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Apostila Processo Civil Vol1 4ed
Apostila Processo Civil Vol1 4ed
Apostila Processo Civil Vol1 4ed
SUMÁRIO
5. AMICUS CURIAE 12
6. FLEXIBILIZAÇÃO PROCEDIMENTAL 13
a) Dilação dos Prazos Processuais 14
b) Alteração da Ordem de Produção das Provas 14
● Modificação nas Condições da Ação 14
● Alteração dos Prazos da Fazenda Pública 15
7. REQUISITOS GERAIS DO NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL 15
a) Nulidades nos Negócios Jurídicos Processuais 16
9. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 18
a) Honorários Advocatícios em Diferentes Fases do Processo 18
● Percentual dos Honorários Advocatícios 18
● Reconhecimento da Natureza Alimentar dos Honorários Advocatícios 19
● Vedação À Compensação de Honorários de Sucumbência 19
● Honorários de Sucumbência para os Advogados Públicos 19
● Intimação da Sociedade de Advogados ou do Escritório de Advocacia 20
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A elaboração do Novo Código de Processo Civil (NCPC), Lei Federal nº 13.105, sancionada em
16 de março de 2015, orientou-se precipuamente por cinco objetivos:
Após o período de vacatio legis de 1 ano contado da data de sua publicação, o Novo CPC de
2015 entrou em vigor trazendo mudanças na dinâmica processual brasileira.
Tendo em vista sua importância para os operadores do Direito, a nova legislação afetou
diretamente as questões do Exame de Ordem, exigindo dos candidatos o conhecimento dos
novos aspectos, regras e princípios trazidos pelo CPC de 2015.
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1) Normas fundamentais (princípios e regras) são incluídas no primeiro capítulo do Novo CPC
(arts. 1º a 12 do NCPC);
2) As sentenças ou acórdãos proferidos pelos juízes e tribunais obedecerão
preferencialmente à ordem cronológica de conclusão (art. 12 do NCPC), exceto em
hipóteses específicas, como nas causas que exijam urgência no julgamento (art. 12, § 2º,
IX, do NCPC);
3) Há uma flexibilização procedimental conferindo aos magistrados os poderes de aumentar
os prazos processuais e de alterar a ordem de produção de provas (art. 139, VI, do
NCPC);
4) A criação do negócio jurídico processual, o qual possibilita às partes alterar o procedimento
para a tramitação do processo quando este versar sobre direitos que admitam a
autocomposição (art. 190 do NCPC);
5) O ato praticado antes do início da contagem do prazo processual é considerado tempestivo
(art. 218, § 4º, do NCPC);
6) Os prazos processuais passam a ser contados somente em dias úteis (art. 219 do NCPC);
7) O período compreendido entre 20 de dezembro e 20 de janeiro suspende os prazos
processuais, sendo considerado como verdadeiras “férias para os advogados” (art. 220 do
NCPC);
8) A determinação de honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença,
na execução, e nos recursos interpostos, de modo cumulativo àqueles arbitrados em
sentença (art. 85, § 1º, do NCPC);
9) Os honorários advocatícios são reconhecidos como crédito alimentar do advogado (art. 85,
§ 14, do NCPC);
10) Os advogados públicos receberão honorários de sucumbência (art. 85, § 19, do NCPC);
11) É expressamente admitida a prática eletrônica de atos processuais (art. 193 do NCPC);
12) Novos critérios de determinação da competência são instituídos (art. 53 do NCPC);
13) A alegação da incompetência relativa torna-se questão preliminar, extinguindo-se,
portanto, a exceção de incompetência relativa (art. 64, caput, do NCPC);
14) O juiz pode solicitar ou admitir o amicus curiae de ofício, a requerimento das partes ou de
quem pretenda manifestar-se no processo (art. 138 do NCPC);
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15)O processo cautelar deixa de existir e é criada a “Tutela Provisória”, dividida em tutela de
urgência (cautelar ou antecipada) e de evidência (art. 294 a 311 do NCPC);
16) O procedimento ordinário e o procedimento sumário são unificados no “Rito Comum” (art.
318 do NCPC);
17) Criação de uma audiência obrigatória de conciliação ou de mediação (art. 334 do NCPC);
18) O “ônus dinâmico da prova”, o qual possibilita ao magistrado a redistribuição do ônus
probatório, informando-se esta decisão às partes (art. 373, § 1º, do NCPC);
19) Os magistrados de primeiro grau têm a obrigação de confrontar todos os tópicos e
argumentos deduzidos pelas partes, não sendo considerada como fundamentada a
decisão que não observar essa adequação (art. 489, IV, do NCPC);
20) Os limites objetivos da coisa julgada são ampliados, passando as questões prejudiciais
decididas nos autos principais a ter força de lei em determinadas hipóteses (art. 503, § 1º,
I, II e III, do NCPC);
21) O Poder Judiciário deverá observar, com a finalidade de estabilizar a jurisprudência, o
sistema de precedentes vinculantes ou obrigatórios (art. 927 do NCPC);
22) Cria-se o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR) (arts. 976 a 987 do
NCPC);
23) Fica estabelecido o Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica (arts. 133 a
137 do NCPC);
24) O sistema recursal é simplificado e há uniformização dos prazos (art. 1.003, § 5º, NCPC) -
salvo algumas exceções construídas pela jurisprudência (Ex.: Súmula 699 do STF em
matéria Penal);
25) As hipóteses de cabimento dos embargos de divergência são ampliadas, possibilitando
que o acórdão de órgão fracionário seja embargado diante da verificação de teses
contrapostas, tanto no mérito, quanto em juízo de admissibilidade (art. 1043, I, II, III e IV,
§§ 1º, 2º, 3º e 4º), além de vedar ao tribunal a inadmissão deste recurso “com base em
fundamento genérico de que as circunstâncias fáticas são diferentes, sem demonstrar a
existência da distinção” (§ 5º do mesmo artigo, NCPC);
26) Os embargos infringentes são extintos (art. 551 do CPC/1973) e substituídos por um
procedimento semelhante de natureza não recursal (art. 942 do NCPC);
27) O agravo retido é extinto (art. 1.009 do NCPC);
28) Extingue-se o juízo de admissibilidade do REsp e do RE perante o órgão prolator da
decisão recorrida (art. 1.030, parágrafo único, NCPC);
29) A reclamação da parte interessada ou Ministério Público será cabível não somente
quando houver negativa de aplicação da decisão de determinado tribunal, mas também
quando houver aplicação indevida de tais decisões a caso específico, sobre o qual estas
não deveriam incidir (art. 988, II, e § 4º do NCPC).
PARTE GERAL
Ao contrário do CPC/73 (Lei nº 5.869/1973), o NCPC tem uma parte geral que se aplica
supletivamente a todos os processos e procedimentos.
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s partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a
Art. 4º A
atividade satisfativa.
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1) Art. 139, IX, do NCPC: Este dispositivo cuida dos poderes do juiz, estabelecendo como um
dever do magistrado que este determine a correção dos vícios dos processos. Assim que
determina a correção dos defeitos processuais, o juiz prioriza a solução de mérito,
impedindo que o processo seja extinto sem resolução de mérito.
2) Art. 282, § 2º, do NCPC: Caso o juiz verifique a possibilidade de decidir o mérito a favor da
parte que se beneficiaria com a decretação de nulidade, não mandará repetir o ato, nem
suprir sua falta se não houver prejuízo à parte, resolvendo, então, o mérito.
3) Art. 317 do NCPC: Segundo este artigo, o juiz deve possibilitar à parte que corrija defeitos
sanáveis antes de proferir uma decisão sem resolução de mérito.
4) Art. 319, § 2º, do NCPC: Por força deste dispositivo, percebe-se que mesmo sem a
qualificação completa do réu, se ainda for possível citá-lo, o juiz não deve indeferir a
petição inicial e extinguir o processo sem resolução de mérito.
5) Art. 321 do NCPC: O juiz deve indicar quais são os vícios presentes na petição inicial do
autor e determinar a sua emenda. Apenas se o autor não cumprir a diligência necessária
será indeferida a petição.
6) Art. 338 do NCPC: O réu, ao alegar a sua ilegitimidade no processo, permite ao autor
substituir aquele que está no polo passivo da demanda pela parte legítima, sem a
necessidade de uma intervenção de terceiro.
7) Art. 352 do NCPC: No momento do saneamento do processo, mais que em qualquer outro,
o juiz deve determinar a correção de irregularidades e vícios que verificar.
8) Art. 485, § 1º, do NCPC: Nas hipóteses de negligência das partes e abandono pelo autor, o
juiz deverá intimar a parte (e não seu advogado) pessoalmente para que possa suprir-lhe a
falta no prazo de 5 dias e evitar, portanto, a extinção do processo sem resolução do mérito.
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a
boa-fé.
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PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
Preclusão: é a perda do direito de praticar um ato processual que lhe era facultativo.
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença
somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
Segundo o art. 11 do NCPC, assim como o art. 5º, LXI, da CF/88, todas as decisões judiciárias
devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Contudo, esta regra não é absoluta, pois o
legislador expressamente determinou, no art. 489, § 1º, do NCPC, as decisões que não podem
ser consideradas como “fundamentadas”. Assim, não será considerada fundamentada a decisão
que:
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4) Não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;
Este princípio, disposto no art. 4º do NCPC (já previsto no art. 5º, inciso LXXVIII, da CF/88), deve
ser analisado juntamente com a regra do art. 12 do NCPC, a qual determina aos juízes e aos
tribunais que obedeçam, preferencialmente, à ordem cronológica dos processos, ou seja,
respeitando o dia de entrada dos processos na conclusão (exemplo, se o processo entrou hoje
para ser sentenciado, não poderá ser julgado antes do processo que entrou ontem).
Segundo esta regra, prevista no art. 12 do NCPC, os processos terão que ser decididos,
preferencialmente, na ordem que foram enviados ao gabinete do magistrado para deliberação.
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4) Decisões proferidas com base nos arts. 485 (sentenças terminativas) e 932 (ordem de
apreciação dos processos nos tribunais);
5) Julgamento de embargos de declaração;
6) Julgamento de agravo interno;
7) Preferências legais e das metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
8) Processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
9) Causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
A ordem de conclusão dos processos para a sentença deve ser divulgada pela serventia judicial e
atualizada diariamente em uma lista para consulta pública, criando para a sociedade e para a
advocacia uma previsão de quando o processo será julgado, dando mais força normativa ao
princípio da duração razoável do processo.
3. INTERVENÇÕES DE TERCEIRO
A intervenção de terceiros é um fenômeno processual no qual alguém ingressa no processo já
pendente entre as partes. O NCPC estabelece as seguintes intervenções de terceiro:
a) Assistência (arts. 119 a 124 do NCPC): terceiro ingressa no processo para colaborar com
uma das partes (pode ser assistência simples ou litisconsorcial). A assistência já estava
prevista nos arts. 50 a 55 do CPC/73.
b) Denunciação da Lide (arts. 125 a 129, NCPC): por iniciativa de uma das partes, um
terceiro ingressa no processo para responder pela garantia do negócio jurídico, caso o
denunciante seja vencido no processo. A denunciação da lide já estava prevista como
modalidade de intervenção de terceiro no CPC/73, arts. 70 a 75.
c) Chamamento ao Processo (arts. 130 a 132, NCPC): é facultado ao réu (e somente a ele)
chamar a integrar o mesmo processo os coobrigados pela dívida, de modo a fazê-los
também responsáveis pelo resultado do feito. O arts. 77 a 80 do CPC/73 estabeleciam a
admissão do chamamento ao processo.
d) Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica (art. 133 a 137 do NCPC): busca
responsabilizar tanto o sócio por obrigações estabelecidas em nome da sociedade, quanto
a pessoa jurídica pelos negócios firmados pelo sócio em prol da sociedade. Trata-se de
uma nova espécie de intervenção de terceiros trazida pelo NCPC.
e) Amicus Curiae (art. 138 do NCPC): manifestação de terceiros interessados na questão,
mas que não são assistentes das partes. Não estava prevista no CPC/73, mas leis
esparsas já admitiam essa modalidade de intervenção.
A oposição (arts. 682 a 686, do NCPC) passa a ser um procedimento especial e a figura da
nomeação à autoria desaparece e seu objeto é tratado como preliminar de contestação (art. 339
do NCPC).
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Com o intuito de se evitar risco de dano aos interesses do credor, o art. 137 do NCPC ainda
determina a ineficácia da alienação ou oneração dos bens (havida em fraude de execução), em
relação ao requerente, se o pedido de desconsideração da personalidade jurídica for acolhido.
5. AMICUS CURIAE
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema
objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão
irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se,
solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade
especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua
intimação.
§ 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem
autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração
e a hipótese do § 3o.
§ 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção,
definir os poderes do amicus curiae.
§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de
demandas repetitivas.
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A falta de intimação ou o indeferimento do ingresso do amicus curiae não gera nulidade e ele não
se sujeita à suspeição ou impedimento.
6. FLEXIBILIZAÇÃO PROCEDIMENTAL
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
(...)
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova,
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela
do direito;
(...)
O art. 139, VI, do NCPC conferiu ao juiz dois novos poderes dentro do processo: um de aumentar
os prazos processuais e outro de alterar a ordem de produção de provas, os quais terão bastante
impacto na relação processual.
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Com relação ao aumento dos prazos processuais, o juiz pode, de ofício ou provocado pela parte,
alterar o prazo de contestação, alterar o prazo de apelação, etc.
No caso de uma petição complexa, o juiz poderia ampliar o prazo de contestação de 15 para 2
meses, a fim de não prejudicar a defesa do réu e garantir a isonomia. O juiz também poderia
modificar o prazo de interposição do recurso de apelação para que as partes se manifestassem
em 40 dias, por exemplo. Este poder do magistrado busca assegurar a isonomia na relação
processual.
O Código de Processo Civil de 1973 não previa a possibilidade de se alterar a ordem das provas,
mas no Novo Código de 2015 (art. 139, VI) a parte pode pedir ao juiz, por exemplo, que seja
produzida, primeiro, a prova testemunhal e até abrir mão da prova pericial.
No Código de 1973, a possibilidade jurídica do pedido já era muito confundida com as razões de
mérito dentro do processo, assim, o NCPC extinguiu-a e manteve apenas a legitimidade das
partes e o interesse de agir.
A Fazenda Pública não terá mais prazo em quádruplo para contestar (art. 188 do CPC/1973).
Segundo o art. 183 do NCPC, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas
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respectivas autarquias e fundações terão prazo em dobro, seja para apresentar defesa, seja
para recorrer, seja para realizar qualquer manifestação nos autos.
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes
plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às
especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e
deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das
Com o intuito de se obter o benefício da efetividade no processo, o Novo CPC trouxe uma
cláusula geral de “negócio jurídico processual”. Trata-se de verdadeira adaptação das regras
legais às circunstâncias do caso concreto, como já era permitido na legislação anterior em
determinadas situações, como na eleição de foro (art. 111, caput, do CPC/73), por exemplo.
O art. 191 do NCPC permite que as partes e o juiz estabeleçam um calendário processual para a
prática dos atos processuais.
a) Capacidade das partes: devem ser maiores de 18 anos ou, se forem relativamente ou
absolutamente incapazes, assistidas ou representadas. Não se exige a presença do
advogado, apenas nos negócios jurídicos pós-processuais que exigem capacidade
postulatória (art. 76 do NCPC).
b) Idoneidade do objeto: não pode ser ilícito o objeto.
c) Legitimidade: existência de relação jurídica material entre as partes.
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d) Consentimento: deve estar livre de vícios de consentimento (não pode haver coação,, erro,
dolo, estado de perigo ou lesão).
e) Objeto: não pode ser impossível ou indeterminável.
f) Forma: se houver uma forma específica determinada pela lei, esta deve ser observada
(exemplo: o contrato de constituição de renda requer escritura pública, conforme o art. 807
do CC/02).
● Nulidade Absoluta dos Negócios Jurídicos Processuais: podem ser pronunciadas de ofício
pelo magistrado a qualquer tempo (art. 168 do CC/02) ou a parte pode ajuizar ação para
que seja declarada a nulidade, ou ainda alegar o vício em processo pendente.
O art. 218, § 4º, do NCPC, prevê a novidade da tempestividade do ato praticado antes do termo
inicial do prazo.
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O art. 220 do NCPC estabelece a suspensão dos prazos processuais entre os dias 20 de
dezembro e 20 de janeiro, consagrando período de descanso aos advogados. Isso não quer
dizer que a Justiça entrará em férias, pois os atos processuais praticados pelos auxiliares do
juízo, as citações, intimações, despachos e decisões continuarão a ser realizados neste período.
Embora não seja permitida a realização de audiências e de sessões de julgamento neste período,
ainda podem ser proferidas decisões monocráticas.
Trata-se de uma suspensão automática dos prazos, cuja violação gera invalidade do ato
processual praticado entre estes dias específicos.
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9. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Outra novidade trazida pelo NCPC (art. 85, § 2º) diz respeito ao percentual de fixação dos
honorários advocatícios. Os honorários de sucumbência não serão mais fixados de acordo com a
discricionariedade do juiz.
Os valores serão calculados:
Então, se não for uma sentença condenatória, o juiz fixará o percentual sobre o valor do proveito
econômico da ação; se não for possível extrair da ação proveito econômico, o juiz vai fixar o
percentual de 10 a 20 % de honorários sobre o valor da causa. Com isso não há mais
possibilidade de o juiz fixar os honorários de sucumbência em patamares irrisórios.
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O art. 85, § 14, do NCPC, determina expressamente o caráter alimentar dos honorários
advocatícios. A Súmula Vinculante nº 47, editada pelo STF, também confirma a natureza
alimentar dos honorários do advogado.
A regra do CPC/73 estabelecia que se o autor formulasse dois pedidos e um deles fosse julgado
procedente e o outro improcedente, nenhum dos advogados (nem o do autor, nem o do réu)
receberia honorários de sucumbência, pois havia a regra que da compensação. Com o NCPC, os
advogados de ambas as partes recebem honorários de sucumbência proporcionalmente.
O art. 85, § 19, do NCPC, reconhece o direito de os advogados públicos receberem os honorários
de sucumbência.
O art. 272 do NCPC permite que a sociedade de advogados seja intimada dos prazos do
processo, desde que isso seja solicitado pelo advogado atuante na causa. As intimações dos
advogados pelo Diário da Justiça ou por meio eletrônico, portanto, poderão ser realizadas apenas
em nome da sociedade a que pertencem (art. 272, § 1º, do NCPC).
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Art. 193. Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a permitir que
sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico, na
forma da lei.
Parágrafo único. O disposto nesta Seção aplica-se, no que for cabível, à prática de atos
notariais e de registro.
AUTOS ELETRÔNICOS
O art. 209, § 1º, do CPC/2015, estabelece a possibilidade de o processo ser total ou parcialmente
documentado em autos eletrônicos.
Para que os interessados tenham acesso ao sistema digital e possibilitar o acesso à justiça, o art.
198 estabelece às unidades do Poder Judiciário a obrigatoriedade de manter gratuitamente
equipamentos necessários à prática eletrônica dos atos processuais.
O art. 205, § 3º, do NCPC, prevê que os despachos, decisões interlocutórias, o dispositivo das
sentenças e a ementa dos acórdãos continuarão a ser publicados por meio do DJe, o Diário de
Justiça Eletrônico.
A intimação por meio eletrônico (art. 270 do NCPC) é estabelecida como prioritária em relação à
publicação dos atos no órgão oficial (art. 272 do NCPC).
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11. COMPETÊNCIA
No CPC/73 (art. 113, § 2º), aproveitavam-se apenas os atos instrutórios (como a coleta de
provas) praticados pelo juízo incompetente. O art. 64, § 4º, do NCPC, por sua vez, estabelece a
conservação dos efeitos das decisões proferidas no juízo incompetente até que se manifeste o
juízo competente, se for o caso.
Estes critérios são tratados como condicionantes que levam à fixação do órgão que julgará a
causa:
● Valor da causa: toda causa tem indicativo de valor, servindo para a fixação da
competência dos JECs (até 40 salários mínimos, no JEC Estadual; e até 60 salários
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mínimos nos Juizados Federais), por exemplo. O valor da causa também serve para fins
de despacho, para pagamento de custas judiciais, para fixar honorários de sucumbência
em algumas hipóteses e, no CPC/73, servia também para determinar a aplicação do rito
sumário (art. 275, I). No Novo CPC, com base no art. 318, não há mais o rito sumário
(foram unificados o procedimento ordinário e o sumário), não servindo o valor da causa
como critério de identificação de rito processual, só para os juizados.
● Pessoa: diz respeito à qualidade da parte. Deve-se analisar quem é o autor ou o réu para
fixação do órgão jurisdicional competente. Exemplo são as causas em que a União é
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parte, as quais devem ser julgadas pela Justiça Federal (art. 109, I, CF). No Novo CPC,
diferentemente do CPC/73, o art. 45 dispõe sobre a possibilidade de um terceiro (pessoa
física ou jurídica) deslocar o feito para julgamento em outro órgão. Esta previsão não
existia no CPC/73, mas tão somente na Constituição Federal.
Art. 109. Aos juízes federais compete Art. 45. Tramitando o processo perante outro
processar e julgar: juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal
I - as causas em que a União, competente se nele intervier a União, suas
entidade autárquica ou empresa empresas públicas, entidades autárquicas e
pública federal forem interessadas fundações, ou conselho de fiscalização de
na condição de autoras, rés, atividade profissional, na qualidade de parte ou
assistentes ou oponentes, exceto as de terceiro interveniente, exceto as ações:
de falência, as de acidentes de I - de recuperação judicial, falência, insolvência
trabalho e as sujeitas à Justiça civil e acidente de trabalho;
Eleitoral e à Justiça do Trabalho; II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do
(...) trabalho.
§ 1o Os autos não serão remetidos se houver
pedido cuja apreciação seja de competência do
juízo perante o qual foi proposta a ação.
§ 2o Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a
cumulação de pedidos em razão da
incompetência para apreciar qualquer deles, não
examinará o mérito daquele em que exista
interesse da União, de suas entidades
autárquicas ou de suas empresas públicas.
§ 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo
estadual sem suscitar conflito se o ente federal
cuja presença ensejou a remessa for excluído do
processo.
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De forma geral, mantiveram-se as regras previstas no CPC/73 (regra específica para causas
envolvendo imóveis, por exemplo), mas há algumas novidades, como no caso do art. 100, I, do
CPC/73, que foi alterado pelo art. 53 do NCPC.
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A regra do art. 53, I, “a”, do NCPC, na ótica da guarda compartilhada (Lei 11.698/2008 e Lei
13.058/2014), não tem muita aplicabilidade, pois há dois guardiões. Ainda que não se aplique o
disposto na alínea “a” do mencionado artigo, ainda é possível utilizar a regra das alíneas “b” e “c”.
● Regra vantajosa ao idoso: o art. 53, alínea “e”, do NCPC, estabelece a competência do
foro de residência do idoso para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo
estatuto (Lei 10.741/2003 – Estatuto do Idoso).
O art. 53, inciso V, NCPC, cujo correlato é o parágrafo único do art. 100 do CPC/73, incluiu em
sua redação o foro para reparação dos danos nos acidentes envolvendo aeronaves (além de
veículos, já previsto anteriormente), possibilitando a escolha entre o domicílio do autor, do local
do fato ou, ainda, do domicílio do réu (art. 46 do NCPC e art. 94 do CPC/73).
No caso da Súmula 540 do STJ, aplica-se o disposto nos arts. 53, V, e 46 do NCPC.
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No CPC/73 a incompetência relativa era arguida via exceção de incompetência (art. 112, 306 a
311 do CPC/73). No NCPC alega-se tanto a incompetência absoluta quanto a relativa via
preliminar de contestação.
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§ 2º Uma ação é idêntica à outra quando § 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as
tem as mesmas partes, a mesma causa mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo
de pedir e o mesmo pedido. pedido.
§ 3º Há litispendência, quando se repete § 3º Há litispendência quando se repete ação que
ação, que está em curso; há coisa está em curso.
julgada, quando se repete ação que já foi § 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já
decidida por sentença, de que não caiba foi decidida por decisão transitada em julgado.
recurso. § 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a
§ 4º Com exceção do compromisso incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das
arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matérias enumeradas neste artigo.
matéria enumerada neste artigo. § 6º A ausência de alegação da existência de
convenção de arbitragem, na forma prevista neste
Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e
renúncia ao juízo arbitral.
A incompetência relativa ainda pode ser alegada pelo réu, mas não por meio de uma petição
denominada de “exceção de incompetência” (que era processada em apenso, na forma do art.
299 do CPC/73). No Novo CPC, a incompetência relativa será alegada dentro do corpo da
contestação, como já admitia a jurisprudência.
Incompetência Absoluta:
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Incompetência Relativa:
O art. 65 do CPC/2015 determina que tanto a incompetência absoluta quanto a relativa serão
alegadas em preliminar de contestação – ou, se o demandado se manifestar anteriormente no
processo, na respectiva ocasião, sob pena de preclusão.
As arguições de impedimento ou de suspeição não serão mais feitas por exceção, como
estabelecia o CPC/73, mas por “petição específica” (art. 146, caput, do NCPC), em até 15 dias,
se o vício não for declarado de ofício pelo juiz.
● Petição específica: Endereçada ao juiz da causa contendo apenas a alegação do
impedimento ou da suspeição, sem tratar de outras questões.
● Prazo: Entende-se que o prazo de 15 dias é preclusivo no caso de suspeição, mas não no
caso de impedimento, pois este pode ser alegado a qualquer momento e grau de
jurisdição.
● Efeitos: o oferecimento da petição específica suspende o processo até a deliberação do
relator no Tribunal.
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OBSERVAÇÃO:
Se provar de plano que o juiz não pode julgar a causa: é caso de suspeição.
Ex: O réu é Inimigo Capital do Juiz - tem como provar?
Não (caso de Suspeição).
● Que atuar no feito em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha
vínculo empregatício ou para a qual já tenha exercido o magistério (art. 144, VIII);
Não há mais processo cautelar no Novo CPC. A tutela cautelar, que no CPC/73 era buscada no
processo autônomo cautelar (arts. 796 a 889) foi deslocada para o Livro do Processo de
Conhecimento no CPC/2015. Assim, a parte, no processo de conhecimento, poderá postular uma
tutela antecipada ou uma tutela cautelar.
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Segundo o art. 294 do NCPC, a expressão “Tutela Provisória” é gênero utilizado para toda e
qualquer tutela obtida antes da sentença, assim, a tutela antecipada ou a tutela cautelar são
espécies de tutela provisória.
Diante do novo regime das tutelas provisórias cabe destacar que, a partir do NCPC, as tutelas
serão classificadas de duas maneiras:
1) Quanto ao objeto:
● Tutela de urgência: é aquela concedida com base no fumus boni iuris (probabilidade
do direito) e periculum in mora (perigo capaz de comprometer a efetividade da tutela
definitiva);
● Tutela de evidência: é a tutela concedida com base apenas no fumus boni iuris,
qualificado por uma situação descrita ou prevista pelo legislador.
TUTELA DE URGÊNCIA
TUTELA DE EVIDÊNCIA
O Novo CPC estabelece a chamada “Tutela de Evidência”, entendida como aquela outorgada
pelo juiz apenas com base no fumus boni iuris (quando houver indício ou aparência de direito)
qualificado por uma situação específica prevista na lei. Trata-se de uma tutela concedida antes da
sentença, sem o periculum in mora (risco de dano irreparável ou de difícil reparação).
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Obrigação reipersecutória diz respeito ao credor que pode demandar coisa que lhe
pertença ou que lhe é devida, mas está na posse de outra pessoa, como no caso do
bem penhorado que foi alienado.
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