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Introdugdo ao Estudo da Medicina Legal 1. Medicina Legal: Conceito. Definigao. Sinonimia. Relaces com as demais ci€ncias médicas e jurfdicas. Noc6es hist6ricas. Classificacdo. Importancia do estudo da Medicina Legal: metodologia de ensino e sua situacao atual e prospectiva. Medicina Legal baseada em evidéncias. CONCEITO vio pelo fato de nao se resumir apenas ao esto da eid cia hipocratica, mas de se constituir da soma de tod gal € uma ciéncia de largas proporgdes ede cialidacles médicas aerescidas de fragments de outras eiéneias extriondiniria importincia no conjunto dos interesses da cole- _ acesstrias, destacando-se entre elas a cizncia do Diteito, lividade, porque ela existe e se exervita cada vez mais em razaio Alm do conheciniento da Medicina edo Direito. das necessidades da ordem piiblica e do equilibrio social oconcurso de out para se ‘Nao chega a ser propriamente uma esped idade médica, com mais preciso o resultado des pois aplica o conhecimento dos diversos ramos da Medicina 2% te 0 raciocinio ¢ exercet com fa Solicitagdes do Direito. Mas pode-se dizer que & Ciéncia e Arte Helio Gomes » basta umn méico ser a9 mesmo tempo. E Ciéncia porque sistematiza suas tenicas ke um médico para que se julgue apto a realizar pe fe seus métodos para um objetivo determinado, exelusivamente como no basta a um méico Ser simplesmente médico seu, sem com isso formar una cansei numa para que faca intervengtes cinirgicas, S30 necessatios estudos iléncia especializada. por isso exigi sior mais acurados, tein adequaclo, aquisigao paulatina da tecnica © conhecimentos mais abrangentes do que em qualquer outro ciplina. Nenhum médico, embora eminente, esté apio a campo da Medicina, E & Arte também porque, mesmo aplicando erito pelo simples fato de ser médico, indispensivel ‘écnicas e métodos muito exatos c sofisticados em busca de uma, a c cconhecimento da legislagao que verdade reclamada, necessita de qualidad a matéria, nogio clara da: maneira como deveni responder aos necessirias para demonstrar de Forma si sequén- _quesitos, pritica na redagdo dos laudos periciais, Semi esses co- ia Logica do resultado dramitico da lesao violenta, Tudo isso nhecimentos puraniente médico-legais, toda a sta sabedoria send 0 A ciéneia — uma arte forgosamente cientifica. Aqui improficua e perigo: rio se pode dizer que seja uma arte voltada pa O perito médico-legal, algumas vezes, é transformado em efeitos estéticos, nem para a manifesta verdudciro juiz de fato, cuja palavra & decisiva ou ponderivel {que o virluosisino espiritual aspira e promove, em decisdes judiciais, estritamente objetiva c racional, capaz. de colocat © analista dos frmar que “os médicos resolver as ques Fatos diante de uma concepeao precisa e coerente, toes, eos juizes decidem as solugdes” e que “sta importincia resulta 0 fazer da Medicina Legal ¢ técnico e ciemtfico a exigir da propria gravidade dos interesses que Ihes sia con‘ tadox. nao senda. n da diagnose é puramente _exagerado dizer que a hon lade e até a vida dos cidadlios um saber dedutivo, e nfo poclem dependerde suas decisoes”. Hélio Gomes anda sentenciavs hhunca completa, € suas que“ laudo pericial, muitas vezes, &o prefico dle uma sentengit” im, 0 provi A missao do perito, portanto, éa de um venaded ‘mas aquilo que se situa entre 0 pos A Medicina Legal nao se proocuy a “probabilidade objetiva". A medicina leg ‘mais uma ordem do pensar do que do ser, Hoje, mais do que nunca, a Medicina Legal se apresenta ‘como uma contribuigao da mais alta valia e de proveito irreet- ‘vel. E uma diseiplina de ampl dialétic, imente um capitulo da Medicina, ‘do a sua preocupagio no estudo das mais diversas formas, las possibilidades e de prolunda da convivéneia humana e do hem eomum. 2 MEDICINALEGAL servem mais & Medicina, serviddores da Justiga e do Direito, Por isso, formam, hoje em dia, una verdadeira “magistratura médico-social”, onde prestam relevaclos trabathos & comunidade. ‘Uma crianga trocada numa maternidade, um pai que n 4 patemidade, um casamento malsucedido por doenga grave © i ‘acidente de trabalho ou uma doenga profissional iva ajuda indispensiivel. Do mesmo modo, uuma marca de dentada, um fio de eabelo, um dente eariado ow restaurado, uma impressao digital, uma mancha de sangue ou pequienos fragmentos de pele sob as unhas de 1 que A primeira vista nao mostram nenhuma importanci dlios por si s6s enpuzes de ajudar a desvendar 0 mais misterioso ¢ indecifravel crime Pelo visto, a Medicina Legal & uma discipina eminent ‘mente jurdica, mesmo que ela tenha seus subsidios trazidos da Medicina e das outras ciéncias biologicas e da tecnologia. Ela é ‘una disciplina juridica porque foi ctiada e subsiste em face cexisténcia e das necessidades do Direito. E muito se realgara medida que mais valorizem ¢ mais exijam as cieneias juridico- Por outro lado, nfo hi caminho mais espinhioso do que 0 trithado pelos obstinados dessa cigneia, Nao hid vocagao maior ddo que a inclinagao is pericias médico-forenses, em que a rocha, muitas vezes, €cavada com as priprias maos. Nao ha tarefa mais discneta, pois seus resultados se perdem no anonimato eno silén~ cio, pois que deles tomam coniecimento apenas as autoridades policial-judicirias E uma cigneia curio Le ¢, por vezes, cespetactlar, que cativa ¢ sedi aqueles que por ela comes se imteressa ‘Seus cultores quase na [As imiimeras rolagdes com outras cigneias ¢ o seu extenso raio de atividade tommam a Medicina Legal dificil de ser definida com preciso, Em geral, cada definidor conceitua esta cigncia, Tevando em consideragao sua forma de atuaedo, como entende sua pritica, sua contribuigdo e sua import ce elevados reclamos da sociedad Ambroise Paré a definiu como “a arte de fazer relatérios em juizo”, ¢ Foderé como “a ante de aplicar 0s conhecimentos & ‘0s preceitos dos diversos ramos principais ¢ acesséirios da Me~ as diversas questes de diteit, para ilumind-los ¢ interpreté-los convenientemente”. Hi outros cone 4 Medicina considerada em suas relagoes com a exis tencia das leis ¢ a administraciio da Justiga” (Adelon). “A aplicagao dos conhecimentos médicos nos casos de procedimento civil ¢ criminal que possam (Mare). ‘a eigneia do médico aplicada aos fins da cigneia do Direito” (Buchner). “0 conjunto de conhecimentos isicos ¢ médicos proprios ‘aesclarecer os magistrados na solueTo de muitas qu ‘cementes a aalministragio da Justiga e drigir os magistrados na claboracain de um certo nimero de leis” (Orta). “A arte de periciar os efeitos das cigncias médicas para auxiliar a legislagao e a administracao da Justiga” (Casper). ‘A aplicagio do conhecimento médico-cinirgico a legis lagio” (Peyré e Rodrigo). iadiante dos justos dlicina 3 composicao das leis tos dados & Medicina Legal, como: ‘ciéncia que ensina os modos ¢ of prin conheeimentos naturais, adquiridos pela experiéncia, aplicam-se praticamente ¢ conforme as leis existentes para auxitiar a Justign te descobrir a verdade” (Schermeyer), ‘Constitui-se em cigneia e arte que tem por objetivo a investigag? 0s atualizados disponiveis em todas as eas do conhecimento téenico ¢ cientifico” (Francisco Moraes Silva). “0 conjunto de prinefpios cientificos neces: clarever os problemas biolgicos humanos em relacs Direito” (Samuel Gajatdo). “A arte de por os conceitos médicos ao servigo da admi- o estudo e solugio de todas. as quest 's. que poclem suscitar a instituigao das leis e a agio da Justiga” (Legrand du Saule. “O contjunto sistemitico de todos os conhecimentos fisicos, ce médicos que podem dirigir as diversas ordens de magi io ¢ composigio das leis” (Prunelte). ‘ars documentos que nos proporeionam ancia que emprega 0 e da medicina para clucidar e resolver algumas das questies ‘compreendidas na jurisprudéncia civil, criminal, adm ‘e candniea” (Ferrer y Gareés). ‘O ramo da medicina que retine todos 0s conhecimentos, édicos que podem ajudar a administragao da Justiga” (Varga Alvarado). ‘0 conjunto de conh cessirios para a resolugio ds problemas que apresenta o Direito. tanto em sua aplicagao prtica das leis como em seu aperfeico- amento ¢ evoluca0" (Calabui). “A resposta ou solugio da medicina aos probl feito ou da Lei” (Teke). “Um conjunto de virios conhecimentos eientificos, prin cipalmente médivos ¢ fisicos, eujo objeto é dar devido valor f significado genuina certos feitos judiciais ¢ contribuir na Formagao de certas leis” (M ‘medicina considerada em suas relagdes com Direito inal e Administrative” (Briand e Chaudé) ‘O extucdo do homem so ou doente, vivo ou morto, so: mente naquilo que possa formar assunto de questo forense” (de Crecchio). “Yim método de dar testemunho, na Justiga, nos casos de feridos aos médicos” (Baptiste Condronehi). “A cigneia que ensins a aplicagdio de todos os ramos da Me- dicina aos fins da Lei, tendo por limites, de um lado, 0s quesitos sgais e, de outro, a ordem interna da Medicina” (Taylor) “A aplicagio dos conhecimentos médicos aos problemas julciais” (Nerio Rojas. ‘ma disciplina que utiliza a totalidade das cin dlicas para dar respostas a questdes judiciais” (Boned) "4 aplicagao dos conhecimentos médicos as questOes que cconcernem os direitos e deveres dos homens reunidos em so= ciedade” (Tourdes). ‘O ramo das cigncias médicas que se ocupa em el (questées da administragio da justiga civil e criminal que aso Di- Civil, C podem resolver-se somente i luz dos conhecimentos médicos’ (Hofmann), “A parte da jurisprudéncia médica que tem por abjeto © estabelecimento das regras que dirigem a condta do médico, ‘como perito, e na forma que The cumpre das sus declaracoes verbais ou eseritas” (Souza Lima), “O conjunto de conhecimentos médicos e paramédieos des- tinados a servir ao Direito, cooperando na elaboraao, auniliando na interpretagio e colaborando na execugio dos dispositivos legais, rho seu campo de ago de medicina aplicad” (Hélio Gomes), ‘A aplicagio de conhiecimentos ciemtiicos dos misteres da (Afranio Peixoto), "A aplicagao dos conhe \édicos ao servigo da © i elaboragio das leis correlativas” (Tanner de Abreu). “Um ramo das cigncias juridicas que estuda os prine biol6gicos ¢ fisico-quimicos enquanto o servem 2 edigio e it aplicagdo das Leis” (Mac Iver) “A disciplina que efetua o estudo te6rivo e pritico dos co- nnhecimentos médicos e biolégicos necessérios para a resolugio «dos problemas juridicos, administrativos, candnicos ou militares, ‘com utilitiria aplicago propedgutica a estas questoes” (Basile © Waisman), io dos conhecimentos médico-biol6gicos na elabo: igo e exe i leis que deles carecem” (Flaminio Fvero), Em suma, a Medicina Legal a contribuigao da medicina, eda tecnologia e outr iasalins, as questdes do Direito na lnboragio das eis. na administragao judictriae na consolidagio. da doutrina, Sinonimin A Medicina Legal tem recebido denominagies varias, cada qual revelando as diversas tendéneias com que eka tem sido en- ‘carada em sua finalidade e em sua conceit Assim, temos: Medicina Legaliy Forensis (A. Paré); Re- Jasiones Medicorum (F. Fidelis): Questiones Medico Legalis (. Zacchias); Medicina Critica (Amman); Schola Juris Consulto- sum Medica (Reinesius): Corpus Juris Medica Legate (Nalentini); Jurisprudéncia Médica (Alberti): Antropologia Forensis (He bonstreit); Bioscopia Forensis (Meyer); Medicina Legal Judicial (Prunelle): Medicina Politica (Mare): Medicina Forense (Sydney ‘Smithy; Medicina Judieféria (Lacassagne), Meso considerando-se, na maioria das vezes, Medi nna Legal como sindnimo de Medicina Forense e de Medicina Judicial, € evidente que estas duas tltimas expresses so mai ajustadas ay atividades médico-periciais junto & administragao dos tribunais, enquanto Medicina Legal tem, pela maior extensio ce abrangéncia, uma contribuigio que vai mais além, inclusive ‘com sua contribuiglo legislativa, doutrindria e iloséfica Certameite por isso Medicina Legal & a denominagio mais aceita. O uso a consagrou no como a mais eorreta, mas como menos imperteita Parunds, melhor seria chamé-la ce Medicina Politica e Social, devico is suas miitiplas intimidades nos relacionamentos social & Politico do homem e por no ser apenas a “medicina da lei RELAGOES COM AS DEMAIS CIENCIAS. MEDICAS E JURIDICAS, A Medi o da Medivi na Legal relaciona-se, especifieamente, no eam ccom a Patologia, Psiquiatria, Traumatologia, INTRODUGAO AO ESTUDO DA MEDICINALEGAL 3, Neurologia, Radiologia, Anatomia ¢ Fisiologia Patolégieas, com 44 Microbiologia e Parasitologia, Obstetricia e Ginecologia e, i com todas as especialidades médias, ‘Com as Cigneias Juriicas e Sociais, a Medicina Legal em presta sua colaboragao ao estuclo do Direito Penal nos problemas relacionados as lesdes corporais, aborto legal e aboro criminoso: io, homicidio, sedugio e crimes contra a iberdle sexu. Como Direito Civil, nas questdes de patemidade, nulibiidade de ‘easamento, testament, inicio da personalidad e direito do nascit- 10. Com 0 Direito Administrative, quando avalia as condigdes dos seus agentes, no ingresso, nos afastamentos e aposentadarias Com 6 Direito Processual Civil e Penal, quando estuda 4 psicologia da testemunha, ¢ « psicologia da contissio, do de- nquente ¢ da vitima. Com o Direito Constitucional, quando estuda a dissolubilidade do matrimdnio ¢ a protecio a inffincia A matemidade. Coma Lei das Contravengdes Penais, a tratar dos antincios dos meios abortivos, da omissdo de comunicagao de crime no exer joe exumaagio com ages das disposig 1no estudo das doengas do trabalho, das doencas profissionais, do acidente do trabalho, com a prevengio de acidentes, coma insalubridade ea higiene do trabalho, ‘Como Direito Penitenciirio, ao tratar dos aspectos problematicos da sexuilidade nas prisdes e da psicologia do encarcerado com vistas a0 livramento condicional. Com o Direito Ambiental, quando se cenvolve nas questoes ligadlas as condigdes de vida satistatGrias num ambiente sauce, seja nos locais de trabalho, soja fora deles, E tambgin com o Direito Administrative, quando se presta aos inte esses da administrayao pica no sentido de apreciaras admisses, Ticengas, aposentadorias invalidezes dos servidores pablicos Com o Dircito dos Desportos, analisando detidamente as ‘mais diversas formas de lesdes culposas ou dolosas verificadas mas, disputas desportivase no aspecto do principalmente nos. cchamados desportos de competica0, Com o Direito Pliblico, ao considerar as raztes médico-legais implic ‘ratados dos quais nosso pais signatirio no concerto das nage, Com o Diteito Internacional Privado, ao decidir as questoes eivis relacionadas ao estrangeito no Brasil, Com Direito Comercial do apenas nas pericias dos bens de consumo, mas so alribui as ccondigdes de maturidade para a plena capacidacle civil dos eco. homicamente independentes, E com © Diteito Candnico, no q se refere, entre ouiras coisas, & anulagio de casamento em que a pericia de conjungao carnal pode resultar fundamental na aprecia ¢¢20 do processo pelo Tribunal da Sana Rota. Assim, a Medicina Legal ter um extenso raio de atividadies nos diversos ramos do Direito, Ainda se rokaciona com a Historia Natural noestudo a Antropologia eda Genética, nos problemas identidade e da idemificagdo, e no estudo da Entomologia, n0 pro- ccesso de determinagao do tempo de morte pel Fauna cada Relacionase a Medicina Legal com a Quimica, a Fisic Toxicologia, a Balistica, a Dactiloscopia ¢ a Documentoscopia Com a Sociologia, ea Demogratia, no estudo do desenvolvimento e nos aspectos da natalidade. Com a Filosofia a Estatistica, a Inform NOCOES HISTORICAS No exterior Embora os fats comprovem a participagso médica em seus process jual antigos nao conheceram a Medicina Le ho sentido mais espeeffico e mais moderno como cigneia, 4 MEDICINALEGAL Numa Pompiio, em Roma, segundo se eré, ord ‘exam médico na morte das grividas. Adriano e Justiniano uti= lizaram-se dos conhecimentos médicos de entio para esclarecer alguns fatos de interesse da Justiga. Seaundo 0s relatos de Suctonio, © médico Amtistio ex minou © eadkiver de Jilio César e determiniou que, dos muitos ferimentos recebidos, apenas um foi mortal ‘Somente com legislaga0 eandnica, em 1209, por um de: ‘médica quando os alos a visitar os Feridos que estivessem a disposigao dos tibunais. Gregorio IX, em 1234, em Decretales, sob o titulo Perit ‘rum indicia medicorun, exigia como requisito indispensivel aquela cujo sab 0 titulo De proba 0 exame dt mulher resultado era especificamente mortal tione, colocava a nulidade de ‘cujo resultado coincidia com a na carnal, Lazaretti na Ilia, em 15: di Napoli Foi no século XVI que a Medicina Legal teve sust {da contribuigio depois da publicago, em 1532, da Constitatio Criminalis Carolina, em que era exigida a presenca dos peritos nos diversos tipos de delito, embora as necrépsias forenses ti- vessem sido realizadas muito antes. Em 1521, quando 0 Papa Lefio X morreu com suspeita de envenenamento, seu corpo foi nneeropsiado, Em 1575, Ambroise Paré langava o primeiro tratado so- bre Medicina Legal, intitulado Des Rapports et des Moyens d'Embauner tes Corps Moris, no qual trataya no apenas da técnica de embalsamamento do cadaver, mas ainda da gravida- de das feridas, de algumas formas de asfixia, do diagnd vvirgindade e de outras questoes do mesmo interesse Por isso, atribui-se a Ambroise Paré a paternidade da Me- na Le Foi, no entanto, Fortunatus Fidelis, de Palermo, em 1602. quem langow o primeiro atado sobre o assunto, de forma mais completa ¢ detalhada, sob o titulo De Relatoribus Libri Quator it Quibis ea Omnia quate in Forensibus ae Publicis Causis Medici Preferve Solent Plenissine Traduatur Surgiv, nessa mesma época, outra obra, imitulada Ques- tiones Medico Legales Opus durisperitis Maxime Necessariun Medicis Peruile, de Paolo Zacchias, que, para alguns, ddadeiro pai da Medicina Lega. (O séeulo XVII foi mareado por grande progresso, e, preci- samente em 1722, na Alemanha, surge Herman Teichmeyer com sett notivel trabalho fustintiones Medicinae Legalis vel Forensis. Mais tarde, Carlos Liman, Albert Ponsold, Frite Strassmann, Ri chard von Kraft Ebing ¢ Joln Ludwig Casper. Agora, Woll Reimann, Manfred Ochmichen e Otto Prokop. Foi na Alemmanha iua primeira Revista especializada em Medic cem 1821 itschifi fr Staaricheikunde. Na Branca, Mathieu Joseph Bonaventure Orfila cria, em 1821, a Toxicologia Forense, Guillaume Alphonse Diverzie em- presta uma dimensio nova 8 pritica da Medicina Legal. Philippe Pinel, Jean Etienne Dominique ¢ Exquirol estruturam a Psi- quiatria Forense. Ambroise Auguste Tardieu reformula velhos cconceitos e comega a organizar ums Medicina Legal mais ob- jetiva. Paul Camille Hippolyte Brouardell imprime caracteris- ticas cientificas As ciéneias médico-legais. Seguem a uta pela na que o inicio da Medicina L ‘como Eaito della Gran Carta della Viearia que su redengio di Fodk cespecialidude: Alexander Lacassagne, Jean Bonoit nin, Louis Roche e Etienne Fourniet. Orfila e Ts it segunda Revista de Medicina Legal em 1829, sob 0 t Anuats d’ Hygiene Publique et de Medicine Légale. Joseph Bernt,em 1818, em Viena, eriao primeiro Instituto Médico-Legal e, jumtamente com Eduard von Hottimann, Albin, Haberda © Arnold Paltauf, desenvolve magistralmente esta ci ‘Na Inglaterra, mesmo com os esforgos de John Gordon mith, Sidney Alfred Smith, Bernard Spilsbury e Harvey Lttle- john, a Medicina Legal cai no desert. Criam-se 08 coroners wperitos Ieigos eleits pela comunidad. Mais recentemente John Cyl Polson, Keith Simpson, David Osselton e Bernard Kaigth. ‘a li, sorgem, numa fase urea, Angiolo Filip, Cesare Lombroxo, Vincenso Mari Palmieri, Mario Carrara e Enrique Ferri, Mais recentemente. Cesare Gerin e Luigi Macchiarel ‘Na Espana surgem nomes como Pedro Mata (criador da primeira eatedra de Medicina Legal edo Compo dle Médicas Fo- Tenses) Lech Marzo e Antonio Piga Pascual, Hoje, este pas xi entre os que desenvolvem unabos Medicina Lega rages.a mes- ttes como Enrique Villanueva Caadas, Jose Antonio Sanchez 4 Sanchez, Emilia Lopes Lachica, Luis Coneheiro Carro, Cesar Parabia Fornande7, einto Corbella Corbell, Leopoldo Lope7 Gomez, Angel Carracedo Alvarez, Maria Castellano Arroyo. Ricardo de Angel Ya ordi Pascual, Aurora Valenzuela Ga Antonio Pla Martinez, Aurelio Lu ' Rami, Maria Dolores Garcia Geis, Eduardo Murcia Siz, M uel Lorente Acosta, Claudio Hemandez Cueto e, o mais notével eles, eosm-falcido, Juan Antonio Gisbert Calabuix ‘Na Grécin chegam noticias pens de Allex Pals e Cons- tantin Eliakis.e do primeira professor de Medicina Legal da Faculdade de Medicina data de Corfu, Constantin, Vivi em 1808, ‘A Rissa, pated 1858, Gromon: 8.6 mos Dragenlrt e Prwgott Em Portugal no pasado, destacaram se José Joaquin da Silva Amado, Juan Albert Pereira de Azevedo Neves, Almeida Ribeiro, Aruba Antoni de Aguiar Luiz At San tos Fernando de Almeida Ribeiro © Fernando Manuel Oliveira dle Si, Atualmente destaean-se Duarte Nuno Pessoa Vieira, Jose inando Lina Pinto da Costa, Leseps José Antonio Loutengo Rey. Gongalves, Ascengio Rebelo, Rita Duar, Tereza Maria Salgado Magalies ¢ Jorge Costa Santos. Legal {eve inicio em fom a organizagio provisria da Faculdade de Medicina de Buenos Aites endo NicanorAlbarellos su primero professor, De li para ca, surgiram os mestres Fcuaedo Wile, Francisco Xavier de la Concepein Muniz, Eduardo Perez, Horacio San Martin, Eduardo Puyol, Francisco de Veyga, Joxe Domingos Sen Cavia, Nerio Rojas, Juan Ramon Beli Felipe Cia, José Balbes.E 0 Bonnet, Ale= jundro Antonio Bas ei, Mariano Castes, Altredo ‘Achival, Luis Alberto Kvitko, Julio Allbero Ravioli José An- cio Losset, Femand Clio cya desenvolvera Medici- seorguieft e N. S, Bokarius, sio Sanchez. No interior do pais, destac ran Bialet Mass Gregorio Berman, Ariosto Licurzi, Mario Germin Vignolo, Carlos Alberto Bergese, Emilio Mercado e Victor Alberto Cinelli em Cérdoba; Miguel Garcia Oliveira, Juan José Miorano e M gue! Angelo Maldonado, em La Plata; Raymundo Bosch, Len Levit. Victor Augustin José Frigieri, Osvaldo Luiz Avaro, Oscar Sanchez. e Leon Julio Lencioni, em Rosirio: Pedro Jesus Diaz Colodrero, Rouben Rovner ¢ Aiberto José Vitutro, em Corrien- les: Alberto Semorille, José M. Sold y Paz e Carlos Poquet, Mendoza; Alberto Daniel e Isaae Freidenberg, em Tucumn, Na Bolivia, dest toja Vacaflor (La Paz), Manoel Mi Arco (Suere) ¢ Raul Paz. Roldan (Cochabamba), No Chile, « primeira Faculdade de Medicina foi eriada em Santiago, sendo seu professor inivial de Medicina Legal Guil- lermo Blest. Foram sucedendo-o Juan Miquel, Vicente Padim, Pablo Zorilla, Frederico Puga Borne, Gregorio Amunategu Carlos thar de la Serra, Alberto Benitez, Jaime Vidal Olira, Al- fredo Vargas Baeza, Alberto Teke Achilicht e,atualmente, Luis Ciovea Gomez, E da Faculdade de Cigneias Juridieas ¢ Sociais, da Universidade do Chile os mestres Samuel Gajardo e L Cousitio Me Iver. A Colombia teve sua primeira Faculdade dle Medi 1833 na cidade de Bogotd, sendo scu titular de Medicina Felix Merizalde, vindo depois dele Luis Cuervi Marques Camargo Angulo, Juan David Herrera, Hernando Hueds Herrera ©, até pouteo tempo atris, Guillermo Uribe Cua também diretor da Escola Supe Forenses, fundada em 1945, Hoje, um nome de expresso € 0 de Cesar Augusto Giraldo, No Equador, Julio Andara ¢ Luis Vasco Peru, Mariano Arosamena Quesada, que foi 0 primeiro docen- te de Medicina Legal da Faculdade de Medicina de L 1835, sucedendo-o Manoel C. Barrios, Leonidas Avendaiio Ure uillermo Fernandez Avila, José Dario Torres, Jorge Avedaiio Hubner e Carmem Palao Rosa, No Paraguai, a diseiplina de Medicina Legal e Deontologia la Faculdade de Medicina de Assungao teve inicio em 1903 com Manuel Fernandez Sanchez, seguindo-o Flaviano Rubio, Rogelio Alvarez, Moleén Andreo e Gregorio Ortiz, Ma ex Suarez, No ria Estapé, Carlos Santin Rossi, Antonio Sicco e Antonio Camaiio Rosa. Atualmente pontiticam a citedra Guido Berro Rovira, Hugo Rodri belo e Guillermo Lépez. A Venezuela desde 1841 ensina a Medi ica de professores, entre os q Iosé Rodi a Legal por uma se Antonio lanco, Francisco ora mais recentemente, rerio Cardoso, José Felix Ruben Hernandez Serrano Martin Corona e Alfredo G n-se Alfonso Acosta Gun Francisco Rucuvado Leon e Eduardo Vargas Alvarado, na Costa Rica: em Cuba, José Lletor de Castroverde (primeira professor de Medicina Legal da Faculdade de Medi Ramén Zambrana Valdés, Oscar Amoedo, Femando Ortiz, Go zalo Iturrioz (0 eriador da prova de parafina), Antonio Ba Ferndndez, Raimundo de Casteo, José Ferm itez, Israel Castellanos, Criner Garefa, Diaz Padrén, Francisco Lancis y nchez e, mais recentemente, Mayda Abeledo Concepeisn, Dayse Ferrer Marrero, Héctor Soto Izquierdo, Francisco Ponce Zerquera, Jorge Gonraler Perer.e Alicia Marlenne Basanta Mon- INTRODUGAO AO ESTUDO DA MEDICINALTGAL 5) tesinos. Em Honduras, Dennis Castro Bombadilla, No Panam. Luigui Barrera, Humberto Mas Galzadilla e Rodolfo Ermocilla Nicargua Sime6n Rizo Castellén e Hugo Argiiello. Em El Salvador, seu maior especialista ¢ Roberto Masterrer. Na América do Norte, destague no Canada para Wilfied Derome, Rosario Fontaine ¢ Jean Marie Roussel, todos eles ti- alos ao Instituto Médico-Legal e de Policia Ciemtifica de Mon- trea. Nos Estados Unidos. em que pese sta posigao de grande Ppoténeia internacional, a contribuigdo médico-legal ¢ praticamen {cirrisoria,limitando-se apenas aos exaimes mais sotisticados de laboratories, inclusive suas Faculdades de Medicina e de Direito ‘om essa diseipfina, Citam-se alguns nomes de mais ‘expressio como Milton Helpern, Duane Spencer. Mary Jumbelie, Ivan Balazs e Werner Spitz. Li, ainda se usa'o modelo “coroner”, ‘que € um cargo politico e pode set exereide por hal ndio médieo, Ou o sistema de meédico-ex cespecializado em anatomia patoloxic: exclusivamente determinar a causa mortise a sua causa juridica io México tem uma tradigdo mais forte no ensino e na priiea médico-legal. Entre os professores, eviddenciat ceeaga, Rafzel Lucio, José Ignsicio Dursin, Luiz Hidalgo y Carpio, Augustin Andrasle, Nicol Ramirez de Arellano, Samuel Garcia, Henrique Oregén, Francisco Castillo Najera, Litcio Gi José Torres Torija, Grande contribuigio 4 Medicina Le Alfonso Quiréz Cuaron, tanto no ensino da diseiplina nas Fa ccutdades dle Medicine de Direito da Universidade A do México. como nos trabalhos produzidos. Nomes que niio se podem omitir sio os de Arturo Baledsn Gil e Salvador Iturhide Atualmente, sobressaem-se Alberto Isaac Correa Ramirez e Jose Ramndn Femandez Caceres, No Brasil No Brasil influéncia da Medicina Leval francesa foi de a, embora nio se possa neyar que inilueneiaram de mancira Ke a alema c a italiana, Portugal no passado pouco nos bu. Hgje, no nova escols médico-legal portugues Antonio Lourenco Lesseps (Lisboa), José Edu ‘da Costa (Porto) @ Duarte Nuno Pessoa Vieira e Real (Coimbra). A nacionalizagio di medicina legal brasileira truturagio como espe: Agostinho José de Souza Lina, na Fi Rio de Janeiro, inclusive inaugurando o primeiro curso pritico de pritica tanatol6giea forense. Todavia, a verdadeira nacionalizagao se dew com Ray- ‘mundo Nina Rodrigues na Bahia, iniciando-se com ele a fase dda pesquisa eientitica mv al a partir de nossa propria realidade, Em seguida, surge Oscar Freire de Carvalho, vindo da Bahia para io da especialidade cedando inicio a publieaio de trabalhos experimentais, inclusive hhoje tem seu nome. A escola bai nsilio Climaco Damasio José Rodrigues da Costa Doria, Esticio Luiz Valente de Lima Waldemar da Graga L “Tereza Pacheco, Luis Carlos Cat valeanti Galvio. O Rio de Janeiro, que sempre teve uma grande tradigo nesta ‘rea, desponta com niomes como os de Didgenes de Almeida Sampaio, Nascimento Silva, Antenor Costa, Henrique mner de Abreu, Leonidio Ribeito, Julio Afrinio Peixoto, Julia nto, NOKaveIS SAO as contribNtigbes da som os trabalhos de José rdo Lima Pinto isco Corte 6 MEDICINALEGAL Fig. 11 Prof, Oscar de Otiveira Casto (1899-1971). ‘no Moreira, Gualter Adolpho Lutz, Hétio Gomes, Nilton Salles. Nilson Amaral Sant’ Anna, Em Sao Paulo, depois de Oscar Freire de Carvalho, vieram Faminio Fivero, Hilario Veiga de Carvalho, Alcantara Machado, Amaldo Amado Ferrei sr Rodrigues e Mar= co Segre. Em Pernambuco, Edgar Altino de Aragjo, Raimundo ‘Teadorico de Freitas, Antonio Persivo Cunha e Evaldo Alto. ‘Outros nomes que no se podem deixar de lembrar pela celevada contribuigt icativo exemplo as geragdes Oscar de Oliveira Castro, Ema Garcia Moreno, Pedro Neiva de Santana, Jorge de Souza Lima, Oswaldo Pataro, Glauco Lobo, José Alves de Assumpeaio Mene- 72s, Milton Ribeiro Dantas, Napoteao Teixeira, Benedlito Soares Camargo Junior, José ibciro, Holdemar Oliveira de Me- reves, José Lima de Oliveira, Luiz, Duda Calado, Nativa Salar, José do Ribamar C: Pereira da Silva, Odon Ra Geraldo Alves dos Santos, Ivan Nogueira Bastos, Hdelbr Xavier da Silva, Clovis Olinto Bastos Meira, Euilberto Parigot. Carlos Alberto Delmonte Printes. Marilu Mota, Gerardo Magela Fortes Vasconcelos, Edson Silveira, Alfredo José da Costa Mar ido, Acylino de Ledo Rodrigues, Alfredo Barroso Rebello. {io Bruno, Cezar Pupaleo, Antonio Ferreira de Almeida Junior, Serynes Pereira Franco ¢ Nelson Caparelli Mais recentemente, Jodo Henrique de Freitas Filho, Hermes Rodrigues de Alcantara, Lamartine de Andrade Lira, Marcos de Almeicla, Arnaldo Ramos de Oliveira, Moacie Assein ‘Arus, Costa Pinto, José Frank Marotta, Barros Azevedo, Louri- val Saade, Vietor Pereira, Hygino de Carvalho Héreules, Carlos Guido Pereira, José Hamilton Amaral, Glicio da Cruz Soares, José Edvatdo Zappa, Nilo Jorge Rodrigues Gonealves, Carmen Cynira Martin, José Hamilton Maciel Silva, Rubem Lubianea, Gilka Gattas, Clovis César Mendonza, Alfrio Batista de Souza, Hermano José Souto Maior, Luiz Rodolfo Penna Lima, Cristo baldo de Almeida, Elias Zacarias, Ramon Sabatér Manubens, Daniel Romero Mufioz, Carlos de Faria, Graccho Guimaries Silveira, José Jozefran Berto Freire, Roberto Blanco, Claudio Cohen, Renato Affonso Meira, Elesbiio Munhoz, Leo Meyer Coutinho, Héleio Miziara, Nelson Massini, Fortunato Antonio Badan Paihares, José Geraldo de Freitas Drumond, Anibal Sil- vvany Filho, Elizario Couto Bastos, José Amérieo Seixas Silva, Edmar Jorge Anunciagio, Helena Casila Reis, Francisco Morais, Silva, Wilmes Roberto Gangalves Teixeira, Talvane Marins Mo: raes, Ayush Morad Amar, Jorge Paulete Vanrell, Juarez Oscar Montanaro, José Maria Marlet, Francisco Rodrigues de Sou- 74 Filho, Eudes Mesquita Martins, Emilio Bicalho Epiphanio, ‘José Frota Vasconcelos, José Mauro de Morais, Jalvo Chucair Granhen, Humberto Soares Guimaraes, Francisco Autran Nunes Filho, José Eliomar da Silva, Carlos Campana, Jodo Francisco Duarte, Elisar Reis Lopes, Isaque Kelbert, Edson Reis Lopes, José Mariano Cavaleiro de Macedo, Renato Posteri, Ivan Chui Demes, Humberto Fenner Lyra, entre tantos. almente um grupo joverne muito promissor que vai se destacando no magistério e no exercicio da legispericia: Gerson Odilon Pereira, Maria Luisa Duarte, Miguel Angelo Mactinez, ‘Aluisio Trindade Filho, Zulmar Coutinho, José Eduardo da Silva dio Freire, Abelardo Brito, Reginaldo Inojosa Car- neiro Campello, Paulo Roberto de Souza, José Ribamar Morais, Luiz Carlos Barreto Silva, Emidio de Brito Freire, Vitor Ribeiro Romeiro, Irene Batista Muakad, Létia Gerson, Antonio Brussolo Cunha, Vitor Hugo Rangel, Joao Boseo Penna, Elizabeth Bezerra Azevedo, Misiel Femandes Neto, Maria do Carmo Malheiros Gouvea, Roberto Wagner, Darly Alves de Oliveira, Abelardo Brito, Joao Carlos da Fonte, Carlos Ehike Braga Filho, Iris No- buro Nagano, José Roberto Souza Cavaleiro de Macedo, Malthus Fonseca Galvao, Raul Coelho Barreto Filho, Aroldo de Souza Rique, Jilio César Fontana-Rosa, Henrique Caivano Soates Oswaldo Wolf Dick, Anelino José de Resende, Railton Bezerra de Melo, Romildo Rabbi, Luiz Renato da Silveira Costa, Joa0 ‘Arnaldo Damiio Melki, Jagque Henrigue Mecler, Rita de Cassia M. de Carvalho, Febe Costa, Mario Perer Gimene7, Rogério Eisele, Ronivaldo de Oliveira Barros, Armando Fortunato Filho. José Geraldo Vernet Taborda, Eunice Moreira Vitoria, Aleesandro de Andrade Cavalcante, Carlos Henrique Dura, Antonio Batista dde Queiroz, Antonio Alves Madruga, Abraiio Lincoln de Oli- veira, Leonardo Mendes Cardoso, Débora Maria Vargas Lima, Benedita Carneiro Pinto, Luiz Airton Saavedra de Paiva, Paulo Sérgio P. Cunha e muitos outros que iio surgit "As duas primeinas Faculdades de Medicina do Brasil — ada Bahia ea do Rio de Janeiro — ineluiram oficialmente a Medici: Legal como disciplina obrigatGria a partir de 1832, Neste mesmo ano, o Cadigo de Process Criminal estabeleciaa pericia oficial para izagaio cos exames de corpo de delito. Muitos destes dispositi ‘vos ainda se encontram no Cédigo de Processo Penal em v Mesmo com a viggneia daquele Cédigo a partir de 18: somente depois de 1854 foi regulamentada a atividade médico- pericial, através do Decreto n,” 1.740, de 16 de abril, quando ia da Corte, a Assessoria Médico-Legal. & quallcabia a realizagao dos exames de “corpo de delito e quaisquer exames nevessirios para a averiguagio dos crimes ¢ dos fatos como tis suspeitados Foi criado na Bahia 0 Servigo Médico-Legal na estrutura da Secretaria de Policia e Seguranga Pibliea, por um Deereto datado de 24 de abril de 1896. Este Servigo comtavia com dois médicos dos exames de lesdes corporis, das aut dos exames toxicoldgicos, das verificagies de dbito e de outros exa Js afetos & Justiga, ‘Ainda que instatada na Bahia desde 1832 @ Cadeira de Medicina Legal, tendo como sou primeiro regente Joao Fran- cisco de Almeida, sua atividade pritica sé se coneretizou com Virgilio Climaco Damasio. O apogeu da Medicina Legal baiana se deu com Raymundo Nina Rodrigues (1894-1906). De 1914 1918, assume a Cadeira o professor Oscar Freire, que acum Jou, também, a diregio do Servigo Médico-Le; iante, Oscar Freire mudou-se para Sito Pa «adisciplina na antiga Raculdade de Medici No Rio de Janeiro, a hist6ria do ensino médico-legal regis- tra, inicialmente. o nome do Conselheiro José Martins da Cruz Jobim, que s6 se projetou com a contribuigio de Agostinho Jose de Souza Lima que, na verdade, foi quem iniciow 0 ensi pritica eficaz neste Estado. Nos cursos de Direi ina Legal, seu ensino foi proposto por Rui Barbosa, que consegui aprovar na Camara dos Deputadtos um Decreto criando a Cétedra de Medicina Legal nas Idades de Direito de todo o pais, a partir do ano de 1891 Hoje, com se sabe, a pritica médico-| atividade oficial e pablica, exercida nos Institutos Médico-Legais localizadios nas capitais dos 26 Estados federativos e dda Repiiblica, além de sua ex no interior do p ‘mados Postos Médico-| jioria ainda desprovidos das minimas condigdes de trabalho. A maioria dos Institutos Médico-Legais no Brasil permane- ce no mbito dos érgios de seguranga pablica. A partir de alguns anos, comegou-se a verilicara desvinculagao destes Insttutos da a da Seguranca. Um exemplo € 0 do Estado do Amapsi, qu eriou a Coordenadoria de Pericias, com stares de Secretaria de Estado, com verbas asseguradas ¢ independéncia acministrativa Outro é 0 Estado do Rio Grande do Sul, que vineulou 0 IML. a, Secretaria de Estado de Justiga, Trabalho e Cida reventemente, 0 Pa dico-Legal e 0 Instituto de Criminalistica da Secretaria de Segu- Tanga Pablica, criando uma estrutura totalmente independent, ligada diretamente ao Governador do Estado, Nos Evtados do Mato Grosso ¢ Mato Grosso do S IMLs estdo estruturados numa Coordenadoria Geral de Per junto com a Criminalistica e a Idemtificagio, embora ainda vin” culados as respectivas Seeretarias de Seguranga Publica, Hi, entre os legistas e professores de Medicina Legal, tum movimento a favor da autonomia da pericia médico-legal, liderado pela Sociedade Brasileira de Medicina Legal e pela Associagio Brasileira de Criminalistica, como apoio de diversas contidades civis, a exemplo da Associagao dos Magistrados do Brasil, da Ordem dos Advogadlos do Brasil, da Comissio dos Direitos Humanos da Camara dos Deputados e da Secretaria Eypecial de Direitos Humanos, Experarse que © Governo Federal, que eriow desile 1996 0 10 Nacional de Direitos Humanos, enfatizando a questio da ‘médico-legal na luta contra a impunidade, venha a adotar idencia da Ios Pl peri medidas que possam assegurar a autonomy ¢ indeps atividade médico-legal ‘Tal autonomia se justtiea porque a Medicina Legal tem de ser vista como um nicleo de ciéneia a servigo da Justiga, €0 INTRODUGAO AD ESTUDO DA MEDICINALEGAL 7 Inédico nestas condigdes niio pode ser um preposto da autoridade policial. Por uma distorgao de origem, quando as repartigbes me dico-legais nada mais epresentavam semio simples apéndices das Centrais de Policia e os legistas como meros agentes policiais, permanece o desagradkivel engano, Foi com esse pensamento que a Com Crime e da Violének npos ate Iustiga, propds ao Govemno a desvin ddico-Legais e da propria Pericia Cri de Estudos do pelo Ministério di "40 dos Institutos Mi do compro: eresse da Justia, ara participar de investigaydes sobre autora 0s a Pol so convocados: de erimes atti in Ninguém de bom senso pode assegurar que dessa vineu- ago possi existir sempre qualquer forma de coagtio, Mas, dif cilmente se poderia deixar de aceitar a ideia de que em alg ‘ocasides possa haver pressio, quando se sabe que als 6 de repressio no Brasil estiveram ou estio ainda envolvidos no arbittio © na violencia. Pelo menos, suprimiia esse gt de suspeigiio, criado pela dependéncia e pela subordinagao fun- clonal. Classificagio Levando-se em consideragao 0 enfoque ou a sua desti- pode ser elassificada sob os angulos histérico, profissional, doutrindrio e didatico. A classificacdo sob o prisma histévico die respeito as vrias fases evolutivas desta cigncia, que a divide em Medicina Legal Pericial, Medicina Legal Legislativa, Medicina Legal Doutrinria Medicina Legal Filosofiea. A Medicina Legal Pericial, também cchamuada de Medicina Legal Administrativa ou Técnica Pericial Forense ow Medi Justiga. A Medicina Legal Legislativa contribui na claboragao & o das leis em que se disciplinam fatos ligados is ci sas om ai Imai refinado e cultuaco por clementos subsidirios que suste onde se reclama 0 conhecinento médico-legal. E a Medicina Legal Filosétie: discute os assuntos Tigados & ica, A Moral e ica no exereicio ou em face do cexercicio da Medicina ou tenta explicar por 1 epistemol6gicos, 0 ar médico-legal profissional da Medicina Les Forma como se exerce na prtica essa atividade, cticial, Criminalistica e Antropologia Médico-Legal, que sio exercidas respectivamente pelos Institutos de Medicina Legal, ce Criminalistica e de Idk de ensaios nnaquilo que Ihe & mais especifico, pode-se dividi a Medicina Lem Medicina Legal Penal, Medicina Legal Civil, Medicina Candnica, Medicina Legal Trabalhista e Medicina Legal inistrativa. Cada uma dessa partes trata dos diversos ramos do Direito positive mais estruturados. Sob o ponto de vista diddtico, a Medicina Les vidida em Medicina Legal Geral (Deontologia e Diceologia) e Medicina Legal Especial Na primeira parte, também chamada de Juriyprudéncia Médica, estudam-se as obigagdes ¢ os deveres (deontologia) 8 MEDICINALEGAL 08 dircitos dos médicos (diceologi capitulos sobre Exereicio Legal e Exercfcio Hegal da Medicina Segredin Médico, Fonorarios Médicos, Responsabilidade Médica Etica Médiea, aSsuntos que orientam © médico no exereicio re ‘gular da sua profissio, ‘A Medicina L capitulos: A) Autropologia médico-legal, Estuda ai io médico-legal e judicir B) Traumacologia meédico-legal, Trata das leses corpotais sob ‘© ponto de vista juridico e das energias causadoras do dano, ) Sexologia médico-tegal. Ve a sexualidade do ponto de vista normal anormal ¢ eriminoso. D) Tanarologia médico-legal. Cuida da morte e do morte, An lisa os mais diferentes conceitos de morte, os direitos sobre 0 cadver, 0 destino dos mortos, o diagndstico de morte. 0 {tempo aproximado da morte, morte sbita, a morte ag6nica ea sobrevivencia: a neerdpsia médico-legal, a exumacao e 0 tembalsamamento. E, entre outros assuntos, ainda analisa a causa juridica de morte Bes in vita e post-morten. E) Taxicologia médico-legal. Estuda 0s causticos e 0s venenos, 08 procedimentos periciais nos easos dle envenenamento, P) Agfxiologia médico-tegat, Detalha os aspectos das astixias de origem violenta, como esganadura, enforeamento, fou mento, estrangulamento, soterramento, sufocagao direta © Indireta, ¢ as aslixias produzidas por gases irespiravei G) Psicologia médico- legal. Analisao psiquismo normal eas casas {que podem deformar a capacidade de entendimento da teste- ‘nui, da contisslio do delinquente e da prépria vitim, H) Psiguiatria médico-legal. Estuda os transtornos mentais eda Cconduta, 08 problemas dt capacidade civil eda responsabil «dade penal sob 0 ponta de vista médico-forense Medicina Legal Desportiva. Justificada, nao s6 pela impor- Jnncia econdmica, social e cultural, mas também pelo que ‘0s esportes de competigio apresentam nos dias atuais, com, fase para o sigilo profissional, prontudrios, dopings com sentidos ou tolerados, qu 0 € quallificagio do damo com repercussio no rendimento esportivo J Criminalistica, Investig nente os indicios materiais do crime, seu valor e sua interpretago nox elementos cons- Litutivos do corpo de delito, Estuda a criminodindmica. L) Criminologia, Preocupa-se com os mais diversos aspectos da rnatureza do crime, do eriminaso, dt vitima e do ambiente. Estuda a evdminogenese. Mylnfortunistica, Estuda os acidentes ¢ as doer «as daengis profissionais, nao apenas no qu mass também & higiene © 8 i NG -gal Especial disciplina-se nos seguintes idade € a identifi- b as do trabalho e serefere a pericia, ‘outtos assuntos ligados 2 hy 0) Virimotogia. Trata da vitima como elemento inseparivel na eclosao ¢ justticagio dos delitos Importancia do Estudo da Medicina Leg 16 4 contribuigio médica e bioligi ares dos institutos juridicos As questOes. de ordem piiblica quando do interesse da administracao judicid- subsidiirias do Dircito, {questes compleme! Hoje, muito mais ainda, grande € o proveito dos juristas na intimidade com as questes médico-legais,seja na sua utilizagao ‘quando do trato das questoes perieiais nos seus pleitos judiciais, seja na anise dos diversos ramos do Direito que necessitam de interpretagio médieo-juridica que encerra a nova doutrina. jo grande tem sido a contribuigio desta notavel diseiplina. orizontes qu Ppermitem a cigncia e a tecnologia hodiernas que, sem exageros, poder-se-in dizer que a administracao judicitia fracassaria des- pencando no fosso do erro judivirio em poder explicar certos fendmenos ali expostos e discutidos, Orregistro criminogrifico da violencia e seu contetido per= verso projetam-se além da expectativa mais alarmista. Verifica-se hos dias que correm uma prevaléncia delinguencial que extrapolit 1 indices tolerados e suas Feighes convencionais. Una rimi~ wide diferente, andmala ¢ muito estranha na sua mane’ fagir ena insensata motivagio, © Direito mocerno nio pode deixar de aceitar a contri- buigdio cada vee mais intima da cigneia, ¢ o operador juridico nao deve desprerar o conhecimento dos téenicos, pois 56 assin € possivel a aproximagao da verdade que se quer apurar. Nao nenhum exagero alirmar que & inconcebivel uma boa justiga sem a contribuigdo da Medicina Legal, cristalizando-se a deta de que a Justiga nao se limita a0 conhecimento da lei, da doutrina, eda jurisprudénecia or outro lado, muitos t€m pensado que basta ser um bon :médico para esempenhar bem e fielmente as puro engano. A Medicina Legal requer conhecim: c trata de assuntes exclusivamente seus, como, por exemplo. 0 infunticidio, a asfixia mecdnica e a idemificagao médico-legal Exige de quem a exerce conhecimentos juridicos que s6 ser assimilados com a mividade pericial ante os tibuna ‘das questoes médicas de imteresse da Lei E mero engano tambsm acreditar que a Medicina L penas aplicadka aos easos particulares dos conliecimentos serais que constituem os diversos cupitulos da Medicina Ene- cessirio saber distinguir o certo do duvidoso, explicar clara © precisamente os fats para uma conclusdo acertada, no oni lindo detalhes que, para 0 médico geral, nao tém nenhum valor, mas que, na Medicina Legal, assumem importincia muitas vezes transcendente. Para 0 juiz, ¢ indispensavel o seu estudo, a fim de que possa apreciar melhor a verdade num eritério exato, analisando 6s informes peri’ que constituem © problema juridico. Talvez seja essa mais fundamental miss da pericia médico-l aconscigneia do magistrado. Muitas vezes, x liberdade, a honra ea vida de um indivi cestio subordinadas ao eselarecimento de um fato médico-legal ‘que se oferece sob os mais diversos aspecios. Se 0 jiz nao possui uma cultura médico-legal rizodvel, poderi apreciar esses efeitos erroneamente, conduindo a um erro judicial, um dos mais graves problemas da administragio dda justia, transformando a sentenga numa tragédia. ‘Argumenta-se que a falta de conhecimentos médico-legais| «do juiz-nos fatos de implicacio médica sera suprida pelo perto, ‘Mas nem sempre os informes periciais correspondem a verdade dos fatos ou procedem de pessoas eapacitadas, traduzindo, por- tanto, graves contradigées ou pontos de vista menos aceitaveis. Exige, desse modo, do aplicador da Lei, o conhecimento da Me- dlicina Legal para emitir sempre pareceres concisos e raci a doutrina emperrti no trato se addquirindo uma conscieneia dos fatos |: orientar eilum Com a proposta da reforma do Cédigo Penal, institwida pelo Decreto-Lei n.” 1,004. de 21 de outubro de 1969, ¢ com a reforma da Lei n.° 6.016, de 21 de dezembro de 1973, 0 juiz, além dos conhccimentos proprios de su formagao juridica. necessita, agora, adicionar outros de natureza sociopolitica & legispericial Sobre 6 assunto, assim se reportou Vi grande novidade, porém, éa dos erin déncia, com aaplicagao da pena indeterminada, ¢a reincidencia, {que no ovorrera se, depois de uma sentenga condenatdia, cum: prida ou extinta, decorrer perfodo de tempo superior a cinco anos, senuo exeluidos, para efeito da reincidéncia, os crimes puramente rilitarese politicos. Para a ampliacao da pena, 0 juiz tera, obriga- toriamente, de possuir uma especializayao penal ecriminolégica. Pelo Codigo de 1940, 0 art. 42 continha diretrizes abstratas, 20 contrario das que se encontram no novo, que determinam a9 juz, na sentenga, expressamente referir os fundamentos dit ‘medida da pena, apreciando a gravidade do crime praticado, a ‘maior ou menor extensdo do dno ou perigo do dano, os meios cempregados, o modo de execugo, os motivos determi circunstincias. de tempo e lugar, os antecedentes do ru e su : ento piso da pena asituagao econdmica do condenado. E um dispositive que obrigari o juiz a ter, além da competéneia juridico-penal e criminolégica, uma sensibilidade apurada, favendo-o participar Xe todo o processo c, muito especialmente, do interrogatéria do acusado, fase processual que ter grande impor Assim, mais do que nunca, necessitar’ st autoridade judicié- ria de elementos de conviego quando apreciar a prova Deternii- nao art. 59 do Cédigo Penal: “o juiz, atendendo & culpabilidade, sdentes, di conduta social, personalidad do Donnice: “A 0s habituais ou por ter tes, 28 aosante 0 comportamento da vitima, estabelecer rio suficiente para reprovag dada pela Lei n"7.209, de 11 de jutho de 1984)". Ein su lise da gravidade do crime praticad, nos motivos, nas circunstineias ¢ na intensidade do dolo ou dst culpa, mas & sua forma de indiferenga c insensibilidude, a existéncia, a qualidade a quantidade do dano, os meios empregados, 0 modo de exe cco e, até se possivel, a ideia bem aproximada da complex & afltiva coreogratia do o grande desatio ‘40s novos magistrados: além do conhecimento humanistica & uridico, uma sensibilidade edimplice na apreciagiio quantitativa ‘e qualitativa da prova. Diga-se mais: nfo deve o juiz fear sozinho ‘no cumprimento e nas exigéncias dessa nova ord jutore da vitima. Esse lum critico da prova, no sentido de ndo aceitar a “absolutizagii “divinizagio” de certos resultados, apenas pelo fato le cons- rem avangos recentes da ciéncia ou da tecnologia. O promotor pablico, como respon: ‘G0 da prova, tem que justifies-lae expli fe sitas Fazdes. Exige-se dele, hoje, un fe mais ime ‘Os médicos também carccem de coneci Médico, no estudo da Jurispradéncia Médica, tao imprescindiveis {sua vida profissional, e, ainda, de um consciéncia pericial nos casos em gue haa um interesse da Justiga na apreciagio de um, {ato ineremte & vida e & saide do homem. laem seus resultados, contribuigie mais efetiva INTRODUGAO AO ESTUDO DA MEDICINALEGAL 9 Levando em conta as sutilezas das questoes médico- fem que 0 perito & chamado a intervir, dizia Ale do: "Tio frequ erel surgir a Medicina Legal como ramo distinto dos outros ramos dle conhecimentos, ¢ a pritica médico-tegal como ate distinta da clinica.” Isto nao querdizer que esta pritico, informativo. pericial, Hoje. a Medicina Li alem de contribuir nesse sentido, ainda ajusta o pen doutrinador ¢ complementa as razdes do legislador nos fatos de interpreta ica e biolégica. Simplesmente “relatar em iu ju Ambroise Paré, € muito pouco, porque ‘isso qualquer uin faz, bastando ter experiéneia © bom senso. A Medicina Legal também contribuii com precisfo e eficiéneia as necessidades gerais do Direito, transeendendo assim ao simples carter informative, Onde nio hé uma verdadeira sJudicieia wibuieao dt Medicina ‘mereé da boa vontade de um 8 p= x\uisigio de um relatério médico-pericial a fim de esclarecer um fato médico de interesse da Lei. Seri uma Policia Judicidria desaparethada, incapaz de atender a um minim neces- ‘rio para o cumprimento de su alta e nobre missio: a de ajuda «Justign quando da apuragao dos mais complexos problems que teressam i19 administrador dos tribunais. Cada vez que cres- sidades da Justiga, maiores sio as possibilidades da ciéneia médico-tegal, pois dia a dia ganha mais imptlso e mais 0. sendo hoje um instrumento indispenssivel em toda imvestigagio que exija o esclarecimento de um fato médico, Metodologia de ensino Mesmo que a Medicina Legal seja uma s6, no seu conceito ‘ena sua concepgio pritica, entendemos existircm meloxtalogias de ensino diferentes quanto a sua abordagem nos cursos de Me. dicina ou de Direito, No curso médico, deve-se enfitizar a Medicina Legal Pe- riclal, tendo em vista um projeto de formago de um profissio- nal capaz de atender a Justiga como perito of wo, levando-se em conta as diversas formas de contribuigio teenies no dia a dia da aalministragiio dos quando vinculado & Deontolo, de temas que interessem na formagio A distribuigio progr dicina deve ser feita de acor tunidades encontrados nos (quais tm uma progres seu aprendizado, No curso juridico, recomenda-se a énfase & Medicina Le: gal Doutrinsiria, como forma de subsidiar ¢ complementar as diversas formas de diteito positivo ou de propiciar meios para se assimilarem as informagdes técnicas cientilicas constantes dos ‘elatGrios legispericiais. Nao quer dizer que se deixe de ensinara Medicina Legal Pericial, pois ela & também necessiiria na prtica ddiutuma dos operadores juridicos. A selegzo do contetido progeamiética nos cursos de Direito Pode ser distribuida especilicamente de acordo com os interes cada ramo do diteito positive, em Medicina Legal Penal e contribuigao da Medieina Legal nas Fitos e pericias © de naturezst penal: iden 10 criminal; energias eausadoras do dane: ise eadiscussio ‘ada médico, nitica da matéria nos cursos de Me- lo com a sequéncia dos capitulo ow jtsos tratados da especialidade, os de assuntos ditada pela evolugio do quest6es criminais: 10 MEDICINA LEGAL lesbes corporais sob 0 ponto de vista juridico- penal; periclitagsio. dda vidi e da sade; distirbios dh sexta; aborto Te gal € aborto eriminoso; sedugio, posse sexual mediante fraude, eslupro e atentado violento ao pudor; infantie{dio; toxicofilias, embriaguez aleoslica; tanatologia médico-legal: imputabilidade penal: limites e modificadores), Medicina Legal Civil (conceito importaneia e contribui¢ao da Medicina Legal as questoes de Uireito privado: identidade e identificagio civil; peritos e peti cias de interesse civil: pericia do nascituro ¢ provus do inicio dda personalidade civil: avaliagio do dano corp6reo de naturezt jjuridico-civil; casamento, separagio ¢ divoreio: politica demo- fica: capacidade civil limites € modificadores; psicologia al preferénci judicidria civil: estado do testemuno e da eontiss © morte presumica), Medicina Legal Trababrista (comet lagio e contribuigdo is questées trabalhistas: petitos © pericias dlas doengas do trabalho, das doencas profissionais e acidentes do trabalho; avaliagio do dano eorpéreo de natureza trabalhis- ta; detic icidente do trabalho; simulacio, dissimulagio © metassimulagio em infortunistica do trabalho: psicologia do trabalho: fisiologia «o trabalho; nogdes de sdimento muscular: poluigio ambiental: contaminagio, ruidos irradiagdes; necrépsias de interesse trabalhista) © Medicina Legal Administrativa (cor :mportine ibuigio da Medicina Legal As questes da udministragaio publica: peritos © pericias em servidores px a previdenciii: aise va do servider pailico; form: Fundamentos.e normas: crtérios para readaptagdo de fungio pl blica: avaliagao do dano corpdreo de natureza administrativas atividades penosas ¢ periculosidade na fungi piblica; neerspsias de interesse administativo) Situacio atual e prospectiva “Mesmo cientes da incosporagio de novas téenicas, do avan- go da cigneia e da contribuigio multiprofissional, a Medi Legal em nosso pais dispoe no campo pericial de um peque- 80, mediante a atuagao de alguns setores pablicos. (0, reeuperagio e apatelhamento dos laborat6rios instituigoes especializadas, ¢ na reciclazem do pessoal ‘Acreditamos que $6 com a total ineorporagio de ‘a sociedade resist’ ao resultado anomalo e perverso de uma cia medonba que eresce e alormenta. Nasa mais justo entdo do que investir mifica, dotando a administra judicsria de elementos probantes de transeendente valor no curso da apre- Jo processval, porque uma das Fungdes do magistrado, entre Uribuigao téenicaee! buscar verdade dos fatos ‘No futuro, com certeza, iio ser usados todos esses Formi- diveis recursos cientficos e tenoldgicos disponiveis em favor da prova como, porexemplo, a anslise biomolecular, a biogusimica dda detecgio de drogas e até mesmo a energia nuclear, além dos modernos computadores, cintil6 ralos de ressonan: cia magn de ordem piiblica e social A Medicina Legal no campo experimental no Brasil ainda se mostra incipient € timida, mas comegam a se desenvolver lguns focos de pesquist nos ceniros aeadémicos de pos-ze duagao. No terreno doutrindrio, em que a Medicina Legal contri- bui de forma mais eloquente no ajuste dos institutos do direito os e tom ea, como contribuigao indispenssivel aos interesses positivo, tudo ocorreri a partir das solicitagdes mais concretas {que essas formas de direito venham a fazer e da evolugio do proprio pensamento médico-legal: assim, cada ver mais serio enfatizadas as questovs ligadas engenharia genética, como as dos animais transeénicos, clones hun "4 Ou, nos casos mais delicados da reprodugao h i, em que se fo- calizam principalmente algumas indagagdes sobre a matureza iia lados, No aspecto pedagégico. a jveu dias mais il pelos grandes meses. os quais scipulos ¢ respeitiveis escolas. Hoje, com hi desordenaela eit ‘ juridicos, recrutam-se profissionais sem nenhuma quallificugao dade com a matéria, Assim, essas catedras esto muito a ‘nossa tradigao e, certamente, se no houver umn trabalho em articulado na tentativa de recuperar tal prestigio. no futuro teremos Medicina Legal ensinada num padrio muito distante de suas insupriveis necessidades. O exemplo disso é gue muitas das Faculdades de Direito ji 2m esta disciplina como matéria val brasileica jt fads, quando as catedras eram regidas jorno de sieminentes rosas exceedes, ante ponsdivel criagiio de cursos médicos ‘optativae, nouteas, ainda pior: a disciplina nao existe. Vai sendo ‘ocupada por outras diseiplinas de existéncia ¢ utilidade duvido- sas. Rest, disso tudo, a divida sobre a qualidade desses futuros profissionais que estao sendo formados. Meso assim, aereditamos no futuro da Medicina L ito otimismo, porque essa area de atividade profissional tomma-se cada vez mais necessiria 28 a {quetem viver bem numa sociedade organizada, onde tenham as ccondigdes de realizar seus destinos e seus sonhares. Para tanto, ‘mats do poder piiblico. No que se refere ao ensino, € preciso valorizar a atividade docente ¢ dotar 0 aparelho Tormador de condigdes para 0 ensi no da Medicina Legal em cariter obrigat6rio, tanto em Direito como cm Medicina, tendo sempre & frente dessas disciplinas profissionais qualificados ¢ eompromissados com esse projet. Fazem-se também necessirias a criacao e a ampliagt0 dos cursos de especializagio, de mestrado e de doutorado em Medici Legal, nao s6 como forma dle qualificar 0 pessoal docente, mas também de recrutar outras vocacdes. ‘O problema da pesquisa e da investigacZo de imteresse mé- ainda mais complexo, no qual devem ser focalizada 1a disponibilidades para o setor. O interessante nesse aspecto Sensibilizar as Universidades piblicas ou privadas em rela ico de pesgu piragies das pessoas que hii de se ex aseria ade possibiitar a tifica de qualidade nesta ‘rea de concentragao. MEDICINA LEGAL BASEADA EM EVIDENCIAS, A exemplo do que ocorre hoje com medicina em gera na existéncia de uma Medicina Legal fundada et Jos estatisticamente significantes, padronizada, eétic jos estos, se chamari de idos a uma mesma hipdiese, E a esta ide! Medicina Legal Baseada em Bvidéncias. Significatia, portanto, que o“niais certo” avi tados ci ados resul- icos disponiveis e procedentes da pesquisa e da in- ica, no do que possam dispor as teorias fisiopatol6gicas sradas ou 4 experigneia individual, Em sum, uma medicina legal de resultados Da avaliagio soli se a reconhecer ape ie subjetiva do perito Kk ‘como de reconhecido valor ci a passa mutica, a informagoes oriundas da pesquisa de cientistas de peso em estudos demorados ¢ em expressivo niimero de easos observados em institutos e laboratérios de exeeléncia. Todavia, a facilidade de analisar e utilizar a pericia prio risada em evidéncias nao esta ainda na disponibilidade © no inio de todos os que exercem a Medicina Legal. As chamadas icagbes de elite. com raras excegdes, so de utilidade dis Cctivel na pritica pericial cotidiana. O que se viu nestes ditimos !anos foi uma verdadeira enxurrada de publicagoes médico-I algumas em notéria contradigao, © que torna mais complica ainda a decisio dos pertos, principalmente dos que estio ia pon {a do sistema. As experigncias trocadas entre peritos de mesma area de concentragio © que atuam numa mesma realidale tém se mostrado com mais proveito, Oconhecimento médico-legal que se aplica diariamente na pritica profissional nem sempre & aquela que existe na literatura, mais solisticada das revistas especializadas, Certamente nao. F do aprendizado pessoal, até porque todo conhecimento comegaa dda experigneia de cada um no dia a dia, Isso nio quer dizer que esta cultura deixe de vir também da experiéneia de tantos outros {que publicam ou divulgam seus conhecimentos, Outra coisi hem sempre as decisdes mais acertadas so as dos que possuem, er cientflico, utivo. Tem uma dedugdo empiriea, nunca & completa e suas cconelusdes sio sempre provaveis, O principio aristotélico de que as verdades cient ‘moditficar quando o assunto em discussio 6 uma ciéncia indutiva experimental Um dos obices em Evidencias € a falta de conigbes de acesso 2s publicagées que se multiplicam no mundo inteiro ¢ de anslise ertica aos artigos © matérias de periddicos, quando o profissional no est condligdes de elaborar suas prdprias conclusdes, ficando sempre prisioneiro dos autores dos textos, $6 pelo fato de estar publicado cem revista de qualidade e de conceito garantides. O risco desta 6 fazer aereditar existir mais evidéncias do que a ‘Medicina Legal realmente pode ter apresentar Nenhum expert pode presumit-se de autoridacle incapaz de eto, mesmo nd intencional, porque nao existe verdade soherana Por isso. é sempre aconselhsivel no se procurar certeza absolut quando tudo isso se mostra impossfvel diante de deeisdes ins Liveis, pois os caminhos da Medicina Legal sio contingentes & sujeitos a falhas ¢ ndo hd na sua pritica *verdades derradeinas” ‘ou *verdades soberanas’ 0 os defensores mais exaltalos des do escondem algumas desvantigens neste n INTRODUGAO AO ESTUDO DA MEDICINA LEGAL {de muito tempo em pesquisa: elaboragdo ce um trabalho ine! tual complexo: dificuldade de se fazer uma re sovinho; falta de subsidios fucilmente disponiveis para resolver amaioria das questes periciais; existéncia de estudos nao con- sensuais ou contraditérios e de estudos quase sempre projetados hum contexto diferente em que se er A propria expressao “evidéncia”, tal qual vem sendo c locada aqui, jd se mostra inconsistente, pois se diz que algo é evidente quando prescinde de prova ou quando dispensa uma ustificagao, A evidéncia ¢inimiga da prova, Ela 6x consagracao ‘da verdade. Assim, evidente & 0 que se mosira not6rio. Mais: © importante & saber 0 que se pode considerae como evidéncia e quem a determina como “ato coneret Por outro lado, definir evidéneia em Medicina Legal como “dados e informagies que comprovam achados e suportam opi- hides”, isto nio € o bastante para oferecer a seguranea que se espera. Como qualificar uma Medicina Legal que se diz evidente, racional e cientifica, quando ela depende tio s6 de percentuais levantados em dados estatisticos? E 0 que fazer, por exemplo, ibe que Ini casos na Medicina Legal Pericial pari os 0 se conta com nenhuma evidéneia convincente? Orisco das ideologias no campo da Medicina Legal Basea- da em Evidléncias esti no seu c por nao admitir @ pensar ow 0 pelas ideias ubstratas, mador neste paraligina, ‘que, cuanto mais complexo é 0 caso, menos evidencias: ela dispoe para uma convincente (on Assim fica bem evidente que ninguém de bom senso pode- 8 voltar-se contra todo este acerve cultural e toda contribuiigao tecnoldgica que vem se incorporando as eiéncias medico-k estcs tltimos tempos, ou pelo menos ficar indiferente a ambos Nem tampouco o que tudo isto pode resulta de contribu ver mais eficaz em favor dos melhores resultados periciais e do ‘que isto pode representar & ordem pablica e social ‘No entanto, nao se pode aulmitir serenamente que a pe médico-legal venha abrir mao da intuigfo, das teorias fisiopa tol6gicas consagradas ¢ da experigneia pessoal, pois nao existe nenhuma andlise metodoldgiea nem nenhuma prova cientifica aprimorada nesta atividade que nao tenham como parti a viven= te a observagao individual na pritiea peri Odea! sera sempre a associagio da investigacio ciemtifiea, do ensino médico-legal continuado, das teorias fisiopatoligicas cconsagradas e da contribuigao qualificada de cada experiéneia pessoal, E que a aplicagao racional da informaao cientifica e a cexperigncia da pritica pericialestejam voltadas para um objetivo que sempre destacou esta atividade como um instrumento de indiscutivel valor. ‘ont 0 eases. 2 Pericia Médico-legal 2. Pericias: Importancia da prova; Valor racional da prova; Nogées de corpo de delito; Valor do exame realizado por um sé perito; Exames para os Juizados Especiais; A prova pericial e o consentimento livre e esclarecido; Presenca dos advogados em locais de exames; Cadeia de custédia de evidéncias; Honordrios periciais; Pericia — exposicao oral. Peritos: Conceito; Deveres de conduta; Responsabilidades civil e penal do perito; Direitos dos peritos. Assistentes ‘Técnicos. Documentos médico-legais: Notificacdes, atestados, prontuarios, relat6rios, parecer médico-legal e depoimento oral. Desvinculacao dos IMLs da rea de seguranca. Modelos de laudos periciais. PERICIAS As pericias médico-legais esto disciplinadas no que dis poem os artigos do Capitulo Il (Do Exame de Corpo ite Detito € das Pericias em Geral) do Cédigo dle Processo Penal: 0 artigo 1." dda Lei n° 11,690/2008 (Dé nova redagi0 aos artigos 155. 156, 157, 159); 0s artigos 145 a 147 da Segao IL (Do Perito) € 420.4 439'da Seco VII (Da Prova Pericial) de Codigo de Proceso Civil (Lei n. 5.869, de 11 de janciro de 1973, com as modifi ceagbes dt Lei n.* 8455, de 24 da Consolidacao das Leis do Traby de 1. de maio de 1943): 0 artigo 3° das Normas Processuais do Trabalho (Lei n.* 5.584, de 26 de junho de 1970): eno § 1°, do 77.da Lei n.°9,090, de 26 de setembro de 1995 (Juizados Especiais, Civeis e Criminais) Define-se perieia médico-legal como um conjunto de procedimentos médicos e téenicos que tem como finalidade 0 ‘esclarceimento de um fato de interesse da Justiga. Ou como tum ato pelo qual a autoridade procura conhecer. por meios ienicos e ciemificos, a existéneia ow no de cet cimenias, eapazes de interferir na decisao de uma questo judicisria ligada A vida ou 2 saxide do homem ou que com ele tenha relacao, A pericia, segundo seu modo de realizar-se, pode ser sobre tnalisar (Pericia percipiendi) ow sobre uma pericia ji la (pericia deducendi. Assim, a perieia percipiendi & aaquela procedida sobre fatos cuja avalingto & feita baseada em alleragdes ou perturbagies produzidas por doenga ot, mais €0- mumente, pelas diversas energias causadoras do dano. Ou seja, pericia percipiendi é aquelaem que o perito € chamado para con forir1éenica e cientificamente um fato sob a éptica quantitativa ce qualitativa, E por perieia deducendi a andlise feita sobre fatos pretéritos com relacio 20s quais possim existir contestagao om discordneia das partes ou do julyador. Aqui o perito & chamado 1 avaliar ow considerar uma apreciagiio sobre uma pericia ja ul. “Todavia, tanto na pericia percipiendi como na deducendi existe 0 que se chy obje na de parte ohjecti ¢ parte subjecti. A parte 1 € aquela representada pelas alteragdes ou perturbagdes udus nas lesbes. Estas, & claro, como esto baseadas em os palpsiveis ou mensitiveis, visios portexlos, nie podem parte é realyada na descriedo. No entanto, a avalia- ementos da parte abject pode levar, no seu conjunt igs divergentes e contraditérios, como, por exemplo, se determinar a causa jurtdica de morte (homicidio, suictdio ou cident), e onde possam surgir conceitos eteorias discordantes, ite subject & sempre valorizada na discuss, roduzir a prova, ea prova nila & Essa pa A finalidade da perieia ‘outta coisa senao 0 elemento d ntribuir com a revelagio da existéncia ou gistrad « oportunidl sta conviceto, E 0 objeto da ago de provar io todos os fatos, le de se aperceber da verdade e de formar aliagio judi que impoe As pericias se alizam por meio dos laudos, constitu dos de uma pega escrita, tendo por base © material examinado, CO atestado fornecido por médico particular nao substitui o lu do para comprovagio da materialidade em processo criminal, a nnio ser para atender 0 § 1, do antigo 77, Lei n.* 9.099/19% “Tratando-se de iniragdo que deixa vestigios torna-se imprest vel o laudo de exame de compo de dito realizado com base em ficha de atendimento hospitalar, maxime se no havia qualquer impedimento para que a Vitima Se submetesse 2 inspecdo direta do médico legista, uma vez que fora atendida no mesmo confecgio do laudo” (ITA Crim SP, 11:143). ‘Devem as pericins de naturezs criminal ser realizadas pre- Ferenciaimente 1s insttuigoes médico-legais ¢, elas, por médicos ou profissionais liberais de nivel superior ra crea de satide correlata 20 fato, nomeadlos pela autoridade, seja no interesse dos procedimentos policial-judicirios seja nos tos policial-militares, cessitio saber que esta legitimidade de reque- ‘era pericia nio esté no fato de alguém ser autoridade, ainda que devidamente nomeada pelo poder piiblico, mas tio $6 daquela {que estiver no dever juridico de determinar a perieia (exemplo, ‘autoridade policial). Mesmo a sutoridade judici «do tal dever, tem a pretrogativa de determinar quc se aos devidos exames periciais. Podem também as per iniciativa da autoridade devin nado procedimento process administrative ou militar, Hoje as ps 12,030, de 17 de se tureza criminal estio reguladas pela mbro de 2009, estabelecendo como a atividade de peric dde natureza criminal, é assegurada autonomia téenica, cient «Tuncional, exigide concurso pi a. para 0 provimento de ciminal, os pertos de natureza criminal eso sujeltos ‘regime especial de trabalho, observaula a legislacio espe ca de cada ente a que se encontrem vinculados.” E finalmente que “observado o disposto na legiskagtio espeeffica de ¢ que 0 perito se encontra vinculado, sto peritos de natureza criminal 0s peritos eriminais, peritos médico-legistas e peritos ‘odontolegistas com formagao superior especitica detalhada er nento, de acordo com a necessidade de -a de atuacio profissional’ Nas agoes penais, o laudo médieo-legal nao & documento sigiloso, E uma peca publica, como o boletim de ocorréncia e © inguérito policial no qual ele é anexado, Quando a autoridade policial acredita que sua divulgagao pode prejudicar 0 andamento «la investigagdo, solicita a um juiz que dectete segredo de Justis sobre o case, agdes penais privalas, penis 0 juiz nomearé o perito, etal fato nao 0 coloca vinculado a pericia e, por isso, nde fica cle adstrito ao laudo, podendo aceitar ou rejeiti-lo no todo ow em parte (sistema do livre convencimento). No momento, com as modificagdes do Codigo cle Proceso Penal, o exame de corpo de delito e outras pericias poder s realizados por perito oficial, portador de diploma de curso su Perior,e na sua falta pode-se contar com duas pessoas iddneas, “portadoras de diploma de curso superior prefer na drea especifica, dentre as que tiverem habili relacionada com a natureza do exam de a0 Ministério Pitblico ido, ao querelante © ida 61g0 € por eo; essa indi a parti de sua admissa pbs a conclusio dos exames, elaboragio do laudo pelos peritos ooiciais e conheeimento das partes, Quando se tratar de per complex poder-se~d designar mais de um perita oficial ea parte indicar mais de um assistente tecnico, Emtende-se por pericia comiplexa aquela que abranja mais de uma dea de conhecimento especializado, [Nas pericias de natureza civil, o juiz poxle nomear o perito tendo as partes 5 (cinco) dias, depo io de despacho de nomeagio de perito, a faculdade d assistentes e apre- sentarem quesitos. O perito apresentaré laudo em eartério, no PERICIA MEDICO-LEGAL 13 prazo fixado pelo juiz, até vinte (20) dias antes da audignein de instrugao de julgamento. Os assistentes téenicos entregardo seus pareceres de7 (10) dias apos a apresentagiio do laude do petit. sem necessidade de intimago, Podem as pericias, de uma forma geral, ser realizaas 0s vivis, nos caddveres. nos esqueletos, nos anima ¢ nos abjetos Nos vivos, visam ao diagndstico de lesdes corporais, nacdo de idade, de sexo € a Pato © puerpériv: i tag di patemidade eda materidade: comprovagio de doeng profissionais e ucidemtes do trabalho; evidk ‘go de doencas venéreas ou de moléstias 4 doengas ou perturbagdes graves que interessam no estado do ccasamento, di separagao e do divéreio; determinagio do abort: cenire tants, ‘os cathiveres tém como objeto, além do diagndstico da ‘causa da morte, também da causa jurfdiea de morte e do tempo ‘aproximado de morte, a idemlificagao do morto,e diagnéstico da ppresenga de veneno em suas visceras. a retirada de um projetl 64 qualquer outro procedimento que seja necessito, Nos esqueletos, fandamentalmente, as pericias 8m como finalidade a idemtiticagaio do morto e, quando possiv da morte. [As pericias em pode dizer que elas hhomem com os ai imais so bem mais raras, mas mio se 10 existem, Em face da convivencia do domésticos, poclem estes, no decurso de lum inguérito, apresentar algo de esclarecimento, impondo, assim. ma dil forma, por exemplo, win ani mal que participe de uma luta pode apresentar-se Ferd ou mort, Inazendo em seu corpo um projétil de arma de fogs tornando-se Ho da disciplina de Medicina Veterinaria Legal nos cursos ‘de médicos veterinrios, acreditamos que muitas dessas pericias setaio ealizadas por esses profissionais, principalmente: Alantropologia, aos vicios redibilGrios e frauds, a traumatologia cA toxicologia médico-veterinarias legis. Nos objetos. fimalmente, nao sio raras as vezes em que se pedem identilicagdo de pelos: exames de armas e projéteis; Tevantamento de impressGes digitais; pesquisas de esperma,lete colostro, sangue, liquide amniotico, fezes, urina, saliva e muico- sidade vaginal, nas roupas, méveis ou utensflios. Importincia da prova sito demonstrative da autenticidade ow de de um fato. Seu objetivo é “formar a convie- 7 sobre os elementos neeessirios para a decisio da causa” (Tourinho Filho, FC, in Process Penal, vol. 3, 16: edigio, Sio Paulo: Saraiva, 1994). O objeto de sua apreciagiio siio todos os fatos, principais ou secundrios, que demandam 10 € uma avaliagao judicial. Tao grande & a im= portancia da prova, que se pode afirmar que todo processo consiste nela, como disse Mitermayer. Enfim, & 0 norte que aponta o sumo da Tide, Chama-se prova proibida aqueta que & obtida por meios ccontririos & norma, Diz-se que ela € iicita quando regra de dircito materiale de egitim quando afronta dda lei processual A avaliagao da prova pode ser feita por nhecidos: 1. Sistem fegal ou tarifdle — em que o juiz limita-se 4 comprovar o resultado das provas e cada prova tem um valor 14 MEDICINA LEGAL certo e preestabelecido: 2. Sistema da livre convicedo, em que ‘6 magistrado € soberano, julga segundo sua conscigncia € nae ‘esti obrigado a explicar as razdes de sua decisto: 3. Sistema da persuasdo racional quando 0 juiz forina seu proprio conven rmento baseado em razces justlicadas. Este ultimo é o sistema adotado entre ns, Nele, mesmo que 0 juiz nao esteja adstito as provas existentes nos mentar sua tejeigdo. A sentenga teri que discutiras provas ou indicar onde se encontram 18 Falos do convencimento do juiz Nilo se deve confundir conv vencimento do juiz n livre convencimiento do julgador niio & um eritério de valora alternative de uma prova legal secundum conscientiam, mas im principio racional e metodoligico que o leva a aceitar ou rejeitar ‘uma prova legal eapaz-de fundamentar sua decisao. ‘\ avaliagdo da prova deve ter © mesmo sentido que tem a decisio judicial: sem motivagio ideolégica ou emocional, mas tao s6 bascada na racionalidade e na lei. Assim, a6 julgador ndo se pede uma certeza absoluta, sendo que ele encontre a solugio mals racional e a juridicamente mais eorreta para Tide, Nao pode ‘operar com meras probabilidades ou conjecturs. Bentham sintetizava dizendo: “a prova & um meio para se ‘atingir um determinado fim”, ¢ ainda afirmava que “a arte do proceso nfo &e ie outra coisa sendo a arte de admii= histrar as provas” (in Tratadlo de las pruebas judiciales, Buenos Aires: Ediciones Juridicas Europa-America, 1971): Malatesta Gizia: “a prova €o meio pelo qual o espitito humano se apodera da verdade (in A légica das provas em matéria criminal, S30 Paulo: Editora Saraiva, 1960); ¢ Berto Freire (in Medicina legat — fimndamenios floséficos, Sav Paulo: Editora Pilares, 2010) afirma que a prova deve inserir os elementos necessariamente Tigados, e como necessério entende “aguilo que nao pode deixar dle ser”, Mesmo que exista uma verdade sobre as razdes do di- a veruade a respeito dos Fatos que se resolve por meio das provas dos autos, Assim, cada vez que a astdel sada para Tugir da revela os, ter que fu ma com fivre con- apreciagdo das provas, Dessa forma, 0 reito, existe out um: eselarecedora, urge ampliar-se «a possibilidade de investir com maior empenho na contribuigao da téenica e da eigncia como fatores de exceléncia na elaboragio da prova O verdadeiro destino da periciaé informar e fundamentar nentos consistentes do corpo de delitoe, se possivel, aproximar-se de uma provaivel autoria. Nao existe outa forma de avaliar retrospectivamente um fato mareado por vestigios que ndo seja pelo seu conjunto probante. Hoje misao da pericia nao & apenas a de “ver ¢ relatar”, traduzida pelo velho dogma do vise et repertun. E muito mais. E tona-se mais e mais sof aque a busca da verdade seja feita por um modelo de persuass ‘mais ampliado, prineipalmente quando al indicadoras ou sugestivas de det clamor da Med indispensavel que ela transponha suas soleras para que a verdade no seja o apandigio de uma avaliaedo isolada & sentenga Seja unt proposta elaborada por um ¢ por uma deeisio compartida, A importincia da prova esti, pois, na neeessidade que tem co julgador de fandamentar a conviegdo de sua sentena. Mesmo {que a jurisprudéncia admita decisdes quando varias evide se juntam num tinico fato. Todavia, 0 ideal seri sempre que se inspirem em provas id@neas, veementes e devidamente jus tilicadas. Hii motivos politicos e sociais que comegam a reelamar do perito médico-legal posigdes mais eoerentes com a realidade que se vive. Um modelo eapaz de revelar um melhor papel que 0 cu trabalho venha a desempenhar no complexe projeto de seus de eres e obrigagées,e que possa apontar com justia e equilibrio o ho ileal nas justase reckamadas exigéncias do bem commun Sendo. perito um profissional de conhecimentos e experig servigo da Justiga, ele passa a ser um agente do mais indiscutivel valor nas decisiees em favor das politicas juridico-sociais, conti ‘buindo assim com o interesse paiblico e com a paz social ‘Sua missdo em favor do cumprimento da ordem legal & ficatva, que nao se pode entend-ta jamais a servigo da .¢ sim ao lado da verdade, qualquer que seja a conse: quéneia que disto possa advir. E claro que esta forma de atuar com independancia e retickio nao depend apenas do perito, mas de uma estrutura institucional e hierdrquies capaz de asseeurar Ihe a seguranga de emitir seus pareceres endo softer ameagas & sua integridade e a sua honestidade profissional ( primeira compromisso em favor da prova éa qualidade «do trabalho que se realiza, Na avaliagdo de dan pessoal. a primei~ ra coisa que se exige em exames dessa ordem & a caracterizagio do dano corporal ou funcional, especificado pelas caracte ce pelos padres médieo-legais 1 que se propoe a perici ‘A boa qualidade da prova também exige do perito uma sticas, rds requ reconhecidas ¢ aceitas com a seguranga capaz de executar um bom trabalho: b) utilizagao dos meios subsidirios necessirios & adequaulos para realizar cada caso, em que se tenha a contribuigio inrecusivel da tecnologia pertinente: ) uilizagdo de um protoco- Joque inclia a objetividade de roteiros atualizados e tecnicamente _sarantidos pela prtica legispericial corrente. ‘Outro problema no menos complexo é 0 da avaliagao da existéneia de dano anterior ou do estado anterior da vita quando se quer estipular existéncia de dano fisico ou psiquico.. valor racional da prova Cada ver mais se confirma a ideia de que a prova médico- legal no Ambito da sulministracdo judickria deve set constitu da ndo apenas por um relato meramente descritivo Sobre um determinada realidade Fitica mas que esteja alicergada por um processo de fundamentagao racional para a apuragao da verdade que se quer apurar (O valor racional de uma provatesté diretamente no maior ou menor grau de aceitabilidade das informagdes ali contidas e que podem contribuir na avaliagao do conllito como um insuprivel meio de comprovagao de um fato. Em sum: se as afirmagses ali comtidas podem ser aeatadas como verdadeiras. Isso ndo quer dizer que diamte de afirmagies aceitas como, verdadeas elas Venhimn a aleangar um nivel de informagdes ea paz. de dar ao julgador os elementos sicientes para seu conven cimento, O principio da livre conviegto de que dispde o julgador no se constitu um eritério alternative de prova, mas um prin cipio metodoligico que Ihe faculta aceitar ou rejeitar a prova & undamentar su decisio, Entender que a convieedo pessoal do juiz, por si s6, nfo prova nada. ‘A valoragio de uma prova produzida ganha forga a parti da razoabilidade e da accitabilidade das informagdes prestadas {dos meios ulilizados para firmar as conclusdes € dos elementos {que induzem a uma sufieiente probabilidade. Os modelos mais convincentes de valoragiio racional de uma prova sao: 1) 6 que ¢ baseado na utilizagao de meios ou recursos matemiticos (probabilidade matemiitica) — dedu-se 1 partir de dados estatisticos; 2) 0 que € basealo em esquemas «de confirmagao (probabilidade indutiva) — deduz-se através da probabilidade l6gica Nos processos tado da prova seja instru processos criminais costumes probabilidade matemtica, ‘Mesimo que a prova médico-Iegal seja um julgamento pes soal obtido sobre fatos a partir de métodos ¢ recursos téenicos ecientifivos, ela nfo deixa também de ter sua apreciagao subje- livista e, por isso, pode ndo contar com a certeza absoluta, Ela iio pode ter o cariter de incontrovertibilidaae. Oconceito de absolutizagio do fato provide nao deve levar ao julgador a ideia de sacralizagio da prova nem se pode do perito que cle assuma sts convicedes como tiltima verdade Deve-se permitira ponderagao. Ngo hd nenhum exagero.em avel- {arse a prova como um feito dedutivo, demonstrative ou analitica, assim como se di ao julgador tal dreito sobre a verdade, Nem sempre a prova oferece um resultado que faculte u ficil do caso nem mesmo que ela por sis6 seja capaz de apontar todas as verdades que encerram 0 contlito, mperioso que © laudo pericial no se af dade objetiva ou material representada pela correta descrigao do que € Visto c se aproxime também da verdade subjetiva ou processual retratada pelas conelusdes oriundas do conjunto dos elementos mate is € mais comum aceitar-se que o resul- 0 por uma probabilidade lgica, e nos ‘resultado embasado na de um exposigao de razdes que sustentem a verdade das af mages. Quanto mais justficada for a prova, mais ereibilidade cla impoe. A prova ndo pode ficar apenas na alirmagio pura e simples de quem a produz, mas nos fundamentos que levara a convicgio, A justificativa é uma garantia das razdes do eon: venteimento periial Mesmio que identificagdo do fato seja feita por um pro- cesso racional, a simples descrigio das Feitos necessita de ra- es justifieat6rias para convencer 0 analista do luuddo, 0 que Va influenciar psicologicamente em cada decisio. Por isso, nao & exagerado que os operadores juridicos motivem a existencia de tum justilicaga0 como mais tim elemento valorativo da prova, Assim, 0 perito nao deve apontar uma verdade que nie ssa justificar, principalmente porque nao é raro existirem 30 Tong da deserigao fatos que parecem itracionai compreensio, Muitos acham que tas justifies prender apenas ao que € relevant a decisito judicial, ma {odo 0 acervo objetivo que se evidenciou no decorrer da pericia, Nesse particular hil duas formas de eselarecimentos: ima de carter analitico que consiste na exposigo pormenorizada de todos os elementos de valor probatéirie que levaram it afirmacaio perivial;€ outra genériea que se fundamenta na justticagao global dos fatos observa, Na pritica médico-legal tem prevaleeido, malgrado todo esforgo. a téenica do relato que se constitui tio 86 na descrigio sumia ¢ pouco detalhada dos danos estudados, mu imples nominago das lesdes, como por exemplo queimadura, carbonizagio, entre outros A técnica do relato puro ¢ simples em vez de exelarecer pode confundir e com isso favorecer uma decistio insuficiente- ida PERICIAMEDICO.LEGAL 15 ‘mente fundamentada por falta de suas necessirias justificagoes. Um mero assinalamento pode até pressupor uma verdacle, mas no representa as razdes da mesma, Uma pericia pode até re- presentar um relato fitico, mas no aponta a racionalidade do Ieito. Repetimos 0 que foi dito: hoje a missio da perfeia nao & apenas.a de “yer e relatar” traduzida pelo velho dogma do visian et repertum, E muito mais. E também diseutir, fandamentare até tdeduzir, se preciso for, no sentido de que a busca da verdade s feita por um modelo de persuasio mais ampliado, prineipalmente ‘quando algumas evicén existéncia de determin: Nogoes de corpo de delito 1.0 devido reconhecimento da verde juridica que se abelecer, 0 diteito processual penal se vale dis provas formagao da conviceao do julgador: “Quando a infra- ar vestigios, serd indispensivel o exame de corpo de cto ou indireto, nZo podendo supri-lo a contissao do. ‘quer res para Alito, acusaido A falta ow omisstio do exame de corpo de delito leva 3 nulidade do processo, conforme tem-se confirmada na pritiea forense, ‘Quando 0 evemo deixa vestigios permanentes & indis: pensivel a verificagao da muerialidade da ofensa (inte ligéncia dos arts, 158, 167 e 504, IM, “b” do CPP), RT 561/329 (4) RT SSA/339 (5) RT S34/4 16 (6). ia qual Tor 0 enlogue dado ae corpo de detito — ainda que diverso no seu nticleo conceitual, i de se 0 admitir como tumelenco de lesbes,alteracbes ou perturbagées, edos elementos ccausadores desse dano, em se tratando dos crimes contra a vida © Satie do ser humano, desde que posst isso contribuir par provar a aco detituosa. Jpso facto, corpo de delito é uma meti pois supde que 0 resultado do delito, considerado nos seus icos € psiquicos, regisire um conjunto de elementos is, mais ow menos interligados, dos quais se compoe e que thes constituem uma reunio de provas ou de vestigios da existéncia do fato criminoso, Desta forma, corpo de delito aqui considerado tem 0 sen tido somatico ou psiquico, composto de elementos pereebidos. pelos sentidos ow pela intuigaio humana. presenta apenas os elementos fisicos, mas todos os elementos acessérios que esto conectados a determinado Fato delituoso ccaracteristico de infragao penal Em sum, compo de delito & a base residual do erime, sem ‘que cle ndo existe. Quando 0 corpo de delito nio ¢ feito. de forma dircta ou indireta, eess0 null, Pode ser de carter permanente (deticta factis permanentis) ‘ou passageito (deficra fucti iranseuntis), E, portanto, o.conjunto los elementos sensfveis do dano causado pelo fato delituoso e base de todo procedimento processual. Chamam:-se elementos sensiveis aqucles que podem afetar os Sentids, ou sejt podem ser percebidos pekt visdo, gustacio, tato, sudigio e alfato, S6 pode ser encontrado naquilo que foi alingido pelo evento eri- minoso. Todavia, nfo se deve contundir corpo de delito com corpo da vitina, levando-se em conta 0 falo elementar que este Ultimo & apenas umn dos elementos sobre o qual o exame pericial buscar os vestigios materiais que tenham relagio com 0 fato deliwoso, endo assim, nio re crimes que deixamn vestizios. 0 pro- 16 MeDICINA LEGAL © exame do corpo da vitima & apenas uma fase do exame de corpo de delito. O compo de delito se compoe da existéneia de vestigios do dano eriminoso, da andlise do meio ou do instru mento que promoveu este dano, do local dos fatos e da relay ide nexo causal, Chama-se corpo de delito direto quando realizado pelos peritos sobre vestigios de infragio existentes, e corpo de delive indirero quando, nio existindo esses vestigios materiais, a prov: € suprida pela informagao testemunal de delito indineto ndo deixa delito existe ou nd existe, fato testemunhs Habeas Corpus. Exame de Corpo de Delite Indireto. “0 ‘exame de compo de Delito diveto porte ser suprido se dese: parecidos os vestigios sensivets da infragdo penal, por ou tos elementos de cardter probatirio existentes nos autos, notadamente os de natureza testemunhal ou documental (STL, Min, Felix Fischer 5." Tirma, HC 23.89S/MG) Quando, para caracterizar uma infragio, for nevessaria 2 cexisténcia de vestigios, sera indispensavel o exame de corpo de delito direto, no podendo supri-lo nem mesmo a eonfissao do suspeito. Tal fato justifica-se na exigéneia da presenca de provas dliretas ou indiretas, ¢ na filosofia penal liberal que se inclina no sentido de salvaguardar as garantias individuais do aeusado. De te modo, numa eircunstincia de causa mortis “indeterminada ‘com a auséncia de vestigios internos ou extemas de viol registrada numa necropsia médico-legal, complementada por umes subsidiirios negativos, no se poe Cogitar de morte vio- 1, nem muito menos apontar-se um AUF por Tas UE AS le paras possam insinuar Destarte, 0 corpo de delito fica limitado exelusivamente ss elementos materiais produzidos pela infragao ou que tenham cconcorrco para sua existéncia, Isso nio quer dizer que outros, elementos nao sejam significativos para se ter um melhor enten- ddimento do corpo de delito e da ago ou do meio gerador desse evento, como por exemple oestuco de uma arma ou de um objeto wiz ne Dia, citado por Bonnet (in Medicina Legal. 2. edi. Buenos Aires: Libres Eaitores, 1990) afirma que no corpo de delitodever ser eonsiderados: I. Corpus criminis —a pessoa ou ‘coisa sobre a qual se tena cometido uma infragio een quem se procura revelur 0 corpo de delito, Noentanto, sua presen isola ‘no configura a existéncia do elemento palpavel da antjurdici de, Ou melhor, o corpo dt vtima nao &0 corpo de deito, sena0 um elemento no qual poderiam exist os eomponentes eapazes de caracterizar © conpus delet. 2. Corpus instrumentor — a ‘coisa material eom a qual se perpetrouo fato criminoso e na qual serfoapreciaas sua nature7a-e suaeficiéncia. 3. Corpus probuto run —oclemento de convieeio: pas, vestsins. resultados ou ‘maniestagdes produrids pelo fat delituoso. Ou sea, oconjunto de tos a provas materiais de um crime. Hii de se considerar ainda o que se passou a chamar exa me de corpo de delito “de forma indireta”, feito por meio de ddados contidos em e6pias de prontuiios, elatGrios de hospital ou simples boletins de atendimento médico, quando dante impossibilidae do exame no periciando, prineipalmente em c sos de lesbes corpora Entendemos que os peritos, para elaborarem os laudos ‘ou autos de corpo de delito, devem imperiosamente examina ‘6 paciente, constatando as lesdes existentes © analisando com critérios a quantidade e a qualidade do dano, assim como tod juer circunstineia digna de registro, respondendo em xlas, Por isso, nio podem cles se valer rigs ou relat6rios hospil xlo eaistirem, devem serv sim, para uma an i «la autoridade. Num dos peritos, que nfo examinaram a vikima, tal exame de corpo de delito baseado tio $6 em prontuatios ou boletins de atent ‘mento médico. (O maiximo que a autoridade pode exigir da perfeia, em forma de parecer, € a interpretagio de alguns pontos mais obs= ‘euros ou controversos contidos naqueles documentos, como, por ex ia ou nao do perige de vida configurado em circunstiineias iguais quel, Jantais a reconstituigao de um «quadro, prineipalmente quando decorrido um certo tempo. I istineo-se em tal procedimento, pode-se dizer que este ento miédico-lewal & imprestivel para fins probantes, pois alei processual penal reporta-se de maneira muito clara: “quando ‘a infragio deixar vestigios, ser indispensivel o exame de corpo de delito, diteto ou indireto, nio podendo supri-lo a contissio. do ‘acusalo, O perito ainda pode responder por infraeao ao artigo 92 do Cédigo de Ftica Médiea que assim se expressar "E vedado ‘a0 médico: Assinar lauds periciais, auditorias ou de verificagsio ‘édico-legal quando niio tenha realizado ou participado pesso- almente do exame.” Outra coisa diversi, no entanto, 6a utilizaedo de atestados, édicos ou deckaragses de hospitais, como de uma cirurgia ou de uum laudo radiolgico, para subsidio no ato do Exame de Corpo de Delito ou do Exame da Sanidade de um paciente que esta sendo examinado pelo perito. ‘Valor do exame realizado por um s6 perito (© taudo de exame de corpo de delito ¢ tio importante no processo, que nossa lei adjetiva penal o considera insuprivel © indispen ‘mesmo diante da confissio do acusado (artigo 158). a, com as mudangas do Cédigo de Processo Penal, fica estabelecide que “o exame de corpo de delito e outras pert ccias serio realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior”. E que “na falta de perito oficial o exame sera realizado por 2 (chias) pessoas idéneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na dtea especitica, dentre as que tiverem habilitagio técnica relacionada com a natureza do exam”, Logo a Tei pass a admitir que as pericias possam ser feitas por um dnico perito oficial Todavia, “tratando-se de perfeia complexa que abranja ‘mais le uma drea de conhecimento especializado, poder-se-it designar a cde mais de um perio oficial, ea parte indiear mais de unt assistente t -Meesmo que as pericias vena sendo feitas, na sua maioria, por um tinieo perito, seri que um laudo elaborado nestas con digdes tem o valor probante ¢ inquestiondvel que se espera de ‘uma prova? vio basta um s6 perito & que se faculta a0 stente de acusagiio, ao ofendido, a0 acusado a formulagio de quesitos e indicagio de assistemte téenico. Ou sea, que se traga ma ‘o contraditsro, © Supremo Tribunal Federal antes, em sua Stimula 361, dixava o assunto assim definido: “No proceso penal, € nulo 6 exame realizado por um s6 perito, considerando-se impedido © que iver funcionado, anteriormente, na diligéneia da apre- Em matéria roativa ao te dde Sto Paulo, em sentenga proferida numa acti favor de Clarice Herzog e filhos, contra a Unio Federal, exelu toda validade do laudo, eujo exame foi efetivado por apenas um perito, 0 afirmar: “De tais motivos decorte a inefica de exame de corpo de delito realizado no ekiver de Vladimir Herzog e, consequet cam prejudicadas todas as cone clusdes a que o mesmo chegou, 0 que torna imprestvel para fins probatGrios pretendidos pela Uniio Federal Pode parecer absurdo ou descabida exigéncia fazer com que, por exemplo, num exame de lesdio corporal, onde existam escoriag c-se a presenga de dois pe- ritos. Nio, ndo & A experiéneia tem demonstrado que niio, rho mundo da Medicina Legal, nio existem casos simples, Tudo € importante. Cada caso pode encerrar, por mais simples que parega, significagies Uo complexas quanto se possa imaginar, Assim, mesmo levando-se em conta a capacidadle profi sional e a idoneidade do perito: a praxe, entre nds, de 0 ex ser feito por um s6 legista e também ser assinado por um outro {que nao participou do evento: estar o documento constituide de toda as suas partes e devidamente deserito e fundamentado no melhor tigor técnico, 3 luz da I6gica cientifica, entendemos que 0 cexame feito por um s6 perito ¢ insuficiente como valor probante rho curso de uma apreciagao pericial, pois omite a afortunidade do contraditério, ‘0 Supremo Tribunal Federal ji considerou corpo de delito inditeto 0 laud assinado por um s6 perito, corroborado por t munhas (RTT 65/816). Estranho, pois € consenso que 0 ex corpo de delito indireto nao pode ser acmitido quando & possivel arealizagao do exame diteto. (Ver Nilo Batista, Decisdves Crimi= niais Comentadas. Riv de Janeiro: Liber Juris, 1976, pig. 105.) su6im par fortalecer Joss de Moraes, i 0 juz Mi ede Exames para os Juizados Especi Cump indo o que estatui o artigo 98 da Constituigtio Fede- ral, que cria os Juizados Especinis Civeis e Criminais (Tribunais de Pequenas Causa), orientados para julgarem, entre outros, os crimes dle menor potencial ofensivo (as contravenes penais © 1 lei comine pena maxima no superior a o.com multa,axlmite-se a dispensa do inguérito policiale do exame de corpo de delito quando i materialida me estiver aferida por boletim médico ow pro Eo que determina 0 § 1°, do antigo 77, da de setemibro de 1995, As razdes desses Juizados Especiais 6 a simplicidade, a celeridade © a informalidade como mecanismos de economi processual, procurando-se maior rapidez nas solugdes de pequ hos contitos, pela transagio e concilia Entre esses crimes de menor poteneial ofensivo esti ns sujeitos 2 apreciagdo téenica. Agora, com o informalismo essa agdes, pode-se dispensar 0 exame de corpo de delito, desde {que substituido por simples boletim de ecorréncia médica, Acreditamos que essa tenhat sido a maneira encontrada de solucionarem pequenos conflilos que Se arrastavam em demo= 29,099, de 26 PERICIA MEDICO-LEGAL 17 rados processos, Também uma forn 10s Institutos o-Lepais de exames irrelevantes ¢ insignificantes, deixan- ddo-se para esses Grados os casos mais eomplexos. Todavia, hd algumas situagdes que devem ser consideradas, ‘como, por exemplo: 1,° — Se a agio ni se encerrar no Juizado de Pequenas Causas e prosseguir para a Justiga Comum, como a natureza da lesdo for leve no momento di agressio e depois da dio © da transaedo vier a ser agravada apés a senten inrecorrivel do juiz, como remediar tal questio? 3:°—Se nao hi cconciliagio ou transacio entre as partes, a Ju ‘como insttuir 0 processo, sabendo-se que a falta dh por meio do exame de corpo de delilo leva & nulidade proces sual? Como proceder? Hoje, através da exegese fornceida por respeitiveis doy Uwinadores e pelos tribunais superiores, tas indagagoes ja respostas. Vejamos, 1. Na pritica, se houve um erro dos peritos ao claborar 0 kaudo, que leve o representante do Minisiério Pablico aentender que é grave ou gravissima, o process éredistribuide para ‘uma das varas eriminais comuns ¢ entio 0 nove Promotor de Justigaaditard a demincia e requisitari a0 Juiz um nove exam c complementar, uma vez que, na hipétese rio mais seria leve, ¢ sim grave ou grav se nito mais existirem vestigios, o mesmo se ndireta, através do prontuitio médico, das testemunhas, ou de um parecer médico-legal 2. Da conciliagao ou transayao aceita pelo Autor do Fato, eabe ologar ou ndio. Homologada a transagio ou a as legais, 0 processo € arquivado. Nao aceita a transaeI0 ou a coneiliagio pelo autor do fato, © proc: a Instrugao e Julgamento, instalando-se o contradit6rio ea ampla defesa, ¢ ao final uma sentenga absolutéria ou condenatéria, cab para a Turma Recursal. Porém, nada impede na transagtio 6 na conciliugao, uma vez que nio é apreciado 0 mérito «da questio, que seja a ado novamente proposta em outta vara criminal se um evento de maiores proporgoes venha a ocorrer em virtucle de uma causa superveniente ou pre existente agravante com nexo causal decorrente da lesio leve inicial. Esta situaedo je esti prevista no Cédigo de Pro- ‘cesso Penal. Na Lei n.” 9.09995, ficou estabelecido que is situagdes ndo contempladas peli lei sera0 aplicados subsi- diariamente 0 Cédigo Penal ¢ 0 Cédigo de Processo Penal, Portanto, se apos a coneil apés a sentenga transitada em julgado fiear provado que a vitima teve seu estado de rravado ou ent venha 3 falecer em decorréncia da lesto leve recebida, 0 processo seri agora apreciado pela Justiga Comum, € novas provas serio, adas sem prejuizo para o Estado (AcUsIG0). ‘oprocesso sera remetido nda, 0 Promotor de Justiga lancar a proposta da suspensio condieional do processo, ‘A prova pericial ¢ 0 consentimento livre e esclareeido Consideranddo-se o principio constitucional expresso no artigo 5° — II que diz: “ninguém & obrigado a fazer ou deixar de fazer aleuma coisa senio em virtude de lei" ¢, ainda, 0 que TF dizendo “ninguém pode ser coagido ao exame out 18 MEDICINA LEGAL Inspecio corporal, para a prova civel” (RITISP 99/35, 1 L1/350, 112/368 e RT 633/70), resta evidente que ninguém esta obtiga- do a ser submetide a qualquer tipo de exame pericial sem su permissa Mesmo que se trate de matéria de ordes 6 ineresse comum prepondera ao do particular, ainda assim a averiguagdo da verdade miio pode nem deve se sobrepor 20s ¢i- reitos e ao respeito que se impoem ao examinado, que veoh a se omitir ow a se deivar examinar, Nao eabe dizer que “os fins justificam os meios Ninguém discute que a prova médico-legal, em tantos ca- sos, seja de importincia indiscutivel quando busca evidéncias rho momento de avaliar suas origens e suas consequeneias diante dos diversos interesses jurisdicionais. “Todavia, para se ealizar uma pericia médica, qualquer que sejt sua natureza, com ou sem os ehamados métados invasivos, fimento livre e esclarecido do examinado ‘ou de quem legalmente o represente, Nao seria correto admitir-se mento daqueles que sto assistidos nas priticas cas © preventivas das agoes de satide Desta forma, quando do exame médico-per perito informar previamente sobre o ebjeto, fins, riscos.n © exames que se devem realizar, assim como quem sol aquele provedimento, ‘Ainda mais: tais informagées devem ser prestads pelo proprio perito ao examinado capaz. ou sos seus representantes legais; devem ser dadas antes do inicio do exame; devem ser cemitidas em linguagem compreensivel (principio da informacao cadequada). Em suma, pode-se afirmar que 0 examinado diante de uma avaliagio médico-legal tem o direito constitucional de recusar-se a realizagio do exame, pois ele esti com essa ne- ugativa exercendo a prerrogativa de no submeter 0 seu proprio corpo a uma prova que niio deseja e o direito de nao depor ou fapresentar provas contra si prdprio. Isto ii esti muito claro ‘quando da decistio do Superior Tribunal de Justiga na recuss submissio 3 coleta de sangue nos exames de paternidade. se isto considerado uma ficta confessio ou nao dentro da logic: indie publica, em que deve-se obter 0 conse ypenas 0 conse sss Presenga dos advogados em locais de mes, A Lei n." 8,906, de 4 de julho de 1994, que dispae sobre 1 Extatuo da Advocacia, © a Ondem dos Advogados da Brasil — OAB, em seu Capitulo II — Dos Dit "-diz-em seu item VI, letra c, que sio direitos do advogado ‘ingressar livremente em qualquer edificio ou recinto em que Tuncione reparticfo judicial ou outro servigo pablico ont advogado deva praticar ato ou colher prova ou informagao til ‘a9 exercicio da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, ¢ ser atendide, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregade Desta forma se entende que estando 0 advogado dev damente habilitado em determinada agao tem ele 0 direito de comparecer ¢ assistir 20s procedimentos onde se collem as provias em favor de seu constituimte, mesmo durante inguérito policial. Com muito mais razdo se esta & a vontade do seu assistido. Tais prerrogativas da norma que regula o ingresso do advogado em determinados loeais e recintos tem o sentido de ampliar a lisura e a transparéneia dos atos do inguérito ou do processo, # claro que a presenga doadvogado em determinados exa- ‘mes pode traeralgim construngimento, nats sto ser fa resolvido com a aquiescéneia ou io do examinad. Se comsiderarinos tao 380 disposto no Céigo de Processo Penal, ple-se der que os aos polcits praticados no curso dioingarito— incluso o corpo de delito — ni esto acessiveis a0 constituido do investiga. ‘Tokvia os regulamentos eoneernentes ao exereicio da axlyocacia no sioestranhos i eixcunstincia sob analisee, por asim ser no € possiveldeseartarse a inciéneia do disposto ni Lei n® 8.906004, antigo 7. incso VI, letra c, Pode parecer ‘tovorténia de une coli das norma supracitalas apical oe que seriam, em principio, icone ha apenas um aparente conto de norma ja Imperioso reiterar-se, aqui. a cicunstincia de @ presente se ser raced omando-se como referencia os aspectos priprios do procedimento ti fase inquisitorial, poi, como se esa fase process st é Hguide e cero ‘A realizagao do exame de compo de dette, ainda que in- seria no conjunto de mciose condutas utlizaveis na pitiea do Inquétito Polcial pars aferigao ca ocorréncia de fat delituoso, de ser leva a trmo deforma secret uma vez due esse modo de Fazer io se apresenta necessirio a validade {i eficiéncia do que se quer apurae no inieresse da sociedad Sabe-se, extraindo-se ca norma penal, que o institu do sigilo no €absoluto.endo pee ser imposto de form indisriminada Sein comm sso deinar-se de fr emt eontaointeresse social sempre «qu exis um crime sob investigago. ‘Nesse set, vale regis decisao proferida pela Setima Turma do Tribunal Regional Federal da 4 Ri 1. A constitucional publieidade das atos processuais € 0 direito de acesso indispensivel ao exercicio da advocacia tencontram limites ma protegio social, nos estritos i das hipsteses legais © enquanto a descoherta da dl ppudesse frustrar seus objetivos. Preced 2. Niio podem ser admitidas medidas restrtiva tos dos cidadios (prisio, sequestro de bens, invasiio de domieilio para busca e apreet constitucional ou legalmente protegidos...) baseadas em investigagbes cujo segredo se ma 3. Sempre terao o investigado e seu advogado acesso aos autos de inguérito policial e, uma vez concluida a dili- _2éncia sigilosa, mesmo a ela ser enta0 permitido acesso imediato dos investigados, no existindo direito a {de vedar tal acesso pelo interesse de continuidade em novas Uiligncias investigatérias, 4, Seguranga concedida, - (TRIBUNAL — QUARTA REGIAO. MS —MANDADO| DE SEGURANCA. Processo: 200504010332337 UF: PR Oraio Julgador: SETIMA TURMA. Data da decisao: 27/09/2005 Documento; TRF4001 [4877. Fonte DIU DATA: 19/102005 PAGINA: 1254, Relutor(a) NEF CORDEIRO. Data Publieagao 19/10/2005.) No mesmo sentido é a opiniio de Guilherme de Souza Nuc- ci (in Manual dle Processo Penal ¢ Execucdo Penal, 22 edica0, Revista, atualizada e ampliada, Sao Paulo: Editora Revista dos ‘Tribunais, 2006, pig. 150): "Além da consulta a0s autos, pode - apenas aeompanhando, a produgao ds da sua prerrogitiva profissional provas, E consequén de examinar os autos do inguérito, copiar pegas e tomar apon-

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