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DE ESCRAVOS és ZUNDIGENAS ANGOLA, A ESCRAVIZACAO DOS HOMENS E 0 COMERCIO NEGREIRO (SECULOS XV - XIX) “o dveto de escravizar é aquele que ‘petite comoter todas as espécies de crimes"! ‘A dencia da escraraturaexprimida peo Abide Maja na segunda me fade do século XVI, simboliza uea momento de vragem na histria do mun do Se Rayna procura sobretudo chamat a atengio da Buropa que se que civ Bada pra beutalidae do sistema de explorasdo dos esravs afecanos nas olénias das Américas, a suas palavrasrevelam tambéan a longa duraco das Epetcas da escravatura das mas diferentes populas6es, na Fnropa e no man GF Fenémeno universal, to antigo quanto os textos nos permitem recua, a ata -nas suas mas clferentes formas - atingiscaractersticas particu ne violenta com ainvengio do comércig moderno de escravos negros Huo continente americana ANGOLA E A ESCRAVATURA AFRICANA: QUADROTEORICOGERAL ide expatisio europela, que podemos datar dos primeitos anos J Permite o inventitio dos espacos mundiais e a criagio de Mundo completamente inédita. Passa-se da geografie de Broltteu i geograis do Rehascliento, que fomece os meios de com enfin, a dstibugho dos continente, asim como a ptticula ridades dos homens ACexpansio europa jompre se caterizo por dos aspects comple mente: go do conhecmento ea produ de dguere,Et parla revels fundamental pois medida qu oconhecnento ava, aumento sted gue ora rings ion a eco Apimeia grade fae da expan cenas em tomo da Gla eo Vide velo mforyro apalisma natente e oseartamento dos he |mens, A circulagao das plantas, como a cana do agtic a mandioca, o milho, a Joona, pent, transforma ecologia das egies descoberaymabilva capitals, permite ics, xg fog de tabaho abundant, barat pine Sao-no ands ns qundo a esta primet forma de expanse acres inrconerlonio podia deta de aumentar seal spre, Naovetata ¢de mobilizar colonos, mas sim de criar escravos, sem vontade e sem dieitos, [A organizacao da expansio, da colonizasio dos “novos mundos”e do capita: pi Jismo que Permite, as suscita eas reforgs, no ¢ possivel sem a escravaturs, jcome compreendeu muito bem Frei Bartolome Las Casas, 0 encomende- ro castelhano que, perante a répida extingio da populaio india, props, em 1514, que os ndios fossem substitudos pelos Aicanos. Esta propostaencontrou um eco profundo, que derosséculos,autotizan- do a organizagio do trifico negrero, que feria todas as populagsesafricanas, rimeito na costa ocidental, depois na oriental. No casa{angoland)estas ope. ‘des comegaram cedo, com escravs destnados 4 Europa, mas também & ln apucarera de Sao Tome © desenvolvimento de uma economia-muando fe-se por isso apoiado na modiicagio da eclogia, operagio que nao podia ser Tevada a cabo sem 0 recrutamento macigo de tabalhadores, Quando os indigenas nfo eram suf {cients on recusavam a volénca do trablho fram substitu poresravos africanos, Uma miquina comercial europea, gigantescae lucrative, permitia \ a transferencia de mihares de Afrianos para os espagosamericanos, até 20s | foais do séulo XIX. Pode-se facilmente compreender a importincia deste fenémeno hist6r co para a consolidagzo do capitalismo europe & fundamental sublinhar 0 papel determinante que desempenhou na ciao das sociedades americanas e na transformasio dos espasosaficanos. Fendmeno dramiicoe polémico, simutineamente denunciado ¢ silenciado pels historiografias mandias muita vexes deturpade, 0 comércio de escravs afrcanos exige uma investi _gagiosistemitica de todas as fontesdsponiveis, uma reflesdo profunda sobre asnogies os conceitsuilizads, eo estudorigoroso -casoacaso-de todas ertents, africana, caropelasastias e americanas, que petinitem com preendera sua cringSo,consolidaco epesisténcia, no tempo eo espag. Tanto gesenvo Smec¥ esraturaso, na bisa cult do mundo, | termos bastante recentes, visto que cserav (do latim medieval sla | dlndo de slarus, eslavo) s6 aparece no século XL Quer dizer, que autlizasso dos dois termos se deve a uma operagio bana Hralor que, em certo sentido, cria uma espécie de homogencidade das pi Gea sch, negandoo proprio sentido da histria. Trata-e todavia de wma ato em que esti asociadas as sociedades antigas - como o mostram os D srudos de Moses Finley edo Pierre Vidal: Naquet, assim como a sociedades Beans aalisadas entre outs, por Clade Meilassour. “Mesmo se os historiadores os anteopslogos procuram maipular et s fom 0 cuidado indspensivel, podemos verifcar que a vaste soma de titos que definem as posigdes de cada individuo na gee social substi ink ¢ Ww tuida por dois conceitos rgidos que negam a prdprialeiblad de socieds desA rowel dat soiedader ni tal como ada socidade aftcans Tas oem prac aay, dfs coordenadas que nosso impos tas por ete tbao. a nensdade de dfn o capo cinco em gue incr, aim como a implleagbes soc as ace de todos. Ox fos Tan segue lagar, éecesit salletrsdiicudades restates em exyag deadline hetrogénco comple - Angola inexsente no tempo Iisrge gino deste tnbalho “AAngola ual resultado de uma longa operas hissia em que rc pathy Aecanos de dents nodes, ma anbém Portuguese Ba Slice, ANC aos finals do elo XIX, esse espaso defines pla presenga de fonda o epago nacional angolno de hoje. Esa sociedades, que man tam nts lat lage hse compleas, de cmplementardade de Contonts,ecuparm poses de poder dfrncade hearin, nam Capa ena! qu se estendla do Aliotico Aca Central Asforas de ¢ potteas, deca 0 Indirect com os Portoguss nals dese os pat do clo XVI no tor atic, sored nas egies de Landa 6 mnaistade de Bengel de heterogeneidadee de compleiade que carne ot lizagbes abusivasefakificadoras das diferentes realidades histéricas a Uma terceira difculdade resulta da natureza do estudo que pretendemos, claborar:destinado a mostrar também as diferentes reaidades da escravatura& do trfico de escravos, nfo podia deixar de privlegiar a imagem. Esta stung fica (desenhos, gravoras,pinturas-aguarela, leo, guacho-, mais tarde, fotogr ete). Ora, a iconografia portuguesa relativa 4 Africa em geral ea Angola, em particular revela-se muito redurida até 20 dltimo quartel do século XIX. Biectivamente,ndo parece ter havido muitos artista portuguesestrabalhan, domnos diferentes espagos coloniais que Portugal procurava contiolar. Podemos ‘compara no caso brasileiro, certamente mut reveador a produo holandesa com a portuguesa, no curto periodo da dominagao holandesa em Angola, | Tanto em numero como em qualidade, os Holandeses superar ampla J mente os Portugueses, como se estes iltimos tivessem sentido uma grande ificuldade em intograr os teépicos,africanos ow americanos, na sua produ: fo plistica. Sabemos que representasso pléstica do outro foi sempre dificil, como die expressamente Jean de Léty ( 1578 ) no texto que consagrou aos 0s BaropeusJamais pelos Portgueses,o que expica que os i representasdes das cides das populagoes dos ports dasembareagbes, Ps aviosneceos, em particular doshomens e mulheres envolvidos nstas sages verre dolocosas, ‘conta destassituasées, embora possamos admis que muitas repre tlesapareceram, soja devido ao material preferencial -a madeira lo Horopeus, splica que tenhamos sido obrigados a recorrer a produgies plis Bigs dle maneira a permit uma leitara do imaginacio plistico que es angolanas, onde 0 reino do Congo, out o de llzam » atecsao dos artistas europeus, ou dos missionsrios ou Bba9 caso notivel do capuchinho italiano Cavazzi da Montecuc- Biente enecessicio salientar a natureza deste estudo desti: is Yast, 0 que aconselbe a redusio do aparelhocritco, ue o tornaria demasiado pesado, Pretende-seeaborarumasintesedestinada 4 por em evidéncia os problemas que sio hoje as preocupagtes fundamen: tais da historiografia mundial consagrada a um tema que continua 2 susctar polémicas por vezes muito acesas. Por esas ries nfo é possivel utilizar @ totalidade dos materiaisconsagrados a0 caso angolano, Duas eondigbes o im peddem: uma de carictet te6rico, a outra de natureza prt “Aprimeira di respeto a quadro conceptual do trfico de escravos: trata se de uma questio atlanta e globalizante, que nfo pode esquecer a particip «io do Indico e da costa oriental. Foi por isso necessitio por em evidéncia os

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