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CAPITULO 2 (CONT.) A Rendibilidade Integrada Da Empresa GFII2023
CAPITULO 2 (CONT.) A Rendibilidade Integrada Da Empresa GFII2023
CAPITULO 2 (CONT.) A Rendibilidade Integrada Da Empresa GFII2023
Rendibilidade – por rendibilidade entende-se a taxa com que a empresa remunera os capitais a
sua disposição.
Os rácios de rendibilidade permitem avaliar a gestão da empresa, através do lucro obtido com o
capital efectivamente realizado.
A rendibilidade dos capitais próprios da empresa (RCP), também designada por return on equit
(ROE), expressa-se pela seguinte relação:
Onde a primeira razão (RL/AT) é conhecida por rendibilidade liquido de activo ou return on
investiment (ROI) e define as relações entre um indicador de rendibilidade global e o conjunto de
meios que contribuíram para a sua formação.
Esta equação mostra claramente que a rendibilidade do activo de exploração (REA), depende
essencialmente da rendibilidade das vendas (RE/VL) e de turn over (Rotação do activo total de
exploração) = V/AT
3. A rendibilidade da exploração
3.1. O conceito e os limites da teoria do CVR
A teoria do CVR baseia-se na classificação dos custos em fixo e variáveis e sua concepção
analítica é relativamente fácil.
Sejam:
CT-Custos Totais
CF -Custos Fixos Totais
CV -Custos Variáveis Totais
MT -Margem Total das Vendas Líquidas (excesso das vendas em relação a CV)
Q -Unidades produzidas e vendidas (nível de actividade)
CVu-Custo variável unitário (CV)/Q
VL-Valor das Vendas líquidas totais anuais (receitas anuais)
P -Preço de venda unitário
RE -Resultados de Exploração Anuais
CT = Cvu . Q + CF
como VL= P.Q, temos
MT = (P -Cvu) .Q …………1) e portanto:
RE = MT -CF ……………..2)
Se designarmos por q o coeficiente de não absorção do preço de venda unitário pelo custo
variável unitário, i.e., se:
α= 1.00 –Cvu/p ………… 3)
resultará das expressões 1) e 3)
MT = α .VL..………………….4)
Exemplos
Q = 12000 UNIDADES
P = 10000 USD
CV = 6000 USD
CF = 30000 cts
IMPOSTO = 40%
Os custos totais (CT) serão: 6.0x12000+30000 = 102.000 cts
A margem total das vendas líquidas sobre os custos variáveis totais (MT) será:
MT = (10 – 6)X12.000 = 48000 cts
Os resultados de exploração (RE) serão: RE = 48.000 – 30000 = 18.000cts
A conta de exploração e resultados da empresa A para o ano X apresenta-se a seguir:
Descrição CTS %
Vendas líquidas 120.000 100
Custos variáveis totais 72000 60
Margem total (1-2) 48000 40
Custos fixos 30000 25
Resultados de exploração (3-4) 18000 15
Imposto sobre rendimento (40%) 7200 ------
Resultados líquidos 10800 ------
Como se pode verificar o coeficiente de não absorção do preço de venda unitário pelo custo
variável unitário (α) = 1 – (6/10) = 0.4
Depois deste pequeno exemplo, passemos a inventariação e critica dos pressupostos mais
importantes da teoria CVR:
É sempre possível classificar os custos da empresa em fixos e variáveis.
Os custos fixos mantêm-se rigorosamente estáveis ao longo do tempo independentemente
do nível de actividade;
Os custos variáveis são rigorosamente proporcionais em relação ao nível de actividade
A gama de produção da empresa reduz-se num só produto ou a diversos produtos que, no
entanto, variam em proporções exactamente constantes em relação ao nível de actividade
O preço de venda unitário é estável ao longo do tempo
A fabricação de produtos acabados identifica-se com o volume físico das vendas ou seja
não há lugar a formação de stocks de produtos acabados e em via de fabrico.
Os pressupostos acima citados, merecem as seguintes observações:
A possibilidade de classificação dos custos em fixos e variáveis nem sempre é realista
devido a existência de custos semi-fixos ou semi-variáveis acresce que os custos podem
variar em função de outros factores internos que não apenas o nível de actividade da
empresa, ou, inclusivamente, de natureza externa.
Como sabemos os custos fixos (custos de estrutura) mantêm-se estáveis apenas durante
um certo período de tempo e dentro de uma determinada zona de variação do nível da
actividade da empresa ou seja, o seu andamento processa-se em escada.
O custo variável unitário não e uma função linear do nível de actividade. Mas sim uma
função curvilínea devido a lei dos rendimentos crescentes e decrescentes. Que justamente
afecta o andamento do custo variável unitário, correspondendo-lhe a famosa curva (U);
desta forma e como se encontra subjacente a teoria do CVR, será pouco rigoroso
considerar-se o custo variável unitário permanentemente constante, não existindo, por
outro lado, uma relação rígida entre a natureza de um custo e o seu grau de variabilidade.
A gama de produção da empresa raramente abrange um único produto ou diversos
produtos, cujas variações ocorram sempre em proporções constantes; no entanto,
observe-se que será possível ultrapassar esta limitação da teoria do CVR através da
aplicação de modelos matemáticos sofisticados, como, por exemplo, a programação
linear.
O comportamento real do preço de venda unitário geralmente não aponta para a sua
constância temporal, revestindo a forma de uma curva côncava, como é sabido.
Finalmente, e relativamente ao último dos pressupostos da teoria CVR, cabe-nos referir
que a invariância dos stocks de produtos acabados e em vias de fabrico é pouco realista,
particularmente quando o nível de actividade da empresa se encontra numa fase de
crescimento ou regista sensíveis flutuações sazonais.
3.2. O efeito e grau económico de alavanca
Grau económico de alavanca (GEA) – Pode ser avaliado para uma determinada estrutura da
empresa, através da relação entre a margem total das vendas líquidas sobre os custos variáveis
totais (MTo) e os respectivos resultados de exploração, isto é:
GEA = MTo/REo
Faz-se referência somente aos resultados de exploração porque os extra-exploração não são de
natureza económica, mas sim temporária, enquanto que a empresa tem uma vida longa.
Os conceitos de grau económico de alavanca e o ponto morto económico assumem uma especial
importância para avaliação do risco económico, pois:
1) Quanto maior for o grau económico de alavanca (GEA), mais elevado será o risco
económico.
2) Quanto mais elevado for o ponto morto económico, maior será o risco económico.
Outro conceito que permite avaliar o risco económico, é o conceito de Valor esperado dos
resultados de exploração anuais – E(RE), tendo em conta os seguintes pressupostos da teoria
CVR: Manutenção temporal do P e dos KF.
Sendo a variável económica mais crítica da empresa “o nível de actividade”, o valor esperado
será: E(RE) = (P – Cvu)*E(Q) – CF
O desvio padrão da margem total das vendas sobre os custos variáveis totais (σMT) será assim
determinado, onde σQ se identifica como desvio-padrão das vendas físicas ocorrido em
determinado período de tempo.
KE = KN + KX + KI
O efeito financeiro de alavanca manifesta-se sempre que ocorram CFF e impostos sobre lucros,
podendo actuar num ou noutro sentido (positivo ou negativo).
O efeito financeiro de alavanca possibilita-nos analisar a capacidade da empresa para, através
do recurso ao crédito, maximizar os resultados líquidos e a rendibilidade dos capitais próprios, e
a sua importância justifica plenamente que voltemos a abordar agora.
O risco financeiro pode ser definido em duas perspectivas, mas interdependentes a saber:
1. Perspectiva económica
2. Perspectiva financeira
1. Perspectiva económica
Para uma determinada estrutura de capital, o GCA obtém-se pela razão entre a margem total de
vendas sobre os custos variáveis totais e RAI:
6. A rendibilidade e a tesouraria
Assim, devemos lembrar aqui que os factores determinantes do nível dos RL são:
RE = VL – CT de exploração
RL = RAI – PISL
RLR = RL – RD
A liquidez (grau de liquidez) assim de um elemento activo consiste na sua aptidão para se
converter a curto prazo em meios monetários (disponibilidades).
Como já foi estudado e concluído nas lições de gestão financeira I, o balanço tradicional tem
natureza estática e jurídico-contabilística tal que não é completamente corrigido pelo mapa de
origens e aplicações de fundos (óptica contabilística).
É assim que surge o mapa de fluxos financeiros que tem natureza essencialmente financeira.
Assim, no referido mapa dos fluxos financeiros importa destacar as seguintes observações:
Assim, podemos constatar que o mapa dá muitas informações importantes sobre o evoluir da
situação económico-financeira da empresa durante um certo período de tempo.
Assim, podemos obter dele as seguintes informações:
Vendas líquidas
Política de concessão de crédito
A rendibilidade de exploração (RE)
A política de formação de stocks
A política de obtenção de crédito
A política de investimentos em capital fixo (óptica financeira)
A política global de financiamento
A política de distribuição de lucros
Importa referir ainda que, o ponto mais alto da sua importância está na clara separação das
operações que afectam a tesouraria extra-exploração, como mais tarde veremos:
Resulta de:
1. Actividades inorgânicas e;
2. Situação financeira (CFF) – ligado ao financiamento do activo fixo
3. Fiscalidade (IRPC)
4. Políticas de dividendos
5. Outros fluxos financeiros associados aos ciclos das operações financeiras e de
investimentos.
A tesouraria global (cash flow total) decorre da diferença entre os recebimentos e os pagamentos
de exploração (tesouraria de exploração) e os recebimentos e os pagamentos de extra-exploração
(tesouraria e extra-exploração) ocorridos durante um certo período de tempo (ano, mês, etc).
Ou seja
TG = TEn + TEEn
Logo, podemos concluir que a variação do saldo do disponível em dois anos consecutivos é igual
a tesouraria global do último ano da comparação.
7. Conceito de viabilidade financeira
8. A rendibilidade e a inflação