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TEORIA a DAS RELAGCOES INTERNACIONAIS Asteorias so conjuntosaticulados de conceitos, cujos significado apresentam con- Feed ce oer arene eae ete ee care ey ere Pen ie ce te ete ge eee cece te eter Sree ee a ee ne ewe ‘comuidade acadlémica especializada esob a influéncia das diversas Areas do conhe- eoaeoe oer ee eee a eae ea Ree enact ee Se neice Gens ee UENO kee Meee at) Perey ee at ee et ene eee nee eee ert ee ioe cr eee nee eee Seas een ee era ene eC erent See meg ae Sey ok et ee eee eee enc) pelos cursos cle gracuagio da Stea de Rl. e com aplicagoes em outas teas, como Ci cas Socials, Histra, Economia, Direito e Geografa, Escrica em linguagem diteta acessvel a Cole Temas Essencias em Rlé desenvolvda por professoresvinculados mt po, ee oir digioea ents eat am msi eeemrarge ems ey ema tee et) Snee A ee el oe oes een tic oan nieces: ENN ET =e) eis Coa lomre in TEORIA ne DAS RELACOES INTERNACIONAIS Daniel Jatoba reo) PTET y Renee eratt TEORIA _ DAS RELAGCOES INTERNACIONAIS Daniel Jatoba CB Ein Saraiva on ae ctr smc cit B08 STONE DETR, appt crt a Cao edie ie emeaa on Deel sh tn Pee cine inldeNeiier Cia ti Prt a redo Spree NaC She ‘ate pad DEO SOS etc Gee Ci Came CBB saraivauni = A Professora Ana Lucia Pedra Jato que despertou ern mim, ‘alerinvoluntariamence2 pai pda educacto, Sobre os autores DANIEL JATOBA é douror em Ciéncia Poca pelo Instituto de Estudos Soca Politicos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (ESP-UER), vendo realizado esigio dural ‘a Universidade Torcuato Di Tella, em Buenos Ares, emestre em Relages Inernacionas pelo Instituto de Relagées Internaconais da Universidade de Basia (IREL/Un8), Desde 2003 leciona Teoria das RelagdesInteracionas nos nveis de graduagioe pos graduacso de diversas institu de excenca, como a prépria Unf onde ensina desde 2008, © Instituto Rio Branco do Ministtio das RelacBes Exteriors (IRBr/MRE). Aualmente, & Professor Adjunta da Une coordenados do Grupa de Pesquisa em Teotas das Reads Incernacionas, as América Latina (TRIBAL) Contato com 0 autor ATOBA@edicorasaravacombe ANTONIO CARLOS LESSA (Coord, ¢ pos-doutor pela Université de Suasbourg, dow tor € mesce em Histéria pea Universidade de Brasilia (Un8) e graduado em Relagbes Inveracionais pela mesma insinuigio, Awalment, & professor do Instituto de Rela bes Intemacionas da UnB e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvohimento Cientiico © Tecnalégico (CNPq) € editor da Revista Brass de Poltica Internacional (RB?) co Boletim Meridiano 47 ecoordenador do projeso Mundorama na Un8 ncaa de cvulgagio cientfica er Reagesinteracionais no Bras Contato com 0 autor: ACLESSA@editorasaraivacombe ENRIQUE ALTEMANI DE OLIVEIRA (Coord. & doutore mesie em Socilogia peta Universidade de Sto Paulo (USP) graduado em Cincias Sacis pela mesma instiuiggo, ‘Aualmente € Pesquisador Vistance & Cootdenador Adjunco do Mestrado em Relades Inueracionais da Universidade Eada da Paraiba. €igualmente Professor do Programa de Relais Intemacionais da Pontificia Universidade Cardia de Sto Paulo e Coordera dor do Grupo de Esudos Asia Pacica. Foi ordenador Adjunto do Neceo de Pesquisa «ern Rela Ineernacionas da USP e Professor e Coordenador do Mestad em Relies Insaco da Uiversidade de Basia (Un8) Contato com 0 autor ALTEMANIeditorasravacombr ‘CAPITULO 1 | AFORMAGAO DA DISCIPLINA DE RELAGOES INTERNACIONAIS EOS PRINCIPAIS DEBATES TEORICOS DO SECULO XX vnnnmrene LAO surgimento do ensinoe pesquisa em Ri 12 Aadisciplina de Ri ea autoimagem dos “grandes debates t6ric08" non Quests paras CUSS80 ogee ee CAPITULO 2 | 0 DESENVOLVIMENTO DA DISCIPLINA E AS PERSPECTIVAS TEORICAS a) smo defensivo, oensivo 223 Outras perspectivasliberais contempor8Neas. rennin 52 23° GlobalismO.rinn 23:1 Teoras do imperialisme eglbalz2(80enennnen ener 8 232 Teoras da dependéncia. 233 Teor do sitema-mundo.. nee ‘TEORIA CRITICA E CONSTRUTIVISMO SOCIAL. see MH 3.1.1 Pode,conhecimentoe hegemonia a orem Muli xm ee-nnwene 76 1312 _Avertente cosmopolita da tora erica eo paradigma da comunicagio..78 32 Construivismo socalon 32.1 A vertente neoclssca do constUtvSM0 nnn 8S 322. O construtivismo orientado por reras. 323 Oneoconstrtivismo positon 9B Quests para dCUS8I0 onan Para Se alee TEORIA DAS RELAGOES INTERNACIONAIS ‘CAPITULO 4 | AS PRINCIPAIS PERSPECTIVAS TEORICAS CONTEMPORANEAS (I): 'POS-ESTRUTURALISMO, POS-MODERNISMO, GENERO E POS-COLONIALISMO 4.1 Pés-estruturalismo e pés-modernismo... 4:11 Contibuigies do pés-estrutralismo ao estudo das Rl 412 Opés modernism e 35 teas 8 eo aR oe 42 Perspectivas de género. 43 Pés-coloniaismo... Quast ra SN een 1S he Conclusio... Referéncas Introducéio ‘Quando se fala em Relagdes ineracionas (8) enquanta étea do conhecimento Presupde-se a exstincia de uma comunidade académica especial no tema, a qual se reconhece e se identica com dscplina. Essa comunidade é frmada por umn conjunto de Indvluos que, mesmo em momentos hisviose locas cstints, conjugam seus exforgosin- ‘lectus para produzir saberes sabre arealdade internacional 50 no significa que haja um ‘cord compleco sobre o que se deve estudar, nem sobre como fzé-o ou, menos ainda, sobre ‘como dever ser interpreta as rlagbesintemacionas, seam es hivias sj comer Portes. O conhecimento social produzido por esses académicos por sua vez requente ‘mente matersizado por meio da eaboracéo de diferentes teoras que buscam descrever €ex- Plica s ferdmenos estudacos.O objetivo deste Ino @apresenar ao lcoro desenvolvimento histrco das Re as perspecivas teéricasconsideradasesencias pare o conhecimento dessa licpina, uma inven do século XX que tem ganhado cada vez mals espago noséculo anual ‘Assim como core em outros campos, a RI possuem um objeto de estado proprio. «mais ou menos defnida que no seconfunde com os objetos de outras eas do conhec mento O fend mens inemacionasprovacam consequéncias ecanémicas,policase socks Sobre as inimeras sociedades que habitam o mundo e por essa razio, so estudados por ‘outros especiaisas, como centistas plticos jurists sociblogos, economists arop logos € historiadores A existncia de um campo académico com um objeto préprio nia significa que csintemacionaltas vvam solados cas cemasciéncas saci a contro o esd contem Porineo ds Rl incorpora preocupacdes,teoris e conceicos desenvovides ern outa Seas. Apesar disso conjunco de agentes processos estrturas 205 quai se dedicam os extudiosos ‘de RI delimita um campo académico espectica, 0 que explica a exsténcia de um mera rescence de cursos de graduagio epés-graduacig revistasespecalizadas, semintios e uos encontos académicos alam de associagBes profsionas espalhadas plo mundo tad. As Rd ove ser caracterizadas como um campo de estulos muicisciplinar paradoxalmente, os «studlosos das Rl incorporam a conuibuigbes de ouras dscipinas mas também pretendem cexabelecer sua autonomia dance de eas como Cénca Politica, Dirt, Sociologia, Econe- ‘ia, Aniopologa, Hira ee [A eaboragio de perspecivas vedricas propria & parte fundamental do esorgo de ‘consolidar uma dsciplina em particular, As cova de I podem ser defndas como constu- Ges discursivas que articular determinados conceitos references poltica mundial ito & 35 7 Apnea dino ase feta di espe so wo da exes Rees ner (com rc mais. ques ef iia acdc eles neaion com inca rminiscus toro que fre 30 cnjuco de Fede do mundo 2 quo cade dedca seus esos recuas com 0 propio de compreend as TEORIA DAS RELAGOES INTERNACIONAIS relagbes incermacionais enquanto conjunto de fendmenas. As diversas teoras propa a sicematizar, de forma logkamente coetente © em linguagem clara, o conhecimenco sobre 2 realdade estudada, e 0 consderadas indspensives para a compreersio dessesfenéme- ‘os, Sem ceo tanto os analistas como os tomadores de decisio ficaram desorientados cane dx complesdade dos fatos que compdiem qualquer realidade soci Conforme aana- logia de Edward H. Car um dos primeios a terzar sobre @ assunco, Um fato 6 como urn saco~ no fica de pa que se ponha algo dentro dele" © que confere sentido tanto 3 mul tiplcidade como & complexidade ds ats hiscrioséjustamence 0 dscurso tedrico utlizado para interpreos.com seus concetosequestOes particulars. ‘Come fica claro ao final da letra, muitas formas de ervergr as relagBes ince onais, que lve gre 2 impresséo de que se vata de um confuso caledoscipio de conce- tos argumentos vides de mundo inconclives entre si Para alguns poder mesmo parecer _que eu campo terico ds Rl encontra-se em estado ca6cco.O ltr ndo deve, porém, de saimar em seus estudose reflexes, pois, mesmo que io haja meiosseguros para escolher entre as reorias va, pode-seargumentar que, em elas, qualquer estudioso icaria ainda mals cdesorientado em meio a continuum de fatos e procesos que cnsttuem a laches inter hacionas. Se, por aca, leitorsenti-se desnartado diane da misceinea de perspectvas apresentadas, aver Ihe srva de alento 0 exercico de imaginarse dante do mundo sem 0 stoi incaeulivel das teoris existences fm resumo, a8 tearas Ho conjuntos atculads de concstos, ist 6 conjuntos de ‘enunciados linguistics cos sigficados apresentam conteidosrefridos a0 mundo em que vivernos hs sto criadas pelos estudiosos para confer sentido reldade, mas no rea tam apenas de exorgos iolados deste ou daquele individu las io eaboradas em meio aos debates ene 0s membros da comunidad académica especaizada sob ainflugncia das. diversas reas do conhecimento socal Além dso, importante sublinhar ques eos tio lem constane dillogo com os péprios dscursos dos incontves agents que, 20 realizar sas prtias buscam explcar ou justfiarsuasagbespolicas, Por tudo iso destaca-seacmensio Socal do proceso de cnszructo de teoias, na medida em que se conjugam os esorgos de ‘muitos indviduos,oriundos das mais dlversas eas do conhcimencoe em ddlogo constante com a dimenso pisca dos elagbesnternacionss, a ual eet eampre ecuneerea er rela bes de poder. Finalmente cabe acescentar que as perspectvas ceicas apresentadas nesta obra possuem dos aspectos interdependent, cyossigificadose laces reciprocas dever ser acentuados desde i. De um lado, cada tori assume certas premisas ou suposigbes sobre _aguilo que constiuiaeadade" das relagBesintemacionas Ese 60 demento ontlégico das. teorias sto &sioidendficados tanto os diversas elementos que consiuer a realidade quanto 2 CAR, wa H. What Hit London Peng 1950, nrRoBugéo: ‘0s mods como esses elementos, entidades au processs socias eso conectados entre De ours lado, as ters também assumem preferéncias nommatva sobre como o mundo "deve ser” oxganizado, mesmo quando afrmam esar apenas constaranda 0 modo coma ee pois sempre so fornecidas bases para a eaboracio dejults sabre arealidade.O elemento ‘oncoldgico e © normative esto sempre presentes nos dvesos dscusos tei e,embora ossar se dsnguidos para fins de andl, na prtica nunca so completamente indepen- denes As teorias rio so capazs de simplesmente descever au expliar determina estado de coias, pois eas sempre nos apresencam as possbldadesexistentes para a ag humana, pra a intervenga0 na reaiade social. Sendo asim, as ceorias sio construc ineleeuas {que sempre apontam para além de seus elementos expliciamente desctivs ov explicatvos, cetoshorizontespritcose éios. © lio que voc em em mos apresenta um panorama das teorias das Rl desde a formagio da dscplina no inicio do século pasado, passando pels teoias mais tradcionas desenvolvidas durante © periodo da Guerra Fria para, enfim,akangar as perspectias masta inovadoras as quaisse consoidaram princpalmente desde o fm da bipolarida- ‘de, marco histérico que contbuiu para o process de expan tedrica do camp. A obra eté ‘cxganizada em quatro capculos. No Capitulo 1 seréo apresencados 0 surgimento do ensina € pesquisa em Rl ea imagem dos quatro grandes debates tericas que server, antes de tudo, par suaro eto dante do desenvolvimento da dscipina ao longo do sécula XX No Cape lo 2 seo apresentadas ass princpais perspectivas erica desenvohidas durantea Guerra Fra (realismo politic, intemacionasmo liberal e lobalsmo) e suas princi vertentes inte nas. Por fim, nos dois Gkimascaptulos serio apresencadas as novas abordagenstevics das i surgidas nas Uikimas décadas do século XX que vm ganhando um espago significa nas discusses contemporineas. Asim, o Capieulo 3 apresenca as contbuigBese principals vertentes da teoia critica e do constutvsmo social enquanto 0 Capitulo 4 dscore sobre as contribuigbes do pés-estruturalsmo e do pés-madetisma, das perspeciva de ginero edo péscolonialsmo ao estudo das relagBes intenacinas, Cada capleulo termina com ura ta de questes para refledo e discusdo em sala de aula e uma isa de recursos accionals para complementar a busca de conhecimentos sobre o campo teérico das Rl. Bons estudos! “ a 4% ¥ é - See - “TEORIA DAS RELAGOES INTERNACIONAIS Desde a cago das primeiras citedras,cusos unversttos e centros de pesquisa, os estudosos desse campo vim se esforgando para justificar aexsténcia de uma crea iea do conhecimento social ainda que em relagio continua com outas ciécias huranase soca ‘na medida em que também é native in lucia de suas inspiracBestevico flosbfcas sobre ‘opensamento produido pela dplna de RL. Est apiculoapresentao contexto de formacéo dessa sina e fornece um panorama dos princiais debacesceéricos que acompanharam 0 sea desenvolvimento, Trata-se de quase um século de exist, o que reque a elaboragio de uma sincese extraordinia, ara so, idea de uma sequéncia de “grandes debates tedricos™ ever ajuda na apresenragio deste sumo. ‘Asi como ocorte nas diversas teas do canhecimento, os estudiosos de RI io ‘taboram apenas descrigbes e explicagbes fundamencadas em suas respecivas tora ees também constroem imagens ou naratva sobre o desenvolvimento histvico da dscptina, sss narratvas poder set mas ou menos apuradas, ter maior ou menor abrangncia st alcance édeterminado pela finaidade que tém a cumprir © tebrco Steve Smith; chamou-as ‘de “autoimagens; por serem eaboragbesficasno Ambit da prépeia dicplna evefrdas as ‘mest, De urn moda ou de outo, 3s autoimagens de RI buscar descever 0 deserwohimen to:do.campo ao longo do ternpo ou o estado de cosas em um dado moment. A maneira como a Teoria das Relais Interacionas (TR) & descitae categorzada ajuda a privilegar cera ncerpretages sto 6, consalidar 0 dominio de deerinados entendimentos sobre a

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