Tecnologia Assistiva

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TECNOLOGIA ASSISTIVA

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de


um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de
Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade
capaz de oferecer serviços educacionais em nível superior.

O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua
formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos,
técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e
propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publicações e/ou outras
normas de comunicação.

Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de


forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma
base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no
atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de
uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade.

2
Sumário

TECNOLOGIA ASSISTIVA......................................................................................... 1

NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 2

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 5

2. TECNOLOGIA ASSISTIVA (TA) .......................................................................... 6

2.1 Surgimento, conceitos e objetivos.................................................................................... 6

2.2 Classificação dos recursos de TA ...................................................................................... 8

2.2 ISO 9999 ........................................................................................................................ 8

2.3 Classificação HEART ........................................................................................................ 10

2.4 Classificação Nacional de Tecnologia Assistiva, do Instituto Nacional de Pesquisas em


Deficiências e Reabilitação, dos Programas da Secretaria de Educação Especial -
Departamento de Educação dos Estados Unidos, 2000. .................................................. 11

3. CATEGORIAS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA ................................................. 13

3.1 Auxílios para a vida diária e vida prática ........................................................................ 13

3.2 CAA - Comunicação Aumentativa e Alternativa ............................................................. 14

3.3 Recursos de acessibilidade ao computador.................................................................... 14

3.4 Sistemas de controle de ambiente ................................................................................. 15

3.5 Projetos arquitetônicos para acessibilidade ................................................................... 16

3.6 Órteses e próteses .......................................................................................................... 17

3.7 Adequação Postural ........................................................................................................ 18

3.8 Auxílios de mobilidade .................................................................................................... 19

3.9 Auxílios para ampliação da função visual e recursos que traduzem conteúdos visuais
em áudio ou informação tátil. .............................................................................................. 19

3.10 Auxílios para melhorar a função auditiva e recursos utilizados para traduzir os
conteúdos de áudio em imagens, texto e língua de sinais. .................................................. 20

3
3.11 Mobilidade em veículos ................................................................................................ 21

3.12 Esporte e Lazer .............................................................................................................. 22

4. A INSERÇÃO DA TA NO AMBIENTE EDUCACIONAL .................................... 22

5. SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS .................................................. 24

5.1 Atendimento Educacional Especializado (AEE)............................................................... 26

6. LEGISLAÇÃO E ATUAÇÃO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA ........................... 26

6.1 Principais leis Inclusão no Brasil ..................................................................................... 27

6.2 Constituição Federal ....................................................................................................... 28

6.3 Desenho universal x Acessibilidade x Tecnologia Assistiva ............................................ 28

7. REFERÊNCIAS: ................................................................................................. 32

4
1. INTRODUÇÃO

Depois de todo um arcabouço teórico, recheado de conceitos, legislações e


reflexões acerca das Pessoas com Deficiência (PcD), do desenvolvimento cognitivo,
das contribuições das Neurociências para o processo de inclusão, podemos falar
das ajudas técnicas que são muitas e podem ser utilizadas nas mais variadas
deficiências. Aliás, para ser mais exatos, vamos falar da Tecnologia Assistiva.

Porém, precisamos de imediato, distinguir Acessibilidade, Tecnologia


Assistiva e Ajudas Técnicas.

Quando falamos de acessibilidade, muitos acreditam tratarmos somente dos


recursos “típicos” para pessoas com deficiência. Contudo, a acessibilidade universal
é diferente da acessibilidade especializada. A acessibilidade universal se caracteriza
por soluções ergonômicas (simples, mecanizadas ou informatizadas) para se criar
ambientes que sirvam de base para o benefício de todas as pessoas. Já a
acessibilidade especializada é voltada para pessoas com deficiência e advém de
soluções incomuns no uso do ambiente, pensadas para atender características
peculiares.

A acessibilidade especializada transforma ambientes de modo personalizado


e diferenciado e assegura, assim, respostas mais eficazes para problemas
individuais.

Já uma tecnologia assistiva se reporta a instrumentos, meios ou


equipamentos criados especificamente para compensar os efeitos de uma
deficiência e ampliar, manter ou melhorar a capacidade funcional na interface com o
ambiente.

Como tecnologia assistiva, equipamentos de mobilidade como muletas,


bengalas, cadeira de rodas e seus acessórios eletrônicos passam a ser esse elo
dessa relação. Uma cadeira de rodas motorizada pode permitir a um tetraplégico a
passagem por uma porta ampla ou a utilização de uma rampa suave com conforto e
segurança. Acessórios eletrônicos podem ser acoplados à cadeira motorizada para
que a pessoa amplie seu poder de controle à distância.

5
Por fim, no Decreto n. 5296 de 2004, mais especificamente no Capítulo VII,
Das Ajudas Técnicas, o art. 61 define as mesmas como:

os produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologia adaptados ou


especialmente projetados para melhorar a funcionalidade da pessoa
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, favorecendo a
autonomia pessoal, total ou assistida.
§ 1 Os elementos ou equipamentos definidos como ajudas técnicas serão
certificados pelos órgãos competentes, ouvidas as entidades representativas
das pessoas portadoras de deficiência.
§ 2 Para os fins deste Decreto, os cães-guia e os cães-guia de
acompanhamento são consideradas ajudas técnicas (BRASIL, 2004).

Estas breves distinções serão entendidas ao longo da apostila.

2. TECNOLOGIA ASSISTIVA (TA)

2.1 Surgimento, conceitos e objetivos

O termo Assistive Technology, traduzido no Brasil como Tecnologia Assistiva,


foi criado oficialmente em 1988 como importante elemento jurídico dentro da
legislação norte-americana, conhecida como Public Law 100-407, que compõe, com
outras leis, o ADA - American with Disabilities Act. Este conjunto de leis regula os
direitos dos cidadãos com deficiência nos EUA, além de prover a base legal dos
fundos públicos para compra dos recursos que estes necessitam.

Houve a necessidade de regulamentação legal deste tipo de tecnologia, a TA,


e, a partir desta definição e do suporte legal, a população norte-americana, de
pessoas com deficiência, passa a ter garantido pelo seu governo o benefício de
serviços especializados e o acesso a todo o arsenal de recursos que necessitam e
que venham favorecer uma vida mais independente, produtiva e incluída no contexto
social geral (BERSCH, 2005).

No âmbito europeu, o conceito de Tecnologia Assistiva é, com frequência,


também traduzido pelas expressões Ajudas Técnicas ou Tecnologia de Apoio. O
Consórcio EUSTAT - Empowering Users Through Assistive Technology, por
exemplo, na tradução dos seus documentos para o português, utiliza a expressão
Tecnologias de Apoio, que, para ele, “engloba todos os produtos e serviços capazes

6
de compensar limitações funcionais, facilitando a independência e aumentando a
qualidade de vida das pessoas com deficiência e pessoas idosas” (EUSTAT, 1999
apud GALVÃO FILHO, 2009).

Segundo Bersch (2008), a evolução tecnológica caminha na direção de tornar


a vida mais fácil. Sem nos apercebermos utilizamos constantemente ferramentas
que foram especialmente desenvolvidas para favorecer e simplificar as atividades do
cotidiano, como os talheres, canetas, computadores, controle remoto, automóveis,
telefones celulares, relógio, enfim, uma interminável lista de recursos, que já estão
assimilados à nossa rotina e, num senso geral, “são instrumentos que facilitam
nosso desempenho em funções pretendidas”.

O Comitê de Ajudas Técnicas (BRASIL, 2009) define Tecnologia Assistiva


(TA) como uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba
produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam
promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com
deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia,
independência, qualidade de vida e inclusão social.

A aplicação de Tecnologia Assistiva abrange todas as ordens do desempenho


humano, desde as tarefas básicas de autocuidado até o desempenho de atividades
profissionais.

A Tecnologia Assistiva deve ser entendida como um auxílio que promoverá a


ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização da
função desejada e que se encontra impedida por circunstância de deficiência ou pelo
envelhecimento, diz Bersch (2008).

Pode-se dizer então, ainda segundo Bersch (2008), que o objetivo maior da
Tecnologia Assistiva é proporcionar à pessoa com deficiência maior independência,
qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação,
mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado e trabalho.

7
2.2 Classificação dos recursos de TA

Os recursos de tecnologia assistiva são organizados ou classificados de


acordo com objetivos funcionais a que se destinam.

Várias classificações de TA foram desenvolvidas para finalidades distintas.

No Manual de Ajudas Técnicas elaborado pela Subsecretaria Nacional de


Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2009) encontramos três
importantes referências que apresentam focos diferentes de organização e
aplicação. São elas:

• ISO 9999.

• Classificação Horizontal European Activities in Rehabilitation Technology –


HEART.

• Classificação Nacional de Tecnologia Assistiva, do Instituto Nacional de


Pesquisas em Deficiências e Reabilitação, dos Programas da Secretaria de
Educação Especial, Departamento de Educação dos Estados Unidos.

2.2 ISO 9999

A classificação da ISO 9999 é largamente usada em vários países, em bases


de dados e catálogos, sendo focada especificamente em recursos, que são
organizados em classes que se desdobram em itens de produtos (ISO 9999:2007,
2008).

A ISO - International Organization for Standardization (Associação


Internacional de Normalização) é uma federação mundial composta por associações
nacionais. O trabalho de preparar as normas internacionais é geralmente executado
pelos comitês técnicos da ISO. Cada representante interessado em um assunto para
o qual o comitê técnico foi criado tem o direito de estar representado naquele comitê.
Organizações internacionais, governamentais e não-governamentais, em

8
colaboração com a ISO, também tomam parte neste trabalho de elaboração de
normas.

Na 4ª edição da norma ISO 9999:2007, o título anterior - “Ajudas técnicas


para pessoas com deficiência - Classificação e terminologia” - mudou para “Produtos
Assistivos para pessoas com deficiência - Classificação e terminologia”. Assim,
“Ajudas Técnicas” são citadas agora como “Produtos Assistivos”.

A classificação apresenta-se em três níveis diferentes: classe, subclasse e


detalhamento da classificação, com explicações e referencias.

O primeiro nível mais geral de classificação tem onze classes de produtos


assistivos, respectivamente, para:

04 - Tratamento médico pessoal

05 - Treinamento de habilidades

06 - Órteses e próteses

09 - Proteção e cuidados pessoais

12 - Mobilidade pessoal

15 - Cuidados com o lar

18 - Mobiliário e adaptações para residenciais e outras edificações

22 - Comunicação e informação

24 - Manuseio de objetos e equipamentos

27 - Melhorias ambientais, ferramentas e máquinas

30 – Lazer.

9
2.3 Classificação HEART

O modelo de classificação Horizontal European Activities in Rehabilitation


Technology - HEART surgiu no âmbito do Programa Technology Initiative for
Disabled and Elderly People – TIDE, da União Europeia, que propõe um foco em
Tecnologia Assistiva, com base nos conhecimentos envolvidos na sua utilização.

Esse modelo entende que devem ser consideradas três grandes áreas de
formação em Tecnologia Assistiva: componentes técnicos, componentes humanos e
componentes socioeconômicos.

Nos componentes técnicos, quatro áreas principais de formação são


identificadas, com igual importância:

a) Comunicação

b) Mobilidade

c) Manipulação

d) orientação

O grupo dos componentes humanos inclui tópicos relacionados com o


impacto causado pela deficiência no ser humano. As noções adotadas pelas
ciências biológicas, pela psicologia e pelas ciências sociais, podem ajudar na
compreensão das transformações da pessoa, e como esta se relaciona com o
espaço em que vive, como resultado de uma deficiência, e como é que a TA pode
facilitar a autonomia dessa pessoa.

a) Tópicos sobre a deficiência

b) Aceitação da Ajuda Técnica

c) Seleção da Ajuda Técnica

d) Aconselhamento sobre as Ajudas Técnicas

e) Assistência Pessoal

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O grupo de componentes socioeconômicos indica que a tecnologia afeta as
interações dentro do contexto social (pessoas, relacionamentos e impacto no
usuário final). Os socioeconômicos também enfatizam as vantagens e desvantagens
dos diferentes modelos de prestação de serviços.

São eles:

a) Noções básicas de Ajudas Técnicas

b) Noções básicas do Desenho Universal

c) Emprego

d) Prestação de Serviços

e) Normalização/Qualidade

f) Legislação/Economia

g) Recursos de Informação

Para Galvão Filho (2009), essa classificação, embora menos utilizada que a
da Norma Internacional ISO 9999, parece responder melhor a uma concepção de
Tecnologia Assistiva que vá além dos produtos e dispositivos que a compõem, e
também parece responder melhor aos processos formativos a ela relacionados.

2.4 Classificação Nacional de Tecnologia Assistiva, do Instituto Nacional


de Pesquisas em Deficiências e Reabilitação, dos Programas da
Secretaria de Educação Especial - Departamento de Educação dos
Estados Unidos, 2000.

A Classificação Nacional de Tecnologia Assistiva do Departamento de


Educação dos Estados Unidos foi desenvolvida a partir da conceituação de
Tecnologia Assistiva que consta na legislação norte-americana e integra recursos e
serviços.

11
Além de catalogar 10 itens de componentes de recursos, por áreas de
aplicação, esta classificação apresenta um grupo de serviços de Tecnologia
Assistiva que promove o apoio à avaliação do usuário, o desenvolvimento e
customização de recursos, a integração da TA com ação e objetivos educacionais e
de reabilitação e os apoios legais de concessão.

Esses 10 itens são:

1) Elementos arquitetônicos

2) Elementos sensoriais

3) Computadores

4) Controles

5) Vida independente

6) Mobilidade

7) Órteses e próteses

8) Recreação, lazer e esportes

9) Móveis adaptados e mobiliários

10)Serviços.

É bem visível que não existe uma única forma de classificar Tecnologia
Assistiva e as várias classificações existentes são aplicadas de acordo com os
objetivos de catalogação de recursos, ensino, trocas de informação, organização de
serviços de aconselhamento e concessão. O importante é ter claro o conceito de TA
e os objetivos para os quais as classificações foram criadas (BRASIL, 2009).

12
3. CATEGORIAS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA

3.1 Auxílios para a vida diária e vida prática

Materiais e produtos que favorecem desempenho autônomo e independente


em tarefas rotineiras ou facilitam o cuidado de pessoas em situação de dependência
de auxílio, nas atividades como se alimentar, cozinhar, vestir-se, tomar banho e
executar necessidades pessoais.

São exemplos os talheres modificados, suportes para utensílios domésticos,


roupas desenhadas para facilitar o vestir e despir, abotoadores, velcro, recursos
para transferência, barras de apoio, etc.

Figura 1 – Vestuário (abotoador, argola para zíper e cadarço mola)

Também estão incluídos nesta categoria os equipamentos que promovem a


independência das pessoas com deficiência visual na realização de tarefas como:
consultar o relógio, usar calculadora, verificar a temperatura do corpo, identificar se
as luzes estão acesas ou apagadas, cozinhar, identificar cores e peças do vestuário,
verificar pressão arterial, identificar chamadas telefônicas, escrever etc.

Figura 2 - Materiais escolares (aranha mola para fixação da caneta, pulseira de imã estabilizadora da
mão, plano inclinado

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3.2 CAA - Comunicação Aumentativa e Alternativa

Destinada a atender pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem


entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar, escrever e/ou
compreender.

Recursos como as pranchas de comunicação, construídas com simbologia


gráfica (BLISS, PCS e outros), letras ou palavras escritas, são utilizados pelo
usuário da CAA para expressar suas questões, desejos, sentimentos,
entendimentos.

A alta tecnologia dos vocalizadores (pranchas com produção de voz) ou o


computador com softwares específicos e pranchas dinâmicas em computadores tipo
tablets, garantem grande eficiência à função comunicativa.

Figura 3 – Prancha de comunicação impressa

3.3 Recursos de acessibilidade ao computador

Conjunto de hardware e software especialmente idealizado para tornar o


computador acessível a pessoas com privações sensoriais (visuais e auditivas),
intelectuais e motoras.

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Inclui dispositivos de entrada (mouses, teclados e acionadores diferenciados)
e dispositivos de saída (sons, imagens, informações táteis).

São exemplos de dispositivos de entrada os teclados modificados, os teclados


virtuais com varredura, mouses especiais e acionadores diversos, software de
reconhecimento de voz, dispositivos apontadores que valorizam movimento de
cabeça, movimento de olhos, ondas cerebrais (pensamento), órteses e ponteiras
para digitação, entre outros.

Como dispositivos de saída teremos softwares leitores de tela, software para


ajustes de cores e tamanhos das informações (efeito lupa), os softwares leitores de
texto impresso (OCR), impressoras braile e linha braile, impressão em relevo, entre
outros.

Figura 4 - Teclado expandido e programável IntelliKeys, diferentes modelos de mouse

3.4 Sistemas de controle de ambiente

Através de um controle remoto as pessoas com limitações motoras, podem


ligar, desligar e ajustar aparelhos eletroeletrônicos como a luz, o som, televisores,
ventiladores, executar a abertura e fechamento de portas e janelas, receber e fazer
chamadas telefônicas, acionar sistemas de segurança, entre outros, localizados em
seu quarto, sala, escritório, casa e arredores.

O controle remoto pode ser acionado de forma direta ou indireta e neste caso,
um sistema de varredura é disparado e a seleção do aparelho, bem como a
determinação de que seja ativado, se dará por acionadores (localizados em qualquer

15
parte do corpo) que podem ser de pressão, de tração, de sopro, de piscar de olhos,
por comando de voz etc.

As casas inteligentes podem também se auto ajustar às informações do


ambiente como temperatura, luz, hora do dia, presença de ou ausência de objetos e
movimentos, entre outros.

Estas informações ativam uma programação de funções como apagar ou


acender luzes, desligar fogo ou torneira, trancar ou abrir portas. No campo da
Tecnologia Assistiva a automação residencial visa a promoção de maior
independência no lar e também a proteção, a educação e o cuidado de pessoas
idosas, dos que sofrem de demência ou que possuem deficiência intelectual.

Figura 5
Representação esquemática de controle de ambiente a partir do controle remoto.

3.5 Projetos arquitetônicos para acessibilidade

São projetos de edificação e urbanismo que garantem acesso, funcionalidade


e mobilidade a todas as pessoas, independentemente de sua condição física e
sensorial. Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho,

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através de rampas, elevadores, adequações em banheiros, mobiliário entre outras,
que retiram ou reduzem as barreiras físicas.

Figura 6 - Projeto de acessibilidade no banheiro, cozinha, elevador e rampa externa

3.6 Órteses e próteses

Próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes do corpo.

Figura 7 – Prótese e órtese

Órteses são colocadas junto a um segmento corpo, garantindo-lhe um melhor


posicionamento, estabilização e/ou função. São normalmente confeccionadas sob
medida e servem no auxílio de mobilidade, de funções manuais (escrita, digitação,

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utilização de talheres, manejo de objetos para higiene pessoal), correção postural,
entre outros.

3.7 Adequação Postural

Ter uma postura estável e confortável é fundamental para que se consiga um


bom desempenho funcional. Fica difícil a realização de qualquer tarefa quando se
está inseguro com relação a possíveis quedas ou sentindo desconforto.

Um projeto de adequação postural diz respeito à seleção de recursos que


garantam posturas alinhadas, estáveis, confortáveis e com boa distribuição do peso
corporal.

Indivíduos que utilizam ‘cadeiras de rodas’ ou cadeiras motorizadas serão os


grandes beneficiados da prescrição de sistemas especiais de assentos e encostos
que levem em consideração suas medidas, peso e flexibilidade ou alterações
musculoesqueléticas existentes.

Figura 8
Desenho representativo da adequação postural, módulo postural em cadeira de rodas

Recursos que auxiliam e estabilizam a postura deitada e de pé também estão


incluídos, portanto, as almofadas no leito ou os estabilizadores ortostáticos, entre
outros, fazem parte deste grupo de recursos da TA.

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Quando utilizados precocemente os recursos de adequação postural auxiliam
na prevenção de deformidades corporais.

3.8 Auxílios de mobilidade

A mobilidade pode ser auxiliada por bengalas, muletas, andadores, carrinhos,


cadeiras de rodas manuais ou elétricas, scooters e qualquer outro veículo,
equipamento ou estratégia utilizada na melhoria da mobilidade pessoal.

Figura 9
Carrinho de transporte infantil, cadeira de rodas de autopropulsão

3.9 Auxílios para ampliação da função visual e recursos que traduzem


conteúdos visuais em áudio ou informação tátil.

São exemplos: Auxílios ópticos, lentes, lupas manuais e lupas eletrônicas; os


softwares ampliadores de tela. Material gráfico com texturas e relevos, mapas e
gráficos táteis, software OCR em celulares para identificação de texto informativo,
etc.

19
Figura 10
Lupas manuais, lupa eletrônica

Figura 11
Leitor autônomo mapa tátil em relevo, representação tátil de uma obra de arte em museu.

3.10 Auxílios para melhorar a função auditiva e recursos utilizados para


traduzir os conteúdos de áudio em imagens, texto e língua de sinais.

Auxílios que incluem vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos


para surdez, sistemas com alerta táctil-visual, celular com mensagens escritas e
chamadas por vibração, software que favorece a comunicação ao telefone celular
transformando em voz o texto digitado no celular e em texto a mensagem falada.
Livros, textos e dicionários digitais em língua de sinais. Sistema de legendas (close-
caption/subtitles). Avatares LIBRAS

20
Figura 12
Aparelho auditivo; celular com mensagens escritas e chamadas por vibração, aplicativo que traduz
em LIBRAS mensagens de texto, voz e texto fotografado.

3.11 Mobilidade em veículos

Acessórios que possibilitam uma pessoa com deficiência física dirigir um


automóvel, facilitadores de embarque e desembarque como elevadores para
cadeiras de rodas (utilizados nos carros particulares ou de transporte coletivo),
rampas para cadeiras de rodas, serviços de autoescola para pessoas com
deficiência.

Figura 13
Adequações no automóvel para dirigir somente com as mãos e elevador para cadeiras de rodas.

21
3.12 Esporte e Lazer
Recursos que favorecem a prática de esporte e participação em atividades de
lazer

Figura 14
Cadeira de rodas/basquete, bola sonora, auxílio para segurar cartas e prótese para escalada no gelo.

4. A INSERÇÃO DA TA NO AMBIENTE EDUCACIONAL

Quanto à inserção da Tecnologia Assistiva na escola, quer seja os recursos


humanos ou materiais, ambos requerem ações programadas e políticas públicas que
possam garantir a implementação e acompanhamento das diferentes atividades
previstas para atender as diferentes especificidades dos alunos com deficiência.

Podem-se conceituar os tipos de equipamentos utilizados em Tecnologia


Assistiva da seguinte maneira (BERSCH, 2008):

• Alta Tecnologia: equipamentos sofisticados que necessitam de controle de


computadores ou dispositivos eletrônicos. Produzidos em indústrias, em série
e por profissionais especializados.

• Baixa Tecnologia: pouca sofisticação e feitos com materiais de baixo custo


disponíveis no dia a dia. Produzidos de forma artesanal e individual.

Hoje, praticamente todas as áreas de aprendizado se utilizam de softwares


para apoiar ou reforçar o aprendizado, pois sem dúvida, além de toda a praticidade

22
com muitos recursos reunidos em algumas operações em um mesmo equipamento,
também há o interesse pelos alunos em lidar com novos equipamentos e situações
diferentes para tarefas rotineiras.

Em se tratando da perspectiva da educação especial no Brasil e a inclusão de


crianças e indivíduos em um contexto social, o uso de softwares é de grande
importância tanto para alunos quanto para os profissionais envolvidos.

O uso de aparatos tecnológicos de comunicação alternativa e aumentativa no


ensino especial não se refere só à correção de algum tipo de problema intelectual ou
físico, mas sim a oferta de uma ferramenta que auxilie a comunicação e
desenvolvimento de seus potenciais cognitivo, criativo e humano (LUCCHINI, 2001
apud DELIBERATO; OLIVEIRA, 2013).

A construção e a elaboração dos softwares e equipamentos tecnológicos para


a área da educação especial que se utilizem ferramentas de AAC necessitam de
uma atenção mais que primordial, pois além das dificuldades naturais do
levantamento e engenharia de requisitos para qualquer área, as necessidades
individuais e especificas da área de saúde são de suma importância para o bom
aproveitamento do software ou ferramenta em questão.

Não há dúvidas de que a Tecnologia Assistiva vem se tornando uma


importante ferramenta na área educacional, pois cada vez mais serve como uma
ponte para abertura de novos horizontes nos processos de ensino-aprendizagem e
desenvolvimento de alunos com deficiências até bastante severas. Se essa
importância da tecnologia na educação já é verdadeira em relação a qualquer tipo
de aluno, ela é muito mais ainda em se tratando de alunos com diferentes
deficiências, pois se entendemos a cidadania como lugar maior do que estar ou
ocupar em espaço físico dentro do meio social, devemos pensar que a escola deve
possibilitar a todos, inclusive às pessoas com necessidades especiais, a
participação nas ações e decisões que visem ao bem da comunidade. Portanto o
uso da Tecnologia Assistiva é de grande importância para que aconteça realmente a
inclusão dentro de nossa sociedade. Conhecer quais são os recursos disponíveis
que garantem autonomia e independência as pessoas deficientes é garantir a todos
os direitos de ir e vir e de uma educação plena e de qualidade, que possibilite a

23
formação de cidadãos críticos e participativos dentro da sociedade (GALVÃO
FILHO, 2009).

5. SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS

Como previsto na lei, o AEE deve acontecer em salas de recursos


multifuncionais (SRMF), disponibilizadas em espaços dentro das escolas públicas, e
organizadas para receber, no contra turno da Educação Especial.

As SRMF, que são de responsabilidades da gestão escolar de cada escola,


devem ser aparelhadas com recursos de acessibilidade, equipamentos e materiais
didáticos pedagógicos para atendimentos específicos, implantados na própria
unidade escolar em parceria com as esferas do governo federal, estadual e
municipal (TA).

Nelas, professores com formação em Educação Especial desenvolvem


estratégias de aprendizagem centradas na construção de conhecimentos pelos
alunos, auxiliando-se para que desenvolvam seus currículos e participem da vida
escolar. O uso da tecnologia assistiva é fundamental para o completo atendimento
das necessidades específicas de cada educando.

O Programa Sala de Recursos Multifuncionais apoia os sistemas públicos de


ensino na organização e oferta do Atendimento Educacional Especializado.

Já sabemos que o Atendimento Educacional Especializado é aquele que


identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que
eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas
necessidades específicas. As ações desenvolvidas no atendimento educacional
especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula, não sendo
substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a
formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.
(BRASIL, 2009). É na Sala de Recursos Multifuncionais e pela ação do professor do
Atendimento Educacional Especializado que o serviço de Tecnologia Assistiva se
constitui na escola.

24
Abaixo temos dois exemplos de sala de recursos multifuncionais.

Figura: 16
Salas de Recursos Multifuncionais

Figura 17

25
5.1 Atendimento Educacional Especializado (AEE)

O atendimento Educacional Especializado é realizado preferencialmente na


SRMF das escolas regulares. Podendo também acontecer em instituições
adaptadas especializadas públicas ou privadas sem fins lucrativos, as quais também
recebem recursos do Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb).

Nas SRMF, o trabalho é voltado para a identificação de dificuldades e


habilidades dos alunos, buscando promover a ampliação das possibilidades de
inclusão; não é um espaço de reforço escolar ou somente de complementação
curricular. Assim, o atendimento é individualizado, mesmo acontecendo em grupos
de alunos; para isso, é necessário primeiramente identificar as dificuldades dos
alunos e suas habilidades, para praticar uso de recursos e estratégias que deem
subsídios para que possa avançar na escola e fora dela. Nesse espaço, a
Tecnologia Assistiva é utilizada em sua totalidade.

6. LEGISLAÇÃO E ATUAÇÃO DA TECNOLOGIA


ASSISTIVA

A preocupação com a inclusão não é recente na história mundial, tampouco


na brasileira; muitos são os movimentos voltados à educação inclusiva, levando com
isso à elaboração de uma legislação própria e voltada ao atendimento da educação
especial.

Conhecer os caminhos legais da história da inclusão é primordial,


principalmente para dar suporte na hora de exigirmos os direitos apregoados por lei.

26
6.1 Principais leis Inclusão no Brasil

Mesmo havendo um longo caminho na busca da inclusão, somente em 1985


foi publicado no diário Oficial da União a obrigatoriedade da colocação do símbolo
Internacional de Acesso em todos os locais e serviços que permitam utilização por
pessoas portadoras de deficiência. Isso deixou em evidência a existência e a
necessidade de adaptação às pessoas com necessidades especiais.

A constituição Federal de 88 trata da igualdade formal em relação a pessoas


com necessidades e educação especial: “Art. 206. O ensino será ministrado com
base nos seguintes princípios: I- igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola” (Brasil, 1988). Em 1990, o Estatuto da Criança e do
adolescente apresenta, no art. 53 a necessidade de atendimento educacional
especializado nas redes regulares de ensino: “Art. 53. A criança e o adolescente têm
direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para
o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando a igualdade de
condições para o acesso e permanência na escola” (Brasil, 1990).

Em 1996, a lei de Diretrizes e Bases da Educação estabelece as diretrizes a


ases da educação nacional, voltadas também para a educação especial.

E, 2012, foi lançado o Programa “Viver sem Limites”, que tem como objetivo
implementar novos empreendimentos e avivar ações que já são desenvolvidas pelo
governo em benefício das pessoas com deficiência. Em 2015, foi elaborada a Lei
Brasileira de Inclusão, Lei n. 13.146, “destinada a assegurar e a promover, em
condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por
pessoas com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania” (Brasil, 2015).

Em 2018, foi criado o Comitê de Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa


com Deficiência e da avaliação Unificada da Deficiência, que tem como finalidade
criar instrumentos para a Avaliação biopsicossocial da deficiência, e estabelecer
diretrizes e procedimentos relativos ao Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa
com Deficiência – Cadastro-Inclusão.

27
6.2 Constituição Federal

A principal colocação constitucional referente à educação é que ela “é um


direito de todos e dever do estado e dever da sociedade e da família” (Brasil, 1988),
também há referência ao papel da sociedade quanto ao desenvolvimento da pessoa,
considerando a cidadania e a qualificação ao trabalho.

Em relação à pessoa com necessidade especial, a CF proíbe a discriminação


de salário e em critérios de admissão do trabalhador, propõe o cuidado com a saúde
e a assistência pública, e indica a proteção e a integridade social. Também está
expresso na lei a garantia de um salário de um mínimo mensal à pessoa com
deficiência e ao idoso, independentemente de contribuição anterior. A constituição,
em seu art. 244, dispõe sobre a adaptação dos prédios públicos e dos veículos de
transporte coletivo na garantia do acesso adequado para todos.

O Estatuto da Pessoa com Deficiência, com base nos direitos humanos,


expressa a importância de minimizar barreiras de exclusão, reconhecendo a plena
capacidade civil em diversos cenários, tais como a união estável, a formação de
família, o direito à guarda e tutela igualmente, como às demais pessoas. Sendo
assim, é reconhecido o direito da pessoa com deficiência ao exercício de sua
capacidade legal em condições iguais a todos.

6.3 Desenho universal x Acessibilidade x Tecnologia Assistiva

Embora já tenhamos falado do Desenho Universal na perspectiva de


Vygotsky, vale lembrar que o Decreto 5296/2004 também traz o conceito de
Desenho Universal, um conceito importante para a construção de uma sociedade
mais inclusiva, principalmente relacionando-o à Acessibilidade e à Tecnologia
Assistiva.

Nesse Decreto, Desenho Universal é considerado como uma concepção de


espaços, artefatos e produtos que visam atender simultaneamente todas as
pessoas, com diferentes características antropométricas e sensoriais, de forma

28
autônoma, segura e confortável, constituindo-se nos elementos ou soluções que
compõem a acessibilidade. (BRASIL, 2004).

Esse mesmo decreto define Acessibilidade como as condições para


utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e
equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos
dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa com
deficiência ou com mobilidade reduzida. (BRASIL, 2004).

O conceito de Desenho Universal, ou “Universal Design”, ou, também


chamado, “Desenho para todos”, é estudado a partir de sete princípios:

1. Equiparação nas possibilidades de uso: o design é útil e comercializável às


pessoas com habilidades diferenciadas.

2. Flexibilidade no uso: o design atende a uma ampla gama de indivíduos,


preferências e habilidades.

3. Uso Simples e intuitivo: o uso do design é de fácil compreensão.

4. Captação da informação: o design comunica eficazmente, ao usuário, as


informações necessárias.

5. Tolerância ao erro: o design minimiza o risco e as consequências adversas


de ações involuntárias ou imprevistas.

6. Mínimo esforço físico: o design pode ser utilizado de forma eficiente e


confortável.

7. Dimensão e espaço para uso e interação: o design oferece espaços e


dimensões apropriados para interação, alcance, manipulação e uso (SERPRO,
2007).

Conforme a “Carta do Rio”, elaborada na Conferência Internacional sobre


Desenho Universal “Projetando para o Século XXI”, em dezembro de 2004; O
propósito do desenho Universal é atender às necessidades e viabilizar a
participação social e o acesso aos bens e serviços a maior gama possível de
usuários, contribuindo para a inclusão das pessoas que estão impedidas de interagir
na sociedade e para o seu desenvolvimento. Exemplos desses grupos excluídos
são: as pessoas pobres, as pessoas marginalizadas por uma condição cultural,

29
social, ética, pessoas com diferentes tipos de deficiência, pessoas muito obesas e
mulheres grávidas, pessoas muito altas ou muito baixas, inclusive crianças, e outros,
que por diferentes razões são também excluídas da participação social (CARTA DO
RIO, 2004).

Com diz Galvão Filho (2009), o conceito de Desenho Universal é importante


para discussão sobre Tecnologia Assistiva, porque traz consigo a ideia de que todas
as realidades, ambientes, recursos, etc., na sociedade humana, devem ser
concebidos, projetados, com vistas à participação, utilização e acesso de todas as
pessoas.

Essa concepção, portanto, transcende a ideia de projetos específicos,


adaptações e espaços segregados, que respondam apenas a determinadas
necessidades. Por exemplo, para superar a ideia de se projetarem banheiros
adaptados e especiais para pessoas com deficiência, que se projetem banheiros
acessíveis a todas as pessoas, com ou sem deficiência. Ou, então, quando se
projeta um software aplicativo para realizar determinada atividade, que nele estejam
previstos recursos que o torne acessível também a pessoas com diferentes
limitações, motoras ou sensoriais.

Portanto, com a aplicação do conceito de Desenho Universal, se faz a


transição de uma realidade de segregação, de tutela, de paternalismo, para uma
realidade de cidadania, de equiparação de oportunidades e de sociedade inclusiva
(GALVÃO FILHO, 2009).

Anote aí:

O Atendimento Educacional Especializado – AEE aos alunos com


necessidades educativas especiais ocorrem em Salas de Recursos Multifuncionais,
que tratam de espaços implantados na própria unidade escolar em parceria com as
esferas de governo: federal, estadual e municipal.

As Salas de Recursos Multifuncionais são espaços da escola onde se realiza


o atendimento educacional especializado para os alunos com necessidades
educacionais especiais, por meio de desenvolvimento de estratégias de

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aprendizagem centradas em um novo fazer pedagógico que favoreçam a construção
de conhecimentos pelos alunos, subsidiando-os para que desenvolvam o currículo e
participem da vida escolar (BRASIL, 2007).

O trabalho realizado com as pessoas portadoras de necessidades especiais


acontece, quase que sempre com o auxílio da tecnologia assistiva por meio de
contribuições dirigidas nas limitações dos portadores de deficiências. O Atendimento
Educacional Especializado complementa o atendimento às necessidades
específicas de cada educando, assegurando a garantia de uma melhor assistência
nas limitações e contribui na integração social e educacional destes educandos.

31
7. REFERÊNCIAS:

BERSCH, R. Introdução à Tecnologia Assistiva. Porto Alegre: Tecnologia


Assistiva, 2005.

BERSCH, R. Tecnologia assistiva e educação inclusiva. In: Ensaios


Pedagógicos, Brasília: SEESP/MEC, p. 89-94, 2006.

BRASIL. Decreto n. 5296 de 02 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis


no. 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às
pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece
normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.

BRASIL. Ministério da Educação. Atendimento Educacional Especializado –


Deficiência Física. Formação Continuada a Distância de Professores para o
Atendimento Educacional Especializado. SEESP / SEED / MEC. Brasília: Distrito
Federal, 2007.

BRASIL. Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com


Deficiência. Comitê de Ajudas Técnicas Tecnologia Assistiva. Brasília: CORDE,
2009.

CARTA DO RIO, 2004. Desenho Universal para um Desenvolvimento


Inclusivo e Sustentável.

DELIBERATO, D.; OLIVEIRA, J. L. V. de. Recursos de Tecnologia Assistiva:


descrição das funcionalidades de alta tecnologia entre os sistemas operacionais de
dispositivos móveis na Educação Especial (2013).

GALVÃO FILHO, T. A. Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva:


Apropriação, Demandas e Perspectivas. Salvador: UFBA, 2009.

GUIMARÃES, M. P. Acessibilidade, tecnologia assistiva e ajuda técnica: qual


a diferença? (2013).

32
ROCHA, A. N. D. C. DELIBERATO, D. Tecnologia Assistiva para a criança
com paralisia cerebral na escola: identificação das necessidades. Revista Brasileira
Educação Especial, Vol.18, no.1. Marília/SP, 2012.

SERPRO, Acessibilidade e “Universal Design” (2007).

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