Untitled

You might also like

Download as pdf or txt
Download as pdf or txt
You are on page 1of 298

As Mentiras em que Acreditamos

J. R. Nyquist

Tradução:
Wilson Filho Ribeiro de Almeida, 2021

Em pântanos rasos
24/09/2019

— E eu vi uma grande tristeza cair sobre a


humanidade. Os melhores se cansaram de suas obras.
Surgiu uma doutrina, acompanhada pela fé: ‘Tudo é
vazio, tudo é um, tudo é passado!’ E de todas as
colinas ecoou: ‘Tudo é vazio, tudo é um, tudo é
passado!’ De fato, nós colhemos: mas por que todas
nossas frutas tornaram-se podres e marrons? O que foi
que caiu da lua do mal na noite passada? Em vão foi
todo o nosso trabalho; o nosso vinho se tornou
veneno; um mau-olhado murchou nossos campos e
corações. Todos ficamos secos… Todos os nossos
poços secaram; até o mar se retraiu. Todo o solo
deveria rachar, mas a profundeza se recusa a devorar.
‘Ai de nós, onde haverá ainda um mar em que se
possa se afogar?’ Assim lamuriamos em pântanos
rasos.
— Friedrich Nietzsche, Assim Falou Zaratustra

Nossa grande vergonha — a vergonha da geração atual


— é a forma como fomos enganados: primeiro, pelo suposto
colapso do comunismo; segundo, por nossa tolerância para
com as promessas de políticos socialistas que negam ser
socialistas; e, terceiro, chegando a tolerar um falso conjunto de
alegações que deveriam ter sido descartadas como sendo
loucura — como a obsessão de gênero e raça dos dias de hoje,
como a política da mudança climática, como o romance de
nossa cultura com os homossexuais e os transexuais. É, como
Nietzsche intuiu, um pântano raso no qual ouvimos o refrão:
“Tudo é vazio, tudo é um, tudo é passado.” É a crise do
niilismo europeu.
Quando a União Soviética de certa forma desapareceu,
fomos informados de que a subversão comunista era coisa do
passado. Depois elegemos os comunistas internamente,
embora essas pessoas negassem o seu marxismo e ocultassem
suas conexões subversivas — alguns de nós não foram
enganados. Mas o público não quis ouvir nosso aviso. O
socialismo avança de forma constante, em ritmo acelerado, de
forma insistente, militante, com presas e garras de prontidão.
Agora estamos presos à medicina socializada, que corrompe a
boa medicina. A carga tributária da saúde “gratuita” irá
efetivamente tomar o lugar dos gastos com a defesa. Ninguém
se atreve a rejeitar dinheiro de impostos para as cirurgias da
vovó (embora a medicina socializada tenha mais probabilidade
de matar a vovó do que de salvá-la). Em prol de nossa
compaixão, diga adeus aos batalhões navais, divisões de
tanques e alas aéreas. Nós, afinal de contas, não precisamos
deles, né? A ameaça do socialismo totalitário terminou em
1991.
Mas não terminou, e eles nos seguram pela garganta. E
agora ficamos presos numa situação insustentável depois da
outra. Sim, eles nos levaram à medicina socializada e estão
nos levando à histeria do aquecimento global. Em breve nossa
sociedade estará financeiramente arruinada e nossos inimigos
terão a balança do poder em suas mãos. Nossos intelectuais do
“mainstream”, que dominam o governo e a mídia, já
garantiram que o nosso arsenal nuclear se desmantelasse. Não
há como sobreviver a esses idiotas educados — gente com
cérebros enormes, mentes pequenas e nenhum instinto sequer.
William F. Buckley reconhecidamente disse que ele
“preferiria viver numa sociedade governada pelos primeiros
dois mil nomes da lista telefônica de Boston do que numa
sociedade governada pelos dois mil membros do corpo
docente da Universidade de Harvard”. Mas Harvard venceu, e
Stanford e Yale, e…
Recentemente terminei de ler as memórias do professor
de Stanford Michael McFaul, sobre a formulação de políticas
no governo Obama. Foi uma leitura difícil, porque McFaul é
um entusiasta politicamente correto do tipo mais enfadonho,
repetitivo e exasperante. Ele acredita em feminismo, mudanças
climáticas, paz mundial e democracia. Ele é um fantasista
político pronto para investir numa fazenda de raios lunares se
tiver a menor oportunidade. Eis um trapalhão bem-
intencionado, um arquiteto da política de reconfiguração de
Obama na Rússia, que vagamente (meio que) admitiu ter
traduzido mal a palavra “reset” (“reconfigurar”, “reiniciar”)
no botão que Hillary Clinton deu de presente ao ministro das
Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, em 2009. McFaul
tem uma seriedade multicultural tão ofuscante que nunca
deveriam ter-lhe ensinado a ler ou dado permissão para
escrever. A doença interna que aflige pessoas desse tipo já foi
descrita por H. L. Mencken como “a vontade de acreditar”.
Como formulador de políticas, McFaul é perigoso em qualquer
velocidade; um simplório inteligente cujo conselho nunca deve
ser seguido e cujas prescrições são fatais.
McFaul, é claro, detesta o presidente Trump;
provavelmente pelas mesmas razões por que Claire Berlinski o
detesta; a saber, por conta da evidente inclinação não-
intelectual do presidente, a qual se classifica, na análise de
Claire, como “analfabetismo”. Somos informados de que o
presidente não gosta de ler. A incapacidade de Trump para
cargos importantes começa aqui, precisamente onde começa o
autismo da classe dominante. Ah sim, eu sei que eles lêem.
Mas, na minha experiência, eles não lêem com discernimento,
e são atraídos pelos livros errados. É um intelectualismo
permeado de autopiedade, desonestidade e malícia. Pode-se
dizer, neste assunto, que nossos intelectuais são odiosos
porque lêem.
Nietzsche sabia que havia um problema com os
intelectuais há mais de 130 anos. Em Assim Falou Zaratustra,
Nietzsche escreveu: “Mais outro século de leitores — e o
próprio espírito cheirará mal.” No parágrafo seguinte, ele
explicava: “A permissão para que todos aprendam a ler
arruína, a longo prazo, não apenas a escrita, mas também o
pensamento.”
Muito poucos são capazes de pensar, de se ater aos fatos,
de adiar o julgamento. O caráter é decisivo aqui. O entusiasta
imediatamente acredita, se entusiasma, aplaude. Este é McFaul
e toda a tribo de idiotas úteis da elite. Cobrindo o seu flanco, e
aproveitando ao máximo a sua ingenuidade, está a tribo dos
gangsters intelectuais, os niilistas e os odiadores
revolucionários. Eu preferiria os instintos “iletrados” de
Trump ao niilismo “letrado” dessas pessoas a qualquer
momento.
Não que a aversão de Trump pela leitura seja algo para
comemorar. Eu entendo as limitações de quem não lê bons
livros. Porém, mesmo assim, Trump é melhor do que os
literatos de esquerda que o desprezam. Se ele é mau, como
sugere Claire Berlinski, então ele é menos mau do que eles.
A virtude viril combinada com um forte instinto às vezes
conta mais do que a razão na vida do homem. Como
geralmente acontece, a razão ou se prostitui para justificar a
arrogância do ego frágil, ou se humilha diante do fato objetivo
motivada por uma abundância de força interior. Este último
caso é relativamente raro hoje em dia. Portanto, é apropriado
ter cuidado com os intelectuais. E digo isso como alguém que
reverencia a inteligência, que acredita na instrução, mas que
está decepcionado com os intelectuais como classe. Tenho
visto maldade covarde em demasia em nossos literatos para
alimentar quaisquer ilusões a seu respeito. É preciso ir mais
longe que Nietzsche ao condenar essas pessoas. Conceder
instrução aos ímpios é como dar pedicure a uma hiena.
Considere o que nossas hienas intelectuais fizeram: idéias
falsas são promovidas em toda parte. A nova religião dos
intelectuais é o socialismo, e ele está se instalando em todos os
lados. Ele devora a semente de milho do futuro. Ele engana e
corrompe o público. E assim que obtiverem um controle
suficiente do poder, usarão de violência contra qualquer um
que os contradiga. Eles não estão interessados no primado da
lei. É por isso que a nova religião do socialismo estabeleceu
tantos estados totalitários em todo o mundo — na Rússia, na
China, em Cuba, na Coréia do Norte, no Vietnã, na Venezuela,
na Nicarágua, em Angola, no Congo e outros mais. As pessoas
nesses países não têm direitos. Elas são bens móveis. E seus
governantes socialistas sempre se revelam criminosos,
assassinos e destruidores. Mas todos eles começaram como
intelectuais.
Percebe para onde estamos indo?
Thomas Carlyle certa vez observou que “o homem nunca
se entrega totalmente à Força bruta, mas sempre à Grandeza
moral”. Eis a base para uma fraude: a imposição de uma
imitação de grandeza moral (também conhecida como
“Politicamente Correto”). Assim, perdemos contato com a
verdadeira grandeza moral.
A nova religião dos intelectuais — o socialismo — é uma
doutrina que promete nos levar à falência, financeira e
intelectualmente. Aqueles que têm dúvidas, que discordam da
nova doutrina, são imorais. Devem ser ignorados, ou então são
rotulados de sexistas, racistas ou nazistas. Nós mal
consideramos o que é que racismo ou sexismo seriam, caso
fossem algo diferente de um rótulo usado para destruir pessoas
que discordam de políticas específicas — seja no direito da
família, imigração ou segurança nacional.
Um verdadeiro racista não é incomodado por tal
rotulagem e certamente não é destruído por ela. Em vez disso,
ela é o seu emblema de honra. Com mais freqüência, o rótulo
de “racista” foi projetado com um conjunto diferente de
vítimas em mente; pois é inteiramente possível concluir que se
é favorável a uma imigração restringida e à eliminação do
“direito ao aborto” devido a um senso superior de moral e
prudência; não devido um desprezo malicioso por mulheres ou
estrangeiros.
É possível se opor ao divórcio, ao aborto e ao feminismo
sem sentir animosidade em relação às mulheres. É possível, de
fato, que alguns de nós estejam honestamente preocupados
com a sobrevivência de nossa própria espécie, e de nosso
modo de vida, sob um regime que insiste que as mulheres
devem ter carreiras em vez de filhos. Poderíamos admitir que
nossos ancestrais, cujos livros de regras jogamos fora, foram
sábios e cuidadosos ao preservar costumes que eram
sustentáveis? E agora que herdamos o que a prudência e
previsão deles obtiveram, chamamos sua prudência de racismo
e sua previsão de sexismo.
Somos estúpidos?
A guerra que realmente está acontecendo, em nosso
tempo, é uma guerra contra nossos ancestrais e contra o
Criador; uma guerra de ingratidão — de ingratidão
monstruosa, autodestrutiva.
Veronica Kamenskaya, uma blogueira de Moscou,
comentou certa vez o declínio da civilização ocidental e pós-
soviética. Ela disse que a civilização cristã geralmente não
permitia o divórcio. E então, abrimos uma caixa de Pandora
virtual. “Assim que o divórcio foi legalizado na França”,
escreveu Veronica, “os homens começaram a se divorciar de
suas esposas para se casar com mulheres mais jovens”. No
início, 85–90 por cento dos divórcios eram iniciados por
homens. A França viveu um baby boom. Então, observou
Veronica, “a pílula chegou à França em 1969 e o aborto foi
legalizado em 1975. Em meados dos anos 80, ocorreu uma
mudança drástica”. Antes de 1970, a maioria das mulheres
francesas, se trabalhassem, eram empregadas como
escriturárias ou secretárias sem muita importância — antes do
casamento. A partir do final da década de 1960, segundo
Veronica, “as francesas começaram a adquirir prestígio e a
ganhar um bom dinheiro; de forma que o casamento deixou de
ser a melhor e única solução para os problemas financeiros e
sexuais enfrentados pelas mulheres francesas.”
Nesse momento, dar filhos à luz deixou de ser inevitável.
Em 1987, 90 por cento dos divórcios franceses eram iniciados
por mulheres. A respeito dessa estatística, Veronica refletiu:
“Os franceses causaram isso a si mesmos. Eles destruíram a
família, que é a mais preciosa de todas as instituições.” Por
que uma mulher buscaria segurança no casamento quando seu
marido poderia descartá-la para se casar com uma esposa mais
jovem? Melhor seria, para uma mulher, então, se ela tivesse
uma carreira em vez de filhos. Veronica não é uma cientista
social, mas mesmo assim ela percebe algumas das forças em
ação por trás da degeneração européia. A taxa de natalidade da
Europa entrou em colapso. O estado facilitou esse colapso,
com suas leis de divórcio sem culpa. Em conseqüência, a
Europa está em falta de gente. E isso nos leva à beira de uma
crise sem precedentes. Para compensar essa falta de gente, a
Europa importou milhões de trabalhadores muçulmanos;
tantos, na verdade, que a Europa está gradualmente se
transformando em algo chamado Eurábia.
Aqui encontramos uma transição do “sexismo” para o
“racismo”. Todos, é claro, já ouviram falar da Constituição dos
Estados Unidos. É a lei suprema do país. As primeiras dez
emendas à Constituição são conhecidas como “a Carta de
Direitos”. Os americanos hoje ouvem muito sobre “direitos” e
muito pouco sobre as medidas práticas necessárias para
garantir esses direitos. Muitos americanos esqueceram que
você não pode ter uma constituição a menos que tenha um
país; e você não pode ter um país a menos que o defenda
contra inimigos, estrangeiros e domésticos. No fundo, toda
constituição deve ser interpretada de forma que o direito
natural do país à autodefesa não seja cancelado por um
emaranhado crescente de direitos individuais e das minorias
que sufocam as necessidades da defesa nacional. Então, aqui
estamos nós, lutando com a pergunta: os muçulmanos têm o
direito de erguer uma mesquita próxima ao “marco zero” em
Manhattan? O direito à liberdade religiosa, supostamente
garantido pela Constituição, protege os muçulmanos da
discriminação nos Estados Unidos? Ele os protege contra as
barreiras à imigração, contra a desconfiança e a antipatia da
população nativa? Ele permite que eles construam uma
mesquita próxima ao próprio lugar onde “guerreiros”
islâmicos fizeram uma grande ferida no horizonte da maior
cidade da América?
O que quer que pensemos da Constituição, ela não pode
proteger os muçulmanos da inimizade que o Islã gera onde
quer que o seu estandarte tenha sido levantado. Na verdade, a
Constituição não foi escrita para proteger a nação do Islã, ou
várias colônias dessa nação plantadas em nosso meio. A
Constituição em nenhum lugar diz que os muçulmanos têm o
direito de vir para os Estados Unidos, construir mesquitas ou
estabelecer sua própria cultura como parte de uma colcha de
retalhos multicultural celebrada como um novo tipo de nação
(que efetivamente nega o que a América foi outrora). Não é
por isso que a Constituição foi estabelecida. Conforme
afirmado no Preâmbulo, nossa Constituição foi estabelecida “a
fim de formar uma União mais perfeita, estabelecer a Justiça,
garantir a Tranqüilidade doméstica, providenciar a defesa
comum, promover o Bem-Estar geral e assegurar as Bênçãos
da Liberdade para nós mesmos e nossa Posteridade…”
Vale a pena repetir a última frase — “para nós mesmos e
nossa posteridade”. Não há nenhuma referência aos
muçulmanos, explícita ou implícita. Eles não pertencem à
nossa nação. Eles não são “nós mesmos e nossa posteridade”.
Além disso, devemos prestar muita atenção aos objetivos da
Constituição. Como é que a presença de milhões de
muçulmanos nos Estados Unidos torna uma “União mais
perfeita” ou “assegura a Tranqüilidade doméstica”?
Claramente, a presença de uma colônia estrangeira em nosso
meio serve para promover desunião e agitação.
Como os árabes reagiriam se construíssemos uma igreja
cristã em Meca? Sua reação violenta seria imediata e letal. Os
muçulmanos são inimigos da América? No momento, é
inconveniente dizer isso; mas na medida em que os
muçulmanos são como unitaristas, eles não são inimigos. Na
medida em que levam a sério o Alcorão e seus ensinamentos,
sua inimizade é estabelecida por seus próprios preceitos. Se
uma pessoa realmente acredita no Alcorão, ela não pode ser
americana sem zombar do que os americanos são. É
importante dizer mais uma vez: se um muçulmano é apenas
um seguidor nominal do Profeta, não há nada de mal nele. Ele
poderia abandonar sua fé e se tornar um americano. Por outro
lado, se um muçulmano é um muçulmano a sério, seguindo os
ensinamentos do Profeta de maneira consistente e consciente,
então ele não pode ser um cidadão dos Estados Unidos de boa-
fé. Sua lealdade é para com Alá e para com a Nação do Islã.
Ele não pode servir a dois senhores. Maomé não instruiu seus
seguidores a “dar a César o que é de César…” A fé
muçulmana não concorda com essa máxima. Por essa e outras
razões, a cultura muçulmana não pode coexistir facilmente
com a cultura americana.
O Deus adorado pelos muçulmanos é diferente do Deus
adorado pelos americanos. É um erro pensar que muçulmanos
e americanos podem, no final, viver pacificamente juntos no
mesmo país. Tal projeto, se persistir, concederá uma guerra
religiosa à nossa posteridade. Poderíamos igualmente escrever
um novo Preâmbulo para a Constituição “a fim de formar uma
Desunião mais perfeita, estabelecer o Politicamente Correto,
garantir a Desordem doméstica, sabotar a defesa comum,
promover o caos geral e assegurar as Bênçãos da Ditadura
Militar para nós mesmos e nossa Posteridade.” Então, pelo
menos, nossas palavras se alinhariam melhor com nossa
política. Claro, somos tolos e ingênuos em nosso pensamento,
e quase não merecemos nossos ancestrais, na medida em que
deixamos de considerar a verdadeira situação de nossa
posteridade.
Poucos têm coragem de apontar o caminho desastroso
que estamos seguindo. Os americanos têm o dever de ler a
história do Islã. Ali encontrarão uma religião espalhada pela
espada; um fanatismo militante que varreu o Império Romano,
conquistou a África, a Espanha e os Bálcãs. Eis uma guerra
que durou séculos, na qual milhões de cristãos foram
massacrados e escravizados. Quando exatamente o Islã
declarou que a sua guerra contra a cristandade havia acabado?
Quando os muçulmanos devolveram aquelas terras tomadas
dos cristãos?
Ainda assim, a doutrina do politicamente correto faria o
Ocidente se desculpar com o Islã pelo legado do colonialismo.
Dada a história do Islã e a história dos Estados Unidos, apenas
um tolo poderia imaginar que o Islã e a América poderiam ser
misturados com segurança. Mas hoje temos esta fórmula,
inventada e levada adiante pela esquerda política, chamada de
“multiculturalismo”. Na verdade, o multiculturalismo é
meramente uma negação da cultura americana e uma rejeição
da noção de que os imigrantes devem se integrar e se tornar
americanos.
Com relação a isso, uma cultura que é representada por
todas as culturas não é americana. É tudo menos americana.
Seria como dizer que todo mundo na terra é, de fato,
americano; que cada cultura representa a cultura americana. Se
isso for aceito como verdade, então não poderá haver cultura
americana e toda a herança real da América será apagada com
um único golpe. Se este não é o objetivo daqueles que
promovem o multiculturalismo, então eles se abriram para um
sério mal-entendido. Pois parece que seu projeto é destruir os
Estados Unidos da América usando o multiculturalismo como
arma para desarmar e desorientar o povo americano, retirando
o conceito de “nação”, substituindo-o por conceitos que lhes
permitirão jogar um jogo de “dividir e conquistar”.
Uma nação é um grupo de pessoas unidas ao longo de
gerações por laços culturais e sociais, pela língua e pela
história, por valores e costumes comuns. Não pode ser um
amálgama de todos os povos e todas as culturas, com conexões
tênues e costumes contrários. Isto não é um país ou uma
cultura, mas uma Torre de Babel. No entanto, dizem-nos para
nos tornarmos essa Torre de Babel e, assim, perder nossa
identidade nacional única, ao mesmo tempo em que
engendramos uma guerra civil. Essa doutrina erradicaria
totalmente a América, deixando nada além de uma paisagem
de crateras. Permitir que milhões de muçulmanos entrem nos
Estados Unidos, e dizer que são americanos, é uma espécie de
insanidade — a menos que sejam muçulmanos nominais.
Se um muçulmano quer se tornar americano, é evidente
que ele deve abandonar a sua religião em um sentido
fundamental, ou então podemos desistir de nosso país; pois ele
não pode acreditar no Islã enquanto faz um juramento sincero
de fidelidade à Constituição; pois o Profeta Maomé não teria
aprovado a Constituição dos Estados Unidos. Ele teria pedido
por sua anulação e pela criação de um califado, e muitos de
seus seguidores hoje em dia entendem isso.
Do lado americano, é claro que os Pais Fundadores não
estabeleceram este país como um lugar para os seguidores de
Maomé colonizar e subverter. Essa não era a intenção deles,
nem olhariam com bons olhos para os descendentes que
interpretaram a Constituição como um instrumento para a
proteção de uma colônia islâmica dentro dos Estados Unidos.
Eles considerariam qualquer interpretação assim incrivelmente
estúpida, pertencente a alguma nova espécie de idiota
americano.
Como pode já estar imediatamente evidente aos mais
inteligentes, é uma inversão imaginar que uma constituição
vem primeiro e uma nação vem em segundo lugar, como se a
nação fosse criada para a constituição em vez de a constituição
para a nação. Com esse erro vem a idéia de que os direitos
individuais superam a existência nacional, de modo que
podemos alargar o conceito de “direitos” mesmo que esse
conceito leve a um desmantelamento geral da existência
nacional. Não há direito legítimo que com efeito desintegre a
nação que o observe; pois seria absurdo propor princípios
políticos que pressagiam a destruição daqueles que os
defendem, como seria absurdo propor leis que acabarão
levando à negação de toda lei.
Não só o indivíduo tem o direito de legítima defesa, mas
também a nação tem o direito de legítima defesa. Pois, se não
houvesse nação, não poderia haver nenhuma unidade para
organizar a defesa efetiva do indivíduo. Além disso, não
devemos fingir que o suicídio nacional é de alguma forma um
ideal iluminado. Não é nada desse tipo. E aqueles que
desprezam o estado-nação não são progressistas, mas sim
seguem um caminho que leva de volta à Idade das Trevas.
Patriotismo nacional não é sinônimo de racismo ou
coletivismo. Amor à América não significa ódio contra os
muçulmanos, ou uma campanha para denegri-los. Tal amor,
devidamente considerado, reconhece diferenças
irreconciliáveis entre as leis estabelecidas pelo Profeta Maomé
e as leis estabelecidas por nossos Pais Fundadores. As duas
coisas não podem coexistir numa única nação, abaixo de Deus.
Pois as concepções muçulmana e cristã de Deus estão em
desacordo, assim como nosso conceito de lei. Uma criança
pode ver isso, e mesmo assim as nossas autoridades
politicamente corretas não reconhecem nenhum problema.
Se alguém censurar o estado-nação por ser a principal
causa de guerra, deveria considerar que as guerras existem
desde o início da história humana e ocorreram entre cidades-
estado, tribos, clãs e impérios. É um erro culpar o estado-
nação pela guerra. A guerra faz parte da condição humana. Os
homens lutarão uns com os outros, estejam ou não organizados
sob estados-nação ou sob barões feudais. É uma aflição de
todos os estados em todas as épocas, não uma prerrogativa do
estado-nação.
Mas será que não evoluímos? Não deveríamos desistir de
nosso nacionalismo mesquinho? Não somos todos
simplesmente “cidadãos do mundo”? Se abraçarmos os
muçulmanos, certamente a paz virá. Somos todos seres
humanos e a tolerância prevalecerá se dermos o tom. Portanto,
dizem os progressistas, precisamos abraçar a unidade da
humanidade. É a única alternativa à guerra destrutiva.
Pergunte a si mesmo: por que à América é negado o
direito de defender suas fronteiras, sua cultura e o próprio
marco de seu luto (isto é, o “marco zero”)? Porque a esquerda
sonha com um mundo sem nações, onde a própria guerra tenha
sido erradicada. Este sonho é a ilusão de tolos e loucos. É uma
desculpa para travar um tipo de guerra muito mais terrível —
uma guerra contra a própria civilização. Na verdade, nunca
haverá um mundo sem guerra, assim como nunca haverá um
mundo sem pobreza ou morte. Fazer guerra contra a guerra é
apenas um pretexto para buscar o poder pelo poder.
Para quem quer o poder total, os Estados Unidos
representam uma barreira que deve ser derrubada; pois
impedem todos os lunáticos revolucionários que sonham com
um admirável mundo novo. Ah, sim, a América está no
caminho da grande comunidade socialista da humanidade —
um bloco de açougueiro e um matadouro. Aqui vemos que tipo
de arma é o multiculturalismo e o que ele pretende alcançar.
Nesse contexto, o Islã serve apenas como o “quebra-gelo
da revolução”. Uma arma, empregada contra nós pela
esquerda revolucionária, tem direitos? Não. Um inimigo tem
direitos? Apenas no que diz respeito às regras de guerra
acordadas. O leitor americano deveria se perguntar, no final
das contas, o que aconteceria se o Islã ou o comunismo
ganhassem na América. E se o Islã assumisse o controle? E se
um regime comunista chegasse ao poder? Nesse caso, não
seria justo descrever a América como um país ocupado por um
inimigo interno? Como é, então, que toleramos a aberta
subversão de nosso país? Como é, então, que somos incapazes
de chamar nossos inimigos pelo nome (exceto os que se
escondem em cavernas distantes)?
Não temos o direito de reconhecer aqueles que estão
contra nós? Ou já estamos subjugados? O leitor pode ver, com
bastante clareza, que todas as questões — desde o divórcio e o
aborto à imigração e o terrorismo — estão interligadas. O que
nossos ancestrais aceitavam como sábio e prudente nós
descartamos como sexismo e racismo. Portanto, abraçamos o
feminismo em detrimento de nossa taxa de natalidade; e
abraçamos o multiculturalismo em detrimento de nossa
segurança nacional. Tanto ao feminismo quanto ao
multiculturalismo caberia exatamente o mesmo título: Suicídio
Coletivo.
No fundo, os argumentos a favor do Suicídio Coletivo
são argumentos hedonistas. Pois é o hedonismo que leva o
homem a se divorciar de sua esposa e a esposa a escolher uma
carreira. É o hedonismo que adota a pílula e o aborto. É
hedonista rejeitar os filhos em favor de uma carreira e
postular-se como o princípio e o fim da existência. É o
hedonismo que suscita o multiculturalismo, visto que estamos
muito ocupados fazendo compras e nos divertindo para
perceber que temos inimigos.
É, como Nietzsche predisse, um pântano raso sobre o
qual ecoa o refrão: “Tudo é vazio, tudo é um, tudo é passado”.

A Rússia é comunista em segredo?


27/09/2019

Muitos não acreditarão na verdade. Mas aqui está: a


camarilha dominante na Rússia não é nacionalista. Os
verdadeiros grupos nacionalistas são perseguidos na Rússia.
Os principais partidos políticos do país são liderados por
apparatchiks; isto é, por pessoas “soviéticas”.
Um famoso desertor da KGB certa vez sugeriu que os
partidos políticos da Rússia são meros ramos do Partido
Comunista, separados em subunidades para dar a aparência de
uma democracia. Se um partido verdadeiramente independente
aparecesse na Rússia, os comunistas e seus amigos (que ainda
controlam a segurança do Estado) rapidamente se infiltrariam
e tomariam conta dele.
O que vemos hoje na Rússia é uma clássica trapaça ao
estilo soviético. A prova dessa trapaça pode ser encontrada no
discurso pró-comunista de Putin no Festival Mundial da
Juventude e dos Estudantes de 2017, realizado em Sóchi. Putin
declarou abertamente o seu apoio aos jovens comunistas,
dizendo que eles representam o futuro e que ele está por trás
deles.
O apoio russo ao comunismo hoje é mais do que mera
propaganda da boca para fora. O governo russo apóia regimes
comunistas em todo o mundo. Moscou está ajudando o regime
marxista-leninista na Nicarágua. Moscou enviou tropas para
defender a Venezuela comunista. Moscou ajudou a Coréia do
Norte com tecnologia militar e também facilitou o crescimento
militar da China.
Em que sentido essas ações são nacionalistas? Os
verdadeiros nacionalistas não apóiam o comunismo global. Se
analisarmos isso com cuidado, indo caso a caso,
descobriremos que a Rússia ainda faz parte do Bloco
Comunista e que o Bloco está se preparando para a guerra.
No que diz respeito a fingir-se de nacionalista, a Rússia
se aproveita de nossa ingenuidade. A política russa
freqüentemente se baseia numa “estratégia das tesouras”, na
qual o Kremlin apóia os dois lados de um conflito local. Nessa
estratégia, um lado é apoiado de maneira aberta (e enganosa),
assim como Putin parece apoiar Trump. Enquanto isso, o lado
oposto recebe orientação clandestina para apoderar-se do
processo de segurança do inimigo.
As guerras afegãs (1979 até o presente) são um exemplo
da estratégia das tesouras conforme praticada por Moscou ao
longo de quatro décadas. Outro exemplo é a luta contra o
extremismo muçulmano de modo mais geral. Mas o exemplo
mais ousado é o suposto apoio da Rússia ao nacionalismo,
mesmo quando os agentes de influência esquerdistas de
Moscou chamam os nacionalistas de “nazistas” e “traidores”.
Quando a esquerda totalitária assumir abertamente o
poder nos Estados Unidos, eles podem prender todos os
“inimigos de classe” sob o argumento de que são traidores em
conluio com a Rússia. E Putin vai rir — porque a Rússia
sempre depositou suas esperanças na esquerda americana, não
na direita. Mas quase ninguém na mídia entende o jogo.
Poucos especialistas têm uma compreensão real do
sofisticado estoque de truques estratégicos da Rússia. Os
historiadores militares não entendem muitas das batalhas do
século passado porque não enxergam o campo de jogo mais
amplo em que as batalhas são apenas um único aspecto de algo
que envolve áreas de atividade aparentemente não
relacionadas — da corrupção da língua e da cultura à
erradicação de Deus, da família e do país.
Todavia o problema não é inteiramente devido a uma
falha de compreensão. Grande parte da história recente foi
relatada de maneira enganosa por pessoas que sabem que estão
mentindo ou não se importam com a verdade. Como Diana
West escreveu em seu livro, American Betrayal, “nossos
verdadeiros heróis foram marcados com a letra escarlate do
século XX — A de anticomunista”. Qualquer pessoa que
ameace a narrativa da nova religião sofre o que Eugene Lyons
chamou de “uma espécie de ostracismo intelectual”.
O comunismo se escondeu depois de 1991, mas estava
mais ativo do que nunca — nas escolas, na mídia, nas ciências
e nas artes. Depois de 1991, o Partido Comunista da União
Soviética passou à clandestinidade. Esta não foi uma manobra
nova. Os comunistas realizaram um ato semelhante de
desaparecimento com a Comintern em maio de 1943. Aqueles
que pensavam que Stalin havia desistido da idéia da
Revolução Mundial estavam tão errados quanto aqueles que
acreditam na queda do comunismo hoje.
Todos esses pontos deveriam ser perfeitamente óbvios,
entretanto as pessoas são incapazes de enxergar através de
tantas mentiras. Essas mentiras agora estão arraigadas na
mente popular. Consideramos-nos espertos por saber tudo
sobre as “medidas ativas” soviéticas durante a Guerra Fria. No
entanto, o suposto desaparecimento dessas medidas esconde a
maior medida ativa em andamento de todas.
Comunistas bem informados sabem que a União
Soviética ainda existe, por trás da fachada da Federação Russa.
A URSS ainda é a pátria soviética e “O Estado-Maior” do
movimento comunista mundial. Agora mesmo, o partido
comunista está republicando as obras de Lenin com a ajuda da
Editora Progresso de Moscou. Sim, é a mesma editora estatal
que imprimia propaganda soviética na década de 1960. Aqui
nós os pegamos. Aqui, a esquerda não está lamentando o
nacionalismo perverso de Putin. Os comunistas americanos
estão trabalhando com o Estado russo — agora mesmo, hoje,
na promoção de Marx e Lenin. Como isso é possível se Putin é
nacionalista?
Obviamente, Putin não é nacionalista. E é por isso que ele
está construindo mísseis e armas nucleares o mais rápido que
pode. Seu objetivo é esmagar o capitalismo, não apoiar o
nacionalismo. Os Estados Unidos podem estar muito próximos
da derrota, visto que o momento de “um punho cerrado”
chegou. Todos perderam o jogo e agora provavelmente é tarde
demais.
Boa sorte com a suposição de que nossa esquerda
doméstica chegou onde está sem a orientação russa. Nossos
comunistas domésticos estão apoiando as mesmas medidas
ativas que a Academia Soviética de Ciências obteve para eles
em suas operações de sabotagem e subversão de décadas
passadas. Nada mudou de fato desde os anos 1930, exceto que
não temos organizações anticomunistas como o FBI ou a
Igreja Católica. O anticomunista é uma espécie em extinção. E
levando em conta o que vemos por todos os lados, desde a
celebridade de Alexandria Ocasio-Cortez até a crença no
aquecimento global, a civilização ocidental está perdendo em
todas as frentes.
A Rússia ainda é a pátria do socialismo. Putin não é um
nacionalista, mas sim um comunista. O Kremlin não queria
que Trump fosse presidente. Eles queriam Clinton, e estão
formando a AOC para o futuro. O Kremlin, na verdade, mente
sobre tudo, mesmo quando não há razão aparente para mentir.
Com o tempo, é claro, as razões entrarão em foco.
Quando os traidores bradam traição
22/10/2019

Recentemente, tive uma longa conversa com Simona


Pipko, que trabalhou como advogada soviética dos anos 1950
ao início dos anos 80. Ela disse que Stalin planejou os
sistemas político e jurídico soviéticos. “Ele disse aos
comunistas para nunca admitirem nenhum crime”, explicou
ela. “Sempre coloque o crime na conta dos inimigos do
comunismo.”
O que acontece quando os traidores estão bradando
“traição” e apontando o dedo para os inocentes? Esse é o
teatro político de nossos dias; em que traidores fingem ser
contra a traição; em que processam — como traidores —
qualquer um que fique em seu caminho. E tudo está de acordo
com os métodos desenvolvidos por J. V. Stalin, o infame
ditador soviético.
Se você é culpado de traição, acuse os seus oponentes
políticos de traição. Se você é corrupto, diga que eles são
corruptos. “Eu ouvi Stalin falar pessoalmente. Ele era muito
claro, muito lógico”, acrescentou Pipko. E, obviamente, os
métodos de Stalin eram eficazes e foram usados nos famosos
julgamentos-espetáculo da década de 1930. Reiteradas vezes,
os asseclas de Stalin acusaram seus rivais políticos de crimes.
Mas quem era o verdadeiro criminoso?
Simona disse que a presidente da Câmara, Nancy Pelosi,
e o deputado Adam Schiff foram obviamente moldados nos
moldes de Stalin. Eles estão usando os métodos de Stalin,
observou ela. Pode-se dizer que a homenagem ao método é
uma homenagem ao fim. Para alguns de nós, a agenda
ideológica de Pelosi é óbvia há muitos anos. Afinal, quando
você apóia constantemente políticas prejudiciais, agendas e
narrativas subversivas, então você é um subversivo.
Na semana passada, a presidente da Câmara, Nancy
Pelosi, acusou Trump de trabalhar para Putin. Durante uma
reunião com o presidente, ela disse: “Com sua política externa,
todos os caminhos levam a Putin.” Ela já havia anteriormente
chamado o presidente de traidor. Trump saiu e foi embora?
Não, ele revidou. Trump escandalizou Pelosi e os líderes
democratas do Congresso ao dizer que Pelosi era uma política
de terceira categoria. Mas a verdadeira razão pela qual eles
saíram enfurecidos pode ter sido devido a um comentário mais
revelador. Parece que Trump deu a entender que os líderes
democratas eram simpatizantes comunistas. Ele disse que
havia comunistas envolvidos na Síria “e vocês talvez gostem
disso”.
Trump deu aos democratas uma forte dose de seu próprio
remédio. Como eles reagiram? Por incrível que pareça, eles
fingiram indignação contra insultos não relacionados. O New
York Times até omitiu qualquer menção à insinuação de Trump
sobre as simpatias comunistas de Pelosi. Isso me parece
calculado.
Por que a insinuação comunista de Trump deveria ser
evitada pelo Times? Dado o avanço do comunismo no país,
dada a subserviência do Partido Democrata à agenda
comunista, não se atreveram a realçar a observação presciente
do Presidente.
Relacionada a isso, há outra observação a ser feita — a
qual poucos ousaram fazer. A derrota do comunismo em 1991
não foi nem final nem completa. Os serviços especiais de
Moscou colocaram seus agentes em muitas posições de
liderança nos Estados Unidos. Ao longo das últimas três
décadas, a penetração comunista nos Estados Unidos passou
de uma epidemia a uma pandemia após a eleição de Barack
Obama. E é por isso que estamos na bagunça que vemos hoje.
Muitos discordarão desta análise. Mas o leitor deveria
parar e pensar. Considerando o seu próprio conluio anterior
com potências comunistas, por que Hillary Clinton e Nancy
Pelosi deveriam acusar Donald Trump de conluio com
Moscou? E por que o New York Times se absteria de publicar a
sugestão de Trump sobre as simpatias ideológicas de Pelosi?
Porque a observação estava perto demais da verdade.
Se Pelosi finge evitar Moscou e Pequim, não devemos
confiar nela. O seu registro ideológico conta uma história
muito diferente. Portanto, devemos reiterar nossa pergunta: o
que acontece quando os traidores estão bradando “traição” e
apontando o dedo para os inocentes?
Observe cuidadosamente o que acontece a seguir…

A rixa do “impeachment”
29/10/2019

Nenhum apóstolo jamais duvidou do futuro de sua fé,


e os socialistas estão persuadidos de seu iminente
triunfo. Aos discípulos dos novos dogmas, nada
parece mais simples.

— GUSTAVE LE BON

Se o socialismo é um novo tipo de religião, se eles devem


ter o poder para salvar os oprimidos, se eles são politicamente
corretos em palavras e ações, então eles precisam ter a cabeça
de Donald Trump.
Donald Trump, afinal de contas, não é um socialista. Ele
não é o defensor dos oprimidos. Ele é o defensor dos Estados
Unidos da América. Por preceito, ele coloca o povo americano
à frente dos oprimidos. Conseqüentemente, ele se opõe aos
princípios básicos da nova religião. Ele se opõe à teoria do
aquecimento global antropogênico. Os acólitos da nova
religião, portanto, odeiam Donald Trump.
Uma vez que essas pessoas dominam a mídia, as falhas
de Trump são amplificadas e exageradas pela mídia. Uma vez
que os socialistas controlam a Câmara dos Representantes, a
Câmara inicia um processo de “impeachment”. Uma vez que
os marxistas dominam a educação na América, eles educaram
os jovens a votarem no partido do socialismo — contra
Trump.
O plano socialista é remover Trump do cargo para
consolidar o poder socialista. Esse poder será baseado em
conceitos socialistas de governança, a economia anti-
capitalista, o ateísmo e o evangelho social. Isso é o que
significa o termo “progressismo”.
Os socialistas devem vencer ou morrer sob a bandeira do
impeachment. Conforme a narrativa deles evolui, Trump se
transforma em um traidor por definição. Conforme a narrativa
deles evolui, todos os que se opõem ao socialismo também
serão listados como traidores. A nova religião ensina que a
própria América é uma espécie de traição — uma mancha que
deve ser apagada do mapa mundial.
Os socialistas acreditam que não deve haver nenhum
compromisso com os ideais obsoletos dos Pais Fundadores da
América. Assim que puderem denunciar os Pais Fundadores
sem conseqüências negativas, eles o farão. Se os mísseis
russos precisam destruir os seus alvos na América e as tropas
chinesas precisam aparecer na Califórnia, que assim seja. Essa
é a fé socialista. Ela esconde a sua lealdade estrangeira por trás
do álibi do conluio Trump-Rússia. Eis a sua camuflagem
política. Aqui eles armaram uma emboscada para seus
compatriotas.
A Utopia Socialista não pode ser alcançada enquanto
Trump for presidente. Remova-se Donald Trump e o caminho
para o paraíso será desobstruído. Remova-se Donald Trump e
a América abrirá suas fronteiras. Abram-se as fronteiras e o
partido do socialismo dominará para sempre. Alcançando o
controle absoluto, eles desarmarão o país contra seus inimigos
estrangeiros.
O mundo então pertencerá a Moscou e Pequim.

São os socialistas, estúpidos: uma nota de


Benjamin Gitlow
02/11/2019

O objetivo do socialista é consolidar o poder político. Só


então ele pode construir o seu mundo ideal, erradicando os
“males do capitalismo”. A antipatia cínica dos socialistas pelo
sistema existente abre o caminho para a construção de um
sistema ainda mais cínico — longe do mundo ideal que estão
tentando criar. Socialistas devotos podem parecer formidáveis,
é claro, até ferozes; ou podem soar bobos, até infantis.
Um dos socialistas mais interessantes do século XX foi
Benjamin Gitlow, que começou como um comunista devoto e
despertou para a sua imoralidade após um confronto com o
ditador soviético Joseph Stalin. Em sua introdução ao livro de
Benjamin Gitlow, The Whole of Their Lives, Max Eastman
descreveu Gitlow como um marxista ideal e “o primeiro
homem preso nos Estados Unidos por defender o comunismo”.

Seu julgamento ocorreu em 1919, no meio das


famosas “incursões vermelhas” do procurador-geral
Palmer. Clarence Darrow prometeu libertá-lo
encobrindo as implicações das coisas subversivas que
ele havia dito. Mas Gitlow não queria ter nada a ver
com isso. Ele era um revolucionário e insistiu para
que Darrow o defendesse com base apenas no “direito
à revolução”.

Por ter defendido a derrubada do governo dos Estados


Unidos, Gitlow foi condenado e sentenciado de acordo com o
estatuto da Anarquia Criminal de Nova York de 1902. Gitlow
não fez nenhuma tentativa de esconder suas motivações
comunistas. Durante o julgamento, ele denunciou o sistema
político dos EUA como uma “ditadura capitalista”. Ele se
dirigiu ao júri da seguinte maneira:

Os socialistas sempre afirmaram que a mudança do


capitalismo para o socialismo seria uma mudança
fundamental, que… teríamos uma reorganização
completa da sociedade, que essa mudança não seria
uma questão de reforma; que o sistema capitalista…
daria lugar a um novo sistema de sociedade baseado
em um novo código de leis, baseado numa nova ética
e baseado numa nova forma de governo. Por essa
razão, a filosofia socialista sempre foi uma filosofia
revolucionária e as pessoas que aderiram ao programa
socialista… sempre foram consideradas
revolucionárias, e… eu sou um revolucionário.

Em sua sabedoria, o júri o considerou culpado. Ele serviu


três anos na prisão de Sing Sing antes de ser perdoado pelo
governador Al Smith. Depois de sair da prisão, sua carreira
revolucionária foi ainda mais espetacular do que antes. Gitlow
prosseguiu até ocupar “todos os cargos importantes no Partido
Comunista Americano”: de acordo com Eastman, Gitlow
tornou-se editor-chefe do jornal do Partido Comunista, ele se
tornou —

membro de seu Comitê Político, membro de seu


Secretariado de Três, Secretário Geral do partido,
diretor de sua política de greve e comércio sindical,
líder secreto da greve dos trabalhadores têxteis de
Passaic, a maior greve comunista de nossa história, e
duas vezes o candidato comunista para vice-
presidente. Ele fez sua primeira viagem a Moscou em
1927, a pedido especial do Kremlin. Uma longa
conversa com Stalin sobre os problemas do
movimento americano garantiu-lhe a mais alta
promoção. Ele se tornou membro do comitê executivo
tanto da Internacional Sindical Vermelha como da
Internacional Comunista, e dentro desta última foi
eleito para o Presidium, o grupo dirigente interno do
movimento comunista mundial.

Gitlow foi um dos principais líderes comunistas da


América. Mas então algo aconteceu. Ele começou a duvidar da
bondade e infalibilidade de Joseph Stalin, o chefe número um
do movimento comunista mundial. Enquanto participava da
sessão de maio de 1929 do Presidium da Internacional
Comunista em Moscou, Stalin queria remodelar o partido
americano de acordo com suas especificações. Então, Stalin
apresentou um “Discurso ao Partido Americano”, no qual
denunciava os líderes comunistas americanos como
“desviacionistas de direita” e “oportunistas sem princípios”.
Dessa forma, Stalin esperava subordinar os líderes comunistas
da América a si mesmo. Em reação, os comunistas americanos
se uniram, reprovando Stalin.
Como Moisés descendo do Sinai, Stalin desceu
pessoalmente ao Presidium da Internacional Comunista. Ele
subiu ao pódio e estabeleceu a lei. Ele se dirigiu aos
comunistas reunidos da seguinte forma:

…o extremo partidarismo dos líderes da maioria [da


delegação americana] os levou ao caminho da
insubordinação e, portanto, da guerra contra a
Comintern… E agora surge a pergunta: os membros
da delegação americana, como comunistas, como
leninistas, consideram-se no direito de não se
submeterem às decisões do Comitê Executivo da
Comintern sobre a questão americana?
A delegação americana ficou aterrorizada com a
declaração de Stalin. Sendo acusados de partidarismo e
insubordinação por Stalin, eles imaginaram o pior. O que
Stalin faria com eles? Eles estavam seguros? Eles seriam
expulsos da Internacional Comunista? De forma bem
característica, Stalin exigiu que cada membro da delegação
americana se levantasse e declarasse a sua posição. Um por
um, os comunistas americanos, assustados pelo furioso ditador
soviético, se submeteram. Gitlow foi o último americano a
falar. Ele disse:

Não posso aceitar a exigência que me é feita de me


desacreditar perante a classe trabalhadora americana,
pois eu não estaria desacreditando apenas a mim
mesmo e à liderança do partido, mas ao próprio
partido que deu origem a essa liderança… Não só
voto contra a decisão, mas também, quando voltar aos
Estados Unidos, lutarei contra ela!

Um longo assobio foi ouvido da multidão. Stalin voltou


ao pódio, enfurecido. O ditador soviético falou o seguinte:

A verdadeira coragem bolchevique não consiste em


colocar a vontade individual acima da vontade da
Comintern. A verdadeira coragem consiste em ser
forte o suficiente para dominar e superar a si mesmo e
subordinar a sua vontade à vontade do coletivo, a
vontade do corpo superior do partido… E isso é
verdade não apenas no que diz respeito a partidos
individuais e seus comitês centrais; é particularmente
verdade no que diz respeito à Comintern e seus órgãos
de direção, que unem todos os partidos comunistas em
todo o mundo… Eles falam de sua consciência e
convicções… Mas o que fazer se a consciência e as
convicções do Presidium entrarem em conflito com a
consciência e as convicções de membros individuais
da delegação americana? O que fazer se a delegação
americana receber apenas um voto para a sua
declaração, o voto do Camarada Gitlow, enquanto os
demais membros do Presidium se declararem
unanimemente contra a declaração?

Essa era a lógica de Stalin — a lógica da disciplina


política. É importante lembrar que o movimento Comunista
Internacional é e era governado por consenso. A democracia
no movimento comunista não significava votar na sua
consciência. Democracia significava consentimento, não
dissidência. Na prática, o coletivismo requer consenso. Era
assim sob as ordens de Stalin, e continua sendo assim na
Rússia de hoje (que ainda é comunista em segredo) e na China
(que é abertamente governada pelo Partido Comunista
Chinês). Por não aceitar o consenso comunista, Gitlow foi
expulso do movimento comunista. De acordo com Eastman,

De um alto funcionário de uma estrutura de poder


supostamente a caminho de dominar o mundo, ele se
tornou uma pessoa obscura, sem dinheiro, sem
profissão e quase sem amigos, andando pelas ruas de
Nova York em busca de emprego.

Gitlow foi um dos principais organizadores da esquerda


nos Estados Unidos. Poderíamos dizer que ele foi um dos
fundadores do chamado “movimento progressista”. Como tal,
ele entendeu como a organização comunista funcionava na
América — nos bastidores. Ele conhecia o pensamento
estratégico da Comintern. Ele sabia tudo o que os comunistas
estavam fazendo naquela época.
Por causa de sua ruptura com Stalin, Gitlow passou a se
opor ao comunismo e alertou publicamente sobre os seus
métodos. De acordo com Gitlow, seria incorreto ver o Partido
Comunista como uma facção pequena e irrelevante da
esquerda. Desde a Revolução Russa, a esquerda na América e
na Europa se tornou, com o tempo, um grupo diversificado de
facções políticas involuntariamente dominadas por uma equipe
muito pequena de comunistas que são experientes nas artes de
manipulação e controle clandestino. Gitlow explicou o
seguinte:

Durante o período em que o Partido Comunista


operou como uma organização clandestina, eles se
introduziram em praticamente todo aspecto da vida
social e política americana. Em suas atividades, os
comunistas eram guiados por uma política geral
baseada nas táticas da Frente Unida.

Lenin foi o criador das “táticas da Frente Unida”, as quais


colocaram comunistas dentro de várias organizações não-
comunistas com o propósito de alinhar gradualmente essas
organizações com os planos comunistas. Dessa forma, a
esquerda foi reorganizada e os comunistas forneceram um foco
ao todo. Gitlow escreveu:

Pela aplicação habilidosa da política da Frente Unida,


os comunistas se tornaram uma força importante e
freqüentemente decisiva em movimentos e ações,
políticos e apolíticos, dos quais, de outra forma, eles
seriam excluídos. O emprego de táticas da Frente
Unida forçou os comunistas a aprenderem a lidar com
pessoas e movimentos fora de seu campo. Assim, os
comunistas tornaram-se negociadores competentes e
políticos astutos. Uma vez que os comunistas
colocavam os pés na estreita abertura da porta de uma
organização, eles geralmente conseguiam se espremer
até entrar de corpo inteiro na organização, seja
capturando a organização ou dominando os seus
negócios.
Na superfície, o observador casual não vê nenhum
comunista. Há somente uma organização aparentemente
respeitável trabalhando por uma “boa causa”. Olhando de
perto, entretanto, se encontrarão muitas organizações apoiando
políticas que trazem vantagens aos comunistas. Pegue alguma
causa que qualquer um possa considerar legítima, enfeite-a
com slogans e repita esses slogans milhares de vezes. Em
conseqüência, novas leis serão adotadas, novas formas de
pensar serão desenvolvidas. Quem, nesse ínterim, percebe que
as idéias marxistas estão se enraizando cada vez mais? — que
o capitalismo está cada vez mais paralisado? Os ativistas só
precisam de uma causa, desde a opressão das mulheres ou das
minorias ao aquecimento global ou o casamento gay. Como
Gitlow explicou,

Com isso, os comunistas criam movimentos populares


envolvendo grandes multidões, por meio das quais
podem projetar publicamente suas opiniões de um
modo muito mais amplo do que se agissem de forma
independente. Visto que os comunistas constituem as
únicas forças disciplinadas e estreitamente unidas,
eles têm relativamente pouca dificuldade em obter o
controle na Frente Unida. Jogando com a vaidade de
pessoas influentes e proeminentes, dando-lhes
honrarias, posições e lugares em comitês de nomes
pomposos, e explorando habilmente as táticas da
Frente Unida, os comunistas, nos últimos anos,
conquistaram para si a liderança de muitas causas de
caráter progressista e humanitário.

A declaração de Gitlow, acima, foi publicada pela


primeira vez em 1948, há mais de setenta anos. Ela é tão
verdadeira hoje quanto era então. Os comunistas estavam
controlando ou dominando várias organizações não-
comunistas em 1948. E sim, eles estão fazendo a mesma coisa
hoje, em 2019. Fomos enganados de modo a pensar que houve
uma “ruptura com o passado”. Imaginamos que não existe
mais uma Comintern. Imaginamos que os comunistas nos
Estados Unidos não seguem mais um consenso partidário
rigoroso estabelecido em Moscou ou Pequim. Sem entender as
táticas da Frente Unida dos comunistas, somos incapazes de
impedir o seu avanço. E eles estão avançando.
Nas décadas anteriores, os comunistas se infiltraram em
muitas organizações de esquerda. Hoje eles também se
infiltram na direita, que se tornou incrivelmente mole. Como
isso é possível? Porque os comunistas estavam se infiltrando
na direita desde o início, quando a direita era forte em
números e convicção. Hoje é brincadeira de criança para eles.
Em 1921, os comunistas criaram um movimento que
passou a ser considerado como o movimento anticomunista
mais importante do mundo. Ele era chamado de Aliança
Monarquista da Rússia Central. Um banco de Moscou servia
como sua sede, e era por esse motivo conhecida
informalmente como a “Trust” (“Crédito”). Seus agentes
associavam armas à diáspora russa branca, planejando
assassinatos, emitindo passaportes falsos, infiltrando-se nos
ministérios do governo soviético. Todas as agências de
inteligência da Europa acreditavam na autenticidade da Trust.
Também contavam com ela para fins de inteligência.
Por causa da Trust, os serviços especiais soviéticos
conseguiram entrar em organizações anticomunistas em todo o
mundo. Por causa da Trust, os comunistas puderam conhecer
as fraquezas dos serviços de inteligência do Ocidente. Os
livros de história raramente mencionam a Trust, por um
motivo muito especial: quando a inteligência soviética revelou
que ela era falsa, a vergonha foi tão grande, e a humilhação tão
dolorosa, que todos quiseram esquecê-la. Então esqueceram.
Sob as ordens de Lenin, os comunistas aprenderam a se
infiltrar em toda parte, a fingir qualquer coisa para qualquer
um. Não havia nenhum limite para as mentiras que contavam,
nenhuma fraude demasiado fantástica, nenhum tolo demasiado
incrédulo, nenhum método conspiratório demasiado absurdo.
Eles tornaram o grotesco aceitável. E agora, olhe para a
política de hoje. O que não é grotesco?
Acabei de lhe dar agora a chave, a explicação de tudo.

O que a aranha fará?


05/11/2019

“Numa selva de espelhos. O que a aranha fará [?] “

— T. S. ELIOT, “GERONTION”, 1920

Vinte e cinco anos atrás, um desertor da era soviética


chamado Alex me contou sobre um escritório da KGB na
União Soviética. Eles tinham todas as escrivaninhas dispostas
no andar principal, com uma única escrivaninha grande no
meio do escritório, onde se sentava um velho gentil e
prestativo. Ele era amigo de todos. Ele ouvia com simpatia os
problemas pessoais dos funcionários da KGB. Ele os
aconselhava sobre todos os assuntos, e atenuava as coisas com
o chefe, cuja porta do escritório estava sempre fechada e
escura. Ninguém jamais via o chefe, exceto o velho. Um dia, o
velho se aposentou e eles lhe fizeram uma festa. Foi nessa
festa que o velho revelou que ele havia sido o seu chefe desde
o início. Alex terminou a história imitando uma aranha com os
dedos e disse: “As aranhas estão por toda parte”. Então deu
uma piscadela.
Claro, é verdade. As aranhas estão por toda parte. Elas
estão à solta — como T. S. Eliot sugeriu — numa “selva de
espelhos”. Às vezes, numa selva de espelhos de parque de
diversões. Veja, por exemplo, o caso do deputado brasileiro
Alexandre Frota. Na sexta-feira passada, em entrevista ao
UOL (noticiário), ele acusou várias pessoas de dar início a
uma sofisticada campanha de desinformação no Brasil.
Segundo Frota, “[ela é] dirigida pelo… escritor Olavo de
Carvalho e pelo jornalista Allan dos Santos, dono da TV Terça
Livre, que apóia abertamente o [presidente] Bolsonaro”.
Detetive intrépido, a “investigação” de Frota desenterrou
vários tentáculos de uma vasta conspiração de “direita”:

Comecei a tomar conhecimento desses milicianos


digitais, militantes de extrema direita, que hoje estão
vestidos de assessores parlamentares. Com suas
credenciais, eles estão recebendo bons salários,
trabalhando em repartições públicas. Nós já temos
algumas suspeitas concretas de onde eles podem estar
escondidos.

O deputado Frota alegou que um “serviço sujo” estava


sendo executado por alguém nos bastidores. “Todo mundo
sabe disso”, ele explicou. Há uma pessoa obscura “vivendo ali
e apoiada pelo Filipe G. Martins [o assessor especial para
assuntos internacionais do Presidente da República]”. É
alguém que se senta numa sala especial, perto do gabinete do
presidente. É alguém que é respeitado pelo “velho”.
O jornalista que realizava a entrevista perguntou a Frota o
nome dessa figura obscura; mas ele não conseguia se lembrar
perfeitamente. O nome era algo como Jefferson ou Jeffrey.
“Sim”, disse o deputado Frota, “Jeffrey Richard Nyquist… É
uma pessoa em quem a gente está de olho… Ele era
freqüentemente visto na Casa [Câmara dos Deputados] e, para
minha surpresa, o nome dele já estava ligado a ‘fake news’”.
Segundo o deputado Frota, Jeffrey Richard Nyquist tem
estado à solta na Câmara dos Deputados do Brasil,
“oferecendo serviço” a uma taxa de “entre R$ 15 e R$ 20 mil”
para manipular redes sociais, mobilizar “milicianos digitais”,
orquestrar uma revolução de “extrema direita” no Brasil.
Obviamente, o deputado Frota acusou a mim — o autor
deste blog — de estar no centro de uma vasta teia-de-aranha
direitista. De fato, T. S. Eliot tinha razão em perguntar: “O
que a aranha fará?” Em primeiro lugar, desafio o deputado
Frota a documentar essas supostas aparições do Jeffrey na
Câmara dos Deputados. Como residente da região do Noroeste
Pacífico da América, ele vai me achar tão difícil de capturar
quanto o meu companheiro político, o Pé-Grande Sasquatch.
As densas florestas ao redor de Brasília nos fornecem ampla
cobertura. Não seja um mariquinhas, deputado Frota. Conduza
uma expedição à verdadeira selva. Afaste-se desse espelho de
parque de diversões. Deixe de lado as suas projeções
paranóicas. O meu disco voador está estacionado numa
clareira, coberto por uma rede de camuflagem. Eu o desafio a
me encontrar!

“Boa caçada, Frota!”

O pântano e suas criaturas


08/11/2020

O que é o pântano? Na década de 1950, o senador Joseph


McCarthy deu um nome ao pântano. Ele o chamou de “a
conspiração comunista internacional”. Ele falou sobre a
penetração comunista no governo, a subversão da política dos
EUA, a traição de nossos militares em campos de batalha
distantes. Ele apontou as nefastas maquinações domésticas do
comunismo. Ele escreveu sobre a nossa “retirada da vitória”, o
legado do general George C. Marshall — o presente da Europa
Oriental a Stalin, a traição da China nacionalista a Mao e a
perda do nosso monopólio da bomba atômica.
Um público leitor cronicamente mal informado (ou
desinformado) certamente desprezará McCarthy como um
espalhador do medo. “Não havia nenhuma conspiração
comunista”, dizem os nossos analistas convencionais com um
sorrisinho característico. “McCarthy se engajou numa caça às
bruxas.” Enquanto isso, esses mesmos analistas promoviam
uma verdadeira caça às bruxas. Eles empregam táticas
falsamente atribuídas a McCarthy em sua inaudita campanha
de difamação contra o presidente Trump.
Quem se atreve a perceber que ocorreu uma inversão?
Aqueles que podem ser identificados como infiltrados
comunistas ou “companheiros de viagem” agora dominam a
grande mídia, o comando da contra-informação e o sistema de
justiça criminal. Conclui-se naturalmente que as bruxas agora
lideram as caças às bruxas. Os próprios comunistas, levemente
disfarçados de liberais[1] do mainstream, ameaçam os
anticomunistas com acusações criminais fabricadas e crimes
processuais.
Isso é exatamente o que está acontecendo, embora quase
todo mundo se recuse a ver. Estamos agora colhendo o que
plantamos. Há muito tempo a esquerda conseguiu convencer o
país de que McCarthy era um demagogo e mentiroso, que o
medo do comunismo era irracional, que nenhuma infiltração
do governo havia ocorrido, que os Rosenberg (espiões
atômicos) eram inocentes, que o espião comunista Alger Hiss
era inocente. E hoje, se olharmos um livro de história comum
do ensino médio, McCarthy é o vilão.
Agora pensem, amigos. Quem escreveu esses livros? Não
sabem? Os comunistas dominaram a educação neste país,
sorrateiramente, pacientemente. É por isso que o Johnny ainda
não sabe ler. É por isso que acordamos um dia e descobrimos
que os jovens da América preferem o socialismo ao
capitalismo.
Os comunistas foram dominando o país, pouco a pouco,
centímetro por centímetro. Perguntem a si mesmos por que
fortalecemos a China comunista como potência econômica.
Por que a nossa marinha está encolhendo? Por que permitimos
que o nosso meio de dissuasão nuclear se deteriorasse de
velhice? Por que o Partido Democrata quer erradicar a
fronteira nacional da América?
Nada disso é acidental. As políticas que nos são impostas
pela esquerda são calculadas para nos desarmar e destruir por
dentro. Olhem à sua volta. O que encontramos? Vocês
realmente acham que eles querem reduzir a sua pegada de
carbono para salvar o planeta, ou isso é uma tentativa de
sabotar o capitalismo? Vocês acham que eles realmente se
preocupam com o casamento homossexual, ou acham que isso
é um mecanismo legal para perseguir o núcleo anticomunista
do país? — os cristãos que crêem na Bíblia?
Vocês acham que tudo está culturalmente alinhado com
os objetivos comunistas por acidente? Se sim, tenho um certo
terreno pantanoso para lhes vender. E ele está cheio de
criaturas do pântano.

Os segredos do pântano
21/11/2019

As secretas operações internas do pântano se encontram


na história da esquerda revolucionária. É uma história de
traição e ganância, roubo e assassinato. Para alguns, o
primeiro segredo do pântano é difícil de compreender; mas
aqui está: o humanitarismo do revolucionário de esquerda é
uma pose. O seu credo verdadeiro é o desejo de poder e
riqueza.
O primeiro líder comunista revolucionário americano,
Louis C. Fraina, recebeu $ 386.000 da Comintern para iniciar
uma revolução no México. O que ele fez? Gastou o dinheiro
consigo mesmo. A Comintern não o matou por sua má fé,
muito provavelmente porque ele havia chantageado outros
comunistas importantes no que dizia respeito às
impropriedades e fraudes deles próprios.
O jornalista americano John Reed era considerado um
comunista de “grande alma” — honesto e incorruptível. Dizem
também que ele morreu de coração partido em Moscou porque
finalmente percebeu que o comunismo era um movimento de
ladrões e assassinos. Sua esposa, Louise Bryant, escreveu:
“Jack morreu devido a uma grande desilusão pessoal.” Ela
explicou com mais detalhes numa carta a Benjamin Gitlow:

Jack percebeu como o poder e a sede de poder


afetaram os líderes bolcheviques… Ele estava com
um medo terrível de ter cometido um erro sério em
sua interpretação de um evento histórico pelo qual
seria responsabilizado… Ele se culpou…

Reed estava inconsolável. Quando a doença se apoderou


dele, ele não teve nenhum desejo de se recuperar. Sua esposa
escreveu: “Implorei a ele, para o seu próprio bem, que não
desistisse. Ele não atendeu.” Reed foi enviado a um hospital
de Moscou — onde o atendimento foi mediano, na melhor das
hipóteses. Louise escreveu para Benjamin Gitlow:

Passei dias e noites horríveis com ele, dias e noites


que jamais esquecerei. Ele delirou e chorou. Ele
falava constantemente que tinha caído numa
armadilha. Eram palavras terríveis estas que vinham
de Jack. Você sabe o resto. Ele morreu três dias
depois…

John Reed morreu em 17 de setembro de 1920. Sua


história é uma tragédia de idealismo que deu errado. Isso nos
lembra de que a falta de sinceridade na política não é pouca
coisa. A falta de sinceridade indica fraqueza de caráter, uma
predileção por práticas enganosas, as quais só deveriam ser
reservadas aos inimigos. O que devemos pensar, então, de uma
fraude que abrange tudo? — de uma desonestidade que não
tem nenhum respeito real pelos seus próprios constituintes?
Eis uma malevolência universal. Eis uma política que destrói
os fundamentos da organização política.
Quando vemos as atuais maquinações da esquerda em
Washington, muitos ficam perplexos com a falta de
sinceridade de seus porta-vozes. Mas, na verdade, é isso o que
devemos esperar. É isso quem eles são. A honestidade não fez
parte de seu treinamento. A revolução tem uma ética
totalmente diferente.
Quando Alexandria Ocasio-Cortez pergunta aos
apoiadores de Bernie Sanders se estão “prontos para a
revolução”, ela está falando sobre a criação de um novo
sistema de poder, uma reconfiguração dos ricos e pobres. Ela
não está propondo pobreza e sofrimento para o seu próprio
partido e facção. Ela está defendendo a Revolução Socialista
como meio de enriquecimento pessoal, com a falsa promessa
de benefícios para os seus ouvintes. Porém, nessa revolução,
alguns devem ser despojados de suas riquezas. Alguns devem
ser roubados. O sistema capitalista trouxe prosperidade geral
para a América porque é baseado na proteção da propriedade
privada. Isso também coincide com a preservação da
liberdade; pois, na verdade, não há direitos que valham a pena
proteger se a propriedade não for protegida. E não pode haver
base de confiança para o crescimento econômico real sem
direitos de propriedade. Isso nos diz, de cara, que o
revolucionário socialista não está interessado no crescimento
econômico ou na prosperidade geral. A coisa toda tem a ver
com pilhagem e o enriquecimento de uma facção.
Este é outro segredo do pântano. Saquear a comunidade é
o que todos os verdadeiros estados socialistas fazem. E todo
mundo, exceto aqueles ligados à camarilha dominante, será
empobrecido no final do processo.
As verdadeiras motivações dos líderes socialistas e
comunistas é uma questão fascinante. Em seu livro, The Whole
of their Lives, Ben Gitlow descreveu o movimento comunista
como uma máquina diabólica para transformar idealistas em
criminosos.
Na política revolucionária, as ambições pessoais dos
líderes desempenham um papel importante. As almas
altruístas motivadas por altos ideais e princípios são
comuns na ralé e raras na liderança. A luta pelo poder
na organização comunista ocorre de forma tão feroz
quanto nas cortes reais.

O revolucionário ou revolucionária exige que o poder


político se concentre em suas mãos. E o que os avatares desse
novo poder fazem com ele? Quanto mais poder eles têm, mais
eles querem. Não há fim para suas depredações. Quanto mais
cínicas suas mentiras, maior sua ganância, mais prontos eles
estarão para destruir os que ficarem em seu caminho e para
roubar dos que estiverem impotentes.
Afinal, eles afirmam ser justos. Eles são os defensores
dos oprimidos. Todo o mal que fazem é necessário para os fins
santificados do socialismo. Eis a justificativa para um
instrumentalismo político animado pelo fanatismo; uma
mistura maligna que pode quebrar a espinha da civilização e
sufocar a alma humana com o travesseiro macio do falso
humanitarismo. “Estamos salvando o planeta”, gritam eles.
Não. Eles vão destruir o planeta e desmoralizar a
humanidade.
A corrupção que acompanha o idealismo socialista deriva
da combinação do socialista ingênuo que é um adepto sincero
com o líder socialista psicopata que vê o socialismo como o
veículo perfeito para explorar “idiotas úteis” altruístas. Eis a
fórmula secreta do Inferno na Terra.
O pântano é a vanguarda deste Inferno. A presunção
moral e a corrupção são os sinais que o denunciam. Conforme
a batalha política em Washington se desenrola, podemos usar
esses conhecimentos para interpretar o que estamos vendo e
formar uma imagem mais clara dos jogadores.
Depois que você fica sabendo dos segredos do pântano, a
motivação da esquerda aparece sob um foco mais nítido. O
leitor não precisa acreditar apenas nas minhas palavras. A
prova está no pudim; — e que pudim eles estão preparando![2]

O estado de vigilância está aqui, e a


esquerda o está usando para reprimir a
discordância
04/12/2019

Era uma vez uma esquerda preocupada com um estado de


vigilância na América. Juízes liberais proibiram o FBI de
monitorar ou manter arquivos sobre grupos subversivos de
esquerda. Mas agora, depois que esses mesmos grupos
subversivos assumiram o controle da mídia e das agências de
inteligência, um deputado democrata, encarregado do Comitê
Permanente Exclusivo de Inteligência da Câmara, está
monitorando os conservadores e (evidentemente) mantendo
arquivos sobre eles.[3]
Podemos resumir o que tem acontecido desde 2016 da
seguinte maneira: o Partido Democrata, em busca de poder e
vantagem política, transformou em arma a inteligência dos
EUA e o Comitê de Inteligência da Câmara, para espionar um
presidente conservador, um deputado conservador (Nunes),
um jornalista — e até mesmo para registrar as ligações
telefônicas privadas do advogado do presidente (Rudy
Giuliani).
Isso descobrimos lendo o Relatório Schiff (consulte a
postagem anterior do blog).[4] A arrogância do relatório só se
compara à sua hipocrisia. O relatório ignora os princípios
jurídicos usados (nas últimas décadas) para neutralizar as
funções de contra-informação do FBI e da CIA. Agora os
democratas, que antes detestavam a contra-informação, agem
para restabelecê-la com força total; só que agora a função de
contra-informação pesará sobre os oponentes e críticos da
esquerda.
Não pode haver dúvida, a partir deste momento, de que a
esquerda está usando uma estratégia de intimidação. Ela usa
abertamente as capacidades técnicas de vigilância do estado
para ameaçar os conservadores, para alegar crimes secretos e
conspirações surgindo do lado republicano do corredor, para
alegar conluio com potências estrangeiras hostis, para criar
ciladas, para retratar atividades legais como ilegais. Todo
político republicano foi avisado: — As suas ligações estão
gravadas, os seus negócios secretos serão usados contra você.
Resistir é inútil. Podemos acusá-lo de crimes com base em
evidências circunstanciais. Vamos convocar testemunhas de
nossas próprias fileiras, suprimir as testemunhas a seu favor e
— para completar — vamos julgá-lo na mídia, fazer com que
a sua culpa se torne um fato público aceito, e reduzi-lo à
condição de traidor ou criminoso.
Hoje os assim chamados liberais não protestam contra
esses abusos de poder. Agora está evidente que os nossos
libertários civis de esquerda não estavam realmente
interessados em liberdade. Seus argumentos anteriores contra a
CIA e o FBI só duraram enquanto essas organizações lutavam
contra o comunismo. Agora que essas instituições estão sob
gestão esquerdista, elas são abertamente usadas como armas
contra os conservadores.
Já que os conservadores são maus e os comunistas são
bons, a esquerda não tem escrúpulos em violar o direito à
privacidade de um conservador. Nunca foi aceitável perguntar
a um comunista, sob juramento, se ele era membro do partido.
Mas hoje a opinião da esquerda é a de que os conservadores
são os inimigos do planeta. Todas ou quaisquer medidas, por
mais extraordinárias que sejam, devem ser empregadas para
criminalizar a sua atividade política, inutilizar os seus meios
de autoproteção e eliminá-los da vida política do país.
Esse é o significado do que vemos hoje. A esquerda
chegou à convicção de que ela não só está certa como também
é virtuosa; de que aqueles que discordam dela não devem ter
direitos, nem voz, nem participação no poder. Os eventos de
hoje em dia são um aviso. A esquerda não será restringida por
princípios, por lei ou decência. Ela não tem nenhuma
consideração pela verdade. Existem indivíduos na esquerda
que podem ser pessoas de princípios, cumpridoras da lei e
decentes; mas os poderes políticos de esquerda, que dominam
a nossa mídia e nosso governo, têm uma coloração totalitária.
A hipocrisia do que estamos vendo está além de qualquer
coisa que poderíamos ter previsto. Como os americanos
puderam concordar com isso? Como não puderam ver o que
aconteceu?
Qualquer que seja o partido ao qual você pensa que
pertence, está na hora de abrir os olhos. O inimigo está do lado
de dentro do portão. Os países totalitários, sob a liderança da
Rússia e da China, estão aumentando as suas forças para a
guerra que se aproxima. Os fios do perigo externo estão
entrelaçados com os fios da subversão interna.
Embora não pareça provável para o observador ocasional,
todos esses fios pertencem ao comunismo — uma ideologia
que mudou de forma, assumindo vários disfarces; no entanto,
seu núcleo revolucionário permanece o mesmo. Isso serve para
explicar a essência totalitária das práticas, narrativas e
aspirações da esquerda.
O estado de vigilância dos EUA e seus agentes, agora sob
o comando da esquerda, só podem ser compreendidos se
observarmos todo o processo em andamento — no aumento
das frotas e exércitos da Rússia e da China, na ardilosa
contestação do papel da América na Europa, nas advertências
de Pequim à Austrália, e a relutância da mídia em lidar com o
repentino reaparecimento de um bloco comunista renovado,
com muitos novos Estados-membros em todo o mundo.
As tradições clássicas chinesas e
ocidentais: sobre se o fim justifica os
meios
17/12/2019

A literatura clássica da China antiga, como a da Grécia e


Roma antigas, parece enfatizar a bondade moral como o
fundamento da sabedoria. Porém os ensinamentos clássicos
chineses sobre a arte de governar oferecem outra perspectiva:
uma que coloca ênfase especial na trapaça, na subversão e em
agentes secretos.
Em um livro intitulado The Tao of Spycraft, o tradutor de
Sun-tzu, Ralph D. Sawyer, descreve os textos clássicos
chineses em termos de sua preocupação com a “astúcia”;
primeiro, na estratégia militar; segundo, como um método de
debilitar um inimigo por meio de falsos desertores e agentes
de influência. As primeiras crônicas chinesas oferecem lições
objetivas de “intrigas furtivas… [e] métodos perversos que
deveriam ser negados à iniqüidade e mantidos longe do
perigoso”, de acordo com Sawyer.
A idéia de usar meios malignos para o avanço do bem
estabeleceu-se com firmeza muito cedo no pensamento chinês
clássico. Os sábios do oriente não tomaram precauções contra
a corrupção dos que exercem o poder; em vez disso, o
despotismo chinês surgiu de tradições que justificavam as
ações malignas como indispensáveis à sobrevivência.
Adicionando cinismo ao cinismo, a autocracia chinesa
gravitou em torno da doutrina do “Mandato do Céu”, que diz
que a aquisição de poder (por quaisquer meios) era prova do
favor divino. De acordo com essa mesma lógica, a queda de
um governante era a prova de sua indignidade. Assim, o
sucesso por quaisquer meios estava moralmente justificado. O
uso cínico da desonestidade e crueldade por aqueles que
estavam no poder se mostraria, a partir de então, incontrolável,
num jogo sem fim dentro da lei do cão. Assim, a era chinesa
dos Estados Combatentes se tornaria o foco de um currículo
clássico enraizado no engano, na crueldade e no assassinato.
A idéia de um processo constitucional, com poder
limitado sob o primado da lei, era estranha ao pensamento e à
prática chinesa. Os sábios chineses escreveram sobre a virtude,
mas não desenvolveram nenhum meio prático de limitar os
governantes malignos. Não há nenhum Licurgo na história
chinesa — nenhum Marco Júnio Bruto, nenhum Cato, nenhum
Cícero, nenhum defensor prático da liberdade. Os defensores
da sabedoria prática na China eram especialistas na
concentração do poder, não especialistas em sua limitação.
Claro, os antigos gregos e romanos tinham seus tiranos
— como Dionísio de Siracusa e o imperador Nero. Essas duas
figuras receberam educação filosófica (Dionísio foi instruído
diretamente por Platão e Nero foi aluno de Sêneca). No
entanto, seu comportamento se opôs aos princípios que lhes
foram ensinados. O mesmo não pode ser dito dos imperadores
e generais chineses que aprenderam A Arte da Guerra de Sun-
tzu, enfatizando a falsidade e a espionagem, juntamente com
as idéias de Han Fei-tzu — o Maquiavel da China antiga.
Se Dionísio e Nero voltaram as costas a Platão e Sêneca,
os governantes chineses receberam evidente incentivo
intelectual para agir de forma contrária aos ensinamentos de
Confúcio e Mêncio. Mas mesmo os ensinamentos de Confúcio
se provariam duvidosos, pois entendia-se que ele dizia que
“quem abandona um governante perverso para apoiar…
rebeldes que reivindicam o Mandato do Céu é um desertor
perspicaz, antes um herói que um traidor.” (Sawyer).
Cinicamente, interpretou-se que Confúcio diz, com efeito, que,
se os rebeldes vencem, eles são virtuosos. Se perdem, não são.
Isso produziu na China um legado rico em traição, uma
história superpovoada por desertores e traidores cujo
oportunismo se tornou sinônimo de “virtude moral”.
A idéia de usar métodos malignos para defender o bem
não foi efetivamente defendida no pensamento ocidental até a
Renascença, quando Maquiavel escreveu O príncipe. Mesmo
então, Maquiavel foi denunciado por quase todos. Frederico II
da Prússia escreveu um livro contra as idéias de Maquiavel,
intitulado Anti-Maquiavel, no qual afirmava: “Sempre
considerei O príncipe como uma das obras mais perigosas que
se espalharam pelo mundo…” Frederico continuava dizendo:

…É um livro que cai naturalmente nas mãos dos


príncipes e daqueles que gostam de política. É muito
fácil para um jovem ambicioso, cujo coração e
julgamento não estão formados o suficiente para
distinguir com precisão o bem do mal, ser corrompido
por máximas que inflamam a sua fome de poder.

Dado o conteúdo hipermaquiavélico de alguns clássicos


chineses, só podemos imaginar os anátemas que Frederico
teria despejado contra os “sábios” do Oriente. Sem dúvida, ele
teria notado a triste história da China — uma história de
tirania, traição e fatalismo. Frederico escreveu, a título de
advertência:

As inundações que assolam regiões, o fogo do


relâmpago que reduz cidades a cinzas, o veneno da
peste que aflige províncias, não são tão desastrosos no
mundo quanto a moralidade perigosa e as paixões
desenfreadas dos reis; as pragas celestes duram apenas
um tempo, devastam apenas algumas regiões, e essas
perdas, embora dolorosas, são reparadas. Mas os
crimes dos reis são sentidos por muito mais tempo por
todo o povo.

Frederico acrescentava que “A verdadeira política dos


reis se baseia somente na justiça, na prudência e na
bondade…” Ele caracterizava a filosofia de Maquiavel como
“cheia de horror…” — Uma afronta ao público.
Embora Frederico fosse um rei absoluto, ele se via como
submisso a Deus, como tendo um dever para com seu povo.
Ele escreveu o seu Anti-Maquiavel em nome da tradição
filosófica ocidental, que era fundamentada nos profetas do
Antigo Testamento — instruídos pelos filósofos gregos e
romanos — e pelos historiadores clássicos.
Lemos na Guerra do Peloponeso de Tucídides o
arrepiante “diálogo de meliano”, no qual a Atenas democrática
impunha condições a uma cidade neutra que eles
exterminaram arbitrariamente. Quando os melianos brigaram
por justiça, os atenienses zombaram. Tucídides mostra a
maldade e a falta de visão da política ateniense. Pois Atenas,
mesmo então, estava cortejando a destruição, erroneamente
imaginando-se invencível e fora do alcance da justiça. (Atenas
perderia a guerra). Tucídides ressaltou as conseqüências
desastrosas da filosofia da “lei do mais forte” dos atenienses, e
o terrível custo para a sociedade quando homens maus
alcançam altos cargos.
Nos Anais da Roma Imperial, Tácito nos mostra como o
despotismo dos Césares declinou para a perversidade da
tirania abjeta, desvio sexual, assassinato e loucura. Quando
Tito Lívio escreveu sua História de Roma no século primeiro,
ele a prefaciou com um apelo aos valores morais dos
antepassados de seu país — comparando a nobreza antiga com
a depravação moderna.
Nesse sentido, Tito Lívio narrou o generalato de Marco
Fúrio Camilo diante das muralhas de Falérios. De acordo com
Tito Lívio, um tutor grego traiçoeiramente atraíra seus jovens
pupilos, os filhos dos líderes da cidade, para o acampamento
romano — oferecendo essas crianças inocentes como reféns
para quebrar o cerco. Camilo fez com que o tutor grego fosse
despido e açoitado, entregou o chicote ao pupilo mais velho e
deixou-os voltar em segurança para os pais, com seu esfolado
e infiel professor a reboque. O povo de Falérios ficou
intimidado com esse nobre ato e prontamente se rendeu ao
general romano por gratidão, confiando-lhe suas vidas e
propriedades. Assim, um estado inimigo foi transformado,
pela conduta honrosa, em amigo.
Da mesma forma, o historiador grego Políbio, em seu
famoso comentário sobre a constituição romana, elogiou os
antigos romanos por sua honestidade e piedade, às quais ele
creditava o sucesso de seu Império. Foi só depois, quando o
sucesso os estragou, que os romanos caíram na degradação
moral.
Platão, Aristóteles e Cícero defendiam a bondade e a
virtude morais — assim como Confúcio e Mêncio. Mas os
chineses mantinham, sob a superfície, um ensinamento
esotérico que fazia Maquiavel parecer um escoteiro em
comparação. Tão maus eram os ensinamentos dos sábios da
China, que os governantes da China os consideravam
perigosos nas mãos erradas. Assim, em tempos muito antigos,
esses ensinamentos eram mantidos em segredo pelos governos
de sucessivos reis. O lado negro dos ensinamentos clássicos da
China era concebido como “a essência do nosso estado” (como
explicou um alto funcionário chinês). “Visto que os clássicos
contêm métodos atemporais de governo, eles não podem ser
emprestados a outros povos”.
De acordo com os antigos generais e administradores
chineses, governantes sábios não permitem que outros leiam as
“estratégias militares e os livros dos filósofos, com técnicas
ardilosas”.

Ora, se o imperador Han não estava disposto a mostrar


esses livros à sua amada cônjuge… como podemos
hoje entregar clássicos cheios de tais informações aos
nossos grandes inimigos, os bárbaros ocidentais?

Na tradução de Sawyer, um alto funcionário argumenta


que os bárbaros ocidentais são sensíveis e inteligentes: “Se
eles penetrarem no Livro dos Documentos, certamente saberão
como conduzir a guerra”. Métodos e conceitos ardilosos eram,
em si mesmos, armas secretas em um tesouro cultural de
armamento secreto.
É prudente conhecer as técnicas do mal — não porque
devamos praticá-las, mas para reconhecer quando os outros as
estão praticando contra nós. O que é evidente, neste momento
da história, é que a China e a Rússia, e a extrema esquerda,
empregam consistentemente métodos maquiavélicos — e
aqueles ensinados por Sun-Tzu. Devemos ser claros sobre
nossa posição e o que pensamos sobre o seu uso. A subversão
e a trapaça são atividades que corrompem quem as pratica.
Como as armas de guerra, elas só podem ser usadas
reciprocamente, e não sem risco para o usuário. Assim como
matar na guerra é uma coisa terrível, e não deve ser
empreendido de forma leviana, mentir para um inimigo
também é perigoso. A pena que a natureza prontamente impõe
aos mentirosos é conhecida pela história por meio da
degeneração cognitiva do tirano. Ele mente e ameaça a todos,
e todos são obrigados a iludi-lo de volta.
Como qualquer um pode ver, a degeneração moral da
esquerda é exemplificada por um pensamento tão corrosivo
que a idiotia moral e a esclerose ideológica são imediatamente
visíveis por todos os lados. As elites dominantes do Ocidente,
imersas em fábulas de sua própria criação, não conseguem
mais reconhecer a verdade. Cada vez menos enxergam ou
entendem a situação em que se encontram. Sua tendência é
iludir-se; mas de que isso lhes servirá? Entretanto, o caso deve
ser que, por mais invencíveis que pareçam, elas estão
condenadas.
A China e a Rússia, os dois principais impérios do legado
de Sun-tzu (e do legado de Lenin), estão inundadas de
corrupção e banditismo. São impérios degenerados. O poder
que acumularam só pode ser usado para destruição, uma vez
que não têm valor moral intrínseco. Serão condenadas pela
história, mesmo quando tentarem enganar os historiadores.
Se o legado de Sun-tzu dominar o mundo, então a história
em todos os lugares se conformará às leis e padrões da história
chinesa. O Ocidente então jazerá enterrado em seus próprios
escombros. A humanidade experimentará uma era sombria —
uma era de sangue e ignorância. Talvez a raça humana morra
de vergonha; pois tal resultado seria, na verdade,
insuportavelmente vergonhoso.

O gnosticismo como metáfora para os


candidatos democratas
03/01/2020

O gnosticismo, portanto, produziu algo como os


contra-princípios aos princípios da existência; e, na
medida em que esses princípios determinam uma
imagem da realidade para as massas dos fiéis, eles
criaram um mundo de sonho que é ele mesmo uma
força social de primeira importância na motivação de
atitudes e ações das massas gnósticas e seus
representantes.

— ERIC VOEGELIN, A NOVA CIÊNCIA DA POLÍTICA

O mundo de sonhos dos gnósticos de Voegelin pode ser


vislumbrado enquanto se assiste aos debates presidenciais
democratas. Ouça suas fantasias absurdas — do aquecimento
global e inundações costeiras, de se apagar as fronteiras
nacionais e gastar trilhões em programas para empobrecer a
todos nós. De onde realmente virá o dinheiro? Endividados ao
extremo, isso só pode acelerar a erosão da prosperidade e
provocar um deslocamento econômico sem precedentes; mas,
olha, está tudo bem, porque, depois disso, nós podemos culpar
o capitalismo e o sexismo e o racismo — e avançar em
harmonia para construir o verdadeiro socialismo, ou
comunismo, ou o Novo Green New Deal, sem aviões ou vacas
ou carros ou liberdade de expressão. Deus ajude o pobre tolo
que se opuser.
Sim. Os candidatos democratas se baseiam todos neste
mesmo mundo de sonhos. São todos gnósticos, no sentido em
que Voegelin usa o termo. São todos dedicados a “contra-
princípios”. Qual a melhor forma de explicar isso?
Voegelin era um homem muito culto. Ele sabia do que
estava falando, mesmo que seu modo de expressão fosse
erudito. Ele estava tentando expressar percepções que os
incultos não têm palavras para expressar. Então, ele inventou o
seu próprio vocabulário, tomando emprestado o termo
“gnóstico” para transmitir sua idéia daquilo que está, mesmo
agora, fazendo guerra contra os alicerces espirituais e
intelectuais da civilização mais avançada já construída pelos
humanos.
Voegelin escreveu:

O gnosticismo como um mundo onírico contra-


existencial pode talvez se tornar inteligível como a
expressão extrema de uma experiência que é
universalmente humana, isto é, de um horror à
existência e um desejo de escapar dela.

O escapismo pode ser uma coisa perigosa. Uma


sociedade rica e bem-sucedida, enfraquecida patologicamente
por décadas de sucesso, pode considerar a sua permanência
garantida; pode confundir seus impulsos neuróticos com a
verdadeira ordem das coisas; pode erguer uma falsa auto-
interpretação sobre uma herança não mais entendida;
adotando, em vez disso, um novo padrão de conduta que
promete desemaranhar a própria trama da civilização.
O que se segue, por necessidade, é um declínio na
moralidade cívica, uma cegueira para os perigos óbvios e —
diz Voegelin — uma relutância em enfrentar esses perigos com
seriedade. Ele acrescentava: “É o clima das sociedades tardias
e em desintegração que não estão mais dispostas a lutar por
sua existência”.
O mundo dos sonhos gnóstico no palco dos debates
presidenciais democratas reflete esse mesmo processo de
desmantelamento — de uma consideração pouco séria pelos
perigos, de neuroticismo e arrogância existencial. Voegelin
escreveu:

No gnosticismo, o não-reconhecimento da realidade é


uma questão de princípio; neste caso, seria necessário
falar de uma inclinação para continuar ciente do risco
da existência a despeito do fato de ele não ser
admitido como um problema no mundo dos sonhos
gnóstico; tampouco o sonho prejudica a
responsabilidade cívica ou a prontidão para lutar
bravamente em caso de emergência. A atitude em
relação à realidade permanece enérgica e ativa, mas
nem a realidade nem a ação na realidade podem ser
colocadas em foco; a visão é embaçada pelo sonho
gnóstico. O resultado é um estado de espírito
pneumopatológico muito complexo…

O não-reconhecimento da realidade, diz ele, é o primeiro


princípio do gnóstico. Ações que os prudentes consideram
moralmente insanas são empreendidas porque são
consideradas “morais” pelo sonhador. De acordo com
Voegelin, “A disparidade entre o efeito pretendido e o efeito
real será imputada não à imoralidade do gnóstico de ignorar a
estrutura da realidade”, mas à imoralidade daqueles que não
compartilham o mesmo sonho maluco.
O método do moralmente insano é inverter a
responsabilidade. Suas falhas são sempre culpa de outra
pessoa. Assim, os fracassos econômicos de Stalin não eram
atribuídos às suposições econômicas errôneas do socialismo,
mas à culpa moral de saqueadores, sabotadores e espiões; isto
é, qualquer um que não participasse da loucura gnóstica do
comunismo. Portanto, é lógico que a polícia secreta de Stalin
atiraria nos engenheiros e especialistas cujos relatórios
refletissem conhecimento e inteligência que o comunista
poderia considerar ameaçadores.
Voegelin observou: “praticamente todo grande pensador
político que reconheceu a estrutura da realidade, desde
Maquiavel até o presente, foi rotulado de imoralista pelos
intelectuais gnósticos…” Os gnósticos fizeram até mesmo um”
jogo de salão” ao rotularem Platão e Aristóteles de” fascistas”.
Não devemos nos surpreender, portanto, que os gnósticos
condenem a sabedoria do passado como má.
Quando aparecem perigos, pode apostar que os gnósticos
tomarão a linha de ação errada. Eles se engajarão em múltiplas
operações “mágicas” — amaldiçoando os perversos,
proferindo anátemas, resoluções, apelos à humanidade, etc.
Eles podem até proibir a guerra.
Ainda estamos agora?
O gnóstico representa a insanidade política. Basta ouvir
Elizabeth Warren por vinte minutos. Cada vez que ela abre a
boca, o judicioso estremece. “A política gnóstica”, dizia
Voegelin, “é autodestrutiva”. Mais do que isso, ele alertava
que ela inevitavelmente leva a uma guerra contínua. Ele
afirmava:

Este sistema de guerras em cadeia pode terminar


apenas em uma de duas maneiras. Ou resultará em
horríveis destruições físicas e concomitantes
mudanças revolucionárias da ordem social que
ultrapassam conjecturas razoáveis; ou, com a
mudança natural de gerações, levará ao abandono do
sonho gnóstico antes que o pior tenha acontecido.

Isso tem um som familiar? Será que lembramos do apelo


de Hillary Clinton por uma “zona de exclusão aérea” na Síria
— contra as unidades aéreas russas?! O mundo de sonhos do
gnóstico não invade apenas a política social. Ele também tem
penetrado a política de segurança nacional.
Não devemos esquecer que cada passo de nosso
envolvimento no exterior fortalece o grande governo. Também
fortalece a transformação do liberalismo em comunismo.
Voegelin observou:

Se o liberalismo é entendido como a salvação


imanente do homem e da sociedade, o comunismo
certamente é a sua expressão mais radical; é uma
evolução que já foi antecipada pela fé de John Stuart
Mill no advento final do comunismo para a
humanidade.

A sociedade ocidental, advertiu Voegelin, “está pronta


para se apaixonar pelo comunismo…” E quem negaria nosso
constante progresso rumo à esquerda? Veja os democratas
concorrendo à Casa Branca.
Que Deus tenha misericórdia de nós.

O apocalipse da estupidez radical


11/01/2020

“Quais são os sintomas do… descarrilamento do


homem?” perguntou Eric Voegelin em seu livro Hitler e os
alemães. O homem tem uma natureza particular. Ele é um ser
espiritual e um ser racional. O Ocidente extraiu a sua razão
dos antigos gregos, a sua base espiritual, dos antigos israelitas.
Essa foi a nossa dupla herança. Só agora a abandonamos em
troca do positivismo e do materialismo. Como conseqüência, a
civilização ocidental está se desfazendo rapidamente.
De acordo com Voegelin, o Antigo Testamento ensina
que temos uma participação no que é divino. O homem é
“teomórfico”, para usar um termo grego, ou feito “à imagem
de Deus”. Voegelin observou: “A dignidade específica do
homem é baseada nisso…” Mesmo assim, chutamos isso para
escanteio, enxergando-nos “à imagem do macaco”. O
pensamento predominante desmascarou a idéia da “causa
primeira”, o criador divino, o criador de todas as coisas. Esse é
o lado espiritual de nossa estupidez radical. Voegelin escreveu:
“Não se pode desdivinizar a si mesmo sem se desumanizar…”
A brutalidade de nosso pensamento diário, nossa
desconexão do espírito, ficaria logo aparente para uma pessoa
medieval ou da antigüidade. De nossa parte, mal sabemos o
que perdemos. Por causa disso, estamos absorvendo
antidepressivos em um ritmo surpreendente. Apesar de nossa
relativa riqueza e conforto, estamos cada vez mais infelizes.
Estamos, como observou um cientista social, “nos
desmanchando”.
Por todos os lados ressoam os slogans mais brutais.
Somos agora as criaturas de uma era ideológica. Conforme
observado por Carl Jung, nós sucumbimos à mentalidade de
massa. “Não há mais deuses que possamos evocar para nos
ajudar”, escreveu ele. Levamos agora “uma existência
ignominiosa entre as relíquias do nosso passado…”
Em grande medida nós nos isolamos do espiritual. Muitos
líderes religiosos são fraudes. Muitos dos “fiéis” não têm
discernimento para identificar impostores. É uma situação
doentia em todos os sentidos. Quanto à nossa razão, ela agora
está baseada em proposições equivocadas — desconectada do
espírito, da base do ser. Por causa disso, observou Voegelin,
“ocorre uma perda da realidade, na medida em que este ser
divino, esta base do ser, é… realidade também…”
Essa “perda da realidade” leva alguns homens a se
colocarem como Deus. Eles prometem eliminar a pobreza, a
guerra, as doenças. Ah, sim, e eles são capazes de saltar
grandes prédios num único pulo, enquanto reduzem as
temperaturas globais. Essa é a essência da Nova Religião — a
religião de nossos idiotas morais, evoluindo dia a dia para a
“tirania do radicalmente estúpido”.
Veja, o idiota moral pensa que é mais inteligente do que
Deus. Ele é fabulosamente inteligente da maneira mais
radicalmente estúpida que se possa imaginar. No entanto, o
idiota moral não sabe que se perdeu. Como um desertor da
reverência e da verdade, ele conta mentiras irreverentes e vive
em um mundo de fantasia infantil. Não é apenas o mundo de
fantasia da CNN, mas também o mundo de fantasia da Fox
News.
De acordo com Hesíodo, existem três tipos de homens:
(1) aqueles que refletem sobre as coisas; (2) aqueles que
ouvem os pensadores; e (3) aqueles que nem pensam nem
ouvem e, conseqüentemente, são estúpidos e até perigosos.
Hoje, pessoas desse último tipo estão por toda parte. Estão no
comando de tudo. Voegelin diz que a nossa elite governante
inteira é desse tipo.
Voegelin diz que é “extremamente difícil entender que a
elite de uma sociedade pode consistir numa ralé”. Depois ele
diz: “[nossa elite] realmente consiste numa ralé”. A prova está
aí, diante de nossos olhos. Há algo de errado com quase todos
os nossos líderes. Eles não estão devidamente orientados. Eles
estão profundamente desorientados. De acordo com Voegelin:

A estupidez significará aqui que um homem, por


causa de sua perda da realidade, não está em
condições de orientar corretamente a sua ação no
mundo, no qual ele vive. Assim, quando o órgão
central que guia a sua ação, sua natureza teomórfica e
abertura para a razão e o espírito, tiver deixado de
funcionar, aí o homem agirá de forma estúpida.

Ele assassinará milhões em campos de concentração,


cometerá genocídio contra minorias, jogará bombas
incendiárias em cidades cheias de mulheres e crianças, lançará
armas nucleares quando o inimigo já estiver tentando se
render, entregará regiões inteiras à escravidão para manter um
acordo com um assassino em massa aliado, etc. etc. Tal é a
nossa história recente, “cheia de som e fúria”, indicando
traição.
No entendimento hebraico, um tolo é aquele que cria o
caos e a desordem por causa de sua tolice. Na terminologia de
Platão, o tolo “não tem a autoridade da razão e… não pode se
curvar a ela”. Olhe para a esquerda e olhe para a direita. Onde
estão os sábios? Quem se curva à razão?
A nossa descida ao caos é progressiva e pode acelerar a
qualquer momento. A estupidez segue a estupidez, o erro
segue o erro. Estamos matando bebês em gestação por meio do
aborto, importando forasteiros de civilizações hostis,
ensinando às crianças a virtude da sodomia e aos beduínos a
virtude da democracia; o casamento agora pode ser entre
homem e homem, a guerra é travada nas asas da tagarelice
santarrona, para atingir objetivos inalcançáveis. Desesperai
vós todos que aqui entrais.
Vivemos na Era da Estupidez Radical, em que a elite é
radicalmente estúpida — uma ralé de jumentos inteligentes
que lutam apaixonadamente contra a realidade e o bom senso.
A nossa falência aumenta de vinte trilhões para vinte e cinco
trilhões, para cento e cinquenta trilhões. Nada pode impedir a
passagem ao caos universal, exceto a razão e o espírito. Mas
onde essas qualidades podem ser encontradas?
Achamos que somos os mocinhos, que sabemos o que
estamos fazendo. Mas não temos idéia. Confundimos bondade
com presunção moral. Confundimos slogans ideológicos com
conhecimento e razão. Não sabemos nossas limitações e não
gostamos que nos digam que somos vulneráveis. É apenas
uma questão de tempo até que nossos líderes radicalmente
estúpidos causem um grande descarrilamento. Quando tudo
começar a desmoronar, quando estivermos morrendo às
dezenas de milhões, encontraremos líderes de um tipo
diferente? De onde eles virão?
O que estamos fazendo para nos opor à estupidez radical
de nossos governantes?
A estratégia da tesoura como método
para o posicionamento de agentes
13/01/2020

Em ensaios anteriores me referi à “estratégia das


tesouras”, que também é conhecida por outros nomes. Muitos
leitores não têm uma idéia clara de como essa estratégia
funciona, ou de por que ela é eficaz. Portanto, é útil apresentar
dois ou mais exemplos hipotéticos/históricos para ilustrar.

EXEMPLO UM: AFEGANISTÃO

Em 1979, a União Soviética queria acelerar a sua


infiltração no mundo islâmico. Um objetivo da infiltração era
assumir o controle de grupos muçulmanos e usá-los para criar
novos meios de atacar o Ocidente.
O melhor ponto de entrada para essa estratégia era o
Afeganistão. Dentro da União Soviética, havia duas
“repúblicas” soviéticas ideais para lançar operações no
Afeganistão. Os dois países eram a RSS do Tajiquistão e a
RSS do Uzbequistão. (Note bem: um número significativo de
tadjiques e uzbeques vive no Afeganistão).
Antes de 1979, a União Soviética usava agentes étnicos
tajiques e uzbeques para se infiltrar no Afeganistão. Para eles,
era brincadeira de criança influenciar esses grupos dentro do
país. Enquanto isso, os jovens tecnocratas afegãos, estando
abertos à doutrinação marxista, também eram vulneráveis à
influência soviética e ao recrutamento por canais francamente
comunistas. Os agentes também podiam ser recrutados de
outros grupos tribais por meio de redes criminosas infiltradas
pela União Soviética (ou seja, por meio do domínio soviético
do tráfico regional de heroína). Muitas pequenas operações
tinham de ser desenvolvidas, originando-se em partes muito
diferentes do Afeganistão, para tornar a estratégia viável. O
objetivo dessas operações de longo prazo é sempre se infiltrar
em todo grupo tribal, máfia criminosa, organização policial,
centro econômico e partido político importantes do país. Você
não pode usar uma estratégia das tesouras sem colocar agentes
nesses (e em outros) setores cruciais. Nem é preciso dizer,
obviamente, que o primeiro alvo da infiltração é sempre a
contra-informação inimiga, de modo que ninguém jamais
tenha os meios para identificar os seus agentes ou os seus
modos de operação.
O próximo problema, como estrategista soviético, é como
levar seus agentes a posições de poder dentro de seus
respectivos grupos. O conflito é a melhor maneira,
especialmente se o conflito for violento. Em termos de tráfico
de drogas, você promove seus agentes na polícia dando-lhes
orientações vindas de seus agentes entre os traficantes de
drogas. A polícia sob o seu controle prende apenas aqueles
traficantes que não estão sob o seu controle, abrindo o
caminho para que você fortaleça o seu controle sobre o crime
organizado. Em última análise, a sua estratégia leva a uma
convergência da polícia e da máfia — de modo que os líderes
da polícia são seus agentes, e eles estão secretamente
alinhados com os principais criminosos do país, que também
são seus agentes.
Com seus agentes no submundo do crime, e dentro da
polícia, você adquire acesso a informações sobre corrupção.
Especialmente, você obtém informações sobre corrupção
dentro dos serviços de inteligência, do sistema bancário e dos
partidos políticos. Você pode prender quem você quiser. Você
também tem o poder de subornar ou chantagear qualquer
pessoa que você considere vulnerável ou útil. Agora a sua
influência dentro do país está gradualmente tomando forma.
O próximo problema é preparar o país-alvo para uma
invasão. Nesta fase, você pode perguntar: por que invadir o
país? Há muitas razões, e você deve ter cuidado para que o
inimigo não suspeite de nenhuma delas. Mas a razão imediata
para o conflito é promover seus agentes dentro do país como
um todo. (Qualquer poder que você tenha não é suficiente, e
nunca será).
Idealmente, como estrategista soviético, você quer um
pateta no controle do Afeganistão. Dada a estupidez radical da
elite do país educada nos Estados Unidos, isso não é difícil.
Você faz muitos favores ao governo, pedindo pouco em troca.
Você constrói estradas e aeródromos. Você cria a infraestrutura
para a sua futura invasão. Então, você convence o Presidente
Idiota Útil de que os imperialistas americanos estão
conspirando para atacar o país dele. Você encena provocações
por meio de agentes em áreas tribais para assustar o governo.
Finalmente, o Presidente Idiota pede que você intervenha. As
tropas soviéticas entram no país. Agora você já criou um
conflito maduro para exploração.
Seus agentes dentro dos grupos tribais há muito já
estabeleceram a sua bona fides, posando como falastrões anti-
soviéticos. Depois que as tropas soviéticas cometem
atrocidades específicas, esses agentes ganham maior estatura.
O conflito crescente entre os ocupantes soviéticos e as tribos é
o cenário perfeito para matar vários líderes, abrindo novas
vagas de liderança para seus agentes dentro de cada grupo
tribal.
Em seguida, vem a localização de talentos. De todo o
mundo muçulmano, combatentes são recrutados para se juntar
à jihad contra o comunismo ateu. Mas você preparou bem o
seu tabuleiro de xadrez. Com seus agentes firmemente
posicionados entre os mujaheddin, você pode dirigir as
operações militares de ambos os lados. Você pode assim
eliminar os combatentes que são genuinamente perigosos para
Moscou enquanto identifica jovens recrutas promissores do
mundo árabe. Você pode criar novos heróis dentro do campo
anticomunista. E você pode fazer isso às custas da América.
Esses novos heróis serão seus agentes em futuras ofensivas
terroristas contra o Ocidente.
A CIA se move para armar os rebeldes afegãos, mesmo
quando você está obtendo o controle dos grupos rebeldes por
meio de seus agentes. Em breve, a CIA estará armando e
treinando grupos que você efetivamente controla (assim como
grupos que momentaneamente escaparam de seu controle). Os
americanos, com suas próprias mãos, desenvolverão as
organizações que você usará contra eles no futuro.
A operação terá muitos altos e baixos. Não será sem
custo. Você perderá muita gente “boa”. Na verdade, todos
devem acreditar que você perdeu esta guerra. Você retirará
suas tropas do Afeganistão com grande estardalhaço. O
Ocidente vai bater no peito. Mas você preencheu a liderança
mujaheddin com os seus servos. Você, simultaneamente,
passou anos assassinando seus inimigos dentro do mundo
muçulmano e infiltrando as fileiras militantes com seus
agentes.
O ponto culminante virá quando terroristas, abrigados por
um grupo tribal que você não controla, atacar o World Trade
Center e o Pentágono. Aproximadamente ao mesmo tempo,
seus representantes organizam o assassinato de um líder
afegão para solidificar o seu controle sobre as facções anti-
Talibã. Sua paciência está prestes a ser recompensada. Quando
os americanos atacarem o Afeganistão pelo ar, seus agentes
serão os aliados deles no solo — junto com outros grupos
tribais sob o seu controle. Agora você promoveu um novo tipo
de convergência. A OTAN ocupa o Afeganistão em seu nome
e quase ninguém (exceto Mohammed Karzai) adivinhará a
verdade. Os oficiais e generais da OTAN estão agora na mira
de outra rodada do jogo das tesouras.
Se os soviéticos ficaram no Afeganistão por quase uma
década, a Otan ficará lá por quase duas décadas. Agora a ira
do mundo islâmico não está mais focada na jihad contra o
comunismo ateu (que parece ter desaparecido por completo).
Agora a Jihad é contra os Estados Unidos ateus.
Você pode pensar que o resultado aqui é acidental. Mas
não, é o resultado de diligência, disciplina e habilidade
superior de inteligência. Por favor, não entenda mal. Nada aqui
foi fácil para os serviços especiais russos. Eles fizeram
enormes sacrifícios, e o valor estratégico do resultado é
impressionante; pois novos jogos podem agora começar, os
quais são jogados a partir dos ganhos do jogo antigo.

EXEMPLO DOIS: CHECHÊNIA, ISIS E OUTROS

Há cinco anos, o pesquisador lituano Marius


Laurinavičius deu aos leitores uma visão inestimável da atual
estratégia das tesouras de Moscou contra o mundo
muçulmano, numa série em várias partes.[5]
Laurinavičius documentou várias ligações entre
terroristas islâmicos treinados pelos serviços especiais russos e
o ISIS. A própria Guerra da Chechênia, em todos os seus
detalhes improváveis (como a Guerra do Afeganistão antes
dela), é coisa de uma lenda criada por Moscou. Como as
“notícias falsas” de hoje, tivemos propagandistas islâmicos
falsos surgindo em lugares como o Tadjiquistão e o
Uzbequistão — na época de um suposto “renascimento
islâmico” autorizado pelo Partido Comunista da União
Soviética (de novo, improvável). Esse renascimento então
gerou uma série de ideólogos islâmicos, como mostra
Laurinavičius, em aliança com a KGB ou a FSB ou com o
conselheiro de Putin, Alexandre Dugin.
A narrativa de Laurinavičius é desconcertante ao
extremo, a menos que entendamos o padrão de infiltração e
colocação de agentes que ele representa. Eis aqui os sinais
factuais da estratégia das tesouras de Moscou. Eis aqui os
processos da guerra do Afeganistão repetidos no Cáucaso,
tendo em vista estabilizar a região após uma desestabilização
intencional. Aqui vemos terroristas entrando e saindo
furtivamente da Rússia sem ninguém saber. Eis a explicação
da bizarra afirmação do ministro da Defesa russo, Pavel
Grachev, de que o Distrito Militar do Cáucaso Norte seria o
local de um enorme exercício da Terceira Guerra Mundial.
Essa declaração prenunciou as guerras chechenas dos anos
1990 antes que alguém percebesse que a Rússia estava
treinando gente como Ayman al-Zawahri (o atual chefe da Al
Qaeda). Por melhor que seja uma trapaça, indícios sempre
escapam dos lábios dos generais ou estadistas russos. (Nota:
Grachev havia comandado a 103ª Divisão Aerotransportada de
Guardas do Exército Soviético no Afeganistão de 1985 a
1988).
“A ascensão dos wahhabitas [na Chechênia] fornece
muito alimento à propaganda russa e aos jogos políticos”,
observou Laurinavičius. Se você ler do início ao fim os casos
detalhados apresentados por Laurinavičius, a conclusão dele
parece óbvia. Conforme declarado na Parte Dois de sua série,
“O rudimento do wahhabismo na Chechênia está
aparentemente… relacionado a… supostos agentes da KGB.”
Nos últimos anos, com relação ao ISIS, alguns dos
suspeitos de sempre aparecem mais uma vez, “envolvidos no
recrutamento de novos terroristas para [o] estado islâmico”,
explicou Laurinavičius. Se é ridículo propor uma “teoria da
conspiração” em relação à Guerra Civil da Síria, Laurinavičius
deixa de lado a teoria e mergulha diretamente na conspiração
como história.
Para entender essa história, devemos entender a estratégia
das tesouras. Uma lâmina da tesoura corta o líder de um grupo.
Em retaliação, o líder de um grupo adversário é eliminado; em
cada grupo, os agentes russos sobem na hierarquia, ocupam o
lugar dos líderes mortos, e os russos consolidam sua posição.
Pense agora nos movimentos finais e definitivos de tal
jogo — conforme jogado desde Cabul até Bagdá até
Washington.
Pense!

Magia e destruição
21/01/2020
Aquele que não tem sementes demoníacas dentro de si
nunca dará à luz um novo mundo.

— DR. ERNST SCHERTEL

Essa foi uma anotação encontrada na cópia de Adolf


Hitler do livro de Schertel, Magia: História, Teoria, Prática.
Parece que Hitler não tinha problemas com “sementes
demoníacas”. E ele queria “dar à luz um novo mundo” —
assim como Karl Marx e Vladimir Lenin.
Hitler anotou outra passagem de Schertel, que remete ao
cinismo do líder nazista. A vontade do mago em relação ao
seu “demônio”, diz Schertel, cria um poder que “é
completamente deixado a seu [do mago] critério”. A anotação
de Hitler continua:

O ‘povo’ que ele pode reunir em torno de si…


representa uma ampliação de sua esfera-do-eu. Mas já
aconteceu de um mago abandonar, despedaçar ou
castigar o seu próprio povo, no caso de este não mais
parecer reativo.

Lembre das, por assim dizer, imagens de Berlim e de


outras cidades alemãs de maio de 1945. Vê-se uma infinita
paisagem lunar de prédios bombardeados. Esse foi para a
Alemanha o custo de ampliar a esfera-do-eu do mago.
No final das contas, as sementes demoníacas de Hitler
eram potentes, germinando em uma guerra mundial,
acompanhada pela perseguição, encarceramento e morte de
milhões de inocentes. Da mesma forma, pode-se dizer que as
sementes demoníacas de Lenin também germinaram na
matança e no encarceramento de milhões por Stalin — que se
juntou a Hitler para invadir a Polônia em agosto de 1939. Foi
isso que desencadeou a Segunda Guerra Mundial.
O presidente Vladimir Putin está agora tentando negar a
responsabilidade de Moscou pela invasão da Polônia,
justificando a agressão de Stalin em termos humanitários.
Segundo Putin, o Ocidente é o culpado por Hitler. A política
de apaziguamento de Neville Chamberlain, disse Putin, foi a
verdadeira causa da guerra. Quanto à inocência da Polônia,
Putin chamou o ministro das Relações Exteriores da Polônia,
coronel Józef Beck, de “um porco anti-semita”.
Eis mais uma pitada de sementes demoníacas para criar
um “novo mundo”. Pois esse é o sonho mágico que Putin
compartilha com Stalin e Hitler. Aqui, novamente, o mago não
tem nenhuma preocupação real com seu próprio povo. Ele é
um revolucionário que busca derrubar a ordem existente.
Há uma citação sobre revolucionários que Eric Voegelin
abonava, de um livro intitulado Os demônios, de Heimito von
Doderer. Aqui Doderer diz que um revolucionário é “alguém
que quer mudar a situação geral por causa da impossibilidade
de sua própria posição…” Doderer também declarava: “Uma
pessoa que era incapaz de aturar a si mesma torna-se um
revolucionário, então são os outros que têm de aturá-la.”
Em certo sentido, escreveu Doderer, o revolucionário
abandona a “tarefa extremamente concreta de sua própria
vida”. Surge então a necessidade de falsificar o passado. A
partir disso, diz Voegelin, segue-se a necessidade de todos os
revolucionários de sistematicamente falsificar a história. Se a
sociedade sucumbir a essa falsificação, logo a própria
sociedade “perpetua a mais alta traição” imaginável. E há um
corolário dessa traição. A falsa realidade assim estabelecida
não pode aceitar ninguém que fale a verdade sobre o passado
ou o presente. Essas pessoas são então rotuladas de traidores.
No livro de Schertel sobre magia, Hitler sublinhou uma
passagem que nega a existência da verdade objetiva. Ele
chama o “mundo objetivo” de “ilusionismo da fantasia”. A
idéia por trás da magia é “mudar o mundo de acordo com a
nossa vontade”. Então, pode-se “criar realidade onde nenhuma
realidade existe”.
E essa realidade? — uma ruína fumegante onde antes
existia uma cidade.

O asqueroso angu de Wuhan do General


Chi: uma receita para a guerra
biológica?
30/01/2020

Somente usando armas não-destrutivas que podem


matar muitas pessoas seremos capazes de reservar a
América para nós mesmos. Tem havido um rápido
desenvolvimento da tecnologia biológica moderna e
novas armas biológicas têm sido inventadas uma após
a outra. Obviamente, nós não ficamos ociosos…
Somos capazes de alcançar o nosso propósito de
‘limpar’ a América subitamente.

GENERAL CHI HAOTIAN

Em um discurso secreto dado a quadros de alto escalão


do Partido há quase duas décadas, o Ministro da Defesa
chinês, general Chi Haotian, explicou um plano de longo prazo
para garantir um renascimento nacional chinês. Ele disse que
havia três problemas vitais que deviam ser compreendidos. O
primeiro era a questão do espaço vital — porque a China está
severamente superpovoada e o meio-ambiente da China está se
deteriorando. O segundo problema, portanto, era que o Partido
Comunista devia educar o povo chinês para “sair”. Com isso,
o general Chi queria se referir à conquista de novas terras nas
quais uma “segunda China” pudesse ser construída pela
“colonização”. Disso surge o terceiro problema vital: o
“problema da América”.
O general Chi alertou seus ouvintes: “Isso parece
chocante, mas a lógica na verdade é muito simples”. A China
está “em conflito fundamental com os interesses estratégicos
do Ocidente”. Portanto, a América nunca permitirá que a
China conquiste outros países para construir uma segunda
China. A América está no caminho da China. Chi explicou o
problema da seguinte maneira:

Os Estados Unidos permitiriam que saíssemos para


ganhar um novo espaço vital? Em primeiro lugar, se
os Estados Unidos estão resolutos em nos bloquear, é
difícil para nós fazer algo significativo em relação a
Taiwan, Vietnã, Índia ou mesmo Japão, [então] quanto
mais espaço vital podemos conseguir? Muito simples!
Apenas países como Estados Unidos, Canadá e
Austrália têm terras vastas para atender à nossa
necessidade de colonização em massa.

“Não somos tolos a ponto de querer morrer junto com os


Estados Unidos usando armas nucleares”, disse o general.
“Somente usando armas não-destrutivas que podem matar
muitas pessoas seremos capazes de reservar a América para
nós mesmos.” A resposta se encontra nas armas biológicas.
“Obviamente”, acrescentou ele, “nós não ficamos ociosos, nos
últimos anos aproveitamos a oportunidade para dominar armas
desse tipo”.
O Partido Comunista Chinês governante considera que as
armas biológicas são as armas mais importantes para cumprir
seu objetivo de “limpar a América”. Chi dá a Deng Xiaoping o
crédito de colocar as armas biológicas à frente de todos os
outros sistemas de armas do arsenal chinês:

Quando o Camarada Xiaoping ainda estava conosco, o


Comitê Central do Partido teve a perspicácia de tomar
a decisão certa de não desenvolver grupos de porta-
aviões e se concentrar, em vez disso, no
desenvolvimento de armas letais que possam eliminar
as populações em massa do país inimigo.

Pode parecer difícil de acreditar, mas o próprio General


Chi se considerava um comunista “humanitário” e, portanto,
admitia ter sentimentos pessoais confusos sobre o assunto: “Às
vezes penso como é cruel para a China e os Estados Unidos
serem inimigos…” Afinal, observou ele, a América ajudou a
China na Segunda Guerra Mundial. O povo chinês lembra que
a América se opôs ao imperialismo japonês. Mas nada disso
importa agora. “No longo prazo”, disse o General Chi, “o
relacionamento da China e dos Estados Unidos é de uma luta
de vida ou morte”. Esta situação trágica deve ser aceita. De
acordo com o General Chi, “Não devemos esquecer que a
história de nossa civilização repetidamente tem nos ensinado
que uma montanha não permite que dois tigres vivam juntos.”
De acordo com o General Chi, o problema de
superpopulação e degradação ambiental da China acabará por
fim resultando em colapso social e guerra civil. O General Chi
estimou que “mais de 800 milhões” de chineses morreriam em
tal colapso. Portanto, o Partido Comunista Chinês não tem
nenhuma alternativa política. Ou a América é “limpa” por
ataques biológicos ou a China sofre uma catástrofe nacional.
Chi apresenta o seguinte argumento:

Devemos nos preparar para dois cenários. Se nossas


armas biológicas tiverem sucesso no ataque surpresa,
o povo chinês será capaz de manter as suas perdas em
um número mínimo na luta contra os Estados Unidos.
Se, no entanto, o ataque falhar e desencadear uma
retaliação nuclear dos Estados Unidos, a China
sofreria talvez uma catástrofe na qual mais da metade
de sua população pereceria. É por isso que precisamos
estar preparados com sistemas de defesa aérea para
nossas cidades grandes e médias.
Em seu discurso, o General Chi nos fornece uma chave
para entender a estratégia de desenvolvimento da China. De
acordo com Chi, “O nosso desenvolvimento econômico trata
inteiramente de se preparar para as necessidades da guerra!”
Não se trata de melhorar a vida do povo chinês no curto prazo.
Não se trata de construir uma sociedade capitalista voltada
para o consumidor. “Publicamente,” disse o General Chi,
“ainda enfatizamos o desenvolvimento econômico como nosso
ponto central, mas, na realidade, o desenvolvimento
econômico tem a guerra como seu ponto central!”
O mesmo pode-se dizer acerca do intenso interesse da
China pelas ciências biológicas. O Ocidente ainda não
entendeu o motivo subjacente para a pronta participação da
China nos laboratórios de microbiologia P4 do Ocidente, onde
os micróbios mais mortais do mundo são estudados (ou seja,
laboratórios de nível 4 de letalidade de patógenos). Isso agora
vem à tona na pandemia do Novo Coronavírus que ocorreu em
Wuhan, no coração da China, justamente do lado de fora do
principal laboratório de virologia P4 da China (especializado
em vírus mortais).
Não muito depois de fazer seu discurso, o General Chi
deixou o cargo de Ministro da Defesa em 2003, mesmo ano do
surto de SARS (Coronavírus) na China. Este também foi
(coincidentemente) o mesmo ano em que Pequim decidiu
construir o laboratório de virologia P4 de Wuhan. Dado o
discurso do General Chi, o surto do Novo Coronavírus em
Wuhan foi um acidente ocasionado pela armamentização do
vírus no laboratório de microbiologia P4 da cidade?
Três dados devem ser considerados. Primeiro, em 2008, o
principal oficial de segurança de Taiwan disse aos legisladores
que “Taiwan tinha informações ligando o vírus SARS a
pesquisas feitas em laboratórios chineses”. Dada a influência
econômica da China e a infiltração política da mídia em língua
chinesa, não é de surpreender que o diretor do Departamento
de Segurança Nacional, Tsai Chao-ming, tenha sido forçado a
retratar sua declaração, que não tinha nenhuma das
características usuais de uma “gafe”. Teria o diretor Tsai sido
forçado a se retratar de uma afirmação que era verdadeira, já
que ele não podia revelar suas fontes de informação dentro da
China?
O segundo dado que vale a pena considerar: o Virology
Journal tem um artigo de Gulfaraz Khan, publicado em 28 de
fevereiro de 2013, descrevendo a descoberta do Novo
Coronavírus na Arábia Saudita em junho de 2012.[6] Sim, é
exatamente o mesmo Novo Coronavírus, com a seguinte
diferença: quando descoberto pela primeira vez, ele não podia
ser facilmente transmitido de humanos para humanos. Algo
mudou no vírus desde aquela época. Assim, a versão de
Wuhan é rotulada como 2019-nCoV em vez de simplesmente
NCoV. Esta última não é contagiosa, enquanto a primeira está
se espalhando rapidamente pela China enquanto estas palavras
são escritas. O que você acha que mudou a sua
transmissibilidade entre 2012 e 2020? Mutação aleatória ou
armamentização? Se o atual surto letal tivesse ocorrido em
qualquer outra cidade que não Wuhan, poderíamos nos
inclinar a acreditar numa mutação aleatória. Mas Wuhan é o
marco zero para as armas biológicas chinesas. Devemos
acreditar em tal coincidência?
O terceiro dado que vale a pena considerar: o
GreatGameIndia.com publicou um artigo intitulado
“Coronavirus Bioweapon – How China Stole Coronavirus
From Canada And Weaponized It” [Arma biológica
Coronavírus – Como a China roubou o Coronavírus do Canadá
e o transformou em arma].[7] Os autores foram espertos o
suficiente para juntar o artigo de Khan no Virology Journal
com a notícia de uma quebra de segurança por cidadãos
chineses no Laboratório Nacional de Microbiologia Canadense
(P4) em Winnipeg, onde o Novo Coronavírus estava
supostamente armazenado com outros organismos letais. Em
maio passado, a Real Polícia Montada do Canadá foi chamada
para investigar e, no final de julho, os chineses foram expulsos
do estabelecimento. O principal cientista chinês supostamente
fazia viagens entre Winnipeg e Wuhan.
Aqui temos uma teoria plausível das viagens do
organismo NCoV: descoberto pela primeira vez na Arábia
Saudita, estudado no Canadá, de onde foi roubado por um
cientista chinês e levado para Wuhan. Assim como a
declaração do chefe de inteligência de Taiwan em 2008, a
história do GreatGameIndia.com surgiu sob intenso ataque.
Seja qual for a verdade, o fato da proximidade e a
improbabilidade de mutação devem figurar em nossos
cálculos. É altamente provável que o organismo 2019-nCoV
seja uma versão armamentizada do NCoV descoberto por
médicos sauditas em 2012. Ele quase com certeza faz parte do
programa de armas biológicas exaltado pelo general Chi
Haotian há quase duas décadas.
Precisamos fazer uma investigação sobre o surto em
Wuhan. Os chineses devem conceder ao mundo total
transparência. A verdade deve ser revelada. Se as autoridades
chinesas são inocentes, não têm nada a esconder. Se são
culpadas, elas se recusarão a cooperar.
A real preocupação aqui é se o resto do mundo tem a
coragem de exigir uma investigação real e completa.
Precisamos ser destemidos nessa demanda e não permitir que
“interesses econômicos” joguem um recatado e desonesto jogo
de negação. Precisamos de um inquérito honesto. Precisamos
dele agora.

Verdade e beleza
07/02/2020

Temos a arte para que não pereçamos com a Verdade.

NIETZSCHE
Em suas meditações errantes sobre pensadores e artistas
alemães, Erich Heller pergunta: “Teria a feiúra da verdade feia
aumentado tão drasticamente desde a época de Platão, que
agora qualquer um que associe a verdade à beleza comete um
crime filosófico?”
Os fracos de espírito podem dizer “sim” à pergunta de
Heller. Mas a resposta certa é “não”. Não é que a verdade
tenha se tornado mais feia; ao contrário, trata-se da feiúra
crescente das mentiras dominantes de hoje. De fato, uma
falsificação doutrinária da realidade prevalece em nossa mídia
e com nossas elites políticas. (Veja a farsa do conluio da
Rússia como um exemplo recente).
Os falsificadores doutrinários de nosso tempo estão na
esquerda. Eles acreditam, erroneamente, em soluções
definitivas para os problemas sociais e políticos do homem:
pobreza, guerra, doença e desordem. Porém não existem
soluções definitivas para esses problemas. Aqueles que
acreditam em tais soluções acabam criando um problema pior,
a saber: o problema do governo arbitrário e despótico.
Uma vez que somos mortais que vivem em um universo
limitado pela morte e pela tragédia, ninguém sai deste mundo
vivo. Pobreza, guerra e injustiça sempre estarão conosco. As
soluções oferecidas pela esquerda são cunhadas em moeda
falsa. A demagogia deles é a da tirania iminente. E a tirania
não resolve nada. Ela simplesmente aumenta a quota de
pobreza, guerra e injustiça do homem. A condição humana só
pode ser mitigada pela prudência política, por restrições e
contrapesos que impedem centros potenciais de poder
absoluto. Mas a esquerda busca construir esses centros de
poder, condenando qualquer restrição de suas ambições
utópicas.
A esquerda adere ao socialismo — vagamente definido
— como um dogma flexível e secular com tendências táticas
que mudam de forma. Esse dogma, como todos os dogmas,
promove preguiça e desonestidade intelectuais, degeneração
moral, declínio econômico e despotismo político. A história
nos mostra isso repetidas vezes. No entanto, deixamos de
aprender com a história enquanto a doença intelectual se
espalha por metástase em nosso meio. Parecemos incapazes de
impedir seu progresso em nossas escolas, nossa mídia e nosso
governo. Portanto, estamos continuamente sujeitos a emissões
de gases conceituais de igualitarismo, darwinismo,
cientificismo — a bobagem da moda que impulsiona essa
degeneração adiante.
A feiúra dessa visão de mundo, que faz do homem uma
espécie de macaco, produz em seu rastro uma arte feia e um
mal-estar cultural. As pessoas estão cada vez mais se voltando
para os antidepressivos, porque a feiúra, a trivialidade e a falta
de fé da nova visão de mundo materialista são deprimentes —
e apodrecem a alma. O assim chamado socialismo
“científico”, é claro, não acredita na alma. Ele é desalmado,
apesar de suas pretensões humanitárias. Os sábios enxergam
através das falsas boas intenções do mainstream esquerdista.
Os tolos não conseguem enxergar, mas sim participam,
acrescentando suas boas intenções genuínas a algo que se
baseia na fraude. Assim, temos a situação confusa de pessoas
boas apoiando uma causa má. Parece que esse mal não é
reconhecido devido à ignorância daquilo que Nietzsche
chamou de “os demasiado muitos”.
O produto final de tudo isso é uma cultura feia mediada
por eruditos feios e políticos mais feios ainda. A feiúra aqui é
espiritual, moral e intelectual. Os sicofantas do
“progressivismo” são acólitos do feio. Como oponentes da
verdade, eles terminam como abastecedores do feio. Ao
combatê-los, também podemos nos tornar feios, porque a
inimizade é recíproca assim como reflexiva.
Diferente da ordem aristocrática de séculos anteriores, a
nova ordem, imbuída das psicopatias do lumpemproletariado,
não tem meios para se embelezar (por mais que se esforce). O
“artista” contemporâneo que se junta aos guerreiros da justiça
social pode superar a feiúra em alguns momentos; mas o mal-
estar interno da totalidade não pode celebrar genuinamente a
bela guarnição de prata na nuvem escura da realidade —
exceto como uma tela coberta de vômito. Tal é o imperativo
artístico do subversivo, do criminoso, do revolucionário. Não
apenas uma revolta artística, mas também revoltante.
Com o advento do bolchevismo, com o avanço da Grande
Mentira, a arte tornou-se pervertida. Ela gradualmente se
voltou para a celebração do vil e do grotesco. As galerias de
arte de hoje nos têm mostrado um crucifixo mergulhado em
urina. No mundo às avessas da Revolução, sob a Epifania dos
Perversos, em meio ao deplorável uivo dos niilistas, o falso
artista se junta à legião dos condenados. Eis a “consciência
patologicamente fechada” contra a qual Eric Voegelin alertava:
o sistema de cultura dos deliberados traidores, inversores,
subversores — da ordem humana.

Como lidar com os comunistas chineses


12/02/2020

Primeiro, você precisa descobrir o que os comunistas


chineses pensam. A partir disso, você pode juntar os pedaços
da agenda deles. Qualquer um que estude o Partido Comunista
Chinês (PCC) e entenda o pensamento do presidente Xi
Jinping, também entenderá que o comunismo trata
inteiramente de destruir o capitalismo e destruir a principal
potência capitalista — a América. Quem não entende isso, não
entende nada.
O PCC quer a América de joelhos. Eles querem tornar-se
os mestres da terra. Eles são implacáveis em seus métodos e
não se importam com quantas pessoas morrerão. O PCC é um
partido totalitário que emprega métodos totalitários. Eles
mataram dezenas de milhões em campos de trabalho, com
fuzilamentos e outras formas de pena capital. Os líderes do
regime são assassinos em massa que pisotearam o povo
chinês.
Usando o bom senso, você teria relações com esses
psicopatas? Você manteria negócios com alguém que deseja
destruí-lo? Você permitiria que um envenenador preparasse a
sua comida? Você permitiria que ele fizesse suas vitaminas e
seus remédios?
Se você responder sim a qualquer uma dessas perguntas,
então a sua prudência está no mesmo nível que a dos estadistas
e líderes empresariais da América. Em geral, eles têm
respondido sim a todas essas perguntas. Muitos líderes
empresariais americanos formaram laços estreitos com os
assassinos em Pequim; pois toda a economia chinesa está
sujeita ao PCC. Nenhuma empresa na China é
verdadeiramente independente do governo. Quanto aos
estadistas americanos, é vergonhoso eles brindarem com os
líderes do PCC. É vergonhoso vê-los capacitando o inimigo
mais perigoso de seu país. É vergonhoso que sejam tão
estúpidos, tão enganados, tão cegos em relação ao inimigo que
estão cortejando.
A melhor receita para lidar com os regimes comunistas
diz mais ou menos assim: Não fale com eles, eles mentem.
Não faça acordos com eles, eles trapaceiam. Não compartilhe
dados científicos com eles, eles os transformarão em arma.
Não negocie com eles, eles rebaixarão a sua economia. Não
faça tratados de controle de armas com eles, eles violarão
esses tratados. Não compartilhe microorganismos mortais com
eles, ou você pegará uma gripe muito brava.
É suicídio aproximar-se de um comunista. É como a
história do homem que encontrou uma cobra congelada na
estrada, teve pena dela, segurou-a contra o peito apenas para
aquecê-la de volta à vida, e foi fatalmente mordido. Por que
ele fez isso? Foi estupidez? Foi arrogância? Um homem não
pode fazer amizade com um réptil. Um capitalista não pode
fazer amizade com um comunista. Este último é uma serpente
cuja única intenção é picar.
Em seu livro Deceiving the Sky, Bill Gertz escreveu:
“Nenhum outro líder chinês desde Mao abraçou a rígida
ideologia comunista ortodoxa mais do que Xi Jinping…” —
Portanto, não deveríamos ser enganados pelo lisonjeiro
exterior capitalista do Dragão Vermelho. O PCC não é uma
organização capitalista. É comunista. E eles querem nos
prejudicar.
Sem brincadeira.

Vermelhos Americanos
18/02/2020

Por qual processo o Partido Democrata Americano se


tornou um Partido Comunista alternativo? A resposta é
simples. Após um século de subversão e infiltração, os
marxistas gradualmente ganharam o controle nos níveis mais
altos — sendo todos os outros expulsos. Os marxistas muitas
vezes conseguiam se apresentar como moderados. Nos
bastidores, porém, conforme revelado pelo pesquisador Trevor
Loudon, a liderança do Partido Democrata é tudo menos
moderada. Sua rede é uma rede vermelha de grupos radicais
— de “organizadores comunitários” alinskyistas e socialistas
“democratas” até fantoches maoístas e do Kremlin.
Para mostrar que isso é verdade (e não uma invenção da
imaginação paranóica de direita), Trevor Loudon escreveu um
livro intitulado White House Reds, com citações e fontes para
provar o seu ponto. Loudon nos dá os nomes de ativistas de
destaque e suas organizações. Ele nos mostra como a safra
atual de candidatos presidenciais democratas está toda ligada à
esquerda radical.
Uma situação muito triste agora enfrenta a “terra dos
livres”, já que nosso sistema de dois partidos deve, mais cedo
ou mais tarde, inclinar-se para uma vitória democrata em
alguma eleição futura. Enquanto isso, os socialistas
democratas têm gradualmente desbastado o capitalismo e a
Constituição. Desde o fim da Guerra Fria, o Partido
Democrata tem abalado as defesas da nação, enfraquecido a
economia, dividido o povo em filas raciais e culpado o
capitalismo pelos resultados de seu próprio trabalho.
Ao demolir as imagens falsas de moderação apresentadas
pelos democratas, Loudon mostra que não há direita ou centro
viável no Partido Democrata — exceto como um mito para
com o qual ofender os republicanos que sempre tendem à
esquerda como “extremistas de direita”. Loudon percebeu a
monocultura marxista subjacente que emerge da fachada de
centro-esquerda do Partido Democrata. Loudon nos dá uma
visão de perto dos candidatos à presidência do Partido
Democrata, mostrando-os como frentes de uma agenda
revolucionária e destrucionista.
Entre as muitas curiosidades no livro de Loudon,
descobrimos que Joe Biden se tornou senador com a ajuda do
agente soviético Armand Hammer; que o socialista Bernie
Sanders tinha cordial consideração pela União Soviética
dominada pelo gulag; que a radical agenda anti-comércio de
Elizabeth Warren se encaixa com suas associações de esquerda
maoísta (sem mencionar séries de conferências com tipos
como Francis Fox Piven); que Pete Buttigieg se destaca como
filho de um estudioso marxista e um admirador de longa data
do sovietófilo Sanders.
Loudon também revela como Julián Castro e Cory
Booker combinaram o marxismo-leninismo com as agendas
raciais chicanas/negras na Universidade de Stanford — e
ambos foram promovidos à política pelos “suspeitos de
sempre”. Por último, mas não menos importante, Loudon
apresenta a verdadeira bona fides da totalmente
incompreendida princesa dos “moderados” democratas, Tulsi
Gabbard — que se mostrou uma companheira de viagem
partidária de Sanders — notoriamente branda com os aliados
comunistas da Rússia na Venezuela e na Coréia do Norte.
Não devemos esquecer que Bill Clinton e Barack Obama
por muito tempo fingiram ser centristas enquanto moviam a
política dos EUA cada vez mais para a esquerda. O partido
deles ganhou tanta força e tanto controle sobre a burocracia e a
mídia que pode não haver mais volta neste estágio avançado
do jogo. Já foi até sugerido pelo presidente Donald Trump que
as eleições de 2020 serão uma disputa entre o socialismo e o
capitalismo. Considerando o que Loudon descobriu, o
presidente parece estar certo.[8]

A ideação paranóide no discurso político


25/02/2020

…Eu acredito que existe um estilo de mente que está


longe de ser novo e que não é necessariamente de
direita. Eu o chamo de estilo paranóide simplesmente
porque nenhuma outra palavra evoca adequadamente
a sensação de exagero acalorado, desconfiança e
fantasia conspiratória que tenho em mente.

RICHARD HOFSTADTER[9]

A prevalência do transtorno de personalidade paranóide


na população em geral foi estimada em cerca de 4,5 por cento.
[10] Com efeito, os Estados Unidos são o lar de mais de 14

milhões de paranóicos. Mas há outra categoria de pessoas, de


número indeterminado, que se entregam a pensamentos
paranóicos sem serem clinicamente paranóicas. Essas são as
pessoas que Richard Hofstadter descreveu como prova de um
“estilo paranóide” de pensamento político.
De acordo com Hofstadter, “este termo é pejorativo, e
deve ser; o estilo paranóde tem maior afinidade com causas
ruins do que com boas”. Em seu artigo da Revista Harper’s de
novembro de 1964, Hofstadter cita três exemplos da história
americana: (1) um discurso populista de 1855 que afirmava
que monarcas e papistas planejavam a destruição da América;
(2) um discurso retórico de 1895 sobre “as tramas secretas do
círculo de ouro internacional”; e (3) um excerto de 1951 do
discurso do senador Joseph McCarthy sobre a manipulação da
política externa dos Estados Unidos por agentes soviéticos.
Não devemos nos surpreender que nenhuma evidência
tenha surgido nos anos subseqüentes sobre o suposto complô
monarquista/papista de 1855; tampouco qualquer evidência de
tal complô emergiu de memórias ou arquivos do estado, ou
histórias; e o mesmo pode ser dito sobre a conspiração do
alegado “círculo de ouro” de 1895; e, no entanto,
independentemente do que os historiadores agora aleguem
contra o senador Joseph McCarthy, os arquivos da inteligência
mostram que centenas de agentes soviéticos haviam, de fato,
penetrado no Governo dos Estados Unidos na década de 1940.
[11] Portanto, ao contrário das outras duas teorias da

conspiração citadas por Hofstadter, a conspiração comunista


era real; e suas conseqüências estão bem estão bem aí conosco
hoje.
A alegação, então, de que a “histeria” anticomunista da
década de 1950 era a mesma que a histeria antimonarquista de
meados do século XIX, ou a histeria populista contra o padrão-
ouro na década de 1890, é confundir um medo razoável com
paranóia infundada. Como Alexander Solzhenitsyn
demonstrou em sua obra em três volumes, O Arquipélago
Gulag, o comunismo é anti-humano em suas inclinações
homicidas — uma raiz primária de grandiosidade tirânica e
destrucionismo. Aqui não estamos descrevendo uma “teoria da
conspiração”. Estamos descrevendo um movimento político
conspiratório, esboçado como tal por Vladimir Lenin em seu
panfleto O que fazer? — um movimento que assumiu o poder
no maior país do mundo (Rússia), e no país mais populoso do
mundo (China), e em mais de uma dezena de outros países. É
um movimento que tem sido liderado por pessoas
psicologicamente anormais, como Stalin, Mao, Pol Pot e
Castro. É um movimento que não esmoreceu, apesar de suas
muitas fraudes para mostrar o contrário, e mesmo agora
continua a empregar redes de subversivos para realizar um
duradouro programa de conquista global.
Foi correto da parte de Hofstadter, então, caracterizar o
anticomunismo de Joseph McCarthy como participante de um
“estilo paranóide”? Essa caracterização pejorativa do
anticomunismo foi o primeiro grande erro em nosso
entendimento político do pós-guerra. Foi um erro que
beneficiou os comunistas, reabilitando-os à medida que
voltavam ao governo durante os anos 1960. E nós temos
vivido com as conseqüências desde então.
O segundo erro, a partir daí, resultou do primeiro, e do
emburrecimento de inspiração marxista das escolas públicas,
que embotou o juízo das gerações posteriores. Esse segundo
erro foi considerar equivocadamente as grandes explosões
subseqüentes de medo sublimado como politicamente sem
sentido e irracionais, garantindo assim a proeminência futura
da paranóia. Com o declínio da compreensão histórica, em
meio a um crescente vácuo filosófico e espiritual, as pessoas
sabiam cada vez menos como interpretar os eventos. Elas logo
se tornaram suscetíveis a “teorias da conspiração”, sentindo
intuitivamente que algo estava errado, que algo estava
determinado a “pegá-las”. Como o mal-estar geral da época
não foi devidamente explicado, e as premissas niilistas da
esquerda geralmente não eram entendidas como sendo uma
causa raiz, apenas os processos ocultos do inconsciente
poderiam desempenhar o papel de Oráculo Público.
Os seres humanos têm uma fome inata pela verdade. Se
os eventos não podem se fazer inteligíveis, se as explicações
materialistas dialéticas não satisfazem, a imaginação fará a
diferença. A fantasmagoria de mentes desorientadas, afligidas
por oníricas “mensagens” metafóricas e simbólicas, nos
levaram a um grande melodrama de ficção científica; ou seja,
ao disco voador — o que Carl Jung chamou de “um mito
moderno das coisas vistas no céu”. Eis uma subcultura
emergente que o ufólogo Jacques Vallee descreveu como “a
próxima forma de religião”. É uma subcultura que cresce, ano
a ano, até formar algo que pode usurpar toda a cultura. Com a
controvérsia de suas afirmações, ela reinventou um reino de
seres sobre-humanos. Desta vez, não deuses e demônios, mas
répteis interestelares de Zeta Reticuli, ultra-terrestres, grays, e
outros humanóides viajantes do espaço ou interdimensionais.
Há um culto crescente de crentes para quem esses seres
são tão reais quanto Thor e Odin eram para os pagãos da
Escandinávia. E aqui, como era de se esperar, descobrimos que
o “estilo paranóide” de Hofstatder foi rapidamente enxertado
num edifício em constante formação, com histórias de
“homens de preto”, ocultações do governo, segredos
aterrorizantes e uma guerra galáctica invisível entre as forças
do bem e do mal.
Uma nova mitologia está sendo construída, apesar de
nossas pretensões científicas, de mundos invisíveis e forças
ocultas. Se Vampiros de Almas (The Invasion of the Body
Snatchers) tornou-se a metáfora da ficção científica para uma
ocupação comunista gradual, o roubo de corpos por meio de
“abdução alienígena” refletiria um processo geral de
transformação psíquica — de engenheiros sociais alienígenas
sequestrando seres humanos desavisados para experimentação
de longo prazo e controle social.
A mensagem da metáfora é inequívoca. Entretanto, os
sujeitos desafortunados não tomam suas experiências como
metafóricas — e por que deveriam? A cultura decadente ao
redor deles perdeu a linha de seu significado. E uma coisa é
certa sobre o novo fenômeno: os sujeitos parecem acreditar em
algo intensamente significativo. De acordo com o jornal U.K.
Guardian, 12 milhões de americanos acreditam que “lagartos
alienígenas” nos governam.[12] É absurdo, claro — mas
fortemente simbólico.
Sem nenhuma indicação prévia de doença mental, David
Icke afirma que alienígenas reptilianos que mudam de forma
assumiram o planeta Terra.[13] Icke já foi um respeitado
locutor de esportes no Reino Unido, um antigo jogador de
futebol. Depois de ouvir “mensagens” do mundo espiritual,
suas declarações tornaram-se decididamente oraculares,
paranóicas, bizarras — apesar de atrair um grande séquito de
devotos. Como se pode explicar isso?
Se Alex Jones do Infowars se refere à Terra como um
“planeta prisão” e conta a Joe Rogan em um recente
podcast[14] sobre “seres alienígenas” atraindo a elite global
para se entregar a sacrifícios rituais de sangue, existe, todavia,
uma verdade metafórica nisso? O que vemos em todo o
espectro de nossa consciência decrescente é uma crescente
histeria vinda de dentro. Se agora estamos separados da
verdade por uma censura generalizada, então a verdade
artificial do réptil extraterrestre deve bastar. É tudo o que
restou às massas enquanto a escuridão se aproxima delas; um
símbolo e ponto de referência para a experiência de serem
cutucadas e espetadas por um poder contra o qual são
impotentes.
O senador Joseph McCarthy tentou alertar a América
sobre um tipo mais literal de réptil: o réptil comunista.
McCarthy aludiu a um sequestro nacional por infiltrados
“alienígenas”. Sua fria astúcia científica, sua hostilidade à vida
humana e o monótono e acinzentado “sistema” soviético do
qual jorravam, valeram-lhes sua estatura diminuta de
“zangões” totalitários — os asseclas sem rosto da revolução
mundial.
Espero que ninguém se ofenda com essa interpretação
politicamente incorreta dos “sinais no céu”. Para que ninguém
levante o porrete do argumento contra mim, lembre-se da Lei
de Nyquist: Todo mundo acredita em algo que outra pessoa
acha que é loucura.
Isso não exclui a possibilidade de sermos todos malucos.

Uma nota sobre anti-semitismo


25/02/2020
O pior erro que já cometi foi aquele preconceito idiota
e suburbano do anti-semitismo.

EZRA POUND

Existem três tipos básicos de anti-semitismo. Existe o


anti-semitismo de esquerda — de Karl Marx e seu ensaio
sobre a questão judaica. Existe o “anti-semitismo” dos
muçulmanos que querem lançar Israel ao mar. Existe o anti-
semitismo dos nacional-socialistas. Cada abordagem anti-
semita se conecta a uma forma de totalitarismo — uma forma
de governo que suprime a liberdade de expressão, a liberdade
de imprensa e a liberdade econômica. Mas isso não é tudo.
Um leitor alemão recentemente me confrotou na questão
do anti-semitismo, sugerindo que minha rejeição da teoria da
conspiração antijudaica era devida a uma “lavagem cerebral”
cristã. Eu poderia ter respondido que suas opiniões eram o
resultado de uma “lavagem cerebral nazista”, mas isso teria
sido trocar um insulto por outro. Existe, é claro, um grande
volume de “literatura” conspiratória antijudaica. Descobri que
essa “literatura” é animada pelo ódio — sejam quais forem
suas pretensões de objetividade. Quanto mais você mergulha
nos “historiadores” e “teóricos” anti-semitas, mais você vê o
ódio irracional aos judeus saindo de cada página. Há certa
injustiça nas conclusões dos escritores anti-semitas, certa
unilateralidade de evidência. Depois de algum tempo, eles
deixam o leitor exausto e irritado com sua obsessão fanática
pela maldade judaica. Todos os ultrajes, todos os crimes, todas
as injustiças do mundo, os conduzem a um único grupo: os
judeus.
O discurso anti-semita é um lamentável, repetitivo e
patológico martelar contra um único povo, um único grupo
étnico, várias e várias e várias vezes. Para o anti-semita, nada
de ruim acontece a não ser que os judeus estejam por trás.
Nenhum desastre acontece a não ser que os judeus sejam os
culpados. Pode-se antecipar a análise do anti-semita sobre
cada assunto, a qualquer momento. É uma batida monótona,
invariável, sem graça — um relógio que bate a mesma hora
continuamente, um boletim meteorológico sobre uma garoa
que nunca termina, um disco quebrado que repete a mesma
frase, o mesmo tom, o mesmo som. O anti-semitismo é
enfadonho. No entanto, o anti-semita nunca se cansa de sua
obsessão.
Os anti-semitas estão sempre ansiosos para contar ao
mundo sobre os banqueiros judeus, magnatas de Hollywood,
conspiradores maçônicos e os nove Cabalistas ocultos no topo.
Sua crença nos Protocolos dos Sábios de Sião é inabalável.
Eles são imunes às evidências. (Quando a Hitler se apresentou
a prova de que Os Protocolos eram uma falsificação, ele
rosnou que isso não importava, porque em todo caso o livro
era “verdadeiro em princípio”).
O anti-semita cultural, como Kevin MacDonald, pode
vestir seu cavalinho de pau com chavões da ciência
evolucionária, mas suas conclusões não estão longe do filme
de Fritz Hippler, da era nazista, O Eterno Judeu, que afirmava
que “os judeus estão situados na junção dos mercados
financeiros do mundo”. Desse modo, os judeus se tornaram
“uma potência internacional” que “aterroriza as bolsas de
valores mundiais, a opinião mundial e a política mundial”. Tal
era a paranóia de Hitler e dos nazistas. Tal era a justificativa
para a sua fúria assassina.
O anti-semitismo continua a infectar o discurso público.
O anti-semita atribui os problemas econômicos e sociais aos
judeus. A decadência moderna, eles argumentam, é judia.
Tudo o que deu errado dentro da cristandade é atribuído à
sabotagem judia. O anti-semita esquece que as civilizações se
tornam senis por causa da prosperidade. É algo que já
aconteceu antes — aos gregos e romanos da antigüidade. Os
pagãos do século IV lamentaram a morte do “Grande Pã”
assim como Nietzsche lamentou a morte de Deus no século
XIX. Os judeus não têm culpa. A história é cíclica.
Há muitos fatores contribuindo para a nossa angústia:
materialismo, ateísmo, urbanização e o colapso da família.
Invenções terríveis prometem nos aniquilar. O vírus da
COVID-19, que agora ameaça a humanidade, parece ser uma
criação chinesa — não judia. Nosso estilo de vida perdulário
de endividamento é em toda parte apoiado e encorajado por
um regime hedonista de shopping center — algo tão
americano quanto a torta de maçã.
Justificando a sua própria malevolência étnica, o anti-
semita é o próprio modelo da degeneração que ele pretende
combater. Suas percepções manchadas são o resultado de um
astigmatismo intelectual. Seus argumentos sociológicos e
“ciência” evolucionária (como a de Kevin MacDonald) soam
vazios. É a mesma velha fórmula do bode expiatório. E, uma
vez que todos os grupos e povos compartilham a culpa pela
corrupção dos últimos tempos, sempre é possível produzir
provas para condenar um dentre os outros.
Enquanto assistimos a personagens de desenho animado
concorrendo a altos cargos nos Estados Unidos, com a
metástase do contágio socialista no segundo plano, o anti-
semita quer que você acredite que tudo isso faz parte de uma
trama judaica. Nenhum estudante sério de história aceita esta
tese. E por um bom motivo. Se Hitler tivesse o que queria e
exterminasse todos os judeus da terra, nossa situação não seria
diferente; pois o Nacional-socialismo era o seu próprio
hospício.
Você não pode confiar nos anti-semitas. Eles não são os
patriotas que fingem ser. Eles se juntarão aos comunistas no
final, porque os comunistas lhes oferecerão um acordo. E,
como todos os outros idiotas úteis, eles terminarão como
forragem aproveitável.

Curiosidades inesperadas vindas de um


desertor militar russo
05/03/2020
No final de agosto de 1998, encontrava-me sentado numa
sala de reuniões privada no Cosmos Club em Washington,
D.C., ladeado por dois jornalistas. Pensativo, parado ao lado
de sua cadeira do outro lado da mesa, estava o ex-coronel do
GRU, Stanislav Lunev, que havia desertado da Federação
Russa em março de 1992. Enquanto ouvíamos, fascinados por
seu brilhantismo, aprendíamos sobre a queda da Rússia na
corrupção. Mas então ele nos surpreendeu, de forma bastante
inesperada, ao dizer que a degradação da Rússia havia
ocorrido como um efeito inesperado após uma campanha de
décadas da KGB para espalhar a corrupção moral na América.
Mesmo? Por que a Rússia soviética desejaria espalhar a
corrupção na América? A que propósito isso poderia servir?
“Porque”, ele explicou, “os americanos eram honestos demais.
Nós não conseguíamos recrutar efetivamente o seu povo como
espiões. Precisávamos amolecê-los.”
Ele disse que agentes soviéticos deram dinheiro a pessoas
em Hollywood com a idéia de colocar mais sexo e violência
nos filmes. Foi uma tentativa de embrutecer a sensibilidade
moral dos americanos comuns. Lunev disse que essa política
saiu pela culatra. “Tínhamos nos livrado da religião na Rússia,
então não tínhamos nenhuma proteção. Nosso povo perdeu
todo o senso do certo e errado. O seu país ainda acreditava em
Deus, daí o dano não foi tão grande.”
Então me virei e perguntei: “Que tipo de pessoas você
recrutava como espiãs?” Ele tinha uma resposta de uma só
palavra, que era inesquecível: “Jornalistas”.
Isso despertou o interesse dos dois jornalistas ao meu
lado. “O que é um jornalista?”, Lunev perguntou
retoricamente. “Uma pessoa que coleta informações e faz
reportagens.”
Muita gente hoje acha que os Estados Unidos são líderes
em desinformação e propaganda. Mas essa idéia pode ser
prontamente descartada pelo fato de que os Estados Unidos há
muito foram infiltrados e influenciados para aceitar mensagens
e temas antiamericanos como algo natural. Nossos centros de
aprendizagem são focos antiamericanos. Na verdade, o
antiamericanismo é tão difundido que não é mais reconhecido
como tal — de modo que ser contra o próprio país foi
“normalizado”.
Como o governo não controla a mídia nos Estados
Unidos, a narrativa cultural mais ampla há muito está dando
sopa. Se o país não tivesse sido infiltrado e parcialmente
dominado por dentro, a retórica de muitos políticos e jornais
de hoje não poderia ser explicada.
A nossa realidade, em grande medida, é uma construção
meticulosamente erigida, tijolo a tijolo, com elementos
concebidos no estrangeiro. Os americanos foram persuadidos,
por incontáveis artifícios de retórica, pelo Paraíso dos Tolos do
regime dos shoppings, de que a vigilância contra a ameaça
comunista era paranóia, de que a Rússia e a China não eram
governadas por comunistas, de que não estavam usando nossa
abertura e ingenuidade contra nós.
Então veio o ataque de 11 de setembro. De repente,
nossos recursos militares e de inteligência foram desviados de
seus alvos da era da Guerra Fria para um novo inimigo.
Terroristas islâmicos, escondidos em cavernas, eram a nova
ameaça. A Rússia seria nossa aliada contra essa ameaça.
Fomos à guerra com Bagdá e Cabul. Gastamos trilhões.
Desperdiçamos toda a nossa atenção, todos aqueles anos,
todos aqueles recursos, combatendo pessoas as quais não
tínhamos nenhuma necessidade real de combater. A verdadeira
ameaça foi descartada sem consideração. Os chineses e russos
eram agora nossos parceiros. Esquecemos de manter a nossa
indústria de armas nucleares. A vigilância do país caiu para
um novo degrau inferior. Os marxistas inundaram o governo
sob o comando de Obama.
Em novembro de 1998, perguntei ao coronel Lunev como
um ataque nuclear bem-sucedido contra os Estados Unidos
poderia ser executado. Ele disse: “Se você alguma vez ouvir
falar que terroristas árabes atacaram uma cidade americana
com armas nucleares… Não acredite.”
“Por que não?”
“Porque”, disse ele, “será o meu povo”. Será o
Spetsnaz[15] [russo].”
“O que acontecerá depois desse ataque nuclear [de
operação de bandeira falsa]?”, perguntei.
“Algumas semanas ou meses depois, os mísseis virão da
Rússia”, disse ele.
Nunca perguntei a Lunev o que significava um intervalo
de “semanas ou meses” entre um ataque de bandeira falsa e
ataques nucleares da Rússia. Voltei e reli vários livros
militares soviéticos, em busca de pistas.
Revendo a literatura, fiz a seguinte lista: (1) o livro do
marechal Sokolovskiy, Soviet Military Strategy, diz que a
Rússia deve orientar abertamente seu povo a fazer guerra à
América antes que um ataque seja viável; (2) essa orientação
teria de ocorrer “à vista de todos”, mas de uma forma que os
americanos não se alarmassem; (3) as primeiras ondas
devastadoras de qualquer ataque aos Estados Unidos, usando
armas de destruição em massa, não poderiam ser ataques
diretos; (4) a Rússia e a China precisariam de um álibi
infalível (conforme sugerido pelo cenário de Lunev de 1998
envolvendo um ataque terrorista de bandeira falsa); (5) o
mistério do intervalo de “semanas ou meses” de Lunev tem a
ver com o objetivo de colapsar a economia dos Estados
Unidos antes do advento da guerra; (6) a agitação doméstica
subseqüente, com a presença de divisões políticas, seria mais
efetivamente inflamada; (7) o colapso financeiro anularia os
sistemas de alerta precoce, bem como o comando e controle.
Os sete pontos listados acima podem ser chamados de “A
seqüência”. Ou seja, em termos estratégicos, uma série de
eventos catastróficos em cascata que levam à negação das
defesas do Ocidente.
Se considerarmos a nossa situação atual à luz da
“Seqüência”, veremos muitos pontos se alinhando. Com
relação ao surto da COVID-19, pode ter ocorrido (a esse
respeito) uma “evolução das intenções”. Uma vez que o
inimigo pretende destruir os Estados Unidos por meio da
“Seqüência”, a liberação acidental do patógeno da COVID-19
na China fornece a ocasião para um desfecho espontâneo,
supondo-se que involuntário. Em outras palavras, por que não
seguir com a correnteza?
A COVID-19 oferece o álibi perfeito para a China.
Também dá cobertura para a mobilização de guerra disfarçada
de medidas de combate ao vírus. É óbvio que um surto de
COVID-19 atingirá os Estados Unidos nos próximos dias. O
pânico resultante causará uma contração financeira sem
precedentes. A sociedade americana, amolecida por décadas
de vida livre, está ideologicamente dividida. Pior ainda, uma
porcentagem significativa do país acredita que o presidente é
um fantoche russo.
As pré-condições para desencadear “A Seqüência” estão
colocadas? As intenções da China em relação ao vírus da
COVID-19 estão “evoluindo”?

O socialismo como solvente universal


06/03/2020

Solvente: algo que elimina ou atenua algo


especialmente indesejado.
— DICIONÁRIO MERRIAM-WEBSTER

Suponha que rejeitemos a nossa existência dada por


Deus. O que se segue? A criatura ingrata, ávida por contrariar
seu Criador, teria de inventar um antídoto para a existência —
um solvente universal — com o qual dissolver o Ser Universal.
Dissolver cada pedacinho dele.
Para alcançar resultados duradouros, o seu solvente pode
também ter como objetivo a dissolução de Deus. Portanto,
inclua o ateísmo em seu solvente. Abale a crença no
sobrenatural. Declare que Deus está morto.
E se, apesar de seus melhores esforços, Deus
permanecesse presente — em homens fiéis?
Não é um problema! Uma vez que nada foi criado que
não mereça o esquecimento, podemos usar a fórmula de
Stalin: “Nenhum homem, nenhum problema”.
Se você matar um homem, nenhuma dificuldade surge de
sua não-existência. (Supondo-se que não haja vida após a
morte). O solvente necessário é, portanto, qualquer coisa que
mate o corpo. Mas por que remover apenas um homem para só
resolver um problema? Todos os homens não são
problemáticos? Portanto, o solvente necessário é um elixir de
liquidação em massa.
Você está chocado? Não deveria estar. Lembre-se: — O
plano é negar tudo no universo, incluindo o Criador desse
universo. O elixir, é claro, tem muitos ingredientes corrosivos.
Seu principal ingrediente, como mostra a história, tem sido o
“socialismo”.
Isso vai surpreender muita gente, mas é verdade.
O socialismo foi projetado pela esquerda — pelos
pretensos negadores de tudo o que tem existido. Como o
colega de Marx, Friedrich Engels, certa vez escreveu: “A…
negação da negação… tem aliás de servir aqui como a parteira
para dar à luz o futuro do ventre do passado.”
Num país depois do outro, durante cem anos, o
socialismo de Marx e Engels trouxe pobreza, tirania e
corrupção. Os socialistas afirmavam estar dissolvendo a
pobreza, a tirania e a corrupção. Eles estavam — nas palavras
de Engels — “negando a negação”. Por que, então, a
humanidade perdeu com isso? — na URSS de Stalin, na China
de Mao, no Camboja de Pol Pot, na Venezuela de Chávez?
Por quê?
A negação da negação é uma questão de lambança
filosófica? Ou é o surto malévolo de um desajustado? O
socialismo, como sonhado pela esquerda, é uma
impossibilidade lógica? Ou o socialismo, como solvente, é um
projeto malicioso daqueles que almejam a aniquilação?
Sem dúvida, com o socialista bem-intencionado, existe o
fator lambão do idealista ilegítimo — um idealista que
inadvertidamente abre a porta para a astúcia malévola do
psicopata. Há uma sensação de que, com o advento do
socialismo, o idealista e o psicopata tornam-se co-dependentes
políticos. A impossibilidade lógica da utopia socialista garante
que o lambão e o malfeitor comparecerão ao seu advento;
assim, vemos que seu curso destrutivo é assegurado por um
ambiente “binário”. Aqui vemos que dois elementos são
necessários para fazer uma sociedade implodir.
Resultados destrutivos decorrem de princípios
destrutivos. E todos os princípios do socialismo são feitos,
consciente ou inconscientemente, para a liquidação das coisas
essenciais. Considere o que é colocado diante de nós sob a
bandeira socialista: É um “ideal” que priva o homem de seus
direitos de propriedade, de sua família, de seu pai, de sua
nacionalidade, de sua alma.
Como isso funciona, na prática?
Ele emprega regulamentações ambientais, escolas,
tribunais de família e administrativos, para negar a essência do
indivíduo de forma niilista.
Eis uma malevolência especial. Pode-se enfeitá-la com
frases refinadas e poses nobres, mas o objetivo não é criar algo
novo. O verdadeiro objetivo é a destruição por amor à
destruição. E é isso que vemos na paixão comunista pela
revolução. Não é uma nova tábua de valores. É a negação de
todos os valores — da possibilidade dos valores.
Se a fé é uma crença na bondade de Deus, então o
desespero é uma crença na malevolência de Deus. O
socialismo revolucionário baseia-se neste último. Uma pessoa
verdadeiramente religiosa percebe inevitavelmente que a
revolução socialista é um erro. Não há salvação nele, mas
danação em abundância.
O socialismo se resume a uma pergunta: a criação de
Deus é uma dádiva ou algo contra o qual se rebelar? Qualquer
que seja a posição que você tomar, tudo decorre daí. Pergunte
a si mesmo, de forma prática, qual premissa tornou o mundo
melhor? Qual premissa nos torna pessoas melhores? Qual
premissa preserva? Qual destrói?
Apenas uma resposta está certa.

A ascensão e queda do Paraíso dos Tolos


09/03/2020

Vinte anos atrás, um leitor me enviou um e-mail assim:


“Li seus artigos mais recentes com interesse e fascinação.” Ele
então se descrevia como um especialista “em biologia,
biotecnologia, química e armamento biológico”. Ele
aparentemente estava intrigado com minha abordagem do
assunto da guerra biológica e fez a seguinte pergunta: “Você
tem alguma idéia de por que tantos escritores ou vários
indivíduos se concentram na ameaça e não gastam o mesmo
tempo com discussões de contra-estratégia?”
Você levanta uma grande questão, respondi. A razão pela
qual os escritores gastam pouco tempo com contra-estratégias
é que uma adaptação realista às armas de destruição em massa
requer mudanças institucionais que há muito são politicamente
inaceitáveis para os americanos.
Foi o Comitê Gaither, em 1957, que primeiro tentou uma
visão realista do problema das armas de destruição em massa.
O relatório emitido pelo comitê supersecreto, que incluía
importantes oficiais militares e cientistas, é conhecido como o
Relatório Gaither (embora Rowen Gaither tenha tido pouco a
ver com ele, devido a problemas de saúde).
O Relatório Gaither tinha 29 páginas. Seu título oficial
era “Dissuasão e sobrevivência na era nuclear”. O relatório foi
entregue ao presidente Dwight Eisenhower em 7 de novembro
de 1957. Os autores do relatório viam sérios perigos de longo
prazo para os Estados Unidos e ofereciam uma série de
soluções, das quais apenas algumas, do aspecto militar, foram
adotadas (como manter os bombardeiros do SAC[16] no ar e a
colocação de mísseis de longo alcance em silos subterrâneos).
Como estávamos entrando numa era de bombas de
hidrogênio e mísseis de longo alcance, o Relatório Gaither
disse que a América precisava de um imenso sistema de abrigo
para proteger a população civil. Um programa intensivo de
custo superior a $ 20 bilhões (em dólares de 1957) seria
necessário. Se não me falha a memória, o relatório também
recomendava desviar o concreto da construção rodoviária para
atender às demandas do programa de abrigo. Além disso, a
população civil precisava ser educada no anticomunismo (já
que o comunismo era a ideologia de nosso adversário).
Insatisfeito com o relatório, Eisenhower rejeitou seus
pontos-chave. Ele foi apoiado pelo Secretário de Estado John
Foster Dulles. Ambos previam uma vitória sem derramamento
de sangue contra o comunismo soviético. Essa vitória seria
conquistada com a construção de shoppings e rodovias. Nosso
meio de dissuasão nuclear nos protegeria, ameaçando a União
Soviética com pesada retaliação. Enquanto isso, o povo
americano viveria uma vida despreocupada e feliz, livre da
defesa civil ou de programas de educação anticomunista nas
escolas secundárias. De acordo com a visão de Eisenhower,
nós triunfaríamos sobre o comunismo ao viver melhor do que
os russos. Nós mostraríamos a eles como viver uma vida boa.
Nós compraríamos o nosso caminho à vitória.
Sem sacrifícios, sem decisões difíceis, sem confrontos
trágicos. A fórmula de Eisenhower tinha um encanto
irresistível. Foi uma fórmula que rapidamente se tornou
institucionalizada e intelectualizada dentro da elite
formuladora de políticas. Nós vivíamos essa política e
vivíamos bem. No final de seu mandato, Eisenhower advertiu
indiretamente contra os autores do Relatório Gaither,
conclamando os americanos a “ficarem de guarda contra a
aquisição de influência injustificada… pelo complexo militar-
industrial”.
A esquerda se apoderou das palavras de Eisenhower. Um
estereótipo surgiu — de militaristas mastigadores de charuto
que tinham aprendido a “parar de se preocupar e amar a
bomba”. Também fomos ensinados a desprezar os
fornecedores de armas cuja ganância alegadamente alimentou
a Guerra Fria. “O potencial para o aumento desastroso de
poder mal aplicado existe e vai persistir”, advertiu
Eisenhower. Os militares e seus patrocinadores industriais
representavam uma ameaça.

Nunca devemos permitir que o peso dessa


combinação coloque em risco nossas liberdades…
Somente uma cidadania alerta e informada pode
obrigar o adequado entrosamento do enorme
maquinário industrial e militar de defesa com nossos
métodos e objetivos pacíficos, de modo que a
segurança e a liberdade possam prosperar juntas.

Essas são as palavras de um presidente — e de um


general cinco estrelas — que temia mais o anticomunismo do
que o comunismo. Ao contrário do Discurso de Despedida de
George Washington, que advertiu sobre os perigos de
envolvimentos estrangeiros e da guerra civil, o Discurso de
Despedida de Eisenhower advertiu sobre um perigo interno
das instituições encarregadas de defender a América do
armamento nuclear e biológico do bloco comunista.
Por um lado, a preocupação de Eisenhower era sensata.
Por outro lado, o bloco comunista estava sitiando a América e
o Ocidente. Eles foram preparados para se infiltrar em nossas
instituições. Eles já haviam influenciado as políticas de dois
presidentes, Roosevelt e Truman; e haveria outros. O
comunismo era uma ameaça real para a América — interna e
externamente. Com medo de que uma forma de
anticomunismo semelhante ao fascismo se instalasse,
Eisenhower não queria enfrentar a ameaça comunista de
frente. Portanto, o discurso de Eisenhower efetivamente
estabeleceu uma evasão psicológica no cerne da política
americana. Viver uma boa vida viria antes da segurança. Por
fim, o socialismo pegaria carona nessa fórmula hedonística,
até que a demanda por gastos sociais começasse a impedir o
gasto militar.
Foi assim que chegamos a viver no paraíso dos tolos de
hoje — despreparados para lidar com os métodos nucleares,
biológicos e econômicos de travar guerra de nosso inimigo.
Em vez de uma filosofia de prontidão, a nossa tornou-se uma
política impulsionada pelo hedonismo — à esquerda e à
direita. Fazer comércio com a China e a Rússia não
transformará essas nações em democracias amigáveis. O
comércio apenas garantirá que o nosso complexo militar-
industrial — há tanto tempo difamado pela esquerda — seja
minado e enfraquecido.
Tivemos nossa chance em 1957. Poderíamos ter
construído defesas. Mas agora estamos viciados no regime de
shopping center. Soluções sérias estão agora além de nosso
alcance psicológico. Não temos vontade política ou
integridade intelectual para romper nossa antiga ilusão de
supremacia. Algo vital em nós se deteriorou. Para consertar a
situação, devemos primeiro ter um diagnóstico, uma análise
sociológica profunda, seguida por uma compreensão pública
do problema. Mas isso nunca vai acontecer.
Se você apresentasse o Relatório Gaither hoje, as pessoas
balançariam a cabeça como se você fosse um lunático.
Abrigos contra precipitação radioativa? Auto-sacrifício
nacional? Educação patriótica para nossos alunos do ensino
médio? A mera sugestão faria com que a esquerda se
mobilizasse. Haveria sangue nas ruas.
Claro, eu sei o que a maioria das pessoas dirá. Numa
guerra nuclear, todos morremos e não há sentido. Então coma,
beba e seja feliz. Aproveite o momento. Esqueça todas aquela
bobagem militar. Faça comércio com a China. Financie o
Kremlin. Compre até que ELES caiam!
Eis a sua solução americana moderna. E a maioria das
pessoas acha que funcionou perfeitamente. Vencemos a Guerra
Fria vivendo no bem-bom. Não é essa a verdadeira história
aqui? Vencemos os russos pela conversa e pela retirada,
ficando cada vez mais moles sob uma ética de compras.
Deixamos nossos filhos fumarem maconha, nossas escolas
caíram no politicamente correto, enquanto a contra-
inteligência entrou em colapso — se é que alguma vez existiu.
Mas então, nós na verdade não vencemos a Guerra Fria.
Qualquer acadêmico ou literato que ousasse sugerir que
perdemos a Guerra Fria, que construímos um regime de auto-
indulgência e auto-ilusão, veria o seu trabalho — se chegasse a
ser publicado — completamente ignorado. Ele seria impedido
de seguir uma carreira respeitável e as autoridades se negariam
a escutá-lo. Na igreja e na cidade, as pessoas iriam cochichar:
“Lá vai aquele maluco.”
Soluções realistas para problemas realistas nem sempre
são realistas. Este é o Ardil 22[17] de nossa política. E então,
vamos analisar uma coisa de cada vez. Não vamos discutir
soluções até que tenhamos um consenso sobre o problema. E a
esquerda, com todo o seu poder cultural, nunca permitirá isso.
Essa foi minha resposta há vinte anos — alguns meses
antes do ataque de 11 de setembro às Torres Gêmeas. Temos
estado em guerra contra o “terrorismo” desde aquela época.
Houve até um pânico do antraz; mas o país voltou às compras,
sob o conselho do presidente Bush. É conveniente que o nosso
inimigo naquela guerra não tivesse fronteira nacional,
nenhuma religião reconhecida (visto que o Islã é a religião da
paz) e nenhum apoio visível de qualquer estado-nação. Nós
bombardeamos e invadimos vários países neste estranho
conflito, desperdiçando trilhões de dólares de defesa, o que
Viktor Suvorov previu, em 1987, como uma operação
diversiva soviética conhecida como “terror cinza”.
Se Suvorov servir de guia, estamos atualmente
experimentando “o prelúdio”, descrito em seu livro intitulado
Spetsnaz. À medida que tudo se aproxima da beira do “terror
vermelho”, uma pandemia viral da China comunista derruba o
mercado de ações. Hotéis, restaurantes e companhias aéreas
estão fadados ao fracasso. O mercado imobiliário vai quebrar.
Um feriado bancário é inevitável. O regime de shopping center
está prestes a falhar no teste da história.
O sonho de prosperidade sem vigilância, sem medidas
defensivas adequadas, sem a identificação adequada dos
inimigos, estava condenado desde o início. É realmente um
sonho encantador; mas era um sonho — usado contra nós pelo
Partido Comunista Chinês, o Kremlin e seus aliados. Nossa
vulnerabilidade à subversão e infiltração foi algo que nunca
reconhecemos. Enquanto os Estados Unidos enfrentam a sua
maior crise em muitas décadas, agora sofreremos as
conseqüências de nossa morosidade crônica. Uma arma
biológica chinesa, provavelmente planejada para o propósito
de eliminar o capitalismo global, foi acidentalmente liberada.
A pandemia está ao pé da porta. Pode uma sociedade
politicamente dividida e subvertida enfrentar o desafio?
Vamos rezar.

Marxismo e destruição em massa


24/03/2020

Já dissemos… que a teoria de Marx e Engels da


inevitabilidade de uma revolução violenta refere-se ao
estado burguês. Este último não pode ser desbancado
pelo estado proletário… mediante o processo de
‘definhamento’, mas, como regra geral, apenas
mediante uma revolução violenta.

— V. I. LENIN

De acordo com os pais fundadores do comunismo, a


derrocada final do capitalismo será violenta. Friedrich Engels
disse que as futuras guerras revolucionárias resultarão no
extermínio de classes e raças inteiras de pessoas.
Como Lenin explicou, “O panegírico que Engels cantou
em homenagem à [violência revolucionária], e que
corresponde plenamente às repetidas declarações de Marx…
não é de forma alguma um mero ‘impulso’, uma mera
declamação ou gracejo polêmico.” Os fundadores do
comunismo moderno adoravam a idéia de exterminar a
burguesia mundial.
“Só a revolução pode ‘abolir’ o estado burguês”, disse
Lenin, que não acreditava na política pacífica de uma
república democrática. “Uma república democrática é o
melhor escudo político possível para o capitalismo”, observou
ele. E o capitalismo deve ser erradicado. Este é o ímpeto
subjacente ao dogma revolucionário marxista. A democracia é
uma fraude porque — argumentou Lenin — ela estabelece o
poder dos capitalistas “com tanta segurança, com tanta
firmeza, que nenhuma mudança de pessoas, instituições ou
partidos na república democrático-burguesa pode abalá-lo”.
Lenin, portanto, acreditava em destruir a democracia e o
capitalismo ao mesmo tempo. Mas ele não parava por aí.
Lenin acreditava em nivelar todas as instituições — a família,
a igreja, a propriedade privada, etc. Essa campanha de
erradicação levaria a humanidade ao comunismo; isto é, uma
forma tecnocrática moderna de comunismo.
O credo de Lenin, é claro, é um credo de destruição; pois
a Terra Prometida de paz e abundância nunca será encontrada.
No final das contas, a violência revolucionária do marxismo
não pode alcançar resultados positivos. Na prática, o
comunismo sempre traz guerra e pobreza. O comunismo é um
sistema dos psicopatas, para os psicopatas e pelos psicopatas.
A forma de Estado que aperfeiçoaram — na Rússia, na China,
na Coréia do Norte, no Irã, em Cuba, etc. — é voltada para as
armas favoritas do psicopata; isto é, as armas de destruição em
massa.
Os governantes criminosos do “bloco socialista” estão
sempre construindo armas nucleares e biológicas. Eles estão
sempre sonhando com o dia em que essas armas serão
lançadas em um mundo desavisado. Uma filosofia de violência
revolucionária e extermínio anima os líderes comunistas.
O governante comunista quer ser Deus. Ele quer virar a
criação de cabeça para baixo. Sua teoria revolucionária
começa com a premissa grandiosa de que a base deve estar no
topo, de que a criatura deve suplantar o Criador, de que a
destruição deifica de alguma forma o destruidor.
“A necessidade de sistematicamente imbuir as massas…
dessa visão da revolução violenta está na raiz de toda a teoria
de Marx e Engels”, escreveu Lenin em O Estado e a
Revolução. Imaginar uma transição pacífica ou “democrática”
para o socialismo é, segundo Lenin, “oportunismo”; isto é, o
pecado de vender a revolução por um pedaço de torta
capitalista.
A ênfase na violência, no assassinato em massa e na
pilhagem é intrínseca ao marxismo. Note bem: Marx, Engels e
Lenin ensinavam que o estado é um instrumento de violência.
Ele é composto por policiais e soldados e prisões, dizia Lenin.
Estes são sempre usados por uma classe contra outra. Assim,
na visão de Lenin, o estado burguês existe para oprimir os
trabalhadores e o estado dos trabalhadores existe para oprimir
— depois finalmente destruir — a burguesia.
Dado este impulso destrutivo, uma guerra biológica deve
ser uma tentação irresistível. O capitalismo está de aordo com
todas as normas de cooperação social, otimismo econômico e
livre associação. Uma doença contagiosa mortal descarrila o
sistema de mercado, pois pulveriza o otimismo econômico. O
medo afasta o investimento. O terror fortalece o estado
socialista e a revolução socialista ao mesmo tempo. A
Governança Global da Saúde torna-se o slogan subversivo do
momento.
Dada a sede comunista de poder e a inclinação para
destruir, uma guerra nuclear não deixa de ser atraente. Esse
tipo de guerra torna uma nação dependente da autoridade de
cima para baixo. E o que poderia ser mais inebriante do que o
poder de incinerar cidades, frotas e exércitos com bombas de
hidrogênio. O planeta tremerá. A raça humana se submeterá.
Os deuses do socialismo serão exaltados.
Há também a lógica da progressão numérica: Stalin
matou 30 milhões, Mao matou 60 milhões — por que Xi
Jinping não mataria 120 milhões? A ambição é tudo; pois a
Revolução Mundial tem muitos agentes e muitos idiotas úteis.
Por trás deles estão os mísseis do novo bloco comunista.
Quando o vírus tiver feito o seu trabalho e o poder
financeiro da América se esvair, os discípulos de Lenin
começarão a sua guerra destrutiva. Se tiverem sucesso, eles
ditarão os termos de paz a outros países. Pequim decidirá a
demografia da Ásia, do anel do Pacífico e dos 48 estados
inferiores. A Rússia governará a Europa, o Alasca e partes do
Canadá.
A vitória de Moscou e Pequim, se a conseguirem,
sinalizará o eschaton socialista — o “fim da história” como
imaginado por Marx, Engels e Lenin. Sobre este Eschaton,
Eric Voegelin escreveu:
A interpretação escatológica da história resulta em
uma falsa imagem da realidade; e erros relativos à
estrutura da realidade têm conseqüências práticas
quando a falsa concepção se torna a base da ação
política.

Os estados ditadores não podem construir um novo


mundo baseado em violência e mentiras. Qualquer vitória que
obtiverem será temporária. Sua revolução “é uma história
contada por um idiota, cheia de som e fúria, sem significar
nada”. O marxismo, como um todo, — em todas as suas
manifestações politicamente corretas — é uma doutrina de
contraprincípios que se opõem aos princípios da existência.
Ele facilita a hora da morte. Nada mais.

Para cada coisa há uma época, E um tempo para cada


propósito sob o céu; Um tempo de nascer e um tempo
de morrer.

O atual ciclo autodestrutivo da política trará novas


condições e um novo começo. Aconteça o que acontecer, a
primavera voltará.

A estratégia sino-soviética de longo


alcance: do Sputnik à Terceira Guerra
Mundial
26/03/2020

A humanidade está entrando em um período da maior


revolução científica e tecnológica, resultante do
domínio da energia nuclear e da conquista do
espaço… Esses desenvolvimentos irão determinar em
grande medida a natureza de uma guerra futura…

— SOVIET MILITARY STRATEGY


(ESTRATÉGIA MILITAR SOVIÉTICA)[18]

Nas duas décadas que se seguiram à Segunda Guerra


Mundial, ocorreu uma revolução nos assuntos militares. Nesse
período, a Rússia e a América desenvolveram a bomba H, e a
Rússia lançou o primeiro satélite feito pelo homem,
denominado “Sputnik”. Esses avanços prefiguraram a futura
implantação de milhares de foguetes intercontinentais armados
com ogivas termonucleares.
Reconhecendo a necessidade de uma revisão estratégica,
o ditador soviético Nikita S. Khrushchev criou um comitê de
altos estrategistas soviéticos sob o comando de Leonid
Brezhnev. O papel de Brezhnev foi crucial, devido ao interesse
de Brezhnev em estratégia e sua amizade com pensadores
estratégicos importantes, levando à sua ascensão política após
a misteriosa “aposentadoria” de Khrushchev — anunciada,
talvez de maneira profilática, um ano depois da morte do
presidente John Kennedy, e vinte dias após o relatório final da
Comissão Warren omitir a menção ao envolvimento soviético.
De acordo com informações fornecidas pelo desertor
tcheco Jan Sejna, o comitê Brezhnev tinha quatro subcomitês
abaixo dele, cada um chefiado por um estrategista soviético:
Marechal V. D. Sokolovskiy (militar); Dmitry Ustinov
(indústria militar); Boris Ponomarev (relações exteriores); e o
general Nikolai Mironov da KGB (inteligência).
O comitê Brezhnev desenvolveu as seguintes
“orientações” estratégicas: (1) Os militares soviéticos se
preparariam para lutar e vencer uma guerra nuclear-biológica
de armas combinadas contra as “potências imperialistas”; (2)
todos os meios econômicos e científicos seriam mobilizados
para construir armas de destruição em massa, um sistema
nacional de proteção contra explosão e precipitação radioativa,
incluindo minas subterrâneas, fábricas e “cidades” científicas
na região industrial dos Urais; (3) a política externa do país
seria flexível e pragmática, focada em promover tratados de
controle de armas que limitariam as defesas estratégicas
americanas, o armamento biológico e as capacidades nucleares
ofensivas; (4) os esforços militares, industriais e diplomáticos
do bloco comunista só teriam sucesso se o Ocidente pudesse
ser persuadido de que o comunismo havia “entrado em
colapso” na esfera soviética. Essa parte da “estratégia de longo
alcance” exigia uma reorganização da KGB em uma camada
“externa” de funcionários, que não tivessem nenhum
conhecimento da estratégia ou de seus princípios orientadores,
e uma KGB “interna” altamente secreta, responsável por
organizar trapaças em série.
O subcomitê do General Mironov da KGB recomendou
as seguintes operações de trapaça de longo alcance, exigindo a
realização de várias tarefas: (1) Penetrar os serviços de
inteligência do Ocidente com “toupeiras”;[19] (2) Convencer os
serviços de inteligência ocidentais da autenticidade da
informação falsa oferecida por “dangles”[20] e, assim, ganhar
promoções para “fornecedores de uma historia falsa e
desarmadora” dadas por agentes de penetração que
inevitavelmente se tornarão as principais figuras da
inteligência ocidental; (3) ao mesmo tempo em que se assume
o controle do jogo de inteligência na base, promover a idéia de
que “a ideologia está morta” no bloco comunista; (4)
promover a idéia de uma divisão “ideológica” entre Moscou e
Pequim, de modo que o Ocidente irá “lançar mão da China”;
isto é, invadir cegamente e transformar a China em um gigante
industrial e tecnológico para enfrentar a URSS; (5) promover
falsos grupos dissidentes e celebridades dissidentes na União
Soviética e seus satélites; (6) estabelecer movimentos
controlados de oposição nos países do bloco; (7) preparar-se
para organizar, por meio de agentes dos movimentos
dissidentes, revoluções anticomunistas em todo o bloco; (8)
promover a idéia de que um futuro líder soviético é, na
verdade, um “reformador liberal”; (9) quebrar o Pacto de
Varsóvia e derrubar a União Soviética de uma forma
“controlada”; (10) preparar comunistas dissimulados como
candidatos a altos cargos na América e na Europa Ocidental.
Estes se apresentariam como “moderados”, mas operariam
como agentes de “penetração” dedicados a facilitar aspectos
críticos da estratégia; a saber, a sabotagem econômica e a
redução ou o desvio de recursos militares dos EUA.
A complexidade da estratégia de inteligência é impossível
de exagerar. No entanto, o seu conceito abrangente é simples e
consistente com as práticas comunistas anteriores. Aqueles
que realizam a “fase final” da estratégia foram orientados a
não se preocupar com perdas no decorrer de uma “grande
manobra”. O modus operandi era seguir o exemplo da
operação Trust de Dzerzhinsky, que facilitou a Nova Política
Econômica de Lenin e abriu a União Soviética ao investimento
ocidental na década de 1920.
Como o Ocidente é cego em relação aos planos
soviéticos, o otimismo econômico do livre mercado
naturalmente obrigaria todos os matizes de opinião política a
aceitar o “colapso do comunismo” como genuíno. Uma corrida
louca pelos mercados se seguiria, embora a maior parte das
quantias de dinheiro investidas fosse perdida.
Os capitalistas, sob essa dinâmica, não puderam agir com
prudência. Eles engoliram a isca e se acharam na ponta afiada
de um anzol — seduzidos por seu inimigo bolchevique a
arranjos que comprometeriam a eles e ao seu sistema
comercial. (Um jogo de enganação semelhante já estava se
desenrolando vis-à-vis a China). Enquanto isso, os analistas
conservadores relutariam em admitir que foram enganados
quanto a terem vencido a Guerra Fria. Protegendo suas
reputações, os principais conservadores da América seriam os
primeiros na fila para dar prosseguimento ao engano — apesar
de um conjunto cada vez maior de fatos sem explicação (por
exemplo, o avanço contínuo do comunismo na África e na
América Latina). Qualquer um que ousasse questionar a
narrativa triunfalista seria condenado ao ostracismo como
alarmista.
Há muito mais neste quadro, tendo a ver com operações
conjuntas da KGB e da inteligência militar, subversão
ideológica, terrorismo, movimentos de libertação nacional,
crime organizado e tráfico de drogas. Como essas operações
envolvem orientações estratégicas dos militares soviéticos e da
KGB, é melhor descrevê-las separadamente.
A estratégia de longo alcance exigia maior treinamento
para líderes de movimentos revolucionários — nas áreas de
especialização civil, militar e de inteligência. Conforme
observado por Joseph Douglass, “A fundação da Universidade
Patrice Lumumba em Moscou é um exemplo de uma das
primeiras medidas tomadas para modernizar o treinamento da
liderança revolucionária soviética.”
Os russos também decidiram montar campos de
treinamento terrorista. Este treinamento ocorreu sob a alçada
do apoio aos movimentos de “libertação nacional”
relacionados com a anterior política de descolonização da
Comintern.
Como parte da contínua ofensiva de “libertação” na
América Latina (especialmente na Colômbia), os soviéticos e
seus aliados tchecos se envolveram com o tráfico internacional
de drogas e entorpecentes. De acordo com Douglass,

As drogas foram incorporadas à estratégia para travar


a guerra revolucionária como uma arma política e de
inteligência para mobilização contra as ‘sociedades
burguesas’ e como um mecanismo para recrutar
agentes de influência em todo o mundo.

Antes da ofensiva do tráfico de drogas, a inteligência


soviética se infiltrou no crime organizado. A KGB também
estabeleceu “sindicatos do crime organizado patrocinados e
controlados pelo Bloco Soviético em todo o mundo”, explicou
Douglass.[21]
O crime organizado, o tráfico de drogas e a conseqüente
lavagem de dinheiro provaram ser a direção estratégica mais
lucrativa de todas. Aqui estava uma combinação irresistível
para se infiltrar nos bancos, para adquirir informação sobre
corrupção política, para controlar policiais corruptos,
operadores de inteligência desonestos e empresários. Esse foi
um fator na ascensão dos Clintons, um fator importante nas
guerras afegãs, na Guerra dos Contras na Nicarágua e nas
guerras de Pablo Escobar e das FARC. Terroristas podiam ser
financiados por tais operações.
As direções estratégicas relacionadas de sabotagem,
operações de desvio e “exércitos” terroristas podiam agora ser
alimentadas com suprimentos de dinheiro ilícito (lavado por
bancos e protegido por políticos corruptos). De acordo com
Jan Sejna, “A rede para essa atividade deveria estar instalada
por volta de 1972.” A decisão soviética de entrar no crime
organizado ocorreu em 1955 e se tornou parte da estratégia de
longo alcance nos anos subseqüentes.
Enquanto a “burguesia mundial” aceitava a liberalização
da União Soviética e o colapso do comunismo como genuínos,
os estrategistas russos e chineses organizavam uma operação
terrorista diversiva. O desertor do GRU soviético, Victor
Suvorov, descreveu-a da seguinte maneira:

[Operações generalizadas de terrorismo e sabotagem


antes da Terceira Guerra Mundial] são conhecidas
oficialmente no GRU como o “período preparatório” e
não-oficialmente como o “prelúdio”. O prelúdio é
uma série de grandes e pequenas operações cujo
objetivo é, antes do início das operações militares
propriamente ditas, enfraquecer o moral do inimigo,
criar uma atmosfera de suspeita, medo e incerteza e
desviar a atenção dos exércitos e forças policiais do
inimigo para um grande número de alvos diferentes,
cada um dos quais pode ser o objeto do próximo
ataque.
O prelúdio é realizado por agentes dos serviços
secretos… e por mercenários recrutados por
intermediários. O principal método empregado neste
estágio é o “terror cinza”, isto é, uma espécie de terror
que não é conduzido em nome da União Soviética. Os
serviços secretos soviéticos não deixam, nesta fase, os
seus cartões de visita, nem deixam os cartões de
outras pessoas. O terror é realizado em nome de
grupos extremistas já existentes, sem qualquer ligação
com a União Soviética, ou em nome de organizações
fictícias.[22]

Não devemos nos surpreender ao saber que o desertor da


KGB/FSB Alexander Litvinenko apontou Putin como o
verdadeiro patrocinador da Al Qaeda numa entrevista a um
jornal polonês (a qual será postada amanhã neste site).[23] No
ano seguinte, Litvinenko foi fatalmente envenenado com
polônio 210 radioativo por agentes dos serviços especiais
russos.[24]
Esta visão geral toca de leve na ampla gama de eventos
que levaram ao ataque biológico da COVID-19. Se alguém
duvida da existência de uma estratégia sino-soviética de longo
alcance para derrotar o Ocidente, e se alguém duvida que a
COVID-19 faça parte dessa estratégia, basta apenas consultar
o apoio da Rússia à China neste momento. Esse apoio vem na
forma de uma campanha de desinformação contra o Ocidente.
[25] Por que elementos da mídia russa de controle estatal, do

Irã e da China iriam todos sugerir que a COVID-19 é uma


arma biológica americana? Nenhum mexeriqueiro poderia nos
contar mais.
A Rússia, o Irã e a China são liderados por pessoas que
querem destruir os Estados Unidos da América. Você pode
negar o quanto quiser, mas a evidência está bem na sua frente.
O momento do surto da COVID-19 é mais do que suspeito.
Muitos detalhes sugerem que um ataque começou. Mas o
Ocidente continua dormindo. Diz-se que estamos “lutando
contra um vírus”.
Ah, não. Outra coisa está vindo atrás de nós; uma coisa
que é muito maior e mais mortal.

China e Rússia vs. América


03/04/2020

O fato de que visitarei a Rússia, nossa afetuosa


vizinha, pouco depois de assumir a presidência, é uma
prova da grande importância que a China atribui às
suas relações com a Rússia.

— XI JINPING

O presidente dos Estados Unidos mobilizou um milhão


de militares em 27 de março. O “pessoal essencial” do
Pentágono foi colocado a 2.000 pés de profundidade em um
bunker do Colorado. Nossos dois porta-aviões no Pacífico
Ocidental, o USS Roosevelt e o USS Ronald Reagan, estão
presos no porto por causa da COVID-19. Há movimentos
militares dos EUA no Caribe que podem estar mascarando
preparativos contra Cuba, Venezuela e Nicarágua.
O que o governo dos EUA está vendo? O que estão
pensando? A mobilização precede a guerra da mesma forma
que cozinhar precede o ato de comer. O presidente Trump está
sinalizando para os chineses? Ele os está alertando por meio
de indícios não-verbais? Pelo mundo afora, uma linha
divisória está sendo desenhada. De um lado, países estão se
alinhando atrás da China. Do outro lado, países estão se
alinhando com os EUA.
Um evento interessante em tudo isso: a China e a Rússia
fecharam suas fronteiras desde fora — portanto, nada pode
entrar. Isso sugere que movimentos mais sérios estão por vir.
Economicamente, o fechamento de uma fronteira significa
autarquia econômica. Sugere uma estocagem pré-planejada de
importações antes da crise. Sugere, de fato, que Moscou e
Pequim estiveram se preparando para este exato momento —
que o planejaram.
Você está chocado?
O fechamento das fronteiras russas e chinesas ao tráfego
de entrada tem um significado adicional. Ele não apenas
sugere a possível implantação de uma cepa mais mortal da
COVID-19, mas também apresenta uma barreira a uma
retaliação viral vinda do Ocidente. Eis uma estranha mistura
de medo e premeditação militar. Dos 195 países do mundo, a
China e a Rússia são os únicos que estão se isolando de todos
os outros. Também estão usando meios de vazão
propagandística para acusar os Estados Unidos de iniciar uma
guerra biológica. Isso em si é uma medida operacional pré-
guerra. É uma justificativa para fazer-se guerra na América.
Por que tal justificativa seria empregada por Rússia,
China e Irã?
Acontece que a China passou muitos anos se preparando
para a guerra. E também a Rússia. Os dois “antigos” parceiros
do bloco comunista não apenas estiveram estocando ouro —
uma clássica preparação para a guerra — mas também
estiveram construindo e modernizando suas forças nucleares.
O recente testemunho no Congresso do almirante Charles
A. Richard, comandante do Comando Estratégico dos Estados
Unidos, apresentou o seguinte quadro alarmante, em 27 de
fevereiro deste ano:
…a nação está em um momento crítico em relação ao
futuro de nossas forças nucleares. Desde o fim da
Guerra Fria, lideramos o mundo na redução de nosso
estoque nuclear e concomitante aumento da
transparência. Enquanto reduzíamos o número e os
tipos de armas nucleares em nosso arsenal, nossos
adversários seguiram na outra direção e continuaram a
modernizar e expandir suas capacidades estratégicas.
Agora nos vemos colocando em campo um arsenal
reduzido da era da Guerra Fria contra uma força russa
maior, mais moderna e mais variada e uma força
chinesa em constante aperfeiçoamento e crescimento.

Devo lembrar ao leitor que o major Anatoliy Golitsyn da


KGB previu esta exata situação? No livro de Golitsyn de 1984,
New Lies for Old (Meias Verdades, Velhas Mentiras),
aprendemos sobre uma estratégia soviética de longo alcance
baseada numa “liberalização enganosa”. Aprendemos sobre
um plano em que o Partido Comunista abre mão do poder na
União Soviética. Ficamos sabendo do planejado colapso da
Aliança do Pacto de Varsóvia. De acordo com Golitsyn, se o
Ocidente aceitasse essas mudanças como genuínas, os
chineses e os russos explorariam totalmente a ingenuidade dos
Estados Unidos. Os Estados Unidos parariam de construir
armas nucleares enquanto a Rússia e a China construiriam e se
modernizariam. Então chegaria o momento do “punho
cerrado” — quando a Rússia e a China se uniriam para
dominar a América.
Pode ser coincidência que a previsão de Golitsyn tenha se
tornado realidade? — que quase todas as suas previsões se
concretizaram?
Considerando o testemunho do almirante Richard no
Congresso em 27 de fevereiro, acho que estamos nos
aproximando do momento do “punho cerrado”. O plano do
inimigo está aparecendo por completo.
É uma vergonha que quase ninguém conheça a verdadeira
história dos últimos trinta anos. E agora temos de agüentar esta
confissão patética do comandante das Comunicações
Estratégicas americanas (STRATCOM) — enquanto ele
implora a um governo falido dos EUA pelo dinheiro para
reconstruir um dissuasor nuclear em decomposição. Restará
algum dinheiro no tesouro após o ataque biológico da China
ter derrubado as receitas fiscais do governo federal? Dadas as
muitas advertências de desertores e dissidentes, é claro que
ninguém em nossa inteligência, governo, think tanks ou
universidades fez o seu dever de casa. Nenhum deles viu as
terríveis conseqüências que nos aguardam depois de engolir a
isca do anzol de Moscou — junto com a promessa de mão-de-
obra barata da China.
O que devemos fazer agora? O que podemos fazer?
Há árduas tarefas políticas que nos aguardam. Temos de
colocar a nossa própria casa em ordem. Em relação à nossa
comunidade empresarial e seus contratados políticos, deve
haver um dia do ajuste de contas. Todos os homens de
negócios e políticos que ganharam dinheiro com os
comunistas chineses, que facilitaram as políticas de subversão
e guerra de Pequim, deveriam ser expulsos do mercado, ou
expulsos do cargo, e condenados ao ostracismo. Não precisa
haver nenhuma lei, nenhum decreto do governo. Que seja um
ato pessoal e espontâneo de todo americano afastar-se dos
“parceiros de crime” americanos do PCC.
É vital que cultivemos sentimentos adequados a esse
respeito. Para começar, observe a declaração profunda e
emocional desta corajosa mulher chinesa (abaixo).[26]
Algumas semanas atrás, ela se levantou contra o Partido
Comunista Chinês (PCC). Ela não tem ninguém a seu lado,
nenhuma esperança além da prisão, nenhum futuro além da
execução. Mesmo assim, ela diz a verdade. Observe o seu
exemplo brilhante. Resista com ela. O inimigo que ela
denuncia é o seu inimigo.
O triunfo da inversão
10/04/2020

O socialismo dará início a uma nova era neste país. A


grande riqueza dos Estados Unidos, pela primeira vez,
será para o benefício de todo o povo.

— PROGRAMA DO PARTIDO
COMUNISTA DOS ESTADOS UNIDOS

Vinte e um anos atrás, eu estava tomando café em


Washington, D.C., com o ex-parlamentar britânico John
Browne, a editora-chefe do Newsmax, Missy Kelly, e o
coronel Stanislav Lunev, um desertor do GRU que veio para
os Estados Unidos. John estava ficando cada vez mais
eloqüente com a idéia de que Margaret Thatcher e Ronald
Reagan haviam salvado o Ocidente do socialismo. Enquanto
Missy demonstrava interesse na tese de John, Lunev se
inclinou e sussurrou em meu ouvido: “Eu não entendo isso.”
Lunev então acrescentou: “A América é o paraíso marxista. A
Rússia é um capitalismo selvagem.”
Na mesma linha, Clare Berlinski recentemente observou
que a URSS “poderia ser” definida como um “regime
autoritário de extrema direita”. Mas isso está indo longe
demais. Em meu livro Origins of the Fourth World War
(Origens da Quarta Guerra Mundial), sugeri que não existe
absolutamente nenhuma direita política; que todos estão agora
na esquerda.
Como posso justificar isso?
O principal ideal de nosso tempo, abraçado de leste a
oeste, é esquerdista. Não importa se esse ideal encontra
expressão em um governo autoritário ou em uma democracia.
A América está na esquerda porque tudo aqui é feito em nome
do “povo”.
Quem é “o povo”, nesse contexto? São aqueles retratados
como “menos que iguais”, aos quais se deve dar uma
mãozinha, os quais devem ser tornados iguais. E por que eles
devem ser tornados iguais? Porque o socialismo é a religião
vindoura — uma religião secular — em que a salvação do
homem é realizada pelo nivelamento político.
Veja o que se está ensinando às crianças na escola. A
doutrinação igualitária está em toda parte. O socialismo se
apropriou do sistema educacional. Como resultado, você não
pode falar sobre o tempo sem se arriscar a ouvir um sermão de
um estudante universitário acerca das mudanças climáticas.
Nossos impostos não podem começar a cobrir as despesas
decorrentes da crescente lista de demandas do socialismo.
Estamos gradualmente indo à falência e, com o pânico
econômico resultante da pandemia da COVID-19, o colapso
financeiro agora é inevitável.
O livre mercado está livre apenas no momento. Assim
que os mercados decaírem, os suspeitos de sempre culparão o
capitalismo por “falir”. Não é preciso muita imaginação para
vislumbrar o que vem a seguir. Intervenção governamental
desastrosa, seguida de escassez, seguida de racionamento,
seguida de uma escassez pior. O exército dos Estados Unidos
não será financiado depois que nossos esquerdistas assumirem
o poder. Assim que a América estiver desarmada, todos verão
os mísseis nucleares na Rússia e na China como um reforço da
agenda socialista. Dado o poder irresistível desses mísseis,
como o socialismo poderia ser revogado? Como os Estados
Unidos poderiam recuperar a sua soberania?
À guisa de nota adicional: talvez seja um exagero dizer
que “todos” estão na esquerda. Eu não estou na esquerda.
Suponho que meus leitores não estejam na esquerda. Mas,
falando de forma prática, o que podemos fazer? Estamos
presos a uma sociedade em que as principais instituições estão
dominadas por esquerdistas.
O socialismo é uma religião. Não é um fingimento,
porque as pessoas realmente acreditam nele. Mesmo que todos
os regimes de esquerda acabem, na prática, por criar uma
ordem autoritária, isso não transforma os esquerdistas em
“direitistas”. Eles ainda são adoradores de um ideal de
esquerda: a saber, que todos os homens devem ser irmãos; que
o mundo deveria ser como um só; que não há céu, de modo
que devemos tentar construir um mundo perfeito aqui na terra.
Esses são os ideais que tornam a esquerda perigosa, que levam
à “imanentização do eschaton gnóstico”.
O socialismo é um credo perigoso porque os socialistas
são obrigados a ocupar o cargo de Deus. Eles devem resgatar o
homem da destituição de sua condição no “estado de natureza”
capitalista. É uma missão grandiosa que requer poder de
verdade. E o maior poder disponível ao homem é o poder
estatal. Assim, os socialistas retificaram o seu igualitarismo
em princípio — preferindo a fórmula: “De cada um de acordo
com a sua capacidade, a cada um de acordo com a sua
necessidade”. Esse refinamento ideológico evita o paradoxo de
uma hierarquia de esquerda. A desigualdade pode ser
permitida em prol do bem maior.
É um erro dizer que o autoritarismo é um fenômeno
estritamente de direita. Clare Berlinski está se confundindo
quando sugere que a URSS era um sistema político de direita.
O ideal soviético era de esquerda. Qualquer que seja a
hierarquia que eles construíram, na prática, acabou sendo uma
inversão da aristocracia — com os piores criminosos e
psicopatas nos cargos mais altos. Este é o princípio dominante
da Rússia até hoje.
Na verdade, alguns teóricos têm afirmado que o fascismo
também é um fenômeno de esquerda. Ele é coletivista no
mesmo sentido que o comunismo. Ele é revolucionário,
garantindo que mediocridades invejosas — como Himmler ou
Goebbels — governarão à sombra de um Hitler. Veja como
isso segue de perto o modelo soviético, onde Stalin, com seu
séquito bizarro de anões e desajustados, conduziu uma
campanha paranóica contra a própria sociedade. Em contraste
com isso, a aristocracia é um ideal — em princípio — onde as
melhores pessoas deveriam ocupar sua posição, onde os bons e
os nobres são chamados para liderar, proteger e defender a
comunidade. Por pior que esse ideal tenha sido praticado, ele
nunca afundou ao nível da ditadura do lumpemproletariado de
Lenin, ou do estado policial do submundo do crime de Kang
Sheng.
O homem nobre permite a liberdade aos outros porque ele
é nobre. O homem ignóbil vive com medo de que os outros,
descobrindo suas más intenções, o denunciem — porque ele é,
na verdade, um vilão.
A liberdade também tem a ver com freios e contrapesos,
o que a esquerda e os fascistas abominam. O homem inferior
só pode governar por meios criminosos. Ele não poderia
sobreviver em um ambiente constitucional adequado. Aquele
que é sinistro por natureza se opõe aos freios e contrapesos
motivado pela paranóia. Ele se opõe ao veto aristocrático à
inveja, à multidão, aos instintos inferiores. Ele suspeita de uma
conspiração contra si mesmo e não vai tolerá-la.
Encontramos muitas lições relacionadas na história da
antiga República Romana, com plebeus competindo contra
patrícios. Apenas descobrimos que os plebeus tinham mais
bom senso do que os “democratas” de hoje. O que se
desenvolveu em Roma foi uma constituição relativamente
equilibrada, geralmente considerada uma das formas de
governo mais eficazes e singulares em toda a história. De
maneira nenhuma ela era utópica ou algo irrepreensível. Era
algo muito mais significativo. Era durável e sensata, e
produziu uma liderança coletiva competente — os pais
conscritos do Senado Romano. Este foi um corpo governante
que uniu a Itália e conquistou o Mediterrâneo. Relembrando o
Estupro de Lucrécia, seu ideal era a liberdade (quer dizer, a
liberdade aristocrática, não a liberdade proletária).
Da mesma forma, pode-se elogiar o sistema de governo
britânico após a Revolução Gloriosa — apesar de sua
corrupção e venalidade e de toda a maldade de seu
imperialismo. Mas, novamente, havia uma aristocracia naquela
época. Ela permitia o constante aprimoramento moral da
sociedade. Ela também evoluía na direção da liberdade.
Nunca houve um momento perfeito — um ontem ideal.
Mas houve séculos de melhoria e crescimento. Agora tivemos
um século de decadência e declínio. Você pergunta quando
isso começou? Devem-se dar datas diferentes para a Grã-
Bretanha e para a América. 1911 serviria para a Grã-Bretanha?
(Se não me falha a memória, em 1911 a Câmara dos Lordes
perdeu o seu poder de veto).
Quando chegamos à teoria de que “todos os homens são
criados iguais”, estamos removendo a mola mestra do governo
constitucional. A porta está aberta para nivelamento. Como
você pode ter um sistema real de freios e contrapesos quando
você eliminou a sua base aristocrática clássica? Se todos os
homens pertencem a uma única ordem da sociedade, o que
acontece com nosso conceito de posição? — de pais
conscritos? — de maternidade e paternidade? — de família?
— da própria autoridade? Resta-nos um burocrata — um
ninguém investido de poder absoluto, com tendência a ter
inveja de seus superiores.
O vento nivelador do igualitarismo leva a outras
patologias também. Ele não só retira a classe. Ele tenta abolir a
tribo. Tenta abolir as diferenças sexuais. Isso pode ser
conveniente para os individualistas — que excentricamente
perseveram no desenvolvimento de sua individualidade única
fora das limitações da tribo. Mas a maioria das pessoas não
pode existir como átomos — isto é, como indivíduos
solitários. Elas consideram isso um fardo insuportável. Ai de
nós, pensar é a trabalheira mais terrível!
E então, sob a bandeira igualitária, você tem o problema
de partidos competindo para dar “ao povo” mais e mais
“coisas”, baseando o seu poder em um desenfreado
consumismo do estado assistencial. A falência é apenas uma
questão de guerra, colapso do mercado ou pandemia.
Quando digo que a direita política não existe mais, que
todos estão na esquerda, estou dizendo que a classe
representativa da direita — a coluna de ferro de toda
constituição orgânica — se foi. A própria idéia de uma classe
dominante adequada foi deslegitimada. A direita política é
agora uma direita falsificada. É um coletivo que não
compreende a si mesmo e cujo conservadorismo é sustentado
por pressupostos esquerdistas. É por isso que ela
inevitavelmente se rende à extrema esquerda. Se você
compartilha das premissas da esquerda, não será capaz de
resistir aos argumentos esquerdistas. E é para isso que somos
rotineiramente convidados. Isso é o que todos nós temos
testemunhado.
É importante acrescentar que um sistema de freios e
contrapesos, dentro de uma constituição, depende inteiramente
de distinções de classe reais. Assim que abolir a aristocracia
como um constructo, você ficará preso a uma oligarquia
igualitária — a forma mais degenerada de oligarquia. É um
regime em que “todos os homens são criados iguais”, sem
nenhum ponto de vista social para refrear os ímpetos
licenciosos do povo — sem nenhum argumento para impedir o
povo de devorar as suas próprias sementes de milho.
Defender esse caso a uma pessoa instruída não é tão
difícil. Em vista de um plebeísmo materialista, com todos os
seus mal-entendidos, uma pessoa inteligente fica quieta.
Como H. L. Mencken escreveu certa vez: “A democracia é o
sistema em que as pessoas conseguem o que querem, e o
conseguem da maneira mais difícil”.
O que chamamos de “direita” (hoje) é meramente uma
mistura de sentimentos nacionalistas/tradicionalistas/cristãos
baseados nos princípios da supremacia plebéia. O que
chamamos de esquerda também se baseia na supremacia
plebéia, mas se opõe aos costumes tribais e religiosos. Pode-se
dizer que nossos costumes tradicionais estão em um estado
avançado de decadência e/ou desintegração.
Após essa longa explicação, muitos leitores irão
discordar, agarrando-se à idéia de que realmente existe uma
direita política, porque o uso estabelecido reconhece que
existe. Mas eu ofereceria mais um argumento, se me
permitem. A linguagem é importante, e devemos sempre lutar
para preservá-la das maquinações dos subversivos políticos.
Como exemplo dessa corrupção, a palavra “casamento” foi
recentemente redefinida pela Suprema Corte; enquanto que
através de toda a história até então o casamento significava a
união de homem e mulher, agora ele não tem esse significado.
Se uma Suprema Corte supostamente conservadora pode
redefinir o casamento e ninguém os enforca como traidores de
Deus e do país, então a direita não tem absolutamente
nenhuma existência real. O escândalo está exposto, embora
quase ninguém esteja escandalizado.
Quando a linguagem é politicamente depravada,
especialmente pela esquerda, ela torna o cheiro da carcaça
podre do Estado cada vez mais indecente. E daí, se a chamada
direita política faz exatamente a mesma coisa que a esquerda?
— Depravando a linguagem ao aceitar a redefinição de uma
palavra essencial, sem dar um pio!
O partido comunista tem um ditado: “A esquerda de hoje
é o centro de amanhã, o centro de hoje é a direita de amanhã,
etc.” E isso vai ao cerne da questão. O espectro político tem se
movido constantemente para a esquerda há cem anos. Isso foi
habilmente demonstrado por Tim Groseclose em um livro
intitulado Left Turn. Ele prova — com notável destreza — que
o congresso de maioria democrata em 1980 estava
consideravelmente à direita do Congresso Republicano de
1999. Ele usa critérios objetivos, então não há como
questionar o fato.
Claro, a ordem de posição não desapareceu totalmente.
Ela desvanece por centímetros, mais senil e decrépita, década
após década. O nivelamento é estável e contínuo. O socialismo
nos segura com um aperto mortal. Ele pode ser retardado, mas
nunca interrompido. Trump não está à direita de Ronald
Reagan. Ele está à esquerda de Reagan. O mesmo é verdade
para todos os primeiros-ministros tory[27] depois de Thatcher.
Para a esquerda, para a esquerda, sempre para a esquerda.
Todos os inimigos à direita. O indivíduo notável que parece,
contra todas as probabilidades, desacelerar a marcha para a
esquerda, é uma exceção à regra. Uma pessoa pode
interromper momentaneamente o processo, mas uma pessoa
não faz uma aristocracia.

Guerra psicológica em meio a um ataque


biológico
15/04/2020

…nunca usaremos os malditos germes, então de que


adianta a guerra biológica como dissuasor? Se alguém
usar germes contra nós, nós lhe faremos um ataque
nuclear.

RICHARD NIXON

O professor Yanzhong Huang é um cientista político e


“especialista” em pandemias. Ele é um exemplar da
abordagem da grande mídia para a questão da COVID-19
como arma biológica. Pode ser mais apropriado classificá-lo
como um especialista em “polêmica”. O professor Huang
claramente não gosta da idéia de que o vírus foi transformado
em arma em um laboratório chinês. Pode-se até dizer que ele é
sensível acerca da questão.
Ele escreveu um artigo na Foreign Affairs, intitulado
“Desconfiança EUA-China está incitando perigosas teorias da
conspiração sobre o Coronavírus e minando esforços para
conter a epidemia”. O próprio título do artigo do professor
Huang lê-se como uma acusação a qualquer pessoa que diga
que o vírus é uma arma biológica projetada. Ele alude ao
artigo do Zero Hedge que citou o meu texto do Epoch Times
sobre o assunto. O professor Huang diz, em essência, que tais
visões (como as minhas) colocam em risco a paz mundial e a
“cooperação sino-americana”.
Mas a “cooperação sino-americana” de hoje nunca
significou uma paz real. Ela sempre foi uma forma de guerra
de baixa intensidade, praticada pela China, enquanto que a
América dorme — sem saber que a sua posição está
gradualmente se desgastando.
Para ofuscar a questão da armamentização do vírus, a
melhor defesa é (evidentemente) um forte ataque. Huang nega
que o vírus tenha saído de um programa de armas biológicas.
Ele difama qualquer um que diga o contrário como um
“perigoso… teórico da conspiração”. Ele censura o Zero
Hedge por me citar. Ele diz que estão contribuindo para a
gravidade da pandemia. Dizer que o artigo do professor Huang
é honesto, a esse respeito, é não perceber o propósito político
subjacente às suas declarações.
O mais importante: o professor Huang não está sozinho
no que diz. Acadêmicos marxistas e esquerdistas da mídia se
inclinaram de maneira favaróvel aos regimes comunistas no
passado e continuarão a fazê-lo. Esse tipo de coisa não é
totalmente inesperada vindo da revista do Conselho de
Relações Exteriores (Council on Foreign Relations – CFR), no
qual o professor Huang é bolsista. Alguns de nós suspeitam
que o CFR é um centro para infiltrados comunistas, pegando
carona no internacionalismo ingênuo da elite capitalista. Com
efeito, o professor Huang usa o CFR como uma plataforma
para atacar os anticomunistas como “perigosos teóricos da
conspiração”. Aqueles de nós que escrevem sobre a ameaça
comunista são, na melhor das hipóteses, ignorados pela grande
mídia. Nesse caso, somos escolhidos para o ostracismo; — ou
seja, o ostracismo do Establishment. Não temos voz. Mas o
professor comunista chinês, promovendo desinformação
comunista chinesa, tem voz. O Establishment lhe dá uma
plataforma para atacar aqueles que alertam o Ocidente sobre as
intenções de Pequim.
O professor Huang e sua laia são publicados prontamente
em todos os grandes jornais e revistas. De sua posição
privilegiada, este estrangeiro da China continental orienta a
opinião americana. Quem é ele? O que ele representa?
Foi interessante ler as muitas críticas positivas de alunos
que ele recebeu como professor na Universidade de Seton
Hall. Mas entre elas há algumas avaliações negativas: “Não
gosto dele. Tem uma postura ruim em relação a alguns
alunos… ” — e ainda mais específico: “Este homem é
ignorante, teimoso, desrespeitoso e muito difícil de
compreender. Um comunista chinês oculto.” [Itálico meu.]
Parece ter havido animosidade entre este professor da
China Vermelha e um subgrupo de seus alunos americanos.
Essa animosidade era ideológica? O professor Huang tem uma
dívida de gratidão para com o governo de Pequim? Por que a
revista Foreign Affairs o convidou para escrever uma peça de
propaganda?
Ou é propaganda?
O professor Huang defende boas relações entre a China
comunista e os Estados Unidos. Naturalmente, nenhum de nós
quer uma guerra; mas os comunistas chineses não são amigos
de confiança. Eles cometeram muitos crimes, prejudicaram a
economia da América usando o comércio como arma —
roubando tecnologia, corrompendo o nosso sistema político
com dinheiro, tornando-nos dependentes de cadeias de
suprimentos que agora são usadas como armas de coerção
econômica e médica.
Vemos, nesta prestigiosa revista, a revista do Council on
Foreign Relations, uma disposição para denegrir o nome de
qualquer um que suspeite que a República Popular da China
tenha cometido uma grave violação de tratado relacionada ao
vírus da COVID-19. O artigo é um aviso claro a todo escritor
na América. Alinhem-se atrás do poder da China. Elogiem as
boas intenções da China. Critiquem severamente aqueles que
alertem sobre uma ameaça comunista chinesa.
Se você quiser saber com o que uma guerra biológica se
parece, contemple as nossas praças municipais vazias e os
necrotérios sobrecarregados da Cidade de Nova York. Se você
quiser saber com o que a guerra psicológica se parece, leia o
artigo do professor Huang na Foreign Affairs.[28]

O que o presidente Trump deve fazer


para impedir a invasão da China
17/04/2020

Um apaziguador é alguém que alimenta um crocodilo


— na esperança de que este o comerá por último.

WINSTON CHURCHILL

O Presidente dos Estados Unidos deve mudar


publicamente a sua posição sobre a China. No passado, o
presidente Trump descreveu o presidente da China, Xi Jinping,
como seu “amigo”. É necessário, neste momento crucial, que o
presidente Trump diga que o presidente Xi não é seu amigo.
Ele deve admitir, em vez disso, que Xi é inimigo da América.
Fazer o contrário é encobrir as muitas ações hostis do
presidente Xi, seus preparativos para a guerra e sua política de
culpar a América pela pandemia.
É hora de o presidente dos Estados Unidos enfrentar a
verdade — e dizer a verdade — sobre Xi Jinping e o Partido
Comunista Chinês. É hora de retribuir inimizade com
inimizade, retribuir a hostilidade da China comunista e
preparar-se para repelir a sua agressão. Pois ela tem usado a
nossa abertura e generosidade contra nós. Ela tem tomado a
nossa gentileza por fraqueza. Ela tem cometido traição contra
a nossa boa-fé, e tem feito guerra contra a nossa economia.
Não podemos mais nos referir aos comunistas como “amigos”.
Eles são inimigos.
Precisamos ouvir a verdade de nosso presidente sobre a
quinta-coluna da China comunista nos Estados Unidos. Essa
verdade não deve ser suavizada ou atenuada com as tolices de
sempre acerca do livre comércio e da paz; da concórdia
doméstica ou da tolerância racial. Estamos numa situação de
vida ou morte agora. A propaganda inimiga e os
propagandistas do inimigo devem ser identificados e
condenados ao ostracismo. Não podemos permitir que agentes
de influência comunistas virem o jogo, culpem a América,
condenem o patriotismo e abram o país ao ataque inimigo.
Em relação àqueles que desejam devolver o país à
dependência econômica da China: os regimes comunistas
sempre usarão o comércio como arma. Eles corromperão a
todos e a tudo que tocarem — homens de negócios e políticos,
estrelas do esporte e produtores de Hollywood. Negociar com
a China comunista é uma tolice. Um tratado, para eles, é como
uma crosta de torta — algo que é feito para ser quebrado. A
história do comunismo é longa e a natureza criminosa de todos
os regimes comunistas não pode ser negada. Não há desculpa
para ter relações com eles. Fazer parceria com eles é se tornar
parceiro deles no crime.
O presidente Xi tomou uma decisão consciente de
permitir que o vírus do PCC ficasse incubado em Wuhan até o
Ano Novo Chinês — o maior dia do calendário de viagens
saindo da China. Os relatórios sobre o surto na China não são
ambíguos a esse respeito.
O que aconteceu em Wuhan foi dirigido — cada passo do
caminho — a partir do gabinete do Presidente Xi. Os oficiais
do partido foram forçados a permitir que as multidões se
reunissem durante o feriado de Ano Novo em Wuhan. Eles
foram obrigados por Pequim a hospedar 40.000 pessoas na
festa da cidade, embora uma forma infecciosa de pneumonia
viral estivesse se espalhando pela cidade. As intenções de Xi
podem ser lidas em dezenas de reportagens e editais oficiais.
Xi só permitiu que Wuhan combatesse a pandemia depois que
os visitantes da cidade tinham retornado aos seus países —
levando a infecção para a Europa, a Austrália e a América do
Norte.
As decisões dos dirigentes chineses, nesse sentido, não
foram improvisadas. As decisões estratégicas chinesas são
cuidadosamente pensadas com antecedência. Já haviam
decorrido anos de estudo a respeito de vírus de morcego no
laboratório de virologia Wuhan NBS-4. Na verdade, a
localização das instalações do NBS-4 em Wuhan desafia a
lógica — a menos que reconheçamos a notável previdência de
Pequim.
A fim de lançar um ataque biológico, a China precisaria
de um álibi para evitar retaliações. O álibi teria dois lados: um
álibi focaria em colocar a culpa na América, o outro
mascararia as intenções malévolas de Xi.
O álibi bilateral teria, por necessidade, as seguintes
características: (1) Para evitar retaliação contra a China,
seriam plantados indícios quanto a questões de segurança e um
vazamento num laboratório de virologia chinês; (2) para
silenciar as críticas do público chinês, funcionários do Partido
Comunista afirmariam que a CIA ou os militares dos EUA
plantaram o vírus como parte de um ataque ao povo chinês.
Para tornar esses álibis paralelos executáveis ao mesmo
tempo, os planejadores chineses teriam primeiro considerado
qual cidade chinesa um inimigo atingiria numa guerra
biológica. Como eixo central das comunicações ferroviárias e
fluviais da China, Wuhan seria a escolha lógica. Portanto, os
planejadores chineses teriam construído a sua estratégia em
torno de um cenário de infecção em Wuhan. Para tornar este
cenário compatível com o álibi do “laboratório com
vazamento”, o estrategista da China também teria de colocar
suas instalações NBS-4 em Wuhan, em vez de num local mais
remoto no deserto de Gobi.
É impraticável travar uma guerra biológica sem dar a
primeira versão do vírus ao seu próprio povo. Visto que um
álibi é fundamental, Wuhan teve de se tornar o centro da
pandemia. O povo chinês seria o primeiro a sofrer. Portanto, a
versão inicial da arma seria projetada de acordo com os
princípios da guerra assimétrica, com a seguinte estipulação:
primeiro, a arma beneficiaria estrategicamente a China;
segundo, ela prejudicaria o Ocidente.
Considere os efeitos do vírus. Ele normalmente mata os
idosos e doentes. Do ponto de vista darwiniano, o vírus
favorece a sobrevivência do mais apto. Para um país
superpovoado como a China, esse surto viral é útil para
diminuir o rebanho. Considerando meio século sob a “política
do filho único” da China, esse rebanho é não só muito grande,
mas também muito velho. Enquanto isso, a América e o
Ocidente estão irrevogavelmente comprometidos em proteger
os membros mais fracos e menos aptos da sociedade. Podia-se
confiar que o Ocidente gastaria incontáveis trilhões para deter
o vírus. A China sofreria um breve choque, é claro, e perdas
econômicas, mas essas perdas seriam compensadas no final. A
China receberia ordens de voltar ao trabalho — com
incontáveis cidadãos idosos lacrados vivos em sacos de
cadáveres para cremação.
Você acha que tal plano é monstruoso demais para
alguém como Xi Jinping?
Xi Jinping é comunista. Seus heróis são Mao, Hitler e
Stalin — os três maiores assassinos em massa da história.
Percebe um tema em comum aqui? Ora, vamos! Uma pessoa
assim é tranqüilamente capaz de sacrificar os idosos! Por que
ele hesitaria nessas circunstâncias?
Xi Jinping não é uma pessoa normal. Ele pertence às
antigas tradições maquiavélicas da filosofia chinesa. Ele está
imerso nos escritos de Sun Tzu e Han Fei-Tzu. Esses
pensadores acreditavam no uso implacável da força e da
fraude. Eles se opunham à idéia de que os governantes
pudessem ser amigos. Essa idéia, na tradição legalista chinesa,
é criticada como perigosa. Portanto, Xi não é amigo do
presidente Trump.
Em 1999, eu entrevistei um famoso dissidente chinês,
Harry Wu. Ele passou dezenove anos no sistema de campos de
Lao Gai. Quando pedi a Wu para descrever os líderes da
China, ele disse: “Eles são assassinos.”
Como o presidente Trump pode ser amigo de um
assassino? Xi Jinping aprisiona e executa cidadãos chineses
honestos por dizerem a verdade. E, como todos os assassinos,
Xi Jinping mente — nem que seja só para esconder os seus
muitos crimes.
Os serviços de inteligência de Xi Jinping têm usado o
comércio internacional e os acordos corporativos para se
infiltrar em nosso sistema político, roubar nossa tecnologia e
minar a nossa economia. Seus agentes usaram o dinheiro como
uma cenoura e uma vara. Eles compraram políticos.
Corromperam a nossa mídia. Entraram em nossos institutos de
pesquisa.
Os agentes do presidente Xi infestam Washington.
Alguns de nós acham que esses agentes deveriam ser expulsos.
Dê-nos uma boa razão para que lhes seja permitido
permanecer em nossa capital? — e dê-nos uma razão que não
esteja manchada de covardia ou ganância.
Pense, agora, no que está por vir. Pergunte a si mesmo
para onde o nosso relacionamento com a China comunista está
nos levando. Xi Jinping é um seguidor de Mao Zedong. Em
1958, Mao deu a seus generais uma diretiva estratégica. Ele
disse: prepare o Exército de Libertação Popular para o dia em
que as tropas chinesas desembarcarão em Manila e São
Francisco.
Essa diretiva ainda está em vigor. Como sabemos?
Porque a China construiu uma frota anfíbia com alcance de
seis mil milhas.[29] Este é exatamente o alcance necessário
para desembarcar tropas chinesas na costa oeste dos Estados
Unidos — em São Francisco. Duas divisões foram preparadas
para um desembarque imediato (a fim de proteger as
instalações portuárias). Alguém acha que Xi precisava de
transportes anfíbios com alcance de seis mil milhas para
invadir Taiwan? Vencer Taiwan não o leva a lugar nenhum.
Taiwan não é o seu objetivo principal. Ele precisa vencer os
Estados Unidos. Se a América perder uma guerra, Taiwan se
renderá sem lutar. Qual é, então, o sentido de invadir Taiwan?
Ignore-o!
Quando um país desenvolve capacidades militares, como
uma frota anfíbia com alcance de seis mil milhas, você tem de
começar a prestar atenção caso você esteja a seis mil milhas de
distância. O pensamento estratégico orienta o desenvolvimento
da força chinesa. O alcance de ataque dessas tropas não foi
atribuído ao acaso.
Considere a grande estratégia por trás dos preparativos de
guerra de Xi: as armas biológicas enfraquecem, depois
incapacitam o país-alvo. Armas nucleares e mísseis de
cruzeiro, lançados de locais escondidos, podem destruir os
recursos navais, aéreos e estratégicos da América. A frota
anfíbia da China depois desembarca na costa oeste e guarda as
instalações portuárias para navios mercantes de reforço
carregados com homens, tanques e artilharia.
A invasão dos Estados Unidos pela China é possível? Sim
— é mais do que possível. Os chineses estão se preparando
para nos invadir há décadas. Eles têm estocado suprimentos no
México em segredo, como o jornalista Scott Gulbransen ficou
sabendo há muitos anos. Ele publicou suas descobertas em um
livro, The Silent Invasion.
Há um antigo ditado chinês atribuído a Lao Tzu: “Uma
jornada de mil milhas começa com um único passo.”
Anos atrás, o general Chi Haotian, ministro da Defesa da
China, fez um discurso para altos funcionários do partido. Ele
falou de um futuro ataque biológico “para limpar a América”.
Ele disse que a ameaça de Pequim a Taiwan era diversiva. O
verdadeiro plano, disse ele, era invadir e ocupar os Estados
Unidos.
Há dezoito anos, uma jornalista britânica entrou em
contato comigo. Ela tinha estado junto com uma equipe de um
filme documentário, entrevistando marinheiros chineses
durante exercícios anfíbios ao largo da costa da China. Ela
perguntou como eles se sentiam em relação a praticar uma
invasão a Taiwan. Os marinheiros ficaram perplexos. “Não
estamos praticando para invadir Taiwan”, disseram a ela.
“Estamos praticando para invadir a América.”
Quando os oficiais militares chineses perceberam o que a
tripulação britânica havia descoberto, eles confiscaram as
câmeras e as gravações. Ela contou suas experiências a
colegas no Reino Unido — mas foi marginalizada por ser
“anti-chineses”. Ela soube do meu trabalho por meio de um
leitor e me contatou. “Ouça”, ela disse, “eu prejudiquei minha
carreira. Mas preciso contar a alguém na América. Você
precisa prometer que não usará meu nome ao contar esta
história. Eu tenho que ganhar a vida. Tenho que retomar minha
carreira.”
Xi Jinping não é amigo do presidente Trump. Ele é
inimigo da América. Os chineses têm se preparado para a
guerra. Seus aliados russos, iranianos, cubanos e norte-
coreanos também têm se preparado.
Represento um número crescente de americanos que não
querem ouvir o presidente Trump se referir a Xi Jinping como
seu “amigo”. Xi é um ditador assassino e é nosso inimigo.
Precisamos que o presidente Trump reconheça isso.
Não há um momento a perder.

As mentiras em que acreditamos


23/04/2020

As pessoas que trouxeram Vladimir Putin de São


Petersburgo para Moscou nunca se importaram com
suas credenciais como especialista em
desenvolvimento de negócios. Para eles, ele era um
especialista em controle de negócios. Durante todo o
tempo em que Putin trabalhou em São Petersburgo,
ele desempenhou um papel oficial como vice-prefeito
e presidente do Comitê [para Relações Exteriores],
mas, nos bastidores, o Sr. Putin operava em sua
identidade mais importante — o Oficial de Caso.[30]
Em São Petersburgo, Vladimir Putin era um
‘operativo’. Os empresários não eram sócios, mas
alvos.

— FIONA HILL AND CLIFFORD GADDY


MR. PUTIN: OPERATIVE
IN THE KREMLIN, P. 166

A maioria das pessoas, incluindo jornalistas e líderes


políticos, tem uma idéia errada sobre a “queda da União
Soviética” e as mudanças na Rússia. Elas também têm uma
idéia errada sobre a China.
Entre um disparate absoluto repetido na televisão e a sutil
interpretação errônea de especialistas, a ameaça da Rússia e da
China passou despercebida. Esses dois países têm cultivado
uma imagem enganosa de si mesmos. Eles têm mascarado as
suas intenções hostis; e, apesar do mau comportamento de
Moscou e Pequim durante a pandemia viral, ainda não estamos
aprendendo.
Na citação acima, Fiona Hill e Clifford Gaddy descrevem
com precisão a função e utilidade de Putin para as estruturas
“pós-soviéticas” da Rússia. Eles apontam para as permanentes
atividades da polícia secreta de Putin, sugerindo que a
liberalização econômica na Rússia estava sob o controle da
segurança do Estado. Putin, como oficial da Segurança do
Estado, foi um dos controladores.
A anunciada transição da Rússia para a democracia e o
capitalismo foi fraudulenta. Ela simplesmente não aconteceu.
Fomos enganados pela falsa fachada de vice-prefeitos como
Putin e “liberais” importantes da Rússia, como Anatoliy
Sobchak e Boris Yeltsin. A economia da União Soviética, que
era em grande parte uma economia de mercado negro, era
administrada pelos comunistas da mesma forma que antes.
Apenas as aparências mudaram.
No excelente livro de Karen Dawisha, Putin’s
Kleptocracy (A cleptocracia de Putin), ela cita o relatório de
um promotor espanhol sobre o envolvimento russo no
narcotráfico e na lavagem de dinheiro durante os anos de
Yeltsin. Dawisha cita o promotor da seguinte maneira: “[Na
Rússia] não se pode diferenciar entre as atividades do governo
e os grupos do CO [crime organizado].” Além disso, a
KGB/FSB “controla o crime organizado na Rússia… A FSB
está ‘absorvendo’ a máfia russa” e — acrescenta Dawisha,
“usando-a para operações negras em território russo “. (Loc
263-269, Kindle Ed.)
Não seria seguro presumir que o crime organizado
assumiu o controle da Rússia após 1991. Seria mais correto
dizer que a KGB e as velhas estruturas do partido assumiram
(ou ativaram) as várias máfias russas — transformando-as em
instrumentos de Estado. Como Arkady Vaksberg apontou em
seu livro de 1991 sobre a máfia russa, as facções regionais do
Partido Comunista da União Soviética geraram clãs mafiosos
nativos. Estes foram úteis para os comunistas por vários
motivos.
A título de explicação, Vaksberg recebeu uma carta
quando a União Soviética estava “entrando em colapso”. Era
de um “leitor dedicado… que ficava bem próximo dos órgãos
do poder”, assinando com o pseudônimo de V. N. Voloshin. De
acordo com Voloshin, a liberalização da economia russa estava
fadada ao fracasso.

Nossos líderes estão deliberadamente desestabilizando


o país… tudo está sendo feito para levar o povo a
gritar, em uníssono: ‘Deixem-nos ter um governo
forte de volta.’
THE SOVIET MAFIA, P. 266.
Voloshin explicou ainda como criminosos eram
recrutados pelos políticos: “Nós ‘fisgamos’ essas pessoas,
deixando-as escapar de pequenos crimes… depois disso, elas
cumprem cuidadosamente as nossas ordens”.

Nós [comunistas] operamos como sempre operamos,


exceto que adotamos um perfil mais discreto e
mudamos nossas táticas. Paramos de tomar medidas
de proteção… mas apenas coletamos informações…
que nos capacitarão… quando chegar o momento
certo. Todo mundo aqui amaldiçoa as reformas e
espera a queda da democracia, e isso vai acontecer
mais cedo do que você pensa. E o exército está por
trás de nós também.
IBID, P. 266-67.

Voloshin acrescentou: “A única coisa que pode nos salvar


é uma dissolução completa da KGB…” Obviamente, livrar-se
da KGB nunca fez parte do plano. Na verdade, a KGB tornou-
se mais poderosa do que nunca, sendo crucial para a fachada
capitalista da falsa liberalização da Rússia. Aqui estava um
processo de reforma que o acadêmico polonês Wisla Suraska
caracterizou como uma “sociedade civil apadrinhada pela
polícia” trabalhando rumo a uma “revolução apadrinhada pela
polícia”. (How the Soviet Union Disappeared, p. 49.)
Sem submeter o leitor a uma avalanche de livros e
análises, eis aqui apenas uma pitada de escritos inteligentes
sobre o processo que estupidamente proclamamos como “o
colapso do comunismo” ou o “fim da Guerra Fria”. Conforme
observado por um oficial soviético, Georgi Arbatov, em
dezembro de 1988, o plano de Gorbachev era “retirar a
imagem do seu inimigo”. A substância desse inimigo
permaneceria, preparando-se para a guerra enquanto o
Ocidente relaxava sua vigilância.
É vergonhoso que tenhamos sido enganados pelos russos
e seus aliados chineses. Analistas conservadores como Sean
Hannity e Patrick Buchanan, que não se dignariam a ler Hill e
Gaddy, se contorceriam ao ouvir falar da catimba enganosa de
Putin. A verdade não apenas confundiria esses analistas, mas
também os afastaria de sua narrativa favorita — a saber, a de
como Ronald Reagan venceu a Guerra Fria.
Começar com um erro no início de sua análise é construir
um edifício de erro, até que a verdade desapareça de vista. E
como nossos conservadores perdidos voltam? Como eles
refazem seus passos? Quem tem a humildade de voltar pelos
últimos trinta anos?
Se você pegar todos os escritos especializados sobre o
tema da China, sobre o tema da Rússia, sobre o tema da guerra
nuclear, você encontrará um país desconhecido. As opiniões
dominantes de hoje, construídas sobre alicerces de
incompreensão e erro, estão recheadas de inverdades. A
primeira e maior dessas inverdades? —

O COLAPSO DO COMUNISMO

Os conservadores se felicitaram, várias e várias vezes,


por derrotarem o comunismo. Porém eles não fizeram tal
coisa. É um caso clássico de presunção. Para mostrar o quanto
é ilusória essa presunção, lembre-se do cancelamento do
Desfile do Torneio das Rosas em Portland, Oregon, durante
2017. Ela foi cancelada porque os comunistas ameaçaram de
violência contra os republicanos programados para participar.
[31]

Os comunistas sempre foram um grupo pequeno. Mas


sempre exerceram um poder e uma influência acima do que
seus números reais poderiam sugerir. Por quê? Porque
possuem um zelo missionário. Porque são implacáveis. Porque
são mais bem organizados, melhores em estratégia, melhores
em se infiltrar, sabotar e assumir o controle.
Impedindo um desfile das rosas em Oregon, os
comunistas flexionaram seus músculos numa cidade
importante. Mas, em outro lugar da América do Norte, os
comunistas tornaram-se donos de um país inteiro. Considere o
artigo de Evan McGuire de 2018 no American Spectator: “A
Cold War Communist is Still Killing People in Nicaragua”
(“Uma guerra fria comunista ainda está matando gente na
Nicarágua”). Ah, sim. Reagan venceu a Guerra Fria, mas os
sandinistas estão governando a Nicarágua como antes.[32]
Considere o que aconteceu na Venezuela. Segundo Luis
Henrique Ball, no Pan American de 17 de dezembro de 2017,
o prêmio rico em petróleo da América Latina foi convertido
em um reduto comunista por meio de uma estratégia de
incrementalismo socialista. O que tornou isso possível? Os
nossos conservadores tornaram possível, porque não estavam
mais preocupados com a difusão do marxismo-leninismo. Por
quê? Porque foram enganados de forma a acreditar que o
comunismo colapsou.
É uma situação desastrosa. A “teoria do dominó” foi
superada pela “história do dominó”, em que um país após o
outro sucumbe ao comunismo. Infelizmente, a chamada
“queda da União Soviética” não marcou o fim da expansão
comunista, mas abriu uma nova fase — na qual o comunismo
avançou de vitória em vitória, irreconhecível e desimpedido.
A África do Sul foi o primeiro grande prêmio a ser
conquistado pelos “extintos” comunistas depois de 1991.
Enquanto o Ocidente celebrava uma vitória imerecida sobre o
leninismo, os leninistas davam muitas risadas. O progresso do
comunismo na África do Sul é uma longa história. Na década
de 1950, o Partido Comunista da África do Sul ordenou que
seus membros ingressassem no Congresso Nacional Africano
(CNA). Como Richard Monroe apontou em seu Lessons of the
1950s (Lições dos anos 1950), “Tudo o que os comunistas
fizeram foi feito por meio do movimento do Congresso…
Exceto por um ou dois casos menores, nada foi feito pelo PC
[Partido Comunista] que estivesse em conflito com a política
do Congresso.”[33]
Como registra a história, o Partido Nacional cedeu seu
monopólio de poder ao Congresso Nacional Africano (CNA)
em 1994. Pelos últimos 26 anos, a África do Sul tem sido um
Estado de partido único governado por comunistas do CNA
que seguiram a mesma estratégia gradualista usada por Hugo
Chávez na Venezuela. Mais uma vez, um país estratégico foi
conquistado.
Estratégico de que maneira?
A África do Sul está situada na rota marítima do Cabo da
Boa Esperança, usada pelos petroleiros europeus que retornam
do Golfo Pérsico. A África do Sul também é o “depósito de
minerais” da África. O controle deste país pelo bloco
comunista, durante a Guerra Fria, teria assustado os
estrategistas ocidentais. Em termos militares/econômicos, o
bloco agora desfruta de um monopólio dos metais — com
implicações paralisantes para o espaço aéreo americano. Mas
nenhum alarme foi disparado. Os conservadores não se
importam com quem governa a África do Sul — contanto que
o fluxo de metais preciosos continue. O Ocidente logo
descobrirá o seu erro quando a ofensiva econômica do bloco
comunista se acelerar. Essencialmente, a África do Sul é agora
um país do bloco comunista governado pelo Congresso
Nacional Africano — uma falsa frente por trás da qual se
escondem russos e chineses.
Como o Zimbábue e a Namíbia, a Angola e o Congo, a
África do Sul virou comunista. Em cada país, somos
enganados acerca dos governantes, que fingem ser democratas.
Mas eles não são democratas. Mais uma vez, a nossa própria
presunção leva a melhor sobre nós. Esses países estão do lado
da China. Eles estão do lado da Rússia. E esse não é um
assunto menor.
O mito do “colapso do comunismo” poderia se
transformar em um livro muito grosso. Mas quem compraria
tal livro? A preferência do mercado está clara. As pessoas
anseiam por mentiras. Elas querem mitos. Os comunistas têm
fomentado esses mitos. Como Lenin disse no advento de sua
Nova Política Econômica em 1921: “Diga aos capitalistas o
que eles querem ouvir.”

UMA GUERRA NUCLEAR NÃO PODE ACONTECER

As pessoas adoram bobagens, especialmente sobre guerra


e paz. É muito reconfortante imaginar que ninguém vai lançar
uma guerra nuclear. Também é ingênuo. Existem pessoas neste
mundo que gostam de matar, que gostam de destruir coisas, e
encontram uma alegria auto-afirmativa na aniquilação pelo
amor à aniquilação.
O mundo normal — o mundo civilizado — nunca
explorou realmente o abismo do comunismo (como um
fenômeno psicológico). Não perceberam que um espírito de
destruição pelo amor à destruição havia aparecido junto ao
marxismo. Não conseguiram entender o destino que os
aguardava quando esse espírito se apossou de armas nucleares
e biológicas. Não conseguiram entender que essas armas
seriam usadas — com explicações razoáveis empregadas a
favor do uso. Aqui, a tarefa da razão, no fundo, operaria de
acordo com um espírito de destruição.
Assim que as potências totalitárias obtivessem a bomba,
uma guerra catastrófica seria apenas uma questão de tempo. É
apenas a ilusão de ótica do momento, quando pessoas normais
projetam o seu próprio pensamento sobre os governantes
totalitários, que imaginamos um regime perpétuo e bem-
sucedido de moderação global.
A ilusão de paz perpétua é endossada plutocraticamente,
na teoria e na prática, pelo hedonismo de mercado. Aqui, a
auto-indulgência é transferida para a política nacional — para
a manutenção cada vez mais pobre de nosso meio de dissuasão
nuclear. Nós simplesmente não acreditamos em guerra nuclear.
Não acreditamos em abrigos antiaéreos ou defesa contra
mísseis balísticos. Há algo inerentemente louco, ou perigoso,
em pensar a respeito. Mas se não podemos pensar a respeito,
como vamos nos defender contra ela? E esse é o ponto. Há
muito tempo deixamos de levá-la a sério. Mas a Rússia e a
China continuam fabricando bombas e mísseis. Enquanto isso,
os nossos apodrecem em seus silos.
E assim dizemos a nós mesmos que uma guerra nuclear
não pode ser vencida. Acreditamos que essas armas podem
“destruir o planeta” muitas vezes seguidas. Imaginamos que
existe um “equilíbrio de terror”. Mas essas são histórias que
você conta a crianças. A realidade é muito diferente. Orienta-
se aos leitores que consultem o livro de Peter Vincent Pry,
Nuclear Wars: Exchanges and Outcomes — que é o Volume II
de sua obra maior, The Nuclear Balance. Os leitores também
devem consultar The ABM Treat Charade, de William Lee, o
clássico Soviet Military Strategy, de Sokolovskiy, e The
Offensive, de Sidorenko.
Ou informar-se a respeito de Ted Bundy, o assassino em
série. Ele é um bom modelo para este assunto. Ele se apresenta
como um ser humano benigno, amigável e racional. Porém ele
é na verdade assassino, malicioso e irracional. Coloque esse
tipo de pessoa junto com armas de destruição em massa e você
terá o casamento perfeito. Nesse caso, é claro, o noivo já
encontrou a sua noiva.
É, mais uma vez, a presunção do Ocidente — e a
presunção de todas as pessoas “normais” — de que tal
casamento nunca poderá acontecer. E assim, ano a ano, a nossa
vigilância se atenua. Nós compramos a conversa enganosa dos
totalitários. Queremos acreditar neles. Em tempo, eles nos
farão um ataque nuclear. O que os impedirá?

A AMÉRICA É INVENCÍVEL

Sempre se acredita em um mito lisonjeiro — para a ruína


de quem acredita. A vida é cheia de lições duras, pancadas
duras e cabeças duras. Muita gente nascida após a Segunda
Guerra Mundial age como se os Estados Unidos fossem
indestrutíveis. Isso serve para explicar a sua predisposição
para políticas destrutivas, comportamentos destrutivos e
pensamento destrutivo.
Quando a sobrevivência de uma sociedade ou país é tida
como certa, e todo tipo de experimentação social é realizado
em conseqüência dessa opinião, pode ter certeza de que uma
enorme pilha de escombros será o legado.
Veja a geração “baby boomer”: ela cresceu em um país
que venceu os nazistas e o Japão imperial. Era tão rico, tão
poderoso, que nada lhe poderia fazer mal. Então fez-se o mal
em grande medida. O tecido da sociedade não foi tratado com
gentileza ou respeito. Tudo foi submetido a críticas
implacáveis. Maternidade, patriotismo, palmada, honestidade,
sobriedade, castidade, bom senso, anticomunismo. Tornou-se
moda ridicularizar ou diminuir esses itens. Quanto mais eram
associados ao passado, mais eram ridicularizados.
Na década de 1980, a “manhã na América” de Ronald
Reagan passou ao primeiro plano, como se a República já não
estivesse cambaleando devido a feridas internas. A verdadeira
situação foi encoberta e a falta de sinceridade ganhou maior
liberdade. Esse foi o contexto no qual abraçamos Gorbachev e
transformamos a China em um colosso. Fizemos isso com um
Semblante Feliz do Reagan.
Invencível? Não. Estúpida e auto-enganadora? Sim. Nada
aqui é intrínseco à invencibilidade. Tudo conspira para despir
o todo, preparando o caminho para um niilismo destrutivo. O
que temos, na América, é uma série de doenças — e a
COVID-19 é a menor delas.
Fora esses pontos, não há países invencíveis —
especialmente numa época como a nossa. Armas biológicas e
nucleares podem destruir qualquer país a qualquer momento.
Especialmente, elas podem destruir um país que se recuse a
lidar de forma realista com elas; um país que queira viver
como se essas armas não exigissem mais de nós.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tudo escrito aqui é inadequado. Mas há, não obstante,


valor no que está escrito, nem que seja só como um ponto de
partida. Não poderemos seguir em frente a menos que
dispensemos os mitos corruptores listados acima. Mas como
podemos superar esses mitos?
Uma montanha de mal-entendidos não é removida por
uma única frase, um parágrafo ou um ensaio. Palavras não são
suficientes para remover tal montanha. Mas as palavras devem
ser pronunciadas, não obstante. E devem ser pronunciados na
cara daqueles que discordam com veemência.
Talvez o mais desconcertante em escrever estes ensaios
seja a má qualidade dos críticos. É cansativo ser criticado por
coisas nunca ditas — por coisas que outras pessoas
imaginaram; por exemplo, que defendo a guerra com a China,
o Irã ou a Rússia; ou que eu quero que a América ocupe o
Oriente Médio — ou que domine o mundo.
Fui presenteado, esta semana, com vários e-mails de um
escritor libertário que se gabava de ler este site — apesar de
ter opiniões que eram “o oposto” das minhas. Ele se
parabenizava por sua mente aberta, lembrando-me que “o
patriotismo é o último refúgio de um canalha”. Ele apontou os
gastos supérfluos do Pentágono, repreendendo-me por ser um
“belicista” que busca converter os outros ao “belicismo”. Ele
disse, em essência, que eu não deveria me preocupar com os
crimes da China comunista, quando os Estados Unidos
assassinavam centenas de milhares de pessoas inocentes no
Oriente Médio.
Com toda certeza, ele insinuou que eu era um
propagandista de assassinos de bebês. Ele perguntou como eu
podia dizer que a América é boa enquanto a China é má. A
China não bombardeou o Iraque, observou ele. A China não
invadiu o Afeganistão. Se eu fosse uma pessoa moral, estaria
preocupado com a imoralidade dos americanos, não com a
imoralidade dos comunistas chineses. Ele disse que a China
não era uma ameaça porque o nosso arsenal nuclear nos
protege. Minhas preocupações, disse ele, eram, portanto,
“tolas”.
Ele reclamou que minha resposta subseqüente foi
“condescendente”. Mas de que outra forma eu deveria
responder a um imbecil? Uma resposta respeitosa teria soado
sarcástica. Acusado de ser um canalha e um belicista, uma
resposta amigável teria soado subserviente, covarde, talvez até
choramingueira.
O patriotismo é o último refúgio de um canalha?
Defender o país contra a China ou a Rússia é ser “belicista”?
Meu crítico entende mal o significado da palavra
“patriotismo”. A palavra se refere ao amor paternal e à
preocupação com o próprio país. Ela não significa o elogio
desmedido ao próprio país, ou gabar-se da bandeira. Não tem
nada a ver com tornar a América “grande de novo”. O que
expresso, em meus escritos, é uma preocupação real quanto à
sobrevivência do meu país. É a única expressão genuína de
patriotismo que conheço. Agora, consideremos o que significa
classificar essa expressão genuína como “o último refúgio de
um canalha”.
Quem é que vive sem se preocupar com seu país? Quem é
que não dá valor ao seu país? Quem é que, com eloqüência,
mete o pau em seu país por conta de sua ideologia? Quem é
que ridiculariza expressões de genuína preocupação patriótica
como “tolas”? Este é um patriota? Não. O que é que um
escritor assim ama? A verdade? O seu país? Ou o som de suas
próprias palavras vazias?
Se estou errado, NÃO é porque sou um canalha. Se a
guerra estourar, NÃO será por causa do meu “belicismo”.
Parece que existem duas abordagens para este assunto.
Somente uma é motivada por uma preocupação genuína com o
país. A outra não é absolutamente nada séria.
Crise econômica e agitação política
29/04/2020

Você está travando uma guerra econômica no Texas!

— SENADOR TED CRUZ


AO EMBAIXADOR SAUDITA

O desertor da KGB Anatoliy Golitsyn, que previu com


sucesso todos os estágios da estratégia de longo alcance do
bloco comunista em 1984, nos alertou sobre “as armas
econômicas do bloco”: grãos e petróleo. Podemos ver
facilmente que os metais preciosos também fazem parte deste
jogo. Conforme os eventos se desenrolam, fica cada vez mais
óbvio que a América está sob intenso ataque econômico.
A China, a Rússia, o Irã e países associados estão
aplicando pressões generalizadas para trazer os aliados dos
Estados Unidos para o seu campo; mais recentemente, alguns
observadores acreditam que a Arábia Saudita se voltou contra
Washington. Em resposta ao colapso da demanda de petróleo,
os sauditas não reduziram a sua produção de petróleo. Em vez
disso, eles a aumentaram — devastando a indústria de petróleo
da América.
Claro, os sauditas se ressentem da independência
energética americana. Eles se ressentiram de nosso abandono
passado de seu amigo, o presidente Hosni Mubarak do Egito.
Eles também se ressentem de nosso apoio ao governo da
maioria xiita no vizinho Iraque. Do ponto de vista deles, nós
não somos os aliados confiáveis de décadas passadas. Somos
atrapalhados, erráticos e irritantes.
O ressentimento é a mãe de toda traição. E como temos
— por tantos anos — acreditado nas mentiras da Rússia e da
China, por que não acreditaríamos nas mentiras sauditas?
Assim, os sauditas aumentam a sua produção de petróleo no
meio de uma superabundância, derrubam o preço do petróleo
para menos de zero, e fingem que estão fazendo isso para
prejudicar a Rússia quando a coisa toda é quase com certeza
idéia da Rússia. Quem é o grande vencedor neste jogo? A
República Popular da China consegue acumular milhões de
barris de petróleo barato. A Rússia e a Arábia Saudita levam
os produtores de petróleo americanos à falência. A economia
dos EUA sofre um grande golpe quando menos pode gastar.
Eis uma vitória estratégica de significado incalculável.
Parece que Moscou e Pequim persuadiram a Arábia Saudita a
se alinhar com eles; pois como pode a relação entre Riade e
Washington ser restaurada depois que o mercado de energia
dos Estados Unidos foi tão devastado? Uma ruptura inevitável
— embora oficialmente negada — deve ocorrer. E haverá um
golpe financeiro também, quando o dólar for atacado na
próxima rodada de batalha. Eis o Rubicão de Riyadh. Não há
retorno. E não devemos esquecer uma velha regra da política
beduína: a traição leva o traidor a se tornar mais paranóico que
sua vítima; pois o traidor deve ficar na expectativa do troco e,
a partir daí, deve distanciar-se de sua vítima.
Se for assim, estamos no início de uma seqüência muito
desesperada de eventos, em que a guerra econômica se torna o
coração e a alma do Grande Jogo. É fácil prever que a guerra
econômica contra os Estados Unidos se intensificará. A China
e a Rússia usarão todas as suas armas econômicas — e está
claro que estão se preparando há muito tempo.
A idéia aqui é paralisar a economia dos EUA, evitar
preparativos de guerra eficazes dos EUA, distrair as
autoridades políticas com agitação interna, forçar a
desvalorização da moeda, colapsar as receitas fiscais e incitar
a violência doméstica entre vários campos políticos, e separar
a América de seus aliados.
Se a Arábia Saudita se uniu ao bloco Moscou-Pequim, a
pressão aumentará para que outros países mudem de lado. A
realidade econômica que desponta será sombria, de fato, para
qualquer nação que estiver com a América; pois a América —
como defensora do Ocidente — é o alvo principal. Qualquer
nação que se voltar contra os Estados Unidos receberá um
salvo-conduto. Qualquer nação que se oponha ao bloco
Moscou-Pequim sofrerá de maneira correspondente.
Sérias pressões econômicas e financeiras serão aplicadas
contra o Japão, a UE, a Austrália, a Índia, o Brasil, etc. Se
esses poderes derem lugar à Rússia e à China, o isolamento
econômico da América estará assegurado. A América então
sofreria um lento estrangulamento, um colapso econômico e
turbulência na política interna. Mesmo que o Ocidente se
mantenha firme, as armas econômicas do bloco serão
empregadas, uma a uma. O abrandamento da resistência aliada
será encorajado a cada passo do caminho. Leremos e
ouviremos que a China é o líder econômico do mundo. Quem
é que ousa romper seus laços econômicos com a China? Países
pequenos e atrasados tremerão.
A ameaça contra o Japão e a Europa envolverá a negação
de recursos estratégicos vindos do Oriente Médio e da África.
Moscou e Pequim certamente farão uma série de jogadas
devastadoras — preparadas há muito tempo. O ataque à
indústria de petróleo americana, com o colapso dos preços do
petróleo, é apenas o começo. A China e a Rússia têm
acumulado ouro e recursos estratégicos há décadas. Eles estão
nos sitiando, tendo já separado os suprimentos necessários
para uma luta prolongada. Suas unidades militares foram
modernizadas, seus arsenais nucleares, atualizados — tudo de
prontidão antes dos distúrbios econômicos calculados para
impedir que os Estados Unidos jamais as alcancem.
As pessoas na Rússia e na China estão sofrendo
economicamente? Sim. Elas sofrem como os súditos de
regimes autocráticos estão destinados a sofrer — em todas as
épocas, para sempre. Na China, as fileiras da Polícia Armada
do Povo aumentaram. Uma revolução contra o regime é
impossível. A sua organização é totalmente voltada para a
segurança e para esmagar a dissidência. A desobediência é
punível com a morte. Quem é que ousa se opor ao Partido
Comunista Chinês? O seu poderio é medido em milhões de
soldados armados, mísseis, armas nucleares e uma marinha de
alto mar com vistas a controlar o Oceano Pacífico.
A preparação russa e chinesa para a atual fase de guerra
econômica foi longa e árdua. Todos os presidentes americanos,
de Reagan a Obama, voluntária ou involuntariamente
ajudaram os russos e chineses a obter as vantagens que eles
agora brandem contra nós. Washington tomou uma decisão
consciente de fortalecer a China. Os Estados Unidos estão
atualmente vulneráveis à guerra econômica de Moscou e
Pequim. Isso também se deve a anos de irresponsabilidade
fiscal e maus hábitos nacionais. Durante décadas de
prosperidade, incentivamos o endividamento — em todos os
níveis de governo e no setor privado. O Congresso deu
dinheiro a vários grupos de interesse. Os pagamentos de
assistência social dispararam. As pensões dispararam. O
Obama Care foi instituído e ninguém teve coragem de
derrubá-lo. Políticos até sugeriram o conceito de “renda
garantida”. Foi tudo uma loucura. Não podíamos pagar por
nada disso, nem pelas aventuras militares que se seguiram à
provocação do 11 de setembro. Enquanto isso, nossos inimigos
observavam de longe, encorajados por nossa falta de visão,
Uma crise econômica sem precedentes está agora em
andamento. Esta crise terá efeitos políticos diferentes de tudo
que já vimos. Não é exagero dizer que os choques já
administrados exigirão grande paciência e disciplina do povo
americano, além de grande habilidade política. Imagine
milhões de americanos desesperados sem trabalho,
enfrentando escassez de alimentos. Imagine um governo
federal falido — e estados, condados e municípios falidos.
Todos falidos ao mesmo tempo.
A divisão entre direita e esquerda será exacerbada. A
esquerda dirá que o capitalismo falhou. Uma espiral
descendente começará, impulsionada pelo público eleitor.
Seremos levados pela esquerda a destruir nossos recursos
econômicos por causa de uma falha em nossa ideologia
política dominante.
O grande historiador britânico Lord Macaulay previu o
futuro desmoronamento da economia americana em uma carta
escrita em maio de 1857. A previsão de Macaulay foi baseada
em sua análise das instituições americanas. Discutindo a vida
de Thomas Jefferson com um autor americano, Macaulay
escreveu: “Você está surpreso ao saber que não tenho uma
opinião elevada sobre o Sr. Jefferson e estou surpreso com a
sua surpresa. Estou certo de que nunca escrevi nenhuma linha
e… proferi nenhuma palavra indicando uma opinião de que a
autoridade suprema em um estado deveria ser confiada à
maioria dos cidadãos [contados] por cabeça; em outras
palavras, à parte mais pobre e ignorante da sociedade.”
De acordo com Macaulay, os Estados Unidos estavam se
tornando cada vez mais democráticos ao longo do século XIX.
E essa tendência, ele argumentou, era perigosa para a
liberdade e para o bem-estar econômico do país. Como
Macaulay explicou: “Há muito tempo estou convencido de que
instituições puramente democráticas devem, mais cedo ou
mais tarde, destruir a liberdade ou a civilização, ou ambas.”
Macaulay apontou para a Revolução Francesa e para a
tendência dos movimentos democráticos de espoliar os ricos.
“Você pode pensar que seu país goza de uma imunidade contra
esses males”, escreveu Macaulay a seu correspondente
americano. “Vou confessar-lhe francamente que tenho uma
opinião muito diferente. Acredito que o seu destino é certo,
embora seja adiado por uma causa física. Desde que vocês
tenham uma vasta extensão de terra fértil e desocupada, a sua
população trabalhadora estará muito mais à vontade do que a
população trabalhadora do Velho Mundo e, enquanto for esse
o caso, a política de Jefferson pode continuar a existir sem
causar qualquer calamidade fatal.”
Em algum momento, obviamente, os Estados Unidos
terão de se encher de gente. Serão obrigados a perder as suas
vantagens econômicas. “[C]hegará o momento”, observou
Macaulay, “em que a Nova Inglaterra estará tão densamente
povoada quanto a velha Inglaterra. Os salários serão tão baixos
e oscilarão tanto com vocês quanto conosco.” A América
então será urbanizada, com uma grande população de
“artesãos”. Então acontecerá que um grande número desses
artesãos às vezes ficará sem trabalho. “Então as suas
instituições serão justamente colocadas à prova”, escreveu
Macaulay. “A aflição em toda parte torna o trabalhador
rebelde e descontente, e o deixa inclinado a ouvir com avidez
os agitadores que lhe dizem que é uma iniqüidade monstruosa
que um homem tenha um milhão, enquanto outro não
consegue obter uma refeição completa.”
Com o poder supremo nas mãos de uma multidão
descontente, que tipo de governo provavelmente elegerão?
Seria um governo comprometido com “a segurança da
propriedade e a manutenção da ordem”? Ou seria um governo
que atravessa tempos difíceis roubando os ricos “para assistir
os indigentes”? Em algum momento, escreveu Macaulay, a
tendência jeffersoniana dos Estados Unidos resultará na
destruição da propriedade, na pilhagem dos abastados. “É
bastante claro que o seu governo jamais será capaz de conter
uma maioria aflita e descontente. Pois com vocês a maioria é o
governo, e os ricos, que são sempre uma minoria, estão
absolutamente à sua mercê.”
Como vemos hoje, todos os níveis de governo na
América estão engajados em aliviar a aflição dos pobres e
desempregados, e também vemos que isso é feito atualmente
pela tributação dos ricos assim como pelo endividamento.
Atualmente, os Estados Unidos têm o sistema de imposto de
renda mais progressivo do mundo industrializado. O problema
aqui, em relação ao futuro, é o papel desempenhado pelos
ricos no investimento e no progresso econômico geral. Sem os
ricos, não há oportunidade econômica futura para os pobres.
O processo sobre o qual Macaulay escreveu, como
qualquer pessoa com olhos pode ver, está agora a ponto de
terminar. A crise da COVID-19 levou as coisas ao ápice.
Macaulay explicou a seu correspondente americano: “Eu
seriamente tenho o receio de que vocês, numa época de
adversidade como a que descrevi, farão coisas que impedirão a
prosperidade de retornar, que agirão como pessoas que em um
ano de escassez devorão todos os grãos de milho, e assim
farão com que o próximo ano seja não de escassez, mas de
fome absoluta. Haverá, temo eu, espoliação. A espoliação
aumentará a aflição. A aflição produzirá nova espoliação. Não
há nada para pará-los. A sua constituição é toda vela e
nenhuma âncora.” À medida que o processo de
desmoronamento continua, acrescentou ele, “Ou algum César
ou Napoleão tomará as rédeas do governo com mão forte, ou a
sua república será tão terrivelmente saqueada e devastada
pelos bárbaros… quanto o Império Romano…”
Os “bárbaros” que estavam à espreita são os russos e os
chineses. A demagogia comunista que eles apoiaram na África
e na América Latina, especialmente em seu controle da
Venezuela e da África do Sul, baseia-se na dinâmica que
Macaulay descreveu em 1857. Quando as pessoas estão
lutando na pobreza, por que não encorajá-las a espoliar os
ricos e assim dar o poder à esquerda militante (que trabalha em
estreita colaboração com Pequim e Moscou)? Eis a dinâmica
de uma revolução socialista popular. Do jeito que as coisas
estão acontecendo agora, esse processo destrutivo se alinha
diretamente com a estratégia de guerra assimétrica do Partido
Comunista Chinês.
A guerra econômica está embutida na estratégia de longo
alcance de Moscou. Essa estratégia foi descrita em detalhes
pelo desertor tcheco Jan Sejna, em um livro de 1982 intitulado
We Will Bury You (Vamos Enterrar Vocês). Começando na
página 100, ele descreveu um plano para prejudicar a
economia dos EUA e fomentar a agitação doméstica. Não há
dúvida de que os comunistas há muito pretendem derrubar a
economia dos EUA por meio de uma série de movimentos
estratégicos. Podemos agora ver esses movimentos se
concretizando. É um processo que continuará enquanto as
pressões militares se intensificam.[34]

O período preparatório
01/05/2020

A guerra nuclear… não deve ser pensada apenas como


um gigantesco empreendimento técnico — como o
lançamento de um enorme número de mísseis com
ogivas nucleares… A guerra nuclear é um… processo
multifacetado, que… envolverá formas de luta
econômicas, diplomáticas e ideológicas. Todas elas
servirão aos objetivos políticos da guerra…

— MARXISM-LENINISM
ON WAR AND ARMY, P. 12

Os generais em Moscou e Pequim foram educados de


acordo com princípios de guerra antitéticos aos nossos. O
marxismo-leninismo tomou emprestada a sua teoria militar de
Clausewitz; especialmente acreditando que “a guerra é
simplesmente a continuação da política por outros meios.”
(Ibid, p. 2). Embora os americanos se recusem a acreditar
nisso, os estrategistas da Rússia há muito defendem que a
guerra nuclear não é uma exceção à regra de Clausewitz.
Em The Philosophical Heritage of V. I. Lenin and
Problems of Contemporary War, editado pelo Gen. Maj. A.
S. Milovidov, lemos na página 37 que os estrategistas
americanos estão errados em suas crenças sobre a guerra
nuclear. A “esmagadora maioria” daqueles que não
consideram a guerra nuclear como uma continuação da
política está fazendo um “julgamento puramente subjetivo”.
Esse julgamento, diz o texto de Milovidov, “expressa um mero
protesto contra a guerra nuclear”.
Os generais de Moscou e os generais de Pequim há muito
entenderam que as armas nucleares são assimétricas. A
sociedade totalitária é adaptável às condições da guerra
nuclear. A sociedade burguesa, não. Para a mente americana, a
guerra nuclear não faz sentido. Portanto, os americanos não
levam os estrategistas russos a sério quando escrevem: “a
preparação e o empreendimento… [da guerra nuclear] devem
ser considerados como a principal tarefa da teoria da estratégia
militar e da liderança estratégica”. (Ver a tradução de Harriet
Fast Scott de Soviet Military Strategy, p. 195). Negando que os
estrategistas russos e chineses estejam falando a sério, os
estrategistas americanos pensam em termos de dissuasão. Tão
logo a dissuasão falha, a América não tem nenhuma estratégia.
Sendo excepcionalmente vulnerável, o nosso pensamento
deteriora para a negação; isto é, a negação da guerra nuclear, a
negação de que o inimigo fala sério e de que ajustes devem ser
feitos.
Naturalmente, os estrategistas russos e chineses
concordam que seria melhor evitar uma guerra nuclear. Mas a
evitação da guerra, para o bloco comunista, tem um sentido
completamente diferente do que para o mundo livre. Para o
comunista, a única alternativa à guerra nuclear é a
convergência política e social em termos comunistas. Estes
podem ser disfarçados sob os auspícios do “desenvolvimento
sustentável”, por meio de tratados sobre “mudança climática”
ou por meio do comércio. Há também a possibilidade de
convergência por meio de uma pandemia — por meio da
“governança global da saúde” e do despovoamento
“gerenciado” de regiões inteiras (a saber, os Estados Unidos).
A atual pandemia comunista chinesa pode ser exatamente um
desses dispositivos — para acelerar a “convergência”.
Também pode ser um precursor de uma guerra nuclear,
empregado para distrair e desestabilizar as sociedades-alvo
antes do uso em massa de foguetes nucleares. Obviamente,
uma pandemia pode servir para ambas as funções. Se o mundo
livre não abraçar o plano da China para a governança global da
saúde, Moscou e Pequim não perderão nada. Nesse caso, a
virada para a guerra poderia ser perfeita, a maskirovka não-
detectada.
Dado o papel central que os chineses deram ao ataque
biológico (conforme descrito pelo ministro da Defesa Chi
Haotian), o bloco comunista teria mirado há muito tempo, para
infiltração e subversão, nos Institutos Nacionais de Saúde e os
Centros de Controle de Doenças. O envolvimento dos Estados
Unidos com a China proporcionaria uma abertura ainda mais
poderosa para o ataque; a saber, a indústria farmacêutica
americana — companheira atual do complexo médico-
industrial-militar da China, fornecendo ingredientes médicos e
elementos “precursores” relacionados a vacinas (abrindo um
caminho para um ataque biológico/químico binário,
combinando medicamentos e/ou vacinas com uma arma viral,
aumentando a letalidade de cada vetor por combinação.)
Se o Ocidente emperrar a convergência, retirando-se das
vacinações obrigatórias e da lei marcial médica, pode haver
em seguida uma guerra nuclear total. A sabotagem, neste
contexto, não é uma atividade imaginária dos serviços
especiais chineses e russos. É uma de suas especialidades,
projetada para o “período preparatório” antes dos ataques
nucleares. A presença de agentes russos e chineses em nosso
governo representa um perigo especial durante esse período.
As operações do inimigo em Washington, evidentes na recente
rixa do impeachment, ainda não foram controladas. Com toda
probabilidade, o seu ataque às instituições do país se
intensificará. Talvez o sinal mais devastador de um ataque
iminente seja a notícia de que centenas de funcionários
públicos, generais e legisladores estão a serviço do inimigo.
De acordo com o desertor do GRU, Vladimir Rezun, os
serviços especiais russos trairão todos os seus agentes de alto
nível na véspera da guerra — para semear o máximo de
desconfiança e confusão. Também prepararão falsas alegações
contra pessoas inocentes — uma tática de pré-guerra em curso
desde 2016.
O que leva à suspeita de que estamos agora no “período
preparatório” é o desaparecimento de vários líderes
comunistas. Vladimir Putin demitiu o seu governo em janeiro,
imediatamente antes de a pandemia atingir a China. Mesmo
assim, o primeiro-ministro russo demitido, Dmitri Medvedev,
manteve a sua posição no conselho de segurança russo. O
gabinete russo desapareceu (com destacados joões-ninguém
em seu lugar). E agora Putin também desapareceu.
Os líderes comunistas da Nicarágua e da Venezuela
também desapareceram de vista. Se isso não for uma estranha
coincidência, considere o caso de Kim Jong-un, da República
Popular Democrática da Coréia — desaparecido por mais de
duas semanas. Enquanto isso, fontes de inteligência na Ásia
relatam que os principais líderes chineses estão abrigados em
algum lugar no noroeste da China.
Cito a partir de uma fonte asiática o seguinte: no Vietnã,
em Laos e no Camboja, “nossos órgãos de inteligência podem
confirmar: …os principais líderes… [do partido e dos
militares] têm se escondido alternadamente”. A fonte asiática
acrescenta que a China e a Rússia estão estudando a reação do
Ocidente ao vírus, preparando-se para “seus próximos
movimentos numa coordenação mais agressiva rumo à fase
final de uma guerra estrondosa…” O momento escolhido, diz
a fonte, será repentino.
De acordo com o marechal da União Soviética K.
Moskalenko, escrevendo no Voyennaya mysl[35] (janeiro de
1969), “O emprego de armas qualitativamente novas… criará
condições numa guerra futura para a obtenção de resultados
em seu período inicial que não podem ser comparados com os
resultados da… guerra passada. O primeiro ataque nuclear
pode levar imediatamente à desorganização do governo, do
controle militar e de toda a retaguarda de um país e à
interrupção do emprego sistemático das forças armadas e de
todas as medidas tomadas para a mobilização. Tudo isso terá
um efeito revelador…”
A situação atual não é de paz. Quando os países do Bloco
oriental mantêm sigilo absoluto, proibindo investigações e
inquéritos, escondendo seus líderes em locais remotos,
devemos deixar de lado todas as suposições ingênuas. Temos
estado sob intenso ataque ideológico por muitos anos.
Métodos avançados de guerra psicológica têm sido
empregados contra nossas instituições. Nossa mídia tem sido
subvertida e usada contra nós. Mas nós elegemos Donald
Trump assim mesmo, e Trump desafiou os mecanismos de
convergência. Ele emperrou o plano comunista.
Então, aqui estamos nós.

Sobre a brevidade do discernimento


13/05/2020

A maioria dos seres humanos… reclama da


mesquinhez da natureza, porque nascemos para um
breve período de vida, e porque esse espaço de
tempo… passa de forma tão rápida e veloz que, com
muito poucas exceções, a vida acaba… justo quando
estamos nos preparando para ela.

— SÊNECA

Sêneca reclamava que a degradação da Roma antiga se


originava das preocupações das pessoas. Correr por aí, sem
pensar com cuidado, era um desperdício da própria vida.
Viver, dizia ele, é estar vivo para a verdade — levar em
consideração a realidade. O problema com a preocupação,
com a ambição e a profissão, é a maneira como as pessoas
ambiciosas e preocupadas desprezam a verdade. Depois de
muitos anos, em vez de ficar mais sábio, o homem ambicioso
parece um tolo. Ele não parou para levar em consideração o
seu entorno, ou suas associações, ou seu país, ou a verdade
sobre si mesmo.
Sócrates celebremente disse que “a vida não examinada
não vale a pena ser vivida”. Praticando essa idéia, Sêneca
escreveu o seu livro Sobre a Brevidade da Vida, dizendo que a
vida não examinada não só é inútil, mas dolorosamente curta.
Quem vive apressado, sem parar para pensar, sucumbe às
rodas de hamster da ganância, da luxúria, da ambição e da
inveja. A vida, sob esses imperativos, torna-se uma corrida
cega de um lado para outro.
O homem preocupado se move muito depressa. Ele
agarra todas as oportunidades, sem pensar. Ele não vê. Ele não
lê. Ele não pensa. Sua desculpa é sempre a mesma. “Não tenho
tempo.” Sendo vazias, sendo irrefletidas, as idéias superficiais
dessas pessoas não são nem mesmo delas mesmas. Quando
tentam raciocinar, sua imaturidade é flagrante. Existe apenas a
recompensa imediata de agir prontamente, de aproveitar uma
oportunidade. Mas como não pensaram bem nas coisas, suas
oportunidades não levam a lugar nenhum.
“A velhice as apanha enquanto ainda estão mentalmente
infantis”, diz Sêneca. Isso descreve o resultado da vida romana
agitada do primeiro século — e da vida americana agitada do
século XXI. Neste momento, deparamo-nos com uma massa
de concidadãos que não raciocinam bem e líderes que
conduziram o país ao beco sem saída da dependência dos
inimigos. A situação do país é desesperadora — piorando a
cada dia. Ouvem-se coisas tolas de ambos os lados do corredor
político. Todo mundo regride a uma série de reações
automáticas. Por quê? Porque nunca foram muito judiciosos,
em primeiro lugar. Nunca desenvolveram a sua curiosidade,
nunca fizeram as perguntas certas e nunca entenderam para
onde estavam indo.
Se, como diz Sêneca, “os preocupados acham a vida
muito curta” — pode-se acrescentar que a vida da sociedade
também pode ser encurtada quando essas pessoas estão no
comando. Nossos políticos e especialistas avaliaram mal todos
os grandes eventos dos últimos 31 anos. O Ocidente está agora
sob ataque de um vírus chinês. Algum deles previu isso?
Olho para a esquerda, e vejo slogans. Olho para a direita,
e vejo slogans. A nossa é uma época em que o pensamento foi
substituído pelo nonsense político. Isso ocorre naturalmente
com pessoas preocupadas — como argumentou Sêneca. O
quanto essas pessoas entendem? Não muito.
E agora, mais do que nunca, as massas estão
desorientadas. Não há nada além de confusão, nada além do
barulho de opiniões contrárias. O foco de nossos líderes é
“econômico”, não filosófico. Nós deixamos de lado todas as
questões mais importantes, preocupando-nos com o
entretenimento e a prosperidade.
“Oh, que escuridão”, observou Sêneca, “a grande
prosperidade lança sobre as nossas mentes.” — Essa tem sido
a prosperidade da América, que agora se desfaz. Tudo aqui
não é apenas idiota. Sêneca nos diz que os homens maus se
orgulham de não saber o que fazem. “De fato”, escreveu ele,
“o estado de todos que estão preocupados é deplorável…
enquanto roubam e são roubados, enquanto perturbam a paz
uns dos outros, enquanto tornam uns ao outros infelizes, suas
vidas passam sem satisfação, sem prazer, sem aperfeiçoamento
mental.”

O significado de inimizade
25/05/2020

A revolta social e política eclodiu na periferia


européia e mundial na década anterior à Primeira
Guerra Mundial, começando com a Primeira
Revolução Russa em 1905, seguida pela revolução
iraniana de 1906, a grande revolta camponesa romena
de 1907, a rebelião dos Jovens Turcos de 1908, a
revolta militar grega de 1909, a derrubada da
monarquia portuguesa e o início da revolução
mexicana em 1910, e a revolução chinesa em 1911.

— STANLEY G. PAYNE
THE SPANISH CIVIL WAR
(A Guerra Civil de Espanha, a União Soviética e o
Comunismo).

O que desencadeou as revoluções e guerras civis do


século passado? O que desencadeou a primeira e a segunda
guerras mundiais? Uma coisa as desencadeou: A
INIMIZADE.
O que é a inimizade?
A inimizade é má vontade, hostilidade, antipatia,
animosidade, rancor — e, acima de tudo, é ódio — não
passivo, mas ativo. É um ódio que alimenta a crueldade da
guerra. É o sentido da guerra. É o motivo da guerra. É a
totalidade da guerra.
Recentemente, o autor de best-sellers Graham Hancock
denunciou com veemência a Joe Rogan a estupidez do
orçamento do Pentágono americano. O dinheiro desperdiçado
em armamentos, disse ele, poderia ser usado para acabar com
a pobreza ou curar doenças. Hancock falava como se a
inimizade contra a América fosse uma espécie de ficção
conveniente dos “manda-chuvas”. Ele não considerou
adequadamente aqueles que efetivamente odeiam a América,
que querem ver a América em chamas.
Pode ser que valha a pena considerar a intuição do Sr.
Hancock sobre uma civilização pré-histórica perdida, mas sua
intuição sobre a nossa civilização atual não tem mérito. Se a
América se desarmasse como ele recomenda, não só uma
pobreza terrível infligiria a todo o planeta, mas o colapso da
América na insignificância militar sinalizaria uma era sombria
de domínio global sino-russo — uma era de escravidão e
perseguição; uma era em que os dissidentes seriam presos,
torturados e executados às dezenas de milhões. Basta olhar
para as opressões sangrentas do Estado policial na China, para
o assassinato de jornalistas na Rússia, para saber o destino que
estaria reservado a todos nós.
Ouvir o Sr. Hancock falar contra as armas de defesa do
meu país, como se o meu país fosse o problema, é mais do que
um pouco desconcertante; especialmente porque o Sr.
Hancock não tem nenhuma experiência declarada em assuntos
mundiais, nenhum conhecimento militar ou formação em
ciência política. Não posso deixar de imaginar, também, que
ele poderia estar falando alemão, se não fosse pelo armamento
do meu país. No entanto, ele condena o sistema de defesa do
meu país como se fosse o único obstáculo ao progresso da
humanidade.
Hancock, que de forma alguma é um inimigo da América,
adotou os pontos de discussão do inimigo da América. Se
todos acreditassem nesses pontos de discussão, quem se
beneficiaria? É, de fato, um caso de cui bono; pois um absurdo
desse tipo tem um propósito. Aqueles que odeiam a América
querem vê-la indefesa. Eles têm trabalhado incessantemente
para esse fim durante décadas.
Recentemente, um leitor me enviou uma foto de uma
multidão de manifestantes queimando uma bandeira americana
em Los Angeles. Aparentemente, eu deveria expressar choque
ou surpresa. Se alguém está chocado, não sou eu. Los Angeles
é, em muitos aspectos, o território de uma potência
estrangeira. Muitos lugares na América não são mais
americanos. Eles se opõem ao país, se opõem à sua defesa e o
querem em chamas.
Quando eu estava na pós-graduação, há mais de trinta
anos, muitos professores e alunos de pós-graduação
trabalhavam para desfazer o país. Eu ouvia ríspidas expressões
de ódio e desprezo pela América. Parecia, de fato, que esse
ódio estava gradualmente se tornando academicamente
obrigatório. Foi exatamente naqueles dias que queimar a
bandeira foi judicialmente aprovado como “liberdade de
expressão” pela Suprema Corte. Muitos libertários e
conservadores aprovaram essa decisão. Mas então, dado que
ovos de dragão estavam incubando dentro das universidades, a
decisão da Suprema Corte foi mais como um marco — a meio
caminho entre a censura de Joseph McCarthy e a destruição
total pelo fogo.
Falando sério. Este é um país governado por tolos muito
especiais. Ele tem sido governado por esses tolos há algo entre
cinqüenta a sessenta anos ou mais. Quase todos os homens, em
todas as épocas, são tolos. Mas viver sem um pingo de
instinto, sem senso de autopreservação e considerar
arrogantemente o próprio estupor como um estado superior de
consciência, é condenável. Deus não sorri diante disso.
Inimizade é ódio. É o tipo de ódio que queima bandeiras.
É o tipo de ódio que queima delegacias de polícia e subúrbios.
É o tipo de ódio que lança mísseis balísticos com ogivas
nucleares. É o tipo de ódio que organizou a fome de terror na
Ucrânia há noventa anos. É o tipo de ódio que asfixiou
milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial — que
bombardeou Dresden e colocou nuvens de cogumelo sobre
Hiroshima e Nagasaki.
Você acha que a inimizade é um conto de fadas? Você
acha que é um mito alardeado pelo “complexo militar-
industrial”? Pense melhor. Se não tivéssemos um único rifle
para nos defender, os incendiários de bandeiras em Los
Angeles de repente saudariam a nossa bandeira? Não. Eles
prosseguiriam para incendiar todo o país. Por quê? Porque a
bandeira simboliza o país. Eles queimam a bandeira agora
porque não podem queimar o país.
Quando alguém queima a bandeira do seu país, o que
você acha que eles pretendem? Você acha que queimar uma
bandeira é um passatempo divertido? Você acha que queimar
uma delegacia de polícia é um discurso protegido? Você acha
que queimar os subúrbios é uma forma compreensível de
protesto?
E agora Mineápolis está em chamas. Que outras cidades
vão queimar? Consideremos, mais uma vez, aquela curiosa
expressão latina — cui bono. Consideremos a conexão entre a
queima da bandeira (pelos comunistas) em Los Angeles e a
queima de uma delegacia de polícia em Mineápolis. Elas
estão, na verdade, intimamente conectadas.
Pode-se perguntar, retoricamente, por que as bandeiras
dos inimigos da América não estão queimando? É simples.
São eles que estão praticando as queimadas — de bandeiras e
de delegacias de polícia. Eles têm incitado o frenesi da
multidão. Eles têm usado raça, classe e sexo para dividir a
América em campos hostis e beligerantes. O jogo deles é
“dividir para conquistar”. E nós — otários que somos —
cooperamos com este jogo.
Alguém vê o que está acontecendo? Alguém vê quem
está por trás disso? Alguém percebe quem tem a ganhar com
isso? — Nem pretos, nem brancos, nem americanos de
qualquer cor.
Ah, sim. Nós somos tolos muito, muito especiais.

Mito e apocalipse
02/06/2020

A partir de antigas fontes caldaicas e hebraicas (Gen. iv e


parte de x), aprendemos sobre uma era mítica de gigantes e
heróis — antes do dilúvio. Hoje nós evitamos essa pré-
história. Não acreditamos numa Era Dourada perdida ou no
dilúvio que a varreu. Não acreditamos no Timeu e no Crítias
de Platão, ou no fragmento de Políbio sobre as catástrofes
cósmicas que aniquilam periodicamente a civilização. Não
acreditamos nos relatos caldaicos e hebraicos de uma grande
inundação.
Nós, modernos, preferimos acreditar que o passado era
inteiramente primitivo, que o progresso foi gradual e
“evolutivo”. Preferimos acreditar que não houve Era Dourada,
nem gigantes ou heróis, nem dilúvio, nem mundo
antediluviano. Acreditamos que o tempo corre em linha reta.
Quanto mais para trás você vai, mais atrasados os homens.
Quanto mais para frente, mais instruídos e avançados. (Um
conceito autolisonjeiro, se é que jamais houve algum).
Os antigos caldeus, egípcios, hebreus e gregos ficariam
chocados com nosso desprezo pelas tradições orais e escritas.
Eles teriam aversão à nossa visão da história como “uma
coisinha atrás da outra”. Certamente, a história tem sentido.
Certamente, há um padrão — a sugestão de algo maior e mais
grandioso em ação.
Pergunte a si mesmo: por que a pré-história durou tanto,
com tão pouco realizado? Nossos ancestrais da Idade da Pedra
tinham cérebros tão grandes quanto os nossos e supostamente
não conseguiram descobrir nada — construir nada — durante
180.000 anos.
Há mais de cem anos, o orientalista William Saint Chad
Boscawen referiu-se ao dilúvio como “uma linha divisória
entre a era mítica dos deuses e o início da história…” Ser
mítico, no entanto, não quer dizer que não era real. Se
encontrarmos metáfora, parábola e símbolo em nossos mitos
— tanto melhor.
Giorgio de Santillana e Hertha von Dechend tentaram
elucidar a profundidade do mito antigo em seu livrinho,
Hamlet’s Mill (O Moinho de Hamlet). Eles negaram que os
mitos fossem um tipo distorcido de história. Em vez disso,
sugeriram que a mitologia contém mensagens codificadas para
a posteridade. Eis algo para confundir o cientista de mente
literal, para confundir nossos modernos saqueadores do
inconsciente (isto é, psicólogos). Santillana e Dechend
sugerem que o mito representa algo mais alto que a história e
mais profundo que a ciência. É até sugerido que o mito
representa algo que torna possíveis estes últimos afloramentos;
pois o mito não nos diz o que aconteceu tanto quanto diz o
porquê. Eis o fundamento de sentido que foi drenado de nossa
ciência, de nossa história, gota a gota.
Será que, desde o início, as bordas de nosso mundo têm
avançado ou retrocedido, não pelas explorações de Colombo e
Magalhães, mas pelos efeitos benéficos ou deletérios dos
entendimentos mitológicos — ou a falta deles? Será que
dragões e serpentes marinhas não são apenas representados
nas margens de mapas antigos, mas também são igualmente
representados nas margens do tempo?
O grego-caldeu Beroso escreveu:

Uma grande multidão de homens de várias tribos


habitava a Caldéia, mas viviam sem nenhuma ordem,
como os animais… Então apareceu para eles, vindo
do mar, na costa da Babilônia, um animal temível de
nome Oan. Seu corpo era o de um peixe, mas sob a
cabeça do peixe outra cabeça estava presa, e nas
nadadeiras havia pés como os de um homem, e ele
tinha uma voz de homem. Sua imagem ainda está
preservada. O animal veio pela manhã e passou o dia
com os homens; mas não se alimentou, e ao pôr-do-
sol voltou para o mar, e lá permaneceu durante a
noite. Este animal ensinou aos homens a linguagem e
a ciência, a colheita de sementes e frutos, as regras
para as delimitações de terra, o modo de construir
cidades e templos, artes e escrita, e tudo o que se
relaciona com a civilização da vida humana.

O absurdo intrínseco do texto não deveria ser nenhuma


objeção. É uma história que é encontrada, de forma alterada,
entre o povo dogon do Mali, a milhares de quilômetros da
Mesopotâmia. O povo dogon manteve suas tradições orais até
os tempos modernos. Eles falam do Nummo, uma criatura
anfíbia comparável a um lagarto ou camaleão. Essa criatura
também era descrita como um peixe que ficava de pé — e
também como uma serpente!
Curiosamente, foi uma serpente que falou com Eva no
Jardim do Éden; e, assim falando, convenceu o primeiro
homem e a primeira mulher a sairem do Éden — para entrar
nos rigores da labuta civilizada. Um réptil, uma cobra, um
“dragão” — com pés! E esse réptil aparece de novo, no Livro
do Apocalipse, capítulo 12.

Um grande sinal apareceu no céu: uma mulher vestida


de sol, com a lua sob os pés e uma coroa de doze
estrelas na cabeça. Ela estava grávida e chorava de dor
no momento em que estava para dar à luz. Em
seguida, outro sinal apareceu no céu: um enorme
dragão vermelho com sete cabeças e dez chifres e sete
coroas em suas cabeças. Sua cauda varreu um terço
das estrelas do céu e as jogou na terra. O dragão
postou-se diante da mulher que estava para dar à luz,
de modo que pudesse devorar-lhe o filho no momento
em que nascesse.

Esta mulher é Eva, a mãe da humanidade? Nossa aversão


aos répteis, neste caso, é recíproca? E aqui está o réptil mais
terrível de todos, juntando um terço das estrelas como meio de
bombardeamento — para matar a humanidade em seu berço.
Se a cobra nos atraiu para fora do Éden com o fruto proibido
(contendo o conhecimento do bem e do mal), prometendo que
seríamos “como deuses” — então essa cobra era um inimigo
cuja estratégia era nos destruir com uma vaidade perigosa.
Será que o moderno revigoramento dessa vaidade é uma
coincidência?
O que acontece com as mitologias — de todo o mundo —
são as formas sutis pelas quais elas se conectam (mesmo que
não concordem totalmente). Existe o absurdo palpável de um
peixe ambulante, ou uma serpente que fala com mulheres, ou
um camaleão que ensina as artes da civilização, ou um dragão
bombardeando a terra com um terço das estrelas do céu para
“devorar” um recém-nascido. Porém as testemunhas estão de
acordo em todos os lugares. O peixe, a serpente e o dragão são
parte integrante da nossa história. E por mais metafóricas, ou
simbólicas, ou mesmo enigmáticas, essas criaturas arcaicas
são, como afirmam Santillana e Dechend, “cosmológicas da
primeiro à última”.

Isso foi compreendido apenas por poucos, interessou a


muitos, e é para sempre espinhoso para aqueles que o
abordam por meio das “maravilhas da matemática” ou
pela especulação sobre o inconsciente. Em outras
palavras, trata-se de uma abordagem seletiva e difícil,
empregando os meios disponíveis e muita reflexão,
certamente limitada, mas resistente à falsificação.

Este último ponto merece nossa atenção. Enquanto rimos


da ignorância de nossos ancestrais da ciência, a sua mitologia
ainda ecoa. Enquanto falsificamos a realidade com nossos
“fatos” — enquanto estamos perdidos em “fatos” —
imaginamos que descobertas “científicas” falam por si
mesmas. Isso é mais absurdo do que um anfíbio que fala e
anda; pois as noções “cientificistas” vazias da modernidade
devem se mostrar intrinsecamente falsificadoras. Falamos
sobre fatos o tempo todo, e fingimos respeitá-los. Mas usamos
os fatos como um titereiro usa seus títeres. Fazemo-los dizer,
nas profundezas da nossa corrupção, o que queremos que
digam.
Enquanto um mito relata esotericamente o que é proibido
a cativos e reféns, “fatos” tomados fora do contexto podem ser
usados para garantir a continuidade do cativeiro. Da mesma
forma, descer à trivialidade é o destino de quem está preso em
uma falsa realidade, absorvendo a luz de um sol artificial,
lutando por uma liberdade artificial, aderindo a uma ciência
artificial.
A pergunta pode ser: o que nos capturou? Qual é a coisa
má que ainda nos mantém como reféns? — com a promessa de
uma serpente ainda ressoando em nossos ouvidos?
Aos americanos que estão de joelhos
04/06/2020

O rei ordena aos suiços que baixem as armas


imediatamente e se retirem para o quartel.

— LUÍS XVI
PARA SUA GUARDA SUÍÇA
10 DE AGOSTO DE 1792

Estamos próximos do fim da República. Uma revolução


começou e nenhuma ação contra-revolucionária decisiva foi
ordenada. Por que isso aconteceu? Porque fomos desarmados
psicológica e lingüisticamente.
Por exemplo: — O juramento de lealdade de funcionários
federais é defender a Constituição contra todos os inimigos,
estrangeiros e domésticos; mas se nos recusarmos a
reconhecer a existência de inimigos, se não pudermos dar
nome a nossos inimigos, nenhuma defesa será possível. E esta
é a única coisa, acima de todas, que tem sido proibida: Não
temos permissão para dar nome a nossos inimigos.
Esta é a essência crua do desarmamento lingüístico e
psicológico. Acrescente-se a isso um processo no qual os
inimigos da América inundaram o próprio governo. E agora,
quando a violência da turba tem sido empregada numa escala
gigantesca, o país se encontra despreparado, desorientado e
indefeso.
Como chegamos aqui?
Os esquerdistas gradualmente assumiram o controle do
currículo de nossas escolas. Este currículo foi copiado de
projetos feitos na URSS para nosso uso expresso.[36] Este
currículo destrói a habilidade da mente de trabalhar
competentemente com abstrações. Isso leva nossos filhos para
longe do patriotismo. Leva as mulheres a se voltarem contra os
homens, os negros contra os brancos e os americanos contra o
seu próprio país. É um processo de doutrinação muito simples
que ninguém contestou seriamente. Temos apoiado essa
traição nós mesmos, com um financiamento lucrativo. Em
conseqüência, temos gradualmente perdido o controle de
nossas próprias instituições, década após década. E é assim
que chegamos a este momento trágico no tempo.
A expressão que melhor descreve este processo geral é
“desarmamento psicológico e lingüístico”. Fomos desarmados
intelectualmente e agora o processo avançou do reino das
idéias para a violência nas ruas. Se permitirmos que o processo
continue, americanos de todas as raças e crenças serão
massacrados quando o inimigo estrangeiro colocar seus
mísseis, exércitos e frotas em ação. Atualmente, nossa
economia está sob ataque em várias frentes. A lei e a ordem
estão sendo retiradas de nós. Primeiro, a polícia perderá o
financiamento; em segundo lugar, a Revolução tirará o
financiamento do exército dos EUA; terceiro, os chineses e
russos vão bombardear e invadir o país.
Considere os seguintes acontecimentos: em todo o país,
policiais estão se ajoelhando diante de “manifestantes”,
implorando perdão. Os brancos nos subúrbios também estão se
ajoelhando diante dos negros. Um espírito apaziguador e
obsequioso apoderou-se de uma classe média neutralizada. É
um presságio da expropriação em massa iminente. É um
presságio de atrocidades, assassinatos, massacres, prisões
arbitrárias, turbas violentas, invasão estrangeira e ditadura
militar.
Nos estados azuis, os revolucionários marxistas estão
usando a raiva dos negros para encobrir um ataque à economia
do país — para tomar as ruas, queimar e saquear empresas,
intimidar o governo e subjugar a população. A partir deste
momento, a estratégia deles está funcionando. Se o governo
não retomar as ruas e impedir a destruição de propriedades, os
revolucionários começarão a ditar regras. Nesse caso, toda
negociação irá contra o governo até que os revolucionários
SEJAM o governo.
Atualmente, os revolucionários exigem que as prisões
sejam esvaziadas e a polícia desmantelada. Isso garantirá o seu
controle das ruas indefinidamente. Isso lhes permitirá usar a
força à vontade, confiscar propriedades e cometer execuções
“extrajudiciais”. Os revolucionários formarão o seu próprio
governo, seguindo o modelo do Comitê de Segurança Pública
de Robespierre.
Há muitos que dirão, em resposta aos parágrafos acima,
que estou exagerando os problemas atuais. Dirão que meu
preconceito anticomunista me levou a uma visão distorcida
dos acontecimentos. Argumentarão que esses protestos são
“pacíficos”, e que absolutamente não têm nenhuma relação
com o marxismo, mas têm a ver com “privilégio branco” e
“racismo sistêmico”. Embora muitos manifestantes estejam
genuinamente preocupados com a brutalidade policial e o
racismo sistêmico, eles são apenas peões — e um biombo para
que a esquerda revolucionária conduza os seus ataques
violentos.
Muitas pessoas boas e generosas acreditam em uma
utopia esquerdista de amor e paz. Mas o seu mundo é um
mundo de cabeça para baixo, no qual todos os fatos são vistos
através dos óculos sempre invertidos da ideologia.
Infelizmente, elas ignoram as forças reais que as manipulam.
Seu conhecimento de história e política é muito limitado para
um envolvimento seguro em controvérsias que não entendem
completamente. Vladimir Lenin tinha um nome para essas
pessoas boas. Ele as chamava de “idiotas úteis”.
As agitações atuais têm pouco a ver com racismo branco
e tudo a ver com os preparativos de guerra da China e da
Rússia contra os Estados Unidos. A esquerda neste país —
intencionalmente ou não — é o instrumento de potências
estrangeiras. Não perceber isso é ser uma criança política.
Significa ignorância.
O grito de guerra de “racismo branco sistêmico” é um
tema fornecido por nossos inimigos. Este tema sempre foi
apoiado por Pequim e Moscou. É apoiado para fins
estratégicos que agora estão entrando em foco. Quaisquer que
sejam nossos problemas internos, ajoelhar-se diante de um
protesto que é usado como um biombo por comunistas e
inimigos estrangeiros é suicídio.
Se dobrarmos o joelho para isso, nada voltará ao normal.
Há um vídeo de vândalos invadindo uma loja; as pessoas lá
dentro estão gritando: “Estamos do seu lado! Estamos do seu
lado!” Mas os vândalos não param. Eles continuam a destruir
tudo o que esteja à vista.
Muitos de nossos políticos e líderes militares são
simpáticos aos “manifestantes”. Eles têm medo de usar a força
contra saqueadores e incendiários agressivos. E assim o saque,
o incêndio e a violência continuarão. Os revolucionários são
encorajados principalmente por uma resposta fraca — uma
resposta que lembra a monarquia francesa de 1792.
É uma tarefa perigosa defender governos fracos. Esses
governos nunca são firmes. Eles estão prontos para apaziguar
ou mesmo capitular. A polícia jurou proteger a sociedade com
suas vidas, mas não será apoiada (por sua vez) por políticos
fracos. Ela será deixada na mão. Toda ação sua será
questionada. Ela é, mesmo agora, caluniada coletivamente
como racista.
O conselho municipal de Mineápolis está — neste exato
momento — deliberando sobre a possibilidade de desmantelar
a polícia. Em Los Angeles, foi aprovada uma medida para tirar
parcialmente o financiamento da polícia e desviar o dinheiro
para radicais negros.
Considere o que aconteceu na Revolução Francesa: o rei
Luís XVI, vendo uma insurreição sendo preparada e desejando
poupar a vida de seus súditos, colocou-se nas mãos dos
revolucionários, dizendo: “Senhores, venho aqui para evitar
um grande crime; acho que não posso estar mais seguro do que
com vocês.” Ele abandonou o seu palácio e desistiu da
proteção de sua guarda suíça.
Os revolucionários, com o rei sob custódia, ordenaram à
guarda suíça que baixasse as armas e se rendesse. “Nós nos
consideraríamos desonrados”, respondeu a guarda. “Somos
suíços, e os suíços não se separam de suas armas senão junto
com suas vidas.”
Uma luta pesada começou dentro e ao redor do palácio.
Os suíços se defenderam. Os revolucionários ficaram furiosos
com a resistência. Luís XVI ouviu falar da luta e ordenou que
sua guarda baixasse as armas de uma vez. Eles tentaram
obedecer e foram massacrados. Dos 900 guardas suíços, 600
foram mortos imediatamente. Outros 200 morreram de
ferimentos ou foram assassinados posteriormente.
Eis um resumo de todo o processo: — Para evitar
derramamento de sangue, o Rei se entregou. Sua guarda foi
massacrada. O rei foi mais tarde decapitado pelos
revolucionários (que antes haviam prometido sua segurança).
Sua esposa, a rainha, foi decapitada. Seus filhos foram
aprisionados. Milhares de pessoas inocentes foram decapitadas
por sua vez. A turba parisiense dominou a política daqueles
anos, até que um jovem oficial de artilharia, chamado
Napoleão Bonaparte, disparou tiros de metralha diretamente
contra a turba parisiense e a dispersou. Chega de turba.
Adivinhe quem foi o próximo governante do país?
Temos algum líder ousado e capaz nas forças armadas
dos EUA? Atualmente, a liderança do Exército está apavorada
com a possibilidade de a divisão racial dentro das forças
armadas dividir o Exército em campos mutuamente hostis. É
impolítico, dizem, usar os militares para parar a queima e a
pilhagem dos revolucionários de esquerda.
E assim, até os generais do Exército dobraram os joelhos.
As tropas chinesas, quando chegarem, lhes dirão para se
levantarem. Os chineses lhes darão pás e ordenarão que
cavem. E quando os buracos estiverem suficientemente
profundos, tiros ressoarão; então, corpo após corpo cairá nos
buracos. E o Exército da Libertação Popular, com terra macia,
cobrirá os buracos onde os cadáveres caíram.
Aos nossos imbecis politicamente corretos: vocês
deveriam ter vergonha — porque são um bando de condenados
à morte emasculados, choramingueiros, repugnantes e
insensíveis. Vocês tornaram-se merecedores do destino que
lhes está reservado. Vocês morrem de joelhos devido à sua
covardia moral vil, fraca de espírito. Amanhã os subúrbios
serão queimados e vocês, dizimados. E enquanto vocês cavam
as suas sepulturas para os “simpáticos” soldados chineses,
quero que estas palavras estejam gravadas em suas mentes:
Vocês traíram o seu país durante trinta anos de paz e
prosperidade. Quando o seu inimigo dominou as escolas,
vocês não se importaram. Quando tudo na loja era
fabricado pelo seu inimigo, vocês gostaram dos preços
baixos. Quando o seu inimigo concorreu ao Congresso e à
Casa Branca, vocês votaram nele. E se parabenizaram por
serem virtuosos. Mas vocês não são virtuosos. São
covardes.
Vocês aceitaram as mentiras comunistas. Gabaram-se de
ter vencido a Guerra Fria. Fingiram que a China era um país
com o qual poderíamos fazer negócios. Mas agora chegou a
vez de vocês sofrerem.

As tarântulas
09/06/2020

Vede, esta é a toca da tarântula! Queríeis ver a própria


tarântula? Aqui dependura-se a sua teia: tocai nisto, de
modo que ela possa tremer.

— FRIEDRICH NIETZSCHE
ASSIM FALOU ZARATUSTRA, 29

Nietzsche escreveu às tarântulas: “A vingança está em


vossa alma; onde quer que mordeis, surge ali uma crosta
negra…” As tarântulas da parábola de Nietzsche pregam a
igualdade. Mas sua pregação não é honesta.
Nietzsche queria expor os motivos das tarântulas,
repreendendo-lhes o espírito de vingança com risos.
“Portanto”, escreveu Nietzsche, “rasgo a tua teia, para que a
tua raiva te tire do covil de mentiras, e para que a tua vingança
salte para frente saindo de trás da tua palavra ‘justiça’.”
Nietzsche advertiu que as tarântulas querem encher o
mundo “com as tormentas de sua justiça”. Sua “Vontade de
Igualdade” tornou-se a base para um falso sistema de
valoração. As tarântulas de hoje são mais conhecidas como
“justiceiros sociais”. Elas são, nas palavras de Nietzsche:
“contra tudo o que tem poder”. Mas esse clamor contra o
poder mascara o próprio desejo de poder das tarântulas
mesmas.
Muitos anos atrás, confrontei um ativista político cuja
excessiva cobiça de poder foi repentinamente exposta. Em vez
de encobrir e negar, ele me disse: “Não quero ser inseto, como
meu pai”. Essa confissão chocante é algo que Nietzsche, como
psicólogo da “vontade de poder”, abordou com as seguintes
falas:

O que o pai escondeu aparece no filho; e muitas vezes


encontrei no filho o segredo revelado do pai.
Os inspirados se assemelham; mas não é o coração
que os inspira — mas a vingança. E quando se tornam
sutis e frios, não é o espírito, mas a inveja que os torna
assim.
Seu ciúme os leva também aos caminhos dos
pensadores; e este é o sinal do seu ciúme — eles vão
sempre longe demais: de modo que a sua fadiga tem
de ir enfim dormir na neve.
Em todas as suas lamentações soa a vingança, em
todos os seus elogios está a maleficência; e ser juiz
parece-lhes beatitude.

Nietzsche alertou seus leitores para que desconfiassem de


todos “em quem o impulso de punir seja poderoso”. De tais
semblantes, “despontam o carrasco e o cão de caça”. Eles são,
na verdade, pregadores da morte. Nietzsche disse: “eles
próprios foram anteriormente os melhores caluniadores do
mundo e queimadores de hereges.”
O mundo nunca será um paraíso no qual todos têm tudo
na mesma medida. A paz universal não está em perspectiva. O
desígnio desta vida, deste mundo, é aquele em que a alma
avança à maturidade através de dificuldades de todo tipo. O
caminho destinado ao homem não é uma utopia socialista. O
caminho do homem é um caminho ascendente, feito para
escalar. Cada indivíduo escala em seu próprio ritmo. Não é um
mundo em que os escaladores mais adiantados devam ser
forçados a refazer os seus passos por causa daqueles que
permanecem abaixo. De acordo com Nietzsche, o mundo
requer elevação e, portanto, requer degraus e “uma variação de
degraus”. A vida se esforça para se elevar e, com isso, se
superar.
Ao citar Nietzsche, não estou endossando a sua filosofia.
No entanto, quando um homem tem boas idéias a oferecer, é
melhor reconhecê-las. Os justiceiros sociais de hoje não são
libertadores. São carcereiros. Eles não estão ajudando as
mulheres e as minorias, eles estão destruindo o país.
Como psicólogo da “vontade de poder”, Nietzsche viu
que algo incrivelmente perigoso estava destinado a congelar
dentro da mente ocidental, e dentro da Alemanha. Para
esclarecer suas posições reais, Nietzsche não era racista ou
anti-semita. Ele desprezava o chauvinismo alemão. Ele
desprezava o socialismo e o nacionalismo e o comunismo. É
uma daquelas ironias da história que Hitler tenha usado
Nietzsche como suporte para sua demagogia, encontrando-se
com a irmã do filósofo morto, dando as obras reunidas de
Nietzsche como presente para Mussolini. Na verdade, Hitler
perverteu o que encontrou em Nietzsche — ainda que apenas
para mascarar a sua própria carreira como a tarântula suprema,
ávido por vingança e com desejo de poder.
O que encontramos, ao examinar os escritos de
Nietzsche, é alguém que temia pelo futuro da Europa, que
alertava para o advento do “niilismo europeu”. Esse niilismo
oferece liberdade de movimento para as tarântulas, porque
poucos são capazes de se manter firmes. O niilismo enche os
homens de dúvidas. Essa dúvida rapidamente se transforma
em desespero. O desespero se transforma em autopiedade. A
autopiedade degenera na política da vítima. Aqui nos
aproximamos do cinismo absoluto — do ponto em que a fé
desmorona. E lá está a tarântula com a sua “nova fé”. Ela lhe
oferece “igualdade” e “justiça”. Mas, como Nietzsche
advertiu, a tarântula é motivada pela inveja. Ela tem uma
fixação pela vingança, pois tem sede de poder.
Você está pronto para se juntar às tarântulas? Elas estão
lhe pedindo, agora, para dobrar os joelhos. Muitos o farão, e
não têm idéia do que estão prestes a desencadear. As pessoas
as quais estão dando poder não são psicologicamente normais.
O processo é desintegrador. O que deixamos de avaliar, após
tantos anos de estabilidade e prosperidade, é que todas as
instituições são frágeis; que a própria vida é frágil.
O poder das tarântulas está crescendo. Muitos governos
locais e estaduais estão em suas mãos. A grande mídia está em
suas mãos, junto com muitas publicações. Um exemplo deve
bastar.
Se você abrir as páginas da Atlantic (que era a minha
revista favorita há duas décadas), você encontrará uma
concentração de tal veneno, de tal rancor e ódio, que ler a
coisa toda é ser envenenado com um ódio pela América tão
violento, e tão profundo, que ou você mesmo se torna uma
tarântula ou se volta contra elas para todo o sempre.
Quando absolutamente todo artigo é orientado contra o
interesse nacional da América, contra os sentimentos
americanos, contra os Pais Fundadores, contra o presidente,
contra a manutenção de uma fronteira nacional — como se
todas essas coisas fossem manifestações de “fascismo” —
você deve concluir que as tarântulas estão por trás do trabalho;
pois ele é promovido sob a bandeira da “justiça” e da
“igualdade”. Ele é tão condenatório quanto um carrasco, tão
implacável quanto é falsa a sua pose de razão, e tão sedicioso
em espírito quanto a insurreição comunista que ele
complementa.

É o comunismo, estúpido
14/06/2020

A erosão ideológica da ordem burguesa em todos os


níveis — econômico, político, cultural, social — daria
início a ataques frontais diretos ao Estado.

— CARL BOGGS
GRAMSCI’S MARXISM, P. 52[37]

O professor Carl Boggs admira Antonio Gramsci. Como


socialista, Boggs entende que a idéia de Gramsci do
“processo” revolucionário comunista depende “do
desenvolvimento contínuo e orgânico das… classes
oprimidas…” Esse desenvolvimento é impulsionado por
“novas formas de participação social” que gradualmente
ampliam “o domínio do igualitarismo, [e de] formas não-
burocráticas de autoridade social…”
No momento, o Black Lives Matter funciona como a
“nova forma de participação” para ampliar “o domínio do
igualitarismo”. Os Estados Unidos agora estão
desestabilizados. O jogo comunista de dividir para conquistar
atingiu o seu estágio maduro. Há uma quebra contínua de
autoridade, uma atitude de pouca seriedade em relação à lei e à
ordem, e um lapso de patriotismo.
A morte de George Floyd foi usada como um catalisador.
Foi o tipo de “evento” para o qual a supracitada formação
revolucionária (Black Lives Matter) foi criada. Agora, o Black
Lives Matter tornou-se um poder por si só.
É apenas a ignorância da maioria, e a “névoa da guerra”,
que deixa o observador casual duvidoso quanto à autoria da
presente insurreição. Para aqueles que não estudaram as táticas
comunistas, outros choques os aguardam. O sistema político
existente não conseguiu apoiar a fina linha azul,[38] e essa
linha está se desintegrando. Os comunistas estão vencendo.
Para piorar a situação, os generais das forças armadas dos
EUA sinalizaram a sua neutralidade. O general Mark Milley,
presidente do Estado-Maior Conjunto, referiu-se aos tumultos
e ao vandalismo como “política doméstica”. Deturpando o
juramento do oficial como um compromisso com valores
igualitários, Milley ignorou o seu dever de defender a
Constituição contra “todos os inimigos, estrangeiros e
domésticos”. Enquanto os inimigos da nação defenderem o
igualitarismo da boca para fora, o general Milley não os
classificará como inimigos. Portanto, um sinal verde foi dado.
Os revolucionários estão livres para cometer inúmeros ultrajes.
Considere os 1.500 edifícios danificados ou destruídos na
área das Cidades Gêmeas de Minnesota. Os generais da
América dizem que este é um assunto policial — embora a
polícia em Mineápolis possa em breve ser desmantelada em
favor de gangues revolucionárias armadas (quer dizer,
policiamento comunitário).
Quando o senador Tom Cotton escreveu seu artigo de
opinião no New York Times em 3 de junho, ele escreveu: “A
nação deve restaurar a ordem. Os militares estão prontos.”
Mas nossos líderes militares não estavam prontos. E os
editores do New York Times, criticados por publicar o texto de
Cotton, imploraram perdão por tolerarem o “tom severo” do
senador. Os editores opuseram-se à afirmação de Cotton de
que “quadros de radicais de esquerda” estavam por trás das
agitações, da violência, da pilhagem e do incêndio de
edifícios. Na verdade, disseram os editores do Times “essas
alegações não foram comprovadas e têm sido amplamente
questionadas”.
De acordo com os editores do jornal, “O artigo de opinião
[do Senator Cotton] deveria ter sido submetido a outras
revisões substanciais… ou rejeitado.” É um trabalho difícil,
realmente, ser editor do New York Times. Tal editor é capaz de
comprovar que o sol é quente, que a água é molhada — mas é
incapaz de comprovar a presença de incendiários e vândalos
esquerdistas por trás da retórica política e dos slogans da
esquerda. Foi por preguiça ou incompetência que os repórteres
do Times ainda não tinham participado de telefonemas em
grupo de ativistas de esquerda a respeito de alicates corta
vergalhão, latas de gasolina e fósforos? (Conheço um
jornalista conservador que escutava essas ligações). E qual é a
teoria desses gênios jornalísticos? — Que multidões de
saqueadores, numa cidade após a outra, foram convocados
durante a noite pela apatia política?
A negação do New York Times do envolvimento
comunista nas ações revolucionárias de hoje é ainda mais uma
dimensão da revolução. Aqui, o “jornal oficial” da América
está ensinando o país a ser cético em relação ao capitalismo —
não ao comunismo. Não podemos culpar a esquerda. Toda a
culpa é dirigida ao racismo branco sistêmico; ou seja, o
suposto racismo do sistema capitalista.
Não podemos dizer que uma revolução comunista
começou. Não podemos dizer que grupos marxistas estão
engajados numa tomada de poder; que estão usando questões
raciais como camuflagem, “ampliando o domínio do
igualitarismo”; que saquear lojas, espancar cidadãos brancos e
oficiais de polícia tem tudo a ver com a supremacia comunista
(e nada a ver com boas relações raciais).
Para aqueles que estudaram o comunismo, que
participaram de reuniões comunistas, a situação é
perfeitamente óbvia. No entanto, a grande mídia finge que não
há comunistas. Finge que a esquerda não tem culpa. Nossos
generais fecham os olhos para os desordeiros. O presidente é
contestado ou ridicularizado por governadores e prefeitos. Os
comunistas são imunes a um contra-ataque porque se
apoderaram da vantagem igualitária da política americana.
Eles têm seguido o método de Gramsci.
A derrubada de nossa cultura pelo comunismo foi
acelerada pelas feministas, pelos abortistas, pela normalização
de “estrangeiros ilegais”, pelo casamento gay, pela compaixão
pelos transgêneros. E agora ela avança como inimiga da
polícia e defensora dos afro-americanos. Cada uma dessas
“causas”, uma após a outra, tem sido usada para assaltar o
flanco aberto da civilização. É exatamente como disse Boggs:
a revolução é impulsionada por “novas formas de participação
social” que gradualmente ampliam “o domínio do
igualitarismo, [e de] formas não-burocráticas de autoridade
social…”
“A primeira prioridade de Gramsci”, escreveu Boggs,
“era a transformação multidimensional da sociedade civil, que
ele considerava a chave definitiva para a ‘guerra de
movimento’, uma vez que… deve haver hegemonia política
mesmo antes da obtenção do poder.” E aqui vemos como a
hegemonia política anterior à tomada do poder funciona na
prática.
Ontem entrevistei Jimmy, do Brooklyn, famoso ouvinte
de programas de rádio, que é um especialista em comunismo.
Explicando o significado do livro de Boggs sobre Gramsci,
Jimmy disse: “Basicamente, os comunistas precisam colocar
um grande número de pessoas do seu lado antes de poderem
tomar o poder.”
Segundo Jimmy, um pequeno grupo marxista, sem o
apoio numérico, teria de reeducar e também exterminar
milhões de pessoas depois de assumir o poder. Portanto, é
melhor transformar antecipadamente quase todos em marxistas
involuntários. Se as pessoas de todas as posições sociais
tiverem aceitado as idéias esquerdistas, se não mais
entenderem ou preservarem as idéias de seus antepassados, a
Revolução avançará sem grande resistência.
Os comunistas tomaram uma decisão estratégica, há
muito tempo, de defender as “causas” das mulheres, dos
negros e de outras minorias. A idéia toda é conseguir uma
maioria em oposição ao “patriarcado branco”. De acordo com
Jimmy, “é semelhante a como um cafetão recruta uma jovem
moça. Ele simpatiza com ela. Ele oferece-lhe ajuda. Ele ouve-
lhe as queixas sobre o pai. Assim que ela vê que a sua
orientação é necessária, ela começa a obedecê-lo. Em breve,
ela se torna uma prostituta.”
“Esta é a verdadeira natureza da organização
comunitária”, disse Jimmy. “Eles oferecem ajuda genuína às
pessoas em nível local. Mas essa ajuda tem um preço”. Agora
estão oferecendo uma ordem alternativa, sem polícia. “Nesse
processo, os comunistas estão vencendo”, disse Jimmy, “e os
conservadores são estúpidos demais para perceber.”
Para salvar o país, devemos começar a chamar as coisas
pelos próprios nomes. Não podemos ter medo da retórica
igualitária do inimigo. Não devemos permitir que eles nos
intimidem. Devemos tomar conta de nossa própria linguagem.
Devemos chamar nosso inimigo pelo nome. Devemos
identificar os comunistas e expor a sua atividade. Se não
conseguirmos fazer isso, estaremos perdidos.[39]

A estratégia chinesa e o mínimo solar


20/06/2020

O aquecimento global sempre foi seguido por um


resfriamento intenso em ciclos regulares de dois
séculos.
— KHABIBULLO ABDUSSAMATOV
ASTRÔNOMO, OBSERVATÓRIO PULKOVO
ACADEMIA RUSSA DE CIÊNCIAS

O que não lhe contaram, o que não lhe dirão, o que suas
medidas ativas foram projetadas para ocultar de você, é o
significado do mínimo solar que se aproxima.[40] Se quisermos
entender o timing estratégico da China, em termos de ações
desestabilizadoras e preparações militares, o próximo mínimo
solar precisa ser levado em consideração.
O que é o mínimo solar?
Ele envolve um enfraquecimento cíclico do campo
eletromagnético do Sol, resultando em um bombardeio mais
intenso dos oceanos por raios cósmicos, aumentando a
formação de nuvens de baixo nível que podem refletir até 60
por cento do calor do Sol. Os efeitos sobre o clima incluiriam
inundações de primavera mais freqüentes e uma estação de
cultivo mais curta nas latitudes do norte. Resultaria, desses e
de outros efeitos, uma redução significativa na produção
mundial de alimentos.
O governo russo sabe tudo sobre isso. O governo chinês
também sabe. E ambos os governos têm se preparado, em
segredo. O clima já causou perdas de safra na China
(mascaradas pelo discurso de perdas relacionadas à COVID-
19). Enquanto isso, o Ocidente tem sido ludibriado com uma
medida ativa chamada “ciência do aquecimento global
antropogênico”. Na verdade, a “teoria do aquecimento global
antropogênico” é uma pseudociência. Alguns dos que
promoveram essa pseudociência eram agentes de Moscou.
Outros eram “idiotas úteis”.
Ao contrário da narrativa predominante, o aquecimento
global é um fenômeno cíclico — como o Dr. Abdussamatov
explicou em seu artigo de 2009. Os dogmáticos do
aquecimento global antropogênico caluniaram o Dr.
Abdussamatov, chamando-o de “picareta”. Mesmo assim, o
seu crédito é alto nos círculos do Kremlin. Há alguns anos,
quando questionado sobre o aquecimento global, o presidente
russo Putin disse: “Eu acredito no resfriamento global”. Putin
apóia as afirmações do astrônomo uzbeque, nas quais os
seguintes fatos são enfatizados:

…os ciclos de onze anos e dois séculos de variações


idênticas e sincronizadas de luminosidade, atividade
das manchas solares e diâmetro do Sol, é um dos fatos
mais confiáveis averiguados na física solar.
O clima da Terra sempre esteve mudando
periodicamente e nosso planeta já experimentou
vários aquecimentos globais, semelhantes a este que
[agora] observamos. O aquecimento global sempre foi
seguido por um resfriamento intenso…

Em 2015, Abdussamatov publicou um artigo na Thermal


Science, intitulado “Earth is now entering its 19th little ice
age” (A Terra está entrando agora em sua 19ª pequena era do
gelo). O governo russo colocou Abdussamatov no comando de
todos os experimentos solares realizados na Estação Espacial
Internacional. Os cientistas russos e agentes do governo sabem
que o Sol é o fator causal número um quando se trata de clima.
E sabem que o Sol, como o próprio sistema solar, opera
ciclicamente. Também sabem que estamos prestes a entrar no
25º ciclo solar, o qual acreditam que trará uma década de
temperaturas mais frias.
Os russos estão certos?
O pesquisador australiano David Archibald concorda com
os russos. Seu livro é intitulado Twilight of Abundance: Why
Life in the 21st Century Will Be Nasty, Brutish, and Short (O
Crepúsculo da Abundância: Por que a vida no século XXI será
desagradável, brutal e curta).[41] Archibald cita evidências
científicas de que um mínimo solar está diante de nós.
Estamos justo agora chegando ao fim de um período de
aquecimento. Mas este não foi um período de aquecimento
comum. “De 1930 a 2010”, escreve Archibald, “a população
mundial aumentou 250% enquanto a produção mundial de
grãos aumentou 392%”. Em outras palavras, nós vivemos o
maior período de prosperidade da história do homem; mas
agora, devido a mudanças no Sol, nossa sorte vai acabar.
Acontece que 1816 foi o pior ano do mínimo solar anterior
(também conhecido como Mínimo de Dalton).[42] Archibald
avisa: “Uma repetição da experiência climática de 1816 nos
cinturões de grãos da região temperada provavelmente
resultaria em quase todos os países exportadores de grãos
cessando as exportações para conservar os grãos para o
consumo interno.” Ele então lista vários países que devem
importar grãos para evitar a fome em massa. Quais países
estão em maior perigo? Arábia Saudita, Síria, Iraque, Irã,
Egito, Israel, Afeganistão, Tunísia, etc. Essas, diz ele, são
“populações à beira do colapso”. O capítulo de Archibald
sobre a China é intitulado “A China quer uma guerra”. É
perfeitamente natural que um país superpovoado, incapaz de
alimentar a si mesmo, considere um caminho de conquista.
Consideremos alguns paralelos históricos. A humanidade
enfrentou a fome e o frio muitas vezes na história. É quase
certo que foi isso que obrigou as tribos germânicas a cruzar o
Reno no início do século V, resultando na queda do Império
Romano ocidental. Suspeita-se até que o resfriamento global
tenha causado o colapso dos impérios sumério e hitita no
segundo milênio A.C. Embora não relacionada ao resfriamento
global, uma calamidade mais recente é ainda mais ilustrativa
do perigo: a Alemanha experimentou a fome durante a
Primeira Guerra Mundial, resultando em agressão militar para
adquirir “lebensraum” (espaço vital). Os alemães precisavam
de mais terras, disse Hitler, para evitar uma repetição da fome
que resultou do bloqueio dos aliado de 1914–1919. (Note bem:
o bloqueio foi mantido após a guerra, durante a Conferência
de Paz de Paris que se reuniu em janeiro de 1919. Em
conseqüência, várias centenas de milhares de crianças alemãs
morreram de fome e doenças).
Se o resfriamento global ameaça as grandes potências com
efeitos mais catastróficos do que os sofridos pela Alemanha
em 1914–19, que políticas de agressão provavelmente
surgirão? Além disso, com a população global em precários
7,7 bilhões, a questão de quem passa fome e quem come torna-
se uma questão política, uma questão de nacionalidades e —
como sugere o exemplo de Hitler — uma questão racial.
Nesse contexto, podemos perguntar por que a China, na
qualidade de regime comunista, adotou recentemente o
“grande chauvinismo Han”. O fundador da China comunista,
Mao Zedong, denunciava o chauvinismo han. Mesmo assim,
os discípulos de Mao estão adotando essa ideologia racial.
Com relação a essa mudança ideológica, devemos fazer uma
pergunta: essa mudança foi provocada pela aproximação do
mínimo solar?
Pense da seguinte maneira: sabe-se que grandes migrações
tribais, envolvendo massas de seres humanos, sob ameaça de
fome, infligem guerra e rapina a nações fracas e
despreparadas. Os americanos vêem sua riqueza e proezas
tecnológicas como vantagens. Mas essas “vantagens”
invariavelmente amolecem aqueles que mais desfrutam delas.
Hoje, esse amolecimento é chamado de “privilégio branco” —
um termo que designa aqueles que estão prestes a ser
expropriados, saqueados, ou até mesmo levados a morrer de
fome. Se Stalin tirou a comida dos “culaques” ucranianos,
matando-os de fome aos milhões para alimentar os
bolcheviques nas cidades, como é que o crescente movimento
esquerdista de hoje distribuirá a comida durante uma fome
global? Ouvimos a retórica dos revolucionários em nossas
ruas. Se três bilhões de pessoas tiverem de morrer de fome,
quem eles vão selecionar como um “culaque”, que merece
morrer de fome? Tocando neste assunto, Lawrence Pierce,
autor de A New Little Ice Age, escreveu:
A comida se tornará a arma definitiva, e a melhor
forma de derrotar seus inimigos sem ser o vilão é só
achar uma forma de não enviar comida para eles.

Os Estados Unidos seriam, nessas circunstâncias, um dos


poucos países exportadores de alimentos em perspectiva. A
importância estratégica da América do Norte, em um mundo
superpovoado, não pode ser subestimada a partir da
perspectiva de um país, como a China, que contém 1,4 bilhão
de pessoas — incapazes de se alimentar de sua própria terra. A
imensa extensão de terra arável da América, e o caráter
deficiente dos estadistas e generais americanos, torna o país
um alvo tentador às vésperas do mínimo solar. A atual
ativação de uma quinta-coluna comunista em solo americano,
e o uso de chantagem econômica (e outras) chinesa contra a
elite americana, promete dividir (e conquistar) os Estados
Unidos no início do 25º ciclo solar. Isso é uma coincidência ou
é uma diretriz? É uma tentativa de arrebatar a provisão
alimentícia da América?
Nesse contexto, devemos reavaliar uma das medidas ativas
mais significativas promovidas pelos comunistas nas últimas
três décadas. A conexão íntima entre o ex-vice-presidente (e
ativista do aquecimento global) Al Gore Jr. e um proeminente
agente da KGB chamado Armand Hammer (ver o dossiê de
Edward Jay Epstein sobre Hammer, link abaixo),[43] é mais do
que sugestiva. Junto com ingênuos diversos e aliados
comunistas no Ocidente, os serviços especiais russos
promoveram a teoria do “aquecimento global antropogênico”
desde o início. Foi, sem dúvida, uma fraude estratégica da
mais alta ordem.
Nossos grandes centros de aprendizagem não apenas
sucumbiram aos ditames do marxismo de Gramsci (discutido
em meu ensaio anterior), mas também ao absurdo da “ciência
do aquecimento global antropogênico”. Se olharmos mais de
perto, parece que nossos grandes centros de aprendizagem são
em grande parte compostos de fantoches políticos, ingênuos e
mediocridades brilhantes, cujas palavras e lugares-comuns são
plagiados das páginas de revistas “liberais”. Ali ainda existe
um punhado de pessoas sensatas que foram expelidas da
academia — as quais não são bem-vindas no governo e nas
grandes corporações. Estas foram excluídas por um processo
sutil de ostracismo pelos pares. Estas pessoas
desesperadamente necessárias devem ser resgatadas para a
nação. Em vez de tirar a verba da polícia, devemos tirar a
verba de nossos “grandes” centros de aprendizado e criar
novas instituições dedicadas à sobrevivência da nação, livres
da interferência e subversão inimiga. Mas, primeiro, devemos
ter clareza. Devemos compreender a estratégia do inimigo e a
lógica por trás do timing dessa estratégia.
Os leitores são incentivados a estudar os links abaixo e
tirar suas próprias conclusões.[44]
Facção, subversão e insurreição
08/07/2020

Colocamos em primeiro lugar, como uma máxima


geral, que facções e partidos são perigosos… Devem,
portanto, ser evitados, sempre que possível, por meio
de deliberações inteligentes… e todos os meios devem
ser usados para curá-los…

— JEAN BODIN
SOBRE A SOBERANIA[45]

O teórico político do século XVI Jean Bodin advertiu


que, se as diferenças faccionárias não puderem ser resolvidas
por um processo legal, então o soberano “deve recorrer à força
para extingui-las por completo, punindo os líderes manifestos
antes que se tornem tão fortes que não haja como prevalecer
contra eles.”
Desde que esse livro foi escrito, os Estados Unidos da
América estão cercados por diferenças faccionárias que não
podem ser resolvidas por um processo legal; pois a própria lei
foi subvertida. E, atualmente, por mais que esperemos o
contrário, não há soberano principesco que possa “recorrer à
força para extingui-las… punindo os líderes manifestos”,
porque, sob o nosso sistema político, “o povo” goza de
soberania, e o próprio povo está dividido em dois campos
hostis, cada um oposto ao outro.
A título de exemplo, o presidente Donald Trump fez um
discurso em 4 de julho no Monte Rushmore. Ele homenageou
os presidentes Washington, Jefferson, Lincoln e Roosevelt,
prometendo defender este e outros monumentos contra o
vandalismo. Em resposta, a CNN disse: “Trump insiste com
mensagens divisivas”, enquanto a CNBC afirmava que Trump
estava alimentando “divisões nacionais”.[46]
Na América hoje existem dois poderes soberanos — duas
noções distintas de “nós, o povo” — que reivindicam palavras
como “justiça” e “liberdade” e “bom governo”. Mas cada um
desses poderes entende as palavras de maneira diferente; e
suas diferenças não são negociáveis, nem pode haver uma
conciliação entre eles.
Bodin advertiu que “é mais fácil prevenir uma invasão do
que expulsar o inimigo, uma vez que ele tenha efetuado a
entrada” e, da mesma forma, “é melhor prevenir a sedição do
que tentar curá-la”. E então ele acrescentou, como que para
nosso proveito: “Isso é ainda mais difícil em um estado
popular do que em qualquer outro.”
O problema da soberania em um estado popular dividido
(como o nosso) é um que agora enfrentamos; pois a
Constituição dos Estados Unidos é algo estranho para
a maioria das pessoas que ocupam o atual governo formado
conforme ela, mesmo que os interesses e idéias do governo
estejam em desacordo com “o povo”, ou o que restar depois
que vários grupos de “vítimas” tiver se separado para formar
um “novo povo”.
Por várias décadas, uma minoria subversiva tem tentado
se tornar uma maioria soberana inatacável — mais
recentemente importando milhões de estrangeiros ilegais não-
brancos, levados clandestinamente através de uma fronteira
que é condenada como “racista”. Esta pretensa maioria
soberana deseja acabar com as tradições nacionais do país,
seus símbolos nacionais, e até mesmo seus ideais nacionais.
Eis uma tentativa de derrubar “o povo dos Estados
Unidos” em favor de uma pirataria e banditismo enraizado no
“socialismo”, ou “marxismo”, ou “comunismo”, mas que, por
razões táticas, prefere se camuflar como “anti-racismo”. Na
tentativa de construir uma nova maioria soberana, vários
grupos marxistas montaram uma coalizão de mulheres
raivosas, jovens que passaram por lavagem cerebral, minorias
e estrangeiros “desfavorecidos”. Referindo-se a si próprios
como “progressistas”, esta facção afirma representar “o povo”.
Aqueles que antes eram representados pela expressão
constitucional “nós, o povo”, agora são denunciados como
“racistas”. As instituições políticas da América, o livre
mercado e a polícia são considerados “sistemicamente
racistas”. Em conseqüência, as estátuas dos heróis e
Fundadores da América serão derrubadas, a bandeira nacional,
queimada, e os monumentos nacionais, profanados.
Esta campanha para destruir os símbolos americanos e
caluniar seus fundadores não deveria surpreender ninguém.
Durante o último meio século, uma “facção de subversão”
começou a dominar as universidades, o governo e a mídia
americanos. A presidência de Barack Obama aumentou ainda
mais suas esperanças. Na verdade, sua consolidação de poder
estava quase completa em 2016. A “facção da subversão”
apenas precisava de mais um presidente “socialista disfarçado”
antes que a vitória fosse final e irreversível. Hillary Clinton foi
indicada para completar o processo, sendo sua eleição
“garantida”; ainda assim, ela não conseguiu derrotar um
candidato azarão — Donald J. Trump.
Trump venceu a eleição com slogans como “cadeia nela”
e “drene o pântano”. Mas a “facção da subversão”, agora
dominante no Departamento de Justiça e no FBI, estabeleceu
uma “apólice de seguro” no embuste do conluio
Trump/Rússia, que foi usada para contestar a legitimidade do
novo presidente. Assim começou uma campanha coordenada
de mentiras, processos e insubordinações, que irrompeu em
todo o governo, apoiada por uma campanha de mídia de
malícia sem precedentes.
Depois de repetidos apelos para o impeachment, seguiu-
se um impeachment real — com um circo de fofoqueiros
burocratas e uma narrativa de supostos crimes insignificantes
demais para serem considerados a sério. Então, no meio de
uma pandemia de origem chinesa, uma insurreição começou,
coincidindo com uma disputa eleitoral de Trump com uma
nulidade obviamente senil, imprestável, corrupta.
Essa breve visão geral de nossa situação não se presta a
uma previsão otimista. Muitos de nossos concidadãos, ano
após ano, têm se escondido na “esfera privada que não oferece
risco”, descansando na posse segura de sua “propriedade
privada”, ficando fora de controvérsias políticas, cedendo
terreno político a narrativas e pessoas cada vez mais
patológicas. Por fim, essa “esfera privada que não oferece
risco” já não é mais segura. As saídas foram bloqueadas. Um
confronto agora é inevitável.
Há um lado positivo em tudo isso, de acordo com Jean
Bodin. Se uma insurreição falhar, seu veneno é expurgado do
corpo político. Uma multidão iludida pode ser curada uma vez
que seus líderes agitadores sejam presos. E quem são esses
líderes agitadores, na verdade? No início do livro de
Bodin, Sobre a Soberania, há uma lista de princípios
necessários para uma comunidade bem organizada. A pedra
angular desses princípios pode surpreendê-lo. Em primeiro
lugar, escreveu Bodin, a ordem correta envolve distinguir
“uma comunidade de um bando de ladrões ou piratas. Com
eles não se deve ter relações, comércio, nem aliança.”
A perigosa facção que atualmente divide o país está
enraizada numa ideologia de banditismo e pirataria. Não se
engane. Essa também é a ideologia de Pequim, Havana e
outras potências hostis. O erro mais grave que se possa
imaginar foi começarmos a manter “relações” e “comércio”
com os comunistas chineses. Também foi um grave erro que se
permitisse que a ideologia deles de espoliação universal
criasse raízes em nossas próprias escolas e universidades. A
partir daí, o veneno se espalhou e a violência revolucionária
agora nos ameaça.[47]

Notas sobre as percepções de um


oficial da KGB
16/07/2020
Poderia muito bem crescer a pressão por uma solução
para o problema alemão em que alguma forma de
confederação entre a Alemanha Oriental e a Ocidental
seria combinada com a neutralização do todo…

— ANATOLIY GOLITSYN
MEIAS VERDADES, VELHAS MENTIRAS, 1984[48]

Tive uma longa conversa com um oficial aposentado da


KGB em janeiro de 2011. Ele descreveu a história não contada
do colapso da União Soviética. O tenente-coronel da KGB
Victor Kalashnikov foi um analista da KGB que trabalhou na
Áustria durante os eventos de 1989–1991. A queda da União
Soviética, diz ele, foi um evento que tem sido amplamente mal
interpretado e mal compreendido. “Vamos comemorar o 20º
aniversário desse evento este ano”, observou. “Acontece que
fui uma testemunha e vou comentar, de memória, o que vivi;
como as autoridades agiram e como reagiram.”
De acordo com Kalashnikov, “há uma opinião
generalizada de que os problemas econômicos foram a
principal causa do colapso da URSS, que os problemas
econômicos levaram às reformas de Gorbachev. Meus contra-
argumentos são: (1) a URSS era uma sociedade dirigida por
pessoas com interesses e motivos particulares; (2) essas
pessoas estavam perfeitamente felizes com o arranjo
econômico da União Soviética.”
Kalashnikov apontou para a cidade de Taganrog, no sul
da Rússia, onde seu tio Alexei era o chefe da KGB da cidade.
“Visitei ele e sua família várias vezes nos anos 60 e 70”, disse
Kalashnikov. “Meu tio, que era general da KGB, ocupava o
melhor apartamento desta bela cidade do sul. Ele tinha dois
carros Volga e um da KGB com motorista, para viagens.
Lembro-me na época de como as pessoas levavam enormes
quantidades de iguarias para o apartamento do meu tio. Ele
tinha uma enorme quinta na costa do Mar Negro. Além disso,
ele, juntamente com seus colegas do Partido, tinham um avião
à sua disposição, um antigo avião de lend-lease (empréstimo-
aluguel), para que pudessem voar até Moscou para fazer
compras. Eles também faziam excursões européias pelo
Mediterrâneo. Resumindo tudo isso, meu tio não tinha nenhum
problema econômico na velha União Soviética. A maioria das
seções da nomenklatura soviética [classe dominante] vivia
normalmente uma existência de classe média alta. Hoje,
muitos deles vivem muito melhor, obviamente. Mas, na
década de 1980, eles absolutamente não estavam motivados
para fazer nenhuma mudança radical. Esse é o meu ponto.”
Enquanto a elite governante vivia confortavelmente, o
povo da União Soviética vivia na miséria. Era assim que as
coisas eram, durante todo o período soviético. De acordo com
Kalashnikov, “Marina e eu fizemos viagens muito caras pela
URSS como pesquisadores, junto com outros pesquisadores e
estudantes de nossa universidade. Em 1980 ou 1981, visitamos
os Urais. Deixe-me dizer-lhe, com franqueza: visitei centenas
de empresas industriais e fazendas, prefeituras e hotéis, e
aldeias, e praticamente não havia alimentos nos armazéns,
porque tudo era distribuído pela população através de um
sistema sofisticado. As prateleiras dos armazéns ficavam
vazias. Havia um único tipo de feijão enlatado, alguns poucos
produtos básicos, e nada mais. Agora, na época do verão, a
água quase não era potável. O cheiro era horrível. A condição
de vida da grande maioria das pessoas era absolutamente
miserável. A nomenklatura vivia bem, mas até 90% das
pessoas viviam na miséria. A moradia para os cidadãos
normais estava de desesperadora a catastrófica. Sim, de fato, o
povo russo estava enfrentando problemas muito graves, é
verdade. Mas, e daí? A situação econômica do povo não tinha
nenhum impacto sobre a estabilidade do regime. Havia
qualquer perigo de revolta? Absolutamente nenhum. Depois
do terror de Stalin, os governantes sabiam como bloquear a
dissidência, como colocar pessoas na prisão. Eles tinham o
gulag [sistema de campo de prisioneiros]. Não havia,
obviamente, nenhum movimento sindical. Estava
absolutamente calmo, e esse era o normal. Havia uma espécie
de piada contada na época: ‘O que é a Solidariedade polonesa
[sindical]? Se não há comida em Sverdlovsk, eles fazem greve
em Gdansk.’ A situação estava absolutamente horrível na
Rússia, mas eles fazem greve na Polônia. Essa é a forma
sarcástica do humor russo. Para avaliar esse desenvolvimento
do ponto de vista dos problemas econômicos gerais, se você
olhar os grupos sociais, podemos facilmente descobrir que não
havia nenhuma agitação política ou social da população. Nos
Urais, por exemplo, estava tudo bem. Gorbachev poderia ter
governado da mesma maneira por mais 20 anos. Então, por
que tudo mudou? Não acredito que os problemas econômicos
tenham sido a principal causa das mudanças de Gorbachev.”
Kalashnikov apresenta um ponto importante, que poucos
no Ocidente consideraram. Além disso, sabemos, pelos
escritos de desertores do Bloco Soviético (como Jan Sejna[49]
e Anatoliy Golitsyn), que uma mudança no sistema comunista
era considerada muito antes da década de 1980. Essa mudança
foi concebida como parte de uma estratégia de longo prazo. A
causa imediata para voltar a essa estratégia, de acordo com
Kalashnikov, foi Ronald Reagan. “Não apenas ele
pessoalmente”, explicou Kalashnikov, “mas também sua
administração, sua política, sua estratégia e a estratégia da
OTAN. No início e em meados dos anos 80, eu estava no
Departamento Analítico da KGB, e havia uma preocupação
quanto à pressão político-militar do Ocidente, dos americanos
especialmente. Havia competição no espaço, nos oceanos e na
área militar. Para avaliar tudo isso de maneira adequada, é
preciso olhar para os eventos do início dos anos 70. O que
quero dizer é, obviamente, a guerra do Vietnã. Moscou tirou
uma conclusão simples dessa guerra. A conclusão do Estado-
Maior Soviético foi que os americanos poderiam ser
derrotados no campo de batalha sem o recurso a armas
nucleares. Para isso, só precisaríamos de um país do Terceiro
Mundo, armado e treinado por nós, e um bom partido
proletário com uma liderança forte. Para ganhar esses países, a
União Soviética embarcou numa expansão mundial sob a
política de détente [ou разрядка]. Os soviéticos intervieram na
África, conquistando Angola e Moçambique, e envolveram-se
na Nicarágua. Houve uma ofensiva global exitosa, com alguns
contratempos. Isso ocorreu em um momento de fraqueza geral
dos Estados Unidos, devido ao apoio que tínhamos de
esquerdistas e pacifistas. Tive acesso aos relatórios do Estado-
Maior de 1984, com avaliações militares operacionais. Estas
incluíam os efeitos das manifestações de massa nas bases
militares e de foguetes americanas. Os soviéticos continuaram
assim até que algo mudou um tanto inesperadamente para
nós.”
Como Kalashnikov explicou, o presidente Ronald Reagan
tinha começado a exercer pressão militar sobre a União
Soviética durante o seu primeiro mandato. Reagan propôs a
construção de defesas de mísseis antibalísticos para a América
(a Iniciativa de Defesa Estratégica). Ele supervisionou um
aumento no tamanho do Exército e da Marinha dos EUA.
Houve melhorias qualitativas e tecnológicas também nas
forças armadas americanas. Os americanos estavam blefando?
O período de fraqueza dos EUA havia chegado ao fim? Então,
em 1986, terroristas árabes atacaram uma discoteca na
Alemanha. “Isso foi realizado pelos líbios com a ajuda da Stasi
da Alemanha Oriental”, disse Kalashnikov. “Três pessoas
foram mortas, incluindo militares americanos, e 200 feridas.
Alguns dias depois disso, aeronaves americanas
bombardearam a Líbia. Foi uma resposta militar massiva, o
que era grave. Meus superiores avaliaram a situação com
cuidado, e eu participei de várias reuniões. Só um único ataque
a uma discoteca, e os americanos enviaram bombardeiros. Não
ia ter brincadeira com Ronald Reagan ou seu pessoal. Esse
episódio mostrou que a estratégia soviética de pressionar o
Ocidente havia atingido o seu limite. Tínhamos agora de
reconsiderar as coisas. Meus chefes ficaram chateados e
preocupados com o comportamento americano. Foi um desses
eventos cruciais, junto com outras indicações de crescente
vontade do lado ocidental de conter a ofensiva soviética, e de
lançar contra-ataques estratégicos sempre que possível, sem
nenhuma consessão séria.”
Como a União Soviética começara a avançar na África,
no Afeganistão e na América Central, os americanos se
sentiram obrigados a reforçar suas defesas. Do ponto de vista
estratégico soviético, não havia mais nada a ser obtido com a
expansão direta. Um retorno a outro modelo estratégico, há
muito mantido como reserva, estava para começar. A nova
estratégia empregaria a diplomacia. “Trata-se da idéia de
lançar a casa européia comum”, disse Kalashnikov,
“permitindo que os alemães se unificassem, de modo que eles
pediriam aos americanos que fossem para casa, e pagariam
Moscou e transfeririam tecnologias para a URSS, etc. Eu sei
que a unificação alemã era um esquema para produzir um
resultado favorável para o Kremlin, porque forças pró-
soviéticas chegariam ao poder na Alemanha, principalmente
vindas da esquerda. Tínhamos certeza disso. O objetivo
principal era expulsar os americanos da Europa. Se, nesse
caso, tivéssemos sucesso na desestabilização da OTAN,
teríamos mais opções dos nossos companheiros europeus. Na
primeira fase desse chamado condomínio germano-soviético, o
destino da Tchecoslováquia e da Polônia não tinha
importância, porque a estrutura era nossa. Estávamos
trabalhando diretamente com os alemães. Estava tudo dentro
do espírito do Tratado de Rapallo [1922], ou do Pacto
Ribbentrop-Molotov. O slogan era: ‘Os americanos de fora, os
soviéticos de dentro, os alemães em cima.’ O que aconteceu a
seguir, contudo, não era esperado. A unificação da Alemanha
foi realizada muito rápido, em poucos meses. Ninguém
esperava isso. No decorrer de 1990, as forças armadas
soviéticas, que pretendiam ocupar a Europa Ocidental,
encontraram-se paradas em território da OTAN. Não havia
opção de manter essa força na Alemanha. Portanto, Moscou
foi colocada numa situação impossível. As forças soviéticas
tiveram de partir. O processo dessa retirada massiva teve um
enorme impacto na União Soviética. A máquina soviética era
um enorme monstro industrial militar. Portanto, a retirada dos
exércitos soviéticos da Europa queria dizer que o sistema
estava amplamente desestabilizado. Queria dizer que um efeito
cascata era sentido em todos os Urais [isto é, na indústria
militar]. Todo o aparato de fiscalização saiu do equilíbrio. A
situação impunha uma mudança abrupta da política interna.
Em agosto de 1991, forças conservadoras supostamente
assumiram o poder em um golpe. Gorbachev arranjou isso ele
mesmo, porque se sentia enganado na Europa. Ao mesmo
tempo, encarregaram Saddam Hussein de ocupar o Kuwait, e
Saddam começou a ameaçar a Arábia Saudita. Bush pai foi
esperto o suficiente para não se envolver muito no Iraque
naquela época, enquanto Moscou se tornava um parceiro
indispensável para o Ocidente no Conselho de Segurança das
Nações Unidas. Mais tarde, a catástrofe do 11 de setembro foi
necessária para atrair o poderio militar dos Estados Unidos
para o Afeganistão e o Iraque. Isso tornou Washington ainda
mais dependente de Moscou, e essa é a situação estratégica de
hoje. O que aconteceu em 1991, com o colapso da URSS, foi
devido ao agravamento de uma crise política na Ucrânia. Esta
era uma parte enorme e importante da União Soviética, e os
ucranianos continuaram a oferecer resistência, levando a sério
descontentamento e oposição. E eu sei por gente da KGB
ucraniana que eles se preocupavam o tempo todo que algo
estivesse se passando; e se perdessem o controle, haveria
sérios problemas para a própria Moscou. É por isso que a
KGB ucraniana era ainda mais cruel e inflexível do que era na
Rússia. Em nossas conversas, quando eles vieram a Lubianka
para várias reuniões, expressamos nossas críticas à sua
severidade e aos seus vários escândalos. Eles respondiam:
‘Vocês não têm idéia de como a situação é perigosa e difícil na
Ucrânia.’ Então, quando os militares soviéticos e as forças
soviéticas sofreram o choque da retirada da Europa, os
ativistas na Ucrânia organizaram uma revolta. Os ucranianos
estavam prontos para a resistência armada. Eles também
tinham unidades dentro das forças armadas soviéticas. Fomos
avisados disso, que era sério e com base na realidade. A
liderança em Kiev não parava de ligar para Moscou pedindo
ajuda, pedindo qualquer tipo de apoio. Mas Moscou não pôde
ajudar, porque estava ocupada com a Alemanha e a OTAN.
Então era absolutamente impossível mobilizar unidades para
suprimir a resistência ucraniana. Esse era o verdadeiro
problema. Quando a Ucrânia conquistou sua independência, os
democratas nacionais chegaram ao poder lá, e a União
Soviética acabou. Isso ficou claro para todos. Sem a Ucrânia, a
URSS era uma ficção. A influência política da Ucrânia
espalhou-se em todas as direções. Ela se espalhou para a
Rússia, infectou os democratas russos. A Ucrânia tornou-se
um grande obstáculo para a elite soviética.”
Mas nem tudo estava perdido para a KGB ou para a elite
comunista. Décadas antes, os planejadores soviéticos haviam
antecipado uma época em que uma reforma do sistema
soviético seria necessária. Em um livro publicado em 1984, o
desertor da KGB Anatoliy Golitsyn escreveu sobre um plano
soviético secreto para acabar com o domínio do Partido
Comunista. Isso, disse ele, seria um artifício. O Partido
Comunista ainda existiria sob a superfície. Ele simplesmente
se tornaria clandestino ou se dividiria em vários novos partidos
que controlariam o processo político russo de acordo com um
roteiro. Ao enfrentar a crise, Kalashnikov notou a agilidade do
Kremlin: “Moscou conseguiu se reagrupar, se recuperar,
mediante o lançamento de forças islâmicas. Dessa forma, eles
mantiveram a legitimidade soviética. É extremamente
importante entender isso. Em termos diplomáticos, a
Federação Russa é a União Soviética de hoje. Ela tem todos os
pré-requisitos, com o Conselho de Segurança, estruturas
centrais, etc. E conserva o status de superpotência nuclear. Lá
em 1991, disseram-nos: ‘Ouçam, camaradas, é uma derrota
para nós. Mas é um revés temporário.’ A União Soviética
nunca aceitou a derrota na Guerra Fria, nem por um minuto.
Não houve nem mesmo uma interrupção temporária na
política desde Gorbachev, passando por Iéltsin até Putin.
Estamos nos reorganizando e estaremos de volta aos trilhos.
Você deve se lembrar da remoção do monumento Dzerzhinsky
da frente da sede da KGB. Agora, deixe-me descrever a reação
em nossas fileiras, em nossas residências. Quando vimos o que
aconteceu em Moscou, houve um suspiro geral de alívio.
Sabíamos que alguém havia distraído com maestria a multidão
em frente à nossa sede, de modo que o pobre monumento
Dzerzhinsky em nossas instalações permaneceu intocado. Isso
foi uma grande diferença daquilo que aconteceu em Berlim
Oriental. Imediatamente percebemos que os líderes e
organizadores daquela multidão eram ativos da KGB, nossos
agentes. A queda da estátua de Dzerzhinsky foi planejada pela
KGB. Foi, em última análise, um evento fajuto.”
E qual foi a atitude da liderança principal da KGB na
época? “Em outubro de 1991, fui a Moscou para me encontrar
com o General Victor Ivanenko, que era quem comandava a
segurança da KGB. Ele queria me ver para discutir a situação
do dinheiro do Partido Comunista e da KGB. A Áustria, onde
trabalhei para a KGB, era fundamental para os negócios
internacionais do Partido Comunista Soviético. Na Áustria,
tínhamos vários bancos sob nosso controle, e os diretores
gerais eram funcionários da KGB; isto é, na Áustria
capitalista. A presença russa na Áustria era avassaladora. Meu
objetivo ao contar sobre minha visita ao General Ivanenko foi
mostrar que a elite da KGB não demonstrava nenhum
nervosismo ou ressentimento acerca do que aconteceu. Eles
estavam apenas reorganizando seus negócios de acordo com
uma nova situação. Na própria Viena, o chefe do Partido
Comunista trocou de terno e virou capitalista.”
A virada para o capitalismo na Rússia não foi uma virada
honesta para a liberdade. A privatização da União Soviética
apenas significou a transferência da propriedade do Estado
para as mãos da nomenklatura. De acordo com Kalashnikov,
“Em termos simples, eles começaram um processo de
transferência de riqueza nacional, fábricas, recursos, etc., em
troca de nada, para as mãos da elite soviética e de pessoas de
confiança. Na Rússia, a nomenklatura levou tudo para si. Eles
não estavam preocupados em se limitar por leis, normas ou
instituições de qualquer tipo.”
Essa foi a fórmula para o capitalismo controlado na
Rússia. Dessa forma, explicou Kalashnikov, os comunistas
russos usaram o processo de “privatização” para se tornarem
uma classe empresarial que pudesse fazer acordos com o
Ocidente. “Os russos”, disse ele, “precisavam obter status
legal para suas empresas no Ocidente. Então, novamente, os
russos estão colocando o Ocidente numa posição estratégica
terrível, por causa da Al Qaeda, por causa de uma nova
dependência do gás e do petróleo russos, porque setores da
comunidade empresarial ocidental estão colaborando com a
Rússia em empreendimentos comerciais; e isso permitirá que
Moscou expanda seus esforços político-militares por todo o
globo. A Rússia hoje possui recursos com os quais só poderia
sonhar durante a Guerra Fria. Eles não precisam espionar a
British Petroleum, pois estão ajudando a British Petroleum. O
mesmo é verdade em relação à mídia do Ocidente, às suas
finanças, etc., etc. O campo da inteligência mudou e diferentes
táticas estão sendo usadas. Portanto, a natureza da espionagem
mudou. Ela não é menos do que antes, mas ainda mais
intensa.”
Assim terminou um notável monólogo de um funcionário
aposentado da KGB sobre como e por que a Guerra Fria nunca
chegou ao fim. Não é algo que você encontrará em revistas
acadêmicas. Esta história não será contada pelos noticiários da
televisão ou por políticos proeminentes. No entanto, ela
explica melhor o que vemos hoje.
Eu acho que ele estava me dizendo a verdade.[50]

A verdade de Hamlet
25/07/2020

Mostre-me um homem que não seja escravo da


paixão, e eu o colocarei no fundo do meu coração,
sim, no meu coração do coração.

— HAMLET, ATO 3, CENA 2


Em 10 de junho de 1859, no Royal Princess’s Theatre em
Londres, Charles Kean desempenhou o papel principal no
Hamlet, Príncipe da Dinamarca, de Shakespeare. Ele escreveu
um prefácio laudatório para a peça, caracterizando-a como “o
mais estupendo monumento do gênio de Shakespeare, valendo
como um farol para comandar o maravilhamento e a
admiração do mundo…” Ela constituía, de acordo com Kean,
“a perfeição da arte trágica — o grandioso, o lamentável e o
terrível”. Kean interpretou a peça como “uma história da
mente — uma tragédia do pensamento” contendo “a filosofia
mais profunda, a mais profunda sabedoria; embora fale a
linguagem do coração…”
Acrescentando ao que diz Kean, o brilhantismo de
Shakespeare reside na apresentação dramática de dilemas
recorrentes da vida: a calamidade do governo perverso, a
traição dos invejosos, a primazia da virtude e a cegueira dos
tolos. Qualquer que seja a história que Shakespeare conte, é
sempre a nossa história.
Hoje, pode-se argumentar que o Hamlet de Shakespeare
tem um significado especial; pois ele poeticamente se debate
com a tragédia de um país subvertido pela intriga, derrubado
por conspiração secreta, seduzido por falsas aparências e
corrompido por um desejo de não ver.
A história de fundo de Hamlet é mais ou menos a
seguinte: o jovem príncipe dinamarquês estava longe,
estudando na Universidade de Wittenberg, quando seu tio
Cláudio mata seu pai, casa com sua mãe e usurpa a coroa. Ao
voltar para casa, Hamlet fica profundamente perturbado com a
morte do pai e o apressado casamento da mãe com o seu tio.
Nas intrigas desesperadas que se seguem, Hamlet procura pela
verdade. Ele encontra falsos amigos, idiotas úteis e peões
desavisados. Ele tem razão para ficar desiludido com o que
encontra, e essa desilusão torna-se um problema por si só.
Muitas das melhores falas desta peça podem ser usadas
para descrever os dias atuais. A corrupção da vida política
americana encontra a sua expressão na personagem de
Shakespeare, Marcelo, que disse a famosa frase: “Há algo de
podre no reino da Dinamarca.”
Considere-se a história paralela de uma funcionária
aposentada da CIA, com quem conversei recentemente. Ela
não percebeu a queda na corrupção até que, como Hamlet, ela
voltou do exterior. A princípio ela ficou “chocada” com o que
descobriu. Depois ela ficou desiludida, e depois deprimida.
“Passei quatro anos terríveis no Texas”, disse-me ela,
“mas não sabia realmente contra o que estava lutando lá.” Os
oficiais de inteligência que ela encontrou — especialmente
aqueles com autoridade — não eram impressionantes. “Todos
tinham diplomas impressionantes, é claro, que gostavam de
exibir, mas… era difícil realizar qualquer coisa.” Como ela
ainda relatou:

Ninguém estava preparado para me ouvir, ou aos


outros poucos conservadores que eu conhecia lá.
Arrogantes, desdenhosos e infantis são as descrições
que mais vêm à mente. Já se foram os dias em que as
pessoas estavam realmente interessadas em aprimorar
as suas habilidades analíticas. Agora tudo é político.

Um Hamlet moderno, que quisesse sobreviver na


comunidade de inteligência de hoje, teria de fingir loucura —
teria de se esconder atrás de uma máscara impenetrável. Caso
contrário, um príncipe da CIA com a sensibilidade e o valor de
Hamlet seria tratado com rudeza — levado a se demitir, ou
forçado a sentar-se a uma pequena escrivaninha num canto
com uma tarefa sem sentido.
“Descobri a verdadeira e cada vez mais política natureza
da CI (Comunidade de Inteligência)”, explicou ela. Os
obstáculos colocados em seu caminho estavam longe de serem
triviais. A podridão, observou ela, espalhou-se para além da
comunidade de inteligência, indo para o exército, que “foi
corrompido, também —
principalmente porque os coronéis (e muitos generais)
de hoje foram doutrinados pela esquerda desde o
jardim-de-infância. Eu vi uma mudança dramática da
direita para a esquerda (do bom-senso ao nonsense)
desde que [tive contato com a ala militar].

Se Hamlet foi incapaz de resolver o problema de um


Estado dinamarquês corrupto, ele poderia ter se saído melhor
com a podridão de Langley e do Pentágono? Existe uma cura
para o câncer ideológico que corrói o nosso estado de
segurança?
“Não acho que nossos serviços de inteligência tenham
conserto”, respondeu ela. Anos antes, ela pensava que os
problemas poderiam ser enfrentados, “mas agora eu
sinceramente duvido. Seria necessário alguém como Trump,
só que com mais poder para dissolver o sistema inteiro, para
fazer algo construtivo.” Ela ainda explicou:

Infelizmente, a Comunidade de Inteligência tornou-se


tão abrigada dentro do sistema maior que, mesmo se
fosse dissolvida e ressuscitada, ela só voltaria com as
mesmas pessoas…

Ela achava que o presidente Trump poderia desmantelar


“as burocracias uma por uma… reconstruindo-as sem o
preconceito partidário”. Mas isso por acaso era factível?
Talvez a resposta fosse construir as organizações sucessoras
simultaneamente, antes da dissolução total das agências
existentes. “Isso, obviamente, é quase impossível”, ela
admitiu, “e uma abordagem de ‘castelos no ar’, em todo caso.”
Essa situação, como a da peça de Shakespeare, só pode
ter um final trágico. O algo podre no reino da Dinamarca não
tem conserto. O enredo é desembaraçado apenas pelo fim
natural para o qual tende toda maldade e estupidez.
Rechaçando uma intriga após a outra, Hamlet usa a abordagem
que nós inevitavelmente usaremos. Ele espera pelo último ato
de agressão do inimigo, sabendo que está em desvantagem,
embora corajosamente decidido. “Desafiamos o augúrio”, diz
Hamlet a Horácio:

…há uma especial providência na queda de um


pardal. Se for agora, ela não está por vir; se não
estiver por vir, ela será agora; se não for agora, ainda
ela virá: a prontidão é tudo; visto que nenhum homem
possui nada do que deixa, o que há de mais deixá-lo
em breve?

É verdade, talvez, que estejamos “adoentados com a


pálida fôrma do pensamento” — apenas porque isso
caracteriza a nossa preparação espiritual para o ato final de
agressão do inimigo. As pessoas escrevem livros sobre os
males do comunismo, sobre a tomada das escolas pela
esquerda, o governo, os grandes negócios, o entretenimento e
a mídia. O que alguém por acaso faz para impedir os
comunistas? Década após década, eles avançam. Todo mundo
olha para o outro lado. Aqueles que viram isso acontecer
sempre estiveram sozinhos com o seu conhecimento, sem o
apoio do país ou do governo. Aqueles que vêem e entendem
são portadores da verdade de Hamlet.
No final do Ato 1, Cena 5, Hamlet diz: “O tempo está
descompassado. Ó desgosto maldito, / Que para consertá-lo eu
jamais tenha nascido!” Hamlet deve destituir um inimigo
enganador, astuto e assassino — cujo método principal é a
conspiração, que zelosamente guarda o poder que tomou; um
“vilão detestável” que seduziu a mãe de Hamlet e tem a
lealdade dos burocratas (Lord Polônio). É uma situação
aparentemente desesperadora. Assim, a desilusão dá lugar à
depressão:
Ser, ou não ser, eis a questão: se mais nobre é sofrer
na mente / As pedras e flechas da fortuna ultrajante, /
Ou pegar em armas contra um mar de problemas / E
extingui-los pelo confronto.

Como é que se “pega em armas contra um mar de


problemas”? A palavra decisiva aqui é “fé”. Confiança na
Providência. A virtude prevalece no fim não porque o bem
sempre vence e o mal sempre perde. A virtude prevalece
porque a Verdade é eterna. Pense naquele paladino da
República, Marco Cícero, cuja cabeça e mãos decepadas
foram expostas por Marco Antônio para aterrorizar o partido
da liberdade. Pense ainda como, dezoito séculos depois, John
Adams carregou as palavras de Cícero consigo, a cada passo
do caminho, durante a Revolução Americana.
A eloqüência da virtude, após dezoito séculos, não estava
esgotada. Ela não foi derrotada. Ela foi e é e está por vir. Tal
foi o triunfo final de Hamlet, o dinamarquês — que encontrou
a verdade e viveu por ela.[51]

A farsa do aquecimento global


antropogênico e o grande mínimo solar
03/08/2020

“[O] Mínimo Solar está se tornando realmente muito


profundo. No fim de semana, o sol bateu o recorde de
limpeza na Era Espacial. Até agora, em 2019, o sol
esteve sem manchas solares por mais de 270 dias,
incluindo os últimos 33 dias consecutivos. Desde o
início da Era Espacial, nenhum outro ano teve tantos
sóis em branco.
— SPACEWEATHER.COM
“SUNSPOTS SET A SPACE AGE RECORD”
17 DE DEZEMBRO DE 2019

O físico solar da Nova Zelândia Dr. John Maunder, em


um ensaio de 2012 intitulado “Reflections on a changing
climate” (“Reflexões sobre uma mudança climática”),
informou sobre uma conferência climática patrocinada pela
ONU, realizada em Villach, Áustria, em outubro de 1985. De
acordo com Maunder, uma das principais descobertas da
conferência foi que “os gases do efeito estufa provavelmente
serão a causa mais importante das mudanças climáticas no
próximo século.”
Maunder agora está desconcertado com essa afirmação
porque ele é um dos muitos cientistas que vieram a se opor
fortemente à chamada teoria do aquecimento global
antropogênico. Para o cientista verdadeiramente inteligente e
não-ideológico, essa teoria tem envenenado o discurso
científico, substituindo o espírito de investigação livre por
intimidação profissional e descarado assédio moral. Se
queremos ser científicos, se queremos ser honestos, o mundo
não está ficando mais quente. Está ficando mais frio. Assista
ao vídeo a seguir sobre uma tempestade de neve que atingiu o
oeste da China em 29 de junho.

Sim. Falando sério. E, acredite ou não, no dia 26 de julho


nevou em Pequim. Só por seis minutos, é claro, mas é sério.
Mas nevou. Veja por você mesmo.

E o que Greta Thunberg diz? Ela diz que pessoas estão


“sofrendo e morrendo”, e que os ecossistemas estão
colapsando conforme o planeta vai ficando cada vez mais
quente. Portanto, precisamos de controles socialistas impostos
à economia mundial. Assim, a criança dá sermões aos adultos,
e lhes aponta o dedo. “A mudança está chegando”, diz ela,
“quer vocês gostem ou não”. Vamos parar por um momento
para ouvir a “Karen”[52] das mudanças climáticas:

Vídeo: Greta Thunberg aos líderes mundiais: “Como se


atrevem?”[53]

Além da perversidade sinistra de uma criança


repreendendo adultos quanto a assuntos que ela mesma
possivelmente não consegue entender, a assim chamada
“ciência” do aquecimento global antropogênico é um
escândalo. Ela só é compreensível à luz de um conjunto maior
de escândalos filosóficos; primeiro, o escândalo de nosso
niilismo epistemológico pós-moderno, o escândalo de nosso
niilismo metafísico e, por último, mas não menos importante,
o escândalo de nosso niilismo moral — como exemplificado
pela exploração cínica de uma criança.
O vídeo a seguir pode estar um pouco desatualizado, mas
ouça com cuidado as evidências e argumentos de Peter
Temple, que é um estudante da teoria dos ciclos. Quaisquer
que sejam as críticas que possamos fazer a essas teorias, elas
têm mais dados e lógica por trás delas do que a pobrezinha da
Greta.

Vídeo: Resfriamento Global.[54]

Corpos celestiais e partículas subatômicas se movem em


círculos, orbitando outros corpos ou girando em um eixo.
Portanto, muitos fenômenos seguem padrões cíclicos. Isso
deve fazer todo o sentido. O ciclo menstrual feminino
reconhecidamente segue o ciclo lunar. As estações
acompanham o caminho da Terra em torno do sol. O dia e a
noite derivam do “giro” da Terra sobre seu eixo. A idéia de
que nosso mundo ficará cada vez mais quente, queimando
mediante um circuito de retroalimentação, desencadeando
reações em cadeia irreversíveis, é propaganda comunista. Ela
foi imposta à nossa comunidade científica por agentes de
influência que cresceram em poder e cujas táticas de
intimidação implacável não sofreram uma resistência
adequada — como deveriam ter sofrido.
Há alguns anos, um pesquisador na Alemanha me enviou
um ensaio do acadêmico soviético Ivan Frolov, escrito em
1982. O ensaio se refere à teoria do aquecimento global
antropogênico pelo gás do efeito estufa. Ele culpa o
capitalismo e é intitulado “Global Problems and the Future of
Mankind” (“Problemas globais e o futuro da humanidade”):
Frolov observou que a “poluição do meio-ambiente, a
destruição de ecossistemas, a destruição de muitas espécies…
atingiram agora proporções ameaçadoras.” Essas “perigosas
desarmonias nas interações do homem com a natureza estão
associadas… à formação socioeconômica capitalista…”
Portanto, essas desarmonias exigem uma “transformação
social fundamental” para serem resolvidas.
Façamos uma conexão, aqui. Transformação social
fundamental tem tudo a ver com o Black Lives Matter.
Transformação social fundamental tem tudo a ver com a
“mudança climática”. Mudança social fundamental também
tem tudo a ver com o comunismo. Não deveríamos presumir
uma relação entre essas três causas célebres?
Greta Thunberg e o ex-vice-presidente Al Gore Jr. estão
basicamente em sintonia com o Antifa e o Black Lives Matter
e o Partido Comunista da União Soviética! É hora de uma
revolução, camaradas, porque o capitalismo está “destruindo o
planeta”. É hora de uma revolução, camarada, porque
“capitalismo é racismo”. Ouça Greta promover a Revolução
do Black Lives Matter, usando a mesma linguagem que ela usa
para promover o alarmismo das “mudanças climáticas”:
Vídeo: Greta Thunberg diz que as pessoas estão
“acordando” para a injustiça racial assim como acordaram
para a mudança climática.[55]

A fonte de ambas as narrativas é o Partido Comunista da


União Soviética. Tanto o BLM/justiceiros sociais quanto os
alarmistas da “mudança climática” são subversivos
ideológicos numa longa guerra contra nossa civilização.
Culpar o capitalismo por todos os nossos problemas,
especialmente quando esses problemas são ou falsos ou
exagerados, é incrivelmente egoísta. Podemos ver, no ensaio
de Frolov, que tudo é planejado assim. Segue o modelo da
Guerra Fria e é um aspecto da estratégia comunista, conforme
explicado pelo desertor da KGB Anatoliy Golitsyn, na página
95 de seu famoso livro, Meias Verdades, Velhas Mentiras:

…deve-se dar a devida atenção ao fato de que [o


presidente da KGB] Shelepin, em seu relatório e seus
artigos de maio de 1959 para o pessoal da KGB…
pediu a preparação de operações de desinformação
destinadas a confundir e desorientar os programas…
científicos ocidentais; para trazer mudanças nas
prioridades ocidentais; e envolver o Ocidente em
linhas de pesquisa caras, dispendiosas e inúteis…

Devo lembrar aos leitores que a “desinformação” é um


tipo de guerra de informação em que idéias venenosas são
disseminadas por meio de veículos ocidentais — não de
veículos soviéticos ou russos. Essas idéias devem parecer ter
se originado no Ocidente. Assim, Moscou e Pequim colhem
uma vantagem dupla. Primeiro, cientistas e políticos ocidentais
são contaminados por idéias falsas; segundo, os acadêmicos
russos e chineses não são contaminados. Eles podem continuar
o seu trabalho em silêncio com a vantagem de saber que seus
colegas ocidentais estão seguindo entusiasmadamente na
direção errada.
A teoria dos gases do efeito estufa antropogênico do
aquecimento global descontrolado era um original soviético.
Mas ninguém na grande mídia percebeu. Eis as palavras do
acadêmico soviético Frolov, em seu ensaio de 1982:

Como resultado da formação de uma camada de


dióxido de carbono ao redor da Terra, que a envolve
como uma cobertura de vidro, surgiu a ameaça de
mudanças desfavoráveis no clima que podem
transformar nosso planeta azul em uma enorme
estufa… com possíveis efeitos catastróficos.

Eis a inspiração da Gretinha. Em 1996, o antigo colega


do Politburo de Frolov, Mikhail Gorbachev, reconheceu que a
“ameaça de crise ambiental será a chave do desastre
internacional para desbloquear a Nova Ordem Mundial”.
Como Frolov originalmente formulou a idéia em 1982:

O efeito de tal abordagem poderia ser enorme se


também pudesse ser aplicada em uma escala
internacional mais ampla em situações em que os
interesses da humanidade em geral sejam prejudicados
pelas atividades de indivíduos ou organizações que
busquem interesses privados.

A teoria do aquecimento global antropogênico é uma


arma de guerra — uma arma de subversão ideológica,
desmoralização e sabotagem. O fato de que esta arma continua
a ser utilizada, visto que continua a prejudicar as economias de
vários países ocidentais, não deve passar despercebido. Não
devemos ser tão estúpidos a ponto de imaginar que os
inventores da arma não estão mais no jogo.
Nossas defesas, como sempre, estão abaixadas. A
sociedade não está reagindo contra seus envenenadores e
sabotadores. Estamos intimidados pelo assédio moral dos
alarmistas do clima. Tememos o rótulo de “racista”, assim
como tememos o rótulo de “negador da mudança climática”.
Muitos de nossos maiores cientistas foram rotulados como
“negadores”, incluindo Freeman Dyson, Zbigniew
Jaworowski, Antonio Zichichi, Christopher Landsea, Hendrik
Tennekes, Paul Reiter, David Bromwich, Edward Wegman e
Henrik Svensmark — para citar apenas alguns.
Aqueles heróis que iriam contradizer as falsas alegações
de “ciência falsa”, às vezes foram marginalizados, despojados
de seus financiamentos ou ameaçados. Os “agentes de
mudança” do inimigo dominam uma cultura que não é
defendida contra seus inimigos. Armas conceituais são
empregadas contra nós em todas as frentes, de forma contínua
— em termos de relações raciais, política de imigração,
ameaça islâmica, casamento gay, ambientalismo, pobreza,
economia, educação e crime. Essas armas continuam a ser
usadas, dia após dia, ano após ano. Nossa civilização está
cambaleando sob repetidas marteladas de propaganda.
A maioria das pessoas ou cede à propaganda inimiga,
evitando indiferentemente a responsabilidade, ou concorda
com ela na preguiçosa suposição de que os mais barulhentos
valentões do dia têm razão. Conseqüentemente, as piores
pessoas do país, com os piores dos motivos, estão nos
empurrando para a beira de um abismo em todas as áreas da
política. Nossa civilização e nosso pensamento foram
corroídos, ano após ano, década após década, por narrativas
planejadas para nos destruir.
Como Joseph Peiper observou, em seu livro Abuse of
Language — Abuse of Power: “Todos os homens são
alimentados, antes de mais nada, pela verdade, não só aqueles
que buscam o conhecimento…” Todos, de fato, dependem da
verdade para sua contínua existência. Peiper explicou ainda:
O habitat natural da verdade se encontra na
comunicação interpessoal. A verdade vive no diálogo,
na discussão, na conversa — ela reside, portanto, na
linguagem, na palavra. Em conseqüência, a existência
humana bem ordenada, incluindo em especial a sua
dimensão social, é essencialmente baseada no
emprego da linguagem bem ordenada.

Se você pensasse que o nosso sistema de ordem está


estragado, você estaria correto. É o uso rotineiro e desonesto
das palavras, antes de mais nada, que permitiu aos inimigos da
civilização imporem sobre nós sua revolução calamitosa. A
teoria do aquecimento global antropogênico, como uma parte
distinta dessa revolução, nunca teve a ver realmente com o
clima, da mesma forma que tirar a verba da polícia não tem a
ver com racismo sistêmico. A coisa toda tem a ver com poder.
É um pretexto para tomar o poder.
Cada questão levantada pela esquerda hoje é um pretexto
para estender o socialismo, e o socialismo nada mais é que um
sistema para estender o poder despótico. A verdade é que a
teoria do aquecimento global antropogênico foi uma farsa de
inspiração política na qual os cientistas soviéticos nunca
acreditaram — e nem os cientistas chineses acreditam, embora
sejam sem dúvida ordenados por seus mestres comunistas a
entrarem no jogo pelo bem das aparências.
Abrindo um parêntese, podemos não apreciar totalmente
as razões do nosso inimigo para promover agressivamente a
farsa da “mudança climática”. Na década de 1970, os
cientistas temiam uma era do gelo. O que, afinal, é mais
perigoso para a sobrevivência do homem? Um clima mais
quente significa uma estação de cultivo mais longa e colheitas
maiores. Um clima mais frio significa uma séria limitação no
abastecimento de alimentos. Agora pense nisso de uma
perspectiva estratégica superior. O conhecimento antecipado
do resfriamento global não seria a informação mais importante
de todas? Considere o valor estratégico de negar ao Ocidente o
conhecimento antecipado de uma fome global induzida pelo
resfriamento! Assim, você pode iludir seu inimigo a vender
seus estoques de grãos e negligenciar os dele próprio. Isso não
preservaria você dos efeitos do resfriamento global enquanto a
sociedade dele se desintegra com a fome e a má
administração?
A importância de ter conhecimento e se preparar para o
resfriamento global não deve ser subestimada; pois tal
preparação necessitaria de uma política estrita no que diz
respeito a comida e água. Dependendo de onde se formam as
massas de ar frio e em quais latitudes, o resfriamento global
significaria enchentes em algumas regiões e seca em outras.
Historicamente, o resfriamento global tem coincidido com
secas de uma década na China. Portanto, deve-se fazer a
pergunta: é por isso que a China construiu 87.000 barragens
nos últimos setenta anos? Eles estão tentando armazenar água
porque antecipam secas severas, que historicamente
devastaram a sua agricultura durante grandes mínimos solares
no passado? Considere este relatório indiano sobre as
barragens da China. É um caso de guerra pela água por si só,
ou se trata do armazenamento de água em um continente seco
e superpovoado?

Vídeo: A China quer a guerra da água.[56]

Há muitos fatores a serem considerados e o quadro não


está totalmente claro. Mas uma coisa é certa: a narrativa da
esquerda sobre a “mudança climática” tem sido um ardiloso
desvio de atenção desde o início.
Nos últimos 35 anos, não há nenhuma evidência real de
que a humanidade causou o período quente dos três ciclos
solares anteriores. Os dados, mesmo em um gráfico simples,
mostram que estamos caminhando para algo muito diferente;
quer dizer, um período de resfriamento. Pelo bom senso, quase
todo o nosso calor vem do sol. Certamente não o recebemos da
lua, e não o recebemos da própria Terra, ou de nossos SUVs.
O Sol é o principal condutor do clima; não o homem, não os
gases do efeito estufa. Não! O dióxido de carbono não conduz
o clima. O Sol conduz o clima. A relação de causa e efeito
aqui foi mal compreendida por aqueles gênios que acreditam
no que lhes dizem os “agentes de mudança” comunistas.
Considere a ciência real, por um momento, se puder agüentar.
Considere o que tem acontecido com o campo eletromagnético
do Sol durante as últimas quatro décadas:

Figura: Gráfico – Área das manchas solares: 1985-2019.

A atividade das manchas solares está em declínio, assim


como o campo eletromagnético do Sol (que acompanha as
manchas solares). Para explicar esse gráfico:
aproximadamente a cada onze anos, o campo eletromagnético
do Sol perde a força, reverte e recarrega. O gráfico acima,
portanto, pressagia um enfraquecimento constante do campo
eletromagnético do Sol.
Com cada colapso sucessivo do campo eletromagnético
solar, o campo recarrega em um nível mais fraco. Isso é
significativo porque o campo eletromagnético do Sol bloqueia
os raios cósmicos que aceleram a formação de nuvens. As
nuvens refletem o calor do sol de volta ao espaço, resfriando o
planeta. Atualmente, estamos no fundo do poço do mínimo
solar, e todas as evidências sugerem que o campo
eletromagnético do Sol não vai se recuperar até a máxima
anterior, levando a uma década de temperaturas
significativamente mais frias; quer dizer, teremos estações de
cultivo mais curtas, clima irregular — incluindo enchentes e
secas (como as enchentes na China).
O cientista dinamarquês Henrik Svensmark demonstrou
que os raios cósmicos, conhecidos como múons, ou partículas
subatômicas pesadas de estrelas em explosão, definitivamente
aceleram a formação de nuvens de chuva sobre os oceanos,
resfriando a Terra e aumentando a precipitação global. No
ponto mais baixo do ciclo solar de 24 a 25, o clima começará a
ficar estranhamente frio em alguns lugares e algumas regiões
serão inundadas. Massas de ar frio aparecerão, a corrente de
jato mudará. O ar tropical será redirecionado. O ar do Ártico
será puxado para latitudes mais baixas por cima dos
continentes. O tempo gelado ocorrerá em épocas e em lugares
onde não deveria ocorrer. As colheitas serão arruinadas.
Algumas regiões experimentarão o aquecimento (devido à
corrente de jato), enquanto as temperaturas globais cairão em
geral. (Por exemplo, algumas fontes que consultei dizem que,
durante os períodos de resfriamento global, o oeste dos
Estados Unidos experimentará temperaturas mais quentes do
que a média).
Se você acha que Svensmark é um palhaço, e insiste em
acreditar na teoria dos gases do efeito estufa, então também
deve colocar os cientistas chineses e russos no departamento
dos palhaços. Estes, é claro, não falsificaram seus dados para
eliminar o período de aquecimento medieval de vários séculos
atrás. Eles não acreditam servilmente num “consenso
científico” sobre “mudanças climáticas”. Eles fazem o seu
trabalho em silêncio.
Do South China Morning Post de 11 de agosto de 2019, a
manchete de Stephen Chen diz: “Cientistas da China alertam
que a natureza traz um resfriamento global escondido na
manga.”[57] De acordo com Wu Jing do Instituto de Geologia e
Geofísica da Academia Chinesa de Ciências, o efeito dos
gases de efeito estufa produzidos pelo homem provavelmente
tem sido “exagerado”. Na verdade, a China não está sofrendo
com o aquecimento global, mas com os efeitos do
resfriamento, como atesta a neve de julho em Pequim. A
China também está sofrendo com grandes inundações. O South
China Morning Post culpa o “ar frio” no Pacífico Norte,
compelindo o ar úmido tropical até a China. Assim, as
inundações na China são causadas por um frio anormal e não
por um calor anormal.
Os cientistas chineses temem que a conversa estridente
sobre “aquecimento global” deixe o público com uma
“confiança equivocada” de que podemos mudar o clima. O
fato é que não há muito que possamos fazer. A verdadeira
ameaça para a humanidade pode não ser o aquecimento global,
mas o resfriamento global, que o artigo de Chen diz que “pode
nos pegar totalmente despreparados — causando o caos, o
pânico, a fome e até guerras…”
Agora há um ponto a se considerar. Dada a paciente
ascensão da China de um status atrasado ao de superpotência,
por que ela começaria a agir agressivamente agora? Olhando-
se para a vulnerabilidade da China ao clima, especialmente a
perda de safras da China para as enchentes e a baixa
temperatura do final da primavera no norte, aparece aí uma
ponta de desespero. Os chineses têm esperado pela seca e pela
fome? Eles estão preparando uma guerra por causa dessas
expectativas?
Alguém em Washington está fazendo as perguntas certas
aqui?[58]

Subversão cultural e ditadura socialista


18/08/2020

É a… construção de uma nova consciência coletiva


pelo ataque, mediante a luta ideológico-cultural e a
ação política, a todos os fundamentos ‘intelectuais-
morais’ da sociedade burguesa. Isso significa… uma
revolução cultural completa…
— CARL BOGGS
GRAMSCI’S MARXISM, PP. 121-123

De acordo com uma história dos “órgãos” da Segurança


do Estado soviética, publicada em 1977, cidadãos soviéticos
politicamente “instáveis” eram monitorados e “administrados”
pela KGB. Acontece que esse manejo exigia um tipo especial
de trabalho “profilático”. O segredo era persuadir o cidadão
soviético em questão a reconhecer o “dano político” das
“indiscrições cometidas… [de modo que pudessem] voltar ao
caminho certo”. Se essa “persuasão” fosse bem-sucedida,
evitaria violações criminosas do sistema de segurança
soviético e da estrutura social.
Um processo semelhante de correção “profilática” foi
estabelecido hoje, nos Estados Unidos. Só que tem sido feito
sem referência aos órgãos de segurança do Estado ou à polícia.
Se você é um profissional em quase todas as áreas, você
provavelmente foi obrigado a aceitar os dogmas ou programas
politicamente corretos. Por exemplo, seu emprego ou carreira
pode ser prejudicado caso ouvirem você por acaso dizer que
casamento é a união de homem e mulher. Ou suas notas
podem ser prejudicadas em um curso universitário se você
questionar a “ciência consolidada” do aquecimento global
antropogênico. Pior ainda, você pode ser atacado e espancado
na rua por dizer: “Todas as vidas são importantes.”
Nosso sistema emergente de controle cultural antecipa
um futuro sistema de controle policial. Elementos anti-
socialistas são rotineiramente identificados e demonizados
(como visto no caso do presidente Donald Trump ou de seus
seguidores). Uma vasta doutrinação, utilizando a pressão
grupal dos colegas e incentivos à carreira, tem estado em
construção há muito tempo nos Estados Unidos. Cidadãos em
todas as esferas da vida são julgados como “responsáveis” ou
“irresponsáveis” com base em sua disposição de cooperar com
a agitação-propaganda do lado socialista. Aqueles que se
opõem ao socialismo são considerados “reacionários”.
Aqueles que vacilam e tentam adotar o pensamento
independente são rotulados de “imaturos”. Não se trata de ser
preso. O sistema funciona propagando conseqüências sociais e
administrativas — aplicadas por gerentes, professores e
colegas. Ele tem progredido lentamente, imperceptível, usando
palavras em código que evitam declarações socialistas diretas.
Sempre, nesse processo, o lado socialista avança sob um
disfarse, usando o ambientalismo, o anti-racismo e a
preocupação com os pobres.
A coisa toda é uma pilantragem cínica. Aqueles que
enxergam através dela são marcados para o ostracismo. Isso é
especialmente verdadeiro para aqueles que tentam expor as
atividades subversivas do lado socialista. Essas pessoas são
denegridas. Elas são levadas a se sentir como malucas,
expulsas da sociedade respeitável para as periferias; demitidas
de seus empregos acadêmicos ou públicos, forçadas a se
aposentar ou pior.
Esse processo têm feito muitas vítimas. Naturalmente, em
uma sociedade livre, aqueles que são colocados para fora do
ensino, do governo ou da mídia podem tentar uma nova
profissão. Eles podem encontrar emprego como lavadores de
pratos, baristas ou porteiros noturnos. Eles não são presos ou
executados, como aconteceria na China, em Cuba ou na Coréia
do Norte; portanto, alguém poderia perguntar por que é que se
deveria chegar a falar em vítimas. A tirania suave da esquerda
americana se considera humana. No entanto, uma sociedade
que acredita numa mentira e amordaça os que dizem a verdade
não permanecerá humana por muito tempo.
O que vem acontecendo na América, há muitos anos, é
uma revolução cultural que prepara o caminho para um tipo
mais violento de levante. Como Carl Boggs explicou em seu
livro sobre o marxismo de Gramsci, estamos falando de “uma
revolução cultural completa que se propõe a transformar todas
as dimensões da vida cotidiana e estabelecer as bases
psicológicas sociais do socialismo antes de a questão do poder
do Estado organizado ser resolvida.”
Eis uma abordagem defendida pelo comunista italiano
Antonio Gramsci. É uma emenda à teoria revolucionária de
Lenin, oferecendo a perspectiva de mudanças culturais que
facilitarão a tomada revolucionária do poder em um país
capitalista avançado (como os Estados Unidos).
Para entender a contribuição de Gramsci para a teoria
leninista, vale a pena examinar o conceito leninista de
“ditadura do proletariado [isto é, da classe trabalhadora]”. De
acordo com Marx, o estado é uma máquina de opressão de
classe. Portanto, a atual forma de governo nos Estados Unidos
é chamada pelos marxistas de “a Ditadura da Burguesia [isto é,
a ditadura dos que são donos de empresas]”. É, de acordo com
os marxistas, uma forma de governo em que os ricos
empregam a democracia e o livre mercado para roubar os
pobres. O objetivo da revolução marxista-leninista é derrubar a
ditadura da burguesia em favor da ditadura do proletariado.
O que é, então, a ditadura do proletariado? Primeiro, é “o
instrumento da revolução do proletariado”. Em segundo lugar,
significa o “domínio sobre a burguesia”. Como tal, ela se
interessa pelo poder político. Mas a tomada do poder não é o
objetivo final. De acordo com J. V. Stalin, em seu
livro Fundamentos do Leninismo, “A tomada do poder é
apenas o começo”. Por quê? Porque o poder da burguesia não
se quebra com a conquista do governo. Em muitos casos, a
burguesia pode tomar o governo de volta. A questão é como
evitar isso. De acordo com Stalin, “a idéia central é reter o
poder, consolidá-lo, torná-lo invencível.”
A consolidação do poder em um sistema federal, sujeito a
freios e contrapesos, com governos estaduais e um governo
nacional operando separadamente, não é fácil. Requer décadas
de trabalho árduo. (Eis porque Gramsci é tão útil!). Vemos
como os marxistas nos Estados Unidos sempre buscaram a
centralização do poder de uma forma que nenhum mecanismo
de lei — nenhum freio e contrapeso — poderia se opor
efetivamente. Seu controle das alavancas burocráticas é a
essência do “deep state”. Ele se recusa a obedecer a freios e
contrapesos, procedimentos legais e ordens legais de
magistrados eleitos. Ele só obedecerá quando um presidente
do lado socialista entrar na Casa Branca.
Para atingir a invencibilidade na consolidação do poder,
observou Stalin, três tarefas principais devem ser realizadas.
Primeiro, quebrar a resistência dos proprietários e capitalistas,
“para liquidar toda tentativa de sua parte para restaurar o poder
do capital”. Segundo, preparar a eliminação das classes média
e alta. Terceiro, “armar a revolução, organizar o exército da
revolução…”
A resistência pode ser quebrada, por exemplo, retirando-
se a verba da polícia, difundindo-se as pilhagens, colapsando-
se a moeda. Ao mesmo tempo, a infiltração marxista nas
grandes empresas pode ser usada para encenar provocações
que ressaltem a maldade dos capitalistas. É importante, do
ponto de vista da revolução, que os capitalistas sejam sempre
culpados.
Psicologicamente, a expropriação dos ricos precisa
acontecer de repente. Ela deve ser implacável e completa. Ela
é facilitada pelo fato de que os ricos são numericamente
insignificantes e o governo pode ser levado a se voltar contra
eles. Se, ao mesmo tempo, as massas estiverem fazendo
tumulto e saqueando, os ricos se verão numa situação
desesperadora.
No que se refere a estabelecer uma sociedade socialista, a
coisa mais difícil de se realizar, em tudo isso, é a expropriação
dos pequenos empresários. Essas pessoas são bastante
numerosas. Elas têm o pensamento independente. Onde quer
que elas existam, o capitalismo continua. Para garantir a
segurança da nova ditadura, de acordo com Lenin, “a abolição
das classes significa não só expulsar os proprietários e
capitalistas”, o que se consegue com relativa facilidade. Ela
significa “abolir os pequenos produtores de mercadorias…”
Sim, significa que todas as pequenas empresas devem
desaparecer. Elas não podem ter permissão para existir.
Naturalmente, sua resistência pode se tornar violenta. Assim,
Lenin explicou: “A ditadura do proletariado é uma… guerra
implacável travada… contra um inimigo mais poderoso, a
burguesia, cuja resistência é multiplicada por dez com sua
derrubada.”
A teoria revolucionária antecipa uma reação burguesa
muito violenta. A contra-revolução que se segue ao
estabelecimento da “ditadura do proletariado” exigirá que os
marxistas usem formas de luta sangrentas e incruentas. Isso
envolverá meios de persuasão violentos e pacíficos. Contará
com armas educacionais, econômicas e administrativas para
esmagar “as forças e tradições da velha sociedade”, observou
Lenin.
Acerca desse processo, Karl Marx disse aos
trabalhadores: “Vocês terão de passar por quinze, vinte,
cinqüenta anos de guerras civis e conflitos internacionais…
não só para mudar as condições existentes, mas também para
mudar a si mesmos e se tornarem capazes de exercer o poder
político…”
Lenin escreveu: “Será necessário, sob a ditadura do
proletariado, reeducar milhões de… pequenos proprietários,
centenas de milhares de empregados de escritório,
funcionários públicos e intelectuais burgueses, a fim de
subordiná-los todos ao Estado proletário e à liderança
proletária, a fim de superar seus hábitos e tradições
burguesas…”
Lenin brincava que os trabalhadores não desistiriam
facilmente de seus “preconceitos burgueses de um só golpe,
por milagre, por ordem da Virgem Maria…” Isso só
aconteceria, dizia ele, “no curso de uma longa e difícil luta das
massas contra as influências, nas massas pequeno-burguesas,”
da tradição.
A luta que Lenin descreveu envolverá slogans e
estratagemas; mas também envolverá o rompimento violento
da velha ordem em todas as suas particularidades. A ditadura
do proletariado, como uma nova forma de governo, disse
Stalin, “é um poder revolucionário baseado no uso da força
contra a burguesia”.
Talvez a nota mais importante que Stalin incorpora ao seu
resumo dos ensinamentos leninistas sobre a ditadura do
proletariado é que essa ditadura “não pode surgir como o
resultado do desenvolvimento pacífico da sociedade burguesa
e da democracia burguesa…” Esta ditadura, que os comunistas
procuram estabelecer a todo custo, “só pode surgir como o
resultado do esmagamento da máquina do Estado burguês, do
exército burguês, do aparelho burocrático burguês, da polícia
burguesa.”
Estremecemos ao imaginar o “esmagamento” de tantas
instituições, a destruição do próprio sistema capitalista e o
advento de uma ditadura socialista plena. Pergunte a si
mesmo: o meio de dissuasão nuclear da América sobreviveria
a tal processo? Certamente, Pequim aplaudiria o advento de
um regime comunista em Washington, nem que seja só porque
o domínio mundial chinês estaria garantido.
É hora de sair da Califórnia
09/09/2020

Não adianta mentir para nós mesmos. O estado da


Califórnia não é mais seguro. O seu governo assumiu a
aparência de algo hostil. Ele é “progressista”, havendo se
virado para a “esquerda”. Ele colocou o tapete de boas-vindas
para o La Raza (UnidosUS), o Antifa e o Exército da
Libertação Popular. O estado parece ser administrado por
marxistas. Isso deveria nos surpreender? As elites empresariais
e políticas da Califórnia estão ligadas a Pequim. São
Francisco, com seus muitos acampamentos de sem-teto, é
parte colônia chinesa e parte zoológico liberal. Enquanto isso,
Los Angeles está se tornando uma cidade estrangeira.
Enquanto estas palavras são escritas, a Califórnia queima.
Do lado de fora da minha janela, cinzas estão caindo. O céu
tem um brilho laranja-rosado porque incêndios florestais estão
assolando todo o estado. Ontem, os incêndios derrubaram a
nossa conexão com a internet. Os principais políticos do
estado colocam a culpa dos incêndios no fracasso de Trump
em combater o “aquecimento global”. Mas os incêndios
florestais não se devem a mudanças climáticas globais. Os
incêndios, escreveu Chuck Devore da Forbes Magazine, são o
resultado de “décadas de má gestão ambiental que criou um
barril de pólvora de madeira não colhida, árvores mortas e
espessa vegetação rasteira.”[59]
Os esquerdistas radicais, que dominam a Califórnia, estão
destruindo-a lentamente. Seus anseios totalitários sempre
estiveram em evidência. Se você tiver alguma dúvida sobre o
assunto, considere o que aconteceu com a senadora estadual
republicana da Califórnia, Janet Nguyen, em 23 de fevereiro
de 2017. Logo após a morte do senador Tom Hayden, um
radical pró-comunista, Nguyen preparou um comentário sobre
as atividades traiçoeiras de Hayden durante a Guerra do
Vietnã. Ela primeiro leu sua declaração em vietnamita, mas
assim que começou a pronunciá-la em inglês, o senador
presidente Ricardo Lara disse que ela estava fora das normas,
desligou-lhe o microfone e trouxe o oficial de justiça para
escoltá-la para fora a sala.[60]
Mesmo antes de Nguyen tentar criticar Hayden, um
membro democrata chamado Dan Reeves, trabalhando para o
presidente do Senado, Kevin de Leon, havia enviado um e-
mail para a equipe de Nguyen, avisando que qualquer
declaração contra o senador Hayden seria uma violação dos
direitos de Hayden e “será considerada fora das normas e
reprovada pelo corpo [do Senado].”
O presidente do Senado, Kevin de Leon, assumiu total
responsabilidade pela ação contra Nguyen, enfim concordando
em deixá-la falar. No entanto, os verdadeiros sentimentos de
De Leon são melhor refletidos nas novas declarações de seu
colaborador, Dan Reeves, que afirmou que Nguyen não tinha
nenhum direito de criticar Hayden porque Hayden não a havia
criticado. Podemos ver, por meio disso, o verdadeiro norte da
bússola moral do dirigente democrata.
Esse lamentável caso aconteceu há mais de três anos.
Hoje a situação continua piorando. O governo estadual, por se
opor à eletricidade pelo bem do “planeta”, não permitiu a
construção de usinas elétricas suficientes; então a onda de
calor do mês passado resultou em contínuos apagões,
fechamentos de empresas e horas de trabalho perdidas. No
outono passado, houve desligamentos preventivos de energia.
Veja só: a possibilidade ocasional de que o vento pudesse
derrubar uma árvore numa linha de energia resultou em
cidades inteiras sendo privadas de energia. E no entanto as
florestas e os arbustos queimam mesmo assim.
O ambientalismo do tipo comunista, voltado para a
sabotagem da propriedade privada, é um aspecto importante da
política da Califórnia. Lembra da coruja-pintada? Eles
interromperam a queda de árvores para salvar a coruja-pintada.
Agora a coruja-pintada foi queimada junto com o seu habitat
porque os madeireiros não estão limpando as árvores mortas e
os galhos quebrados.
Seria uma ilusão esperar que o partido governante da
Califórnia mudasse. Eles não vão reprovar suas políticas
radicais. Conseqüentemente, empresas e pessoas estão
deixando o estado. Elas estão votando com os pés. Como um
amigo em São Francisco me disse esta manhã: “O povo está
fugindo, os aluguéis estão caindo; mas, mesmo com os
aluguéis caindo, o povo não quer morar aqui, porque aqui
virou um esgoto.”
O sinal está claro. É hora de sair da Califórnia. Estou me
preparando para sair também. Aconteça o que acontecer, vai
piorar na Califórnia antes de melhorar. Os Estados Unidos têm
tolerado a traição e a sedição por décadas. Nossa relutância
coletiva para identificar inimigos domésticos e externos levou
o país a uma crise. Mesmo agora, não estamos enfrentando os
fatos. A Califórnia, assim como a cidade de Nova York, está
sendo abandonada por aqueles que trabalham e produzem. Por
quê? Porque, no final, os marxistas são destruidores. Eles
destruirão a propriedade privada. Eles acabarão com a
liberdade de expressão. À medida que forem encorajados, sua
tirania aumentará.

O 13º Vindemiário da América?


16/09/2020

Daremos a eles um sopro de metralha.

— NAPOLEÃO BONAPARTE

Alguns dizem que a Revolução Francesa passou a se


recuperar quando Napoleão Bonaparte, no dia 13 do
Vindemiário (5 de outubro) 1795, ordenou que 40 canhões
abrissem fogo contra uma multidão armada de 30.000
parisienses. A multidão estava vindo para atacar a Convenção
Nacional no Palácio das Tulherias. De quatrocentos a mil
“cidadãos” nas primeiras filas da multidão foram massacrados
por metralhas e balas. A multidão fugiu em pânico. O poder na
França permaneceu com cinco homens que, em 1799, deram
lugar a um único homem — Napoleão.
Na América, agora mesmo, uma revolução está em curso.
Os revolucionários se vêem como paladinos da igualdade, do
anti-racismo e da “salvação” do planeta. A mentalidade por
trás da revolução de hoje pode ser vislumbrada nas “segundas
instruções táticas” da Adbusters Media Foundation (a respeito
de um cerco de cinqüenta dias à Casa Branca, programado
para 17 de setembro). De acordo com a Adbusters, a América
é oprimida por “forças das trevas”, consistindo em “hordas da
direita alternativa (alt-right) e supremacistas brancos”
supostamente alinhados com o presidente Donald Trump. Para
salvar a democracia americana desses “asseclas do mal”,
centenas de milhares de “manifestantes pacíficos” estão sendo
convocados a Washington, D.C. Seu objetivo declarado é
“lembrar a este regime autoritário” a importância da esquerda.
A Adbusters Media Foundation está localizada no
Canadá. Ela nem mesmo é americana. No entanto, decidiram
intervir na política americana. A esquerda é internacional,
obviamente, tendo pouca consideração por fronteiras ou
nações. A esquerda também se opõe à religião tradicional. Sua
ideologia revolucionária é algo saído da música de John
Lennon, Imagine. Alguns acham que essa música é linda. Mas,
olhando de perto, é uma condenação de Deus e do país (e,
também, da propriedade):

Imagine que não há paraíso


É fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós
Sobre nós somente o céu
Imagine todas as pessoas vivendo pelo dia de hoje

Imagine que não há países


Não é difícil imaginar
Nada pelo que matar ou morrer
E nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas vivendo a vida em paz

Você pode dizer que eu sou um sonhador


Mas eu não sou o único
Espero que um dia você se junte a nós
E o mundo será um só

Imagine que não há posses


Eu me pergunto se você consegue
Nenhuma necessidade de ganância ou fome
Uma irmandade de homens
Imagine todas as pessoas compartilhando o mundo
inteiro…

Vinda de uma estrela do rock super-rica vivendo sob o


capitalismo, a música é uma mistura muito peculiar de
melodia e hipocrisia. Se você tentar “imaginar” um mundo
sem fé religiosa, sem nações ou propriedade, é melhor você se
preparar; pois pessoas que não acreditam em nada são
perigosas, e pessoas que não têm país são chamadas de
“apátridas”, como os judeus que foram asfixiados por Hitler.
Fazer uma república do mundo inteiro é construir uma Torre
de Babel que desabará numa guerra civil. E um mundo sem
propriedade é ainda menos bonito; pois, como ninguém é dono
de nada, ninguém cuidará de nada. Por que alguém faria algo,
ou construiria algo, se não puder vendê-lo como propriedade
para outra pessoa? Os valores comunistas expressos na canção
de John Lennon são, na prática, uma inversão de todas as
coisas necessárias que tornam a civilização possível em
primeiro lugar. E, no entanto, nossos revolucionários, não
conhecendo nem filosofia nem história, vêem-se como
filósofos e fazedores da história.
Se nossos jovens revolucionários conhecessem só um
pouco de história, saberiam quanto sangue foi derramado na
tentativa de construir sua utopia socialista no século XX. Se
soubessem um pouco sobre ciência política, saberiam que o
seu ideal significa tirania na prática. Mas eles não sabem
quase nada. Isso é o que condena estes filhos da revolução.
Seus ideais foram testados na Rússia Soviética e na China
Comunista, em Cuba e na Venezuela — e em muitos outros
lugares, também. O resultado das revoluções socialistas é
sempre o conflito civil, fome causada pelo homem, execuções
em massa, informantes secretos, julgamentos espetaculares,
gulags e pobreza.
Ser tão desonesto a ponto de afirmar uma mentira e lutar
por essa mentira é renunciar à própria humanidade. Eis uma
passagem para a corrupção que apodrece a alma, se é que
alguma vez houve alguma. Ser tão descuidado, tão desatento, a
ponto de inconscientemente ficar do lado de “ideais”
totalitários, é declarar-se inimigo de todos os que pensam e de
todos os que realmente se importam. Essa desatenção se
reflete na própria linguagem de nossos jovens revolucionários.
Considere, por assim dizer, as profanações ultrajantes do
ativista do Black Lives Matter, John Sullivan, que deu o
seguinte discurso em 29 de agosto para uma multidão
esquerdista em Washington, D.C.:

…meu nome é John Sullivan. Sou de Salt Lake City,


Utah. Meu grupo é o Insurgents USA. Estamos prestes
a botar fogo nesta merda. Foda-se esta merda… Poder
para o povo! Poder para o povo! Poder para o povo!
[A multidão repete o refrão] Isso aí, caralho!
Precisamos chutar o Trump pra fora daquele escritório
lá, botando ele pra fora daquela merda. Não [estamos]
interessados em esperar pela próxima eleição.
[Estamos] interessados em pegar esse filho da puta.
Eu estou interessado nesta merda. Porque, sabem que
hora é agora? Quero que vocês repitam depois de
mim. É hora da revolução! É hora da revolução! É
hora da revolução! [A multidão repete o refrão].[61]

Isso é a música de John Lennon sem a melodia bonita. É,


obviamente, um refrão sedicioso — incitando a rebelião contra
o governo. Como tal, é punível por multas e prisão, embora
seja duvidoso que Sullivan venha a ser punido algum dia. Essa
agitação revolucionária é, em todos os lados, alimentada pela
tolerância equivocada do Estado. O que vai resultar disso?
“As idéias têm conseqüências”, observou Richard M.
Weaver, em um livro de mesmo título. A verdade absoluta
existe; e somos obrigados, como seres humanos, a encontrar
essa verdade e viver por ela. Caso contrário, a civilização
declina ou colapsa; pois a civilização se eleva apenas na
medida em que a verdade é honrada. O revolucionário violento
de hoje, no entanto, não acredita na verdade absoluta. Ele pode
nem mesmo acreditar na realidade. Noções falsas, ensinadas
por professores socialistas, o degradaram. O mesmo pode ser
dito de nossos políticos pavorosos — cujas invenções doentias
não são mais toleráveis.
As falsas idéias de esquerda, que estão por trás da
revolução de hoje e podem ser fatais para o nosso país, são
alimentadas e transmitidas por nossas universidades. Elas são
ignoradas pelos políticos e repetidas ad nauseam pela mídia.
Em sua forma atual, elas demonizam um único homem: o
Presidente Donald J. Trump. Como nas “segundas instruções
táticas” da Adbusters Media Foundation, encontramos Trump
descrito como “este presidente que é uma grande nulidade”
com “pecados demais para citar…” Mas a “grande nulidade”
verdadeira se encontra na esquerda. A canadense Adbusters
afirma estar trabalhando por “um movimento global de
mudança sistêmica — uma Primavera Global — um impulso
cultural em direção à verdadeira ordem mundial”. Mas é tudo
bobagem. Eles não saberiam o que é uma “verdadeira ordem
mundial”. Em primeiro lugar, se eles se importassem com a
opressão, estariam agonizando com os campos de trabalho
escravo da China e da Coréia do Norte. Mas não. Eles estão se
preparando para atacar a Casa Branca; e depois disso, os
subúrbios.
Quem, de fato, defenderá os subúrbios? Qual oficial,
designado para defender, diria com Bonaparte: “Daremos a
eles um sopro de metralha”? Quem tem a coragem?
Em 1850, Thomas Carlyle escreveu: “A explosão
francesa [de 1848], não prevista pelos homens mais astutos…
[desafiou toda] contabilização ou controle. Pouco depois
dela… toda a Europa explodiu…”. Ele acrescentava: “Em todo
lugar, a democracia incomensurável se ergueu monstruosa,
ruidosa, ostensiva, inarticulada como a voz do caos”. Carlyle
disse que a civilização “foi escandalosamente exposta aos cães
e aos profanos…” Os reis da Europa “olharam com horror
repentino, a voz do mundo inteiro urrando em seus ouvidos:
‘Vão embora, seus hipócritas imbecis… Fora com vocês,
fora!’” O que era mais condenatório, pensava Carlyle, era a
fraqueza da resposta oficial. Ninguém “permaneceu em seu
reinado, como em um direito pelo qual ele poderia morrer, ou
arriscar a pele”. Carlyle chamava essa resposta fraca de uma
“peculiaridade alarmante”. Ele escreveu: “A democracia, nesta
nova ocasião, encontra todos os Reis conscientes de que são
apenas atores.”
Hoje não temos um rei, mas uma Constituição. Nossa
Constituição, agora, é uma Constituição encenada? Alguém a
defenderá com seriedade? Pois, se você se comprometeu a
defender a Constituição, qual é a sua obrigação em relação aos
inimigos dela? Você não é obrigado a lidar com eles? Se você
prometeu fidelidade e é prefeito, governador, presidente,
general comandante, o que está esperando? Você não jurou
defender a Constituição contra “todos os inimigos,
estrangeiros e domésticos”? Ou é um juramento encenado que
todos esses funcionários de encenação fingiram fazer?
Ah, claro, eles nunca tiveram a intenção de cumprir o
juramento! Quando juraram, estavam todos apenas fingindo.
Todo o nosso funcionalismo, então, é uma fraude! Eis a
“alarmante peculiaridade” de Carlyle em nosso tempo, em que
leis e formas de governo solenemente constituídas são
abolidas pelo “guincho” da voz juvenil do Antifa. Napoleão
foi um açougueiro no 13 Vindemiário? Sim. Aquilo foi
horrível? Sim. Tendo jurado defender a Constituição da
França, ele tinha alguma escolha? Não. Havia, diante dele, um
dever a defender. Você tinha a idéia errada de que defender é
agradável?
A ordem é uma coisa necessária. Ela não deve ser
colocada de lado. O colapso da ordem, por sua própria
natureza, sempre significa uma carnificina encharcada em
sangue. Se a violência é necessária para fazer cumprir a
ordem, então é uma violência necessária. No entanto, a ordem
não pode ser estabelecida por homens fraudulentos ostentando
idéias fraudulentas. É por isso que, nesta conjuntura, apenas o
verdadeiro pode nos salvar. Como Carlyle observou:

Um fenômeno mais escandaloso… nunca afligiu a


face do sol. Falência em todo lugar; ignomínia suja, e
a abominação da desolação, em todos os lugares
elevados: é odioso de se olhar, como a carnificina de
um campo de batalha na manhã seguinte; — um
massacre não dos inocentes… mas uma queda
universal de Impostores e de Imposturas na rua!

O mistério da doutrina militar da China


24/09/2020
Na guerra, a sujeição do inimigo é o fim, e a
destruição de suas forças de combate, o meio.
— CARL VON CLAUSEWITZ

Roger Cliff é o autor de um estudo recente sobre o


Exército da Libertação Popular (People’s Liberation Army —
ELP), intitulado China’s Military Power: Assessing Current
and Future Capabilities (Poder Militar da China: Avaliando
Capacidades Atuais e Futuras).[62] Cliff diz que as guerras
modernas são decididas por estratégia e doutrina. Ele também
diz que a China esconde sua doutrina militar por trás da
desinformação e do sigilo.
Não deve ser surpresa que Pequim mantenha sua doutrina
militar oculta. A razão é simples. Os governantes chineses têm
duas faces: (1) uma face comunista; (2) uma face
capitalista. Vamos adivinhar qual é a sua verdadeira face?
O regime de Pequim é marxista-leninista. É totalitário e
criminoso. Ele reprime energicamente a dissidência, assassina
ativistas políticos, opera campos de trabalho de reeducação e
persegue fiéis religiosos. Acrescente-se a isso o crescimento
militar e o comportamento ameaçador da China em relação a
Austrália, Índia e Taiwan. Que sentido faz pensar que os
líderes chineses são capitalistas que apenas fingem ser
comunistas?
De acordo com Roger Cliff, os objetivos militares da
China são determinados pelo Partido Comunista governante.
Este partido subscreve a teoria revolucionária leninista — uma
teoria que visa engendrar a ruína do
capitalismo. Tradução: Pequim está tentando derrotar os
Estados Unidos.
Sobre este último ponto, Washington e o Pentágono estão
confusos. Ocasionalmente, eles vêem o que a China está
tramando. Mas então todos em Washington voltam a abraçar o
panda. Alguém poderia perguntar: por que negociamos com a
China se Pequim usa tantas práticas comerciais desleais? Por
que toleramos seu contínuo roubo intelectual e subversão
política?
Aqui, descobrimos que os legisladores americanos
também têm duas faces. Eles têm uma face que fica indignada
com os crimes de Pequim e uma face que quer fazer negócios
com Pequim. Qual é a verdadeira face dos legisladores
americanos? Vamos adivinhar?
É hora de dizer a verdade. A política americana de
comércio com a China é perigosa. Ela tem que parar. Não
devemos compartilhar tecnologia com o Exército da
Libertação Popular. Não devemos dar aos comunistas chineses
acesso ao nosso sistema financeiro. O presidente Xi Jinping é
um bandido que está sentado no alto de um regime assassino,
repleto de corrupção e aparelhado para a agressão militar. Uma
colaboração estreita com tal regime nos dará uma faca nas
costas.
É apenas uma questão de quando os comunistas chineses
decidirão nos esfaquear. Afinal, a América é o inimigo que o
Partido Comunista jurou destruir. No livro de Roger Cliff, há
várias pistas sobre a estratégia militar da China para derrotar
os Estados Unidos. Sabemos que a estratégia chinesa enfatiza
a preempção, a surpresa e o desejo de “decisão rápida”. Os
textos chineses dizem: “tome a iniciativa o mais rápido
possível”. Consistentes com a prática chinesa antiga, esses
textos também enfatizam evitar um “engajamento direto com
as forças militares inimigas”, juntamente com “ataques de
precisão” e “liderança unificada sob comando centralizado”.
Em termos da doutrina militar da China, eis os lemas para
os documentos secretos de “Orientação de Campanha” da
China: (1) “operações combinadas integradas” (sugere uma
invasão anfíbia); (2) “novos domínios de luta” (sugere que a
operação anfíbia mirará em objetivos fora da esfera de
influência da China); (3) “expansão do escopo das operações”
(sugere um palco de operações inteiramente novo). Se
tomarmos juntos os três conceitos de “Orientação de
Campanha”, parece que os chineses vislumbram algum tipo de
invasão naval/anfíbia envolvendo “novos domínios”, mediante
a expanção do “escopo das operações [militares].”
Mais recentemente, o ELP emitiu um quarto conceito de
“Orientação de Campanha” em apoio aos três primeiros: a
saber, “operações antiterroristas”. Os chineses aparentemente
esperam ocupar o território de alguém, encarregando-se da
resistência civil (isto é, “terrorismo”). Assim, o
“antiterrorismo” é necessário, possivelmente seguindo as
linhas das referências do General Chi Haotian (em
seu discurso secreto)[63] ao assassinato de “mulheres, crianças
e prisioneiros de guerra”.
Poderiam os documentos de “Orientação de Campanha”
do ELP referir-se a um ataque direto ao território dos EUA
após o colapso da economia dos EUA num cenário de guerra
civil?
Quando questionado pelo autor se uma invasão da
América do Norte já foi alguma vez contemplada por
estrategistas russos ou chineses, o Coronel Stanislav Lunev
(um desertor russo) se referiu à Operação Weserübung — a
invasão alemã da Noruega em 1940. Em seguida, ele fez uma
menção especial às tropas de infiltração alemãs. O papel
dessas tropas, em um cenário de invasão russa/chinesa,
poderia ser bastante ampliado para operações na América do
Norte. As tropas poderiam ser infiltradas nos Estados Unidos
como turistas, estudantes ou estrangeiros ilegais. Uma vez
dentro dos Estados Unidos, elas poderiam pegar uniformes e
armas em esconderijos de armas secretos. Elas poderiam então
assegurar os principais pontos de entrada (como aeródromos e
portos). As forças invasoras não precisam vir diretamente da
China ou da Rússia. Lunev observou que as idéias
apresentadas no Telegrama Zimmerman,[64] durante a Primeira
Guerra Mundial, estavam à frente de seu tempo. Nesse
telegrama, o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha
propôs uma aliança militar entre o México e a Alemanha
Imperial. O México, nas circunstâncias certas, poderia ser um
importante aliado de uma potência invasora. (Embora a
Alemanha naquela época não estivesse em posição de invadir
os Estados Unidos ou de posicionar tropas no México).[65]

A conversa democrata sobre secessão


28/09/2020

Caros Estados Vermelhos… Decidimos ir embora.


Pretendemos formar nosso próprio país, estamos
levando os outros Estados Azuis[66] conosco… isso
inclui Havaí, Óregon, Califórnia, Novo México,
Washington, Minnesota, Wisconsin, Michigan, Illinois
e todo o Nordeste.

— LANNY DAVIS (TWITTER)

O que devemos pensar sobre democratas proeminentes,


como Lanny Davis, que querem dividir a América em dois
países separados — segundo linhas partidárias?
Em seu discurso de despedida, George Washington
explicou que a união deve ser considerada como “o paládio”
de nossa “segurança política e prosperidade…” A união é tão
benéfica, e a desunião tão prejudicial, ele acrescentou, “que
sempre haverá razão para desconfiar do patriotismo daqueles
que em qualquer parte possam se esforçar para enfraquecer os
seus vínculos”.
Washington advertiu contra aqueles que, ao buscar a
desunião, distorcem as opiniões e objetivos dos outros:
“Nunca é demais se proteger contra os ciúmes e
ressentimentos que brotam dessas distorções; eles tendem a
tornar estranhos uns para os outros aqueles que deveriam estar
unidos pelo afeto fraternal”.
Um governo da totalidade é “indispensável”, disse
Washington, mesmo que apenas por razões de defesa nacional.
Ele explicou: “Nenhuma aliança, por mais estrita que seja,
entre as partes pode ser um substituto adequado; elas
inevitavelmente vivenciarão as infrações e interrupções que
todas as alianças em todos os tempos vivenciaram.” A
Constituição que nos une sob uma única lei, “é
inviolavelmente obrigatória para todos. A própria idéia de o
poder e o direito do povo estabelecerem um governo
pressupõe o dever de cada indivíduo obedecer ao governo
estabelecido.”
Qualquer coisa destrutiva desses princípios fundamentais,
advertiu Washington, terá “uma tendência fatal”. Qualquer
coisa que sirva para “organizar uma facção, para lhe dar uma
força artificial e extraordinária”, deve ser desaprovada. A
oposição constante à autoridade reconhecida e “o espírito de
inovação em relação aos seus princípios” também devem ser
desaprovados. Washington considerou que o “espírito
partidário” é justameente o “pior inimigo” do governo
popular:

A dominação alternada de uma facção sobre a outra,


aguçada pelo espírito de vingança, natural da
dissensão partidária, que em diferentes épocas e países
perpetrou as mais horríveis enormidades, é ela mesma
um despotismo assustador.

Washington advertiu que a contenda partidária “agita a


comunidade com ciúmes infundados e alarmes falsos, desperta
animosidade de uma parte contra a outra, fomenta
ocasionalmente tumultos e insurreições”. Mais perigoso ainda,
Washington alertou que despertar tal animosidade interna
“abre a porta para a influência e corrupção estrangeira, que
encontra um acesso facilitado ao próprio governo por meio dos
canais das paixões partidárias”. Em outras palavras, os Estados
Unidos, por meio desse processo, poderiam ficar sujeitos a
uma potência estrangeira.
A conversa de secessão por parte de um democrata
proeminente, como o ex-conselheiro especial da Casa Branca
Lanny Davis, não é brincadeira. Ele exibe, em vários tuítes,
um ódio ardente por cristãos e conservadores, referindo-se a
eles como “desgraçados loucos”. Seus elevados ideais não
passam de má educação, insolência e cinismo degenerado.
Você quer dividir o país, Lanny? Pessoas da sua laia têm
tido a permissão de dominar o nosso país por tempo demais.
Agora vemos o que vocês são; isto é, todas aquelas coisas que
vocês acusam os outros de ser. Sim, Lanny, isso mesmo. Você
é um homenzinho desagregador. Um intolerante. Você não tem
caridade para com seus próprios compatriotas; e você não tem
nenhum intelecto verdadeiro, sendo incapaz de avaliar os
argumentos intelectuais daqueles que você tem denunciado.
Você realmente acha que é honesto — ou mesmo inteligente
— dizer que uma criança humana nascitura não é humana?
Você acha que é inteligente sugerir (por meio de argumentos
complicados) que nosso país não deveria ter uma fronteira? —
quando todos os outros países do mundo têm uma! Sua
opinião é a de que Trump é um belicista e um fantoche russo?
Olhe para seus clientes, Sr. Davis. Quer ver um fantoche da
Rússia e da China? Os Clinton se encaixam na descrição muito
melhor que o presidente Trump.
Divida este país por sua própria conta e risco, Sr. Davis.
A União é indivisível. Milhões lutaram por ela e milhões
lutarão novamente. E agora você mostra suas presas
esquerdistas, como se quisesse nos impressionar. Muitos de
nós já sabemos o que você é. Sim, enxergamos você com
clareza: — enxergamos o seu coração de traidor, seus clientes
corruptos, suas cidades azuis disfuncionais (como São
Francisco e Nova York) sendo entregues a bandidos e
criminosos. Tudo em seu mundo cheira a esgoto a céu aberto.
Nós entendemos. Entendemos sim.
Você é um subversivo, Sr. Davis, e agora é um defensor
da traição. Então, eis aqui algumas linhas de escolha a respeito
de seu projeto, retiradas de Tróilo e Créssida de Shakespeare:

Oh, quando os graus se abalam,


Que são a escada a todo alto desígnio,
Logo se adoenta a empreitada! Como poderiam as
comunidades,
Os graus nas escolas e as confrarias nas cidades,
O comércio pacato desde margens divisíveis,
A primogenitura e o direito de nascença,
A prerrogativa da idade, as coroas, cetros, louros,
Senão pelos graus, manter-se no lugar autêntico?
Apenas retirai os graus, desafinai esta corda,
E ouvi a discórdia que se segue! Cada coisa se
encontra
Na mera opugnação. As águas delimitadas
Alçariam as superfícies mais alto que as margens,
Ensopando todo este globo sólido;
O vigor seria senhor da imbecilidade,
E o insolente filho golpearia o pai à morte;
A força estaria certa; ou antes, o certo e o errado
(Entre cujo jarro infinito a justiça reside)
Perderiam os nomes, e assim perderia a justiça
também.
Tudo então inclui-se no poder,
O poder, na vontade, a vontade, no apetite;
E o apetite, um lobo universal,
Assim duplamente secundado por vontade e poder,
Há de fazer por força uma presa universal,
E no fim comer-se a si mesmo.

A dialética de Putin
09/10/2020

O Partido Democrata está tradicionalmente mais


próximo de… idéias social-democratas. E foi a partir
do ambiente social-democrata que o Partido
Comunista evoluiu. Afinal, eu fui membro do Partido
Comunista Soviético por quase 20 anos. Eu era
membro da base, mas pode-se dizer que eu acreditava
nas idéias do partido. Ainda gosto de muitos desses
valores de esquerda. Igualdade e fraternidade. O que
há de ruim neles? Na verdade, eles são semelhantes
aos valores cristãos.

— VLADIMIR PUTIN

O presidente Vladimir Putin, da Rússia, deu uma


entrevista na semana passada, na qual negou ter interferido nas
eleições americanas. Ele foi questionado sobre qual candidato
o agradava mais — Trump ou Biden? “Somos espectadores”,
respondeu Putin; “não interferimos no processo”. Sobre as
alegações de que a Rússia tinha interferido nas eleições
americanas no passado, ele disse: “Isso é a prova do padrão da
cultura política [na América] — ou da falta dele.”
Putin achou um pouco divertido o crédito que ele recebeu
(dos democratas) por manipular as eleições de 2016.
Referindo-se ao impeachment de Trump no início deste ano,
Putin observou: “quando alguém tenta humilhar ou insultar o
chefe de estado em exercício, neste caso… isso na verdade
aumenta o nosso prestígio, porque estão falando sobre nossa
incrível influência e poder. De certa forma, pode-se dizer que
eles estão jogando a nosso favor…”
A sutileza de duplo sentido dos comentários de Putin não
parou por aí. Putin admitiu que o presidente Trump estava
interessado em melhorar as relações russo-americanas.
Embora isso certamente tenha sido apreciado em Moscou, a
realidade da política de Trump acaba sendo negativa em
relação à Rússia. De acordo com Putin, “o maior número de
tipos variados de restrições e sanções foi introduzido durante a
presidência de Trump”. Trump impôs novas sanções ou
estendeu sanções existentes 46 vezes e retirou-se do Tratado
INF, disse o presidente russo.
Então Putin começou a analisar os democratas. Ele notou
a “retórica anti-russa bastante contundente” dos democratas.
No entanto, os democratas compartilham idéias social-
democratas européias, e essas também são as idéias do Partido
Comunista da União Soviética. Este foi o partido ao qual Putin
pertenceu por quase vinte anos. Putin admitiu: “Eu acreditava
nas idéias do partido. Ainda gosto de muitos desses valores de
esquerda. Igualdade e fraternidade O que há de ruim neles? Na
verdade, eles são semelhantes aos valores cristãos.” Portanto,
insistiu ele, há “uma base ideológica para desenvolver contatos
com o representante democrata”.
Então, com uma piscadela para o Black Lives Matter,
Putin disse: “É um fato que os afro-americanos constituem…
um dos eleitorados do Partido Democrata. É um fato bem
conhecido… A União Soviética também apoiou o movimento
dos afro-americanos por seus direitos legítimos.” Putin
acrescentou:

Lá na década de 1930, os líderes da Internacional


Comunista escreveram que tanto os trabalhadores
negros quanto os brancos tinham um inimigo comum
— o imperialismo e o capitalismo. Eles também
escreveram que essas pessoas poderiam se tornar o
grupo mais eficaz na futura batalha revolucionária.
Então, isso é algo que pode ser visto… como valores
comuns, se não como um agente unificador para nós.
Não tenho medo de dizer isso. Essa é a verdade. Você
se lembra… de uma época em que enormes retratos de
Angela Davis, membro do Partido Comunista dos
Estados Unidos e ardente lutadora pelos direitos dos
afro-americanos, estavam em exibição em toda a
União Soviética?

A camaradagem ideológica entre comunistas soviéticos e


democratas americanos é agora inequívoca, e Putin escolheu
um momento interessante para acenar para seus camaradas
americanos. Muitos ficarão surpresos, talvez até alarmados
com essa guinada repentina; mas não há absolutamente
guinada nenhuma. Em geral, o mundo tem sido enganado
pelos russos. Putin não é nacionalista, como os nacionalistas
russos têm atestado. Putin não é pró-capitalista. Ele ainda
gosta das idéias marxistas, assim como seus futuros parceiros
no Partido Democrata. Na verdade, Putin disse que Biden está
“pronto” para assinar um “novo tratado sobre reduções de
ofensiva estratégica” com Moscou.
Como Putin sabe com o que Biden está pronto para
concordar? Bem, em vista dos relacionamentos anteriores de
Biden com “antigos” funcionários soviéticos na Ucrânia e na
Rússia, e os negócios lucrativos de sua família com a China
comunista, a resposta deveria ser óbvia. O engraçado para o
ex-coronel da KGB é que ele pode dizer a verdade, de maneira
clara e simples, enquanto muitos observadores simplesmente
não acreditarão nele. Enquanto isso, os comunistas nas ruas da
América são encorajados por tais comentários. Eles têm um
aliado poderoso no Kremlin e um aliado poderoso em Pequim.
Portanto, está na hora de queimar mais lojas sofisticadas,
forçar os brancos do subúrbio a se ajoelhar e derrubar o
governo.[67]
Dois presidentes, duas narrativas
11/11/2020

O Sr. Lincoln chegou a Washington e assumiu as


rédeas do controle. Logo ficou muito evidente que, no
que diz respeito ao Partido Republicano, a secessão,
se administrada de maneira adequada, é mais um
benefício do que um infortúnio.

— HENRY ADAMS

Em seu famoso ensaio, “The Great Secession Winter of


1860-61” (“O Inverno da Grande Secessão de 1860-61”),
Henry Adams escreveu: “Aparece de maneira muito
generalizada entre nosso povo que a nossa teoria de governo é
um fracasso.” Essa falha se manifestou em 18 de fevereiro de
1861, quando Jefferson Davis prestou juramento como
Presidente Provisório dos Estados Confederados da América
na escada do Capitólio do Estado do Alabama. Duas semanas
depois, Abraham Lincoln foi empossado como o 16º
presidente dos Estados Unidos no Pórtico Leste do Capitólio
dos Estados Unidos em Washington, D.C. Naquele momento,
a América tinha dois presidentes em vez de um. Duas
narrativas em vez de uma. Dois exércitos opostos em vez de
um exército unificado.
É claro que foi um erro de Adams pensar que a divisão do
país era “antes um benefício que um infortúnio”. Ele não
previa os campos de batalha cobertos de cadáveres. Ele não
dizia como as incontáveis disputas seriam resolvidas entre o
Norte e o Sul. Adams era então inexperiente demais para ver
que nenhum benefício poderia sair de dois presidentes
liderando dois países com dois exércitos.
A polarização política da América, antes de 1861, foi um
processo gradual. Demorou tanto, e avançou com tanta
sutileza, que Abraham Lincoln zombou da probabilidade da
secessão do Sul durante a convenção do Partido Republicano
de 1860 em Chicago. O Sul estava blefando, disse ele. A
secessão nunca aconteceria porque o Sul perderia cargos
federais e privilégios. Obviamente, Lincoln estava errado. A
maioria dos políticos do Sul não se importava com cargos
federais e privilégios. Eles tinham outras prioridades. Pode-se
dizer, portanto, que um longo processo de polarização levou a
um desmembramento do país e a uma guerra civil sangrenta.
A polarização da América, antes de 2020, também foi
gradual — mascarada pela prosperidade e aparente
estabilidade do país. O país agora está dividido em dois
campos, governados por princípios diametralmente opostos.
As diferenças são agora tão contundentes, tão profundas, que é
inconcebível que tolerem um ao outro por muito tempo. A
violência do verão passado é apenas uma amostra do que
devemos esperar.
Apesar do que a mídia diz, Joseph Biden não ganhou a
presidência legalmente. A eleição está em disputa por causa de
“irregularidades” eleitorais. E agora, com dezenas de milhões
de cédulas pelo correio, um princípio básico das eleições livres
e justas foi violado; ou seja, a exigência de que as pessoas
compareçam pessoalmente para votar. Uma eleição com
cédulas pelo correio, enviada por Deus sabe quem, era um
convite permanente à fraude. E uma fraude gigantesca foi
exatamente o que aconteceu.
Votar tem a ver com responsabilidade do governo. A
fraude eleitoral, em sua essência, anula essa responsabilidade.
Grande parte de nossa mídia, e os partidários de Biden, não
querem ser responsabilizados. De seus lábios, falar em
investigar “irregularidades” eleitorais produz zombaria, de um
lado, e ameaças, de outro. Por vários indícios, dão-nos a
entender que qualquer contagem adequada dos votos pode
levar à violência generalizada. A esquerda, afinal, preparou
esta ameaça com antecedência (exatamente para esta
eventualidade).
Desde os saques e vandalismos do verão passado, a
esquerda tem recorrido à violência e à intimidação. Sua
política é a política da extorsão. A esquerda, em essência, está
pedindo ao país que comprometa a transparência eleitoral para
evitar violência. Se a América ceder, o Partido da Extorsão
estenderá o seu domínio sobre todo o país. Se não for
reprimido pelo poder da polícia, virá uma atrocidade depois da
outra. O Partido da Extorsão, tendo conquistado a polícia,
começará a exercer seus próprios poderes de polícia. Será
então uma questão de aceitar a escravidão ou travar uma
guerra civil.
Em que medida esse cenário é realista? Um amigo
americano na América do Sul, que testemunhou o colapso da
Venezuela e a guerra civil na Colômbia, me mandou uma
mensagem na noite da eleição. Vendo que o Arizona havia
mudado para o lado de Biden, ele sentiu que as cartas estavam
marcadas, que a eleição seria roubada. Havendo perdido a fé
na justeza do processo, com décadas de experiência latino-
americana nas costas, ele sugeriu que a guerra civil seria nossa
única saída. Eu fiquei chocado. Mas olhe para a situação a
partir do ponto de observação dele: a América poderia
escolher ou o destino da Venezuela ou o destino da Colômbia.
No primeiro exemplo, os venezuelanos se sujeitaram a várias
eleições fraudulentas e perderam sua liberdade para uma
ditadura socialista. No segundo exemplo, a Colômbia salvou-
se pela resistência à esquerda numa longa guerra civil.
Essa análise terrível pareceria excessivamente pessimista à
maioria dos americanos. A fraude eleitoral, afinal de contas, é
um problema latino-americano e não americano. Todavia, as
eleições da América não seguem as diretrizes de nossa própria
Comissão de Assistência Eleitoral (Election Assitance
Commission — EAC). Dos dez requisitos da EAC para uma
eleição livre e justa, os Estados Unidos ficam aquém em
quatro pontos: (1) Os votos foram lançados sem o registro
adequado; (2) dezenas de milhões não votaram pessoalmente;
(3) não foram contados todos os votos lançados; (4) e nos
casos de Detroit e Filadélfia, o presidente Trump não foi
autorizado a ter um agente dentro das seções eleitorais.
Mesmo que a maioria dos americanos desvie o olhar e
finja que nada aconteceu, o problema não irá embora. A
polarização segue uma lógica própria. Em 1860-61, a maioria
dos americanos não achava que a eleição de 1860 levaria à
secessão do Sul, seguida de uma guerra civil. “Que os estados
do sul se separem, se quiserem”, as pessoas diziam. “Eles
acabarão voltando para a União.” Esse é o tipo de pensamento
positivo que geralmente prevalece no início de uma crise.
Porém muito em breve o pensamento positivo dá lugar à
realidade. Em 1861, o ataque confederado ao Forte Sumter
causou uma mudança psicológica no Norte. De repente, os
sulistas foram vistos como “rebeldes” e “traidores” que faziam
guerra ao seu próprio país.
Na crise atual, uma mudança semelhante na psicologia
nacional não pode ser descartada. Tudo depende de como as
coisas se desenrolem deste ponto em diante. Os advogados do
presidente Trump irão provar que uma fraude eleitoral
gigantesca ocorreu. Se a esquerda e o Partido Democrata se
recusarem a aceitar o veredicto dos tribunais, teremos dois
presidentes, duas narrativas e dois campos armados.
Pode ser prematuro escrever, no momento, sobre “O
Inverno da Grande Secessão de 2020–2021”, mas teremos de
confrontar a corrosão do primado da lei na América. Não
podemos nos esconder disso. Um confronto virá, seja agora ou
mais tarde. Enquanto isso, em Pequim, os comunistas chineses
acreditam que conquistaram duas vitórias contra os Estados
Unidos. Primeiro, perturbando nossa sociedade com um vírus;
e segundo, há o “golpe Biden”.
O processo político na América se tornou, ao longo dos
anos, um processo de subversão estrangeira sob a falsa
bandeira da política de interesse especial. Fizemos vista grossa
a esse processo porque valorizamos a paz e o sossego. O
dissidente russo Natan Sharansky disse certa vez: “Nas
ditaduras, você precisa de coragem para lutar contra o mal; no
mundo livre você precisa de coragem para enxergar o mal.” Se
não quisermos enxergar, se enterrarmos a cabeça na areia, a
América não continuará como uma grande potência. A
verdade é que fomos subvertidos, nossas instituições foram
penetradas e comprometidas. Sem clareza de visão quanto a
isso, estamos condenados à derrota. O sistema dos Pais
Fundadores não pode compensar a falta de coragem de nossa
parte.
Em 1861, Henry Adams pensou que o “experimento” da
América com o governo republicano fracassaria porque os
próprios Pais Fundadores duvidavam de suas chances de
sucesso. Eles sabiam que haveria problemas, especialmente
sobre a questão da escravidão. Henry Adams escreveu: “Por
uma necessidade lamentável que tem crescido com seu
crescimento, o país continha em si mesmo, em sua fundação,
as sementes de seus problemas futuros.” A América superou
esses problemas, com um alto custo em sangue e tesouro. E
agora estamos encarando problemas piores.
A nova religião do socialismo, que tem devastado muitos
países ao redor do mundo, agora nos apanha de surpresa em
casa. Ela tem crescido como um câncer, dentro do estado,
dentro da cultura. Se o câncer do socialismo continuar sem
controle, ele destruirá o país. Com Joe Biden na Casa Branca,
os socialistas vão fechar o cerco para a matança. A deputada
Alexandria Ocasio-Cortez e outros já estão falando em fazer
listas dos apoiadores de Trump para represálias futuras.
É preciso coragem para enxergar o mal, como disse
Sharansky. E é para ter coragem que devemos rezar. Não
podemos ter medo de dois presidentes com duas narrativas e
dois campos armados; pois, se não confrontarmos o mal, ele
nos destruirá. Nesse caso, não haverá nenhum presidente e
nenhum país.

Cegueira voluntária
20/11/2020
Pense nos interesses globais por trás de suas próprias
organizações de notícias. Pense na pressão mobilizada
pelas empresas de rede social para impedir a liberdade
de expressão acerca de qualquer contestação às
eleições. Este é um esforço gigantesco, bem
financiado e coordenado para privar a ‘nós, o povo
dos Estados Unidos’ de nosso direito mais
fundamental sob a Constituição, que é o de preservar
esta República que todos prezamos. É o 1775 de nossa
geração e das seguintes.

— SIDNEY POWELL, 19 DE NOVEMBRO DE 2020


CONFERÊNCIA DE IMPRENSA DOS ADVOGADOS DA
CASA BRANCA SOBRE A FRAUDE ELEITORAL

A fraude eleitoral em 3 de novembro foi significativa. A


evidência de fraude foi apresentada ontem em uma
conferência de imprensa liderada por Rudy Giuliani e Sidney
Powell. A questão é: vamos restabelecer os valores da
Revolução Americana ou vamos abraçar os valores da
Revolução Bolchevique? Estamos prontos para verdades
duras? Ou preferimos a cegueira voluntária? Eis o cerne da
questão. A civilização é uma proposição ética. E a ética está
enraizada na verdade — não na cegueira.
Durante uma entrevista com Sydney Powell na Fox
Business, Lou Dobbs lamentou que o Departamento de Justiça
(DOJ) fosse “lento para agir” em irregularidades eleitorais.
Powell objetou. O problema com o DOJ não era a lentidão,
disse Powell. “Eles adotaram uma atitude de cegueira
voluntária para essa corrupção gigantesca em todo o país…”
A cegueira voluntária, neste caso, é o resultado de
compromissos ideológicos; especificamente, compromissos
socialistas. Como Benjamin Gitlow apontou há nove décadas,
os socialistas da América foram corrompidos, após o sucesso
da Revolução Bolchevique, pelos ensinamentos de Lenin de
que os fins justificam os meios. Um desrespeito cínico pelo
trato honesto e pela verdade tornou-se moda na esquerda
radical. E agora vemos como isso se desenrola, conforme
observado por Sidney Powell durante a entrevista coletiva dos
advogados da Casa Branca na quinta-feira. Ela falou de um
“ataque gigantesco à integridade do sistema de votação…” Ela
disse: “Eles destruíram o direito ao voto… E não há dúvidas
quanto a isso. Isto é um plano. Você teria de ser um tolo para
não perceber.” Powell falou sobre “a enorme influência do
dinheiro comunista vindo por meio da Venezuela, de Cuba e,
provavelmente, da China” em nossa eleição.
Como os comunistas fizeram isso? Vários métodos foram
usados. O método de maior impacto supostamente envolvia o
uso de um software de computador para alterar votos.
De acordo com Powell, eles usaram os “sistemas de
votação da Dominion, a tecnologia de software da Smartmatic,
e o software que entra em outros sistemas de votação
computadorizados”. Estes foram “criados na Venezeula, sob a
direção de Hugo Chávez, para garantir que ele nunca perdesse
uma eleição…” Powell mencionou uma “testemunha muito
forte que explicou como é que funciona.”
Chávez, é claro, era comunista. Ele morreu na Cuba
comunista antes de passar o poder para Nicholas Maduro, o
atual ditador da Venezuela. Os comunistas têm mantido o
poder na Venezuela por meio de eleições fraudulentas. E agora
eles exportaram esse método de tomar e manter o poder para
os Estados Unidos.
Você pode perguntar: como isso aconteceu? E por que o
Departamento de Justiça não interveio para proteger a
integridade de nosso sistema eleitoral? E por que o sistema de
justiça permitiu que práticas eleitorais corruptas se
desenvolvessem?
Isto é o que você provavelmente esqueceu: os comunistas
entraram em nosso sistema de justiça depois de dominarem
várias faculdades de direito. Sob o comando dos Clinton e de
Obama, eles invadiram o governo, infectando o Departamento
de Justiça com “cegueira voluntária”. O ex-funcionário do
DOJ J. Christian Adams[68] explicou a situação da seguinte
forma: “Na verdade, a instituição específica projetada para
proteger nossos direitos está ocupada por pessoas que
acreditam que alguns de nós não são dignos de proteção”.
Adams continuou a explicar:

O DOJ já tinha a sua cota de radicais de esquerda


durante o governo Bush, mas seus trambiques eram
contrabalançados pelo profissionalismo de advogados
não-ideológicos recém-contratados e pela liderança
política. Mais tarde, no governo Obama, vi o que
acontece quando todas as partes da máquina
burocrática resistem a fazer a coisa certa…

De acordo com Adams, “o DOJ agora conta com muito


mais extremistas do que nunca. A perspectiva de que esses
sejam os exatos indivíduos que farão cumprir as leis
eleitorais… deveria manter todo americano que respeita a lei
acordado à noite.”
E agora chegamos. A esquerda está tentando roubar uma
eleição. Se tiverem sucesso, começarão a exercer um novo tipo
de poder. Eis o contexto para compreender a declaração de
Powell a Lou Dobbs. Ela sabe que a esquerda está
ideologicamente comprometida em substituir nosso sistema
constitucional por um sistema socialista. Eles pretendem usar a
pandemia em curso como uma alavanca. A menos que sejam
impedidos, os Estados Unidos poderão estar politicamente e
militarmente enfraquecidos além do ponto de recuperação.
Nada sobre a nossa eleição roubada deve nos surpreender.
Fomos alertados acerca da fraude eleitoral por muitos anos.
Jornalistas da América do Sul, como Allan dos Santos,[69]
tentaram nos alertar. Membros do Congresso tentaram nos
alertar. Powell citou uma carta de 2006 escrita a Hank Paulson
pela congressista Carolyn B. Maloney, alertando que agentes
estrangeiros, escondidos atrás de vários nomes de empresas,
estavam passando a fazer parte dos sistemas de votação
computadorizados americanos. Referindo-se ao software de
votação da Smartmatic, a carta afirmava que um empresário
venezuelano possuía um “controle acionário” da Smartmatic.
Os outros proprietários estão “escondidos por uma rede de
entidades privadas offshore.”
Dois senadores norte-americanos expressaram
preocupações quanto à integridade de nossas urnas eletrônicas
no ano passado, observou Powell. “O porquê de nosso governo
não os ter levado a sério está além da minha compreensão”,
acrescentou Powell.
E quanto aos perpetradores da fraude eleitoral com
ligações estrangeiras? Powell fez a seguinte observação, que
vale a pena citar: “os executivos da Dominion não se
encontram em lugar nenhum agora. Eles estão mudando seus
escritórios para lugares diferentes de um dia para o outro. Seu
escritório em Toronto [Canadá] era compartilhado com uma
das entidades de Soros.” (É claro).
Abrindo um parêntese, pessoas associadas ao
desenvolvimento do software Smartmatic fizeram algumas
declarações curiosas. De acordo com Powell,

Falando da liderança da Smartmatic, um dos


detentores de patentes da Smartmatic, Eric Coomer,
[70] acredito que seja seu nome, aparece na internet

como tendo sido gravado numa conversa com


membros do Antifa, dizendo que ele havia
manipulado a eleição a favor de Biden, ‘Nada para se
preocupar aqui.’ E que eles iam ‘F* o Trump’. Suas
redes sociais estão cheias de ódio pelo presidente e
pelos Estados Unidos da América como um todo,
assim como as contas das redes sociais de muitas
outras pessoas da Smartmatic.
Powell então declarou que este sistema computadorizado
de contagem de votos corrupto (associado à Smartmatic) foi
“usado em duas mil jurisdições e trinta estados”. O uso
generalizado do software desafia os avisos de especialistas de
que o software é altamente vulnerável à manipulação. “As
pessoas podem literalmente entrar e mudar o que quiserem”,
observou Powell.
Powell e Giuliani falaram longamente durante a coletiva
de imprensa dos advogados da Casa Branca. Ambos são
notáveis por sua coragem e serviço público. Os advogados
envolvidos neste processo têm sido fisicamente ameaçados e
assediados. Estas não são pessoas estúpidas, mas sim pessoas
altamente profissionais. As tentativas de ridicularizá-las
acabarão no fim saindo pela culatra. Os cidadãos estão
começando a se manifestar. Considere a recente apresentação
do ator Jon Voight, que fez uma declaração muito forte:

Vídeo: “…esta contagem de votos é corrupção, assim


como eles…”[71]

Esta é uma mensagem que é bem recebida por milhões de


americanos, e ela vai crescer. Por que ela vai crescer? Porque a
esquerda militante se tornou um câncer na República — um
câncer de corrupção que agora ameaça nossa liberdade.
Giuliani disse durante a coletiva de imprensa na quinta-
feira: “Nosso país teve seus votos contados — calculados e
manipulados — em um país estrangeiro com uma empresa
controlada por amigos de um inimigo dos Estados Unidos”.
Isso é um resumo e tanto.
Powell tinha razão quando alertou que é o 1775 outra vez.
O povo deste país tem uma reclamação real. Se não for levada
a sério, haverá um colapso no sistema político do país. “Os
americanos estão fartos da corrupção do nível mais baixo ao
nível mais alto de nosso governo”, disse Powell, “e nós vamos
retomar este país. Não seremos intimidados. Não vamos
recuar.”[72]

Um livrinho perturbador
24/11/2020

Quem quer que defenda a restauração dos valores,


mais cedo ou mais tarde se depara com a objeção de
que não se pode voltar, ou como é provavel que a
frase seja: ‘você não pode fazer o relógio andar pra
trás’. Ao presumir desta forma que somos prisioneiros
do momento, a objeção revela bem a posição
filosófica do modernismo.

— RICHARD M. WEAVER

Richard M. Weaver nasceu em 3 de março de 1910 e


morreu em 1 de abril de 1963. Ele foi um estudioso e autor
cujo trabalho continua relevante até hoje. Se tivesse vivido até
o fim da Guerra Fria, ele não teria parabenizado a América por
sua suposta vitória. Ele sabia que o comunismo era parte de
um problema mais profundo; isto é, um problema filosófico e
moral. O Ocidente estava aos poucos entrando em decadência.
Estava se desintegrando espiritualmente. “Todo homem que
participa de uma cultura tem três níveis de reflexão
consciente”, observou Weaver: “suas idéias específicas sobre
as coisas, suas crenças ou convicções gerais, e o seu sonho
metafísico do mundo”.
O homem ocidental perdeu o seu sonho metafísico do
mundo. De acordo com Weaver, nosso sentimento intuitivo
sobre a natureza da realidade é a chave. Como ele explicou,
“esta é a confirmação à qual tanto as idéias quanto as crenças
são, em última análise, encaminhadas para verificação”. E,
como estamos prestes a descobrir no meio de uma eleição
disputada, “Sem [este] sonho metafísico, é impossível pensar
em homens vivendo juntos harmoniosamente ao longo do
tempo.” O sonho nos liga a uma comunidade espiritual. Ele
nos orienta em relação ao mundo e uns aos outros. Mas agora,
como os eventos recentes indicam, não há nenhum “sonho
metafísico do mundo”. Aparecem em seu lugar as
imbecilidades em série da ideologia.
Estou, obviamente, tirando citações de um livrinho
perturbador, escrito por Weaver em 1948, intitulado As Idéias
têm Conseqüências. O livro oferece profecias sombrias
apoiadas por argumentos metafísicos (como o argumento
acima). O Ocidente, previu Weaver, tentaria vencer a Guerra
Fria vivendo com mais conforto do que o Oriente. Os
comunistas, observou ele, acreditam no esforço. Portanto,
sugeriu Weaver, o comunismo provavelmente prevaleceria.
Todas as nossas vantagens econômicas e tecnológicas seriam
irrelevantes para deter o comunismo. Na verdade, essas
vantagens nos prenderiam em um casulo de ilusão.
Mesmo aqueles conservadores que elogiam Weaver hoje,
que ecoam muitos de seus insights, estão presos a este casulo
de ilusão. Por exemplo, o prefácio de Roger Kimball à nova
edição expandida do livro de Weaver é um bom exemplo.
Enquanto elogia Weaver como um de nossos “sábios
conservadores meio esquecidos”, Kimball permanece
evasivamente dúbio quanto ao antimodernismo de Weaver.
Weaver, afinal de contas, defendia que a igualdade entre os
sexos era “decadente”. Ele achava que a tecnologia moderna
era estonteante e degradante. Kimball não ousa afirmar esses
pontos. Ele não pensa, como Weaver, que a modernidade está
condenada. A ciência, diz Kimball, moldou o nosso mundo.
Kimball então pergunta: não é arrogância, da parte de Weaver,
“pensar que poderíamos dispensar este mundo num esforço
para viver ‘ativamente ou romanticamente’?”
Mas Weaver não está argumentando que devemos
“dispensar esse mundo”. Ele está dizendo que o mundo
dispensará a si mesmo. As idéias, afinal de contas, têm
conseqüências. Portanto, Kimball não pega o sentido do
livrinho perturbador de Weaver. A “desintegração espiritual”
da modernidade não está ocorrendo em algum hospício
remoto. Ela está ao nosso redor, na política e no mercado. Ela
permeia tudo e seus efeitos destrutivos são inescapáveis.
Weaver diz que uma civilização decadente pode parecer
prosperar, mas que não devemos ser enganados pelas
aparências. A civilização está indo embora.
Weaver sabe que a modernidade vai implodir. Seremos
forçados a viver ativamente, queiramos ou não. Não é uma
questão de nos voluntariarmos para desistir de nossas
tecnologias distrativas, de nossa decadência e das mentiras
confortáveis que nos dominam. No longo prazo, não teremos
escolha. Teremos de desistir.
Ao mesmo tempo, nenhum programa político poderia
conter o declínio moral e cultural das últimas sete décadas. A
nossa é uma cultura que nega a sua decadência. Observe a
velhacaria por todos os lados. Para cada problema, temos uma
solução falsa. Estufados de mentiras como estamos, o primado
da lei está desabando. Estamos agora passando de uma era de
prosperidade baseada em dinheiro emprestado para uma era de
espoliação total.
O livrinho de Weaver é perturbador porque ele sabia que
tudo isso estava por vir. Ele previu que todos os nossos
especialistas, nossos políticos faz-tudo, seriam fim-de-carreira.
Não temos coragem para enfrentar nossos problemas.
Inevitavelmente, porém, nossos problemas nos trarão à força
de volta à verdade. Weaver sabia que uma cultura construída
sobre noções falsas deve entrar em colapso. Afinal, temos
estado organizando o nosso próprio colapso por muitos anos.
Mesmo assim, haverá sobreviventes. Haverá um futuro. E,
nesse futuro, os homens viverão mais ativamente.
É estranho, não é, que aqueles que negam as coisas
permanentes — que negam a primazia do espírito —
imaginem que o mundo da ciência e da tecnologia seja
permanente. Mas nada aqui, no mundo material, é permanente.
E como a modernidade é baseada na mais material de todas as
concepções materiais da existência, ela é a coisa menos
permanente de todas. Dizer, como Kimball diz, que o mundo
imaginado por Weaver é “um domicílio inabitável” é, portanto,
uma inversão estranha; pois o “mundo moldado pela ciência”
de Kimball é um trem em fuga, indo cada vez mais rápido —
seja pulando os trilhos ou quebrando no final da linha.
Weaver introduz As Idéias têm Conseqüências com a
seguinte frase: “Este é outro livro sobre a dissolução do
Ocidente.” Nos inclinamos a ignorar a palavra “dissolução”
porque não queremos ir para lá. Não podemos imaginar que
este nosso mundo, “feito pela ciência”, como diz Kimball,
esteja fadado ao fracasso. Acreditamos com muito carinho nos
“sucessos” do homem moderno. No entanto, um colapso
espiritual já ocorreu. Já estamos retrocedendo, asneira por
asneira — e é provável que voltemos à Idade Média, se não à
Idade das Trevas.
Por que estamos voltando? Porque a civilização é uma
proposição ética e o niilismo moral se apoderou de nós. Nosso
problema, diz Weaver, “é fazer os homens distinguirem entre o
melhor e o pior”. Este não é um problema que possamos
resolver com smartphones. Não podemos consertá-lo por meio
de redes sociais. Essas tecnologias dificilmente
impressionariam Weaver, que escreveu: “Há fundamento para
declarar que o homem moderno se tornou um idiota moral.”
Como isso aconteceu? Weaver tem uma resposta
singularmente concisa. Por volta do final do século XIV, o
Homem Ocidental abandonou a crença na existência dos
transcendentais; isto é, abandonamos nossa crença na verdade,
na beleza e na bondade. Isso aconteceu por meio de uma
“forma aparentemente inocente de ataque aos universais”. O
resultado foi um subjetivismo rasteiro que nos levaria à
anarquia moral. Ao mesmo tempo, iniciou-se um processo de
desespiritualização. Finalmente, durante o século passado, o
homem voltou-se para a política em busca de salvação por
meio do liberalismo, do comunismo e do nacional-socialismo.
Mas não há salvação nenhuma em ideologias políticas.
De acordo com Weaver, a negação dos universais leva ao
culto do empirismo. Ela leva à negação da verdade e a um
colapso intelectual geral. Nossos intelectuais, de fato, são
incrivelmente corruptos. Até a ciência foi corrompida por eles;
pois a ciência agora é território de políticos picaretas que não
sabem o que a palavra “ciência” significa. Pior ainda, a própria
linguagem começou a se decompor.
“O resultado prático”, argumentou Weaver, “é banir a
realidade que é percebida pelo intelecto e postular como
realidade aquilo que é percebido pelos sentidos. Com esta
mudança na afirmação do que é real, toda a orientação da
cultura dá uma guinada…” Adeus verdade, beleza e bondade.
Tudo o que é “superior”, tudo o que é nobre, é ridicularizado.
Seguindo esta moda, o homem moderno foi reduzido a
um estado abismal. E é aí onde estamos hoje. O homem anseia
pela verdade, notou Weaver, mas lhe dizem para viver
“experimentalmente” (sem uma bússola moral). Isso nos levou
a “uma longa série de abdicações”. Eis o ápice da nossa
decadência, acompanhada de negações e autocongratulações
— com mentiras em cima de mentiras. “Estabelecer o fato da
decadência”, escreveu Weaver, “é o dever mais urgente de
nosso tempo porque, até que tenhamos demonstrado que o
declínio cultural é um fato histórico… não poderemos
combater aqueles que caíram vítimas do otimismo histérico.”
Otimismo histérico? Você quer me convencer de que as
coisas estão melhorando, não piorando? Considere como
estamos prontos para apagar a verdade: (1) denunciando a
verdade como “pessimismo”; ou (2) denunciando a verdade
como “impraticável”; ou (3) rejeitando a verdade porque ela
não faz aquela coisinha melosa que massageia o seu ego.
O que Weaver está dizendo, no final, é que a verdade é
nossa única fonte de salvação, embora estejamos prontos para
nos revoltar contra ela. As verdades mais importantes vêm
como avisos. “É quando os primeiros avisos vagos vêm que a
pessoa tem a melhor chance de se salvar”, observou Weaver.
Se perdermos a chance que se apresenta, nossa cegueira
autoimposta nos paralisará. “Assim, em face da enorme
brutalidade de nossa época, [pareceremos] incapazes de dar
uma resposta apropriada às perversões da verdade e atos de
bestialidade.”
Veja o que está acontecendo em nosso país. Temos visto
ilegalidades ignoradas, mentiras consideradas verdadeiras,
criminosos recompensados e justos denunciados. Uma eleição
foi roubada. A Constituição não é mais a Lei Suprema do País.
A civilização, observou Weaver, “tem sido um fenômeno
intermitente; para esta verdade, permitimo-nos ser cegados
pela insolência do sucesso material.”
O livrinho perturbador de Weaver pode ser lido em
poucas horas. Ele nos oferece um vislumbre mais realista da
nossa situação. Ele desafia o nosso falso otimismo. Ele aponta
para os nossos erros filosóficos. Eis um corretivo intelectual.
Eis um remédio para a alma. Eis uma claridade.

Sobre a escolha do lado certo


17/12/2020

Quando você dirige o seu carro, você dirige no meio


da estrada? Esta parece uma pergunta boba de se
fazer, porque você obviamente não faz isso, caso
queira permanecer vivo e chegar a algum lugar.

Porém muitas pessoas têm sido enganadas pela idéia


de que o meio da estrada é o lugar mais seguro na
política, em todos os tipos de questões controversas.
Elas têm sido levadas a acreditar que, na posição
intermediária, você está fora de perigo e que tem mais
probabilidade de estar certo do que aqueles que estão
em cada um dos lados de uma questão. Um pouco de
reflexão mostrará que essa idéia não nasce da
sabedoria, mas da confusão ou do medo ou de ambos.
RICHARD M. WEAVER
“THE MIDDLE OF THE ROAD: WHERE IT LEADS”, 1956

Maquiavel alertou que a neutralidade é mais perigosa do


que tomar partido; pois se você deixar de tomar partido, ambos
os lados o desprezarão. Jogar nas duas extremidades contra o
meio também é perigoso, já que você prova ser um falso
amigo para todos. E ser amigo de todos não funcionará se cada
lado representar princípios diametralmente opostos. A posição
certa nunca se encontra no meio-termo entre duas posições
opostas. O filósofo conservador Richard M. Weaver apontou
em 1956: “o meio-da-estradismo absolutamente não é uma
filosofia política. Ele é antes a ausência de uma filosofia ou
uma tentativa de fugir de ter uma filosofia.”
Na grande e perpétua luta que é a história, empenhar-se
vigorosamente sem princípios é empenhar-se em vão. Mesmo
que você consiga vencer, nada é afirmado. Nada avança. À
medida que o tempo passa diante de nós, algo será afirmado.
Algo avançará. Os princípios filosóficos de alguém vão
prevalecer. Esses princípios serão bons ou maus? Eles vão
sustentar a civilização ou vão destruí-la?
Se seus princípios são bons, você estaria disposto a
comprometê-los por uma questão de conveniência? Weaver
perguntou a seus leitores: “Tentem imaginar a figura que
Washington faria na história hoje se tivesse decidido por um
acordo de compromisso com os britânicos.” Weaver entendia
que o establishment republicano emergente do período pós-
McCarthy, sob o comando do presidente Dwight Eisenhower,
representava o oposto do exemplo de Washington: “Os
profetas do Novo Republicanismo… insistem para que o
Partido Republicano continue se movendo para a esquerda,
atrás (mas não muito atrás) do Partido Democrata.”
Alguma coisa mudou nos últimos 64 anos?
Para onde o Partido Republicano sob o comando de
Eisenhower e Nixon pensava que estava indo? Para onde o
Partido Republicano, antes e depois de Trump, pensa que está
indo? Weaver observou: “Eles não se preocupam em perguntar
se a inclinação para a esquerda não está na direção de algo
essencialmente ruim…” Weaver chamou isso de “uma curiosa
peça de servilismo e cegueira política”. Ele caracterizou o
establishment republicano emergente do período pós-
macartista como “um produto típico do ‘pensador
operacional’, que realmente não ‘pensa’. Em vez disso, ele
‘sente’”, como “um inseto com suas antenas”, detectando “a
inclinação das coisas”. A questão, observou Weaver, é se o
pensador operacional “pode algum dia ser algo mais que um
inseto…”
Thomas Carlyle, que passou sua carreira literária
descrevendo heróis e grandes homens, disse que um grande
homem é alguém que vê a verdade que os outros têm medo de
ver. Um herói se posiciona quando outros não o fazem. Carlyle
sugeriu que o homem medíocre — o “inseto” — não pode ver
a verdade ou defendê-la. Em vez de se posicionar, o homem
medíocre procura um meio-termo. Ele falsifica a realidade. Ele
contemporiza. Ele forja um caminho do meio imaginário entre
opostos irreconciliáveis. Ele imagina que esta é uma aposta
segura. Obviamente, ela não é segura. Como Weaver explicou,
“uma posição intermediária entre o certo e o errado não é uma
posição sólida. Ela apenas adia e torna mais difícil a decisão
definitiva.”
É aqui que estamos hoje. Nosso sistema constitucional foi
comprometido. Nossas eleições foram comprometidas. Nossos
tribunais foram comprometidos. Dizem-nos que devemos
fechar os olhos e fingir que está tudo bem. Isso é o que muitas
de nossas autoridades estão fazendo. Elas fingem que não há
fraude, o que é outro tipo de fraude.
Em princípio, não deveria haver concessões quando se
trata de corrupção. Não deveria haver concessões quando se
trata da verdade. E, no entanto, isso é tudo o que podemos
esperar. Os homens imaginam que ganharão com isso; mas no
final todos perderão. A história nos oferece uma escolha de
ou/ou. Ela não nos oferece ou e ou.
“As grandes causas que triunfaram e os líderes que as
lideraram nunca se encontraram no meio da estrada”, observou
Weaver, que descreveu o Partido Whig da primeira metade do
século XIX e seu líder, Henry Clay, como tendo caído no “erro
fatal de tentar ficar em cima do muro nas principais questões
que estavam em conflito”. Como resultado, Clay não foi à
Casa Branca. Foi o “contundente” Andrew Jackson que se
tornou presidente. Podemos ver, a partir disso, que a história
recentemente tem se repetido. O meio-termo Jeb Bush não foi
à Casa Branca, mas o contundente Donald J. Trump está
sentado na Casa Branca enquanto estas palavras são escritas.
Outro exemplo histórico, observou Weaver, é o Partido
Liberal Britânico. Este partido neutralizou-se ao assumir uma
posição intermediária entre o Partido Conservador e o Partido
Trabalhista. Ao fazer isso, o Partido Liberal destruiu sua
posição na política britânica. “Todos os grandes partidos
políticos devem sua vitalidade à importância dos princípios
que defendem”, escreveu Weaver. O meio-termo, portanto, não
é o caminho do sucesso político, porque não é um caminho de
princípios. De acordo com Weaver, “Um partido derrotado que
tenha uma questão real tem uma excelente chance de voltar.
Um partido derrotado que não tenha uma questão é um
fracasso.” Ele acrescentou: “Evitar questões e diluir soluções
não é apenas o caminho para o fracasso; é o caminho para a
extinção.”
Por que as conseqüências de evitar questões e diluir as
soluções seriam tão terríveis? “Há um grupo”, escreveu
Weaver, “não claramente distinguido por um nome de partido,
mas bastante definido quanto ao que deseja e espera realizar
nesta nação.” É um grupo que atua “em várias frentes e sob
vários rótulos, mas não é preciso ficar confuso quanto aos seus
objetivos. Ele quer uma América remodelada de acordo com a
União Soviética.” Este grupo opera mediante duas idéias
principais: (1) o materialismo ateísta; e (2) uma supremacia
estatal que “esmaga o indivíduo”. Comprometer-se com este
grupo é, de fato, “o caminho para a extinção.”
“Você poderia pensar que neste nosso grande país”,
escreveu Weaver, “com sua herança e suas realizações, haveria
um tremendo protesto e oposição a qualquer coisa tão
unilateral [quanto o coletivismo] em sua interpretação da…
natureza do homem e tão assustador para os instintos
humanos.” Porém muitos de nossos líderes, disse Weaver,
“adotaram a política de apaziguamento. Em vez de lançar um
desafio direto em termos de princípio, eles tentaram ver
quantas concessões poderiam fazer sem serem acusados de
rendição”. Ele acrescentava: “Eles tentaram ver até que ponto
poderiam se aproximar da posição do coletivismo enquanto
ainda louvavam da boca para fora o que deveriam estar
defendendo.”
Weaver argumentou que não há posição intermediária
viável “entre o coletivismo militante e nossa tradição de
liberdade e individualismo”. Ele continuava: “Os exemplos
históricos mostram que o próximo passo é a capitulação, ou a
liquidação do partido que é tão covarde”. Se os coletivistas
vencerem, escreveu Weaver, “certamente ficará registrado pela
história que nenhum povo desistiu de tanto por tão pouco”.
Era assim que Weaver via a situação em 1956. E aqui
estamos, 64 anos depois, sem eleições livres e justas, sem
investigações sobre traição e subversão, sem qualquer
reparação de muitas queixas graves, sem proteção contra
corrupção e fraude, sem uma maneira lícita de revidar. “Há
poucas dúvidas de que o meio da estrada conduz nessa
direção”, escreveu Weaver. “Os radicais sabem o que querem;
muitos dos restantes de nós apenas contemporizam e têm
esperança.”
O que é necessário? “A necessidade do momento é uma
liderança disposta a enfrentar os fatos”, disse Weaver. Não
precisamos de líderes ou partidos políticos baseados na
“autoderrota por meio da conciliação”. Muitos de nós
queremos saber quando as coisas vão mudar. Quem está
disposto a agir? Quem vai enfrentar os coletivistas e cobrar-
lhes explicações?
Já é tarde. Nosso legítimo objetivo é a justiça. O
problema, escreveu Weaver em As Idéias têm Conseqüências,
é que o homem moderno “é um idiota moral”. Próximo ao
final do livro, Weaver acrescentou: “o homem moderno é um
parricida” que “pegou em armas contra… o que os homens
anteriores consideravam com veneração filial”. Pense em
como o amor ao país é agora difamado como nacionalismo
branco. Até a existência da fronteira da América é “racista”.
Família e tradição foram traduzidas como preconceito de
gênero. Essa “idiotice” nos domina. Ela nos corrompe
conforme nos engana.
A hora de organizar a oposição a essa “idiotice” é agora.
Devemos defender o país. Devemos defender a posteridade.
Esta pode ser a nossa última chance de escolher o lado certo.
Um dia marcante
06/01/2021

É precisamente porque o marxismo não é um dogma


sem vida, não uma doutrina completa, já pronta e
imutável, mas sim um guia vivo para a ação, que ele
estava fadado a refletir a mudança
surpreendentemente abrupta nas condições da vida
social.

— VLADIMIR LENIN

Já é muito tarde. O país tem estado adormecido por


décadas. Mas agora, ao que parece, o país está começando a
acordar. A verdadeira questão é se nossos líderes estão prontos
para a tarefa em causa. Temos algumas pessoas inteligentes no
governo; mas elas entendem o inimigo que estamos
enfrentando? Elas estão preparadas para lutar contra aquele
inimigo em meio a tanta confusão e desinformação?
Hoje de manhã vi uma manchete do Breitbart sobre a
China: “Xi Jinping ordena que o exército chinês se prepare
[73]
para a guerra ‘a qualquer instante’”. Eis nosso inimigo,
posicionando-se para atacar. Não há outra maneira de ler isso.
Se considerarmos o momento desta ameaça, fica claro o que
eles querem que façamos. Afinal de contas, eles têm muito a
ganhar se Biden se tornar presidente. Além disso, eles não são
tão descuidados a ponto de deixar a sua presa escapar.
Enquanto observamos o que acontece na sessão
conjunta de hoje do Congresso, lembro-me da pergunta de
Stalin, expressa em seu livro Fundamentos do Leninismo: “A
história do movimento revolucionário não mostra que a forma
parlamentar de luta é apenas uma escola e um auxiliar para a
organização da luta extraparlamentar?”
Marx, Engels e Lenin se opuseram ao “oportunismo”
daqueles que queriam trabalhar dentro do sistema capitalista
para uma mudança pacífica. A idéia central do marxismo é
fazer uma revolução. A Segunda Internacional, de acordo com
Lenin, foi dominada por oponentes da revolução. Ele os
chamava de “oportunistas”. Essas pessoas não eram marxistas
de verdade. “Em vez de política revolucionária”, escreveu
Stalin, “havia filistinismo frouxo e barganha política sórdida,
diplomacia parlamentar e maquinações parlamentares…”
“Uma revolução não é um jantar”, rosnava Mao
Zedong, “ou escrever um ensaio, ou pintar um quadro, ou
fazer um bordado; ela não pode ser tão refinada, tão vagarosa e
gentil, tão branda, amável, cortês, contida e magnânima. Uma
revolução é uma insurreição, um ato de violência pelo qual
uma classe derruba outra.”
Os americanos podem não compreender totalmente o
que os espera. Uma revolução comunista, dizia Friedrich
Engels, requer a aniquilação de raças e classes inteiras de
pessoas. É nesse sentido que a América é o alvo de uma
revolução comunista. Nesse contexto, Joe Biden pode parecer
bem inofensivo, porém seus apoiadores comunistas chineses
são assassinos. Se Biden assumir o poder, o governo se
transformará em um estado de partido único. Ele vai se
prostrar diante da China. Não haverá mais um meio de
dissuasão nuclear dos EUA. A economia do país será
prejudicada. Um processo de enfraquecimento, de remoção
das defesas, se acelerará. Os comunistas em Pequim sabem
que a América não pode ser transformada em um país
comunista. O povo americano se voltaria com violência contra
o governo. Para usar uma velha expressão soviética, a América
é “irremediavelmente burguesa”. Em outras palavras, Engels
estava certo. Uma revolução comunista requer a aniquilação
de raças e classes inteiras de pessoas. Acima de tudo, ela
requer a aniquilação dos americanos.
Este aspecto do comunismo nem mesmo é
compreendido pela maioria dos comunistas. Afinal, muito
poucos deles realmente leram Marx ou Engels. Esse tipo de
estudo é reservado a pessoas no topo da hierarquia comunista.
Os americanos também nunca entenderam o comunismo,
porque ele era chato demais para se importar com ele. Os
conservadores, que fingiam entender o comunismo como uma
“ideologia” de assassinato em massa na verdade não o
entendiam de modo algum; ou seja, nunca chegaram a
conhecer o comunismo em profundidade. Eles sabiam que ele
era assassino, todavia nunca viram o método em sua loucura.
O que viram os enojou e horrorizou, então não quiseram
chegar mair perto e saber o que ele era na realidade.
Os líderes marxistas não são pessoas normais. Quando
Lenin atacou os “oportunistas” da Segunda Internacional, a
primeira coisa que ele zombou foi de suas inclinações
burguesas; isto é, ele os criticou por serem normais. Estes
falsos marxistas, disse ele, não queriam fazer uma revolução
porque não tinham a maioria do seu lado. Eles não queriam
fazer uma revolução porque não tinham quadros treinados.
Eles não queriam fazer uma revolução por meio de uma “greve
geral” porque a política parlamentar era mais eficaz. Lenin
disse que o marxismo deles era besteira. Você não precisa de
uma maioria, disse Lenin. Você não espera para tomar o poder
porque está em falta de quadros treinados. Primeiro tome o
poder, depois treine os quadros. E quem se importa com o
conceito anarquista de “greve geral”? O marxismo é uma
forma de violência mais focada, e controlada de forma mais
rígida e inteligente.
A chave, claro, é sempre a violência; mas violência
com destreza e astúcia por trás dela. Não há nenhum dogma no
marxismo quanto a ter maioria, ou ter quadros de elite, ou
lançar uma greve geral. Lenin disse que “a teoria
revolucionária não é um dogma” e que ela “assume a forma
final apenas em estreita conexão com a atividade prática de um
movimento verdadeiramente de massa e verdadeiramente
revolucionário…” (Ver, para mais detalhes: “Left-Wing”
Communism: An Infantile Disorder).
Agora que estamos assistindo a uma revolução
comunista se desenrolar aqui nos Estados Unidos, devemos
nos familiarizar um pouco mais com o marxismo-leninismo
como uma “tese” e não como um “dogma”. É algo que nossos
conservadores por muito tempo se recusaram a fazer; e é
exatamente por essa recusa que correram como cães para
lamber o rosto de Gorbachev há três décadas. Você sempre
ouvirá conservadores se referindo à “ideologia comunista” e
seus “fracassos”, como se o comunismo realmente
representasse uma doutrina econômica. Mas não há nenhum
sistema econômico proposto por Marx. De sua parte, Lenin
recuou para o capitalismo de estado após a Guerra Civil Russa.
E a coletivização da agricultura por Stalin foi antes uma
medida política do que uma medida econômica. Se ele não
tivesse empobrecido os fazendeiros, os fazendeiros o teriam
derrubado.
Todo o curso do marxismo-leninismo tem sido mal
compreendido, do princípio ao fim. Nossos grandes
historiadores e pensadores conservadores tinham todos os
fatos. Mas eles nunca leram de verdade Marx, Lenin ou Stalin.
Eles nunca entenderam muito bem a motivação, a estratégia, a
capacidade intelectual. E assim, eles confundiram o marxismo
com uma ideologia quando o marxismo nunca foi uma
ideologia. Marx definia “ideologia” como a “falsa
consciência” de uma classe dominante em uma sociedade em
que as idéias dominantes são representadas como “verdade
universal”. Veja bem, os marxistas absolutamente não
acreditam em verdade universal.
Stalin dizia que o marxismo tinha dois elementos: (1)
uma “perspectiva” materialista e (2) um método dialético.
Tudo decorria dessas duas coisas. Muitas pessoas que não são
comunistas acreditam que uma perspectiva materialista é a
visão de mais bom senso disponível ao homem moderno. Aqui
começamos a ver porque tem sido tão difícil opor-se ao
comunismo. Afinal, muitos de nossos não-comunistas não têm
nenhum problema com a sua proposição central.
O marxista, observou Stalin, se opõe ao “idealismo”
que “considera o mundo como a personificação de uma ‘idéia
absoluta’, um ‘espírito universal’, ‘consciência’…” Stalin
explicou que “o mundo é, por sua própria natureza, material,
que os fenômenos multifacetados do mundo constituem
diferentes formas de matéria em movimento, que… o mundo
se desenvolve de acordo com as leis do movimento e da
matéria e não precisa de um ‘espírito universal’.” (Ou seja, não
precisa de Deus).
Como você pode ver, isso não é uma “ideologia”. Isso é
algo mais amplo e fundamental. É uma de duas cosmologias
possíveis: (a) uma que tende para o sobrenatural e (b) outra
que tende para o natural. O que torna o marxismo diferente, e
mais eficaz como arma contra o sobrenaturalismo, é a sua
confiança na dialética. “Ao contrário da metafísica”, escreveu
Stalin, “a dialética não considera a natureza como uma
aglomeração acidental de coisas, de fenômenos,
desconectados, isolados e independentes uns dos outros, mas
como um todo conectado e integral, no qual as coisas…
organicamente se conectam… e se determinam umas às
outras.” O que isso significa não está totalmente claro, e não é
por acaso que os marxistas olham para trás com ternura para o
filósofo pré-socrático Heráclito, também conhecido como
Heráclito, “o obscuro”. Stalin citou Heráclito no sentido de
que “o mundo, o tudo em um, não foi criado por nenhum Deus
ou homem, mas foi, é e sempre será uma chama viva,
sistematicamente se aumentando e sistematicamente
diminuindo.” Lenin chamava isso de “uma excelente
exposição dos rudimentos do materialismo dialético”.
Heráclito ensinava que o universo estava mudando
continuamente. “Ao contrário da metafísica”, observou Stalin,
“a dialética sustenta que a natureza não é um estado de
repouso e imobilidade, estagnação e imutabilidade, mas um
estado de movimento e mudança contínuos, de renovação e
desenvolvimento contínuos, onde algo está sempre surgindo e
se desenvolvendo, e algo está sempre se desintegrando e
morrendo.”
É aqui que entra a revolução. A percepção simples do
comunista é que a ordem existente (capitalismo) e a
civilização cristã que o acompanha estão “se desintegrando e
morrendo”. Nietzsche não foi o único pensador do século XIX
a supor que “Deus está morto”. O marxista é aquela espécie
inteligente de caçador de legados que vai ao funeral do “Deus
morto” esperando roubar algo; a saber, o legado da civilização
ocidental.
Uma das razões pelas quais o marxismo teve tanto
sucesso é a maneira como ele explora de maneira plausível as
suposições superficiais do homem moderno. Outra razão é a
flexibilidade estratégica e tática do marxismo. Quando você se
inspira em um obscuro filósofo grego, cujas declarações eram
tão duvidosas quanto o Oráculo de Delfos, e afirma ser
“científico” em sua abordagem, é fato que suas teses mudarão
com o tempo. E foi exatamente isso que aconteceu. Aqueles
pedantes acadêmicos que vêem no marxismo um conjunto de
doutrinas rígidas desacreditadas pela história não perceberam
o principal objetivo dos escritos de Marx. Cada tese marxista
fracassada abre o caminho para uma nova tese. Este é, afinal, o
método científico. Se algo falhar, você retorna à prancheta;
pois o marxismo não tem a ver com acreditar. O marxismo tem
a ver com fazer. Tem a ver com a “ciência da revolução”,
como disse Stalin. E essa ciência, na época de Marx, estava
apenas em sua infância. Hoje ela atingiu a sua completa
maturidade destrutiva. Note bem com que sofisticação o
marxismo comanda os eventos, domina a mídia, dita os
princípios da educação, destrói a carreira de seus oponentes,
coopta os liberais e finge lutar contra as mudanças climáticas.
Há muito mais coisas que podem ser adicionadas aqui.
É verdade, claro, que os marxistas obtiveram um
grande poder ao vender várias doutrinas falsas e dogmas de
esquerda: casamento homossexual, transgenerismo, teoria
racial crítica, aquecimento global, etc. Mas nenhum desses é
marxista no sentido verdadeiro. Esses “dogmas” são
meramente ferramentas do marxismo — ferramentas na caixa
de ferramentas científica da revolução. Em seu ensaio,
“Acerca de Algumas Particularidades do Desenvolvimento
Histórico do Marxismo”, Lenin explicou que o marxismo “não
é um dogma, mas um guia para a ação”. Lenin continuava:
“Esta declaração clássica enfatiza com notável força e
expressividade aquele aspecto do marxismo que muitas vezes
é perdido de vista. E, ao perdê-lo de vista, transformamos o
marxismo em algo unilateral, distorcido e sem vida; nós o
privamos de seu sangue vital; minamos seus fundamentos
teóricos básicos — a dialética, a doutrina do desenvolvimento
histórico, abrangente e cheia de contradições; minamos sua
conexão com as tarefas práticas definidas da época, que podem
[74]
mudar a cada nova virada da história.”
Imagine a flexibilidade de uma ciência que “pode
mudar a cada nova virada da história”. É por isso que George
Orwell estava tão assustado com os marxistas; por isso que o
regime socialista em seu romance 1984 foi descrito como uma
bota pisoteando um rosto humano, “para sempre”. Ele não via
como é que o marxismo jamais chegaria a perder. Aqueles que
diziam que os marxistas fracassariam porque nunca haviam
entendido a natureza humana estavam errados. Marx entendia
a natureza humana perfeitamente. Seus adeptos não poderiam
ter durado tanto no poder — na China e, ouso dizer, na Rússia
também, onde foram flexíveis o suficiente para desistir do
rótulo comunista enquanto mantinham os fundamentos do
sistema comunista. Aquelas famílias que governavam a Rússia
Soviética — as famílias do Comitê Central — ainda
permanecem no controle. A velha oligarquia soviética se
esconde atrás dos falsos “capitalistas” da NEP da Nova
Política Econômica (Novaya Ekonomiceskaya Politika – NEP)
de Gorbachev-Yeltsin-Putin. A coisa toda saiu da cartilha de
Lenin. (E é isso o que a flexibilidade tem a oferecer).
Você pode perguntar: por que o marxismo é tão
interessado em revolução? Por que o materialismo dialético
requer revolução? A resposta a esta pergunta é simples. Todos
os argumentos marxistas em favor da revolução não são
científicos. Eles são uma fachada. A razão da revolução nunca
será declarada publicamente por teóricos ou líderes marxistas-
leninistas. Esta é a parte em que você deve estudar as
biografias; onde você tem de olhar para a psicologia dos
revolucionários marxistas. Pense, se puder, no que decorre de
um ser humano cínico como Marx, que não acredita em Deus
ou na vida após a morte. Privado de toda esperança de
salvação espiritual, a única coisa que resta a tal pessoa é o
poder político; quer dizer, o único poder real em que um
materialista pode acreditar. A salvação encontrada aqui é a de
se tornar um Deus por meio da política da revolução. Aqui nos
aproximamos do verdadeiro Marx, e do verdadeiro Lenin e —
inegavelmente — do verdadeiro Stalin; pois os ditadores
marxistas realmente alcançaram um status divino para si
próprios.
Portanto, enquanto vivemos este dia marcante,
devemos refletir sobre o que será necessário para derrotar o
marxismo. Se você acha que enfrentamos uma batalha árdua
agora, você não viu nada ainda. Não acredito que realmente
conheçamos nosso inimigo. Também não acredito que nos
conheçamos a nós mesmos; no entanto, hoje pode ser um bom
dia para começar a aprender.

Dia da Posse: Utopia Limitada ou As


Flores do Retrocesso
21/01/2021

Até agora, a pergunta sempre esteve de pé: o que é


Deus? — e a filosofia alemã a resolveu assim: Deus é
o homem… O homem deve agora organizar o mundo
de uma maneira verdadeiramente humana, de acordo
com as demandas de sua natureza.

— FRIEDRICH ENGELS

Várias décadas depois que o infernal Friedrich Engels


escreveu que o homem “agora deve organizar o mundo”, Leon
Trotsky argumentou que a Revolução deve fazer do “homem
coletivo” o “único mestre” de todos.[75] E agora, quase um
século depois de Trotsky ter feito esse pronunciamento,
chegamos à posse de Joseph Biden. Olhe para ele, diante do
Capitólio, tomando o lugar de George Washington. Contemple
esta fraude, de joelhos envelhecidos, personificando o “único
mestre” e o “homem coletivo”, com seus malapropismos
disléxicos e lapsos de memória. Atrás de Biden, os olhos da
vice-presidente Kamala Harris estão animadamente grudados
numa casca de banana sob seu sapato esquerdo. A gente pensa
em Joseph Stalin e o debilitado Lenin em 1922. Se
escutarmos, podemos ouvir a voz zombeteira de Karl Marx
citando o comentário de Hegel de que “todos os fatos e
personagens de grande importância na história mundial
ocorrem, por assim dizer, duas vezes.”[76] Hegel se esqueceu
de acrescentar: “a primeira vez como tragédia, a segunda
como farsa”.
E que farsa! No lugar de Kerensky, temos Trump; no dos
kadets, temos os republicanos; no do ataque ao Palácio de
Inverno, o ataque ao Capitólio; no de Fanny Kaplan, temos
dois guardas com laços com a milícia; no de Felix
Dzerzhinsky, temos o General Stanley McChrystal; no do
Terror Vermelho, temos um novo Projeto de Lei do Terror
nacional. Como escreveu Marx: “Os homens fazem sua
própria história, mas não a fazem como querem; eles não a
fazem sob circunstâncias escolhidas por eles próprios, mas sob
circunstâncias diretamente encontradas, dadas e transmitidas
desde o passado.”
O passado é algo de que não podemos escapar, mesmo
que não nos lembremos dele. Marx achava ruim que a
“tradição de todas as gerações mortas pesasse como um
pesadelo no cérebro dos vivos”. Se ao menos a “filosofia” de
Marx não tivesse destruído nossa consideração pelo passado,
se ao menos tivéssemos mantido viva a memória, talvez este
momento vergonhoso não tivesse chegado. Todavia ele
chegou, com as impressões digitais multicoloridas de um
palhaço marcando uma reação exagerada que poderia ter sido
menos ridícula se o Capitólio tivesse sofrido o destino do
Reichstag em chamas de 1933.
Infelizmente para o Sr. Biden, nossos antigos vilões
direitistas estavam ocupados demais tirando selfies e
esqueceram suas latas de gasolina. Mas pode-se, com a ajuda
de uma mídia cada vez mais verborrágica, fazer uma
cordilheira do Himilaia com um monte de cocô de cavalo. E
agora, com 30.000 soldados se apinhando no Capitólio, e o
FBI anunciando uma imensa conspiração contra o governo,
Biden faz o Juramento de Posse para defender a Constituição
contra todos os inimigos, imaginários e domésticos.
Que absurdidades ele vai pronunciar em seu discurso
inaugural? Marx escreveu que os homens não podem resistir a
conjurar “os espíritos do passado a seu serviço”, adotando
gritos de guerra e bandeiras de guerras passadas. “Assim
Lutero vestiu a máscara do Apóstolo Paulo, a Revolução de
1789 a 1814 revestiu-se alternadamente de República Romana
e Império Romano…” Qual pose Biden assumirá? As palavras
de quem ele pegará emprestadas? Ele vai imitar Lincoln? Ele
vai pegar emprestado uma frase de FDR? Que tal uma ou duas
frases da Lei Habilitante de 1933 de Hitler? Mas não, este não
é o fim da República de Weimar. É uma farsa, e nada mais. A
administração Biden já é uma paródia de opressão, iniciada
por agências de inteligência do tipo Maxwell Smart; todas elas
prometendo com entusiasmo: “Não se preocupe chefe, isso
não vai acontecer de novo.” (Ou, no caso do Russia-gate,
“Perdeu por este tantinho!”).
No outro extremo da paródia, encontramos a eficiência
desmiolada do Facebook, da Apple e do Twitter, movendo-se
contra os inimigos recém-declarados do estado: Donald
Trump, o Parler e a liberdade de expressão. O que esses
palhaços das redes sociais sabem de nossas grandes tradições
de discurso livre? Eles tagarelam sobre a primeira emenda
como se tudo estivesse baseado nela. Ah não, seus analfabetos
históricos. Muito antes de a Primeira Emenda dizer que “o
Congresso não fará nenhuma lei… restringindo a liberdade de
expressão ou de imprensa”, tínhamos a Areopagítica de John
Milton. O grande poeta protestou contra aqueles que em vão
sustentavam “que ninguém deve ser ouvido senão aqueles de
quem eles gostam…”[77] É por meio dessas pessoas que “o
conhecimento é mantido à distância de nós”. Sim, é
exatamente isso. Ao interromper a liberdade de expressão,
você interrompe o fluxo livre de pensamento e o motor que
tornou a América grande. Mas, é claro, todos vocês odeiam a
idéia da grandeza americana. Então agora vocês param o
cérebro da América, sua criatividade, embora seja o próprio
sangue vital de vocês. Vocês isolam os seus próprios clientes e
destroem a base de sua própria “economia da informação”.
Não há palavras para vocês. Existe apenas o suicídio que
vocês obtiveram bloqueando o seu único caminho para a
correção e a reforma. “Pois quando Deus sacode um reino com
fortes e saudáveis comoções para uma reforma geral”,
escreveu Milton, “Deus então levanta para seu próprio
trabalho homens de habilidades raras, e de indústria mais do
que comum, não apenas para olhar para trás e revisar o que foi
ensinado antes, mas para ganhar mais e dar alguns novos
passos iluminados na descoberta da verdade.”
E que verdade encontraremos bloqueando todas as
críticas ao politicamente correto? Como escaparemos dos
mantras intolerantes da esquerda sobre a tolerância ou da
demagogia odiosa de declarar que as pessoas são iguais em um
mundo onde ninguém é igual? Como iremos, então, preservar
o que é melhor contra o hediondo espírito de negação da
cultura do cancelamento, uma vez que ela põe fim às nossas
tradições de liberdade de expressão? Vamos permitir que estas
hienas, ganindo com suas imbecilidades rançosas, ditem a
nossa expressão, o nosso discurso social? Seremos
comandados por esses autômatos esquerdistas, com seus
cérebros lobotomizados em potes de formaldeído rotulados
com os diplomas universitários assim obtidos?
Como é que as hienas ganindo e os autômatos
esquerdistas se tornaram tão proeminentes em nossa mídia, em
nossas grandes corporações e no governo? Isso é apenas uma
prova da falência intelectual deste país lastimável. Somos uma
sociedade incrivelmente estúpida, tendo acumulado para nós e
para nossos filhos um castigo de proporções bíblicas; pois já
temos sufocado a expressão nas universidades, em nossos
centros de ensino, por toda uma geração. E assim, um tempo
de espoliação e destruição e assassinato que excede em muito
nossas piores imaginações está a caminho. Pois qual é a
verdadeira promessa daqueles que agora assumem o cargo em
Washington? É a promessa de força contra inimigos
estrangeiros? Estamos recebendo pessoas honradas e
confiáveis? Quando Biden escorregar naquela casca de
banana, haverá a presidente Harris — tão genuína quanto uma
nota de três dólares, tão vazia quanto o Tesouro dos Estados
Unidos, tão incapaz quanto traiçoeira. A história não é gentil
quando os países são governados por gente como Kamala
Harris.
Na aspiração de se tornarem deuses da colméia humana,
esses ambiciosos joões-ninguém podem destruir a nossa
liberdade, a nossa prosperidade, e o próprio país; primeiro,
porque suas intenções não são benevolentes; segundo, porque
suas ambições são inadequadas para quem eles são; terceiro,
porque eles são fracos, tolos e ímpios.
Todos esses jovens de olhos brilhantes, ansiosos pelo
mundo de igualdade e tolerância sobre o qual aprenderam na
escola, não encontrarão salvação em Biden ou Harris. A
esquerda se ilude ao achar que o fracasso iminente da
administração Biden/Harris será totalmente devido às
maquinações perversas da direita, levantando a sua cabeça
horrenda e bloqueando o caminho para a utopia. Mas isso é
estúpido. Não há nenhum caminho para a utopia aqui. Se a
direita não existisse, e se O MALVADO HOMEM LARANJA
desaparecesse completamente, sua utopia ainda fracassaria.
Não poderia acontecer de outra forma; pois não há utopia. O
homem não pode se salvar por meio da política. Pensar assim
é a essência do analfabetismo histórico.
O belo mundo de alegria que nos aguarda, após a posse
de Biden, lembrará o próprio fascismo que a esquerda
supostamente detesta. Só que será um tipo ridículo de
fascismo, cuja subserviência a Pequim o tornará duplamente
ridículo. Os comunistas chineses sabem que uma verdadeira
revolução socialista não pode ser realizada apenas por uma
solenidade de posse. O socialismo real requer violência e
coerção. Ele deve significar o fim da liberdade e o fim da
prosperidade. Com Biden e Harris cambaleando com hesitação
nos ombros de Marx e Engels, com a China avançando pelas
costas, as elites americanas estão cometendo suicídio grupal.
Um homem sensato não fica embaixo de uma estrutura que
está prestes a desabar. Ele corre o mais longe que pode do
marco zero. Enquanto isso, o governo pode reunir todas as
tropas que quiser na capital, como uma demonstração de força.
O povo americano não os está ameaçando. A verdadeira
ameaça é uma bomba nuclear da China, ou da Rússia, ou da
Coréia do Norte, ou do Irã. Mas mesmo quando nossos novos
governantes fulminarem com os olhos os patriotas da América,
eles estarão brindando com os chineses. Podemos contar com
isso.

Quem cavar uma cova cairá nela, e uma pedra voltará


sobre aquele que a começar a rolar.
PROVÉRBIOS 26:27
APÊNDICE

O discurso secreto do General Chi


Haotian

Em 2005, o Epoch Times adquiriu um discurso secreto


proferido pelo Ministro da Defesa Chi Haotian a altos Quadros
do Partido Comunista algum tempo antes de sua aposentadoria
em 2003. Os detalhes dados no discurso de Chi coincidem
com o testemunho inédito de um desertor acerca dos planos
militares sino-russos.
Segue o discurso:

‘Camaradas,
Estou muito animado hoje, porque a vasta pesquisa online
sina.com, que foi feita para nós, mostrou que a nossa próxima
geração é bastante promissora e que a causa do nosso partido
vai continuar. Ao responder à pergunta: “Você vai atirar em
mulheres, crianças e prisioneiros de guerra?”, mais de 80 por
cento dos entrevistados responderam afirmativamente,
superando em muito nossas expectativas.
Hoje, eu gostaria de me concentrar em por que pedimos à
sina.com para realizar esta pesquisa online entre o nosso povo.
O meu discurso de hoje é uma continuação do meu discurso da
última vez, durante o qual comecei com uma discussão quanto
ao problema das três ilhas, [em que] mencionei que 20 anos do
idílico tema de “paz e desenvolvimento” tinham chegado ao
fim, e concluí que a modernização pelo sabre é a única opção
para a próxima fase da China. Também menciono que temos
um interesse vital no exterior. Hoje, falarei mais
especificamente sobre essas duas questões.
A questão central desta pesquisa parece ser se devemos
atirar em mulheres, crianças e prisioneiros de guerra, mas o
seu sentido real vai muito além disso. Ostensivamente, nossa
intenção é principalmente descobrir qual é a atitude do povo
chinês em relação à guerra: se estes futuros soldados não
hesitarem em matar até mesmo os não-combatentes, eles
naturalmente serão duas vezes mais propensos e implacáveis
para matar combatentes. Portanto, as respostas às perguntas da
pesquisa podem refletir a atitude geral do povo em relação à
guerra.
Na verdade, porém, essa não é a nossa intenção genuína.
O objetivo do Comitê Central do PCC ao conduzir esta
pesquisa é sondar a mente do povo. Queríamos saber: se o
desenvolvimento global da China exigir mortes em massa em
países inimigos, o nosso povo endossará esse cenário? Ele será
a favor ou contra?
Como todos sabem, a essência do pensamento do
Camarada Xiaoping é “o desenvolvimento é a dura verdade”.
E o Camarada Jintao também assinalou repetida e
enfaticamente que “o desenvolvimento é a nossa maior
prioridade”, o que não deve ser negligenciado nem por um
momento. Mas muitos camaradas tendem a entender
“desenvolvimento” em seu sentido estrito, presumindo que se
limite ao desenvolvimento doméstico. O fato é que nosso
“desenvolvimento” refere-se à grande revitalização da nação
chinesa, a qual, obviamente, não se limita às terras que temos
agora, mas também inclui o mundo inteiro.
Por que o coloco dessa forma?
Tanto o camarada Liu Huaquing, um dos líderes da velha
geração em nosso Partido, quanto o camarada He Xin, um
jovem estrategista de nosso Partido, enfatizaram várias vezes a
teoria concernente à mudança do centro da Civilização
Mundial. Nosso slogan de “revitalizar a China” tem como base
essa forma de pensar. Vocês podem consultar os jornais e
revistas publicados nos últimos anos ou acessar a internet para
fazer pesquisas a fim de descobrir quem levantou o slogan da
revitalização nacional primeiro. Foi o Camarada He Xin.
Vocês sabem quem é He Xin? Ele pode parecer agressivo e
desprezível quando fala em público, com suas mangas e calças
todas arregaçadas, mas a sua visão histórica é um tesouro que
o nosso Partido deveria apreciar.
Ao discutir este assunto, começemos do início.
Como todos sabem, de acordo com as visões propagadas
por estudiosos ocidentais, a humanidade como um todo se
originou de uma mãe solteira na África. Portanto, nenhuma
raça pode reivindicar superioridade racial. No entanto, de
acordo com a pesquisa realizada pela maioria dos estudiosos
chineses, os chineses são diferentes das outras raças do
planeta. Não somos originários da África. Em vez disso, nós
nos originamos de forma independente na região da China. O
Homem de Pequim em Zhoukoudian, com o qual todos
estamos familiarizados, representa uma fase da evolução de
nossos ancestrais. “O Projeto de Busca das Origens da
Civilização Chinesa”, realizado atualmente em nosso país, visa
a uma pesquisa mais abrangente e sistemática sobre a origem,
o processo e o desenvolvimento da antiga civilização chinesa.
Costumamos dizer: “A civilização chinesa tem uma história de
cinco mil anos”. Mas, agora, muitos especialistas envolvidos
em pesquisas de diversos campos, incluindo arqueologia,
culturas étnicas e culturas regionais, chegaram ao consenso de
que as novas descobertas, como a da cultura Hongshan no
nordeste, a cultura Liangahn na província de Zhejiang, as
ruínas de Jinsha na província de Sichuan, e o Sítio Cultural do
Imperador Yongzhou Shun na província de Hunan, são todos
evidências convincentes da existência das primeiras
civilizações da China e provam que só a história da agricultura
de cultivo do arroz na China pode ser rastreada até 8.000 a
10.000 anos atrás. Isso refuta o conceito de “cinco mil anos de
civilização chinesa.”
Portanto, podemos afirmar que somos o produto de raízes
culturais de mais de um milhão de anos, e uma entidade
chinesa única de dois mil anos. Esta é a entidade chinesa de
dois mil anos. Esta é a nação chinesa que se autodenomina
“descendentes de Yan e Huang”, a nação chinesa da qual
temos tanto orgulho. A Alemanha de Hitler certa vez se gabou
de que a raça alemã era a raça mais superior da terra, mas o
fato é que nossa nação é muito superior aos alemães.
Durante nossa longa história, nosso povo se espalhou
pelas Américas e pelas regiões ao longo do Círculo do
Pacífico, e veio a ser os índios nas Américas e os grupos
étnicos do Leste Asiático no Pacífico sul.
Todos sabemos que, devido à nossa superioridade
nacional, durante a vibrante e próspera Dinastia Tang, nossa
civilização estava no auge do mundo. Éramos o centro da
civilização mundial e nenhuma outra civilização do mundo era
comparável à nossa. Mais tarde, por causa de nossa
complacência, estreiteza de visão e fechamento de nosso
próprio país, fomos superados pela civilização ocidental e o
centro do mundo mudou para o Ocidente.
Ao revisar a história, pode-se perguntar: o centro da
civilização mundial voltará para a China?
O camarada He Xin colocou isso em seu relatório ao
Comitê Central em 1988: se o fato é que o centro da liderança
do mundo esteve localizado na Europa a partir do século
XVIII, e depois mudou para os Estados Unidos em meados do
século XX, o centro de liderança do mundo mudará para o
Oriente do nosso planeta. E “o Oriente”, é claro, refere-se
principalmente à China.
Na verdade, o camarada Lui Huaquing fez observações
semelhantes na década de 1980. Com base em uma análise
histórica, ele apontou que o centro da civilização mundial está
mudando. Ele mudou do Oriente para a Europa Ocidental e
mais tarde para os Estados Unidos; agora está voltando para o
Oriente. Portanto, se nos referirmos ao século XIX como o
século britânico e ao século XX como o século americano,
então o século XXI será o século chinês.
Compreender com consciência esta lei histórica e saudar
o advento do século chinês é a missão histórica do nosso
Partido. Como todos sabemos, no final do século passado,
construímos o Altar para o século chinês em Pequim.
No exato momento da chegada do novo milênio, a
direção coletiva do Comitê Central do Partido se reuniu ali
para um comício, empunhando as tochas de Zhoukoudian, a
fim de prometerem se preparar para saudar a chegada do
século chinês. Estávamos fazendo isso para seguir a lei
histórica e definindo a realização do século chinês como a
meta dos esforços do nosso Partido.
Posteriormente, no relatório político do XVI Congresso
Nacional do nosso Partido, estabelecemos que a revitalização
nacional deveria ser nosso grande objetivo e especificamos
explicitamente em nossa nova Constituição do Partido que o
nosso Partido é o pioneiro do povo chinês. Todas essas etapas
marcaram um grande desenvolvimento no marxismo,
refletindo a coragem e a sabedoria do nosso Partido. Como
todos sabemos, Marx e seus seguidores nunca se referiram a
nenhum partido comunista como um pioneiro de um certo
povo; tampouco disseram que a revitalização nacional poderia
ser usada como slogan de um partido comunista. Mesmo o
Camarada Mao Zedong, um corajoso herói nacional, só
levantou a bandeira da “revolução proletária global”, mas
mesmo ele não teve a coragem de dar a publicidade mais forte
ao slogan da revitalização nacional.
Devemos saudar a chegada do século chinês levantando a
bandeira da revitalização nacional. Como devemos lutar pela
realização do século chinês? Devemos tomar emprestadas as
experiências preciosas da história humana, aproveitando a
notável fruição da civilização humana e tirando lições do que
aconteceu a outros grupos étnicos.
As lições incluem o colapso do comunismo na antiga
União Soviética e no Leste Europeu, bem como as derrotas da
Alemanha e do Japão no passado. Recentemente, tem havido
muita discussão sobre as lições do colapso do comunismo na
antiga União Soviética e nos países do Leste Europeu, então
não vou me alongar sobre elas aqui. Hoje eu gostaria de falar
sobre as lições da Alemanha e do Japão.
Como todos sabemos, a Alemanha nazista também dava
muita ênfase à educação do povo, especialmente da geração
mais jovem. O Partido Nazista e o governo organizaram e
estabeleceram várias instituições educacionais e de
propaganda, como a “Agência de Orientação da Propaganda
Nacional”, o “Departamento de Educação e Propaganda
Nacional”, a “Agência de Supervisão de Estudo e Educação da
Cosmovisão” e o “Gabinete de Informação”, todos visando a
incutir na mente do povo, desde as escolas primárias até as
faculdades, a idéia de que o povo alemão é superior, e
convencer o povo de que a missão histórica do povo ariano é
tornar-se os “senhores da terra”, cujo direito é “governar o
mundo todo”. Naquela época, o povo alemão era muito mais
unido do que nós somos hoje.
Não obstante, a Alemanha foi derrotada de maneira
totalmente vergonhosa, junto com seu aliado, o Japão. Por
quê? Chegamos a algumas conclusões nas reuniões de estudo
do Politburo, nas quais buscávamos as leis que regiam as
vicissitudes das grandes potências e tentávamos analisar o
rápido crescimento da Alemanha e do Japão. Se decidimos
revitalizar com base no modelo alemão, não devemos repetir
os erros que eles cometeram.
Especificamente, as seguintes são as causas fundamentais
de sua derrota: primeiro, eles tinham muitos inimigos ao
mesmo tempo, visto que não aderiram ao princípio de eliminar
os inimigos um de cada vez; segundo, eles eram muito
impetuosos, carecendo da paciência e perseverança necessárias
para grandes realizações; terceiro, quando chegou a hora de
serem implacáveis, eles se mostraram muito moles, deixando
assim problemas que ressurgiram mais tarde.
Vamos supor que, naquela época, a Alemanha e o Japão
tivessem conseguido manter os Estados Unidos neutros e
travado uma guerra prolongada, passo a passo, na fronte
soviética. Se eles tivessem adotado essa abordagem, ganhado
algum tempo para avançar em suas pesquisas, conseguido no
devido tempo obter a tecnologia de armas nucleares e mísseis,
e lançado com elas ataques surpresa contra os Estados Unidos
e a União Soviética, então os Estados Unidos e a União
Soviética não teriam sido capazes de se defender e teriam de
se render. O pequeno Japão, em particular, cometeu um erro
flagrante ao lançar o ataque furtivo a Pearl Harbor. Esse ataque
não atingiu partes vitais dos Estados Unidos. Em vez disso, ele
arrastou os Estados Unidos para a guerra, para as fileiras dos
coveiros que por fim enterraram os fascistas alemães e
japoneses.
Claro, se eles não tivessem cometido esses três erros e
ganhado a guerra, a história teria sido escrita de uma maneira
diferente. Se esse tivesse sido o caso, a China não estaria em
nossas mãos. O Japão poderia ter transferido a sua capital para
a China e governado a China. Posteriormente, a China e toda a
Ásia, sob o comando do Japão, teriam trazido à tona a
sabedoria oriental, conquistado o Ocidente governado pela
Alemanha e unificado o mundo inteiro. Isso é irrelevante, é
claro. Sem mais digressões.
Então, a razão fundamental para as derrotas da Alemanha
e do Japão é que a história não os preparou para serem os
“senhores da terra”, pois eles não são, afinal, a raça mais
superior.
Ao que parece, em comparação, a China de hoje é
alarmantemente semelhante à Alemanha daquela época.
Ambas se consideram as raças mais superiores; ambas têm um
histórico de serem exploradas por potências estrangeiras e,
portanto, são vingativas; ambas têm a tradição de adorar suas
próprias autoridades; ambas sentem que têm espaço vital
consideravelmente insuficiente; ambas erguem as duas
bandeiras do nacionalismo e do socialismo e se rotulam como
“nacional-socialismo”; ambas adoram “um só estado, um só
partido, um só líder e uma só doutrina”.
E, no entanto, se realmente quisermos fazer uma
comparação entre a Alemanha e a China, então, como disse o
Camarada Jiang Zemin, a Alemanha pertence à “pediatria” —
trivial demais para ser comparada. Qual é o tamanho da
população da Alemanha? Qual o tamanho de seu território? E
qual a duração de sua história? Nós eliminamos oito milhões
de soldados nacionalistas em apenas três anos. Quantos
inimigos a Alemanha matou? Eles estiveram no poder por um
período passageiro de pouco mais de uma dúzia de anos antes
de perecerem, enquanto nós ainda estamos ativos depois de
ficarmos por aí por mais de oitenta anos. Nossa teoria da
mudança de centro da civilização é, obviamente, mais
profunda do que a teoria de Hitler dos “senhores da terra”.
Nossa civilização é profunda e ampla, o que determinou o fato
de sermos muito mais sábios do que eles.
Nosso povo chinês é mais sábio do que os alemães
porque, fundamentalmente, nossa raça é superior à deles.
Como resultado, temos uma história mais longa, mais pessoas
e maior área de terra. Com base nisso, nossos ancestrais nos
deixaram as duas heranças mais essenciais, que são o ateísmo
e a grande unidade. Foi Confúcio, o fundador da nossa cultura
chinesa, quem nos deu essas heranças.
Essa herança determinou o fato de termos uma
capacidade de sobrevivência mais forte do que o Ocidente. É
por isso que a raça chinesa conseguiu prosperar por tanto
tempo. Estamos destinados a “não ser enterrados nem pelo céu
nem pela terra”, não importa a gravidade dos desastres:
naturais, causados pelo homem e nacionais. Essa é a nossa
vantagem.
Tome-se a resposta à guerra como exemplo. A razão pela
qual os Estados Unidos permanecem hoje é que nunca viram
guerra em seu continente. Quando seus inimigos apontarem
para o continente, estes inimigos chegarão a Washington antes
que o seu congresso termine de debater e autorize o presidente
a declarar guerra. Mas, quanto a nós, não perdemos tempo
com essas coisas triviais. O Camarada Deng Xiaoping disse
uma vez: “A liderança do Partido é rápida na tomada de
decisões. Assim que uma decisão é tomada, ela é
imediatamente implementada. Não há perda de tempo com
coisas triviais como nos países capitalistas. Essa é a nossa
vantagem! O centralismo democrático do nosso Partido
baseia-se na tradição da grande unidade. Embora a Alemanha
fascista também enfatizasse o centralismo de alto nível, ela se
concentrou apenas no poder do líder máximo, mas ignoraram a
liderança coletiva do grupo central. É por isso que Hitler foi
traído por muitos, mais tarde em sua vida, o que basicamente
esgotou a capacidade de guerra dos nazistas.
O que nos torna diferentes da Alemanha é que somos
ateus completos, enquanto a Alemanha era principalmente um
país católico e protestante. Hitler era apenas meio ateu.
Embora Hitler também acreditasse que os cidadãos comuns
tinham pouca inteligência e que os líderes deveriam, portanto,
tomar decisões, e embora o povo alemão adorasse Hitler
naquela época, a Alemanha não tinha a tradição de adorar os
sábios de forma ampla. Nossa sociedade chinesa sempre
adorou os sábios, e isso porque não adoramos nenhum Deus.
Quando você adora um deus, você não pode adorar uma
pessoa ao mesmo tempo, a menos que reconheça a pessoa
como o representante de deus, como fazem nos países do
Oriente Médio. Por outro lado, quando você reconhece uma
pessoa como um sábio, é claro que você vai querer que ela seja
o seu líder… Este é o fundamento do nosso centralismo
democrático.
O ponto principal é que somente a China é uma força
confiável na resistência ao sistema democrático parlamentar
ocidental. A ditadura de Hitler na Alemanha foi talvez apenas
um erro momentâneo na história.
Talvez vocês agora tenham entendido por que decidimos
recentemente promover ainda mais o ateísmo. Se deixarmos a
teologia do Ocidente entrar na China e nos esvaziar desde
dentro, se deixarmos todos os chineses ouvirem a Deus e
seguirem a Deus, quem nos ouvirá e nos seguirá
obedientemente? Se as pessoas comuns não acreditarem que o
Camarada Hu Jintao é um líder qualificado, questionarem a
sua autoridade e quiserem monitorá-lo, se os adeptos
religiosos em nossa sociedade questionarem por que estamos
deixando Deus nas igrejas, o nosso Partido poderá continuar
governando a China?
O sonho da Alemanha de ser o “senhor da terra” falhou
porque, em última análise, a história não lhe concedeu esta
grande missão. Mas as três lições que a Alemanha aprendeu
com a experiência são as que devemos lembrar ao completar
nossa missão histórica e revitalizar nossa raça. As três lições
são: segurar com firmeza o espaço vital do país; segurar com
firmeza o controle do Partido sobre a nação; e segurar com
firmeza a direção geral para se tornar o “senhor da terra”.
A seguir, eu gostaria de abordar essas três questões.
A primeira questão é o espaço vital. Esse é o maior foco
da revitalização da raça chinesa. Em meu último discurso, eu
disse que a luta pelos recursos vitais básicos (incluindo terra e
oceano) é a fonte da grande maioria das guerras da história.
Isso pode mudar na era da informação, mas não
fundamentalmente. Nossos recursos per capita são muito
menores do que os da Alemanha daquela época. Além disso, o
desenvolvimento econômico dos últimos vinte anos teve um
impacto negativo e os climas estão piorando rapidamente.
Nossos recursos estão bastante escassos. O meio ambiente está
gravemente poluído, em especial o solo, a água e o ar. Não
apenas nossa capacidade de sustentar e desenvolver nossa
raça, mas até mesmo sua sobrevivência está gravemente
ameaçada, numa medida muito maior do que a enfrentada pela
Alemanha naquela época.
Qualquer pessoa que já esteve em países ocidentais sabe
que o espaço vital deles é muito melhor do que o nosso. Eles
têm florestas ao longo das rodovias, enquanto nós dificilmente
temos alguma árvore ao lado de nossas ruas. O céu deles é
geralmente azul com nuvens brancas, enquanto o nosso céu é
coberto por uma camada de névoa escura. A água da torneira
deles é limpa o suficiente para beber, enquanto até a nossa
água subterrânea está tão poluída que não pode ser bebida sem
filtrar. Eles têm poucas pessoas nas ruas, e duas ou três
pessoas podem ocupar um pequeno prédio residencial; em
contraste, nossas ruas estão sempre cheias de gente, e várias
pessoas têm de compartilhar o mesmo quarto.
Muitos anos atrás, havia um livro intitulado Catástrofes
Amarelas. Ele dizia que, por seguirmos o estilo americano de
consumo, nossos limitados recursos não sustentariam por
muito tempo a população e que a sociedade entraria em
colapso, quando nossa população atingisse 1,3 bilhão. Agora
nossa população já ultrapassou esse limite e contamos agora
com as importações para sustentar nossa nação. Não é que não
tenhamos prestado atenção a esse problema. O Ministério de
Recursos da Terra é especializado neste assunto.
Mas o termo ‘espaço vital’ (lebensraum) está muito
relacionado à Alemanha nazista. O motivo pelo qual não
queremos discutir isso tão abertamente é evitar que o Ocidente
nos associe à Alemanha nazista, o que poderia, por sua vez,
reforçar a visão de que a China é uma ameaça. Portanto, em
nossa ênfase na nova teoria de He Xin, “Direitos humanos são
só direitos de viver”, falamos apenas de “viver”, mas não de
“espaço”, a fim de evitar o uso do termo “espaço vital”. Do
ponto de vista da história, a razão pela qual a China se depara
com a questão do espaço vital é porque os países ocidentais
estabeleceram colônias antes dos países orientais. Os países
ocidentais estabeleceram colônias em todo o mundo, o que
lhes deu uma vantagem na questão do espaço vital. Para
resolver este problema, devemos levar o povo chinês para fora
da China, para que ele possa se desenvolver fora da China.
A segunda questão é o nosso foco na capacidade de
liderança do partido governante. Nesta, temos feito melhor do
que o partido deles. Embora os nazistas tenham espalhado o
seu poder em todos os aspectos do governo nacional alemão,
eles não enfatizaram a sua posição de liderança absoluta como
nós temos feito. Eles não consideraram o problema da gestão
do poder do partido como primeira prioridade, o que nós
temos feito. Quando o camarada Mao Zedong resumiu os “três
tesouros” da vitória do nosso partido na conquista do país, ele
considerava como “tesouro” mais importante o
desenvolvimento do Partido Comunista Chinês (PCC) e o
fortalecimento de sua posição de liderança.
Temos de nos concentrar em dois pontos para fortalecer
nossa posição de liderança e melhorar nossa capacidade de
liderança.
O primeiro é promover a teoria dos “Três
Representantes”, destacando que o nosso Partido é o pioneiro
da raça chinesa, além de ser o pioneiro do proletariado. Muitos
cidadãos dizem em particular: “Nunca votamos em vocês, do
Partido Comunista, para nos representar. Como podem ter a
pretensão de serem nossos representantes?”
Não há necessidade de se preocupar com esse problema.
O camarada Mao Zedong disse que, se pudéssemos liderar o
povo chinês para fora da China, resolvendo a falta de espaço
vital na China, o povo chinês nos apoiaria. Nesse momento,
não precisaremos nos preocupar com os rótulos de
“totalitarismo” ou “ditadura”. Se poderemos representar para
sempre o povo chinês é algo que depende de conseguirmos
conduzir o povo chinês para fora da China.
O segundo ponto, se poderemos levar o povo chinês para
fora da China, é o fator mais importante da posição de
liderança do PCC.
Por que digo isso?
Todos sabem que sem a liderança do nosso Partido, a
China não existiria hoje. Portanto, nosso maior princípio é
proteger para sempre a posição de liderança do nosso Partido.
Antes de 4 de junho, percebemos vagamente que, enquanto a
economia da China fosse desenvolvida, as pessoas apoiariam e
amariam o Partido Comunista. Portanto, tivemos de usar
várias décadas de tempo de paz para desenvolver a economia
chinesa. Não importa quais sejam os ismos, quer seja um gato
branco ou preto, ele será um bom gato se puder desenvolver a
economia chinesa. Mas, naquela época, não tínhamos idéias
maduras sobre como a China lidaria com as disputas
internacionais após o desenvolvimento de sua economia.
O Camarada Xiaoping disse então que os principais
temas do mundo eram a paz e o desenvolvimento. Mas a
agitação de 4 de junho deu um aviso ao nosso Partido e deu-
nos uma lição que ainda está fresca.
A pressão da evolução pacífica da China nos faz
reconsiderar esses dois temas principais de nosso tempo.
Vemos que nenhuma dessas duas questões, paz e
desenvolvimento, foi resolvida. As forças de oposição
ocidentais sempre mudam o mundo de acordo com suas
próprias visões; elas querem mudar a China e usar a evolução
pacífica para derrubar a liderança do nosso Partido Comunista.
Portanto, se apenas desenvolvermos a economia, ainda
encaramos a possibilidade de perder o controle.
A agitação de 4 de junho quase conseguiu fazer uma
transição pacífica; se não fosse pelo fato de que um grande
número de camaradas veteranos ainda estavam vivos e que
num momento crucial eles retiraram Zhao Ziyang e seus
seguidores, então todos nós teríamos sido colocados na prisão.
Depois da morte, teríamos muita vergonha de aparecer diante
de Marx. Embora tenhamos passado no teste de 4 de junho,
depois que nosso grupo de camaradas antigos faleceu, sem o
nosso controle, a evolução pacífica ainda pode chegar à China
assim como chegou à antiga União Soviética. Em 1956, eles
abafaram o incidente húngaro e derrotaram os ataques dos
revisionistas de Tito da Iugoslávia, mas não puderam resistir a
Gorbachev uns trinta anos depois. Assim que esses antigos
camaradas pioneiros morreram, o poder do Partido Comunista
foi retirado pela evolução pacífica.
Depois que a agitação de 4 de junho foi reprimida,
estivemos pensando em como prevenir a China de uma
evolução pacífica e como manter a liderança do Partido
Comunista. Nós refletimos várias vezes, mas não tivemos
nenhuma boa idéia. Se não tivermos boas idéias, a China
inevitavelmente mudará de forma pacífica e todos nós nos
tornaremos criminosos na história. Depois de intensas
ponderações, finalmente chegamos a esta conclusão: somente
transformando a nossa potência nacional desenvolvida na
força de um primeiro ataque no exterior — somente levando o
povo a sair — poderemos ganhar para sempre o apoio e o
amor do povo chinês pelo Partido Comunista. Nosso partido
ficará então em um terreno invencível, e o povo chinês terá de
depender do Partido Comunista. Ele seguirá para sempre o
Partido Comunista com seus corações e mentes, como foi
escrito em um dístico freqüentemente visto no campo alguns
anos atrás: “Ouça o Presidente Mao, siga o Partido
Comunista!” Portanto, a agitação de 4 de junho nos fez
perceber que devemos combinar o desenvolvimento
econômico com a preparação para a guerra e o direcionamento
do povo a sair! Portanto, desde então, nossa política de defesa
nacional deu uma volta de 180 graus e, desde então, temos
enfatizado cada vez mais a “combinação de paz e guerra”. O
nosso desenvolvimento econômico trata inteiramente de se
preparar para as necessidades da guerra! Publicamente, ainda
enfatizamos o desenvolvimento econômico como o nosso
centro, mas, na realidade, o desenvolvimento econômico tem a
guerra como centro! Fizemos um esforço tremendo para
elaborar o “Projeto da Grande Muralha”, a fim de construir, ao
longo de nossas fronteiras costeiras e terrestres, bem como ao
redor de cidades grandes e médias, uma sólida “Grande
Muralha” subterrânea que possa resistir a uma guerra nuclear.
Também estamos armazenando todos os materiais de guerra
necessários. Portanto, não hesitaremos em travar uma Terceira
Guerra Mundial, a fim de fazer sair o povo e garantir a posição
de liderança do Partido. Em qualquer caso, nós, o PCC, nunca
desceremos do palco da história! Preferimos que o mundo
inteiro, ou mesmo o globo inteiro, compartilhe conosco a vida
e a morte do que sair do palco da história! Não existe uma
teoria da “dependência nuclear”? Ela quer dizer que, uma vez
que as armas nucleares comprometeram a segurança do mundo
inteiro, todos morrerão juntos caso a morte for inevitável. Na
minha opinião, existe outro tipo de dependência, ou seja, o
destino do nosso Partido está ligado ao do mundo inteiro. Se
nós, o PCC, acabarmos, a China estará acabada e o mundo
estará acabado.
A missão histórica do nosso Partido é levar o povo chinês
a sair. Se olharmos com uma visão ampla, veremos que a
história nos conduziu por esse caminho. Primeiro, a longa
história da China resultou na maior população do mundo,
incluindo chineses na China e no exterior. Segundo, assim que
abrirmos nossas portas, os capitalistas ocidentais em busca de
lucro investirão capital e tecnologia na China, a fim de ajudar
nosso desenvolvimento, de modo que possam ocupar o maior
mercado do mundo. Terceiro, nossos numerosos chineses no
exterior nos ajudam a criar o ambiente mais favorável para a
introdução de capital estrangeiro, tecnologia estrangeira e
experiência avançada na China. Assim, é garantido que nossa
política de reformas e de porto aberto alcançará um tremendo
sucesso. Quarto, a grande expansão econômica da China
inevitavelmente levará à redução do espaço vital per capita
para o povo chinês, e isso incentivará a China a se voltar para
o exterior em busca de um novo espaço vital. Quinto, a grande
expansão econômica da China inevitavelmente virá com um
desenvolvimento significativo de nossas forças militares,
criando condições para nossa expansão no exterior. Desde a
época de Napoleão, o Ocidente tem estado alerta para o
possível despertar do leão adormecido que é a China. Agora, o
leão adormecido está se levantando e avançando no mundo, e
se tornou imparável!
Qual é a terceira questão que devemos resolver com
firmeza para cumprir a nossa missão histórica de renascimento
nacional? É agarrar com firmeza o grande “problema da
América”.
Isso parece chocante, mas a lógica é na verdade muito
simples.
O Camarada He Xin apresentou um julgamento muito
fundamental, o qual é muito razoável. Ele afirmou em seu
relatório ao Comitê Central do Partido: o renascimento da
China está em conflito fundamental com os interesses
estratégicos do Ocidente e, portanto, será inevitavelmente
obstruído pelos países ocidentais fazendo tudo o que podem.
Portanto, somente quebrando o bloqueio formado pelos países
ocidentais encabeçados pelos Estados Unidos a China poderá
crescer e se mover em direção ao mundo!
Os Estados Unidos permitiriam que saíssemos para
ganhar um novo espaço vital? Em primeiro lugar, se os
Estados Unidos estão resolutos em nos bloquear, é difícil para
nós fazer algo significativo em relação a Taiwan, Vietnã, Índia
ou mesmo Japão, [então] quanto mais espaço vital podemos
conseguir? Muito simples! Apenas países como Estados
Unidos, Canadá e Austrália têm terras vastas para atender à
nossa necessidade de colonização em massa.
Portanto, resolver o “problema da América” é a chave
para resolver todos os outros problemas. Primeiro, isso
possibilita que muitas pessoas migrem para lá e até mesmo
estabeleçam outra China sob a mesma liderança do PPC. A
América foi originalmente descoberta pelos ancestrais da raça
amarela, mas Colombo deu crédito à raça branca. Nós, os
descendentes da nação chinesa, temos direito à posse da terra!
Diz-se que os residentes da raça amarela têm um status social
muito baixo nos Estados Unidos. Precisamos libertá-los. Em
segundo lugar, depois de resolver o “problema da América”,
os países ocidentais da Europa se curvariam diante de nós, sem
mencionar Taiwan, Japão e outros pequenos países. Portanto,
resolver o “problema da América” é a missão atribuída aos
membros do PCC pela história.
Às vezes penso como é cruel para a China e os Estados
Unidos serem inimigos que estão fadados a se encontrar numa
estrada estreita! Lembram-se de um filme sobre as tropas do
Exército da Libertação lideradas por Liu Bocheng e Deng
Xiaoping? O título é algo como “Batalha Decisiva nas
Planícies Centrais”. Há um comentário famoso no filme que é
cheio de poder e grandeza: “Os inimigos estão fadados a se
encontrar numa estrada estreita, apenas os bravos vencerão!”
Foi esse tipo de espírito de lutar para vencer ou morrer que nos
permitiu tomar o poder na China continental. É um destino
histórico que a China e os Estados Unidos hão de chegar a um
confronto inevitável num caminho estreito e lutar entre si! Os
Estados Unidos, ao contrário da Rússia e do Japão, nunca
ocuparam e prejudicaram a China, e além disso ajudaram a
China em sua batalha contra os japoneses. Mas certamente
serão uma obstrução, e a maior das obstruções! No longo
prazo, o relacionamento da China e dos Estados Unidos é de
uma luta de vida ou morte.
Certa vez, alguns americanos vieram nos visitar e
tentaram nos convencer de que a relação entre a China e os
Estados Unidos é de interdependência. O Camarada Xiaoping
respondeu de maneira educada: “Vá dizer ao seu governo, a
China e os Estados Unidos não têm uma relação
interdependente e de confiança mútua”. Na verdade, o
Camarada Xiaoping estava sendo educado demais, ele poderia
ter sido mais franco: “A relação entre a China e os Estados
Unidos é de uma luta de vida ou morte.” Claro, agora não é
hora de romper abertamente com eles ainda. Nossa reforma e
abertura para o mundo exterior ainda dependem de seu capital
e tecnologia, ainda precisamos da América. Portanto, devemos
fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para promover nosso
relacionamento com a América, aprender com a América em
todos os aspectos e usar a América como exemplo para
reconstruir nosso país.
Como temos administrado nossos negócios estrangeiros
nestes anos? Mesmo que tivéssemos de botar uma cara
sorridente para agradá-los, mesmo que tivéssemos de lhes dar
a face direita depois de terem batido em nossa face esquerda,
ainda assim teríamos de aguentar, a fim de aprofundar o nosso
relacionamento com os Estados Unidos. Lembram-se da
personagem de Wuxun no filme A História de Wuxun? A fim
de cumprir sua missão, ele aguentou tantas dores e sofreu
tantas pancadas e chutes! Hoje, os Estados Unidos são o país
mais bem-sucedido do mundo. Somente depois de
aprendermos todas as suas experiências úteis, poderemos
substituí-los no futuro. Mesmo que atualmente estejamos
imitando o tom americano: “A China e os Estados Unidos
apoiam-se mutuamente e compartilham a honra e a desgraça”,
não devemos esquecer que a história de nossa civilização
repetidamente tem nos ensinado que uma única montanha não
permite que dois tigres vivam juntos.
Também não devemos esquecer o que o camarada
Xiaoping enfatizou: “Abstenha-se de revelar ambições e tirar
os outros do caminho.” A mensagem escondida é: devemos
tolerar a América; devemos ocultar nossos objetivos últimos,
esconder nossas capacidades e aguardar a oportunidade. Dessa
forma, nossa mente está clara. Por que não atualizamos nosso
hino nacional com algo pacífico? Por que não mudamos o
tema bélico do hino? Em vez disso, ao revisar a Constituição
desta vez, pela primeira vez especificamos claramente que a
“Marcha dos Voluntários” é o nosso hino nacional. Assim,
entenderemos por que constantemente falamos em voz alta
sobre o “problema de Taiwan”, mas não sobre o “problema
americano”. Todos nós conhecemos o princípio de “fazer uma
coisa sob a cobertura de outra”. Se a gente ordinária só
consegue ver a pequena ilha de Taiwan com seus olhos, então
vocês, como a elite do nosso país, deveriam ser capazes de ver
o quadro completo da nossa causa. Ao longo desses anos,
segundo o acordo do Camarada Xiaoping, uma grande parte
do nosso território no Norte foi entregue à Rússia; vocês
realmente acham que o nosso Comitê do Partido é bobo?
A fim de resolver o problema da América, devemos ser
capazes de transcender convenções e restrições. Na história,
quando um país derrotava outro país ou ocupava outro país,
ele não podia matar todas as pessoas na terra conquistada
porque naquela época não se podia matar pessoas de maneira
eficaz com sabres ou lanças longas, ou mesmo com rifles ou
metralhadoras. Portanto, era impossível ganhar um pedaço de
terra sem manter o povo naquela terra. Entretanto, se
conquistássemos a América dessa forma, não poderíamos
fazer com que muitas pessoas migrassem para lá.
Somente usando meios especiais para “limpar” a América
é que seremos capazes de levar o povo chinês até lá. Esta é a
única escolha que nos resta. Esta não é uma questão de
estarmos dispostos a fazer isso ou não. Que tipo de meio
especial existe disponível para nós para “limpar a América”?
Armas convencionais como caças, canhões, mísseis e
navios de guerra não vão adiantar; nem as armas altamente
destrutivas, como as armas nucleares. Não somos tolos a ponto
de querer morrer junto com a América usando armas
nucleares, apesar do fato de termos estado exclamando que
resolveremos o problema de Taiwan a qualquer custo.
Somente usando armas não-destrutivas que podem matar
muitas pessoas seremos capazes de reservar a América para
nós mesmos. Tem havido um rápido desenvolvimento da
tecnologia biológica moderna e novas armas biológicas têm
sido inventadas uma após a outra. Obviamente, nós não
ficamos ociosos, nos últimos anos aproveitamos a
oportunidade para dominar armas desse tipo. Somos capazes
de alcançar o nosso propósito de “limpar” a América
subitamente. Quando o Camarada Xiaoping ainda estava
conosco, o Comitê Central do Partido teve a perspicácia de
tomar a decisão certa de não desenvolver grupos de porta-
aviões e se concentrar, em vez disso, no desenvolvimento de
armas letais que possam eliminar populações em massa do
país inimigo.
Do ponto de vista humanitário, deveríamos dar um aviso
ao povo americano e persuadi-lo a deixar a América e deixar a
terra onde tem vivido ao povo chinês. Ou pelo menos
deveriam deixar metade dos Estados Unidos para ser colônia
da China, porque a América foi descoberta pelos chineses.
Mas isso funcionaria? Se essa estratégia não funcionar, então
só nos restará uma escolha. Ou seja, usar meios decisivos para
“limpar” a América e reservar a América para nosso uso num
instante. Nossa experiência histórica provou que, contanto que
façamos isso acontecer, ninguém no mundo poderá fazer nada
a nosso respeito. Além disso, se os Estados Unidos, como
líder, estiverem acabados, então os outros inimigos terão de se
render a nós.
As armas biológicas não têm precedentes em sua
crueldade, mas se os americanos não morrerem, então os
chineses terão de morrer. Se o povo chinês estiver amarrado à
terra atual, um colapso social total está fadado a ocorrer. De
acordo com os cálculos do autor de Perigo Amarelo, mais da
metade dos chineses morrerão, e esse número seria de mais de
800 milhões de pessoas! Logo após a libertação, nossa terra
amarela sustentava quase 500 milhões de pessoas, enquanto
hoje o número oficial da população é de mais de 1,3 bilhão.
Esta terra amarela atingiu o limite de sua capacidade. Um dia,
quem sabe quando chegará, o grande colapso ocorrerá a
qualquer momento e mais da metade da população terá de ir
embora.
Devemos nos preparar para dois cenários. Se nossas
armas biológicas tiverem sucesso no ataque surpresa, o povo
chinês será capaz de manter as suas perdas em um número
mínimo na luta contra os Estados Unidos. Se, no entanto, o
ataque falhar e desencadear uma retaliação nuclear dos
Estados Unidos, a China sofreria talvez uma catástrofe na qual
mais da metade de sua população pereceria. É por isso que
precisamos estar preparados com sistemas de defesa aérea para
nossas cidades grandes e médias. Seja qual for o caso, só
podemos avançar com coragem, pelo bem do nosso Partido e
nosso Estado e do futuro da nossa nação, independentemente
das adversidades que tenhamos de enfrentar e dos sacrifícios
que tenhamos de fazer. A população, mesmo que mais da
metade morra, pode se reproduzir. Mas, se o Partido cair, tudo
estará perdido, e perdido para sempre.
Na história chinesa, na substituição das dinastias, os
implacáveis sempre venceram e os benevolentes sempre
fracassaram. O exemplo mais típico envolveu Xiang Yu, o Rei
de Chu, que, após derrotar Liu Bang, deixou de continuar a
persegui-lo e a eliminar suas forças, e sua leniência resultou na
morte de Xiang Yu e na vitória de Liu… Portanto, devemos
enfatizar a importância da adoção de medidas enérgicas. No
futuro, os dois rivais, China e Estados Unidos, no devido
tempo se encontrarão numa estrada estreita, e nossa leniência
para com os americanos significará crueldade para com o povo
chinês. Aqui, algumas pessoas podem querer me perguntar: e
os vários milhões de nossos compatriotas nos Estados Unidos?
Podem perguntar: não somos contra chineses matando outros
chineses?
Esses camaradas são muito pedantes; não são
pragmáticos o suficiente. Se tivéssemos insistido no princípio
de que chineses não deveriam matar outros chineses, teríamos
libertado a China? Quanto aos vários milhões de chineses que
vivem nos Estados Unidos, este é, sem dúvida, um grande
problema. Por isso, nos últimos anos, temos feito pesquisas
com armas genéticas, isto é, armas que não matam pessoas
amarelas. Mas produzir um resultado com esse tipo de
pesquisa é extremamente difícil.
Das pesquisas feitas com armas genéticas em todo o
mundo, Israel é o mais avançado. Suas armas genéticas são
projetadas para atingir os árabes e proteger os israelenses. Mas
mesmo eles não alcançaram o estágio de implantação real.
Temos cooperado com Israel em algumas pesquisas. Talvez
possamos importar algumas das tecnologias usadas para
proteger os israelenses e remodelar essas tecnologias para
proteger o povo amarelo. Mas suas tecnologias ainda não estão
maduras e é difícil para nós superá-las em poucos anos. Se for
preciso cinco ou dez anos para que algum avanço possa ser
alcançado em armas genéticas, não podemos nos dar ao luxo
de esperar mais do que isso.
Velhos camaradas como nós não podem se dar ao luxo de
esperar tanto tempo, porque não temos assim tanto tempo de
vida. Os velhos soldados da minha idade podem esperar mais
cinco ou dez anos, mas os do período da Guerra Antijaponesa
ou os poucos velhos soldados do Exército Vermelho não
podem esperar mais.
Portanto, temos de desistir de nossas expectativas quanto
a armas genéticas. É claro que, de outra perspectiva, a maioria
dos chineses que vivem nos Estados Unidos se tornaram nosso
fardo, porque foram corrompidos pelos valores liberais
burgueses por muito tempo e seria difícil para eles aceitar a
liderança do nosso Partido. Se sobrevivessem à guerra,
teríamos de lançar campanhas no futuro para lidar com eles,
para corrigi-los. Vocês ainda se lembram que, quando
tínhamos acabado de derrotar o Kuomintang (KMT) e libertar
a China Continental, muita gente da classe burguesa e dos
intelectuais nos receberam de forma extremamente calorosa,
mas depois tivemos de lançar campanhas como a “repressão
aos reacionários” e o “Movimento Antidireitista” para limpá-
los e corrigi-los? Alguns deles estiveram escondidos por muito
tempo e não foram expostos até a Revolução Cultural. A
história provou que qualquer turbulência social pode envolver
muitas mortes.
Talvez possamos colocar desta forma: a morte é o motor
que move a história para frente. Durante o período dos três
reinos, quantas pessoas morreram? Quando Genghis Khan
conquistou a Eurásia, quantas pessoas morreram? Quando
Manchu invadiu o interior da China, quantas pessoas
morreram? Poucas pessoas morreram durante a Revolução de
1911, mas, quando derrubamos as Três Grandes Montanhas, e
durante as campanhas políticas como a “supressão dos
reacionários”, a “Campanha Três-Anti” e a “Campanha Cinco-
Anti”, pelo menos 20 milhões de pessoas morreram.
Estávamos com receio de que alguns jovens de hoje tremeriam
de medo ao ouvir falar de guerras e pessoas morrendo.
Durante a guerra, estávamos acostumados a ver gente
morta. Sangue e carne voavam por toda parte, cadáveres
jaziam em pilhas nos campos e o sangue corria como rios. Nós
vimos isso tudo. Nos campos de batalha, os olhos de todos
ficavam vermelhos de tanto matar porque era uma luta de vida
ou morte e apenas os bravos sobreviveriam.
É de fato brutal matar cem ou duzentos milhões de
americanos. Mas esse é o único caminho que garantirá um
século chinês no qual o PCC liderará o mundo. Nós, como
humanitários revolucionários, não queremos mortes. Mas se a
história nos confronta com uma escolha entre as mortes de
chineses e as de americanos, teríamos de escolher as últimas,
pois, para nós, é mais importante salvaguardar a vida do povo
chinês e a vida do nosso Partido. Isso porque, afinal, somos
chineses e membros do PCC. Desde o dia em que nos
juntamos ao PCC, o Partido, a vida sempre esteve acima de
tudo! A história provará que fizemos a escolha certa.
Agora, que estou para terminar meu discurso, vocês
provavelmente entendem por que queríamos saber se o povo
se levantaria contra nós se um dia adotássemos secretamente
meios enérgicos para “limpar” a América. Por mais de vinte
anos, a China tem desfrutado de paz e uma geração inteira não
foi testada pela guerra. Em particular, desde o final da
Segunda Guerra Mundial, houve muitas mudanças nos
formatos da guerra, no conceito de guerra e na ética da guerra.
Especialmente desde o colapso da antiga União Soviética e
dos Estados comunistas do Leste Europeu, a ideologia do
Ocidente passou a dominar o mundo como um todo, e a teoria
ocidental da natureza humana e a visão ocidental dos direitos
humanos têm sido cada vez mais disseminadas entre os jovens
da China. Portanto, não tínhamos muita certeza quanto à
atitude do povo. Se nosso povo se opõe fundamentalmente à
“limpeza” da América, teremos, é claro, de adotar medidas
correspondentes.
Por que não conduzimos a pesquisa por meios
administrativos em vez de pela internet? Fizemos o que
fizemos por um bom motivo.
Em primeiro lugar, fizemos dessa forma para reduzir a
inferência artificial e para ter certeza de que receberíamos o
que o povo pensa de verdade. Além disso, essa forma é mais
confidencial e não revela o verdadeiro propósito da nossa
pesquisa. Mas o mais importante é o fato de que a maioria das
pessoas que podem responder às perguntas online são de
grupos sociais relativamente bem-educados e inteligentes. São
os grupos radicais e de liderança que desempenham um papel
decisivo entre o nosso povo. Se eles nos apoiarem, então o
povo como um todo nos seguirá. Se se opuserem a nós,
desempenharão o perigoso papel de incitar as pessoas e criar
distúrbios sociais.
O que acabou sendo muito reconfortante é que não
entregaram uma prova em branco. Na verdade, entregaram
uma prova com uma pontuação superior a 80. Este é o
excelente resultado do trabalho de propaganda e educação do
nosso Partido nas últimas décadas.
Claro, algumas pessoas sob influência ocidental se
opuseram a atirar em prisioneiros de guerra, mulheres e
crianças. Está todo mundo louco? Outros disseram: “Os
chineses adoram se rotular como um povo que ama a paz, mas
na verdade são o povo mais cruel. Os comentários evocam
matança e assassinato, trazendo arrepios ao meu coração.”
Embora não haja muitas pessoas com esse tipo de ponto
de vista e não afetem a situação geral de forma significativa,
ainda precisamos fortalecer a propaganda para responder a
esse tipo de argumento.
Quer dizer, propagar vigorosamente o último artigo do
Camarada He Xin, que já foi apresentado ao governo central.
Vocês podem procurá-lo no site.
Se acessarem o site pesquisando por palavras-chave,
descobrirão que há algum tempo o Camarada He Xin disse ao
Hong Kong Business News, durante uma entrevista, que: “Os
EUA têm uma conspiração chocante.” De acordo com o que
tinha em mãos, de 27 de setembro a 1º de outubro de 1995, a
Fundação Mikhail Sergeevich Gorbachev, financiada pelos
Estados Unidos, reuniu 500 dos mais importantes estadistas,
líderes econômicos e cientistas do mundo, incluindo George
W. Bush (ele não era o presidente dos Estados Unidos na
época), a Baronesa Thatcher, Tony Blair, Zbigniew Brzezinski,
bem como George Soros, Bill Gates, o futurista John Naisbitt,
etc., todas as personalidades mais populares do mundo, no
hotel Fairmont de São Francisco, para uma mesa-redonda de
alto nível, discutindo os problemas da globalização e de como
guiar a humanidade para avançar no século XXI. De acordo
com o que He Xin tinha em mãos, as pessoas importantes do
mundo que estavam presentes pensavam que, no século XXI,
apenas 20 por cento da população mundial seria suficiente
para manter a economia e a prosperidade do mundo, os outros
80 por cento ou 4/5 da população mundial seriam lixo humano
incapaz de produzir novos valores. As pessoas presentes
pensavam que esse excesso de 80 por cento da população seria
uma população de escória e que meios de “alta tecnologia”
deveriam ser usados para eliminá-la gradualmente.
Já que os inimigos planejam em segredo eliminar nossa
população, por certo não podemos ser infinitamente
misericordiosos e compassivos com eles. O artigo do
Camarada He Xin saiu na hora certa, ele provou a justeza de
nossa abordagem de batalha ao estilo olho por olho… [e] a
grande previsão do Camarada Deng Xiaoping de preparar as
tropas contra a estratégia militar dos Estados Unidos.
Certamente, ao divulgar os pontos de vista do Camarada
He Xin, não podemos publicar o artigo nos jornais do Partido,
para evitar aumentar a vigilância do inimigo. A conversa de
He Xin pode lembrar ao inimigo que apreendemos a ciência e
a tecnologia modernas, incluindo a tecnologia nuclear “limpa”,
bem como a tecnologia de armas biológicas, e podemos usar
medidas poderosas para eliminar sua população em grande
escala.
O último problema de que eu gostaria de falar é o de
tomar com firmeza os preparativos para a batalha militar.
Atualmente, estamos na encruzilhada de avançar ou
retroceder. Alguns camaradas viam problemas inundando todo
o nosso país — o problema da corrupção, o problema da
empresa estatal, o problema de contas ruins do banco,
problemas ambientais, problemas de segurança da sociedade,
problemas educacionais, o problema da AIDS, vários
problemas de apelação, até mesmo o problema das agitações.
Esses camaradas vacilavam na decisão de se preparar para
batalhas militares. Eles pensavam: deviam pegar primeiro o
problema da reforma política, isto é, a nossa própria reforma
política vem primeiro. Depois de resolver os problemas
internos, poderemos então lidar com o problema da batalha
militar estrangeira.
Isso me lembra o período crucial de 1948 na Revolução
Chinesa. Naquela época, os “cavalos” do Exército da
Libertação Popular “estavam bebendo água” no rio Yangtze,
mas enfrentavam situações extremamente complexas e
problemas difíceis por todas as áreas libertadas, e a autoridade
central recebia relatórios de emergência diariamente. O que
fazer? Deveríamos parar para administrar as áreas de
retaguarda e assuntos internos antes de seguir em frente, ou
continuar, apesar das dificuldades, a fim de transpor o rio
Yangtze com uma única tentativa vigorosa? O Presidente Mao,
com sua extraordinária sabedoria e coragem, deu a ordem da
marcha: “Continuem a revolução até o fim”, e libertou toda a
China. Os problemas conflitantes anteriormente considerados
“sérios” foram todos resolvidos nesta grande onda
revolucionária que se movia para frente.
Agora, parece que estamos no mesmo período crítico dos
dias em que os “cavalos estavam bebendo água” no rio
Yangtze na era revolucionária: contanto que resolvamos o
problema dos Estados Unidos de um só golpe, nossos
problemas domésticos serão todos prontamente solucionados.
Portanto, nossa preparação para a batalha militar parece visar
Taiwan, mas na verdade ela visa os Estados Unidos, e a
preparação vai muito além do escopo de atacar porta-aviões ou
satélites.
O marxismo apontou que a violência é a parteira para o
nascimento do século da China. Conforme a guerra se
aproxima, fico cheio de esperança em relação à nossa próxima
geração.

FIM

[1] n.t.: nos Estados Unidos, o termo “liberal” costuma ser usado, de modo geral,
como sinônimo de “esquerdista” ou “progressista”. Neste livro, o termo às vezes
aparecerá com esse sentido. [N.T.]
[2] n.t.: “the proof is in the pudding” (“a prova está no pudim”) é uma expressão
derivada do provérbio “the proof of the pudding is in the eating” (“a prova do
pudim está em comê-lo”), equivalente a “só a experiência comprova”. [N.T.]
[3] Ver: https://www.scribd.com/book/438107041.

[4] Cf. “The Schiff Report Document”, 4 dez. 2019:


https://jrnyquist.blog/2019/12/04/614/
[5] Ver Parte 2:
https://www.google.com/amp/s/m.delfi.lt/endelfi/article.php%3fid=66856642&amp
=1
[6] “A novel coronavirus capable of lethal human infections: an emerging picture”,
de Gulfaraz Khan: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3599982/
[7] “Coronavirus Bioweapon – How China Stole Coronavirus From Canada And
Weaponized It”: https://greatgameindia.com/coronavirus-bioweapon/
[8] Aqueles que não percebem a tendência esquerdista de ambos os partidos
políticos, conferir o livro do cientista político Tim Groseclose, Left Turn, em:
https://www.amazon.com/dp/1250002761/ref=cm_sw_r_cp_api_i_HJhtEbG76A19
4
[9] “The Paranoid Style in American politics”:
https://harpers.org/archive/1964/11/the-paranoid-style-in-american-politics/
[10] “Paranoid Personality Disorder”: https://www.therecoveryvillage.com/mental-
health/paranoid-personality-disorder/#gref
[11] Sobre a penetração do governo dos Estados Unidos por agentes soviéticos, ver
The Venona Secrets: The Definitive Exposé of Soviet Espionage in America (Cold
War Classics):
https://www.amazon.com/dp/1621572951/ref=cm_sw_r_cp_api_i_vTUrEbGM7ZJ
K1
Ver também American Betrayal, de Diana West:
https://www.amazon.com/dp/1250055814/ref=cm_sw_r_cp_api_i_aVUrEbYZQ3Q
F8
[12] “Conspiracy craze: why 12 million Americans believe that alien lizards rule
us”:
https://www.google.com/amp/s/amp.theguardian.com/lifeandstyle/2016/apr/07/cons
piracy-theory-paranoia-aliens-illuminati-beyonce-vaccines-cliven-bundy-jfk
[13] David Icke: https://en.m.wikipedia.org/wiki/David_Icke

[14] Entrevista de Joe Rogan com Alex Jones: https://youtu.be/-5yh2HcIlkU

[15] Termo russo que designa as forças especiais da Federação Russa. [N.T.]

[16] n.t.: SAC – Strategic Air Command (Comando Estratégico Aéreo) era o
Departamento de Defesa, Comando Especial e Força Aérea dos Estados Unidos
durante a Guerra Fria.
[17] n.t.: “Ardil 22 é uma expressão cunhada pelo escritor Joseph Heller no seu
romance Ardil 22 que descreve uma situação paradoxal, na qual uma pessoa não
pode evitar um problema por causa de restrições ou regras contraditórias. […] A
expressão ‘ardil-22’ baseia-se na explicação do personagem Doc Daneeka de como
qualquer piloto requisitando uma avaliação psicológica na esperança de não ser
considerado são o bastante para voar, e assim escapar de missões perigosas,
demonstraria deste modo sua sanidade.” Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ardil_22_(lógica)
[18] Tradução do russo de V. D. Sokolovskii, com análise e notas de H. Dinerstein,
L. Gouré e T. Wolfe: https://www.rand.org/pubs/reports/R416.html
[19] n.t.: “topeira” é um infiltrado, em jargão de espionagem.
[20] n.t.: “dangle” ou, em russo, подстава (podstava) é um agente que finge
desertar e oferecer informações autênticas às agencias de inteligência do inimigo.
[21] Joseph D. Douglass, Jr., Red Cocaine: The Drugging of America and the West,
p. 47 e pp. 17-18: https://portalconservador.com/livros/Joseph-Douglass-Red-
Cocaine-The-Drugging-of-America-and-the-West.pdf
[22] Viktor Suvorov, Spetsnaz:
https://books.google.com/books/about/Spetsnaz.html?
id=LVI2AAAACAAJ&source=kp_book_description
[23] Cf. “On Global Terrorism: FAKT interview with A. Litvinenko”, 31 mar. 2020:
https://jrnyquist.blog/2020/03/31/on-global-terrorism-fakt-interview-with-a-
litvinenko/
[24] “Anatoliy Golitsyn: The Key to Understanding Today’s World Situation”:
https://thecontemplativeobserver.wordpress.com/tag/new-lies-for-old/
[25] Desinformação do Kremlin:

https://www.google.com/amp/s/amp.theguardian.com/world/2020/mar/18/russian-
media-spreading-covid-19-disinformation
A versão de desinformação do Kremlin: https://euvsdisinfo.eu/report/the-
coronavirus-is-part-of-a-us-war-against-russia-and-china/
[26] Vídeo “Chinese Woman Tells Truth About Current Situation in China”:
https://www.youtube.com/watch?v=VfN_jtYmqG4
[27] n.t.: Tory: partido conservador do Reino Unido.

[28] NOTAS E LINKS:

https://www.google.com/amp/s/www.foreignaffairs.com/articles/united-states/2020-
03-05/us-chinese-distrust-inviting-dangerous-coronavirus-conspiracy%3famp
https://www.ratemyprofessors.com/ShowRatings.jsp?tid=336548
https://www.google.com/amp/s/www.nytimes.com/2020/01/01/opinion/china-
swine-fever.amp.html
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/m/pubmed/26552008/
https://apnews.com/PR%20Newswire/ff548c99a03afb0d69bb7871f7cd4fc0
[29] https://www.globalsecurity.org/military/world/china/yuzhao-capabilities.htm

Nota: o alcance do transporte do tipo 071 é de “vários milhares de milhas náuticas”


para um transporte que pode carregar 1.000 tropas, além de veículos blindados e
(em versões posteriores) helicópteros. Dez foram construídos, de acordo com uma
fonte. Pode haver 15 atualmente, mas alguns dos artigos parecem confusos. Some-
se a isso os porta-aviões de assalto existentes com alcance semelhante e a China
poderá entregar duas divisões de 18 batalhões na costa oeste dos Estados Unidos.
A capacidade real de condução pode ser maior, considerando outros navios e
conversões não listadas.
[30] Oficial de inteligência especializado em gerenciar agentes e redes de agentes.
[N.T.]
[31] https://www.google.com/amp/s/amp.theatlantic.com/amp/article/524334/

[32] https://spectator.org/daniel-ortega-a-cold-war-communist-is-still-killing-
people-in-nicaragua/
[33] https://www.sahistory.org.za/archive/chapter-4-role-communist-party-anc-
richard-monroe
[34] https://www.breitbart.com/politics/2020/04/27/producers-warn-america-is-
facing-protein-shortage-in-coronavirus-era/
[35] n.t.: Voyennaya Mysl (Pensamento Militar): jornal militar soviético.

[36] Ver Robin Eubanks, Credentialed to Destroy: How and Why Education
Became a Weapon:
https://www.amazon.com/dp/1492122831/ref=cm_sw_r_cp_api_i_JdM2Eb4HBAT
WR
[37] Gramsci’s Marxism:
https://www.amazon.com/dp/0904383032/ref=cm_sw_r_cp_api_i_aWL6EbTEDEP
X1
[38] n.t.: a “fina linha azul” (em inglês, “the thin blue line”) é uma expressão que
se refere à idéia de que a polícia é a linha que impede a sociedade de cair no caos
violento.
[39] NOTAS E LINKS:

https://www.google.com/amp/s/www.marketplace.org/2014/11/26/lingering-cost-
rioting/amp
https://www.google.com/amp/s/www.forbes.com/sites/jackkelly/2020/06/02/cities-
will-see-citizens-flee-fearing-continued-riots-and-the-reemergence-of-covid-
19/amp/
[40] https://www.amazon.com/s?
k=grand+solar+minimum&hvadid=78271608348644&hvbmt=be&hvdev=c&hvqm
t=e&tag=mh0b-20&ref=pd_sl_8wkgkb0eqs_e
[41] Twilight of Abundance: Why Life in the 21st Century Will Be Nasty, Brutish,
and Short:
https://www.amazon.com/dp/1621571580/ref=cm_sw_r_cp_api_i_zCQ6EbNZMK
PA0 — A preliminary sketch.
[42] https://en.wikipedia.org/wiki/Dalton_Minimum
[43] Edward Jay Epstein, The Hammer File:
https://www.amazon.com/-/de/Dossier-Secret-History-Epstein-1996-10-
01/dp/B01FKUZHIE/ref=cm_cr_arp_d_product_top?ie=UTF8
[44] NOTAS E LINKS:

The Chilling Stars: A New Theory of Climate Change:


https://www.amazon.com/dp/1840468157/ref=cm_sw_r_cp_api_i_hAQ6Eb12XR3
WC
https://www.whatsorb.com/news/global-warming-by-co2-or-cooling-by-a-grand-
solar-minimum
Cold Sun:
https://www.amazon.com/dp/1426967918/ref=cm_sw_r_cp_api_i_hxQ6Eb3MN31
3X
A NASA nega oficialmente a teoria da pequena Era Glacial, agarrando-se à sua
obsessão com o CO2: https://climate.nasa.gov/blog/2953/there-is-no-impending-
mini-ice-age/
[45] Bodin: On Sovereignty: Six Books Of The
Commonwealth: https://www.amazon.com/dp/1438288700/ref=cm_sw_r_cp_api_i
_oEobFb3GEHK8E
[46] https://www.google.com/amp/s/www.cnbc.com/amp/2020/07/05/trump-stokes-
national-divisions-in-fourth-of-july-speech.html
[47] Algumas pessoas enxergam com mais clareza que outras:
https://townhall.com/tipsheet/elliebufkin/2020/06/03/nobody-takes-america-philly-
woman-shuts-down-protestors-outside-city-hall-n2570000
[48] New Lies for Old:

https://www.amazon.com/dp/0945001088/ref=cm_sw_r_cp_api_i_T8oeFbM31J29
Y
[49] We Will Bury You, de Jan Sejna (1985-08-
03): https://www.amazon.com/dp/B01FEONCKG/ref=cm_sw_r_cp_api_i_K-
oeFb6W08FMG
[50] Se você sabe como ler o seguinte livro, todos os fatos que comprovam as
alegações de Kalashnikov estão aqui: Putin’s Kleptocracy: Who Owns
Russia?: https://www.amazon.com/dp/1476795207/ref=cm_sw_r_cp_api_i_H.oeFb
07VCGGS
[51] Shakespeare’s Tragedy of Hamlet, Prince of Denmark, arranjada para
representação no Royal Princess’s Theatre, com Notas Explicativas de Charles
Kean, F. S. A., conforme apresentada na segunda-feira, 10 de janeiro de 1859:
http://www.gutenberg.org/files/27761/27761-h/27761-h.htm
[52] n.t.: Karen: gíria americana que, em suma, se refere pejorativamente a uma
mulher branca que exige direitos acima do normal ou usa a sua posição privilegiada
para conseguir o que quer.
[53] https://youtu.be/TMrtLsQbaok

[54] https://youtu.be/B1KYvz7FFrE

[55] https://youtu.be/AyRbfteCex8

[56] https://youtu.be/FhXIifZYvxM

[57] “China scientists warn of global cooling trick up nature’s sleeve”, de Stephen
Chen, South China Morning
Post: https://www.scmp.com/news/china/science/article/3022136/china-scientists-
warn-global-cooling-trick-natures-sleeve?onboard=true
[58] VÍDEOS, NOTAS E LINKS:

“Solar Minimum Approaching: A Mini Ice Age?”, de Bob Berman, 27 de fevereiro


de 2019, The Old Farmer’s
Almanac: https://www.almanac.com/news/astronomy/astronomy/solar-minimum-
approaching-mini-ice-age#
“Chinese scientists say region to get cooler”, de KG Chan, Asia
Times: https://asiatimes.com/2019/08/chinese-scientists-say-region-to-get-cooler/
“What Lengths Will China Go to Feed Its People as Ancient Cycles Repeat?”, de
David DuByne, 30 de janeiro de 2019: https://medium.com/@globalcooling/what-
lengths-will-china-go-to-feed-its-people-as-ancient-cycles-repeat-156f0b2c7052
[59] https://www.forbes.com/sites/chuckdevore/2019/02/25/wildfires-caused-by-
bad-environmental-policy-are-causing-california-forests-to-be-net-co2-
emitters/#6ca23fd75e30
[60] https://www.mercurynews.com/2017/02/23/gop-state-senator-a-vietnamese-
refugee-removed-from-california-senate-floor-after-criticizing-late-senator/
https://www.sacbee.com/news/politics-government/capitol-
alert/article135336514.html
[61] https://youtu.be/I8Pl564BnfA

[62] Roger Cliff, China’s Military Power: Assessing Current and Future
Capabilities: https://www.amazon.com/dp/1107502950?tag=sa-sym-new-
20&linkCode=osi&th=1&psc=1
[63] Ver “O discurso secreto do general Chi Haotian”, no Apêndice.

[64] https://en.wikipedia.org/wiki/Zimmermann_Telegram

[65] NOTAS E LINKS:

Viktor Suvorov, Spetsnaz: The Inside Story of Soviet Special


Forces: https://www.amazon.com/s?k=spetsnaz&i=stripbooks&ref=nb_sb_noss_2
Huffington Post, “Putting China on Our
Border”: https://www.huffpost.com/entry/putting-china-on-our-bord_b_14685690
https://youtu.be/lp0eWqx6eRU
[66] n.t.: os Estados Vermelhos são aqueles cuja maioria dos votos costuma ir para
os Republicanos, ao passo que os Estados Azuis são aqueles cuja maioria vai para
os Democratas.
[67] https://youtu.be/4QrHzhmDme4

[68] https://www.amazon.com/dp/B005QBKXSM/ref=dp-kindle-redirect?
_encoding=UTF8&btkr=1
[69] https://www.ntd.com/allan-dos-santos-us-election-problems-mirror-vote-
rigging-in-latin-america_525377.html
[70] https://www.bing.com/news/search?
q=Eric+Coomer&qpvt=eric+coomer&FORM=EWRE
[71] https://youtu.be/k1jcy17vThA

[72] https://youtu.be/akqeL9AtJYI

[73] “Xi Jinping Orders Chinese Army to Prepare for War ‘at Any Second’”:
https://www.breitbart.com/asia/2021/01/05/xi-jinping-orders-pla-prepare-war-any-
second/
[74] V. I. Lenin: Marx, Engels, Marxism, Oitava edição revisada, Progress
Publishers, Moscou, 1968, p. 248.
[75] https://www.marxists.org/archive/trotsky/1924/lit_revo/intro.htm

[76] Karl Marx, The 18th Brumaire of Louis Bonaparte, I.

[77] John Milton, Areopagitica.

You might also like