Treinar grupoII

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A coments | Teolinda Gersdo 0 amor conto por conto Sao historias de amor e também de desamor, as dificuldades dos relacionamentos humanos, desfiadas conto por conto em Prantos, Amores ¢ Outros Desvarios. Um livro em que Teolinda Gers, 76 anos, regressa & intensidade da forma curta para falar da realidade com a sua habitual agudeza. De espirito e de olhar. Ou nao fosse a escrita uma forma de “lucidez”, diz. E € com um lticido desassombro que observa 0 mundo e a sociedade. A sua ficcio despega-se da realidade para ganhar “voo", a elevagio da literatura que a escritora acredita poder “ajudar” a ver “mais claro” a volta. Até porque, sustenta, “pensar nao é separado de escrever Nascida em Coimbra, Teolinda Gersio foi leitora de portugués na Universidade de Berlim, assistente da Faculdade de Letras de Lisboa e professora catedratica da Universidade Nova de Lisboa, onde lecionou Literatura Alema e Comparada. Em 1995, reformou-se e dedicou-se & escrita por inteiro, Com 0 Siléncio, em 1981, distinguido com o Prémio do Pen Club, iniciow a sua vida literéria. E entre outros, sobretudo romances ¢ novelas, publicaria Os Guarda-Chuvas Cintilantes, Os Teclados, Os Anjos, A Arvore das Palavras, As Aguas Livres, A Cidade de Ulisses Passagens. A sua arte contista revelar-se-ia mais tarde, com a publicagdo, em 2000, de Historias de Ver e Andar, a que acrescentaria 0 volume A Mulher que Prendeu a Chuva e agora Prantos, Amores ¢ outros Desvarios. Maria Leonor Nunes, Jornal de Letras, Artes ¢Ideias, 23 de novembro a 6 de dezembro de 2016, pp. 10-12 Gramatica 1 As expressoes “conto” (I.2) e “forma curta' (|. 3] estabelecem entre si uma relacao de A-hiperonimia, 8B. meronimia, . antonimia D. sinonimia, A expressao “para falar da realidade" (| 3) permite estabelecer na frase uma relac3o de A. causalidade. B. completamente. C.retoma D. inalidade. ‘As expressdes “€" (5) € “Até porque” (1.7) contribuem para Aa coesao gramatical referencial B. a coesio gramaticalinterfrasica, Ca coesao gramatical frasica Da coesao lexical a 9. 10. Divide e classifica as oracdes da frase: "Em 1995, reformou-se ede O segundo e terceiros paragrafos do texto apresentam, respetivamente, sequéncias textuais A. argumentative e explicativa, 8. descritivae explicativa, C.narrativa e argumentativa D. argumentativa e dialog, A orago “onde lecionou Literatura Alema e Comparada’ (10) 6 A. subordinada adjetiva relativarestritiva, 8. subordinada adjetiva relativa explicativa, C. subordinada substantiva relativa D. subordinante, O proceso fonolégico presente em AMORE > amor (1) designa-se Acprotese B. apécope. C.epéntese D. metatese. A expressao sublinhada em “iniciou a sua vida literdria" (| 12) desempenha a funcao sintética de A.sujeita, 8. complemento abliquo, C.complemento direto D. complemento indireto Indica a azo pela qual em “revelar-se-ia" (1 15) o pronome surge em posicao medial Identifica o sujeito da ora¢o “que observa o mundo e a sociedade" (1.5) 1u-se & escrita por inteiro* (ll, 10-11). 163 Ler éum artefacto Fartinhos de gadgets, da Net e do digital, muitos leitores regressam ao mundo do papel. Enquanto as vendas de musica e cinema registam uma subida crescente em plataformas e meios digitais, a edicdo americana esta a registar um declinio nas vendas de e-books; 0 tiltimo balango da conta de uma queda de quase 15% desde 2014, ntimeros do passado més de abril. Os especialistas atribuem a desvalorizacao do livro eletrénico a duas razées, que explicam com eleva- dos conhecimentos de sociologia. Primeiro, Porque os aparelhos de leitura so — como se advertia desde 0 inicio - concorrentes da prépria leitura, ou Seja, oferecem servigos que distraem da leitura e sio cada vez menos usados para o fim para que foram criados (59% dos inquiridos declaram que, simplesmente, regressaram aos livros em papel, e apenas 22% dos utilizadores de tablets os usam Para ler, sendo eles os responsaveis por 66% das compras totais de e-books). Depois ~ diz o inqué. rito realizado pelo Codex Group ~ por aquilo que chamam “puro cansago digital”, um efeito que lentamente parece estar a dominar as comunidades mais euéricas em relagdo aos novos meios tecnolégicos. Fartinhos de gadgets, da Net e do digital, muitos leitores retiram-se lentamente das secgdes de eletrénica e regressam, de mansinho, para 0 meio das estantes. As coisas assentam, como seu dever, Ler, outono 2016, p15. Gramatica 1 Otexto abre com ‘A. uma ora¢80 subordinante e uma ora¢o subordinada adverbial B. uma orarao subordinada adjetiva e uma oracao coordenada, C. uma ora¢ao subordinada adverbial e uma ora¢ao subordinante, . uma oraao subordinada substantiva e uma orac’o subordinante, ‘As expressdes “Primeiro”(|.6) e “Depois"[I.10] asseguram a coesao ‘A. gramatical frsica 8. gramatical interfrésica, C.lexical D. gramatical referencial Os travessdes presentes no texto {Il 10 @ 11) ‘A.anunciam uma enumeragao. B.introduzem uma explicacao, C. antecedem discurso direto. D. pret rem uma citagao. Na expresso “e apenas 22% dos utlizadores de tablets os usam para le" (\l 9-10) esta presente A. um deitico pessoal que tem “tablets’ como referente B. um dettico espacial que remete para "tablets" C. um deitico temporal que remete para o passado. D. um deitico pessoal que tem “utilizadares" como referente. 5. Aoracao “que distraem da leitura’ (| 7) desempenha na frase fungao sintatica de A.sujeito, B. complemento direto. C. modificador do nome restritivo. D. modificador do nome apositiv. sente no texto introduz O discurso parentético p A. uma explicagao. B. um argumento. ate. C.umap D. um comentario. 7. A frase "Os especialistas atribuem a desvalorizacao do livro eletrGnico a duas razbes" (I, 4-5) apresenta um valor aspetual A. perfetivo. B.imperfetivo, C.iterativo, D. de situacao genérica 8. Indica o valor da oracao subordinada adjetiva presente em "Os especialistas atribuem a desvalorizacao do livro ele- trénico a duas raz0es, que explicam cam elevadas conhecimentos de sociologia" [I 4-6] 9. Identifica a funcao sintética da ora¢ao “que explicam cam elevados conhecimentos de sociologia' [5-6] 10. Identifica os processos fonolégicos: LEGERE > LEGER > LEER > ler. Herdeiros da ventania Em 1924 a Europa vivia um perfodo de desgaste e de astenia — entre a guerra que terminara e ‘a ameaca entorpecente de uma vida sem alegria. Isso explica, talvez, as palavras de André Bretor {que nesse ano publica o Manifesto Surrealista (houve um segundo, em 1930): uma homenagem & imaginagao, ao maravilhamento e & dissolugio “do conflito entre sonho e realidade”. Talvez 0 mundo nao pudesse ser o mesmo depois desse reconhecimento ~ 0 de que a civilizacao estava a destruir a capacidade de imaginacao e de sonho de geracdes inteiras, e que era preciso deixar uma parte de nds a solta. Nao interessa aquilo em que o surrealismo se tornou depois (um saco de gatos ‘em que a vaidade se misturava com a busca pelo poder do “movimento surrealista”, & maneira de um partido politico ou de uma delegacao da IV Internacional), mas aquilo que libertou, na litera- tura e nas artes (Artaud, Mario Cesariny, Bufiuel, Dali, Magritte, Cruzeiro Seixas, Antnio Maria Lisboa, O'Neill) ~e o seu apelo ao delirio, & invencao e a beleza. Quando a vida esté ausente (‘la vie est ailleurs”), como dizia Breton, resta-nos 0 amor louco (L'Amour Fou, de 1937). Passaram em. setembro 50 anos sobre a sua morte. Uma parte de nds € herdeira desse amor. Francisco José Viegas, Ler, outono 2016, p13 Gramética . AAs palavras "desgaste” e “astenia’ (|. 1) estabelecem,na frase, uma relagao de ‘A.antonimia. B. sinontmia C. hiperonimia D. meronimia, Naprimeira frase do texto, a forma verbal "terminara”relativamente avivia"estabelece uma relagio de ‘A. simultaneidade, B. anterioridade. C. posterioridade. D. nenhuma das a ores. A palavra “isso” (1.2) assegura a coesa0 A lexical B, gramatical referencial C. gramaticalinterfrésica. D. gramatical frasica, Na frase “Talvez o mundo nao pudesse ser o mesmo depois desse reconhecimento" [ll '~5) esta presente @ A. modalidade epistémica com valor de certeza B, modalidade apreciativa, C. modalidade deéntica com valor de obrigacao. D. modalidade epistémica com valor de probabilidade. 10. As expressdes parentéticas presentes no texto sao constituidas, respetivamente, por esta ordem: ‘A. uma explicaco, um comentario e trés exemplos. 8. um comentario, duas explicacdes e dois exemplos, . duas explicagdes, dois comentarios e um exemplo, . trés explicagdes, um comentario e um exemplo. Na frase "Nao interessa aquil em que o surrealisma se tornau depois" (|, 7], a anteposicao do pronome “se” a0 verbo decorre do facto de {A.se integrar numa frase em discurso indireto. 8B. depender do nome “surrealismo” C. pertencer a uma frase de forma negativa, D. se inserir numa oragao subordinada A oracao “que libertou' (I. 9) desempenha na frase funcao sintétic A. sujeito B. complemento direto C.modificador do nome apositivo. D. madificador do nome restrtivo. Indica a funcéo sintatica de “ao delrio, a invencao e 8 beleza" (111) Indica o valor da oracao subordinada adjetiva relativa na frase “Isso explica talvez, as palavras de André Breton, que rnesse ano publica o Manifesto Surrealista (houve um segundo, em 1930): uma homenagem & imaginacao, a0 mara vilhamento e a dissolugao do conflto entre sonho e realidade’, (Il 2-4) Identifica os processos fonol6gicos; IPSUM > IPSO > isso, 167 10 6 Uma pessoalissima arte do conto © conto vem de tempos imemoriais e, como toda a ficgdo, obedece a um simples caderno de encargos: ser interessante — disse — 0 Henry James e, antes e depois dele, disseram-no ou pens ram-no muitos outros. Desde Decameron até Hemingway e Carver, os formatos adotados pelo congeminador de ficgdes curtas tém sido os mais variados. Todos validos, nenhum se impondo como 0 tinico aceitével. Maugham, grande contista ingles, nao se importou nada, no século XX, de seguir, quase & letra o guido de Maupassant, do século XIX. Saroyan, desbocado americano de ori- gem arménia, varia de formato como quem muda de camisa e cultiva, desde fabulas singelas a0 gosto da velha patria, até conversas escabrosas e desarrumadas sobre coisas e em termos que nada devem aos protocolos mais normais da narrativa. Neste seu belo livro ~ Prantos, amores e outros desvarios ~, Teolinda Gersio, que tem jé, no seu ativo, quatro livros de contos, dé-nos um exemplo pessoalissimo da arte da shor! story: hist6- rias, quase sempre, de pequenissima dimensdo, estas, caracterizam-se, entre outras, por duas vantagens: uma finfssima e maliciosa ironia e uma pessoalissima liberdade de execucao e de for- matos e protocolos, exibindo também uma enorme variedade de registos e de vozes narrativas. Tudo alimentado por uma prodigiosa imaginagao fabricadora, Tirando a Gltima hist6ria - “Alice in Thunderland”, extraordindria tour de force — todas as outras, embora muito pessoalmente concebidas e executadas, correspondem perfeitamente a0 acervo de exigéncias proposto por Edgar Poe, para o que deve ser uma boa short story: ser uma ficgao que dé conta de um Gnico incidente, material ou espiritual, que possa ser lida de uma assen- tada, que seja original, que cintile, excite ou impressione e que deva ter uma unidade de efeito ou de impressio. A todas estas exigéncias respondem, de modo exemplar, estes “prantos, amores & outros desvarios” que, em boa hora, Teolinda Gersdo resolveu servir-nos. ugénio Lisboa, Jomal de Letras, Artes e Ideias, 29 de noveribeo a 6 de dezembro de 2016, p. 13. Gramatica 1 ‘As expressdes sublinhadas “antes e depois dele, disseram-no ou pensaram-no muitos outros” (I 2-3) desempe- rnham na frase fungtes sintaticas, respetivamente, de ‘A. sujeito complemento direto B. complemento direto e sujeito C. complemento direto complemento indireto, . complemento indireto e complemento obliquo. es curtas Na frase “Desde Decameron até Hemingway e Carver, os formatos adotados pelo congeminador de fics tm sido os mais variados" [I 3-4], o complexo verbal apresenta um valor aspetual A. perfetivo. B. imperfetivo €. genéric. D. iterativo. © vocébulo sublinhado na expressao “estas, caracterizam-se, entre outras" (I, 12] assegura.a coeséo A lexical 8. gramatcalinterfrasica C.gramaticalfrsica D. gramatical referencia 10. ‘A expresso “grande contista inglés" (1.5) desempenha, na frase, fungao sintatica de A.sueito. 8, maificador do nome apositve. C.complemento donome. D. madificador. O segundo parégrafo do texto apresenta uma sequéncia textual A. argumentativa B. cialogal C.descrtiva D.narrativa Na expressao “d8-nos um exemplo pessoalissimo da arte da short story" (l11], 0 pronome pessoal desempenha, na frase, afungao sintatica de A. sujet. B. complemento direto. C.complemento indireto 1. complemento obtiquo. Os dois pontos, no dltime paragrafo, ‘A.anunciam uma enumeracao, a Fd B. intraduzem uma explicagao. C. precedem uma citagao. D. antecedem discurso direto, Classifica sintaticamente as expressdes sublinhadas *O conto vem de tempos imemoriais e, como toda a ficcao, ‘obedece a um simples cademno de encargos’ (ll, 1-2). Seleciona, no primeiro periodo do segundo paragrafo, um dettico temporal Indica a funcao sintatica do pronome relativo na orago: “que dé conta de um Gnico incidente" (I. 19). 174 estén condiional, salela dena: "Em 1995, reformou-se"; oraga0 coarde- sta sindtie"ededicau-se a eserta printer”. Valor exlcativo oaificador do nome apostivo. 410, ApScope sincope erase. Gramstica L 6) 2 2 te) . 0 5 ia) 6 2 a 8 0) 0) Complemento do nome 3. Valor expicatve, 410. Apscope assimilsao, | Gramatica @) o (0) 8) (a) o. ‘ (8) CComplementoobliquoe mocificador do nome restrtvo. er Sujet, Beene eene I (a) (a) (8) (a) @ (a) (0) Complemento do nome. Mosificadar. 1. Complemento do adjtivo Gramitica 1 Al 2 a) 3 tA) . 0 5 (a) . «a 7 8 8 eye ene @) Valor exolicativo. 3. Oracto subordinada adverbial causal 30. Apbcope sincope,assimllar3a,

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