Ana Gomes Porto

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“SHERLOCK HOLMES E SUAS IMITACGES MAIS GU MENOS GROSSEIRAS”, LITERATURA DE CRIME NO BRASIL! Ana Gomes PORTO" = RESUMO: A publicagio de vena Tieranira de erlene net Broaill (nacional & xtrngein) fui bastante comma partic, principalment:, da década de 1871 Preende-se mostrar que havia uma disteminacio destas publicagbes, ediradss em diversos formaens: folhetim, livea, fascéculo. Uma ampla circulagier deseas histdtias sugere que havia um interetse de lelnores. editates e autores nesta predupio, que fal Becilirade por uns incipient mercado de betray, gerade pela divessidade de jornais, liveexosedienges ¢ ipegrulias « PALAVRAS-CHAVE: Literatura de crime. Criminoiit, Derrerio, Jornalisme ¢ Etertura ‘De agus tempo a euta pare of romances pollchls es suvelad sangentas invediram a Livearias, constineinde-Thes om quis rendasm mogécke. Multa rete: ba Inj qe: este IE sendin Sherluuk: Hiss sn sine iritagfas: main cat menus preescina, ver ¢ que JE hoje menanaa de amor, mmanas mealies, romances socials, novelas mmanesas? Alpuém jd den pri de sbree canta oo tide periments de simes e de sangod H3 newac leituras orca meas pexfita, wa verdsckia oazib cho crime. E prods weniderar que oromaioe nu deina de cer wind influbsrcia ienpoetanie ina educagdo da seocidade © na vida do povo, que é sempee aenema criasign, ‘As almax impressioniiveis dax poboa e grosis currendrx 0 emprgadar nso vibrom sengo coma Jetura du romance haraso, om que opama tinian 0 crime ‘com a visio do rearre popular, cuja declaragso # de mangue, "Viana obserrada ulimamence, pe poder Imperieso da sugestin, desenlaces ead das pooezas doa herds dos mmances, Dir Faro, a liceranura rubra desta vnenos jpérfidhess mar nem tude eke ¢ ume Snvore danidha que se diva extizpar at¢ 3s ralees. Cluais seus frums tieeis. de valor exoaal ou coal (NICEPORD, 1913, pAa7) (Cannas de Beavis ds Pac © Wninrage = Wvisicrdcade Mecolea de Ph ie de Citactas Muvmaayt Pinca, SP— Brasil. 1323-170, LUsboump ~ Universidade Fadel de Campinas Disparramearo de‘Teowia Lirerdristratiram de Kicade da Lingpaggne: Carian, SP — Boe 19083. —anagpe seam be Ampp roltadea parse do men deupndy ddcadbdy om 2008 oe Daneman de Hira da Unicon PORTO, 22400) Poapaias resicach arn Grancamens da CAPES (2003) © FAPESP Cat 27. AAnige roocblde eon 0 2 judo de 20% ¢ aprovade ex 27 dk sowemibre de 208, ee Let mo wae, 31 a pam, pt 22a 1h (O chjctiva do autor neste artiga publiceds no Boletine Policia, periddicn direcionado’ aes membros do apacato policial © judicidtio, estd em delieas “a iris esaLifiea (MICEPORO, 1913, 443) © sucetea as antares Wenicas dha “investigador moderna cSenciflen” (NICEPORQ, 1913, p38). Na decomet do texto ac aprecnam ao |eter demonsragies de wenicse de inecetigagia wealizadas pos hooens ligados & policss curnpeia. Nesse interisn. « comparme eulte a “detetive ceal” ¢ 0 “detetive imaginisio’ se fina part de wma equsiparigle entee personsgens de Conan Doyle (Sherlock Holmes) © Emile Gabor (Leeng) © ns homens respoowivels pela descaberca cle crimes cue unilizacam 2 invesngacsa cienrifica (exame do local do crime e do cadiver, interpretagi de pegadas, impreseiv digital, entre outras sécnicas). Ha um sentido de evolugéo dos deccobrimentos téenicas de investigaci policial, os quais altrapassariam s imaginagio dos romanciscas, que teriam um. “manancial inesgotivel” de idéias par novas novelas (MICERONG, 1913, p44). A coumesayio de descuberas cieatificas preemies nos comances poderia tomnd-to “Eruce dif] ¢, cunequenmamency, “de valor moral ou sucial”. Apesar desse abjerivo principal, o crecha em destaque aponte outea ‘caracreristica: ar “nowelas sangrentat” eram apradiveis 208 leitores, ensre as quais st tornavam objeta de entretenimente ¢ ultrapasscvam o swceso ae autros romances. Esa popularidade, porém, nio agrdava o auror, que se declariva contra a leinura ide tais romances: pelos Keitorcs comune. jd que esses sora “alms imprcssiondreie Assim. pars alguéi Inceresado ans desuendamentes da citncia ¢ wa utilidade indutiva da busca de criminoens (ou seja, as pesons tigadas & palicia ou justia). os remains seria dncis. Por outre blu, parson “itor improsinniveis", a¢ ‘proccas doe herds” se ronuriaen enais celevarnes ¢, walvex, Indueiscem a crime na sncledade: “Temas observade ultimamence, pelo poder iraperinsn da sugesvia, desenlaces reals das proeaas dos berdis do romance.” A consmmacie da exisiincia de uma lineracura de crime no perloda nie se dave apenas no mundo curopeu (a autor do arcign era um escudioso italiano, vinculado ivercola lombrosiana), No Brasil bavia uma produgia desias narrativas, fro que jurtifeard 9 tradupiv do artign em um peridelioa bredkiro claramente dourrindtio#. Houve um imteresse maior em publicagées de livros que tematizavam crimes a janis de 1870, incentivande uma producio nacional ca edigéo de iimercs tinalas estrangricos, Este interesse ~ de piblico, edimens:¢ aurans ~ em publicar lirras (oa folketins} que tinhs 9 crime (ow criminosns} como eian central da narrative camino em parslelo.a newas forma: de investipacta e conerale do crimee de criminean ree discursos médices ¢ de anzeopélogns criminals. “EL Biden Polat jabbcers wiggs rnduaidsn casxBaain © acigpn he accra brates, oreaabncatc Figahors pia vps Un the pistes udabersabre rears Boe fi Elma ke Carla ue. 1 feted gue dévada do ofan XE panna daipt o Casinris de Meariicacto © Ematinica. sé de escear ‘Furs de profemer « dese di Esuala de Polls Mirae fir ist Fee Let Bo Pec. 8,5 TSE jel Mb 003 (O objetivo neste artiga send mostrar as caracteristicas gersis de algumnas dessas narmtivas de crime, tentando sttud-bs nese context deampla discusdin sobre crimes ecriminoss. Pretendo, ainda, dctalhar o circuiso de publicagio, especialmente no Rio de Janeiro ¢ So Paulo, No final do século XIX surgiram vatladas pesquisas sobce 0 cardtce hereditirio da critinaliclide ¢, simultancamente, inventarem-ie novos tipos de identificagia de criminoms e técnicas de investigagio. Estudiosos tentavam delinear um quadro mais exate para que os “delinquestes” fassem identificadas e, em 1489, “[..] sodas as sumidades da Europa em marésia de medicina legal, de antrapologia criminal ou de docnyas menuais"(DARMON, 1991, p.11) se reuniam nur congresso ein Paris, tendo A frenec oe receners trabalhos de Lombrose, qyue- *|...| acabara de cemmonserar a0 cundo arénito que todo delinquente ¢ um Individuo que camega of estigmas ativicas de suas tendincius criminoes”(DARMON, 1991, p12). Multiplicaram-se a5 descobertas ao redor dos criminosos ¢ da detecgio dos crimes. Enure eles estavam os trabathos de Bertilion que ctiou, por volta de L880, aantropomenria judicidria ¢ de Galton sobre as impressies digitais*. Tais métodos se adaptaram perfeitamente 4 individualizagio dos criminosas ¢ faram dreis para identifiear cada criminoso, criando um hisdcice cde reincidenres através clas chas sinaléricas, Delinesya-te, porranm, rode um sistema haceado na citncis ¢ no seu. carkter de neutralidade para que crimes ¢ cciminosos pudesseu scr idenuificados. Segundo Darmon (1991, p.16), “Lf a ceiminalidade transformou-se, pot volta do final do século XIX, num trampolim pars a medicina na rua conquirta de poderes”, No Brasil ocorria o mesmo process, Cancelli (2001) nota a presenga de um paradigm baseado oa cientificidade nos snos finais do século SUX. © crime ea nogie de chases perigusas sc vircularia av saber da medicina legal, que informava a policia ea juciciiria e definiria a¢ metas de reprexeio social’. Portante, “|...] higienizar e moralirar as cidades, antes de tudo, significard cocnbacer a degenerescéncia da individwa paraa coletividade, em nome da céncia c ndv do individue"(CANCELLI, 2001, p.51). Chathoub (1996, p.35) aponta que a prsenca intensiva de médicos ec higienistar no Brasil nas décadas finais do séeulo XTX adquiria um cariter de neutzalidade quando, na verdade, era estritamente politica: “Ean suma, tornava-se passive! Imaginar que baveris una farma ‘clentifies’ ~ iste é, ‘neutea’, supostariente acima dos interesses particulares ¢ dos confliras sociais em geral —de perio dos problemas da cidade © das diferengas soctais nela exbstenues’, © Yor Girma (189) © Basan (151). * Komanse come. carmpin, en relsiéeio spreseatudn se Secietirin ds fumeiea de eitade de Sig Pauls em 1B0% 1s dei dp stepemneriserrsinal.C) Chefe de Pollet arc maim prescapade com 5 “nimem seule de desis pou crimes contra a pr priedade #3 peas” ex ennemylbscia da “vogahendagem, embbrisgus «do sso de arsuas jocobidae” + pretend war » aatroponnetria criminal oom Roem de dereeedn dee criminnane « oreencie do crimes (HELATOORIC... 1895). ew Lat, Pa, 99,2, A SH, pe i, 2011 193 Se bavia umn esforpo maior em cercar os ctiminosos numa tentativa de higienizar as cidades, nos jornais as noticias de crime ocupavam um espaco raznavelmente grande, a5 vexes na primeiza pagina, com destaque. Casas de sucesso com desfecho ém mont ¢ muito sanguc duravam dias, 35 vera, meaca, Os gatuncs ow amigos do alheie (como erm carriqueimmente conbecider), om as quidtilhas organizadas, também cram peconagens relevantes cessas noticias’. Os crimes © © mistério, que mmuitad veres etava subjacentes 4s bispétlas, inttodusiam novas formas de wilkagio dow expagns entidlianon cos jomais. ‘Oescritor Valentim Magalbge: comenca o asexuinata de Mme. Asty em 1490 no Rin de Janeiro ¢ cxplicita farmas de explomgia do cpisidio, servindo come am excelente exemple de demonstrar formas de utiliagio do expan des peridelives coer noticias de crime mais daboradas ¢, porque nfo dizer, mais literdrias. Francs sidenote no Brasil desde 1882, parteira na Santa Coa de Miscricindia, 0 seu asmasinaro causou “profunda impeesste no Rio de Janeiro” ¢ (ol veena da coluna “O munda flaminensc”, escrica semaralment: pelo escrisor no jornal (Brad ale 5) Pade: Un crime curieafisimo este. sobreruda do porto de view da artropalogia criminal. Entictanto jingu tis fabs meBel Oy jormais litarare-oe a dr a deen do delito, algunas informa pies sobre autora e vitima, uns retrabos, de amber, quaxe rio horrendas coma o crime, ¢ mals cada! Pois olbem, caros colegas, exe crimezinko bem aproveitads, trstado 4 modems, diva asounte pare entrever dirance cine dias, pelo menos, a nsactivel ccusiosidade do pelblics Ba, dirctur de um jatnal da importinncia © dos recarsce 410) Paix ou da Gaseta, incumbirla da onda de crle au romances do puke de Aluisio Azer, que tudo havia de exeminar de perca, fazende uma reportagern iniguakivel ¢, depois, uncumggaria a Raul Foepéim, por exermplo, de apeofundar 0 errranho caso de pscolngis criminal, estudando os antecedentes ea mentalidade da xine, Inno € que xeria. um serviga de imprensa bonita! (O mundo fuminense’, 5, 1WYO, pl}. Valentim Magallsses (1890), ao enaitir a sua opinigo sobre 2 importincis que we noticias de crime ackpiriam oa impeersa do momento, evidencia a inrensdo (ou a desejo) das diretores de jornals naqueles tempor: 4 apromimayio de evlatoes de crismes © Ver Form (2008 * Avcoluna shonin foes do cvidiann,episddoe main dvagaucs es impreza, sca politica, enmeneicion liseiriow equalqaes ouice amunes que hia vido relenae ap Ro de fascira. 2 Valesaien Mayall ipa. Seramms, peridies eradn co Fal de | B84, m4 Fry at i Pa, POE ROM, pl hae SOL a formas narrativa: priximas da literatura. Na mesmo ano de 180, a publicagzo pelo mesma jornal O Aicads de 5. frulo de tm crime na Pape dmperial, no espace destinade a3 noticias © no no vodapé, era indicative de que ji havia uma apmopriagio de noticias catidianas em Formas narmativas mais prlacivess. Lim crime me Papo Fmperial aprescntava as metas caracteristicas das romanses scriados, porém, com a diferenga de se rratar de uma hisedria gerada a partir de novicias sobre © aparecimenta de um esquelet na Pac Imperial O marrador era, aparentemente, real: um supostn advogada de hoperinings que pretendia esclarecer 0 aparecimenrn do esqyelera. “caso do esquelero™ envolvia diversas noricias em jormais paulistas + cariocas, além de ourros dois folhetins publicades simulrancamence cm ounos jornais; ( eapardsto, Mistértes dt Casa de Braganya (Gacera de Norieiay, Rio de Jancleo) ¢ O-erqeielero do Pago — histivia d'siéra hirauly (Diarie do Commercio, Ria de faneira). Além de ocuparcm um expayo considerivel nas folhas da epoca, os crimes se multiplicavam sob 3 forma de romanors-folbctio cde publicagiies de liveciros-coivorcs etipografias. Assim, romanocs em que un ertmne sc tornava o ciao ccitral da mareativa enum exibides ao rodap! des jornais didios c Hvees sobre crimes cram edltados pels mais divers edisorar - 2: vezet, um folhetim impresso soba forma de volume pela propria tipagrafia do jormal; as veres, wa histdria nova, publicads diretamente em volume. Entre aurros titulos, pode-se destacar: Os ermrnguladores do Bio ou 0 crime de rua dz Ceriocs, A naive do anasinads, Q crime dx mutlt preta, © crime da mai ou: um sriminose inovente, () crime de Anarequare, Rowbo de um diamante, O ffruto de win crime, Na senda do crime, Criminons Célebrey, 0) Ladnto, O médice assanina, ( rowho das reis milhder, Narvativas de crime © Newgate Gelender era um ripo de narrativa publicada na Inglaterra © que faaia parte de uma teadigto de histérias romanceadss de criminesas. Tratava-se cle uma crénica detalhada, que circulva principalnence na primelsa metade do século. OX, acerca dos condenadns & forca, Seguida Ronald Thora (2001), estes relaros, nuuite popalares, inspirram wma produce literiria cenerada ne crime que, por su vee, indluenciou a “detective fiction” do final do século XTX. Para o autor, histérias de crime foram cenrrais na lineramira da perinde viroriana © no se concentraram smmenite ria final do século, com o sucesso estrondaso de Sherlock Homes. r um die cpio cs nine dasertao de snestrlo (PORTC, 260%). Wer. nambém. Por ooo, Whee, Let, Ste Paki, 81, 2 pHPU-, jed Aee 2001 193 Astin, comances como Afary Herron de (848, Great Eepernanton de 186) ou Paniel Deronda de 1876 poderiany ser reconbecides cama “detective stories” eon alguns umenioe dha narcativa, prineipalmente eaqueles em gue se rewelava uma identidace secrets on um ate criminos atmvis da ineestigagio, Contude, conclui n dubor, iseg nde wigevitics equa [..] tude somance dn aiculs X1X 6 uma hisndcia de detetive ou que as dlistisgfies entre diferentes tipas de parrativas vin ireeleyantes, Issn indica, pelo contrdsio, que at condicbes bindelnis yue derum wtigens 4 seas feta ‘também teeram lugar (mais ou menos} em praricamenne rods o¢ curs ripos de literatura no periodn, Neste sentido. inwrestigardo é tame uma qualidade de tados us romance vihiriane quant ama eapécie distinta de mmance viroelano em si mescon (THOMAS, 2001, p70). Apewar de nto idenrificar um nome para esse tipo de pendagin, Louis Chevalier 1998) indica que o tema crime era comiquelna para as consemporinens parisienses momando-se. inclusive, popular em diversas formas de entretenimento que perdiraram durance a afculo XTX. Assim, aint arividade lirerstia que tentassc oc wolkar a om, piiblico mais ampio, normalmente centrada no melodrama ¢ nas crhnicas pupabarce faslam a refesinci 4 crimes. Nese mesmo caminho a imporses s tomava um oflebm veiculn de comunicagio, em grande medida, ome deouminca das noticias de crimes. Paris, de acamde com Mancel (1983). via procperr “o maior sersacionaliseno possivel” neste periodo”. Pormnao, parece existir wm caminho de dias mas: ae por am bdo of crimes eram populares ¢ riravam entretenimento, por outre havis uss peresivel asimilayio dos métodos de mgressio ¢ controle social (O sensaciorullsma" parece derivar diretamens: deen formate de noticia criade pa década de 1860, na Prange. O four divers sungle no fe Peeit journal © competia tom o sues que feziam os folhetins. Tratava-se de...) uena noticia extraoadindtts, + alpene reraances des anes inecheis da d@cosla de 1860 oa Lagdatcere cram surmcacha pelos cure puctsoar Come “batanros seers” Fenian tute cadre pidabic, per ecerpin, Thr emu oe adeer de Wilke ‘Chilling em 1860, que Fei transfecmad em para teatral. Paces citar, anid, fay Aug fy oaberh Hadden erp ao Thy maansteneey UNG, de Wilkie Coline. Av aloes hisutois lisecin ho rorearcx police cons penypectien de corspertuder os avitiecs yse cxruaru a permeantarin, por muras perartex, fas bintink de Sesce Helrees, Franco Moret (2000. p21, gfe ea arcs) repara que: “|| maea ot ‘precarmme’! de mumdo eis jacopans. reparuics-4# om plows do aude XD ¢ purperesderie > toarpe gut se een pasa porcebey que chet ede wi apaatn Mptninn erurs comebiahe. pita eras irugecnnda — mums clea bv saan Cmte unr an eae.” 9 Sessional” (aio wesertoead acai) ¢ ums puluete que serena icapettuaran eeniaejas de vigniionden so loape derizale JOD, Aanime, de um ararida rerio aperea & irapresisa fice eseasoaiaé coeen indica Lhemtrie de Lingus fomepue, esergilads por Antonis Motées Sle Lishos, 1413, cium auliiveudea aoridaa Spraneat. Mp Cicwadrr Canmepaniars da (apc Seeman, puliScinks poe peucina ven 1868, a palanra srneactn wea area “impress vera ures erty”, ctarads ceuna-exerapde “ucla eoeela causes smilie weraasto" « apeoulasdis do siguilonde de sermacisnalimen, ae daca de 109 an Le Her Baber 196 ley Let Shs Pm a2, (92, pl Mee 201 tranemitida om forma romanceada, num registro melodramdtico, que vai Roce concontnca ao folketin © muitas veres suplinei-lo” (MEYER, 1996, p.97-98), O fair divers, segundo Meper (1996), tuBnensins og falhettics posterinres i cdicada de 1870, Assim, tais folhetins viswam “{,,.] aderir ao real, mate verceaimil, o que o levari a acompanbar v maturalisono ensio vigente” (MEYER. 1996, p.102), fulbesim pés-1870 teria os “dramas dh vid" come come das nasrativas: “Ele imnita a vida, que por sua ver imita o folhetim, se aventarmos para os tras revorrentes dos _jait divers, ambos duatrados com figuras quase intercambidveis no seu gost pelos episédios sanguinnbentos espetaculans" (MEYER, 196, p.233), Abém de que “nao se pode estquecer que a retética © os chavbes desse folhetim se alimentam muito dv diseursa médico da épora, des processes criminais e dh noticia jomnalistica, de que 0 fait diver &.0 caemplo mais notirio (MEYER, 196, p.242). Av tracer para o centro da discussie & diversidade, a diferenga (diver), ov criminesos pamavam a ocuparingur central como exemplos fora do noemabidade, o sje, derviantes em pelartio an padria desejivel. [De certs maneim, trarayarse de wm dliscurso similar an da depenesesoéncia ¢ da hereditariedade das anomalias, is quais gram impuradas aoe criminosor eos cransformavam em seres abooninivels, Pooém, se esos nociciss, por um Ludo, lstigevam o beinor a perceber formas de vida consideradss inadequadas, por curen, fornecam ae crimincen o foca das arengtes (ceramente, Inapressinsarda na belneres crany stag “preeaas™), No Brasil, ease tipo de noticia era recorrente nos jurmaix clas décadas fimais do séouo XIX Na Goons de Notinia, a taukago foi Eeral: "Exton diversoe”; jd n’O Estado de 5. Pavia, ona pouca mediheada para “nosicias diversas". Fmbora a dubiedade da ‘idugio Bteral, que poderia lndicar uen expaco para moriclas warkades ¢ sobre diversce assuntes, fata é que havia uma neferéncis explicira 4 denominagio francesa © a0 sen cammteiic quase tonstltste: crimes. Se nar noticias floresceram ot fait divers, howee também ama recorincia de fothetins (ni apenas aquelcs que tinkam. os crimes como ccme da carratival deade a decd de 1840, tana de iredivas teicheridas carene Gh Minterie ale Parts dle Eugtne Sue", quaneo de autores besvileires reconhecidos coene Jet de leneat ©; posteriorment:, Machado de Asse ¢ Aludeio Azevedo, cnire nates, A proeng ‘Aexinwcor a Le Lange frenpaioe Scloe os resdar at desperados «an selaites cry a linenrvara deceive sor ve paste IL Mert dents ewe de dower IPCI, 206 "Winning (REN) remtafes a recapreidads do prablies ore relagin 4 abean de Hogne Sez nai Brasil. Have levienesatane arp: reoatrs farrsat be apreereio de Lejvara arrays a aniline de alpare artipne poablicadas poe uns tipdgrafe an ferant abe Typeprapher da década de 1850: "Side foi i congas mrtg rsber oe keen de agin Ste foram purlicidas ra “areal do Typepraphcy, pra além dan jemaal cr na pectado firanciade © edkmada richulvontdee pelos campeaitorcs © paycifion, kava sons peritdion um eramamenm creo aranda da coca ov rrardis di cease cece ea poofimbe doe peat era serra. de fannde para oe cemneredrica dan hess de Sua” [WFTCHLINGH 25402, push Ware. Lek, Sia Pe, 53,02, 182m pl Mle SEL ist de uma literatura de crime st inser mivee contexte de tradagies ¢ copeculagies cm tome de hisedicias de sucran¢ dos frit divers, E, da movena mancira, amalamou-se a inémeras novelas vindas da Europa e fer com que héstirias semelhontes sargissem, enae autores brasileinos. Pesivelmente, Moreira cle Aatwedo, cerritir conceitesde de artiges na Revit ay Frssitsaw Hitdvicn, Gregrifice e EinagrlGe ot Branil® jublicava, sinmlesncamente 0s seus amigos ch Revista, a obsa publicadé ma ddcada de 1870, Chiminami CaleBres epinfdior Aistdrire: inspirada naz indmeras narrativas europeias sobre bandides. A esmumura formal du texto divergia bastande de seus trabalkos como historiaduc'?, Mela digerava, de manece romanceada, sobre a vida de alguns bandidas que fimeram sucesso em rerras hrasileiras. Provavelmente uma variedade das crémicas dos comdenados & Fores na Ingiarerra oa mesmo das crfmicas judicifrias, rradicionais na Tranca. Acribas cotsistinds em tetriviio brasilei ¢ mestrando a existineda de uma circubaridade intelectual entre Brus © Europa, incisive no que cometene ds ceierativas de eine, Mira dos Doees (1879), nome ou pseuddnimo de um aucor (a) desconbecido ceramente teria a sua obra A mofew de arsarsimado renepada pela critica linerdeta. Pordin, einease one rthela gener de elements dy Beebe de eximes, Assh melo a uma narrativa pautads por ui com coorinsice, uma bela jowem deavenda 8 mmlstétia que cepcava a mare de seu nove. Eorre cs, momentos de tensdo ¢ win desfecho cam a renhayain ce crime eos Tribanais aye recurrent: com diversas hiseieias} © 4 descoherta da verdide wbre o anasinate, que era impueda falsamente a quar pessonagem: EEntiiyo-juic perguntom ap réu se sinha a diner alguma culsa em sua defisa. Bie nspondeu: ~ Diign o que semper dis no compet o coime. ~ Mana hon, tornau o jai, 0 que diner a5 sememunhas, wo noes Faas! ~ Sema chivida, rerpondeu Rodalfa. ‘Mas como st explica o excosto da seu puntual? Insiutha es ji ~ Nin se5, sero; tude btu # pacts moire: ure mintério tenchrom, através de qual -si-velo que u verdadelm aissisino teve a babilidade dle mie coknear ern seu gst, Oia alin, cum telimpagn que proctnin pela janels, Se ilumnou 0 polida rose, que sempre tem a calunisds, (DORES, 147%, p86), Se autengiv (iensdo} ¢ prolongads nn momento du julgamenco, mio secd meno 0 cfeito da appesentagio detalhada do cackiver. Assim fix Abaisio Azevedo em iMisterie © Bemecrusten: Moeiia de Azorei [ET LEFS). 9 Adibcrenga mnie recrac sord aa vemadsica dss artigan ola Nevis voahos patos ent epeistio’ pollicen, 198 Mey, Lat, ta Pack, 13, pI 208, de. 2001 da Tica, romance publicada inicialmente no rodapé da Malka Move nic final de (B82 ¢ inicia de 1883, sendin loge apas eclitado sob a forma de livre pela tipograha do mesmo jamal. Mesta primeira edigia {o nomance passa 2 se chamar Gindndols de Amore © apresenta modiGicagies de estrutum ¢ conteddo) havia, caramente, ua iva de se far ned detalhes do crime, Adeserigio do cadkiver cstd nas pdginas is ¢ aponta o inicio da investigarsa- Sobre ama dar meray; jaria, empanado na rigidex da mort, o vorpu camaniicntidy de um hermem branes. Ao lado, dente de wm calsde de forma especial ¢ cum ay tibuas ensebadas pelo habie de carnegar us despojes des autdipoias, viern-se mnatérias infoennes, de uma. oor estranba © repugnacite; dencre as quais sobuesaiira visceras hamanas, goadas ¢ brances como came de pore, um orinio serrade a0 meio, deixando trandboidat + masea cormpacta dos micks. (AZEVEDO, A, 1882-1883, p14). ‘Acparie da década de 1870 a publicaio de histérias de crime se romani comum e-disseminada'*. “Memérias”. “episodio: histiricos”, “novela histdrica™, “romance sensacional”, “aventuras” sio desipnaghes farmecidas pelos autores (ou editares) que podern se tomar clucidativas ao cnastrar que nao havia uma denominagéo inica para as narrativas de crime, mas que elas possaiam uma flexibilidade formal que poderia serunibcads no tema: o crime, o criminoso, a vitima, a resolugio do caso na justice Asemethancs com os inimerns procesns nv tend sido mera uoincidéncia, eras ura caracresiscica peculiar dessa literanura de crinse. ‘0 caso Pontes Visgueira Em 1934, Evaristo de Moraes se propunha a comentar alguns processes Hebres da histéria brasileira. A série tinha inicio com um caso instaurads em 1873 contra o desembargador Pontes Visgueiro ¢ a intengto do criminalisea ere mostrar que a cobndemaghe (galés perpétuas, substituida por prisio perpétua com rahalho por ser o ru maior de 60 anos} foi deoorréncla de um eren judicidcio, pois se cranva de am pessoa ireponsivel, jd que possula uma “constituigie de cunho degenerative” (MORAES, 1934, p.212) pescepuivel a pantie de um “exame mésticn- mental" (MORALS, 19°, p.219) que nie fai malizado na dpoca do julgamceto, "0 nia narra areesanes cara, por enn: (Que @ fet Perera am meh ee pore cinpse dh compe dandy de etree LMS, Citas concur te uae srabarindar dense (LE; + “eparaay marae wu pebude de aemaoers RLMHA, 1E35)} ¢ C amainer vadalvre (MOUBEGA, 1951} ew. Lot, i Pi, 50.0.2, p08 RRL a. ba, BO 19 Ainengao do auter sera demonstrat, a partic dos novos conbecimentoe da edéticia criminal daquele mamente {anos 30) que o tu tinh caracteriscicas especificas de degenerapio (sunder adquirida em idade precoce) ¢ devesta ter sido isacemtado dbo crime de homicidio do qual foi vitima a suaamance Maria do Conceigin, Para ranta, 2 sua monopraha cage wm mSsune da vida pragiess do dessmbagsador as cirunselneias tin que v time fai uemeticho © uma andlise desalhada do julgamentn. Apesar disso, nic deixa de serescentar um capérulo denotinado“boatos, versos populares € cumance a scipeito de Pontes Visgucim”, indicando que'n crime foi bastance conhecido naquele momento, Para Evatisia de Moraes, tratava-se de uma “produgéw oom literaria, ou, por outra, com pretensio a literdria” (MORAES, 1934, p204-205), Se era duvidesa, para Erarism de Mores, a pelacio enue: o caso ¢ uma ‘producto literiaia” ou “oom prevciusio a literdria”, o fato-€ que houve, aa menos, um mmance (Publicado na ¢poca do crime, Além disso, publicou-aras Gale peofcricks pols aauayin cadvoyads de defo ¢ ietragdes que tariam em denlhes o momenta do sssassinam fos jornais ilustrades. © ramance foi publicade logo apds o cilane, antes meime do julgamenia no indo de 1874 pela ‘Tipografia Comercial". A narrativa, an conmeirio daquela apresentada por Evarkso de Moracs (194) anos mais tarde, centravase inicéalmene na bisporia de vide de Maria da Conceicae: uma moca prosrinuida pela mae ainda muito power, aon 13 anda, em eimea de casa © comida, Os termos utilizades pelo autor para se eclerird Maria da Comceigio mio ie positives: “ramcica das extalapens”, “balsa meretria”, “pendid”, “impura’, “deyragadh”, “eadkiwer moral”, “incapar de ce segenerat”(E. A MARIA... 1873, p54). (0) crime foi decorréncia da relagio amaroea entre Panter Visgueito ¢ Maria da Conceigin. De acordo com o auvor, Matis da Conceigio estaria destinada a uma “vida cerante ¢ vagshunds” (ER MARIA... 1873, p73) ea deverbnrygadur ccigia fidelidade absoluta. O enime foi cometide de maneira brotal, ¢, segunda o romance, indicava “[...] os insrintns ferowes do desembargador. [que] come o tigm, nie contenta-se com o espedacar a vitima, quer ainda beber-lhe o xanguel.."(E K MARIA... 1873, p.78}. Adesctigio do momento de crime fri a seguinte: Assim domada, the foi aplicada © clorofirmio pela desembargadot, que taadowe canplice agar + walha que lhe tapura a boos. ‘As eeperidas aplicagier dese narcitico, auxillades pela asfiala, promenlente de exar a garganta foremence apescads, Ihe fizenaen petelet os sentidos TER MARIA da oteed. eh ht dmerchargades Parner Vigan (1873 200 Rav, Let_ Se Paude, Stn 2p LM 20, pathen auth Adwrmecids que foi, duels nguu-se este [0 desembargador Panter Viegueirm] ibe eyorle enfiarocide corp Il iio qieendn deizare miniene voigio de sangue, mandou jae Guilhermino syarrame 0 tadiver pelos pés © aqguranch-o pelos ombros o depenicaram ne cada, Vai agur zumennpae o homme da cena. Maria da Concsigia jor num pequeno (ainSo de cincw palmus de comprimenso, que nu a ple cucrer emencada. ( desembargador que jd o bavia compreendido, tinha-se prevenido de cords, camatrandy u pé diteito o far. voltar wh a coma reepectiva, v ox amarra. mandando a Guilhermina que fare 0 meme wen a pera exquenda, Preparado assim o corpo, que estar numa posigho mi. ¢ por forga dela Jevantado de ral sare que néo seria postrel pregar a caisdo. o desembargadue assim comprendenda, kings mio do trinchene, que, armeriormente havia feiso amolir par Guilkermino, « coradas es cnrdas, eendeu de nowo a perms direita edeu profundo gplpe oa curva, procurando vergar perma sobre cous. Niovo porlendo cheer sinds deisou de novo genders pems, ¢# deertiadou pelo joctho, a pema assis desarnicuida & ceiads a um lade do coixio. Lago depnis, 0 desembarpados sparta a cabers da -virims pelos cahelne, # com 0 mesma trinckere the coma o pescoga aré que-a cabeca volando ple car sabre 1 espéduae © ver incrodunich no cainto. (F MARIA... 187, p17. As especificidades das pradugées em toma desse crime estta no fato dé que teds at narratives do momento do assassinate eprodusiram as palavras ermitidas pelo Chefe de Policia escritas Jogo apés os events. Camo se pode nota, rramva.se de um texto bateante impressionante e fod reposro incansivelmenre em diversas jamais. ‘As folhas ilurtradat expunham, sob a forma de gravuras, exaramente as cenas que ficcionalizavam a pardr da cescripdo detalbada de crime, ‘Orerime de Pontes Visgueiro fai, possivelmente, um dos primelres casos de grande repercussdo nos meigs de comunicayio da épaca. Nota-s¢ wm efcino sensaclonal que apenas foi posilvel pela sitmultaneidade de producdes. Hove efeita nde pode ser compecendide sem sc Considerar outras formas breririas que, musicas vers, caminhavam entemendat is narratives de crimes. As tradugbes, publicagies & produgécs ndo foram dnicas de Brasil Ald disso, mostam que esavam intrinsecas « um moment bisticics em que havia am inreresse maior pela crime na sociedade em ger, Triva-se, com toda a certma, de um fenfmeno que repercutiria nas noticias sensacinnalisras produzidas pelas midbas impressas ¢ eletbaicas de finals do sfculo XX, mas também criaria hendeires importantes que ainda oo crm vo dbvlos naquela época. Entre cles, 0 romance policial. ow Lat ke Fd «2, AL, st LL 201 ‘Crimes publicadas: tipogrutias, livreires, jornais A publicagio de marracivas de crimes no Rie de Janeiro nio necessariamente condla, com crimes acorridos neste lucal. Porém, pade-se dizer que, por concentar um grande nimera de ripogratas ¢ editors s¢ rornou lugar peivilegiado de produgio. Ico nde resulta, entreranta, no fara de que todas as narrarivas possuissem enrede em, tomo da Corse ow da vida na capiral. Maria ds Correia efkimat de tiem borge Ponses Vigueito foi editado no Rio de Janeito. A posiyao de desembargados, neste iro, fer com gue © stu julgamento fore realizado na Corte Assim, of jornais da capital do Império exibiam iniueras noticias sebee © ciso ea publicagio do romance caminhou em paralelo 34 noticias ¢ a9 julgamento. Carneiro Vilela sc destaca como wm aucor de histérias cemiradas em crimes ¢ ambientadas ¢ produzidas cm Pemambuco, A Emparediada da tus Nova! é depna de meno, jd que apresenra consrrugies bem acshadas de am género quese mesclava as “histirias fotherinescas”, mas quese arava, realmence, dewum romance de crime cam, todas as néchicas preiprias esse ripe de hiscéris: investigagio, descrigaio devalhada do mornentoda crime, bistéria do criminoso, Alina di perspective de mistérin ¢ suspense que acommpanha as tals de 400 piginas do romance. A literatura de crime aptonimava editores considersdos populares (como 0 Livtetro-editor Pedro Quaresma} ¢ editors renomados foome B.L. Garnier). Ainda em 1873, Garnier publicava diss tradugies de Emile Gaboriae A coraa mer Gargente © Derime de Ureionl. Ambar com exreda cenrradat na investigagio © no dewendamente do crime. O autos ji era senomado entre cr lejtoges, Se 0 livreiro-cditor de Janine Hindrico publicara exas tadugies, fazia circular, sambém, Crminaas Gilebres de Moreira de Azevedo [ca 1872). Pedro Espembod, Varco. adr Moraes e Os Salteadires ot Whe da Capueirada sio as tts histéeias contadas por Morelia de Anevedlo, baseada em fates moriciados nos pormais di dcada de 1834). Adro Eipendel também foi um romance-folhetim escrito por José cle Parrocinia em. 1884, na Granrte ola Firnde © trazia a bistdria do mesmo criminnsa abordade por Mercia de Agevedo. Mids, Parmcinio fi carvers 0 scu Mote Coquette ow of pena de riarte cm 1877, bascado cin im cero judicidcio de pena de morte e pusblicade sub a forma de folletin aa Gacets or Tire, Ainda pessa década ora publicido a ramance Maria da Conceipéa, 2 vitima ads sleseribaingaider Pontes Virgueira pela Tipogradia Comercial « loge apés o julgamence do. dssembargedor, em 1474, 2 Tipogratia Teal e Comercial puoblica Anant ae Marie tt Cometic, Proveno ¢ jelgamento, imctusiee & acucapde ¢ defer producuder peremte #9 Supreme Tribunal de fustica, segunde « compilapta fice pana a revista “QO Dlirelea = CF VILELA, 1e4 200 Bore Let, $0 Frade, «SL 9 190208, jd thee BOL Femdece ma Rua da Quitende 49 ¢ 135. Ainda nos anos 70, hd uma publicagio de Albero Delpic. denominada Um mire eA mofeu elo aveusinade de Maria das Dores pela Tipografia de Apostinho Gongalves Gulmaries. Ap longo dos anos, exime um aumento da circulagta dessa linersriara. No Inicio. da década de 1880, nora-se wna presesiga eletiva dus Upogralias dos jarmais. Assien, 4 Tipogeatia da Goeres ole Noticias fol sespontdivel por alguns titulos, entre eles: O crime de Regios (romance tradutice de Odyase Barot, 1882), Oelo ole morte de Leine- Baseoe (1882), O camunhe alr crime por Aléxis Bouvier em 1884 (colegio Biblioneca da Gareta de Naticia). A Gazeta de Noticiar niu era o Gnicn jornal que publicava edighes em formaro de fives. Assim, O rude de um atamante de Ped Ribeim Vianna (188 ]) circuit pela Tipngrafia do Resendense. An longa des anes, tomma-s¢ mals comumn encontrar tinalos publicados pelas tipograias dos jornais, mosirando a importancia que a imprensa adquitia para um incremento da circulagao de livros: 4 emnenenadara (VILLENA, 1906) pela Tipografia do formal do Brasil, O crime da mala preva. Traducida especialmente para 0 “Correia da Manhit em 1908. ‘Ali descas publicagge: sob a forma de liveo, nao se deve descartar a5 indimerus falhetins dos jornais, muitos de autores conhecides © com tradugoes feitas especialmente para o jornal. Com o pasar dos anes, clas vio aumentando vertiginostinente. Somente na ano de 1890, pur exemplo, quase simultaneamente foram publicadas A Hintdria ale wm crime de Victor Hugn no Didria de Natirias, O provene Lebel. Memriar de um agente de policia de Hensi Demesse na Gitcrte de Notieéas © CHime ¢ Castigo de Theodor Ductoieveky na Gazete da Tarde, 0 yusil comanente s¢ lnsevia mess namarcial de narrativas de crime!” Alisa Azevedo publico 3 romances na détada de 80 sobre crimes e soba forma. de folhetim: Mixtirio dr Tijuea, Memérias de um Condenada e Cate de Penio, exte ‘iltimon, em tats Formater diferentes: off o-capttalu XL na uckapé da Falhe Nowe, depois cen fusciculos , fitalmence, em lives pela Tipografa Militar de Santos e Cia (primeim edicéo) ea segunda denominada de “edicia popular” (Faro e Lina). Todos em 188. A Laemmeri, apeicimadaments em 1887, publica O medica anarsine de Octavio Fere, com tridagio de F Cora Braga, além de uma grande obra, em 4 volumes: Rr sends do crime, romance traduzide de E, Koenig em 1910, A. Livraria do Pea, Qhuaremma 8¢ C. publicnu © Fruta de wm Crime de Elizidrio da Sibra, que estava na sua 5 edigio em 1898 ¢ continuava a ser publitade cm 110. (fate que pode rer node an analisaro anexo de Joud do Telhado ¢ sux quedrithe, publicagso da mesma edinora em 1910 ¢ que versa sabre wm handidn porragues). 7 arse as prema pablicars de mmance sn Trac), cathe de aac Blew Lat Shr Pak, Sl IU, pth 20 203 Hebricio Pierrot [ca 1898] publicon O Crime de Andnaquars, © qual teve a tm primeira edigia exgotada com 2.000 exemplares ¢, loge em seguida, impresta oma segunda edigio: "Porque aparece a segunda edigéo sem ser comrera nem aumenrada, at 0) Crime de Araraguara? Pela simples rand de haver 0 piihlice henévaln esgoradn 4 primeinn”; fos! do Tethads ¢ sa Quadrithe*, de autoria anénima, foi publicada a0 menos 18s veres entre 1910 ¢ }920¢.4 Amaia”, um livre de teor mais romintico, apesar da carca insroduréria de [lio Ribelro, seve 4 edigses, rats delas em que se pode inferir as daras: TR50, |8RE © 1922. Desde os primeitus anos do stoule MM até a déeada de 1930 (sendo inimeras as edigdes apos 1920), muitos ttulos poderiam ser citadus, Hi duis mementos diversas (embora nao estanques) no que se refere as publicagées: o primeiro oe estende até o inicio do siculo 30M ¢ apresenta obras de autores europeus (na sua maioria framcetes © portuguetes). Notadamente, a partir da segunda década do sécula XX, ha ama circalagée maisiva de autores americanos, fata que nia é de sc estranhar, pois hauve um mimem excenso de narratives publicadas nox Estados Unidos descleo final de século XOX, principalmenre na finenma de divae-nowets. producia de autores brasileiras acampanhava todo o periode, cnas ficava nitido wm didloga com a producia extranpeira. Apés a décads de 1920, o¢ Gesciculos se tormam comune ¢ as historias seriadas prmam 2 ser publicadas sob a forma de Eucioulot cemanais (apear da continwidade des falhetins nos jornais}, Podwmos citar Net Pimkertem o rei das deterives: poticicis ¢anemuna com 12 farciculos, publicada no Rio de Janeiro na colegio de Polictaas ¢ Aventuras, A made sindstra, cine-romance polical per Eduarde Vicrorino, Aidéia de um door de literatura de crime ¢ worreta principalmente se nos canrentarmes nox anos iniciais de sdculo WM, Podk-se discs que uota literatura de crime tinha um cirirer mavsifcade, pois cram publicadas pelas mais diversas odivorss, pequenas tipografias e jomais. Resale, ainda, que no se pode imagind-lesa partis de iden pré-cnncebidar coma aquelet que normalmence se remerem 4 estrurura tipica de um romance policial. De faro, o romance policial deriva dessa tultiplicidade de histirias «a perceppio clam da impordknsia das piseas mao parcoc se chetivar oaquele insane (MORETTI, 2000), Enoresanco, algo ¢ absolucamence correw aftrmar: 0 -ceiminoso tinhs hugis central Cli ROSE de Baba « wea quads (910), JOSE do Tethade fewenrice el Jotn Branco rece Sou eneresiauda ke Poevagal(} 920) # HISTORIA cemmplers de Jean Brandan em wien e prea 1924 Romuce Mua io Jin de tu de Ping, ie e122. Dera codiae carom o pig do arr para primeira nia dr JASE c una cara de fio Rlbeire solar a obra, jaidaleeute pubbouls sob a Binns de kdhetisa no Merommd! 1e-ana ake 1850 aged now safirma opeiptio Jilin Ribean} 2% Ingloracamhém, emboca 3 mainriauejs nacw-americana. Thrace 2 colepin Amaro Caeatendhaaian de emt _policia sccrea (Shrdeck Pion) Joa 1920, 2 Fev Let St Pada, ¥ Sk sep 19-20 ace BOE PORTO. AG. Sherlock Holmes and his somecimes gross imitations: lirerarure of crime in Brazil. Revista de Letras, Sho Paolo. v.51, 02. p.191-208, julider 2011, + ABSTRACT: The publication ofa literature of crime in Brazil (national and “forciga} was very cometon, chiefly from che 187s The objective of shis paper is eo how the disseneisurtion af here publications, edited im sevenal formants: serdal, book, installment, Sheir wide cinulavion supgestr shut there was a conemeare interest from readers, editors and writers in shir production, ahich was favored by a fledgling market of tircrature, created by the diversity of newspapers, bookwileri-edisory wid “printing compaciss. = KEF WORDS: Grime iirencrure. Criminal. Deeection, Jourmalicms and literature. Referéncias ASSASSINIO de Matis da Conceigio perperrada na cidade de S. 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