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VII Congresso **2:scemtememrace Brasileiro de ovo haem 10.0 16 de Agosto 2014 ‘Vitel 3 Sy" see Tobias Bueno IESA-UFG yotmail.com.br tobiasbuen Adriano Rodrigues de Oliveira IESA-UFG Ad ig@ gmail.com INTRODUCAO A modernizagao da agricultura brasileira, iniciada em meados do século XX transformou significativamente as relagdes do homem com campo, Esta modernizagao, ainda que inicialmente tenha elevado a produgao agricola brasileira ndo alterou a cstrutura fundidria, pelo contrério, legitimou a grande propriedade. © processo de moderizagao da agricultura culminou, por fim, no surgimento do chamado agronegécio, que se constitui, atualmente, como a forma mais perversa desta agricultura capitalista O agronegécio tem se tornado cada vez mais insustentavel, na medida em que amplia os impactos socioambientais, devido & expansio da fronteira agricola e do uso intensivo de agrotéxicos; ou na medida em que aumenta a taxa de pobreza no campo, devido a expropriagio das terras dos agricultores camponeses e/ou sua expulsio da terra; ou ainda pelo nivel de inseguranga alimentar, causado pelo crescimento da produgio de grios e de cana-de-acticar para a produgdo de ragdo € agrocombustiveis. respectivamente; e também pela perda da Soberania Alimentar, ocasionado pelo controle de empresas transnacionais sobre a agricultura brasileira; enfim, o agronegécio, por diversos motivos tem demonstrado sua insustentabilidade ¢ tem se caracterizado, cada vez mais, como uma agricultura socialmente excludente ¢ ambientalmente nociva. Desta forma, portanto, se por um lado © surgimento do. agronegécio representou para © campo a introdugdo de maquindrios pesados; o investimento de capital estrangeiro; © aumento da produgao; por outro lado, representou 0 aprofundamento da expropriaglo das terras camponesas por grandes latifundidrios; a expropriagdo das sementes camponesas por empresas transnacionais; 0 aumento da VIl Congresso **2crmism Brasileiro de ces rts heures Gedgrafos eee es ae ve _pesectoce bos ANAIS DO VII CBG - ISBN: 978-85-98539-04-1 So ce pobreza no campo: o éxodo rural; a dependéncia dos insumos produzidos pela indtistria: a contaminagdo dos solos € das aguas devido ao uso intensivo de agrotéxicos. Os agrotéxicos fazem parte do pacote tecnolégico introduzido pela Revolugao Verde, comercializados como produtos fundamentais para clevar a produgio ¢ a produtividade das lavouras, assim como as sementes hibridas ¢, mais recentemente, vém controlando 0 mereado de transgénicas, Atualmente, algumas poucas empresas agrot6xicos © de sementes. Essas empresas, utilizando-se do discurso de serem responsiveis pela produgao de alimentos, ou seja, pela manutengao da vida, estiveram significativamente envolvidas com a indistria da guerra, em outras palavr s, com a produgio da morte. OBJETIVOS O presente trabalho tem como objetivo geral entender como se deu o processo de incorporagio dos produtos desenvolvidos para a guerra na_agricultura, Especificamente, busca-se_analis: ‘0s impactos sociais, politicos, econémicos e ambientais do processo de moderizagio da agricultura; estudar os impactos socioambientais da agricultura capitalista, tendo como base 0 crescente uso de agrotéxicos. METODOLOGIA Metodologicamente, para a realizagiio deste trabalho, foi utilizada consulta bibliogrifica a respeito do tema em questo. A pesquisa foi efetuada em teses & dissertagdes, além de intimeros artigos que abordam as questées socioambientais que envolvem 0 agronegécio. Considera-se também, enquanto elemento fundamental para 0 desenvolvimento metodolégico deste trabalho, os trabalhos desenvolvidos junto a0 GWATA — Niicleo de Agroecologia e Educagio do Campo, da Universidade Estadual de Gols ~ Unidade Universitaria de Goiss. RESULTADOS PRELIMINARES VII Congresso **2:scemtememrace 4 4 Brasileiro de ovo haem 10.0 16 de Agosto 2014 Geédgrafos ees ANAIS DO VII CBG - ISBN: 978-85-98539-04-1 So ce ‘A paisagem agraria mundial foi significativamente transformada, sobretudo, no perfodo posterior a segunda grande guerra, Naquele perfodo, as sobras de grande parte dos produtos das indtistrias que estiveram envolvidas na guerra passaram a. ser incorporados na agricultura, sob a forma de agroquimicos; € maquindrios agricol come tratores, colhcitadciras, entre outros. (ANDRADES; GANIMI, 2007). Compécm ainda 0 aparato tecnol6gico desenvolvido pelas empresas envolvidas com a guerra, as pesquisas com sementes hibridas ¢, mais recentemente, transgénicas. © desenvolvimento das pesquisa com sementes para a agricultura, mais especificamente, iniciou-se ainda antes do término da Segunda Guerra Mundial, quando emm meados da década de 1940, 0 governo dos EUA, juntamente com o governo mexicano € a Fundagio Rockfeller, passou a desenvolver pesquisas com trigo, sob o discurso de alimentar milhdes de famintos no mundo. Norman Borlaug! foi quem liderou as pesquisas que deram inicio ao desenvolvimento de variedades de sementes hibridas, denominadas também de variedades de alta produtividade ou variedades de alto rendimento. As pesquisas com sementes de trigo, mais especificamente, lideradas por Norman Borlaug, culminaram com o desenvolvimento de uma espécie de trigo anao, que poderia produzir grandes quantidades de griios, resistir a doencas e aproveitar melhor os fertilizantes. Todavia, as pesquisas de Borlaug foram, em certo sentido, danosas, uma vez que as sementes hibridas exigiam grandes quantidades de agroquimicos e para serem rentaveis, 3 cultivos deveriam ser feitos em grande escala, isto €, em enormes extensdes de monoculturas. Entretanto, devido a alta produtividade alea gada pelas sementes hibridas, a Fundagdo Rockfeller no encontrou problemas para implantar esta tecnologia ao redor do mundo, contribuindo, desta forma, na consolidagio deste modelo de agricultura, atualmente conhecido como agronegécio, Neste contexto, as pesquisas com sementes hibridas desenvolveram-se rapidamente © aliado a0 discurso de erradicagio da fome no mundo, assim como os 'Nascido em 25 de margo de 1914, nos EUA, Norman Ernest Borlaug & conhecido como 0 Pai da Revolugaio Verde. VII Congresso **8s2cemstatoistare Brasileiro de mre mene, ge Geédgrafos ners iS DO Vil CBG - ISBN: 978-85-98539-04-1 So ce altos investimentos da Fundacao, as pesquisas foram facilmente incorporadas em ers 's paises do mundo.De acordo com Faria e Costa (2006, p. 165), “entre os anos de 1940 e 1970, a Fundacao investiu fortemente na érea da genética, particularmente na de pesquisa agricola, O suporte a agricultura significou uma expans atividades em varios paises”. Em contrapartida, Andrades € Ganimi (2007), visualizam outros aspectos para a materializagio ¢ difusio das pesquisas da Fundagdo Rockfeller na agricultura, como a visualizagio das possibilidades de alta lucratividade, por exemplo, Além da Fundaga0 Rockfeller, destaca-se no desenvolvimento das pesquisas com sementes a Fundagio Ford. [..] anes de terminar a Segunda Grande Guerra, instwigdes privadas, como a Rockfeller e a Ford, vendo na agricultura uma boa chance para reprodugio do capital, comegaram a investir em tGenicas. para © methoramento de sementes, denominadas Variedade de Alta Produtividade (VAP), no México © nas Filipinas, (ANDRADES; GANIMI, 2007, 5), Da mesma forma, assim como a fundago Rockfeller € Ford, intimeras outras ‘empresas no periodo da guerra passaram a desenvolver insumos ¢ equipamentos para a icultura. LJ ja findada a Guerra, muitas inddstrias quimicas que abasteciam a inddstsia bélica norte-americana comegaram a produzir e a incentivar 0 uso de agrotéxico: herbicida, fungicida, inseticidas e fertlizantes quimicos na produgdo agricola para eliminar fungos, insetos, ervas _ daninhas. (ANDRADES; GANIMI, 2007, p.45) Neste mesmo contexto, Carneiro (2012, p48) nos mostra o remancjamento do proceso produtivo ocorrido apés o fim da Segunda Guerra Mundial, de intimeras empresas que produziam armas quimicas e outros tipos de armamentos e, em seguida, passaram a produzir insumos agricolas. Finda a segunda guerra mundial, « maioria das indstras bélicas buscou dar outras aplicagdo aos seus produtos: a eliminagao de pragas da agricultura, da pecuiria ¢ de doengas endémicas tansmitidas por velores. A Sate Piblica ajudou a legitimar a introdugo desses produtos (xicos e @ ocultar sua nocividade sob a alogagio de “combater” esses vetores. VII Congresso **ee2cerstswoseton Brasileiro de onto, ge Geédgrafos ass oS DO VII CBG - ISBN: 978-85-98539-04-1 So ce Andrioli (2012) também relata sobre 0 processo de remanejamento do processo produtivo de empresas envolvidas com a guerra para a produgdo de insumos agricolas. As possibilidades de expansio do perfodo pés-II Guerra Mundial foram aproveitadas pelas multinacionais para investimentos no setor agricola. A ideia de aplicar os venenos remanescentes da guetra na agricultura, como “defensivos agricolas’ foi bem acothida. (ANDRIOLI 2012, p.103). Partindo do pressuposto de que as sobras dos produtos desenvolvidos para a guerra se tornariam um problema para as empresas que o desenvolveram, néio haveria melhor solugdo para este problema, sendo a adaptagdo destes produtos na agricultura, uma vez que a agricultura, assim como afirmado por Andrades e Ganimi (2007) era uma ‘boa opedo para a reprodugao de capital. O desenvolvimento das experiéncias com a produciio de armas quimicas que, incialmente, foram projetadas para serem utilizadas na guerra ¢, posteriormente, passaram a ser introduzidas na agricultura se deu com 0 DDT. A simtese quimica foi amplamente desenvolvida nas primeiras décadas do século XX, especialmente no perfodo das duas guerras mundiais, com 0 objetivo de produzir armas quimicas para dizimar o inimigo (seres humanos) © DDT, simiotizado em 1939, deu a targada dessa cadeia produtiva (CARNEIRO et al., 2012, p.48). © DDT foi um i seticida que teve s S propriedades descobertas pelo entomologista sufgo Paul Maller, 0 qual recebeu o Premio Nobel de Medicina pela descoberta. O uso do DDT se dev, inicialmente, no combate & maliria, J4 na Segunda Guerra Mundial, foi utilizado pelos soldados para a prevengdo de tifo (doenga associada ao piolho). Naquele periodo, os soldados utilizavam © DDT na pele para 0 combate aos hos. Posteriormente, foi utilizado na agricultura como pesticida, devido seu baixo prego c alta cficiéncia. (D'AMATO; TORRES; MALM, 2002) D'Amato, Torres, € Malm (2002, p.995), nos mostram que a produgdo do DDT em larga escala ocorreu a partir do ano de 1945, sendo utilizado como pesticida. A produgio em grande escata iniciou-se em 1945, ¢ foi muito utilizado na aagricultura como pesticida, por cerca de 25 a 30 anos. Tanta foi a quantidade {que se estimou que cada cidadio norte-americano ingeriu, através dos alimentos, uma média de 0,28 mg por dia em 1950. VII Congresso **2:scemtememrace 4 4 Brasileiro de ovo haem Gedgrafos eee es ANAIS DO VII CBG - ISBN: 978-85-98539-04-1 So ce Sobre o uso do DDT, os autores nos afirmam que devido ao alto grau de cficiéncia do produto, por quase 30 anos, todos os programas de controle da doenga contra a maléria apoiaram o uso do veneno, Foi a descoberta do DDT que revolucionou os conceitos da tuta contra a maliria, Sua eficicia contra as formas adultas do mosquito e seu prolongado feito residual fizeram com que no periodo de 1946-1970 todos os programas de controle se apoiassem quase que totalmente em seu emprego. (DAMATO; TORRES; e MALM, 2002, p.995), No perfodo da sintetizacio do DDT, em 1939, Paul Miller era pesquisador da Geigy. A Geigy, por sua vez, em 1935 iniciou a producdo de inseticidas. Apés imimeras, fusdes com outras empres is do setor agroquimico, a Geigy foi transformada em Syngenta (SYNGENTA, 2013). De acordo com Pelaez (2011), atualmente, a Syngenta uma das maiores empresas do setor de agroquimicos do mundo, contabilizando 18,6% das vendas no mercado mundial. Assim como 0 DDT, que teve seu amplo desenvolvimento durante 0 perfodo da guerra, Andrioli (2012) nos mostra que o uso de adubo de nitrogénio na agricultura também esté intimamente ligado com a guerra, O autor nos fala que, “mesmo a introdugio do adubo de nitrogénio na agricultura esté ligada & guerra, sendo que a aplicagdo de nitratos também provém da II Guerra Mundial. © Nitrato foi desenvolvido a partir do ar, para a produgio de explosives”. (ANDRIOLI, 2012, p.103) Atualmente, 0 mercado de agroquimicos vem sendo controlado por seis empresas que estiveram significativamente envolvidas com a ind@stria da guerra, No ano de 2010 estas empresas, juntas, detiveram o controle de nada menos que 67.8% do mercado. Sio elas: Syngenta (18.6%); Bayer (15.2%); Bast (11.2%), Dow AgroSciences (102%); DuPont (6,5%); Monsanto (6,1%). (PELAEZ, 2012) A Syngenta, como mencionado anteriormente, € resultante de intimeras fusdes de outras empresas do setor agroquimico. As empresas que precederam a Syngenta, entretanto, foram responsdveis pela sintetizacao do DDT, utilizado na 1 Guerra Mundial; ¢ também do 2,4-D, que mais tarde seria utilizado na guerra do Vietna, como composto do Agente Laranja. VII Congresso **2:scemtememrace 4 4 Brasileiro de ovo haem 10.0 16 de Agosto 2014 Geédgrafos ees ANAIS DO VII CBG - ISBN: 978-85-98539-04-1 So ce As empresas alemas Bayer e Basf, durante o inicio do século XX, foram integradas a outras quatro empresas alemas (BadischeAnilin; a Hoechst; Weiler-ter- Meer; € Griesheim-Elektron), formando 0 complexo quimico chamado IG Farben, tornando-se, na época, a maior empresa de fabricagdo de produtos quimicos do mundo. Durante anos, a IG Farben foi também a principal fonte de abastecimento das forgas armadas alemas. Foi no complexo quimico da IG Farben que se produziu grande parte do gas venenoso utilizado pela Alemanha, incluindo todo 0 gas Zyklon B, usado nos campos de concentragao, A empresa era ainda responsivel por grande parte da pélvora € dos explosives utilizados pela Alemanha, (SUTTON, 1976) A empresa DuPont foi responsivel, durante a I Guerra Mundial, pelo fornecimento de mais de 2 bilhGes de libras inglesas para os EUA e as Forgas Aliadas. Durante a Primeira Guerra Mundial, a DuPont fornece 1.5 bilhies de Tibras de explosivos militares as Forgas Aliadas © supre a indistria dos Estados Unidos com 840 mithoes de libras de dinamite e pélvora - metade do total requerido pela nagdo para uso em mineragdo e construgao pesada. (DUPONT, 2010) Durante a TI Guerra Mundial, a DuPont esteve envolvida em projetos secretos do governo norte-americano, além de suprir a Marinha com produtos quimicos & produzir explosivos militares. A DuPont contribui para © Projeto Manhattan, altamente seereto, projetando, construindo ¢ operando tanto a fabrica produtora de plut6nio Hanford, em Washington, como a fabrica pilotOak Bridge, no Tennessee. A empresa lambémn constr6i e opera para © governo a fibrica de neoprene, além de uma Uunidade produtora de amOnia-metanol, duas de Suprimento Quimico Militar e outra de produtos quimicos para Marinha, A DuPont produz 4.5 bilhoes de libras de explosivos militares, assim como nylon para pira-quedas e tendas, cords ¢ outros suprimentos militares durante a Il Guerra Mundial (DUPONT, 2010) Por outro lado, a Dow AgroSciences ¢ a Monsanto tiveram participagio na produgao de produtos quimicos destinados, sobretudo, & guerra do Vietna. A principal arma quimica desenvolvida por est s empresas foi o chamado Agente Laranja, utilizado sob 0 discurso de salvar a vida dos soldados americanos. As forgas armadas dos EUA utilizaram o Agente Laranja de 1961 a 1971, para desfolhar as selvas vietnamitas, reduzindo, desta forma, a possibilidade de emboscadas. As empresas responsveis pela VII Congresso **2:scemtememrace 4 4 Brasileiro de ovo haem 10.0 16 de Agosto 2014 Geédgrafos ees ANAIS DO VII CBG - ISBN: 978-85-98539-04-1 So ce producto do Agente Laranja eram: Diamond Shamrock Corporation; Dow ChemicalCompany; Hercules, Ine.; T-H_ Agricultural&NutritionCompany; Thompson Chemicals Corporation; Uniroyal Inc. € a Monsanto Company, que na época era fabricante de produtos quimicos. A Monsanto fabricou o Agente Laranja de 1965 a 1969. (MONSANTO, 2010) A Monsanto foi beneficiada pelo governo estadunidense quando este utilizou de sua autoridade para a emissio de contratos com as empresas que seriam responsiiveis pela fabricagao do Agente Laranja e de outros herbicidas utilizados no Vietna Quando a guerra comegou e se intemsificou, © governo dos EUA.usou sua autoridade nos termos da DefenseProduction Act (Lei de Produgio de Defesa) Para emitir contratos para sete grandes empresas para oblencao do Agente LLaranjae outros herbicidas para uso dos EUA e das tropas aliadas no Vietnd, © governo ameticano especificou como deveria ser a composigao quimica do Agente Laranja © quando e onde o material deveria ser usilo no campo, incluindo as taxas de aplicagio. O Agente Laranja foi um dos 15 herbicidas usados para fins militares durante a Guerra do Vietni e o aplicado com mais frequéncia, (MONSANTO, 2010) O Agente Laranja recebeu este nome pelo futo de que os recipientes que continham © material ficavam com uma faixa laranja. A Monsanto recebeu intimeros proces s devido a fabricagao do produto. No setor de maquindrios agricolas, imimeras empresas que, atualmente, dominam este mereado, também estiveram presentes na época das guerras, trabalhando com o desenvolvi jento de armas, tratores de guerra, entre outros equipamentos. A Valtra, produtora dos tratores Valmet, por exemplo, iniciou a produgao de tatores apés a II Guerra Mundial. As informagdes coletadas no site da empresa nos mostram que “a produgao de tractores Valtra (Valmet) comegou depois da Segunda Guerra Mundial. As fabricas de espingardas, morteiros ¢ avides voltaram-se para a produco de tractores agricolas, dos quais havia uma grande falta depois da guerra (VALTRA, 2013) A fabricante de tratores John Deere, gigante no mercado mundial de tratores & outros equipamentos agricolas também contempla, no decorrer de sua histéria, a transformagGo daquilo que foi utilizado na guerra em equipamentos direcionados & agricultura, No ano de 1942, 0 entio presidente da empresa na época, John Deere VII Congresso **8escrrste tees no contexto dos ltas scics frente Brasileiro de rots pets ‘Wiman, aceitou 0 posto de coronel no Exército. Wiman, por um breve periodo, dirigiu a segdo de maquinaria ¢ equipamento agricola da Comissdo de Producdo de Guerra, No ano de 1948, segundo informagdes histéricas publicadas no site da empresa John Deere’, a Deere Des Moines Works passou a transformar material de guerra em material agricola. A antiga fiibrica de munigdes adquirida do Governo passou a produzir colhedoras de algodao ferramentasde cultivo, sim como passou a produzir arados. CONSIDERACOES FINAIS A transformaciio de armas desenvolvidas para a guerra em produtos destinados a agricultura nos revela quio perverso é este modelo. Aquilo que foi utilizado para matar passou a ser utilizado para aquilo que faz parte da manutencio da vida, revelando uma forte contradigdo. Atualmente, a agricultura brasileira é a agricultura mais envenenada do mundo, utilizando mais de um bilhio de litros de agrotéxicos ao ano, o que significa que cada habitante esteja exposto a mais de cinco litros de agrot6xicos por ano.O uso € abuso dos, agrotéxicos no pats se di devido a este modelo de agricultura que legitimou o grande latifiindio © a produgdo das _monoculturas, estabelecido no pafs desde a invasdo portuguesa © europeia. Neste sentido, portanto, faz-se fundamental ¢ necessario pensar noutra forma de agricultura, Num modelo de agricultura que scja ambientalmente sustentivel socialmente justo. REFERENCIAS * Informagao disponivel em: WwW, om.br/wpsi vanyl storyAimeline/timeli VII Congresso **ee2cerstswoseton ~ A, Brasileiro de cae een & Sg Geédgrafos -— ANAIS DO VII CBG - ISBN: 978. 18539-04- Sa tes ANDRADES, Thiago Oliveira de; GANIMI, Rosangela Nasser. Revolucao verde e a apropriagdo capitalista, IN: CES Revista, v. 21, Juiz de Fora, 2007, pag. 43-56. Disponivel em: www.web?2,cesjf. br/sites/cesjt/revistas/oesrevista/edicoes Acesso em: 20/04/2012. \O7/revolucao_verde.pdf. ANDRIOLI, A. |. O Fim da Picada: plantas transgénicas em expansio na América Latina, IN: ANDRIOLI, A. L; FUCHS, R. (Orgs.). Transgénicos: as sementes do mal = a silenciosa contaminacio de solos ¢ alimentos. Sio Paulo: Expressio Popular, 2012. pag. 99-116. CARNEIRO, F. 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