Apostila Processo Civil Vol1 4ed

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Processo Civil - Volume 1 | 4ª ed.

SUMÁRIO

1. ASPECTOS GERAIS DO NOVO CPC 4


a) Principais Inovações do Novo Código de Processo Civil 5
2. NORMAS FUNDAMENTAIS (PRINCÍPIOS E REGRAS NO PROCESSO CIVIL) 7
a) Princípio da Solução Consensual dos Conflitos 7
b) Princípio da Primazia da Decisão de Mérito 7
c) Princípio da Boa-fé Processual 8
d) Princípio do Contraditório 9
e) Princípio da Motivação das Decisões Judiciais 9
f) Princípio da Razoável Duração do Processo 10
g) Ordem Cronológica de Julgamentos 10
3. INTERVENÇÕES DE TERCEIRO 11

4. INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 12

5. AMICUS CURIAE 12

6. FLEXIBILIZAÇÃO PROCEDIMENTAL 13
a) Dilação dos Prazos Processuais 14
b) Alteração da Ordem de Produção das Provas 14
● Modificação nas Condições da Ação 14
● Alteração dos Prazos da Fazenda Pública 15
7. REQUISITOS GERAIS DO NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL 15
a) Nulidades nos Negócios Jurídicos Processuais 16

8. TEMPESTIVIDADE DO ATO PROCESSUAL PRATICADO ANTES DO PRAZO 17


a) Contagem do Prazo Processual 17
b) “Férias” dos Advogados 17

9. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 18
a) Honorários Advocatícios em Diferentes Fases do Processo 18
● Percentual dos Honorários Advocatícios 18
● Reconhecimento da Natureza Alimentar dos Honorários Advocatícios 19
● Vedação À Compensação de Honorários de Sucumbência 19
● Honorários de Sucumbência para os Advogados Públicos 19
● Intimação da Sociedade de Advogados ou do Escritório de Advocacia 20

10. PRÁTICA ELETRÔNICA DE ATOS PROCESSUAIS 20


a) Autos Eletrônicos 20
b) Acesso ao Sistema Eletrônico 20

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c) Comunicações por Meio Eletrônico 20


d) Cadastro nos Sistemas Processuais Eletrônicos 21
11. COMPETÊNCIA 21
a) Critérios de Determinação de Competência 22
b) Forma de Arguição da Incompetência 27
c) Prazo para Arguição da Incompetência 29
12. IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÕES 30
a) Novas Hipóteses de Impedimento 30
13. EXTINÇÃO DO PROCESSO CAUTELAR E UNIFICAÇÃO DO REGIME DAS TUTELAS
PROVISÓRIAS 31
a) Tutela de Urgência 32
b) Tutela de Evidência 32

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INTRODUÇÃO À LEI 13.105/2015 (NCPC)

A elaboração do Novo Código de Processo Civil (NCPC), Lei Federal nº 13.105, sancionada em
16 de março de 2015, orientou-se precipuamente por cinco objetivos:

1) Estabelecer expressa e implicitamente verdadeira sintonia com a Constituição Federal;


2) Criar condições para que o juiz possa proferir decisão de forma mais rente à realidade
fática subjacente à causa;
3) Simplificar, resolvendo problemas e reduzindo a complexidade de subsistemas, como, por
exemplo, o recursal;
4) Dar todo o rendimento possível a cada processo em si mesmo considerado;
5) Imprimir maior grau de organicidade ao sistema, dando-lhe, assim, mais coesão.

Após o período de ​vacatio legis de 1 ano contado da data de sua publicação, o Novo CPC de
2015 entrou em vigor trazendo mudanças na dinâmica processual brasileira.

Tendo em vista sua importância para os operadores do Direito, a nova legislação afetou
diretamente as questões do Exame de Ordem, exigindo dos candidatos o conhecimento dos
novos aspectos, regras e princípios trazidos pelo CPC de 2015.

O objetivo deste material de apoio é apresentar novos conteúdos e alterações significativas


trazidas pelo Novo Código de Processo Civil para que o futuro membro da Ordem dos Advogados
do Brasil logre êxito em seus estudos no âmbito processual civil.

1. ASPECTOS GERAIS DO NOVO CPC


A primeira alteração significativa do NCPC diz respeito à sua divisão em uma Parte Geral, uma
Parte Especial e um Livro Complementar.

Parte Geral do Novo CPC/2015:

● Livro I: “Das normas processuais”;


● Livro II: “Da função jurisdicional”;
● Livro III: “Dos sujeitos do processo”;
● Livro IV: “Dos atos processuais”;
● Livro V: “Da tutela provisória”;
● Livro VI: “Da formação, da suspensão e da extinção do processo”.

Parte Especial do Novo CPC/2015:

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● Livro I: “Do processo de conhecimento e do cumprimento de sentença”


● Livro II: “Do processo de execução”;
● Livro III: “Dos processos nos tribunais e dos meios de impugnação das decisões judiciais”.

Livro Complementar: “Disposições finais e transitórias”.

PRINCIPAIS INOVAÇÕES DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

1) Normas fundamentais (princípios e regras) são incluídas no primeiro capítulo do Novo CPC
(arts. 1º a 12 do NCPC);
2) As sentenças ou acórdãos proferidos pelos juízes e tribunais obedecerão
preferencialmente à ​ordem cronológica de conclusão (art. 12 do NCPC), exceto em
hipóteses específicas, como nas causas que exijam urgência no julgamento (art. 12, § 2º,
IX, do NCPC);
3) Há uma ​flexibilização procedimental conferindo aos magistrados os poderes de aumentar
os prazos processuais e de alterar a ordem de produção de provas (art. 139, VI, do
NCPC);
4) A criação do ​negócio jurídico processual​, o qual possibilita às partes alterar o procedimento
para a tramitação do processo quando este versar sobre direitos que admitam a
autocomposição (art. 190 do NCPC);
5) O ato praticado antes do início da contagem do prazo processual é considerado ​tempestivo
(art. 218, § 4º, do NCPC);
6) Os ​prazos processuais​ passam a ser contados ​somente em dias úteis​ (art. 219 do NCPC);
7) O período compreendido entre 20 de dezembro e 20 de janeiro suspende os prazos
processuais, sendo considerado como verdadeiras “​férias para os advogados​” (art. 220 do
NCPC);
8) A determinação de ​honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença,
na execução, e nos recursos interpostos, de modo cumulativo àqueles arbitrados em
sentença (art. 85, § 1º, do NCPC);
9) Os honorários advocatícios são reconhecidos como ​crédito alimentar do advogado (art. 85,
§ 14, do NCPC);
10) Os ​advogados públicos​ receberão honorários de sucumbência (art. 85, § 19, do NCPC);
11) É expressamente admitida a ​prática eletrônica de atos processuais​ (art. 193 do NCPC);
12) Novos critérios de determinação da ​competência​ são instituídos (art. 53 do NCPC);
13) A alegação da ​incompetência relativa torna-se questão preliminar, extinguindo-se,
portanto, a exceção de incompetência relativa (art. 64, ​caput​, do NCPC);
14) O juiz pode solicitar ou admitir o ​amicus curiae de ofício, a requerimento das partes ou de
quem pretenda manifestar-se no processo (art. 138 do NCPC);

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15)O processo cautelar deixa de existir e é criada a “​Tutela Provisória​”, dividida em tutela de
urgência (cautelar ou antecipada) e de evidência (art. 294 a 311 do NCPC);
16) O procedimento ordinário e o procedimento sumário são unificados no “​Rito Comum​” (art.
318 do NCPC);
17) Criação de uma ​audiência obrigatória de conciliação ou de mediação​ (art. 334 do NCPC);
18) O “​ônus dinâmico da prova​”, o qual possibilita ao magistrado a redistribuição do ônus
probatório, informando-se esta decisão às partes (art. 373, § 1º, do NCPC);
19) Os magistrados de primeiro grau têm a obrigação de ​confrontar todos os tópicos e
argumentos deduzidos pelas partes​, não sendo considerada como fundamentada a
decisão que não observar essa adequação (art. 489, IV, do NCPC);
20) Os ​limites objetivos da coisa julgada são ampliados, passando as questões prejudiciais
decididas nos autos principais a ter força de lei em determinadas hipóteses (art. 503, § 1º,
I, II e III, do NCPC);
21) O Poder Judiciário deverá observar, com a finalidade de estabilizar a jurisprudência, o
sistema de ​precedentes vinculantes ou obrigatórios​ (art. 927 do NCPC);
22) Cria-se o ​Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR) (arts. 976 a 987 do
NCPC);
23) Fica estabelecido o ​Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica (arts. 133 a
137 do NCPC);
24) O sistema recursal é simplificado e há ​uniformização dos prazos (art. 1.003, § 5º, NCPC) -
salvo algumas exceções construídas pela jurisprudência (Ex.: Súmula 699 do STF em
matéria Penal);
25) As hipóteses de cabimento dos ​embargos de divergência são ampliadas, possibilitando
que o acórdão de órgão fracionário seja embargado diante da verificação de teses
contrapostas, tanto no mérito, quanto em juízo de admissibilidade (art. 1043, I, II, III e IV,
§§ 1º, 2º, 3º e 4º), além de vedar ao tribunal a inadmissão deste recurso “com base em
fundamento genérico de que as circunstâncias fáticas são diferentes, sem demonstrar a
existência da distinção” (§ 5º do mesmo artigo, NCPC);
26) Os ​embargos infringentes são extintos ​(art. 551 do CPC/1973) e substituídos por um
procedimento semelhante de natureza não recursal (art. 942 do NCPC);
27) O ​agravo retido é extinto​ (art. 1.009 do NCPC);
28) Extingue-se o ​juízo de admissibilidade do REsp e do RE perante o órgão prolator da
decisão recorrida (art. 1.030, parágrafo único, NCPC);
29) A ​reclamação da parte interessada ou Ministério Público será cabível não somente
quando houver negativa de aplicação da decisão de determinado tribunal, mas também
quando houver aplicação indevida de tais decisões a caso específico, sobre o qual estas
não deveriam incidir (art. 988, II, e § 4º do NCPC).

PARTE GERAL

Ao contrário do CPC/73 (Lei nº 5.869/1973), o ​NCPC tem uma parte geral que se aplica
supletivamente a todos os processos e procedimentos.

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2. NORMAS FUNDAMENTAIS (PRINCÍPIOS E REGRAS NO


PROCESSO CIVIL)
O primeiro capítulo do NCPC tem 12 artigos, os quais apresentam as normas fundamentais do
processo civil, mas não de forma taxativa. Dentre estas normas estão regras e princípios já
previstos na CF/88, tais como o princípio do contraditório (art. 7º do NCPC), da motivação das
decisões judiciais (art. 11 do NCPC), da inafastabilidade do controle jurisdicional (art. 3º do
NCPC), etc.

PRINCÍPIO DA SOLUÇÃO CONSENSUAL DOS CONFLITOS

Art. 3o​ ​ Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.


 § 1o​ ​ É permitida a arbitragem, na forma da lei.
 § 2o​ ​ O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
 § 3o​ ​ A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos

deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do


Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.

O § 2º do art. 3º do NCPC consagra o princípio de promoção, pelo Estado, da solução por


autocomposição. Todo o NCPC é estruturado no sentido de estimular a autocomposição, de
possibilitar às partes a resolução do conflito de forma consensual.

O NCPC também permite a exclusão do pagamento das custas processuais no caso de


autocomposição antes da sentença (art. 90, § 3º, do NCPC).

PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO

​ s partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a
Art. 4º A
atividade satisfativa.

O princípio da primazia da decisão de mérito, ou “princípio da precedência do julgamento do


mérito”, está consagrado no art. 4º do NCPC e tem como objetivo superar os obstáculos à
resolução do mérito e solucionar a disputa, exceto quando se tratar de vício insanável.
Para a efetivação do princípio da primazia da decisão de mérito, alguns dispositivos ao longo do
Novo CPC possibilitam a remoção dos obstáculos ao julgamento do mérito:

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1) Art. 139, IX, do NCPC​: Este dispositivo cuida dos poderes do juiz, estabelecendo como um
dever do magistrado que este determine a correção dos vícios dos processos. Assim que
determina a correção dos defeitos processuais, o juiz prioriza a solução de mérito,
impedindo que o processo seja extinto sem resolução de mérito.

2) Art. 282, § 2º, do NCPC​: Caso o juiz verifique a possibilidade de decidir o mérito a favor da
parte que se beneficiaria com a decretação de nulidade, não mandará repetir o ato, nem
suprir sua falta se não houver prejuízo à parte, resolvendo, então, o mérito.

3) Art. 317 do NCPC​: Segundo este artigo, o juiz deve possibilitar à parte que corrija defeitos
sanáveis antes de proferir uma decisão sem resolução de mérito.

4) Art. 319, § 2º, do NCPC​: Por força deste dispositivo, percebe-se que mesmo sem a
qualificação completa do réu, se ainda for possível citá-lo, o juiz não deve indeferir a
petição inicial e extinguir o processo sem resolução de mérito.
5) Art. 321 do NCPC​: O juiz deve indicar quais são os vícios presentes na petição inicial do
autor e determinar a sua emenda. Apenas se o autor não cumprir a diligência necessária
será indeferida a petição.

6) Art. 338 do NCPC​: O réu, ao alegar a sua ilegitimidade no processo, permite ao autor
substituir aquele que está no polo passivo da demanda pela parte legítima, sem a
necessidade de uma intervenção de terceiro.

7) Art. 352 do NCPC​: No momento do saneamento do processo, mais que em qualquer outro,
o juiz deve determinar a correção de irregularidades e vícios que verificar.

8) Art. 485, § 1º, do NCPC​: Nas hipóteses de negligência das partes e abandono pelo autor, o
juiz deverá intimar a parte (e não seu advogado) pessoalmente para que possa suprir-lhe a
falta no prazo de 5 dias e evitar, portanto, a extinção do processo sem resolução do mérito.

Os princípios da ​razoável duração do processo e da ​efetividade do processo também podem ser


percebidos na redação do art. 4º do NCPC.

PRINCÍPIO DA BOA-FÉ PROCESSUAL

Art. 5º ​Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a
boa-fé.

O NCPC prevê expressamente o princípio da boa-fé entre os sujeitos do processo, aumentando,


inclusive, a ​multa atribuída por ​litigância de má-fé (de 1%, conforme o art. 18, ​caput​, do CPC/73)
para percentuais entre ​2 e 10%​, conforme o art. 81, ​caput​, do NCPC.

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PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO

Art. 7º​ ​É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e


faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de
sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

Previsto no art. 7º do NCPC, o contraditório assegura às partes, além da possibilidade de se


pronunciarem no processo, o direito de serem ouvidas e de ajudarem na formação do
convencimento do magistrado. Neste sentido, há regra específica prevista no art. 10 do NCPC
determinando a impossibilidade de o juiz decidir, mesmo que de ofício, sem a prévia
manifestação das partes quanto à questão apresentada no processo.
O juiz, para garantir o contraditório, pode flexibilizar o procedimento ​dilatando os prazos
processuais e ​alterando a ordem de produção dos meios de prova​, conforme previsão expressa
do art. 139, VI, do NCPC. A dilatação do prazo, entretanto, não pode ser feita após o término
deste. O juiz tem que dilatar os prazos antes que comecem a correr, pois não pode superar a
preclusão ampliando o prazo.

Preclusão:​ é a perda do direito de praticar um ato processual que lhe era facultativo.

Preclusão Consumativa:​ É a perda da oportunidade de alegar toda a matéria.


Preclusão Temporal:​ Ocorre quando o ato é praticado fora do prazo (ato intempestivo).
Preclusão Lógica:​ Quando se pratica um ato incompatível com outro.

PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS

Art. 11​. ​Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença
somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.

Segundo o art. 11 do NCPC, assim como o art. 5º, LXI, da CF/88, todas as decisões judiciárias
devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Contudo, esta regra não é absoluta, pois o
legislador expressamente determinou, no art. 489, § 1º, do NCPC, as decisões que não podem
ser consideradas como “fundamentadas”. Assim, não será considerada fundamentada a decisão
que:

1) Se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua


relação com a causa ou a questão decidida;
2) Empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso;
3) Invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

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4) Não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;

ATENÇÃO: há jurisprudência afirmando que, à luz do CPC de 1973, o órgão julgador


não precisaria confrontar todas as alegações feitas pelas partes, mas com o Novo
CPC será necessário o enfrentamento de todas as teses.

5) Se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos


determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
6) Deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.

PRINCÍPIO DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO

Este princípio, disposto no art. 4º do NCPC (já previsto no art. 5º, inciso LXXVIII, da CF/88), deve
ser analisado juntamente com a regra do art. 12 do NCPC, a qual determina aos juízes e aos
tribunais que obedeçam, ​preferencialmente, à ordem cronológica dos processos, ou seja,
respeitando o dia de entrada dos processos na conclusão (exemplo, se o processo entrou hoje
para ser sentenciado, não poderá ser julgado antes do processo que entrou ontem).

ORDEM CRONOLÓGICA DE JULGAMENTOS

A determinação de julgamento das causas em ordem cronológica é uma novidade do NCPC,


tendo como objetivo trazer maior previsibilidade e transparência ao processo.

Segundo esta regra, prevista no art. 12 do NCPC, os processos terão que ser decididos,
preferencialmente​, na ordem que foram enviados ao gabinete do magistrado para deliberação.

ATENÇÃO: A ​regra cronológica de prolação das decisões na ordem em que são


recebidas pelo Judiciário ​não será aplicada​ nos caso de (art. 12, § 2º, do NCPC​)​:

1) Sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar


do pedido;
2) Julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento
de casos repetitivos;
3) Julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas;

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4) Decisões proferidas com base nos arts. 485 (sentenças terminativas) e 932 (ordem de
apreciação dos processos nos tribunais);
5) Julgamento de embargos de declaração;
6) Julgamento de agravo interno;
7) Preferências legais e das metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
8) Processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
9) Causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.

A ordem de conclusão dos processos para a sentença deve ser ​divulgada pela serventia judicial e
atualizada diariamente em uma lista para consulta pública, criando para a sociedade e para a
advocacia uma previsão de quando o processo será julgado, dando mais força normativa ao
princípio da duração razoável do processo.

3. INTERVENÇÕES DE TERCEIRO
A intervenção de terceiros é um fenômeno processual no qual alguém ingressa no processo já
pendente entre as partes. O NCPC estabelece as seguintes intervenções de terceiro:

a) Assistência (arts. 119 a 124 do NCPC): terceiro ingressa no processo para colaborar com
uma das partes (pode ser assistência simples ou litisconsorcial). A assistência já estava
prevista nos arts. 50 a 55 do CPC/73.
b) Denunciação da Lide ​(arts. 125 a 129, NCPC): por iniciativa de uma das partes, um
terceiro ingressa no processo para responder pela garantia do negócio jurídico, caso o
denunciante seja vencido no processo. A denunciação da lide já estava prevista como
modalidade de intervenção de terceiro no CPC/73, arts. 70 a 75.
c) Chamamento ao Processo (arts. 130 a 132, NCPC): é facultado ao réu (e somente a ele)
chamar a integrar o mesmo processo os coobrigados pela dívida, de modo a fazê-los
também responsáveis pelo resultado do feito. O arts. 77 a 80 do CPC/73 estabeleciam a
admissão do chamamento ao processo.
d) Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica ​(art. 133 a 137 do NCPC): busca
responsabilizar tanto o sócio por obrigações estabelecidas em nome da sociedade, quanto
a pessoa jurídica pelos negócios firmados pelo sócio em prol da sociedade. Trata-se de
uma nova espécie de intervenção de terceiros trazida pelo NCPC.
e) Amicus Curiae ​(art. 138 do NCPC): manifestação de terceiros interessados na questão,
mas que não são assistentes das partes. Não estava prevista no CPC/73, mas leis
esparsas já admitiam essa modalidade de intervenção.

A ​oposição (arts. 682 a 686, do NCPC) passa a ser um procedimento especial e a figura da
nomeação à autoria desaparece e seu objeto é tratado como preliminar de contestação (art. 339
do NCPC).

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4. INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE


JURÍDICA
A desconsideração da personalidade jurídica busca a responsabilização pessoal dos sócios por
obrigações contraídas em nome da sociedade e também a responsabilidade da pessoa jurídica
por negócios realizados pelo sócio, individualmente, mas em prol de interesses da sociedade.
No Novo CPC/2015 (arts. 133 a 137), este procedimento passa a ser instaurado em incidente no
qual deve-se apurar, em contraditório prévio, a ocorrência ou não das seguintes situações
autorizadas pela lei:

● Quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,


infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social (art. 28, ​caput,​
do CDC);
● Quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa
jurídica provocados por má administração​ (art. 28, ​in fine​, do CDC);
● Sempre que a personalidade jurídica for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de
prejuízos causados aos consumidores (art. 28, § 5º, do CDC);
● Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou
pela confusão patrimonial (art. 50 do CC).

Com o intuito de se evitar risco de dano aos interesses do credor, o art. 137 do NCPC ainda
determina a ineficácia da alienação ou oneração dos bens (havida em fraude de execução), em
relação ao requerente, se o pedido de desconsideração da personalidade jurídica for acolhido.

5. AMICUS CURIAE
Art. 138​. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema
objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão
irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se,
solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade
especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua
intimação.
§ 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem
autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração
e a hipótese do § 3o.
§ 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção,
definir os poderes do amicus curiae.
§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de
demandas repetitivas.

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A intervenção do ​amicus curiae (“amigo da Corte’”) assemelha-se à atuação do assistente, mas


com menos poderes, e sua participação pode ser voluntária, provocada por solicitação do juiz (de
ofício) ou atendendo ao requerimento de uma das partes. Cabe ressaltar que o ​amicus curiae visa
auxiliar o magistrado na busca pela verdade e melhor interpretação da lei, não sendo seu objetivo
auxiliar o autor ou o réu a lograr êxito na demanda.

Requisitos da intervenção do ​amicus curiae

● Relevância da matéria: se o tema da demanda comportar interesse difuso, coletivo ou até


individual homogêneo, provavelmente a figura do ​amicus curiae será invocada (ou até
solicitada por iniciativa própria da coletividade ou grupo que tem interesse na solução do
conflito).

● Especificidade do tema objeto da demanda ou a ​repercussão social da controvérsia​: se


a demanda envolver tema específico fora do conhecimento comum, é aconselhável a
intervenção do ​amicus curiae.​

● Representatividade adequada: pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada,


com representatividade adequada e conhecimento acerca da matéria discutida para que
possa contribuir com o deslinde da causa.

A falta de intimação ou o indeferimento do ingresso do ​amicus curiae não gera nulidade e ele não
se sujeita à suspeição ou impedimento.

6. FLEXIBILIZAÇÃO PROCEDIMENTAL
Art. 139.​ O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
(...)
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova,
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela
do direito;
(...)

O art. 139, VI, do NCPC conferiu ao juiz dois novos poderes dentro do processo: um de aumentar
os prazos processuais e outro de alterar a ordem de produção de provas, os quais terão bastante
impacto na relação processual.

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DILAÇÃO DOS PRAZOS PROCESSUAIS

Com relação ao aumento dos prazos processuais, o juiz pode, de ofício ou provocado pela parte,
alterar o prazo de contestação, alterar o prazo de apelação, etc.
No caso de uma petição complexa, o juiz poderia ampliar o prazo de contestação de 15 para 2
meses, a fim de não prejudicar a defesa do réu e garantir a isonomia. O juiz também poderia
modificar o prazo de interposição do recurso de apelação para que as partes se manifestassem
em 40 dias, por exemplo. Este poder do magistrado busca assegurar a isonomia na relação
processual.

ALTERAÇÃO DA ORDEM DE PRODUÇÃO DAS PROVAS

O Código de Processo Civil de 1973 não previa a possibilidade de se alterar a ordem das provas,
mas no Novo Código de 2015 (art. 139, VI) a parte pode pedir ao juiz, por exemplo, que seja
produzida, primeiro, a prova testemunhal e até abrir mão da prova pericial.

MODIFICAÇÃO NAS CONDIÇÕES DA AÇÃO

O ​CPC/73​ estabelecia 3 condições da ação:

1) Legitimidade das partes,


2) Interesse de agir e
3) Possibilidade jurídica do pedido.

No Código de 1973, a possibilidade jurídica do pedido já era muito confundida com as razões de
mérito dentro do processo, assim, o NCPC extinguiu-a e manteve apenas a ​legitimidade das
partes​ e o ​interesse de agir​.

Portanto, segundo o ​art. 17 do Novo CPC de 2015​, as condições da ação são:

1) Legitimidade das partes e


2) Interesse de agir.

ALTERAÇÃO DOS PRAZOS DA FAZENDA PÚBLICA

A ​Fazenda Pública não terá mais prazo em quádruplo para contestar (art. 188 do CPC/1973).
Segundo o art. 183 do NCPC, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas

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respectivas autarquias e fundações terão ​prazo em dobro​, seja para ​apresentar defesa​, seja
para ​recorrer​, seja para realizar ​qualquer manifestação nos autos​.

1.1. Negócio Jurídico Processual

Art. 190​. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes
plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às
especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e
deveres processuais, antes ou durante o processo.
 Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das

convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de


nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se
encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.

Com o intuito de se obter o benefício da efetividade no processo, o Novo CPC trouxe uma
cláusula geral de “negócio jurídico processual”. Trata-se de verdadeira adaptação das regras
legais às circunstâncias do caso concreto, como já era permitido na legislação anterior em
determinadas situações, como na eleição de foro (art. 111, ​caput​, do CPC/73), por exemplo.

O art. 190 do NCPC expressamente consagra o negócio jurídico processual ao estabelecer a


possibilidade de as partes ajustarem o procedimento quando o processo versar sobre direitos que
admitam a autocomposição.

O art. 191 do NCPC permite que as partes e o juiz estabeleçam um calendário processual para a
prática dos atos processuais.

7. REQUISITOS GERAIS DO NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL


Por serem manifestação de vontade das partes, os negócios jurídicos processuais também se
submetem às regras de existência, validade e eficácia dos negócios jurídicos do CC/02. Assim, é
necessário para o negócio jurídico processual:

a) Capacidade das partes: devem ser maiores de 18 anos ou, se forem relativamente ou
absolutamente incapazes, assistidas ou representadas. Não se exige a presença do
advogado, apenas nos negócios jurídicos pós-processuais que exigem capacidade
postulatória (art. 76 do NCPC).
b) Idoneidade do objeto:​ não pode ser ilícito o objeto.
c) Legitimidade:​ existência de relação jurídica material entre as partes.

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d) Consentimento: deve estar livre de vícios de consentimento (não pode haver coação,, erro,
dolo, estado de perigo ou lesão).
e) Objeto: ​não pode ser impossível ou indeterminável.
f) Forma: se houver uma forma específica determinada pela lei, esta deve ser observada
(exemplo: o contrato de constituição de renda requer escritura pública, conforme o art. 807
do CC/02).

NULIDADES NOS NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS

As nulidades (absolutas) nos negócios jurídicos processuais e anulabilidades (nulidades relativas)


serão arguidas conforme a orientação do Direito Material (CC/02):

● Nulidade Absoluta dos Negócios Jurídicos Processuais: podem ser pronunciadas de ofício
pelo magistrado a qualquer tempo (art. 168 do CC/02) ou a parte pode ajuizar ação para
que seja declarada a nulidade, ou ainda alegar o vício em processo pendente.

● Nulidade Relativa dos Negócios Jurídicos Processuais: o juiz conhecerá da nulidade


relativa se esta for arguida pela parte interessada (art. 177 do CC/02), seja por meio de
ação anulatória específica, incidente ao processo ou no momento de apresentação das
questões preliminares ao julgamento do mérito.

ATENÇÃO: Tratando-se de ​inclusão abusiva de negócio processual em ​contrato ​de


adesão​, o juiz pode conhecer do vício de ofício (art. 190, parágrafo único, do NCPC).

8. TEMPESTIVIDADE DO ATO PROCESSUAL PRATICADO ANTES


DO PRAZO

O art. 218, § 4º, do NCPC, prevê a novidade da tempestividade do ato praticado antes do termo
inicial do prazo.

A jurisprudência consolidada na vigência do CPC/73 posicionou-se no sentido de considerar


intempestivo prematuramente o ato praticado anteriormente à contagem do prazo processual. A
Súmula 418 do STJ, no mesmo sentido da jurisprudência, considera inadmissível o recurso
especial interposto antes da publicação do acórdão recorrido.

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CONTAGEM DO PRAZO PROCESSUAL

​ a contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão


Art. 219​. N
somente os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.​

Com o Novo CPC/2015, os ​prazos processuais (judiciais e legais) estabelecidos em ​dias (a


regra do art. 219 faz esta menção expressa) passam a ser contados somente em ​dias úteis
(excluem-se os sábados, domingos e feriados locais e nacionais).
A contagem do prazo continua excluindo o dia do início e incluindo o dia do vencimento (art. 224,
caput​, do NCPC).

Exemplo​: Um prazo de 5 dias começa na quarta-feira. A contagem inicia na quinta-feira (o dia do


início é excluído na contagem) e o prazo vencerá na quarta-feira da semana seguinte, se não
houver feriado.

ATENÇÃO: Os prazos materiais (decadenciais e prescricionais) ​NÃO estão sujeitos à


contagem em dias úteis.

“FÉRIAS” DOS ADVOGADOS

O art. 220 do NCPC estabelece a ​suspensão dos prazos processuais entre os ​dias 20 de
dezembro e 20 de janeiro​, consagrando período de descanso aos advogados. Isso não quer
dizer que a Justiça entrará em férias, pois os atos processuais praticados pelos auxiliares do
juízo, as citações, intimações, despachos e decisões continuarão a ser realizados neste período.
Embora não seja permitida a realização de audiências e de sessões de julgamento neste período,
ainda podem ser proferidas decisões monocráticas.

Trata-se de uma suspensão automática dos prazos, cuja violação gera invalidade do ato
processual praticado entre estes dias específicos.

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9. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM DIFERENTES FASES DO PROCESSO

O art. 85, § 1º, do NCPC, estabelece o pagamento de honorários advocatícios na ​reconvenção​,


no ​cumprimento de sentença​, na ​execução​, e nos ​recursos interpostos​, de ​modo
cumulativo àqueles arbitrados em sentença​, portanto, quanto maior o número de recursos e
medidas intentados no curso do processo, maior será o valor dos honorários pelo vencido ao
advogado da parte vencedora.

Os honorários de sucumbência, portanto, não serão fixados apenas na 1ª instância.

PERCENTUAL DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Outra novidade trazida pelo NCPC (art. 85, § 2º) diz respeito ao percentual de fixação dos
honorários advocatícios. Os honorários de sucumbência não serão mais fixados de acordo com a
discricionariedade do juiz.
Os valores serão calculados:

● Entre o ​mínimo de 10%​ e o ​máximo de 20%​:


o do ​valor da condenação​;
o do ​proveito econômico ou do ​valor atualizado da causa (se não for possível
mensurar o proveito econômico).

Então, se não for uma sentença condenatória, o juiz fixará o percentual sobre o valor do proveito
econômico da ação; se não for possível extrair da ação proveito econômico, o juiz vai fixar o
percentual de 10 a 20 % de honorários sobre o valor da causa. Com isso não há mais
possibilidade de o juiz fixar os honorários de sucumbência em patamares irrisórios.

ATENÇÃO: nas causas em que a ​Fazenda Pública for parte, os honorários


advocatícios observarão os seguintes percentuais, mesmo nos casos de
improcedência ou de sentença sem resolução do mérito:

● Mínimo de 10% e máximo de 20% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico


obtido até 200 salários-mínimos;
● Mínimo de 8% e máximo de 10% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico
obtido acima de 200 salários-mínimos até 2.000 salários-mínimos;
● Mínimo de 5% e máximo de 8% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico
obtido acima de 2.000 salários-mínimos até 20.000 salários-mínimos;

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● Mínimo de 3% e máximo de 5% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico


obtido acima de 20.000 salários-mínimos até 100.000 salários-mínimos;
● Mínimo de 1% e máximo de 3% sobre o valor da condenação ou do proveito econômico
obtido acima de 100.000 salários-mínimos.

RECONHECIMENTO DA NATUREZA ALIMENTAR DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

O art. 85, § 14, do NCPC, determina expressamente o caráter alimentar dos honorários
advocatícios. A Súmula Vinculante nº 47, editada pelo STF, também confirma a natureza
alimentar dos honorários do advogado.

VEDAÇÃO À COMPENSAÇÃO DE HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

O § 14 do art. 85 do NCPC também estabelece a ​vedação à compensação em caso de


sucumbência parcial, devendo o magistrado fixar o valor dos honorários para cada advogado,
conforme a proporção das respectivas sucumbências.

A regra do CPC/73 estabelecia que se o autor formulasse dois pedidos e um deles fosse julgado
procedente e o outro improcedente, nenhum dos advogados (nem o do autor, nem o do réu)
receberia honorários de sucumbência, pois havia a regra que da compensação. Com o NCPC, os
advogados de ambas as partes recebem honorários de sucumbência proporcionalmente.

HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA PARA OS ADVOGADOS PÚBLICOS

O art. 85, § 19, do NCPC, reconhece o direito de os advogados públicos receberem os honorários
de sucumbência.

INTIMAÇÃO DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS OU DO ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA

O art. 272 do NCPC permite que a sociedade de advogados seja intimada dos prazos do
processo, desde que isso seja solicitado pelo advogado atuante na causa. As intimações dos
advogados pelo Diário da Justiça ou por meio eletrônico, portanto, poderão ser realizadas apenas
em nome da sociedade a que pertencem (art. 272, § 1º, do NCPC).

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10. PRÁTICA ELETRÔNICA DE ATOS PROCESSUAIS

Art. 193​. Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a permitir que
sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico, na
forma da lei.

Parágrafo único. O disposto nesta Seção aplica-se, no que for cabível, à prática de atos
notariais e de registro.

Apesar de a Lei nº 11.419/2006 já tratar da informatização do processo judicial, o Novo CPC de


2015 apresenta alguns dispositivos acerca da prática eletrônica de atos processuais.

AUTOS ELETRÔNICOS

O art. 209, § 1º, do CPC/2015, estabelece a possibilidade de o processo ser total ou parcialmente
documentado em autos eletrônicos.

ACESSO AO SISTEMA ELETRÔNICO

Para que os interessados tenham acesso ao sistema digital e possibilitar o acesso à justiça, o art.
198 estabelece às unidades do Poder Judiciário a obrigatoriedade de manter gratuitamente
equipamentos necessários à prática eletrônica dos atos processuais.

COMUNICAÇÕES POR MEIO ELETRÔNICO

O art. 205, § 3º, do NCPC, prevê que os despachos, decisões interlocutórias, o dispositivo das
sentenças e a ementa dos acórdãos continuarão a ser publicados por meio do DJe, o Diário de
Justiça Eletrônico.

A intimação por meio eletrônico (art. 270 do NCPC) é estabelecida como prioritária em relação à
publicação dos atos no órgão oficial (art. 272 do NCPC).

CADASTRO NOS SISTEMAS PROCESSUAIS ELETRÔNICOS

O art. 246, § 1º, do NCPC, determina às empresas públicas e privadas o cadastramento


obrigatório nos sistemas de processo em autos eletrônicos para efeito de recebimento de citações
e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por meio eletrônico.

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11. COMPETÊNCIA

Competência é a medida da jurisdição, é a delimitação do exercício da função jurisdicional. As


regras de competência servem para uma melhor administração da Justiça e especialização da
jurisdição. Trata-se de requisito processual de validade do feito, não de existência, pois o declínio
da competência para o órgão jurisdicional adequado não implica na perda de todos os atos
processuais já praticados.

No CPC/73 (art. 113, § 2º), aproveitavam-se apenas os atos instrutórios (como a coleta de
provas) praticados pelo juízo incompetente. O ​art. 64, § 4º, do NCPC​, por sua vez, estabelece a
conservação dos efeitos das ​decisões proferidas no juízo incompetente até que se manifeste o
juízo competente, se for o caso.

Art. 113, § 2º, do CPC/73 Art. 64, § 4º, do NCPC

Art. 113. A incompetência absoluta deve Art. 64. A incompetência, absoluta ou


ser declarada de ofício e pode ser relativa, será alegada como questão
alegada, em qualquer tempo e grau de preliminar de contestação.
jurisdição, independentemente de § 1º A incompetência absoluta pode ser
exceção. alegada em qualquer tempo e grau de
§ 1​o​ Não sendo, porém, deduzida no jurisdição e deve ser declarada de ofício.
prazo da contestação, ou na primeira § 2º Após manifestação da parte
oportunidade em que Ihe couber falar nos contrária, o juiz decidirá imediatamente a
autos, a parte responderá integralmente alegação de incompetência.
pelas custas. § 3º Caso a alegação de incompetência
o​
§ 2​ Declarada a incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos
absoluta, somente os atos decisórios ao juízo competente.
serão nulos, remetendo-se os autos ao § 4º Salvo decisão judicial em sentido
juiz competente. contrário, conservar-se-ão os efeitos
de decisão proferida pelo juízo
incompetente até que outra seja
proferida, se for o caso, pelo juízo
competente.

CRITÉRIOS DE DETERMINAÇÃO DE COMPETÊNCIA

Estes critérios são tratados como condicionantes que levam à fixação do órgão que julgará a
causa:

● Valor da causa: toda causa tem indicativo de valor, servindo para a fixação da
competência dos JECs (até 40 salários mínimos, no JEC Estadual; e até 60 salários

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mínimos nos Juizados Federais), por exemplo. O valor da causa também serve para fins
de despacho, para pagamento de custas judiciais, para fixar honorários de sucumbência
em algumas hipóteses e, no CPC/73, servia também para determinar a aplicação do rito
sumário (art. 275, I). No Novo CPC, com base no ​art. 318​, ​não há mais o rito sumário
(foram unificados o procedimento ordinário e o sumário), não servindo o valor da causa
como critério de identificação de rito processual, só para os juizados.

Art. 275 do CPC/73 Art. 318 do NCPC

Art. 275. Observar-se-á o ​procedimento sumário​: Art. 318. Aplica-se a todas as


I - nas causas cujo valor não exceda a 60 causas o ​procedimento comum​,
(sessenta) vezes o valor do salário mínimo; salvo disposição em contrário deste
II - nas causas, qualquer que seja o valor Código ou de lei.
a) de arrendamento rural e de parceria agrícola; Parágrafo único. O procedimento
b) de cobrança ao condômino de quaisquer comum aplica-se subsidiariamente
quantias devidas ao condomínio; aos demais procedimentos
c) de ressarcimento por danos em prédio urbano especiais e ao processo de
ou rústico; execução.
d) de ressarcimento por danos causados em
acidente de veículo de via terrestre;
e) de cobrança de seguro, relativamente aos
danos causados em acidente de veículo, ressalvados
os casos de processo de execução;
f) de cobrança de honorários dos profissionais
liberais, ressalvado o disposto em legislação especial;
(Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995)
g) que versem sobre revogação de doação;
h) nos demais casos previstos em lei.
Parágrafo único. Este procedimento não será
observado nas ações relativas ao estado e à
capacidade das pessoas.

● Matéria: é a natureza da causa envolvida. Por exemplo, uma ação envolvendo


nacionalidade será julgada pela Justiça Federal (art. 109, X, da CF/88). Nas causas
envolvendo pedidos de FGTS e reconhecimento de vínculo empregatício, será competente
a Justiça do Trabalho.

● Pessoa: diz respeito à qualidade da parte. Deve-se analisar quem é o autor ou o réu para
fixação do órgão jurisdicional competente. Exemplo são as causas em que a União é

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parte, as quais devem ser julgadas pela Justiça Federal (art. 109, I, CF). No Novo CPC,
diferentemente do CPC/73, o ​art. 45 dispõe sobre a possibilidade de um terceiro (pessoa
física ou jurídica) deslocar o feito para julgamento em outro órgão. Esta previsão não
existia no CPC/73, mas tão somente na Constituição Federal.

Art. 109, I, CF Art. 45, NCPC

Art. 109. Aos ​juízes federais​ compete Art. 45. Tramitando o processo perante outro
processar e julgar: juízo, os autos serão remetidos ao ​juízo federal
I - as causas em que a ​União, competente se nele intervier a ​União, suas
entidade autárquica ou empresa empresas públicas, entidades autárquicas e
pública federal forem interessadas fundações, ou conselho de fiscalização de
na condição de autoras, rés, atividade profissional​, na qualidade de parte ou
assistentes ou oponentes, exceto as de terceiro interveniente, exceto as ações:
de falência, as de acidentes de I - de recuperação judicial, falência, insolvência
trabalho e as sujeitas à Justiça civil e acidente de trabalho;
Eleitoral e à Justiça do Trabalho; II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do
(...) trabalho.
§ 1o Os autos não serão remetidos se houver
pedido cuja apreciação seja de competência do
juízo perante o qual foi proposta a ação.
§ 2o Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a
cumulação de pedidos em razão da
incompetência para apreciar qualquer deles, não
examinará o mérito daquele em que exista
interesse da União, de suas entidades
autárquicas ou de suas empresas públicas.
§ 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo
estadual sem suscitar conflito se o ente federal
cuja presença ensejou a remessa for excluído do
processo.

ATENÇÃO: Quando há intervenção do ​amicus curiae (“amigo da Corte”), como uma


ONG ou uma pessoa física que vem ao juízo para auxiliar o juiz a tomar uma decisão
(é amigo da “corte” e não da parte), ​NÃO HÁ DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA
(art. 138, § 1º, NCPC). O ​amicus curiae não é um terceiro juridicamente interessado
na causa, ele atua apenas para a formação do convencimento do julgador.

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Art. 138, § 1º, do NCPC


Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do
tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por
decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda
manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão
ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze)
dias de sua intimação.
§ 1º​ ​A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência
nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos
de declaração e a hipótese do § 3º.
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção,
definir os poderes do amicus curiae.
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de
demandas repetitivas.

● Territorial: ​A competência territorial está relacionada ao aspecto geográfico, então,


busca-se fixar o foro (comarca, no âmbito estadual; ou seção judiciária no âmbito federal)
para julgar o feito.

De forma geral, mantiveram-se as regras previstas no CPC/73 (regra específica para causas
envolvendo imóveis, por exemplo), mas há algumas novidades, como no caso do art. 100, I, do
CPC/73, que foi alterado pelo ​art. 53 do NCPC​.

Art. 100, I, do CPC/73 Art. 53 do NCPC


Art. 100. É competente o foro: Art. 53. É competente o foro:
I - ​da residência da mulher​, para a ação I - para a ação de divórcio, separação,
de separação dos cônjuges e a conversão anulação de casamento e reconhecimento ou
desta em divórcio, e para a anulação de dissolução de união estável:
casamento; a) de domicílio do guardião de filho
I - ​da residência da mulher​, para a ação incapaz;
de separação dos cônjuges e a conversão b) do último domicílio do casal, caso não
desta em divórcio, e para a anulação de haja filho incapaz;
casamento; c) de domicílio do réu, se nenhuma das
II - do domicílio ou da residência do partes residir no antigo domicílio do casal​;
alimentando, para a ação em que se II - de domicílio ou residência do
pedem alimentos; alimentando, para a ação em que se pedem
alimentos;

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III - do domicílio do devedor, para a ação III - do lugar:


de anulação de títulos extraviados ou a) onde está a sede, para a ação em que for
destruídos; ré pessoa jurídica;
IV - do lugar: b) onde se acha agência ou sucursal, quanto
a) onde está a sede, para a ação em que às obrigações que a pessoa jurídica contraiu;
for ré a pessoa jurídica; c) onde exerce suas atividades, para a ação
b) onde se acha a agência ou sucursal, em que for ré sociedade ou associação sem
quanto às obrigações que ela contraiu; personalidade jurídica;
c) onde exerce a sua atividade principal, d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para
para a ação em que for ré a sociedade, que a ação em que se lhe exigir o cumprimento;
carece de personalidade jurídica; e) de residência do idoso, para a causa que
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, verse sobre direito previsto no respectivo estatuto;
para a ação em que se Ihe exigir o f) da sede da serventia notarial ou de
cumprimento; registro, para a ação de reparação de dano por ato
V - do lugar do ato ou fato: praticado em razão do ofício;
a) para a ação de reparação do dano; IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
b) para a ação em que for réu o a) de reparação de dano;
administrador ou gestor de negócios b) em que for réu administrador ou gestor de
alheios. negócios alheios;
Parágrafo único. Nas ações de V - de domicílio do autor ou do local do
reparação do dano sofrido em razão de fato, para a ação de reparação de dano sofrido
delito ou acidente de veículos, será em razão de delito ou acidente de veículos,
competente o foro do domicílio do autor inclusive aeronaves.
ou do local do fato.

Nas ​ações de separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de


união estável​, o CPC/2015 estabelece nova regra, não sendo mais competente o foro do
domicílio da mulher, mas:

● Do guardião do filho incapaz;


● Do último domicílio do casal,
● Do domicílio do réu (se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal), ou ainda
do domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos. Essa
nova regra vai ao encontro do disposto na ​Súmula 383 do STJ​.

Súmula 383 do STJ


A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de menor é, em
princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda.

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A regra do art. 53, I, “a”, do NCPC, na ótica da guarda compartilhada (Lei 11.698/2008 e Lei
13.058/2014), não tem muita aplicabilidade, pois há dois guardiões. Ainda que não se aplique o
disposto na alínea “a” do mencionado artigo, ainda é possível utilizar a regra das alíneas “b” e “c”.

● Regra vantajosa ao idoso: o art. 53, alínea “e”, do NCPC, estabelece a competência do
foro de residência do idoso para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo
estatuto (Lei 10.741/2003 – Estatuto do Idoso).

O ​art. 53, inciso V, NCPC​, cujo correlato é o parágrafo único do art. 100 do CPC/73, incluiu em
sua redação o foro para reparação dos danos nos acidentes envolvendo aeronaves (além de
veículos, já previsto anteriormente), possibilitando a escolha entre o domicílio do autor, do local
do fato ou, ainda, do domicílio do réu (art. 46 do NCPC e art. 94 do CPC/73).

Art. 94 do CPC/73 Art. 46 do NCPC


Art. 94. A ação fundada em direito Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em
pessoal e a ação fundada em direito real direito real sobre bens móveis será proposta, em
sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro de domicílio do réu.
regra, no foro do domicílio do réu. § 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu demandado no foro de qualquer deles.
será demandado no foro de qualquer § 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do
deles. réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o ou no foro de domicílio do autor.
domicílio do réu, ele será demandado § 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência
onde for encontrado ou no foro do no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio
domicílio do autor. do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio nem ação será proposta em qualquer foro.
residência no Brasil, a ação será proposta § 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes
no foro do domicílio do autor. Se este domicílios, serão demandados no foro de qualquer
também residir fora do Brasil, a ação será deles, à escolha do autor.
proposta em qualquer foro. § 5º A execução fiscal será proposta no foro de
domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar
onde for encontrado.

No caso da ​Súmula 540 do STJ​, aplica-se o disposto nos ​arts. 53, V, e 46 do NCPC​.

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Súmula 540 do STJ


Na ação de cobrança do seguro DPVAT, constitui faculdade do autor escolher entre os foros do
seu domicílio, do local do acidente ou ainda do domicílio do réu.

FORMA DE ARGUIÇÃO DA INCOMPETÊNCIA

No CPC/73 a incompetência relativa era arguida via exceção de incompetência (art. 112, 306 a
311 do CPC/73). No ​NCPC alega-se tanto a ​incompetência absoluta quanto a ​relativa via
preliminar de contestação​.

O art. 301, II, do CPC/73, estabelecia somente a alegação de incompetência absoluta em


preliminar de contestação, entretanto, o seu correlato no NCPC (​art. 337, II, do NCPC​) inclui a
também a arguição de incompetência relativa entre as preliminares de contestação. Isso também
é mencionado no ​art. 64 do NCPC​.

Art. 301 do CPC/73 Art. 337 do NCPC


Art. 301. ​Compete-lhe, porém, antes de Art. 337. ​Incumbe ao réu, antes de discutir o
discutir o mérito, alegar​: mérito, alegar​:
I - inexistência ou nulidade da citação; I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta​; II - incompetência absoluta e relativa​;
III - inépcia da petição inicial; III - incorreção do valor da causa;
IV - perempção; IV - inépcia da petição inicial;
V - litispendência; V - perempção;
Vl - coisa julgada; VI - litispendência;
VII - conexão; VII - coisa julgada;
Vlll - incapacidade da parte, defeito de VIII - conexão;
representação ou falta de autorização; IX - incapacidade da parte, defeito de representação
IX - compromisso arbitral; ou falta de autorização;
IX - convenção de arbitragem; X - convenção de arbitragem;
X - carência de ação; XI - ausência de legitimidade ou de interesse
Xl - falta de caução ou de outra processual;
prestação, que a lei exige como XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei
preliminar. exige como preliminar;
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade
coisa julgada, quando se reproduz ação de justiça.
anteriormente ajuizada. § 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada
quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.

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§ 2º Uma ação é idêntica à outra quando § 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as
tem as mesmas partes, a mesma causa mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo
de pedir e o mesmo pedido. pedido.
§ 3º Há litispendência, quando se repete § 3º Há litispendência quando se repete ação que
ação, que está em curso; há coisa está em curso.
julgada, quando se repete ação que já foi § 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já
decidida por sentença, de que não caiba foi decidida por decisão transitada em julgado.
recurso. § 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a
§ 4º Com exceção do compromisso incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das
arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matérias enumeradas neste artigo.
matéria enumerada neste artigo. § 6º A ausência de alegação da existência de
convenção de arbitragem, na forma prevista neste
Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e
renúncia ao juízo arbitral.

A incompetência relativa ainda pode ser alegada pelo réu, mas não por meio de uma petição
denominada de “exceção de incompetência” (que era processada em apenso, na forma do art.
299 do CPC/73). No Novo CPC, a ​incompetência relativa será alegada dentro do corpo da
contestação, como já admitia a jurisprudência.

Art. 94 do CPC/73 Art. 46 do NCPC


Art. 299. A contestação e a Art. 64. ​A incompetência, absoluta ou relativa, será
reconvenção serão oferecidas alegada como questão preliminar de contestação​.
simultaneamente, em peças autônomas; § 1​o​ A incompetência absoluta pode ser alegada em
a exceção será​ ​processada em apenso qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser
aos autos principais​. declarada de ofício.
o​
§ 2​ Após manifestação da parte contrária, o juiz
decidirá imediatamente a alegação de incompetência.
§ 3​o​ Caso a alegação de incompetência seja acolhida,
os autos serão remetidos ao juízo competente.
§ 4​o​ Salvo decisão judicial em sentido contrário,
conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo
juízo incompetente até que outra seja proferida, se for
o caso, pelo juízo competente.

Incompetência Absoluta:

✓ É matéria de Ordem Pública.


✓ Pode ser alegada a qualquer tempo até na Ação Rescisória.

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✓ Não está sujeita à preclusão.

Incompetência Relativa:

✓ Deve ser alegada em preliminar de contestação.


✓ Deve ser arguida no 1º momento.
✓ Depois de fixado o juízo, não pode mais ser modificada.

Súmula 33 STJ* - 24/10/1991 - DJ 29.10.1991


A Incompetência Relativa não pode ser Declarada de Ofício.

PRAZO PARA ARGUIÇÃO DA INCOMPETÊNCIA

O art. 65 do CPC/2015 determina que tanto a incompetência absoluta quanto a relativa serão
alegadas em preliminar de contestação – ou, se o demandado se manifestar anteriormente no
processo, na respectiva ocasião, sob pena de preclusão.

12. IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÕES

As arguições de impedimento ou de suspeição não serão mais feitas por exceção, como
estabelecia o CPC/73, mas por “​petição específica​” (art. 146, ​caput​, do NCPC), em até ​15 dias​,
se o vício não for declarado de ofício pelo juiz.
● Petição específica: Endereçada ao juiz da causa contendo apenas a alegação do
impedimento ou da suspeição, sem tratar de outras questões.
● Prazo: Entende-se que o prazo de 15 dias é preclusivo no caso de suspeição, mas não no
caso de impedimento, pois este pode ser alegado a qualquer momento e grau de
jurisdição.
● Efeitos: o oferecimento da petição específica suspende o processo até a deliberação do
relator no Tribunal.

Caso o magistrado reconheça a suspeição ou impedimento, ordenará a remessa dos autos ao


seu substituto legal. Se o juiz não reconhecer o vício, a petição específica deverá ser autuada em
apartado, provocando um incidente processual que será distribuído a um relator no Tribunal, após
o juiz apresentar suas razões acompanhadas de documentos e rol de testemunhas no prazo de
15 dias (art. 146, § 1º, do NCPC).

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OBSERVAÇÃO:

Se provar de ​plano​ que o juiz não pode julgar a causa: é caso de ​suspeição​.
Ex: O réu é Inimigo Capital do Juiz - tem como provar?
Não (caso de Suspeição).

Se demandar ​dilação probatória​: é caso de ​impedimento​.


Ex: O juiz é marido da autora – tem como provar?
Sim, com a Certidão de casamento.

Procedente o incidente de impedimento ou de suspeição, o juiz será condenado nas custas e o


tribunal ordenará a remessa dos autos ao substituto legal. Ao tribunal compete, ainda, fixar o
momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado e decretar a nulidade dos atos praticados.

O pronunciamento formal acerca da suspeição ou do impedimento admite recurso de ​agravo


interno​, se o julgado foi monocrático (art. 1.021, ​caput,​ do NCPC); ou ​recurso especial e/ou
extraordinário​, no caso de julgamento colegiado.

NOVAS HIPÓTESES DE IMPEDIMENTO

O NCPC instituiu o impedimento para o magistrado:

● Que atuar no feito em que figure como parte ​instituição de ensino com a qual tenha
vínculo empregatício​ ou para a qual ​já tenha exercido o magistério​ (art. 144, VIII);

● Que atuar no feito quando a procuração for conferida a ​membro de escritório de


advocacia que ​tenha em seus quadros advogado que seja seu ​cônjuge ou
companheiro ou ​parente até o terceiro grau​, ​mesmo que não intervenha diretamente
no processo ​e que o nome de seu parente não conste da procuração (art. 144, § 3.º).

13. EXTINÇÃO DO PROCESSO CAUTELAR E UNIFICAÇÃO DO


REGIME DAS TUTELAS PROVISÓRIAS

Não há mais processo cautelar no Novo CPC. A tutela cautelar, que no CPC/73 era buscada no
processo autônomo cautelar (arts. 796 a 889) foi deslocada para o Livro do Processo de
Conhecimento no CPC/2015. Assim, a parte, no processo de conhecimento, poderá postular uma
tutela antecipada ou uma tutela cautelar.

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Segundo o ​art. 294 do NCPC​, a expressão “Tutela Provisória” é gênero utilizado para toda e
qualquer tutela obtida antes da sentença, assim, a tutela antecipada ou a tutela cautelar são
espécies de tutela provisória.

Diante do novo regime das tutelas provisórias cabe destacar que, a partir do NCPC, as tutelas
serão classificadas de duas maneiras:

1) Quanto ao objeto:

● Tutela antecipada: é concedida antes do momento definitivo e coincide com o


pedido principal (protege o direito material).
● Tutela cautelar: ​é uma tutela jurisdicional instrumental que visa apenas garantir o
resultado útil do processo, mas não corresponde ao pedido principal (protege a
atividade jurisdicional).

2) Quanto aos pressupostos:

● Tutela de urgência: é aquela concedida com base no ​fumus boni iuris (probabilidade
do direito) e ​periculum in mora (perigo capaz de comprometer a efetividade da tutela
definitiva);
● Tutela de evidência: é a tutela concedida com base apenas no ​fumus boni iuris​,
qualificado por uma situação descrita ou prevista pelo legislador.

TUTELA DE URGÊNCIA

O Novo CPC dedicou capítulo específico às tutelas de urgência em substituição aos


procedimentos cautelares típicos (art. 813 a 873 do CPC/73) e atípicos (art. 798 do CPC/73) e à
tutela antecipada (art. 273 do CPC/73). O pedido apresentado nesse sentido, que poderá ser
formulado em caráter antecedente ou incidental, poderá ser de natureza satisfativa ou cautelar. O
deferimento da tutela de urgência fica condicionado à demonstração da probabilidade do direito e,
cumulativamente, do perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (art. 300 do NCPC).

TUTELA DE EVIDÊNCIA

O Novo CPC estabelece a chamada “​Tutela de Evidência​”, entendida como aquela outorgada
pelo juiz apenas com base no ​fumus boni iuris (quando houver indício ou aparência de direito)
qualificado por uma situação específica prevista na lei. Trata-se de uma tutela concedida antes da
sentença, sem o ​periculum in mora ​(risco de dano irreparável ou de difícil reparação).

Os casos em que cabe a tutela de evidência, independentemente da demonstração de perigo de


dano ou de risco ao resultado útil do processo,​ ​estão previstos no ​art. 311 do NCPC​:

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Processo Civil - Volume 1 | 4ª ed.

1) Quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito


protelatório da parte (art. 311, I, do NCPC);
2) Quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e
houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante (art. 311,
II, do NCPC);
3) Quando se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa (art. 311, III, do NCPC);
4) Quando a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida
razoável (art. 311, IV, do NCPC).

Obrigação reipersecutória diz respeito ao credor que pode demandar coisa que lhe
pertença ou que lhe é devida, mas está na posse de outra pessoa, como no caso do
bem penhorado que foi alienado.

Sempre que o pedido de tutela provisória estiver fundamentado em julgamento de


casos repetitivos (julgamentos que fixam teses jurídicas) ou em súmula vinculante, o juiz, sem a
presença do ​periculum in mora,​ a tutela de evidência será antecipada.

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