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CARACTERIZAÇÃO EXPERIMENTAL EM MECÂNICA DOS SÓLIDOS

Prof. Carlos Rodrigo de Mello Roesler, Prof. Edison da Rosa

GRANTE / EMC / CTC / UFSC – Outubro 2020


CARACTERIZAÇÃO EXPERIMENTAL EM MECÂNICA DOS SÓLIDOS
ENSAIOS

ENSAIOS NA ENGENHARIA

Os ensaios relacionados com o desenvolvimento de sistemas de


engenharia abarcam uma grande quantidade de diferentes tipos,
dependendo das necessidades exigidas caso a caso.

De um modo geral é possível sistematizar em duas grandes famílias,


que são os ensaios realizados sobre os materiais a serem utilizados
no sistema em estudo, e por outro lado ensaios realizados sobre o
sistema de engenharia propriamente dito.

Como o objetivo final dos ensaios realizados sobre o material é o


desenvolvimento ou melhorias sobre um sistema, produto, vamos
inicialmente tratar deste e após especializar sobre o estudo do
material.

Desta forma os ensaios sobre o produto buscam validar o


desenvolvimento do mesmo, nas suas várias etapas, tanto envolvendo o
projeto, como fabricação, como a sua utilização em serviço.

Resumindo podemos sistematizar o desenvolvimento de um produto


tomando como ponto de partida uma demanda de um novo, ou a melhoria
de um produto já existente. Assim iniciamos com uma visão
qualitativa do objeto a ser desenvolvido:

ATRIBUTOS DESEJÁVEIS Requisitos O que o produto deve ser


ATRIBUTOS INDESEJÁVEIS Restrições O que o produto não deve ser
CARACTERIZAÇÃO EXPERIMENTAL EM MECÂNICA DOS SÓLIDOS
ENSAIOS

ENSAIOS NA ENGENHARIA

Uma possibilidade de estruturar, hierarquicamente, o produto, e assim


também o nível de detalhamento do ensaio, é descrita a seguir.

DETALHE
PEÇA
MONTAGEM, SUBMONTAGEM
SISTEMA, SUBSISTEMA
PRODUTO

Os diferentes tipos de ensaio a serem realizados, sobre qualquer um


dos níveis da hierarquia citados, seguem o desenvolvimento do
produto. Estes ensaios tipicamente são realizados sobre protótipos
específicos, cada qual projetado para atender às necessidades dos
resultados esperados. Estes protótipos podem ser físicos, mas também
virtuais.

PROVA DE CONCEITO Primeiro resultado desejado, ponto inicial


FUNCIONALIDADE Verificar a função primária, secundárias
DURABILIDADE Modos de falha por sobrecarga, degradação
PROCESSO Validar os vários processos de fabricação
MONTAGEM Validar todo o processo de montagem
MANUTENÇÃO Verificar as diferentes etapas de manutenção
CARACTERIZAÇÃO EXPERIMENTAL EM MECÂNICA DOS SÓLIDOS
ENSAIOS

ENSAIOS DOS MATERIAIS

Os ensaios para levantar informações sobre o comportamento mecânico


dos diversos materiais utilizados na fabricação do produto, na área
do projeto estrutural, mecânica dos sólidos, dois enfoques distintos
se colocam, embora complementares, quais sejam:

1 – CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL

Aqui a prioridade é caracterizar o material em condições típicas de


operação do produto, dados para o projeto, em geral no regime de
pequenas deformações. Envolve determinar não apenas as suas
principais propriedades mecânicas, mas também determinar algum
modelo de comportamento que expresse de modo realístico este
comportamento, como por exemplo, o modelo das relações constitutivas
do material. Estes ensaios normalmente procuram utilizar situações
facilmente mensuráveis, quanto às grandezas físicas relevantes, de
fácil instrumentação.

1.1 - Avaliar e caracterizar o material quanto às condições típicas


de projeto, o que estabelece os parâmetros dos ensaios. Na grande
maioria dos casos a amostra de material está sob a ação de um estado
uniaxial de tensões, com um ambiente controlado.

1.2 – Caracterizar o material para as condições limites, quanto à


sua capacidade de resistir a condições de falha. Neste caso cada
ensaio é projetado tendo em vista a um modo de falha específico.
CARACTERIZAÇÃO EXPERIMENTAL EM MECÂNICA DOS SÓLIDOS
ENSAIOS

ENSAIOS DOS MATERIAIS

2 – VALIDAÇÃO DE MODELOS

Estes ensaios, em geral mais complexos, objetivam verificar se os


modelos estabelecidos conseguem prever a resposta do material com as
mais diversas situações, em geral com solicitações combinadas.

Assim diferentes formas de gerar um estado não uniaxial de tensões,


em pontos de interesse do material, são rotineiramente utilizados,
com a combinação de esforços axiais e torcionais, em amostras de
seção circular, maciças ou tubulares, tração biaxial corpos de prova
com geometria em cruz, combinação de um tubo pressurizado
internamente com esforços axiais ou torcionais, uso de uma câmara
hiperbárica para aplicar um estado hidrostático de tensões, bem como
inúmeras outras concepções, como por exemplo o ensaio de Arcan,
sobrepondo esforços axiais e cisalhantes com a possibilidade de
quaisquer situação deste tração pura até cisalhamento puro.

Estes ensaios permitem, portanto, avaliar o efeito de tensões


transversais sobre o comportamento do material em condições de
projeto, por exemplo início da deformação plástica, ou em condições
crítica de colapso, como numa falha por fadiga.

Um detalhamento sobre os principais ensaios que levam a um estado


não uniaxial de tensões será posteriormente discutido.
CARACTERIZAÇÃO EXPERIMENTAL EM MECÂNICA DOS SÓLIDOS
ENSAIOS

MODELAMENTO DE SISTEMAS FÍSICOS

Toda análise de engenharia atua sobre um sistema físico, na busca de


informações, respostas, sobre o desempenho do mesmo, em situações o
mais controladas possíveis. Este sistema pode ser um simples corpo de
prova, objeto do estudo, mas também envolve toda a máquina de ensaio,
que dependendo de suas características intrínsecas, estáticas e
dinâmicas, vai afetar, em maior ou menor grau, os resultados obtidos.

O aspecto mais importante quando se está desenvolvendo um modelo de


estudo de um sistema físico é conseguir abstrair da complexidade que
o sistema real apresenta e capturar apenas os aspectos que são
relevantes para o estudo a ser realizado, buscando atender a um
questionamento.

Esta abstração visa simplificar o problema, eliminando aspectos não


essenciais, como detalhes supérfluos da geometria, foco em um ou dois
fenômenos físicos realmente relevantes à questão, idealização de
condições de contorno, comportamento dos materiais frente aos
fenômenos julgados pertinentes, etc. Esta abstração gerao modelo de
referência, ponto de partida para qualquer análise teórica, analítica
ou numérica.

No caso de uma avaliação experimental o conceito de modelo de


referência, também relevante, é um pouco distinto, pelo fato de que
no caso de um experimento podemos estar trabalhando com o próprio
sistema de interesse, ou com um protótipo de mesmo. O modelo de
referência passa a fornecer o direcionamento do projeto do experimento.
CARACTERIZAÇÃO EXPERIMENTAL EM MECÂNICA DOS SÓLIDOS
ENSAIOS

SISTEMA FÍSICO

MODELO DE
REFERÊNCIA

SOLUÇÃO

ANALÍTICA EXPERIMENTAL NUMÉRICA

MODELO PROJETO DO MODELO


ANALÍTICO EXPERIMENTO NUMÉRICO

SOLUÇÃO SOLUÇÃO SOLUÇÃO


ANALÍTICA EXPERIMENTAL NUMÉRICA

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