8 - Equações de Interação

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EQUAÇÕES DE INTERAÇÃO

1 – INTRODUÇÃO

As equações de interação, ou curvas de interação, representam a


relação entre diferentes tipos de carregamento agindo
simultaneamente, com respeito a um dado modo de falha, ou a um
específico critério de falha.

No caso da possibilidade da ocorrência de dois diferentes modos de


falha, que competem quanto à falha ocorrer por um ou outro, as
equações de interação são também amplamente utilizadas.

As equações de interação são usadas ainda para avaliar a evolução


de dano, para os modos de falha dependentes do tempo.

Considerando que o sistema estrutural seja linear, o simples uso do


princípio da superposição e do critério de falha adequado é suficiente
para a previsão da carga de colapso do sistema. Porém quando o
modo de falha envolve situações com deformações plásticas
significativas, ou grandes deslocamentos, por exemplo, o sistema
estrutural não pode mais ser tratado como linear, exigindo outras
estratégias para a busca da carga de falha.

Nestes casos as equações de interação têm se mostrado uma


ferramenta adequada.

Os modelos matemáticos das equações de interação fazem uso dos


conceitos de fração de carga e de fração de vida, para os modos de
falha por sobrecarga e para os modos de falha dependentes do
tempo, respectivamente. A falha fica definida quando a fração de
carga, ou a fração de vida forem igual a 1 .

FRAÇÃO DE CARGA

Relação entre solicitação atuante, q e a carga de falha, Qi ,

q
γi = ≤1
Qi

A definição de fração de carga pode ser usada para a análise da


combinação de diferentes tipos de carregamento, para um dado
modo de falha, ou mesmo entre diferentes modos de falha.
FRAÇÃO DE VIDA

Relação entre o tempo de uso do produto, t e a vida deste produto, Ti .

t
λi = ≤1
Ti

O conceito de fração de vida é usual na análise dos modos de falha


dependentes do tempo, com acúmulo de dano.

A equação de interação estabelece um critério de falha combinado,


com um carregamento tipo 1, fração de carga 1, γ 1 , e uma solicitação
tipo 2, fração de carga 2, γ 2 , definindo uma região de segurança, na
qual as combinações de carregamento são seguras, e uma região na
qual ocorre a falha.

Sendo as duas frações de carga diretamente proporcionais à


solicitação aplicada, o aumento ou redução desta segue uma reta de
carregamento. De igual forma para os MFDT, uma linha de vida, pois
as frações de vida são diretamente proporcionais ao tempo t .

A interseção da reta de carregamento, ou reta de vida, com o critério


de falha é o ponto previsto de colapso. Na figura S representa a
região de segurança e F a região de falha.

γ2 ou λ2
1.00

0.80

0.60

0.40
F
0.20
S
0.00

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00

ou λ1 γ1
Figura 1 – Curva de falha definindo a região de falha e a região de
segurança. A reta de carregamento estabelece o ponto crítico, de falha.
As equações permitem descrever a interação entre dois ou mais tipos
de carregamento, numa situação de carga axial com flexão, ou torção
com flexão, etc.

Outra possibilidade é estabelecer um critério de falha combinado,


quando a interação ocorre entre dois diferentes modos de falha,
sejam estes independentes do tempo ou não.

Com a determinação das cargas de falha associadas às frações de


carga, no caso de modos de falha que reduzem a seção resistente,
como corrosão, desgaste, fadiga e outros, é possível visualizar a
trajetória da condição estrutural, conforme as cargas críticas são
recalculadas, para uma nova condição geométrica.

γ2 ou λ2
1.00

0.80

0.60

0.40

0.20

0.00

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00

ou λ1 γ1
Figura 2 – Possível percurso do ponto de operação do sistema
estrutural conforme este sofre a ação de um dano progressivo, até a falha.

A forma analítica mais simples de uma equação de interação é


quando a mesma é linear, ou seja,

γ1 + γ 2 = 1

No caso geral uma família de curvas muito utilizada é quando a


mesma assume uma forma potencial, ou seja,

γ 1a + γ 2a = 1
1 2

sendo os expoentes determinados pela formulação dos fenômenos


em análise, ou obtidos empiricamente pelo ajuste a dados
experimentais. No caso particular em que os expoentes são idênticos,
a curva é dita simétrica.
2 - CASO DE SOLICITAÇÕES COMBINADAS
2.1 CASO LINEAR. Modo de falha por início de escoamento.

Solicitação tipo 1 - Tração


Solicitação tipo 2 – Flexão

Cargas de falha, considerando seção retangular:

Q1 = b ⋅ h ⋅ σ Q2 = b ⋅ h 2 ⋅ σ / 6

Frações de carga:
q1 q
γ1 = e γ2 = 2
Q1 Q2

Critério de falha, tensão máxima limitada a σ ,

q1 q
+ 6 2 2 = σ ou
b⋅h b⋅h

q1 q2
+6 =1
b ⋅ h ⋅σ b ⋅ h2 ⋅σ
e finalmente,
γ1 + γ 2 = 1

2.2 CASO NÃO LINEAR.


Modo de falha por colapso plástico.

Solicitação tipo 1 - Tração


Solicitação tipo 2 – Flexão

+
+
-
Figura 3 – Barra tracionado por carga excêntrica, na condição de
colapso plástico.

A carga axial é equilibrada pela região central da distribuição de


tensões na seção. Tem uma altura α ⋅ h , sendo h a altura da seção.

O momento fletor fica equilibrado pela outra distribuição de tensões.


Cargas de falha, considerando seção retangular:

Q1 = σ ⋅ b ⋅ h Q2 = σ ⋅ b ⋅ h 2 / 4

Os carregamentos atuantes, para um dado valor de α ,

q1 = σ ⋅ b ⋅ α ⋅ h q 2 = σ ⋅ b ⋅ h 2 (1 − α 2 ) / 4

q1 q2
γ1 = =α γ2 = =1−α 2
Q1 Q2
Portanto
γ 12 + γ 2 = 1

3 - TEORIAS CLÁSSICAS DE FALHA


3.1 Teoria da Máxima Tensão Normal – TMTN

Solicitação tipo 1 - Tração


Solicitação tipo 2 - Torção

Critério de falha σ1 = σ

Cargas de falha
Q1 = σ x = σ 1 = σ Q2 = σ xy = σ 1 = σ

Caso combinado

2
 σ  σ 
2 2
σx σ  σx
σ1 = σ = +  x  + σ xy2 +  x  +  xy  = 1
2  2  2σ  2σ   σ 

Fatores de carga γ1 = σ x σ γ 2 = σ xy σ

2
γ1  γ1 
+   +γ2 =1
2

2  
2

2 2
 γ1  γ 
  + γ 2 =  1 − 1
2

2 2 

γ 22 = 1 − γ 1
Portanto

γ 1 + γ 22 = 1
3.2 Teoria da Máxima Tensão de Cisalhamento – TMTC

Solicitação tipo 1 - Tração


Solicitação tipo 2 - Torção

Critério de falha σ1 − σ 3 = σ

Cargas de falha
σ1 − σ 3
Q1 = σ x = σ 1 = σ Q2 = σ xy = =σ /2
2

Fatores de carga γ 1 = σ x /σ ; σ x = γ 1 ⋅σ γ 2 = 2 ⋅ σ xy / σ ; σ xy = γ 2 ⋅ σ / 2
Caso combinado

2 2
σx σ  σx σ 
σ1 = +  x  + σ xy2 σ3 = −  x  + σ xy2
2  2  2  2 

2
σx 
σ1 − σ 3 = 2   + σ xy
2
σ 1 − σ 3 = σ x2 + 4 ⋅ σ xy2 = σ
 
2

Substituindo,

γ 12 + γ 22 = 1

3.3 Teoria da Máxima Energia de Distorção – TMED

Solicitação tipo 1 - Tração


Solicitação tipo 2 - Torção

Cargas de falha
Q1 = σ x = σ 1 = σ Q2 = σ xy = σ / 3

Critério de falha (σ 1 − σ 2 )2 + (σ 1 − σ 3 )2 + (σ 2 − σ 3 )2 = 2 ⋅ σ
2 2
σx σ  σx σ 
σ1 = +  x  + σ xy2 σ3 = −  x  + σ xy2
2  2  2  2 

σ x2 + 2 ⋅ σ xy2 + σ x2 + 4 ⋅ σ xy2 = 2 ⋅ σ

σ x2 + 3 ⋅ σ xy2 = σ
Fatores de carga

γ1 = σ x /σ ; σ x = γ1 ⋅σ γ 2 = 3 ⋅ σ xy / σ ; σ xy = γ 2 ⋅ σ / 3

(γ 1 ⋅ σ )2 + 3 (γ 2 ⋅ σ / )2
Substituindo, 3 =σ 2

Resulta Ã
γ 12 + γ 22 = 1

4 – AÇÃO DE DOIS MODOS DE FALHA SIMULTÂNEOS

4.1 Análise do comportamento dúctil – frágil, modelo de Dugdale.

Fatores de carga

Falha por colapso plástico, material idealmente dúctil, carga limite,


QL .
q
γ1 =
QL

Falha por ruptura brusca, material idealmente frágil, QIC .


q
γ2 =
QIC

O método de Dowling & Townley permite uma solução analítica,


considerando material nas duas condições limites, idealmente dúctil
na solução do colapso plástico e idealmente frágil no outro extremo,

−1
8 π   2
γ 2 = γ 1  2 ln sec γ 1 
π 2 

Equação aproximada, por ajuste, referência API 579,

γ 12,5 + γ 25, 0 = 1

4.2 Fadiga, tensão alternante mais tensão média

Os tradicionais critérios de projeto quanto à falha por fadiga, em


condições de superposição de tensões alternantes e tensões médias,
podem ser tratados como dois modos de falha concorrentes,
Falha estática devido à tensão média;
Falha por fadiga, provocada pela tensão alternante.

Temos os casos lineares, como Soderberg, Goodman, Morrow, Whall,

σm σa
+ =1
σ σN

com σ definindo a tensão de falha para o caso estático, ou seja,


tensão limite de escoamento para Soderberg, tensão limite de
resistência para Goodman, tensão real de fratura para Morrow e
finalmente a “tensão” de colapso plástico para o critério de Whall.
Resulta portanto,

γ1 + γ 2 = 1

Temos ainda o caso não linear definido pelo critério de Gerber, cuja
equação pode ser escrita como

γ 12 + γ 2 = 1

5 – RESUMO

5.1 CASO LINEAR. Modo de falha início de escoamento


γ1 + γ 2 = 1

5.2 CASO NÃO LINEAR. Modo de falha colapso plástico


γ 12 + γ 2 = 1

5.3 Teoria da Máxima Tensão Normal – TMTN


γ 1 + γ 22 = 1

5.4 Teoria da Máxima Tensão de Cisalhamento – TMTC


γ 12 + γ 22 = 1

5.5 Teoria da Máxima Energia de Distorção – TMED


γ 12 + γ 22 = 1

5.6 – Mecânica da Fratura Elásto-Plástica, API 579


γ 12,5 + γ 25, 0 = 1
6 - EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

6.1 - Aplicação para os modos de falha simultâneos de fluência e


fadiga.

De acordo com os dados experimentais as curvas se mostram


simétricas, logo as equações serão na forma

λ1a + λa2 = 1 , com a1 = a 2 = a


1 2

Ajustando aos dados obtém-se

Curva do limite superior a = 0,44


Curva do limite inferior a = 0,28
Curva da linha média a = 0,36

Referência publicação ASM 1997, Heat Resistant Alloys.

Figura 4 – Iteração entre os modos de falha por fadiga e fluência. Uso


das relações de fração de vida, λ1 ; λ2 .

6.2 - Efeito dos expoentes na equação sobre a forma das curvas.

Caso linear
(1,0; 1,0) – Início de escoamento

Casos não simétricos


(2,0; 1,0) – Colapso plástico
(1,0; 2,0) – Teoria da Máxima Tensão Normal

Casos simétricos
(2,0; 2,0) – Teoria da Máxima Tensão Cisalhante
(2,0; 2,0) – Teoria da Máxima Energia de Distorção

Caso de ajuste
(2,5; 5,0) – Mecânica da Fratura Elasto-Plástica, API 579

Caso fluência e fadiga


(0,44, 0,44) – limite superior
(0,36, 0,36) - linha média
(0,28, 0,28) – limite inferior

1.00

γ2
(2,5; 5,0)
0.80
(1,0; 2,0) (2,0; 1,0)
(2,0; 2,0)
(0,44; 0,44)

(1,0; 1,0)
0.60

0.40

(0,36; 0,36)
0.20

(0,28; 0,28)
0.00

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80


γ1 1.00

Figura 5 - Efeito dos expoentes nas formas das curvas resultantes,


curvas do tipo γ 1a1 + γ 2a2 = 1 , com a indicação de (a1; ; a2 ) .

7 - GENERALIZAÇÃO

Dos casos práticos anteriores pode-se generalizar para uma lei de


interação entre duas frações de carga, na forma

γ 1a + γ 2a = 1
1 2

equação esta representando uma solução analítica, exata do


problema, ou sendo ajustada a partir de dados experimentais de
interação.

Para o caso dos modos de falha dependentes do tempo a equação de


dano, expressa como função da fração de vida, pode ser escrita como
t
D (t ) = λa ; λ = ≤1
T

e no caso da interação entre dois modos de falha dependentes do


tempo,

λ1a + λa2 = 1
1 2

Para mais de dois tipos de carregamento, ou mais de dois modos de


falha, a equação de interação passa a ser

Caso linear

∑γ i
i =1

Caso não linear

∑γ
i
i
ai
=1

A título de ilustração as figuras do Apêndice 1 apresentam várias


equações de interação.
APÊNDICE 1

Curvas de interação para outros casos, considerando as situações


abaixo:
Figura A1.1 - a1 [0,2; 0,5; 1; 2; 5]; a2 = 1
Figura A1.2 - a1 = 1 ; a2 [0,2; 0,5; 1; 2; 5]
Figura A1.3 - a1 = a2 = a [0,2; 0,5; 1; 2; 5]
A figura A1.4 apresenta as curvas de dano para a = [0,2; 0,5; 1,0; 2,0; 5,0]

1.00

0.80

a1 = 5
a1 = 2
a1 = 1
0.60

a1 = 0,5

a1 = 0,2
0.40

0.20

0.00

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00

Figura A1.1 - 125


1.00

0.80

a2 = 5

0.60

a2 = 2
a2 = 1
0.40
a2 = 0,5
a2 = 0,2

0.20

0.00

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00

Figura A1.2 - 127


1.00

a=5

0.80

a=2

0.60

a=1

0.40

a = 1/2

0.20

a = 1/4

0.00

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00

Figura A1.3 – Curvas simétricas - 126

1.00

0.80
a = 0,2

a = 0,5
0.60

a=1

a=2
0.40

a=5

0.20

0.00

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00

Figura A1.4 - Curvas de dano - 128


APÊNDICE 2

CURVAS ESPELHADAS

Em inúmeras situações práticas existe a necessidade de gerar duas


o
curvas, que são simétricas em relação à reta a -45 , ou seja, são
curvas espelhadas, conforme figura a seguir.
1.00

CURVA I
0.80

0.60
CURVA II

0.40

0.20

0.00

0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00

= =

γ II γI

Figura A2-1
o
A condição de simetria em relação à reta a -45 pode ser expressa
considerando os dois segmentos de reta assinalados, como iguais, ou
seja,
γ II = 1 − γ I

sendo γ I e γ II os valores de referência da fração de carga, para a


curva I e para a curva II, respectivamente, ou seja, interseção da
o
curva com a reta a 45 .

Considerando por exemplo a curva I, o ponto assinalado corresponde


à condição

γ1 = γ 2 = γ

Logo conhecendo a equação da curva, neste ponto em particular,


ponto de referência,
γ a +γ a =1 2 γ a =1
resultando
1
log γ = log 1 2 ;
a
ou
log 1 2
a=
log γ

Desta forma o procedimento para a determinação da curva espelhada


segue os passos:

1 – Determinar a fração de carga de referência, conhecido o expoente


da curva I;
1
log γ I = log 1 2
aI

2 – Obtém o valor da fração de carga de referência da curva II;

γ II = 1 − γ I

3 – Calcula o expoente agora para a curva II.

log 1 2
a II =
log γ II

Exemplo de cálculo.

A curva I da figura A2.1 tem por equação

λ11,5 + λ12,5 = 1
Usando
1
log γ I = log 1 2
aI
γ I = 0,62996
logo,
γ II = 0,37004
E portanto
log 1 2
a II =
log γ II
a II = 0,69723

Logo o par de curvas espelhadas da figura A2.1 passa a ser, curva I,

λ11,5 + λ12,5 = 1
e, curva II, em vermelho na figura,

λ10, 69723 + λ02,69723 = 1

Alguns dados para curvas espelhadas


aI 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00
γI 0,5 0,707 0,794 0,8409 0,871 0,891 0,906 0,917
γ II 0,5 0,293 0,206 0,1591 0,129 0,109 0,094 0,083
a II 1,0 0,564 0,439 0,377 0,339 0,313 0,294 0,278
APÊNDICE 3

APROXIMAÇÃO DA CURVA ESPELHADA A γ 12 + γ 22 = 1

Usando o procedimento sugerido no Apêndice 2 foi obtida a seguinte


curva espelhada.

γ 10,56448 + γ 20,56448 = 1

Como a curva original neste caso particular é um arco de


circunferência, centrado na origem, a solução exata é também um
arco de circunferência, centrado agora no ponto (1, 1). Neste caso a
equação passa a ser:
(γ 1 − 1)2 + (γ 2 − 1)2 = 1
Evidentemente que existe um erro entre a equação espelhada usando
o procedimento geral e a equação particular para este caso. Deve ser
salientado que as duas soluções coincidem em três pontos, ponto
inicial, coordenadas (0, 1), ponto final, (1, 0) e no ponto de
referência do espelhamento, a partir do qual foi obtido o expoente
0,56448, no caso
γ 1 = γ 2 = 0,29289

As curvas espelhadas estão mostradas na figura A3.1, curva exata,


em vermelho, e a curva aproximada, em preto, junto com a curva
original.
1.00

0.50

0.00

0.00 0.50 1.00

Figura A3.1 – Exemplo de curva espelhada, avaliação da solução


proposta e a solução exata, particular para este caso.
A figura a seguir apresenta o erro absoluto que a equação
aproximada apresenta. É flagrante o erro crescente para γ 1 ≤ 0,1 ,
embora zerado com γ 1 = 0 . O erro máximo ocorre com γ 1 = 0,011 , no
caso 0,01322.

0.015

0.010

0.005

0.000

0.00 0.50 γ1 1.00

Figura A3.2 – Erro absoluto, entre a solução exata e a do


procedimento geral.
APÊNDICE 4

SOLUÇÃO NO CASO DE CARREGAMENTO PROPORCIONAL.

Quando as cargas atuantes sobre um e outro modo de falha são


proporcionais, e o sistema estrutural em estudo não sofrer com
qualquer tipo de degradação, a relação entre os fatores de carga é
uma constante, independente da intensidade da solicitação atuante e
dos modos de falha considerados. Desta forma:

γ2
=k γ 2 = k γ1
γ1

A partir da equação de interação do problema,

γ 1a + γ 2a = 1
1 2

e substituindo γ 2 = k γ 1 , resulta

γ 1a + (k γ 1 )a = 1
1 2

a qual deve ser resolvida, tipicamente por um processo iterativo, para


determinar γ 1 e após γ 2 . No caso de ocorrer a1 = 2 a2 , ou a2 = 2 a1 o
apêndice 5 detalha a obtenção de uma solução fechada, ilustrada
para a curva de iteração para os modos de falha por ruptura frágil e
colapso plástico, ou seja, considerando num extremo material
idealmente frágil e no outro material idealmente dúctil.
APÊNDICE 5

SOLICITAÇÃO PROPORCIONAL, SOLUÇÃO PARA FAD POTENCIAL.

De acordo com API 579 o diagrama de análise de falhas, FAD, pode


ser equacionado como

K R5, 0 + L2R,5 = 1

K R ; LR , valores críticos das frações de carga, K; L , atendendo o critério


de falha.
q
K =
QIC

é o fator de carga para falha por ruptura frágil, material idealmente


elástico. QIC é a carga de falha correspondente.

q
L =
QL

é o fator de carga para falha por colapso plástico, material


idealmente dúctil, a carga limite, QL , é a carga de falha.

No caso de atuar um carregamento proporcional, a relação K / L é


constante.
K /L=k

K R = k LR

Aplicando no critério de falha,

(k LR )5 + L2R,5 = 1
Definindo a variável auxiliar
p = L2R,5
Resulta
k 5 ⋅ p2 + p = 1 k 5 ⋅ p2 + p −1 = 0

A solução da equação em p e de LR , exata, é:

p=
[
1 1+ 4 k 5 ]
12
−1
; LR = p 0 , 4
2 k5
1.00

Lr

0.10

0.01

0.01 0.10 1.00 10.00 100.00


K/L

Figura A5.1 – Comportamento da função LR = f ( K / L ) .

A observação da figura A5.1 sugere que é possível obter, com


razoável precisão, a solução para os casos assintóticos, K / L ≤ 0,5 e
K / L ≥ 2,0 . No caso da região central, assinalada na figura, o uso da
solução exata é recomendado.

K / L ≤ 0,5 → LR = 1,000
0,5 < K / L < 2,0 → LR = p 0, 4
K / L ≥ 2,0 → LR = ( K / L ) −1

A tabela abaixo apresenta os valores da solução exata nos limites das


soluções assintóticas K / L = 0,5 e K / L = 2,0 , bem como para um
intervalo ampliado.

K/L Exato Aproximado


0,2 0,9998 1,0000
0,5 0,9881 1,0000
2,0 0,4826 0,5000
5,0 0,1993 0,2000

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