4
GABARITO

1. Devem ser considerados: natureza, condições e métodos de trabalho para reconhecer


todos os riscos ocupacionais.

2. São classificados em riscos ocupacionais operacionais, comportamentais, ambientais


e ergonômicos.

3. Adotar medidas de ordem geral em que se mantêm os riscos ocupacionais dentro


dos limites de tolerância estipulados na NR-15 e o uso de Equipamento de Proteção
Individual – NR-6.

4. Os trabalhadores expostos a agentes nocivos acima dos limites de tolerância estipu-


lados pela NR-15 e que não têm, ou são impossibilitados por ordem técnica, a im-
plantação das medidas de proteção necessárias para minimização (reduzir os índices
quantitativos dos agentes ambientais) ou até mesmo eliminar estes agentes nos locais
de trabalho.

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Limites de Tolerância
5
Limite de Tolerância (LT) é o termo utilizado como parâmetro para verificar a exposição
a agentes agressivos, quando estes podem e devem ser dimensionados, ou seja, quantificados.

Sabemos que os limites estipulados pelas instituições brasileiras são antigos e necessitam
ser atualizados. Instituições internacionais atualizam anualmente seus limites, o que torna con-
sideravelmente mais rigorosos os valores que dão o enquadramento a ambientes insalubres.

O estudo dos conceitos se faz necessário, mas o Limite de Tolerância deve ser apenas uma
referência para todos que tenham a pretensão de atuar na área, com o dever de participar de uma
gestão que exponha o trabalhador, na medida do possível, em níveis muito inferiores ao LT, em
prol da saúde e segurança dos trabalhadores.

PARTE 1 CONCEITOS BÁSICOS DE LT

Os Limites de Tolerância (LT), ou Limites de Exposição Ocupacional (LEO), referem-se


às concentrações ou intensidades dos agentes ambientais aos quais acredita-se que a maioria
dos trabalhadores possa estar exposta constantemente, dia após dia, sem sofrer de imediato os
efeitos adversos à saúde.

Na NR-15, temos a seguinte definição: “entende-se por Limite de Tolerância a concentração


ou intensidade máxima ou mínima relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente,
que não causará dano à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral” (BRASIL, 1978).

Os limites de exposição são baseados em informações científicas, oriundas da combinação


de experiências industriais, experiências em humanos e estudos em animais. Outro fator a ser
considerado é a sensibilidade individual a certos agentes, ou seja, alguns trabalhadores podem
apresentar situação de desconforto em relação a certas concentrações ou intensidades mesmo
que inferiores aos limites de exposição.

No Brasil, os Limites de Tolerância estão estabelecidos em NBR (Normas Brasileiras),


NR (Norma Regulamentadora 15) e NHO (Norma de Higiene Ocupacional). Vale lembrar que
a NR-9 – PPRA determina que para casos em que os Limites de Tolerância não estejam en-
quadrados nas normas nacionais, deve-se tomar como referência as Normas de Instituições
Internacionais, como por exemplo:

• American Conference of Governmental Industrial Hygienist (ACGIH) – Conferência


Governamental Americana de Higienistas Industriais;

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Limites de Tolerância
5
• Occupational Safety and Health Administration (OSHA) – Administração de
Segurança e Saúde Ocupacional. (EUA);

• National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) – Instituto Nacional
de Segurança e Saúde Ocupacional (EUA).

Ao estudar os agentes físicos, químicos e biológicos, deve-se sempre comparar os limites


nacionais e internacionais pelo caráter prevencionista da profissão. A atualização anual dos li-
mites de tolerância internacionais os transforma em referência necessária para os profissionais
prevencionistas.

Os limites de exposição são recomendações e devem ser utilizados como guias nas práticas
de avaliação, não devendo ser considerados uma linha divisória entre concentrações seguras e
perigosas. Obs.: deve-se manter as concentrações ou a intensidade de qualquer agente no nível
de exposição mais baixo possível.

PARTE 2 MEDIDAS DE PROTEÇÃO E CONTROLE

Uma vez realizados os levantamentos ambientais e detectadas anormalidades a partir dos


Limites de Tolerância, deve-se executar medidas que eliminem, reduzam ou neutralizem as
exposições. As análises dos ambientes de trabalho, pela Higiene Ocupacional, podem conduzir
a várias medidas de controle, que podem incluir:

Limitação da utilização ou substituição do agente. Exemplo: a substituição na indústria


automobilística de tintas à base de solventes por tintas à base de água ou com maiores teores de
sólidos e, consequentemente, com menos solventes (pintura eletrostática a pó).

Limitação da utilização ou substituição do processo. Exemplos: tampar recipientes que


envolvam materiais que possam se dispersar no ambiente, usar empilhadeiras com motores
elétricos em substituição aos motores de combustão interna.

Utilização de medidas técnicas preventivas. Exemplo: compra de produtos químicos já


misturados, nas quantidades certas, para evitar manipulação desnecessária.

Medidas de proteção coletiva. Exemplos: ventilação local exaustora, barreiras na trans-


missão ou propagação.

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Limites de Tolerância
5
Adoção de medidas de proteção que impliquem na aplicação de procedimentos e mé-
todos de trabalho apropriados. Exemplo: evitar que o trabalhador se incline sobre uma fonte
de contaminante volátil para não agravar a exposição.

Medidas de proteção pessoal, quando não for possível evitar por outros meios.
Exemplo: uso de equipamentos de proteção individual adequado.

Os anexos da NR-15:

O anexo n.° 1 da NR-15 fornece os Limites de Tolerância a ruído contínuo ou


intermitente.

Os ruídos contínuos e intermitentes são aqueles que não sejam ruídos de impacto. São
medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de
compensação “A” e circuito de resposta lenta slow. As leituras devem ser feitas próximas aos
ouvidos do trabalhador.

O anexo n.° 2 da NR-15 fornece os Limites de Tolerância a ruído de impacto.

O ruído de impacto é aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1
(um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo. O Limite de Tolerância é de 130 (dB)
(linear), e a leitura é feita no circuito de resposta rápida (fast) e no circuito de compensação “C”
o Limite de Tolerância será de 10 (dB) C.

O anexo n.° 3 da NR-15 fornece os Limites de Tolerância para exposição ao calor.

A exposição ao calor deve ser avaliada através do “Índice de Bulbo Úmido” – Termômetro
de Globo (IBUTG).

Os aparelhos a serem usados nessa avaliação são: termômetro de bulbo úmido natural,
termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum.

O anexo n.° 3 da NR-15 fornece os Limites de Tolerância para exposição ao calor.

Devem ser considerados os limites para a exposição ao calor:

1. Em regime de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio local de


prestação de serviço;

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Limites de Tolerância
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2. Em regime de trabalho intermitente com período de descanso em outro local (local de
descanso).

Anexo n.° 5 da NR-15 – LT – radiações ionizantes;

Anexo n.° 11 da NR-15 – agentes químicos, cuja insalubridade é caracterizada por LT e


inspeção no local de trabalho;

Anexo n.° 12 da NR-15 – Limites de Tolerância (LT) para poeiras minerais (asbestos,
manganês e seus compostos, sílica livre cristalizada).

EXERCÍCIOS

1. Com relação aos limites de exposição, de que forma eles chegaram a ser estabelecidos?

2. Cite um exemplo para redução de Limites de Tolerância com medidas de controle na


forma de limitação da utilização ou substituição do processo.

3. Como pode-se obter os valores quantitativos para analisar os Limites de Tolerância para
o risco físico – agente calor?

REFERÊNCIAS

ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. Manuais de Legislação Atlas. 72 ed. São Paulo, 2013.

BRASIL. Decreto-Lei n.º 5.452, 1.º maio 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário Oficial da União, 9 ago.
1943, retificado pelo Decreto-Lei n.º 6.353, de 1944 e retificado pelo Decreto-Lei n.º 9.797, de 1946. Disponível em: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Lei n.° 6.514, 22 dez. 1977. Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança
e Medicina do Trabalho e dá outras providências. Diário Oficial da União, 23 dez. 1977. Disponível em: <www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l6514.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-9. Programa de Proteção de Riscos Ambientais – EPI. Diário Oficial da União, 6 jul.
1978. Disponível em: <www.mte.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR9.pdf>. Acesso em: 7 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-15. Atividades e Operações Insalubres. Diário Oficial da União, 6 jul. 1978. Disponível
em: <www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/mtb/15.htm>. Acesso em: 20 out. 2015.

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Limites de Tolerância
5
______. Ministério do Trabalho. Portaria MTB n.° 3.214, 8 jun. 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras do Capítulo V,
Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, 6 jul.
1978. Disponível em: <www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/63/mte/1978/3214.htm>. Acesso em: 7 out. 2015.

MORAES, Giovani Araújo. Normas Regulamentadoras Comentadas. 7 ed. Rio de Janeiro, 2009.

GABARITO

1. São baseados em informações científicas oriundas da combinação de experiências in-


dustriais, em humanos e estudos em animais.

2. Tampar recipientes que envolvam materiais que possam se dispersar no ambiente;


usar empilhadeiras com motores elétricos em substituição aos motores de combustão
interna.

3. A exposição ao calor deve ser avaliada por meio do “Índice de Bulbo Úmido” –
Termômetro de Globo (IBUTG). Os aparelhos que devem ser usados nessa avaliação
são: termômetro de bulbo úmido natural, termômetro de globo e termômetro de mercú-
rio comum.

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Limites de Exposição
Ocupacional
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Os conceitos de Limite de Tolerância e Limites de Exposição Ocupacional são de suma
importância para os profissionais que atuam na prevenção de doenças ocupacionais. Eles es-
tão interligados, porém têm características próprias para estabelecer as políticas de prevenção
e medidas de controle dos riscos ocupacionais. Esta aula dará as noções básicas para o aluno
iniciar o aprendizado e posteriormente aprofundar seus conhecimentos.

PARTE 1 CONCEITOS BÁSICOS

Na Norma Regulamentadora 15 (NR-15), intitulada "Atividades e Operações Insalubres",


os Limites de Exposição Ocupacionais (LEO) são denominados Limites de Tolerância de forma
equivocada, pois, entre outras particularidades, possuem definições diferenciadas. Há também
o fato de que os Limites de Tolerância nacionais não são atualizados desde a sua adoção, no
final da década de 1970.

Os Limites de Exposição Ocupacional e a NR-9 – PPRA

Das Medidas de Controle do PPRA, item 9.3.5.1, alínea “c”:

9.3.5 Das medidas de controle.


9.3.5.1 Deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a eliminação, a mini-
mização ou o controle dos riscos ambientais sempre que forem verificadas uma ou mais das
seguintes situações:
[...]
c) quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores exce-
derem os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência destes os valores limites
de exposição ocupacional adotados pela ACGIH – American Conference of Governmental
Industrial Higyenists, ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de
trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos;

O Limite de Exposição Ocupacional é um valor fixo de concentração que será usado como
referência para avaliação de uma situação dinâmica, isto é, de concentrações que flutuam ao
longo da jornada de trabalho.

A relação exposição-efeito permite considerar que para todo agente químico deverá haver
uma exposição suficientemente baixa para não produzir efeito, que é chamada de NOAEL (No
Observed Adverse Effect Level – Nível de Efeito Adverso não observado).

Com base no NOAEL e no conhecimento disponível sobre as exposições humanas, mo-


dulados pela utilização de fatores de incerteza, são propostos os padrões de exposição para os
agentes químicos por meio de diversas fontes (água, ar, solo, alimentos).
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Limites de Exposição
Ocupacional
6
Os padrões para o ambiente de trabalho são denominados Limites de Exposição Ocupacional
(LEO) e têm algumas características cuja consideração é muito importante: representam valo-
res limitantes para as concentrações dos agentes químicos presentes no ar que o trabalha-
dor respira, na forma de gás, vapor, névoa, fumo ou poeira, minimizando a possibilidade
de incidência de doenças devidas à exposição.

Para fazer uma avaliação ambiental útil, o primeiro passo é desenvolver um estudo prévio,
feito caso a caso, em que será coletada uma série de informações para que uma estratégia de
amostragem seja modelada. Após análise das amostras, tratamento dos dados e interpretação
adequada dos resultados, obtém-se a estimativa da exposição do trabalhador, que é estatistica-
mente cotejada (comparada) com as referências, ou seja, os Limites de Exposição Ocupacional
(LEO).

Atualmente há Limites de Exposição Ocupacional propostos para cerca de 680 substâncias,


pertencentes nos mais diversos grupos de agentes químicos. Os valores LEO, aqui chamados de
propostos, são aqueles indicados por órgãos técnicos, aos quais frequentemente os atualizam e
utilizam fundamentação científica para subsidiá-los.

Nos Limites de Exposição Ocupacional adotados na legislação de qualquer país, há in-


fluências próprias do processo normativo quando da transposição ou cópia dos valores pro-
postos. Essas influências são econômicas, políticas, sociais, previdenciárias, entre outras. O
ideal é que haja participação de diversos atores no processo, como o capital (que deve custear
o controle do risco por ele criado), trabalhadores (que se expõem ao risco), cientistas e técnicos
(que oferecem a argumentação científica de ordem toxicológica, médica e epidemiológica) e
órgãos do próprio Estado (responsáveis pela proteção dos cidadãos, pelo custo dos doentes e
pelas repercussões da morbidade).

Ao Estado, enfim, caberá considerar as várias argumentações com equidade e legislar.


No Brasil isso é feito por ato executivo do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do
Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST/MTE) do Ministério do Trabalho e
Emprego.

PARTE 2 A RELAÇÃO LIMITE DE TOLERÂNCIA E


LIMITE DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL

Os limites existem para serem usados como guias, previamente testados e aceitos, podendo
garantir que, em condições usuais de trabalho, não seja esperado nenhum dano à saúde do traba-
lhador. A própria definição da ACGIH considera os valores de limite (TLVs) como concentrações
de substâncias no ar que representam condições sob as quais acredita-se que a maioria dos traba-
lhadores pode ficar repetidamente exposta, dia após dia, sem sofrer efeitos adversos à saúde.

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Limites de Exposição
Ocupacional
6
Não é correto usar o Limite de Tolerância como um divisor entre o certo e errado, e, para
que as incertezas sejam minimizadas, torna-se necessária a adoção de procedimentos formais
de controle da exposição ocupacional aos riscos ambientais. Este compromisso com as questões
de prevenção de danos à saúde consolidou-se com a revisão da NR-9, que instituiu o Programa
de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). O PPRA incluiu avanços na legislação como a
atualização dos Limites de Tolerância (LT), considerando que, na ausência da NR-15, devem
ser adotados os limites da ACGIH (LEO), o que significa uma diminuição nas discrepâncias
existentes durante este período, atualizando também a forma como estes valores devem ser tra-
balhados, dependendo do efeito que se deseja evitar, isto é, danos à saúde de natureza crônica
(TLV-TWA) ou aguda (TLV-Ceiling/ TVL-STEL).

Nível de Ação Preventiva (NAP)

A NR-9 (PPRA) define parâmetros para estabelecer de níveis de exposições ocupacionais


deflagradores de ações preventivas. O Nível de Ação Preventiva (NAP) é o valor de intensi-
dade ou concentração de agentes nocivos, pelo qual devem ser iniciadas ações preventivas de
forma a minimizar a probabilidade de que as exposições ocupacionais ultrapassem os Limites
de Tolerância.

Sabe-se que a partir do valor no NAP (que representa 50% do valor Limite de Tolerância
para os agentes químicos), existe uma probabilidade, com base estatística, de que o próprio
limite possa estar sendo superado.

O NAP deve ser claramente definido no PPRA para os agentes químicos que possuem
Limites de Tolerância, e para o ruído, devendo ser objeto de controle sistemático todas as situa-
ções que apresentem exposição ocupacional acima dos níveis de ação definidos.

Os parâmetros apresentados na NR-9 são:

a) para agentes químicos, a metade dos limites de exposição ocupacional considerados


na NR-15;

b) para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério estabelecido na


NR-15, anexo n.º 1, item 6.

Conclusões: é importante destacar os seguintes aspectos:

• os limites de tolerância devem ser usados como guias para o controle da exposição;

• existe a necessidade de familiarização com os conceitos dos TLVs (ACGIH);

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Limites de Exposição
Ocupacional
6
• a ampliação do conceito de reconhecimento de riscos para o conhecimento dos seus
efeitos tóxicos;

• a responsabilidade dos empregadores na garantia de condições adequadas de trabalho;

• os controles devem reduzir o máximo possível as concentrações nos ambientes de


trabalho. Não aceitar valores próximos aos limites como confiáveis.

EXERCÍCIOS

1. Cite uma característica importante do Limite de Exposição Ocupacional.

2. Nos Limites de Exposição Ocupacional adotados na legislação de qualquer país, há in-


fluências próprias do processo normativo quando da transposição ou cópia dos valores
propostos. Cite quais são estas influências.

3. Como a ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Higyenists) considera a


definição dos TLVs?

4. Para se fazer uma avaliação ambiental útil, o que deve-se considerar?

REFERÊNCIAS

AMERICAN CONFERENCE OF GOVERNMENTAL INDUSTRIAL HYGIENISTS – ACGIH. Disponível em: <www.acgih.


org>. Acesso em: 17 out. 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS – ABHO. Referências importantes. Disponível em:


<www.abho.org.br/referencias-importantes/>. Acesso em: 2 out. 2015.

ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. Manuais de Legislação Atlas. 72 ed. São Paulo, 2013.

BRASIL. Decreto-Lei n.º 5.452, 1.º maio 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário Oficial da União, 9 ago.
1943, retificado pelo Decreto-Lei n.º 6.353, de 1944 e retificado pelo Decreto-Lei n.º 9.797, de 1946. Disponível em: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Lei n.° 6.514, 22 dez. 1977. Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança
e Medicina do Trabalho e dá outras providências. Diário Oficial da União, 23 dez. 1977. Disponível em: <www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l6514.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

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Limites de Exposição
Ocupacional
6
______. Ministério do Trabalho. NR-9. Programa de Proteção de Riscos Ambientais – EPI. Diário Oficial da União, 6 jul.
1978. Disponível em: <www.mte.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR9.pdf>. Acesso em: 7 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-15. Atividades e Operações Insalubres. Diário Oficial da União, 6 jul. 1978. Disponível
em: <www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/mtb/15.htm>. Acesso em: 20 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. Portaria MTB n.° 3.214, 8 jun. 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras do Capítulo V,
Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, 6 jul.
1978. Disponível em: <www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/63/mte/1978/3214.htm>. Acesso em: 7 out. 2015.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER – INCA. Amianto. Rio de Janeiro: INCA. Disponível em: <www1.inca.gov.br/
conteudo_view.asp?ID=15>. Acesso em: 17 out. 2015.

MORAES, Giovani Araújo. Normas Regulamentadoras Comentadas. 7 ed. Rio de Janeiro, 2009.

GABARITO

1. Representa valores limitantes para as concentrações dos agentes químicos presentes


no ar que o trabalhador respira na forma de gás, vapor, névoa, fumo ou poeira, mini-
mizando a possibilidade de incidência de doenças devidas à exposição.

2. Essas influências são econômicas, políticas, sociais e previdenciárias, entre outras.


Idealmente deve haver a participação de diversos atores do processo, como capital
(que deve custear o controle do risco por ele criado), trabalhadores (que se expõem ao
risco), cientistas e técnicos (que oferecem a argumentação científica de ordem toxicoló-
gica, médica e epidemiológica), e órgãos do próprio Estado (responsável pela proteção
dos cidadãos, pelo custo dos doentes e pelas repercussões da morbidade).

3. “São concentrações de substâncias no ar que representam condições sob as quais


acredita-se que a maioria dos trabalhadores pode ficar repetidamente exposta, dia
após dia, sem sofrer efeitos adversos à saúde.”

4. O primeiro passo é desenvolver um estudo prévio, feito caso a caso, onde se coleta
uma série de informações para que seja modelada uma estratégia de amostragem.
Após análise dessas amostras, tratamento dos dados e interpretação adequada dos
resultados, obtém-se a estimativa da exposição do trabalhador, que é estatisticamente
cotejada com as referências, os Limites de Exposição Ocupacional (LEO).

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Riscos Biológicos
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Os riscos biológicos nos ambientes de trabalho são de extrema importância para a Higiene
Ocupacional, devido às dificuldades encontradas no controle dos acidentes e doenças causadas
pelos seus agentes. Nesse sentido, Biossegurança vem contribuir indicando métodos e controles
operacionais mais detalhados para os trabalhadores que lidam diretamente com os agentes bio-
lógicos, principalmente os profissionais da área de saúde. A postura de todo profissional frente
a situações de riscos deve ser de permanente atualização em técnicas preventivas e acompa-
nhamento de recomendações técnicas de agências internacionais e nacionais como a ANVISA
e Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.

PARTE 1 AGENTES BIOLÓGICOS

São caracterizados por micro-organismos, invisíveis a olho nu, presentes no ambiente de


trabalho e capazes de causar doenças, deterioração de produtos alimentícios, madeiras e cou-
ros, mau cheiro, interrupção de processos industriais etc. Podem apresentar muita facilidade
de reprodução, além de contar com diversos mecanismos de transmissão ou contaminação de
pessoas, ambientes ou animais.

Classificação dos agentes biológicos

• Protozoários: causam doenças como a disenteria amebiana e giardíase (infecção cau-


sada pela ingestão de alimentos deteriorados).

• Fungos: causam mofos e bolores, deterioram alimentos, podem produzir toxinas nas
pessoas, além de causar micoses (manchas ou feridas na pele) do tipo pé de atleta ou
frieira e sapinho.

• Bactérias: causam pneumonia, infecções alimentares, cólera, leptospirose (transmiti-


da pela urina do rato) e toxoplasmose.

• Bacilos: são bactérias em forma de bastonetes que causam, por exemplo, a tuberculo-
se (bacilo de Koch).

• Vírus: nas pessoas causam gripe, hepatite, herpes (genital e labial), hidrofobia, AIDS
e outras.

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Riscos Biológicos
7
Os agentes biológicos classificados em grupos

• Bactéria, fungo, protozoário e vírus: são micro-organismos patogênicos presentes


em ambientes de trabalho, encontrados em situações e locais como: alimentos deterio-
rados, cemitérios, esgotos, laboratórios, lixo urbano, área hospitalar. Consequências:
doenças como infecções intestinais, brucelose, tuberculose, micoses, leptospirose etc.

• Vermes e outros parasitas: seres biológicos causadores de doenças, como solitá-


ria, esquistossoma, ascárides lumbricoides etc. Presentes em esgotos, fossas, animais
doentes etc. Consequências: neurocisticercose, teníase, verminose em geral, diarreia,
esquistossomose.

• Insetos: seres vivos portadores de micro-organismos patogênicos e/ou substâncias


alérgicas e tóxicas, como mosquito, moscas, abelhas etc. Consequências: cólera, diar-
reia, infecções, alergias, irritação, chagas, febre amarela, dengue etc.

Os agentes biológicos e a virulência: conhecer a virulência1 do agente biológico para as


pessoas e animais é de extrema importância. Uma das formas de mensurá-la é a taxa de fatalida-
de do agravo causado pelo agente patogênico, que pode vir a causar morte ou incapacidade em
longo prazo. Segundo este critério, a tuberculose é um bom exemplo de doença cujos agentes
biológicos causadores possuem alta virulência, portanto, alto risco.

Os agentes biológicos e o modo de transmissão: o conhecimento do modo de transmissão


do agente biológico manipulado é de fundamental importância para aplicação de medidas que
visem conter a disseminação de doenças, pois cada uma terá uma forma diferente de controle.

As atividades e/ou empresas sujeitas aos agentes biológicos: normalmente estão mais
expostos os trabalhadores de hospitais, laboratórios, curtumes, tratamentos de água e esgoto,
açougue, frigoríficos, coletas de lixo etc.

1 De acordo com o dicionário Priberam – Virulência: 1. Estado do que é virulento. 2. Capacidade de um micro-organismo patogênico se multipli-


car num organismo e provocar doença. In: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013. Disponível em: <www.priberam.pt/dlpo/
virul%C3%AAncia>. Acesso em: 30 out. 2015.

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Riscos Biológicos
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PARTE 2 BIOSSEGURANÇA E A NR-32

Consideram-se agentes biológicos os micro-organismos, geneticamente modificados ou


não, as culturas de células, os parasitas, as toxinas e os príons2.

Observação: a classificação dos agentes biológicos está contida em um anexo da NR-32


(disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/8A7C812D36A280000138812EAFCE19E1/
NR-32%20(atualizada%202011).pdf>. Acesso em: 30 out. 2015.)

O objetivo e o campo de aplicação da NR-32: a NR-32 – Segurança e Saúde no Trabalho


em Serviços de Saúde - tem a finalidade de implementar medidas preventivas de proteção à
segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem
atividades de promoção e assistência à saúde em geral.

Agentes biológicos e a integração NR-7 X NR-32: além do programa estabelecido na


NR-7, o PCMSO deve contemplar o reconhecimento e a avaliação dos riscos biológicos, a lo-
calização das áreas de risco, a relação contendo a identificação dos trabalhadores, sua função e
local que desempenham as atividades de risco biológico, a vigilância médica e o programa de
vacinação.

A NR-7 apresenta elementos, complementares a NR-32, para a análise preliminar e o en-


quadramento das situações abordadas, sendo que as avaliações quantitativas são realizadas so-
mente quando há incerteza em relação à aceitabilidade das situações de exposição analisadas.

Agentes biológicos e a integração NR-9 X NR-32: o PPRA, conforme a NR 9, deverá


contemplar todos seus requisitos, e, com relação a NR-32, deverá também identificar os riscos
biológicos em função da localização geográfica e da característica do serviço de saúde e seus
setores.

Classificação dos agentes biológicos

Classe de risco 1: baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa
probabilidade de causar doença ao ser humano.
Classe de risco 2: risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade
de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser humano, para as quais
existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
2 Prí·on: partícula infetante constituída por proteínas, que provoca encefalopatias como a doença das vacas loucas ou a doença de Creuzfeldt-Jakob.
In: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008- 2013. Disponível em: <www.priberam.pt/DLPO/PR%C3%8DONS>. Acesso em: 30
out. 2015.

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Riscos Biológicos
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Classe de risco 3: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disse-
minação para a coletividade. Podem causar doenças e infecções graves ao ser humano, para
as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Classe de risco 4: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada
de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissão de um indivíduo
para o outro. Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais não existem meios
eficazes de profilaxia ou tratamento (NR-32 - anexo I).

Plano de prevenção de riscos de acidentes com materiais perfurocortantes.


(NR-32 – anexo III)
Este anexo tem o objetivo de estabelecer um programa de prevenção aos trabalhadores
sujeitos a riscos de acidentes com material perfurocortante e com probabilidade de exposição a
agentes biológicos. Materiais perfurocortantes são aqueles utilizados na assistência à saúde que
tem ponta ou gume ou que possam perfurar ou cortar.

Biossegurança

O objetivo principal da Biossegurança é dotar os profissionais e as instituições de métodos


e ferramentas que visem desenvolver suas atividades com um grau de segurança adequado, seja
para o profissional de saúde, seja para o meio ambiente ou para a comunidade.

Portanto, a definição da Biossegurança é: “a condição de segurança alcançada por um con-


junto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades
que possam comprometer a saúde humana, animal, vegetal e o ambiente” (BRASIL, 2006, p. 9).

O nível de Biossegurança é o grau de contenção necessário para permitir o trabalho com


agentes biológicos de forma segura para os seres humanos. O trabalho de contenção é a ativida-
de com agentes biológicos patogênicos ou potencialmente patogênicos em condições que não
permitam o seu escape ou liberação para o meio ambiente, podendo ser realizado em pequena
ou grande escala.

As medidas de prevenção relacionadas ao risco biológico

• Acompanhamento sistemático dos trabalhadores expostos dentro do Programa de


Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) – NR-7, incluindo as vacinas, quan-
do aplicável.

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Riscos biológicos
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• Indicação dos Equipamentos de Proteção Coletiva (PPRA – NR-9), quando tecnica-
mente viável, como: uso de capelas, sistema de ar condicionado com filtros, fluxo
laminar.

• Fornecimento e treinamento dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) – NR-6.


Exemplos: luvas esterilizadas, de procedimento, nitrílicas; óculos de segurança; calça-
dos de segurança; avental; uniformes esterilizados, equipamentos de proteção respirató-
ria (quando aplicável).

EXERCÍCIOS

1. Quais atividades estão mais expostas ao risco biológico?

2. Quais ações são determinadas pela NR-32 com relação aos agentes biológicos e os crité-
rios a serem seguidos no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais?

3. Quais medidas de segurança devem ser tomadas a fim de prevenir doenças no trabalho
em atividades com riscos biológicos?

REFERÊNCIAS
ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. Manuais de Legislação Atlas. 72 ed. São Paulo, 2013.

BRASIL. Decreto-Lei n.º 5.452, 1.º maio 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário Oficial da União,
9 ago. 1943, retificado pelo Decreto-Lei n.º 6.353, de 1944 e retificado pelo Decreto-Lei n.º 9.797, de 1946. Disponível
em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Lei n.° 6.514, 22 dez. 1977. Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo
à Segurança e Medicina do Trabalho e dá outras providências. Diário Oficial da União, 23 dez. 1977. Disponível em:
<www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6514.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Ministério da Saúde. Classificação de risco dos agentes biológicos. Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Ciência e Tecnologia. Brasília, 2006. Disponível em: <www.fio-
cruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/classificacaoderiscodosagentesbiologicos.pdf>. Acesso em: 30 out. 2015.

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Riscos Biológicos
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______. Ministério do Trabalho. NR-7. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Diário Oficial da União, 6
jul. 1978. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080814295F16D0142E2E773847819/NR-07%20(atu-
alizada%202013).pdf>. Acesso em: 30 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-9. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Diário Oficial da União, 6 jul.
1978. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF80808148EC2E5E014961B76D3533A2/NR-09%20(atuali-
zada%202014)%20II.pdf>. Acesso em: 30 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-32. Segurança e Saúde no Trabalho em serviços de Saúde. Diário Oficial da
União, 16 nov. 2005. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/8A7C812D36A280000138812EAFCE19E1/
NR-32%20(atualizada%202011).pdf>. Acesso em: 30 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. Portaria MTB n.° 3.214, 8 jun. 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras do Capítulo
V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da
União, 6 jul. 1978. Disponível em: <www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/63/mte/1978/3214.htm>. Acesso em: 7 out.
2015.

MORAES, Giovani Araújo. Normas Regulamentadoras Comentadas 7ª ed. Rio de Janeiro, 2009.

GABARITO
1. Estão sujeitos aos agentes biológicos os trabalhadores de hospitais, laboratórios, cur-
tumes, tratamentos de água e esgoto, açougue, frigoríficos, coletas de lixo etc.

2. A NR-32 traz todas as diretrizes para o efetivo controle dos riscos biológicos, incluindo
as ações indicadas no PPRA, conforme à NR-9, que deverá contemplar todos os seus
requisitos. Com relação a NR-32, dentre outras medidas de implantação, deverá iden-
tificar os riscos biológicos em função da localização geográfica e da característica do
serviço de saúde e seus setores.

3. Acompanhamento dos trabalhadores no Programa de Controle Médico e Saúde


Ocupacional (PCMSO); indicação e instalação de equipamentos de proteção cole-
tiva; Indicação, fornecimento e treinamento com relação ao uso de Equipamentos de
Proteção Individual (EPIs).

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Nível de Ação
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O papel de todo prevencionista é atuar antes, antecipando todas as possíveis fontes gera-
doras de doenças nos locais de trabalho. O conceito de Nível de Ação é a base para atuar de
forma preventiva e atenuar as possíveis causas de agravos à saúde. Portanto, conhecer e, acima
de tudo, aplicar o conceito de Nível de Ação torna-se um elemento essencial para a Higiene
Ocupacional na busca contínua de ambientes em condições salubres.

PARTE 1 CONCEITOS BÁSICOS

Nível de Ação é definido pela NR-9 como “o valor acima do qual devem ser iniciadas as
ações preventivas, de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes am-
bientais ultrapassem os limites de exposição”. Normalmente o Nível de Ação é estabelecido
como metade do Limite de Tolerância. A aplicação deste conceito deve ser uma busca constan-
te, principalmente na cultura prevencionista, por meio de seus gerentes e supervisores, para os
representantes do SESMT e também, de forma pontual, para os membros da CIPA, contribuin-
do para a responsabilidade de todos na prevenção de acidentes e doenças do trabalho.

O Nível de Ação é o referencial para a tomada de decisões dos profissionais prevencio-


nistas, uma vez que procura prevenir, com uma margem segura, a exposição dos trabalhadores
aos agentes ambientais, ou seja, as medidas de segurança devem manter as concentrações e
intensidades em níveis inferiores ao Nível de Ação. Assim, irá contribuir para o planejamento
de ações de toda a equipe de Segurança do Trabalho e também do setor médico (caso houver na
empresa), para que em conjunto, todos desenvolvam ações ou pelo menos venham a contribuir
para a prevenção de situações com maiores riscos de incidência de doenças no trabalho.

Com a revisão da NR-9 e o surgimento do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais


(PPRA), surge o Nível de Ação como um referencial preventivo importante a ser considerado
pelos profissionais do SESMT durante a elaboração dos programas preventivos no campo da
Higiene Ocupacional. Deve-se utilizar o Nível de Ação como componente importante para pôr
em prática todas as ações indicadas no PPRA, o qual deve ser atualizado anualmente conforme
a NR-9.

Por se tratar de um limite de caráter preventivo, é um dos pontos a ser destacado e explo-
rado pelos prevencionistas, pela importância que deve ter o trabalho sobre os riscos antes que
atinjam situações que venham prejudicar a saúde do trabalhador. Assim, vale ressaltar que cabe
aos profissionais do SESMT a busca de parcerias e também dos próprios trabalhadores, para
estimular todos a assumirem suas responsabilidades na implantação das medidas de controle,
principalmente quando estas estão indicadas no Nível de Ação.

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Nível de Ação
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O Nível de Ação, quando excedido, deverá desencadear medidas preventivas de maneira
que as exposições aos agentes ambientais não ultrapassem seus respectivos limites de exposição.

As diferenças entre o NA e o LT

Deve-se observar as diferenças conceituais e práticas entre o Nível de Ação (NA) e o Limite
de Tolerância (LT). O LT, quando superado, requer medidas de controle imediatas, enquanto
o NA fica restrito às ações de ordem preventiva e atenção por parte do médico coordenador
do PCMSO. Esta atenção diz respeito às possíveis doenças entre os trabalhadores expostos a
atividades que contêm, sobretudo, riscos físicos (ruído) e químicos (agentes químicos), que são
mensuráveis e analisados quantitativamente para determinar o NA e o LT, conforme a NR-15.

Um novo conceito do NA

O surgimento do NA derrubou, por vez, a ideia equivocada de que os valores abaixo do LT


são considerados seguros e, portanto, sem a necessidade de ações preventivas. Neste caso o NA
determina ações que deverão ser desenvolvidas de imediato ou no decorrer do ano, já devida-
mente inseridos no cronograma de ações do PPRA – NR-9.

O SESMT e o NA

Os profissionais devem estar atentos ao fato de que a concentração de agente químico ou


intensidade de agente físico situado entre o Nível de Ação (NA) e o Limite de Tolerância (LT)
não descarta a possibilidade de, em algum momento da exposição, existir situações acima do LT
ou, até mesmo, de risco grave e iminente. Ações imediatas ou mesmo a interdição da atividade,
para estabelecer um controle ou adequação necessária, poderão ocorrer em situações de perigo
detectadas.

O PCMSO e o NA

A importância de acompanhar a exposição dos trabalhadores entre o NA e o LT permite


identificar casos de sensibilidade individual a certas exposições, isto é, trabalhadores que po-
dem apresentar sintomas de doença ocupacional mesmo quando expostos a riscos abaixo do LT.
Entra, neste caso, a integração e acompanhamento do coordenador do PCMSO – NR-7.

Os limites de exposição são recomendações e devem ser utilizados como guias nas práticas
de avaliação, não devendo ser considerados uma linha divisória entre concentrações seguras e
perigosas.

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Nível de Ação
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Importante: deve-se manter as concentrações ou a intensidade de qualquer agente no nível
de exposição mais baixo possível, ou seja, dentro dos valores de Nível de Ação.

Exemplo prático para calcular o LT e o NA

Para o risco físico ruído, o LT para 8 horas é 85 dB(A), para cada acréscimo de 5 decibéis,
o tempo de exposição cai pela metade, segundo a NR-15. Dessa forma:

• para 90 decibéis, o tempo de exposição máxima é a metade de horas, ou seja, 4 horas;

• para 95 decibéis, temos 2 horas;

• para 100 decibéis, 1 hora;

• para 105 decibéis, 30 minutos.

E o Nível de Ação é a metade do LT, em um exemplo prático chegar ao Nível de Ação para
8 horas de trabalho, para 85 decibéis o NA será 65 decibéis, uma vez que o decréscimo para
cada 5 decibéis corresponde a 10%. Este cálculo segue o que consta na NR-9:

9.3.6 Do nível de ação.


9.3.6.1 Para os fins desta NR, considera-se Nível de Ação o valor acima do qual devem ser
iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a
agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição. As ações devem incluir o monitora-
mento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o controle médico.
9.3.6.2 Deverão ser objeto de controle sistemático as situações que apresentem exposição
ocupacional acima dos Níveis de Ação, conforme indicado nas alíneas que seguem:
[...]
b) para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério estabelecido na NR-15,
Anexo I, item 6.

Para o risco químico e seus agentes, os LT são discriminados em valores:

• ppm: partes de vapor ou gás por milhão de partes contaminado, ou

• mg/m³: miligramas por metro cúbico de ar

O Nível de Ação será a metade do LT nas tabelas indicadas na NR-15. Exemplo: agente
acetaldeído para 48 horas/semana, o LT será de 78 ppm ou 140 mg/m³, e o Nível de Ação será
39 ppm ou 70 mg/m³.

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Nível de Ação
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PARTE 2 VALOR TETO, AÇÕES PREVENTIVAS, MONITORAMENTO
E GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO

Valor Teto (VT): é o valor que não pode ser ultrapassado, em hipótese alguma, pois ofe-
rece risco iminente à saúde do trabalhador.

Ações preventivas

a) Concentração ou intensidade em situação de risco grave e iminente: são situações


de alto risco com exposição aguda ao agente e possibilidade real e imediata de lesão e,
até mesmo, de morte. Deve-se interromper as atividades e adotar medidas corretivas
imediatas. Exemplo: mudança de processo, enclausuramento da máquina, utilização
de EPI, realizar exame médico etc.

b) Concentração maior que o LT e fora de situações de risco grave e iminente: situa-


ção de risco com exposição crônica e possibilidade real de lesão a médio e longo pra-
zo. Devem ser tomadas ações de controle, tais como: avaliar a execução da operação,
alterar o ciclo trabalho descanso, redução de jornada, acompanhar exames periódicos,
utilização de EPI e ou enclausuramento da máquina, entre outros.

c) Concentração maior que o NA e menor que LT: situação de risco médio com ex-
posição crônica e possibilidade remota de lesão a longo prazo. Podem ser tomadas
ações preventivas para minimizar a exposição e identificar possível suscetibilidade
individual aos agentes, tais como: alterar o ciclo trabalho-descanso, utilização do EPI
ou acompanhar os exames periódicos, entre outros.

d) Concentração menor que o NA: situação de baixo risco com exposição crônica
e possibilidade remota de lesão a longo prazo. Manter ações de rotina, tais como:
acompanhar o monitoramento ambiental e a evolução da exposição ao agente durante
a reavaliação do PPRA.

Monitoramento

Para verificar os Limites de Tolerância (LT) e os Níveis de Ação (NA), deve-se realizar o
monitoramento, que consiste em uma avaliação quantitativa, sistemática e repetitiva de um de-
terminado risco, incluindo, muitas vezes, um estudo estatístico de dados, tendo como finalidade
a implementação de medidas corretivas, quando necessário.

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Nível de Ação
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Alguns profissionais preferem iniciar a elaboração do PPRA pela fase de monitoramento,
pois entendem que isso facilitará a identificação de trabalhadores efetivamente expostos aos
agentes segundo os critérios estabelecidos pela NR-15. Isso, porém, não é regra geral.

Outro ponto de destaque é a articulação entre o PCMSO e o PPRA. Cada vez mais o trabalho
dos profissionais do SESMT ocorre de forma integrada, envolvendo a engenharia de segurança e
a medicina do trabalho, discutindo os resultados, avaliando os Limites de Tolerância e os níveis
para a implantação de ações preventivas na gestão de Segurança e Medicina do Trabalho.

Este aspecto integrado do PPRA com o PCMSO tem sido alvo de fiscalização por parte dos
auditores fiscais do MTE, pois muitos programas são apresentados sem nenhuma articulação ou
com incoerência nos resultados obtidos, conflitando os exames a serem executados como medi-
das de controle, sendo muitas vezes documentos incompletos e sem consistência, considerando
os princípios previstos na NR-7 e NR-9.

O monitoramento ambiental não é uma tarefa fácil para os profissionais do SESMT de em-
presas que possuem muitos trabalhadores expostos aos agentes ambientais. Estes profissionais
se deparam com o dilema de realizar os laudos ambientais de forma econômica, no entanto,
sem comprometer os aspectos técnicos. Por isso, surgiu o conceito de Grupo Homogêneo de
Exposição (GHE).

Grupo Homogêneo de Exposição (GHE)

O GHE envolve um grupo de trabalhadores que exerce uma determinada atividade comum
e que se encontra exposto aos mesmos agentes ambientais. Na prática, o GHE já vinha sendo
utilizado pelas grandes empresas como uma alternativa de validar os trabalhos de avaliação
ambiental. Usar o GHE é uma saída necessária para economizar tempo e recursos financeiros.

A primeira citação do GHE, em documento legal, advém da IN SST 01/951 que trata da
avaliação ocupacional do benzeno. Posteriormente, a NR-22 (reformulada pela Portaria MTE
2.037/99) reforçou o uso do GHE com a seguinte definição:

Grupo Homogêneo de Exposição corresponde a um grupo de trabalhadores que experimen-


tam exposição semelhante, de forma que o resultado fornecido pela avaliação da exposição de
qualquer trabalhador do grupo seja representativo da exposição do restante dos trabalhadores
do mesmo grupo (NR-22).

1 Instrução Normativa n.o 01, de 20 de dezembro de 1995. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/


FF8080812BD96D6A012BDA74DD71230F/in_19951220_01.pdf>. Acesso em: 30 out. 2015.

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Nível de Ação
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EXERCÍCIOS

1. Cite as diferenças básicas entre Nível de Ação (NA) e Limite de Tolerância (LT).

2. Quais ações podem ser implementadas quando a concentração está maior que o NA e
menor que o LT?

3. Explique o que é Grupo Homogêneo de Exposição.

REFERÊNCIAS

ANJOS, Alcinéia Meigikos dos et al. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: MTE – Fundacentro, 2004.

ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. Manuais de Legislação Atlas. 72 ed. São Paulo, 2013.

BRASIL. Decreto-Lei n.º 5.452, 1.º maio 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário Oficial da União, 9 ago.
1943, retificado pelo Decreto-Lei n.º 6.353, de 1944 e retificado pelo Decreto-Lei n.º 9.797, de 1946. Disponível em: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Lei n.° 6.514, 22 dez. 1977. Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança
e Medicina do Trabalho e dá outras providências. Diário Oficial da União, 23 dez. 1977. Disponível em: <www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l6514.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. Instrução Normativa n.º 1, 20 dez. 1995. Disponível em <http://acesso.mte.gov.br/data/files/
FF8080812BD96D6A012BDA74DD71230F/in_19951220_01.pdf >. Acesso em 30 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-7. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Diário Oficial da União, 6
jul. 1978. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080814295F16D0142E2E773847819/NR-07%20(atualiza-
da%202013).pdf>. Acesso em: 30 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-9. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Diário Oficial da União, 6 jul. 1978.
Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF80808148EC2E5E014961B76D3533A2/NR-09%20(atualizada%20
2014)%20II.pdf>. Acesso em: 30 out. 2015

______. Ministério do Trabalho. NR-15. Atividades e Operações Insalubres. Diário Oficial da União, 8 jun. 1978. Disponível
em: http://acesso.mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-15-1.htm. Acesso em: 30 out. 2015.

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Nível de Ação
8
______. Ministério do Trabalho. NR-22. Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração. Diário Oficial da União, 8 jun. 1978.
Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/8A7C816A45B2669801463A15B331128E/NR-22%20(atualizada%20
2014).pdf> . Acesso em: 30 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. Portaria n.º 2.037, 15 dez. 1999. Altera a NR-22 que dispõe sobre trabalhos subterrâneos.
Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/legislacao/portaria-n-2-037-de-15-12-1999.htm>. Acesso em: 23 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. Portaria MTB n.° 3.214, 8 jun. 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras do Capítulo V,
Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, 6 jul.
1978. Disponível em: <www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/63/mte/1978/3214.htm>. Acesso em: 7 out. 2015.

GONÇALVES, Edwar Abreu. GONÇALVES, José Alberto de Abreu. Segurança e Saúde no Trabalho em 2000. Perguntas
e Respostas. 4 ed. São Paulo: LTR, 2010.

GONÇALVES, Edwar Abreu. Manual de Segurança e Saúde no Trabalho. 5 ed. São Paulo: LTR, 2011.

MORAES, Giovani Araújo. Normas Regulamentadoras Comentadas. 7 ed. Rio de Janeiro, 2009.

GABARITO

1. Quando o Limite de Tolerância for superado, deve-se tomar medidas imediatas de


controle de riscos ocupacionais. Quanto ao Nível de Ação, serão tomadas medidas
preventivas e uma atenção maior pelo coordenador médico do Programa de Controle
Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO).

2. Alterar o ciclo trabalho-descanso, utilização do EPI ou acompanhar os exames perió-


dicos, entre outros.

3. Grupo Homogêneo de Exposição (GHE) corresponde a um grupo de trabalhadores


que experimentam exposição semelhante, de forma que o resultado fornecido pela ava-
liação da exposição de qualquer trabalhador do grupo seja representativo da exposi-
ção do restante dos trabalhadores do mesmo grupo.

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Riscos Químicos
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Conhecer e identificar os agentes químicos dentro da Higiene Ocupacional é de extrema
importância, devido à nocividade e toxicidade dos diversos produtos utilizados nos mais varia-
dos processos industriais. O risco químico, por meio de seus agentes, pode ser agressivo ao or-
ganismo humano, dependendo da análise qualitativa ou quantitativa de cada elemento, devendo
ser uma preocupação permanente a todo profissional de Segurança do Trabalho. Ações deverão
ser desenvolvidas e também o acompanhamento rigoroso dos programas para a prevenção de
doenças ocupacionais, oriundas dos produtos químicos utilizados.

PARTE 1 CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO QUÍMICO

Riscos químicos são agentes ambientais com potencial de desencadear doenças profis-
sionais devido à sua ação sobre o organismo humano. Grande parte destas substâncias possui
características tóxicas e constitui ameaça à saúde do trabalhador, podendo ser encontradas sob
os diferentes estados físicos da matéria:

• sólido;

• líquido;

• gasoso.

Classificação dos riscos químicos

Poeira: são partículas sólidas suspensas no ar, originadas de operações, tais como: esme-
rilhamento, trituração, lixamento, impacto e outros processos, ou do manejo de variedades de
materiais, tais como: metais, madeira, grãos, minerais etc.

Névoa: são partículas em suspensão no ar produzidas mecanicamente. Exemplos: pintura


por pistola, em processos de lubrificação, spray.

Neblina: são partículas finas suspensas no ar, produzidas por condensação de vapores. Ex.:
todas as neblinas de ácidos (clorídrico, nítrico, crômico, fluorídrico, sulfúrico).

Observação: afetam a saúde, principalmente o sistema respiratório.

Fumos: são partículas sólidas suspensas no ar, geradas pelo processo de condensação de
vapores metálicos, produzidos por sublimação (passagem diretamente do sólido o para gasoso) de
um metal. Geralmente é produto da reação de vapores metálicos com o oxigênio do ar. Os fumos
são produzidos em operações como: fundição, corte com oxigênio, desbaste com esmeril e solda.

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Os principais metais que apresentam risco para a saúde são: arsênio, manganês, mercúrio,
selênio, telúrio, tálio, urânio, ferro, cobre, cádmio, cromo, cobalto, chumbo etc.

Considerações sobre o chumbo: é um contaminante de grande toxidade. Os sintomas


aparecem no corpo somente após a acumulação de uma quantidade expressiva. Pode-se passar
meses para que os níveis tóxicos de chumbo se desenvolvam no organismo, porém os sintomas
de envenenamento podem surgir da noite para o dia. A doença originada pela intoxicação por
chumbo é denominada saturnismo.

Os fumos metálicos do zinco e seus óxidos, se inalados, podem provocar uma enfermidade
chamada febre de fumo metálico, cujos sintomas geralmente desaparecem dentro de um dia.
Os fumos metálicos de magnésio, cobre e outros elementos também podem provocar a mesma
síndrome. As fontes de zinco são principalmente a solda e o corte de latão ou outros metais
galvanizados e a limpeza abrasiva de superfícies galvanizadas.

Fumaça: são partículas combinadas com gases que se originam de combustões incom-
pletas de materiais orgânicos, podendo ser sólidas ou líquidas. Exemplo: queima de madeiras,
carvão, produtos derivados de petróleo, líquidos inflamáveis, vegetais etc.

Observação: as fumaças contêm gases, gotículas e partículas secas.

PARTE 2 CLASSIFICAÇÃO E MEDIDAS DE CONTROLE


Gases: são substâncias que, em condições normais de temperatura e pressão, estão em
estado gasoso. Exemplos: hidrogênio, nitrogênio, ar, argônio, acetileno, dióxido de carbono,
monóxido de carbono, dióxido de enxofre, GLP, amônia etc.

Vapores: é a fase gasosa de uma substância sólida ou líquida em condições normais de


temperatura e pressão. Pode-se encontrar concentrações de vapores quando se empregam sol-
ventes orgânicos, diluentes de tintas, agentes de limpeza, álcool, xileno, tetracloreto de carbo-
no, benzeno, tolueno, cloreto de etila e gasolina.

Produtos químicos diversos: podem englobar qualquer uma das formas de agentes quí-
micos apresentadas anteriormente, bem como os produtos usados diariamente nas empresas:
Exemplos: soda cáustica, ácido clorídrico, carbonato de sódio e cálcio, e uma infinidade de
produtos sob as mais diversas marcas comerciais.

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Irritantes: são aquelas substâncias que, devido a uma ação química ou corrosiva, tenham
a propriedade de produzir inflamação nos tecidos vivos que entram em contato (olho, pele,
mucosa e vias respiratórias). Exemplos: ácido clorídrico, ácido sulfúrico, cloro, amônia, soda
cáustica etc.

Asfixiantes: são substâncias que têm o poder de deslocar o oxigênio do ambiente. Provocam
asfixia, o bloqueio das funções vitais, causando falta de oxigênio e atingindo o cérebro em pou-
cos minutos. Sabe-se que o ar precisa ter, no mínimo, 18% de oxigênio para que a vida humana
seja mantida. Exemplos: hidrogênio, nitrogênio, metano, acetileno, dióxido de carbono, monó-
xido de carbono e outros.

Anestésicos: têm como propriedade comum a todos eles o efeito anestésico, devido à ação
depressiva sobre o sistema central. São introduzidos no organismo através dos pulmões, pas-
sando então pelo sangue e daí para todo o corpo. Exemplos: benzeno, tolueno, xileno, álcool,
anilina e outros.

As vias de contaminação dos agentes químicos

Os diversos agentes químicos presentes no ambiente de trabalho podem entrar em contato


com o organismo humano através da inalação, ingestão e contato com a pele, apresentando ação
localizada ou distribuída aos diversos órgãos e tecidos do corpo.

A NR-9 – PPRA e os riscos químicos

A NR-9 - PPRA é a norma que estabelece os parâmetros mínimos e diretrizes gerais para
controle de riscos ambientais. Sobre os riscos químicos, pode-se relacionar:

Reconhecimento dos riscos químicos: é necessário conhecer os processos industriais e


a utilização dos agentes químicos para sua devida classificação. Também identificar os agen-
tes químicos por meio de entrevistas nos locais de trabalho e também por meio das Fichas de
Informação de Segurança dos Produtos Químicos (FISPQ).

Avaliação dos riscos químicos: deve-se identificar a intensidade ou concentração dos


agentes químicos (incluindo poeira), presentes nos locais de trabalho. O resultado da avaliação
deve concluir se os valores encontrados estão acima ou abaixo dos limites de exposição tolerá-
veis (LT), apresentados na NR-15 e/ou ACGIH.

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Medidas preventivas dos riscos químicos

1. Medidas de proteção coletiva: dizem respeito aos recursos de engenharia, de acordo


com a tecnologia disponível. Exemplos: sistema de ventilação ou exaustão, capelas etc.

2. Medidas de controle de engenharia: verificar a possibilidade de modificação de layout,


do processo produtivo, das máquinas e equipamentos ou a substituição de produtos
químicos, entre outros.

3. Medidas administrativas: implementar a modificação do ciclo trabalho-descanso, a


redução e ou adequação da jornada de trabalho, organização e limpeza.

4. Fornecimento e treinamento dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), imple-


mentação do Programa de Proteção Respiratória (PPR).

EXERCÍCIOS

1. Cite algumas operações e medidas para controle de fumos.

2. Como desenvolver a avaliação dos riscos químicos nos ambientes de trabalho?

3. Quais são as diretrizes do PPRA – NR-9 com relação às medidas de controle para os
agentes químicos?

4. O que ocorre aos trabalhadores expostos ao agente químico chumbo?

REFERÊNCIAS

ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. Manuais de Legislação Atlas. 72 ed. São Paulo, 2013.

BRASIL. Decreto-Lei n.º 5.452, 1.º maio 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário Oficial da União, 9 ago.
1943, retificado pelo Decreto-Lei n.º 6.353, de 1944 e retificado pelo Decreto-Lei n.º 9.797, de 1946. Disponível em: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Lei n.° 6.514, 22 dez. 1977. Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança
e Medicina do Trabalho e dá outras providências. Diário Oficial da União, 23 dez. 1977. Disponível em: <www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l6514.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

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______. Ministério do Trabalho. NR-7. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Diário Oficial da União, 6
jul. 1978. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080814295F16D0142E2E773847819/NR-07%20(atualiza-
da%202013).pdf>. Acesso em: 5 nov. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-9. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Diário Oficial da União, 6 jul. 1978.
Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF80808148EC2E5E014961B76D3533A2/NR-09%20(atualizada%20
2014)%20II.pdf>. Acesso em: 5 nov. 2015

______. Ministério do Trabalho. NR-15. Atividades e Operações Insalubres. Diário Oficial da União, 8 jun. 1978. Disponível
em: http://acesso.mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-15-1.htm. Acesso em: 5 nov. 2015.
______. Ministério do Trabalho. Portaria MTB n.° 3.214, 8 jun. 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras do Capítulo V,
Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, 6 jul.
1978. Disponível em: <www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/63/mte/1978/3214.htm>. Acesso em: 7 out. 2015.

MORAES, Giovani Araújo. Normas Regulamentadoras Comentadas. 7 ed. Rio de Janeiro, 2009.

GABARITO

1. Os fumos são produzidos em operações como: fundição, corte com oxigênio, desbaste
com esmeril e solda. A indicação de proteção para operação desta atividade é imple-
mentar a instalação de exaustores de ar (equipamentos de proteção coletiva), além do
uso de máscaras protetoras (respiradores) contra fumos metálicos (equipamentos de
proteção individual).

2. A avaliação dos riscos químicos parte pelo princípio da análise qualitativa, reconheci-
mento dos agentes por meio, de fichas de informações de produtos químicos (FISPQ),
e a análise quantitativa, que é a medição dos níveis de gases, vapores ou fumos rela-
cionados às atividades desenvolvidas.

3. A prioridade é a instalação de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC); medidas de


controle de engenharia como substituição de produtos e melhorias nos processos; me-
didas administrativas, como rodízio de função ou diminuição de exposição aos produtos
químicos; e a utilização e treinamentos por meio do Programa de Proteção Respiratória,
onde deverão ser fornecidos Equipamentos de Proteção Respiratória (EPR).

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Riscos Químicos
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4. O chumbo impregna o organismo um podendo não oferecer nenhum problema de saú-
de aparente. Por ser um metal pesado, acumula-se criando uma intoxicação e trazendo
consequências gravíssimas de envenenamento ao organismo. A doença relacionada à
intoxicação do chumbo chama-se saturnismo.

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Programa de Proteção
Respiratória
10
O Programa de Proteção Respiratória deve ser implantado nas empresas como ação perma-
nente de prevenção de doenças ocupacionais. As doenças respiratórias normalmente causam le-
sões muito sérias aos trabalhadores, além de afastamentos demorados ou definitivos. O empre-
gador terá de substituir o empregado enfermo, e ainda arcar com os custos para a Previdência
Social, pois deverá reembolsar o trabalhador no período de afastamento para sua recuperação. O
PPR da FUNDACENTRO fornece todos os elementos para se colocar em prática nas empresas
um programa preventivo e, certamente, irá contribuir para a redução de acidentes no trabalho.

PARTE 1 CONCEITOS, OBJETIVOS E APLICAÇÃO

O Programa de Proteção Respiratória (PPR), conforme Instrução Normativa IN 1/1994 do


Ministério do Trabalho e Emprego, serve para que o empresário tenha certeza que seu funcio-
nário esteja saudável hoje e no futuro.

É obrigatório para as empresas cujos trabalhadores estejam em ambientes com materiais


em suspensão (aerodispersoides) e considerados prejudiciais à saúde.

O Programa de Proteção Respiratória (PPR) tem como objetivos:

• disponibilizar os Equipamentos de Proteção Respiratória (EPR);

• fornecer os EPR de acordo com a exposição dos trabalhadores em ambientes com


elementos em suspensão (aerodispersoides, névoas, fumos, radionuclídeos, neblina,
fumaça, vapores, gases) que provoquem danos às vias aéreas (pulmão, traqueia, fos-
sas nasais, faringe). 

• treinar os trabalhadores usuários dos EPR para a garantia da eficiência e a eficácia da


proteção respiratória;

• encaminhar os trabalhadores usuários dos EPR ao setor médico para exames comple-
mentares (espirometria) de acordo com o critério do coordenador do PCMSO, e proi-
bir os trabalhadores que não estão aptos a realizarem atividades com estas exposições.

Utiliza-se equipamentos de proteção respiratória quando ocorrem emergências, quando


medidas de controle coletivo (sistema de ventilação, capelas, fluxo laminar etc.) não são viáveis
e enquanto não estão sendo implantadas ou estão em fase de implantação. São denominados
Equipamentos de Proteção Coletivos (EPC).

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Programa de Proteção
Respiratória
10
Responsabilidades: o administrador da empresa é o principal responsável por tudo que
ocorrer dentro dela, seja por culpa (contratual, extracontratual ou aquiliana, in eligendo, in vigi-
lando, in committendo, in omittendo, in custodiendo, in concreto ou in abstracto), dolo, impru-
dência ou negligência. Portanto, é o administrador que poderá realizar alterações no Programa
de Proteção Respiratória.  O SESMT, ou seja, o Engenheiro do Trabalho, Médico do Trabalho
e Técnico de Segurança do Trabalho se constituem como responsáveis pelo acompanhamento
das atividades e sua implantação efetiva.

Embasamento legal: este programa deve seguir o que dispõe a Portaria número 1 de 11 de
abril de 1994, emitida pelo Ministério do Trabalho, cujo conteúdo estabelece um regulamento
técnico sobre uso de equipamentos de proteção respiratória.

Todo empregador deverá adotar um conjunto de medidas com a finalidade de adequar a


utilização de Equipamentos de Proteção Respiratória (EPR), quando necessário para comple-
mentar as medidas de proteção eletivas implementadas ou com a finalidade de garantir uma
completa proteção ao trabalhador contra riscos existentes nos ambientes de trabalho.

Padrão FUNDACENTRO: baseada na Instrução Normativa do Ministério do Trabalho e


na publicação baseada na ANSI – Z 88.2-19921 – American National for Respiratory Protection
e no Code Federal Regulations, title 29 1910.10021 e 1910.1343, a FUNDACENTRO elabo-
rou, por meio de seus técnicos, o Programa de Proteção Respiratória (PPR).

Em seu PPR, a FUNDACENTRO determina as diretrizes do programa, com o maior deta-


lhamento possível, divulgando as práticas aceitáveis para os usuários de respiradores. Também
fornece informações e orientações sobre os modos apropriados de selecionar, usar e cuidar dos
respiradores.

O PPR da FUNDACENTRO apresenta em suas recomendações os requisitos mínimos


para a elaboração, execução e administração de um programa sobre a seleção e utilização cor-
reta dos Equipamentos de Proteção Respiratória (EPR). Suas recomendações são destinadas aos
trabalhadores com exposição a situações de atividades em ambientes em que estão sujeitos à
inalação com deficiência de oxigênio, e que deverão fazer uso dos respiradores.

Essas recomendações não abrangem os respiradores para mergulho, os sistemas com oxi-
gênio para aviação, o uso de respiradores para combates militares e os inaladores ou ressuscita-
dores utilizados na área médica.

1 Disponível em: <https://law.resource.org/pub/us/cfr/ibr/002/ansi.z88.2.1992.pdf>. Acesso em: 5 nov. 2015.


2 Disponível em: <www.ecfr.gov/cgi-bin/text-idx?rgn=div8&node=29:6.1.1.1.1.1.1.2>. Acesso em: 5 nov. 2015.
3 Disponível em: <www.osha.gov/dte/library/respirators/major_requirements.pdf>. Acesso em: 5 nov. 2015.

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Programa de Proteção
Respiratória
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PARTE 2 DESENVOLVIMENTO DO PPR

É atribuição do SESMT orientar o setor de compras na aquisição dos Equipamentos de


Proteção Respiratória, de acordo com os níveis e tempo de exposição indicados no PPRA - NR-9.
Vale lembrar que a quantificação dos agentes químicos é normalmente necessária e indicada
nos Laudos Técnicos de Condições de Meio Ambiente do Trabalho (LTCAT).

Uma vez adquiridos os Equipamentos de Proteção Respiratória (EPR), conforme a NR-6,


haverá a convocação dos empregados expostos aos riscos químicos para a realização das etapas
de treinamento do PPR, que consiste em 04 (quatro):

1.ª etapa do treinamento – são fornecidas várias opções de máscaras respiratórias e pro-
tetores faciais, de acordo com os níveis de proteção indicados nos agentes do PPRA, e os tama-
nhos disponíveis para que o usuário fique à vontade para escolher o mais adequado ao seu rosto,
e que consequentemente irá contribuir para melhor eficácia de vedação.

Após a escolha, são realizadas orientações sobre ajustes das tiras, introdução dos cartuchos
(quando aplicável) e os métodos corretos de higienização e limpeza das máscaras.

Ainda nesta etapa, os instrutores (normalmente os Técnicos de Segurança do Trabalho),


realizam o teste de pressão positiva e pressão negativa. Este teste serve para verificar se há fuga
do ar (no entorno da máscara), aspirando-o com a palma da mão nas laterais da máscara (pres-
são negativa), onde estão localizados os engates dos cartuchos, e expirando-o, com a palma da
mão na válvula central do respirador (pressão positiva).

2.ª etapa do treinamento – o usuário estará na condição de colocar um capuz na cabeça e


o instrutor irá borrifar um produto, normalmente a sacarina (adocicado), que será a referência
para a acuidade do paladar. Posteriormente, o usuário irá colocar a máscara com seus devidos
cartuchos, sendo submetido novamente a várias borrifadas de sacarina, para verificar se ele a
sente na aspiração com o uso da máscara. Caso negativo, pode-se aprovar o uso do EPR, forne-
cendo-o ao usuário com as devidas assinaturas nas fichas de entrega de EPI.

3.ª etapa do treinamento – o usuário é submetido junto ao instrutor a várias perguntas so-
bre o treinamento e preenche de um formulário com os dados do trabalhador, o tipo de máscara
obtida, os detalhes sobre marca e tamanho escolhido, data de vencimento dos EPI, além de ou-
tras perguntas sobre o treinamento e produtos utilizados nas atividades em que serão utilizados
os EPR, e a assinatura do usuário. É comum, dar uma semana de uso para que o trabalhador
aprove a máscara escolhida.

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Programa de Proteção
Respiratória
10
4.ª etapa do treinamento – após uma semana de uso, será oficialmente aprovada no pro-
grama a máscara para o operador, entretanto, ele será orientado a receber uma convocação do
setor médico, para que sejam complementados os dados do formulário, com os exames a serem
solicitados pelo Médico do Trabalho. Após o resultado, o responsável pelo PCMSO (coordena-
dor) dará como apto ou não (mesmo com o a utilização da máscara – EPR) o trabalhador, para
a realização de serviços com exposição a agentes químicos.

A periodicidade – o Programa de Proteção Respiratória deverá ser reavaliado após 12


(doze) meses. É interessante atrelar o PPR ao cronograma de ações do PPRA NR-9 e ao PCMSO
NR-7, que também devem ser atualizados após um ano.

EXERCÍCIOS

1. Quais são as diretrizes do Programa de Proteção Respiratória padrão FUNDACENTRO?

2. Qual é a importância dentro do PPR da participação do Médico do Trabalho?

3. Cite as principais características do teste de vedação.

4. Explique como procede o teste de vedação.

REFERÊNCIAS

ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. Manuais de Legislação Atlas. 72 ed. São Paulo, 2013.

BRASIL. Decreto-Lei n.º 5.452, 1.º maio 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário Oficial da União, 9 ago.
1943, retificado pelo Decreto-Lei n.º 6.353, de 1944 e retificado pelo Decreto-Lei n.º 9.797, de 1946. Disponível em: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Lei n.° 6.514, 22 dez. 1977. Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança
e Medicina do Trabalho e dá outras providências. Diário Oficial da União, 23 dez. 1977. Disponível em: <www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l6514.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. Instrução Normativa SSST/MTB n.º 1, 11 abr. 1994. Estabelece o regulamento técnico
sobre o uso de equipamentos para proteção respiratória. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/8A7C816A-
2E7311D1012EBAE9534169D8/in_19940411_01.pdf>. Acesso em: 3 nov. 2015.

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Programa de Proteção
Respiratória
10
______. Ministério do Trabalho. NR-6. Equipamento de Proteção Individual – EPI. Diário Oficial da União, 6 jul. 1978.
Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080814CD7273D014D34C6B18C79C6/NR-06%20(atualizada)%20
2015.pdf>. Acesso em: 30 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-7. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Diário Oficial da União, 6
jul. 1978. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080814295F16D0142E2E773847819/NR-07%20(atualiza-
da%202013).pdf>. Acesso em: 5 nov. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-9. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Diário Oficial da União, 6 jul. 1978.
Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF80808148EC2E5E014961B76D3533A2/NR-09%20(atualizada%20
2014)%20II.pdf>. Acesso em: 5 nov. 2015.

______. Ministério do Trabalho. Portaria MTB n.° 3.214, 8 jun. 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras do Capítulo V,
Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, 6 jul.
1978. Disponível em: <www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/63/mte/1978/3214.htm>. Acesso em: 7 out. 2015.

MORAES, Giovani Araújo. Normas Regulamentadoras Comentadas. 7 ed. Rio de Janeiro, 2009.

GABARITO

1. Divulgar as práticas aceitáveis para os usuários de respiradores. Também fornece in-


formações e orientações sobre os modos apropriados de selecionar, usar e cuidar dos
respiradores.

2. O Médico do Trabalho irá complementar o programa após realizados os testes do


usuário para trabalhar com os Equipamentos de Proteção Respiratória. Por meio de
exames médicos e do histórico da saúde do trabalhador será determinado como apto
ou não, após a avaliação médica dos resultados.

3. O teste de vedação tem como principal característica observar se a máscara está bem
ajustada no rosto do usuário e se não há entrada de ar pelas laterais.

4. O procedimento do teste de vedação é realizado em dois processos: em primeiro lugar


é feito o teste de pressão negativa e pressão positiva, em que pode ser observado pelo
usuário a fuga de ar pelas laterais da máscara. No segunda lugar, é realizado o teste
com sacarina, em que o usuário verifica o uso da máscara com a sacarina borrifada
na altura do respirador com o capuz.

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Riscos Físicos
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Os riscos físicos, na Higiene do Trabalho, devem ser estudados devido à exposição dos
trabalhadores que ocasiona diversos tipos de doenças ocupacionais. Devem ser identificados e
analisados individualmente para que sejam viabilizadas possíveis medidas de controle e tam-
bém aquelas determinadas pelas Normas de Segurança do Trabalho. Aqui faremos uma aborda-
gem referente à classificação, além do campo de aplicação, seus efeitos e medidas de controle,
porém, devem ser rigorosamente analisados e controlados em cada atividade específica, devido
à diversidade de situações que expõem os trabalhadores ao risco físico.

PARTE 1 RUÍDO, VIBRAÇÕES E CALOR

Risco físico faz parte da classificação de riscos ambientais e se apresenta em forma de


energia como ruídos, temperaturas extremas, vibrações, radiações ionizantes, radiações não
ionizantes, pressões anormais e umidade.

Todos os itens citados são encontrados na maioria dos ambientes de trabalho, sejam eles
industriais ou empresariais etc., como: oficinas, marcenarias, construção civil e diversas ativi-
dades que devem ser detectadas para suas devidas medidas de controle.

Ruído

Entende-se por ruído um barulho ou som indesejável frequentemente produzido por má-
quinas, equipamentos ou processos. Os ruídos causam alguns efeitos no organismo:

• distúrbios gastrintestinais;

• irritabilidade;

• vertigens;

• nervosismo;

• aceleração do pulso;

• elevação da pressão arterial;

• contração dos vasos sanguíneos e músculos;

• surdez;

• impotência sexual.

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Riscos Físicos
11
Algumas medidas preventivas para o ruído são:

• equipamentos de proteção coletiva;

• isolamento acústico das máquinas ruidosas;

• medidas administrativas:

• diminuição de tempo de exposição, ou trabalho e descanso.

• implantação do programa de controle auditivo;

• controle médico (exames audiometrias);

• fornecimento e treinamento do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

Vibrações

São oscilações, balanços, tremores, movimentos vibratórios e trepidações produzidas por


máquinas e equipamentos motorizados quando em funcionamento. Ex.: tratores, máquinas de
terraplanagem, veículos, marteletes pneumáticos, rebitadeiras pneumáticas, perfuratrizes, com-
pactadores, serras manuais etc.
Caso a exposição seja por tempo prolongado as vibrações podem produzir danos físicos no
organismo, tais como:

• alterações musculares e ósseas;

• problemas nervosos;

• patologias ortopédicas;

• prolemas em articulações;

• distúrbios na coordenação motora;

• enjoo e náuseas;

• diminuição do tato.

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Riscos Físicos
11
Medidas de controle: aquisição de equipamentos, ferramentas e acessórios novos, especi-
ficação do produto, avaliar a possibilidade de escolha, seleção de produtos que produzem vibra-
ções mais baixas, adequação da ferramenta à tarefa, seleção de equipamentos mais adequados,
implantação de procedimentos de manutenção voltados à redução dos níveis de vibração, prio-
rização de ações de controle (engenharia, administrativo e médico) e verificação da eficiência
das medidas adotadas.

Temperaturas extremas

Em diversas situações no campo das atividades humanas o trabalhador fica exposto a con-
dições extremas de temperatura, isto é, sujeito a calor ou frio intensos.

Calor e seus efeitos

Os trabalhadores expostos a trabalhos de fundição, siderurgia, indústria de vidro etc. são os


mais propensos a problemas como insolação, câimbras e, em alguns casos, a problemas como o
cristalino do globo ocular (catarata). Convém esclarecer que os fatores comentados geralmente
aparecem devido à exposição excessiva ao calor.

Paralelamente ao calor, podemos acrescentar as chamadas radiações ultravioletas que es-


tão presentes principalmente nas operações de fusão de metais a altas temperaturas, soldas etc.
Como seus efeitos são térmicos, podem provocar queimaduras e inflamações nos olhos (con-
juntivite) conforme o tempo de exposição.
São medidas preventivas:

• sistema de ventilação e exaustão;

• sistema de insuflamento;

• revestimento de telhado;

• sistema de resfriamento evaporativo por névoa;

• sistema de resfriamento evaporativo;

• priorização de ações de controle (engenharia, administrativo e médico) e verificação


da eficiência das medidas adotadas;

• uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como luvas térmicas, jaquetas


térmicas, calçados especiais, entre outros.

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PARTE 2 FRIO, PRESSÕES ANORMAIS, RADIAÇÕES E UMIDADE

Frio e seus efeitos

Os casos mais comuns que decorrem da ação do frio são: queimaduras, gripes, inflama-
ções das amígdalas, resfriados, algumas alergias, congelamento dos pés e mãos e problemas
circulatórios.

Locais de incidência: essas ocorrências predominam em empresas como: industrialização


de pescados, frigoríficos, indústrias de alimentos congelados, fábricas de gelo etc.

Medidas preventivas: priorização de ações de controle (engenharia, administrativo e mé-


dico) e verificação das eficiências da medidas adotadas; e o uso de Equipamentos de Proteção
Individual (EPI), como luvas térmicas, jaquetas térmicas, calçados especiais, entre outros.

Pressões anormais

Entre as atividades que expõem o homem à condição de pressão superior a uma atm
(1 kg/cm²) estão:

• mergulho;

• construção civil (tubulões e túneis pressurizados);

• trabalhadores de minas e subterrâneos;

• voos a elevadas altitudes.

A exposição a pressões anormais traz alguns riscos à saúde:

• barotrauma – incapacidade do mergulhador de equilibrar a pressão interna do corpo


com a externa;

• embolia gasosa – consequência da rápida subida do mergulhador à superfície;

• intoxicação por dióxido de carbono – podem ocorrer espasmos musculares se o mer-


gulhador não for socorrido imediatamente.

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Radiações não ionizantes

Este tópico apresenta grande importância na prevenção de acidentes e doenças, devido aos
seus efeitos sobre a saúde, que podem implicar em lesões e doenças, por exemplo: alterações na
pele e olhos, conjuntivite, cataratas, lesões da retinas etc. Esta radiação é do tipo eletromagnéti-
ca e apresenta-se na forma de raios infravermelhos, ultravioleta, micro-ondas e laser.

As radiações não ionizantes são encontradas principalmente em siderurgia, fusão de me-


tais, processos de solda, caldeiras, fornalhas, fornos etc.

Medidas de prevenção: instalação de barreiras de proteção, uso de EPI como óculos de


segurança, protetores faciais e cremes de proteção para pele.

Radiações ionizantes

São radiações do tipo alfa, beta, gama e raio X, e não podem ser detectadas pelo ser huma-
no, mesmo quando atravessam seu corpo.

A exposição a essas radiações pode resultar em: queda de cabelos, lesões na córnea e
cristalino, perda de imunidade biológica, câncer e até mutações genéticas a longo prazo, com
efeitos em gerações futuras. Portanto, sempre que existir o risco, é importante fazer uso de ins-
trumentos capazes de detectar a radioatividade.

Atividades de risco: podem ser encontradas em clínicas de radiologias, hospitais, consul-


tórios odontológicos, na indústria e em laboratórios de pesquisa.

São medidas preventivas:

• monitorização – este processo tem como objetivo garantir a menor exposição possível
dos trabalhadores e garantir que os limites de dose não sejam superados.

• pessoal;

• monitorização externa;

• monitorização da contaminação interna;

• monitorização da área;

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• procedimentos de segurança;

• uso de EPI.

Umidade

Os trabalhadores expostos à umidade são aqueles que exercem suas atividades em locais
alagados, encharcados ou com umidade excessiva. Sobre seus efeitos no organismo, pode ocor-
rer: estagnação do sangue, produzindo diminuição da oxigenação dos tecidos e paralisação dos
pés e pernas, acompanhado de fortes dores; gripes, resfriados, bronquites, reumatismos e pneu-
monias. Além de doenças, infiltrações podem causar danos severos à estrutura da edificação.

Umidade e medidas preventivas:

• Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) – barreiras de contenção ou proteção po-


dem ser criadas para evitar que o trabalhador tenha contato com a umidade. É pre-
ciso estar atento às tubulações para perceber possíveis vazamentos e infiltrações nas
edificações.

• uso de EPI como luvas, aventais, roupas e botas de PVC.

EXERCÍCIOS
1. Referente ao ruído, quais medidas de controle devem ser implantadas nas empresas?

2. Explique os efeitos do calor nos trabalhadores.

3. Quais são os riscos à saúde dos trabalhadores em caso de pressão anormal?

4. Cite um exemplo de Equipamento de Proteção Coletivo a ser utilizado por trabalhadores


expostos à umidade.

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REFERÊNCIAS

ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. Manuais de Legislação Atlas. 72 ed. São Paulo, 2013.

BRASIL. Decreto-Lei n.º 5.452, 1.º maio 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário Oficial da União, 9 ago.
1943, retificado pelo Decreto-Lei n.º 6.353, de 1944 e retificado pelo Decreto-Lei n.º 9.797, de 1946. Disponível em: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Lei n.° 6.514, 22 dez. 1977. Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança
e Medicina do Trabalho e dá outras providências. Diário Oficial da União, 23 dez. 1977. Disponível em: <www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l6514.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-6. Equipamento de Proteção Individual – EPI. Diário Oficial da União, 6 jul. 1978.
Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080814CD7273D014D34C6B18C79C6/NR-06%20(atualizada)%20
2015.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-7. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Diário Oficial da União, 6
jul. 1978. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080814295F16D0142E2E773847819/NR-07%20(atualiza-
da%202013).pdf>. Acesso em: 5 nov. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-9. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Diário Oficial da União, 6 jul. 1978.
Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF80808148EC2E5E014961B76D3533A2/NR-09%20(atualizada%20
2014)%20II.pdf>. Acesso em: 5 nov. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-15. Atividades e Operações Insalubres. Diário Oficial da União, 8 jun. 1978. Disponível
em: http://acesso.mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-15-1.htm. Acesso em: 5 nov. 2015.

______. Ministério do Trabalho. Portaria MTB n.° 3.214, 8 jun. 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras do Capítulo V,
Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, 6 jul.
1978. Disponível em: <www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/63/mte/1978/3214.htm>. Acesso em: 7 out. 2015.

MORAES, Giovani Araújo. Normas Regulamentadoras Comentadas. 7 ed. Rio de Janeiro, 2009.

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GABARITO

1. Instalação de Equipamentos de Proteção Coletiva, como isolamento acústico das má-


quinas ruidosas; adotar medidas administrativas, como a diminuição de tempo de
exposição, ou trabalho e descanso; implantação do Programa de Controle Auditivo;
Controle Médico: exames audiometrias; fornecimentos e treinamento do uso de
Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

2. São os mais propensos a problemas como insolação, cãibras e, em alguns casos, de


problemas como o cristalino do globo ocular (catarata). Convém esclarecer que os
fatores comentados geralmente aparecem devido à exposição excessiva ao calor.

3. Pode ocorrer a barotrauma, que é a incapacidade do mergulhador de equilibrar a


pressão interna do corpo com a externa; também pode ocorrer a embolia gasosa, que
é a consequência da rápida subida do mergulhador à superfície; e a intoxicação por
dióxido de carbono, quando ocorrem espasmos musculares se o mergulhador não for
socorrido imediatamente.

4. Barreiras de contenção ou proteção podem ser criadas para evitar que o trabalhador
tenha contato com a umidade.

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Programa de
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De acordo com pesquisas sobre doenças ocupacionais, a perda auditiva é uma das mais
recorrentes. O ruído, na Higiene Ocupacional, é classificado como risco físico e merece toda
atenção dos profissionais prevencionistas. Deve-se levar em consideração todas as consequên-
cias para o trabalhador e também para as empresas, devido à exposição e ao controle necessário
deste risco. As empresas devem adotar todas as medidas possíveis e, por este motivo, apresenta-
mos a importância do Programa de Conservação Auditiva, para conhecimento e aplicação a to-
das as empresas que possuem atividades ruidosas e que merecem atenção dos futuros Técnicos
de Segurança do Trabalho.

PARTE 1 RISCO FÍSICO RUÍDO

A exposição ao risco físico agente ruído nas empresas pode desencadear lesões e a doença
ocupacional chamada Perda Auditiva por Indução de Ruído (PAIR), dependendo de condições
como:

• nível de pressão sonora;

• tempo de exposição;

• sensibilidade das pessoas expostas.

O ruído, conforme estabelece a NR-15 – Atividades e Operações Insalubres –, tem critérios


quantitativos, ou seja, deve-se avaliar o NPS (Nível de Pressão Sorora) através do decibelíme-
tro. Assim, pode-se configurar como ambiente insalubre quando a concentração de risco se
encontra acima dos limites de tolerância estabelecidos no seus anexos I e II – ruído contínuo,
intermitente e de impacto (grau médio).

Também, conforme estabelece a NR-9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais –, o


ruído deve ser objeto de controle sistemático. Para fins previdenciários e trabalhistas, o correto
é realizar o Laudo de Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT), por meio do Engenheiro de
Segurança ou Médico do Trabalho, quantificando o ruído para fins da elaboração de um plano
de ação.

Plano de ação para controle do ruído: consiste em desenvolver ações no cronograma


para minimizar e/ou excluir o ruído nos ambientes de trabalho. Exemplo:

• adoção de medidas de proteção coletiva como instalação de dispositivos para redução


de ruído (isolamento ou enclausuramento de equipamentos ruidosos);

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• medidas administrativas como redução do tempo de trabalho, descanso, rotatividade;

• monitoramento de exposição;

• plano de manutenção dos equipamentos ruidosos;

• substituição dos equipamentos ruidosos ou alteração de processos;

• medidas de controle médico e saúde ocupacional;

• fornecimento e treinamento de equipamentos de proteção individual.

A interação entre os itens do plano de ação a ser desenvolvida no campo da prevenção da


PAIR tem como objetivo principal verificar a eficácia dos EPI e se a exposição ao ruído foi ate-
nuada (redução) dentro dos limites aceitáveis, indicados no PPRA. A execução do Programa
de Conservação Auditiva (PCA) realiza, de forma sistemática, ações direcionadas à preven-
ção da PAIR.

Os requisitos para desenvolver o PCA são:

a) escolher individualmente o protetor adequado, utilizando o método denominado


NRRsf (taxa de redução ao ruído – uso real);

b) treinar e motivar o empregado para a utilização do EPI;

c) documentar estas atividades, além da entrega, utilização e reposição de cada EPI;

d) acompanhar a evolução audiométrica e de perda auditiva, mensurando, de forma epi-


demiológica, agravamentos auditivos, e, assim, avaliar a eficácia das medidas admi-
nistrativas, coletivas e/ou individuais.

Especificidades: o código brasileiro de trânsito.

O atual Código de Trânsito Brasileiro não proíbe a utilização do protetor auditivo. Existem
alguns trabalhos realizados por especialistas sobre perda auditiva induzida por ruído em moto-
ristas de ônibus, empilhadeiras, tratores e outros equipamentos industriais, quando o motorista
estiver exposto a Níveis de Pressão Sonora (NPS) elevados. Tais trabalhos fazem experiências
com protetores auditivos em motoristas e mencionam suas vantagens (como: atenuação do ruí-
do, evitando a irritabilidade, dores de cabeça e as consequências normais como perda auditiva)

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e desvantagens (como: dificuldades em se comunicar, podendo inclusive provocar acidentes de
trabalho). Este típico ambiente de trabalho dificulta o controle do agente agressor.

É interessante mencionar que código permite que o indivíduo surdo tenha carteira de
motorista.

A Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997 que institui o Código de Trânsito Brasileiro (CTB),
em seu Capítulo XV – das Infrações – Art 252, estabelece multa apenas para fones de ouvido
ligados a uma fonte sonora, nada tendo a ver com o uso de EPI (protetores auriculares).

“Art. 252. Dirigir o veículo:


[...]
VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelhagem sonora ou de telefone
celular;
Infração - média;
Penalidade - multa” (LEI 9.503/97)

A atenuação dos protetores auriculares não afeta significativamente as frequências da voz


falada e sinais sonoros.

PARTE 2 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA


DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA
Dentre todos os agentes que constituem os riscos ocupacionais, o ruído surge como o
mais frequente e universalmente distribuído, atingindo um elevado número de trabalhadores
(COSTA, MORATA; KITAMURA, 2007).

O PCA é um processo dinâmico, planejado e executado de forma coordenada entre os


diversos departamentos da empresa, que visa prevenir ou estabilizar as perdas auditivas ocupa-
cionais (BERNARDI; SALDANHA JR, 2003).

Bernardi e Saldanha Jr. apontam como objetivos do PCA:

• melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos extra-


-auditivos causados pela exposição a níveis elevados de pressão sonora e outros agentes de
risco para audição;
• identificar empregados com patologias de orelhas e audição não relacionadas ao trabalho,
encaminhando-os para tratamento adequado;

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• diagnosticar precocemente os casos de perdas auditivas ocupacionais estabelecendo medidas
eficazes, preservando a saúde dos trabalhadores;
• adequar a empresa às exigências legais;
• redução de custo da insalubridade com comprovação científica;
• redução do custo com reclamatórias trabalhistas (BERNARDI; SALDANHA JR, 2003, p.
49-52).
Legislação sobre o PCA: A OS 6081 relata que se a empresa tiver Nível de Pressão Sonora
Elevado (NPSE) como agente de risco levantado pelo PPRA, o empregador deve organizar sob
sua responsabilidade um PCA (MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL,
1998). Também afirma que, para o PCA alcançar seus objetivos, é necessário que sua eficácia
seja avaliada sistemática e periodicamente (INSS, 1998).

As auditorias para o PCA devem ser realizadas:

• em auditoria inicial de reconhecimento;

• durante o desenvolvimento das atividades do PCA, em períodos predeterminados (se-


mestral ou no máximo anualmente);

• após a implantação de melhorias;

• em processo de auditoria corporativa para certificações, como, da OHSAS 18.001.

Estas auditorias possuem uma lista de verificação:

• rol de documentação para organização de evidências de atendimento legal em relação


ao PCA;

• para fiscalização pelos órgãos públicos (Ministério da Saúde, Ministério da Previdência


e Assistência Social, Ministério Público e Ministério do Trabalho e Emprego);

• Análise de Riscos para Perdas Auditivas Ocupacionais;

• Gestão de Diagnósticos Audiológicos;

• Gestão de Medidas de Controle Individual;

• Gestão de Medidas de Controle Coletivo;

1 Ordem de Serviço INSS/DAF/DSS n.o 608, de 5 de agosto de 1998. Aprova norma técnica sobre perda auditiva neurossensorial por exposição continua-
da a níveis elevados de pressão sonora de origem ocupacional.

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• Gestão de Equipamentos de Proteção Individual;

• Gestão de Tributos Trabalhistas e Previdenciários;

• Auditoria.

A metodologia de aplicação do protocolo para auditoria do PCA compõe-se por três etapas:

1. avaliação da aplicabilidade;

2. verificação da conformidade;

3. mensuração de desempenho do PCA.

No início da implantação do PCA, enquanto as soluções têm demandas menos elaboradas


e envolvem atividades relacionadas a diagnósticos, gestão de EPI e treinamento, o processo de
auditoria pode ser coordenado por gerentes de áreas como Medicina, Engenharia de Segurança
do Trabalho ou Recursos Humanos.

A partir da implantação de atividades mais desenvolvidas, as medidas de controle coletivo,


por exemplo, que causam muitas vezes o redimensionamento da organização do trabalho e de-
mandam investimentos maiores com a implantação de métodos de proteção em equipamentos,
faz-se necessária a coordenação da auditoria do PCA pela gerência de área industrial como uma
estratégia fundamental para atingir esses objetivos.

EXERCÍCIOS

1. Quais são as condições para desencadear a doença ocupacional PAIR?

2. Cite exemplos de ações a serem desenvolvidas para o controle do ruído nas empresas.

3. Quais são os objetivos do Programa de Conservação Auditiva nas empresas.

4. Conforme orientação da Previdência Social, como devem ser realizados e quem deve
coordenar os requisitos do PCA?

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REFERÊNCIAS

ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. Manuais de Legislação Atlas. 72 ed. São Paulo, 2013.

BERNARDI, A. P. A.; SALDANHA JR., O. M. Construindo o Programa de Conservação Auditiva. In: BERNARDI, A. P.
A. (Org.). Conhecimentos essenciais para atuar bem em empresas. Audiologia ocupacional. São José dos Campos: Pulso,
2003. p. 49-65.

BRASIL. Decreto-Lei n.º 5.452, 1.º maio 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário Oficial da União, 9 ago.
1943, retificado pelo Decreto-Lei n.º 6.353, de 1944 e retificado pelo Decreto-Lei n.º 9.797, de 1946. Disponível em: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Lei n.° 6.514, 22 dez. 1977. Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança
e Medicina do Trabalho e dá outras providências. Diário Oficial da União, 23 dez. 1977. Disponível em: <www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l6514.htm>. Acesso em: 2 out. 2015.

______. Lei n.º 9.503, 23 set. 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial da União, 24 set. 1997, retificado
em 25 set. 1997. Disponível em: <http://planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9503.htm>. Acesso em: 10. nov. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-6. Equipamento de Proteção Individual – EPI. Diário Oficial da União, 6 jul. 1978.
Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080814CD7273D014D34C6B18C79C6/NR-06%20(atualizada)%20
2015.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-7. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Diário Oficial da União, 6
jul. 1978. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080814295F16D0142E2E773847819/NR-07%20(atualiza-
da%202013).pdf>. Acesso em: 5 nov. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-9. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Diário Oficial da União, 6 jul. 1978.
Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF80808148EC2E5E014961B76D3533A2/NR-09%20(atualizada%20
2014)%20II.pdf>. Acesso em: 5 nov. 2015.

______. Ministério do Trabalho. NR-15. Atividades e Operações Insalubres. Diário Oficial da União, 8 jun. 1978. Disponível
em: http://acesso.mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-15-1.htm. Acesso em: 5 nov. 2015.

______. Ministério do Trabalho. Portaria MTB n.° 3.214, 8 jun. 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras do Capítulo V,
Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, 6 jul.
1978. Disponível em: <www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/63/mte/1978/3214.htm>. Acesso em: 7 out. 2015.

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COSTA, E. A.; MORATA, T. C.; KITAMURA, S. Patologia do ouvido relacionada com o trabalho. In: MENDES, R.
Patologia do trabalho. 2 ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2007. p. 1253-1293.

INSTITUTO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (INSS). Ordem de Serviço INSS/DAF/DSS n.º 608, 5 ago. 1998.
Ministério da Previdência e Assistência Social, 1998. Disponível em: <www.oficionet.com.br/arquivos_links/INSS/OS608-
INSS-05-08-98.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015.

MORAES, Giovani Araújo. Normas Regulamentadoras Comentadas. 7 ed. Rio de Janeiro, 2009.

GABARITO

1. A PAIR é consequência de níveis de pressão sonoras elevadas, acima do limite de to-


lerância, somado ao tempo de exposição e a sensibilidade do operador com exposição
ao ruído.

2. Medição e monitoramento dos níveis de ruído; plano de manutenção de equipamentos


ruidosos; acompanhamento dos operadores expostos ao ruído dentro do Programa de
Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO); viabilidade técnica de instalação de
proteção coletivas nos locais onde há ruído excessivo; fornecimento e treinamento do
uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

3. Melhorar a qualidade de vida do trabalhador, prevenindo a doença ocupacional –


PAIR; diagnosticar precocemente a doença para o devido tratamento; cumprimento da
legislação obrigatória para as empresas, entre outros.

4. Os requisitos devem ser realizados por auditorias e sua coordenação geralmente deve
ser realizada pelos representantes do Setores de Segurança e Medicina do Trabalho ou
Setor de Recursos Humanos.

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Técnico em
SEGURANÇA NO
TRABALHO

Técnico em
Hwpfcèçq"Dkdnkqvgec"Pcekqpcn
SEGURANÇA NO
KUDP";9:/:7/5:9/7479/:
TRABALHO
43161

9 788538 752578
Iran Pereira do Lago
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