Download as pdf
Download as pdf
You are on page 1of 71
Coleccao de DyeeaeeNne Meme ke Arquitectura Antigas (séculos I a.C. — VII d.C.) D FAL a COLECGAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS [ A.C. - VIL D.C.) - VOL. colecgdo de epigrafia romana do Museu Pio XIII ¢ constitufda por um conjunto de 47 monumentos de procedéncias variadas, embora a sua dea geografica se situe no norte de Portugal, regio que, na época romana, integrava a parte mais ocidental do Conventus Bracaraugusta- nus, citcunscrigao administrativa com capital em Bracara Augusta. Distinguiram-se quatro subconjuntos temticos: epigrafia votiva, epigrafia fune- réria, epigrafia vidria e outra epigrafia, antecedendo-se cada um de uma sumiria contextualizagio histérica ¢ arqueolégica, através da qual se patenteia o elevado interesse cientifico que reveste esta colecgao epigrafica do Museu Pio XII. Para além da evidéncia da adopcao da lingua latina e do conhecimento de aspec- tos relacionados com a religiosidade ou com a administragao do territério, 0 con- junto epigréfico aqui apresentado permite abordar outras importantes temiticas de inyestigagao, como sejam as que se relacionam com a existéncia de oficinas de epi- gtafia, com a onomistica ou com a evolucio da escrita latina De facto, na colecgdo do Museu Pio XII conservam-se dois monumentos epi- gtificos de excepao, com mengio explicita a oficinas epigraficas. Referimo-nos, ao monumento procedente de Santa Cruz do Lima, Ponte de Lima (MPXILLIT.122), cuja inscrigao comega, precisamente, com a referéncia a oficina de Elpidus; 0 outro uma das aras de Giela, Arcos de Valdevez (MPXILLIT.124), com inscrigao em duas faces, cuja leitura levou alguns autores a interpretar as letras gravadas na face lateral direita como indicando uma suposta oficina, neste caso de Soupius. Por seu lado, a onomistica presente neste conjunto epigrifico do Museu Pio XII demonstra a importincia da populagio indigena, a qual representa uma parte con- siderdvel das personagens presentes na epigrafia votiva ¢ na epigrafia funerdria. A par da onoméstica indigena, existem referencias a libertos, alguns com onoméstica grega, como € 0 caso de Hermes. A presenga de onoméstica latina ¢ de cidadaos completa o quadro tragado, confirmando as observagées jé feitas para 0 dossier epi- grifico desta regio (Tranoy 1981: 73-79) e da cidade romana de Bracara Augusta (Tranoy e Le Roux 1989-90: 226-227). Por tiltimo, a placa de xisto que integra a colecgtio do Museu Pio XII (MPXIL LIT.1003), com inscrigao opistégrafa, dé-nos um precioso testemunho da utilizacao do alfabeto cursivo latino em época visigoda. 26 | COLECGAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS 1 A.C. - VII D.C.) - VOL. epigrafia votiva permite conhecer as divindades ¢ 0s dedicantes, as for- mas escritas de devogao aos deuses e os monumentos em que estas s40 feitas. &, pois, uma das vias privilegiadas para conhecer 0 fenémeno da difu nas com ritos romanos; deuses romanos com epitetos indigenas. 10 ¢ amadurecimento de uma nova religiosidade: deuses indige- As homenagens aos deuses, sob a forma de altares ou de estituas, representam um contributo inequivocamente ligado 4 presenga romana. Mudam as formas de consagracdo, nomeiam-se divindades que até ai no possuiam uma forma escrita ou iconografica de culto, Pela escrita, o nome dos deuses fixa-se e transmite-se. ‘Mudam também as formas de culto. Seja em templos, em santuarios, em lararia, junto de rios, de estradas ou montes, uma homenagem a uma divindade implica a definieao de um espaco religioso, um local onde tem efeito um “contrato” entre 0 devoto ¢ a divindade. Tao importante, pois, como conhecer os monumentos, ser pensé-los nos seus espagos piiblicos ou privados de actuagao - um pequeno monu- mento como a érula aqui apresentada (MPXILLLIT.S13), poderia estar colocada no interior de uma residéncia privada. O conjunto compae-se de 24 dedicatérias (mais 5 aras anepigrafas), embora 0 estado de algumas inscrigdes nao permita conhecer 0 nome da divindade ou mesmo © dos dedicantes. Os Lares possuiam na religiio romana uma fungio tradicionalmente ligada a proteccdo da familia, enquanto divindades tutelares. Essa primitiva fungao foi-se alargando a outras esferas e espacos de actuaso, passando a proteger vias ¢ locali- dades. A sua difusio na Hispania foi significativa enquanto divindades de caracter tépico ou étnico, bem como na sua fungao de protectoras de caminhos e viajantes, As trés aras depositadas no Museu Pio XII, sao representativas disso mesmo. 1. Bpigratin | 27 £0 caso do Lar Beiradiegus, a quem foi consagrado um altar por Lucretius, flho de Caturo, dedicante que se identifica com um genttlicio latino e filiagdo claramente indigena (MPXILLIT.583). 0 Lar Cariecus foi homenageado por um dedicante com onomistica latina: Avre- livs Flavys (MPXILLIT.614). Em ambos os casos os monumentos apareceram des- contextualizados, sendo dificil associé-los, com um minimo de seguranca, a sitios arqueolégicos conhecidos. ‘Aos Lares Viales foi feita uma dedicat6ria por Valerius Rufus, encontrada na igre- ja de Castelo de Neiva, o que permite supor a passagem de uma via romana nas pro- ximidades, provavelmente a via secundaria que passava 0 rio Cavado em Barca do Lago e seguiria para norte, passando no sopé do Castro/ Castelo de Neiva (Almeida 1996: 78-79). De Braga procede a parte superior de uma ara dedicada a Merciirio (MPXIL LIT-364), divindade escassamente representada na epigrafia do Conventus Bracarau- 15). Merctirio é normalmente associado aos viajantes, deus gustanus (Tranoy 1981: a quem se faziam votos de proteceao e agradecimento, na preparagdo e final de uma viagem. A circunsténcia de a peca ter sido encontrada em local préximo da passa- gem da via romana que ligava Braga a Astorga (Via Nova ou Geira), permite aventar a hipotese de que o monumento pudesse ter cumprido essa fungao. Seis dos monumentos conservados no Museu Pio XII sio dedicados a lupiter Optimo Maximo, aparecendo o nome da divindade em abreviatura: LO.M..As dedi- cat6rias procedem de locais afastados de miicleos urbanos, que confirma um dado ja conhecido: a difusio do culto a Japiter no Noroeste Peninsular, culto que, para além das cidades, teve uma ampla difusao nas dreas rurais. Neste conjunto cabe destacar 0 monumento procedente de Santa Cruz do Lima, Ponte de Lima (MPXIL.LIT.122), pelo facto de apresentar, na primeira linha da ins- crigdo, a referéncia a oficina - EX Of(ficina) ELP(IDI?)- informagao particularmente rara em monumentos epigraficos. Dois dos monumentos onde se identifica o dedicante remetem para votos fei- tos, provavelmente, por libertos: Elpidius Evelpistus (MPXILLIT.530) e Hermes, que cumpre o seu voto pela satide do seu patrono, Tiberio Claudio Ni (s)grinus, num ges- to que tem sido interpretado como um agradecimento pela aquisigao de liberdade. Nos dois monumentos encontrados em Giela (Arcos de Valdevez), 0 nome da indade é indecifrével, mas a semelhanga entre os textos implica que sejam estuda~ 28 | COLECGAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS | A.C. VII DG.) - VOL. dos conjuntamente. Numa das pecas (MPXILLIT.124), uma inscricao lateral - Soupi Camali(i) F(ilii)- pode indicar © nome de uma oficina (Tranoy 1981: 272). As divindades indigenas estio representadas por duas dedicatérias: uma a Domino) Aeco Rougiavesuco, por Arcvivs e outra a Daeae Sanctae, Esta tiltima foi encontrada na acrépole de um importante povoado fortificado: Castro de S. Lou- rengo, Esposende. Trata-se de uma homenagem cuja interpretagio pode levantar alguns problemas. De facto, a formula consagratoria remete para a divindade indi- gena Ataecina ou Ataegina, cujo culto esté documentado na regido de Caceres. No entanto, é impossivel afirmar que a formula tenha sido unicamente aplicada a esta divindade, sobretudo tratando-se de um caso isolado na regio a norte do Douro, muito longe da fea de concentragio de votos a esta divindade. Poderia argumentar-se que 0s contactos frequentes e precoces da franja litoral do Noroeste Peninsular com a Lusitania, permitissem ver aqui, precisamente, mais uma prova desses contactos, mas 0 argumento carece de fundamento credivel. A dedicatéria a Marte Tarbucelis ganha um particular interesse quando enqua- drada no seu local de proveniéncia, Trata-se de uma homenagem, encontrada na periferia da cidade romana de Bracara Augusta, feita por uma familia de pisoeiros cuja oficina poderia estar localizada nas proximidades da Fonte de S. Vicente, no sopé de Montariol, junto da qual a ara apareceu. f possivel que esta fonte, que se admite possa corresponder 2 uma archa petrinea, tenha servido como elemento de demarcagao de um parcelamento rural romano, mais tarde reaproveitado como do termo de Dume (Fontes 1983; Carvalho 2008). lin 1. Bplgratie | MPXILLIT.61 Estela funerdtia (?) / Granito / h=52cm; 1=39cm; e: Jem Romano (2) (séculos I-IV) Estela quadrangular, muito fragmentada, com restos de inscrigao dis- tributda por cinco linhas, em letras com 7-12cm, de dificil leitura DTEIIV(is)#IS...(iensibus?) [IJOVL O(ptime)-M(aximo) | [T]AVROS / [P]ENTV / [s-] BEBI...D(edicauit)? Insalde / Insalde / Paredes de Coura Rosario 1973, 61. Inédita (leitura provis6ria, amavelmente fornecida por Armando Redentor). 1. Bpigrafis | 31 MPXILLIT.L15 ‘Ara votiva / Granito / h=55cm; |=32cm; e=30em Romano (séculos I-IV) Parte superior de ara composta por fuste ¢ entablamento, este ainda com restos das vohutas laterais ¢ foculus circular relevado. Conserva quatro linhas da inscrigao original, em letras de 4,5 cm. DAEAE / SANCTA[E] / SACRVM / [AJNICIVS, Castro de $. Lourengo / Vila Cha / Esposende Rosario 1973, 62-63. Boaventura 1965, 270-273; Encarnagaio 1975, 172-173; 274; Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 190. Iranoy 1981, 32 | COLECGAO DE EPIGRAF E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS I A.C. - VIE D.C.) - VOL. MPXILLIT.116 ‘Ara anepfgrafa / Granito / h=110em; Romano (séculos LV) ‘Ara com base moldurada, fuste ¢ entablamento sobre cornija, com volutas, frontao e foculus (Gem de didmetro). Capela de Santo Estévao / Palmeira / Braga Rosario 1973, 63. Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 202. Sem; e=40cm, 1 Epigeatia | 33 MPXILLIT.I8 ‘Ara anepigrafa J Granito / h=107ems 1=46cm; e=3ocm Romano (séculos I-IV) ‘Ara com base moldurada, fuste ¢ entablamento sobre cornija, com volutas desaparecidas e foculus circular (6cm de diametro). Cabanelas / Cabanelas / Vila Verde Rosério 1973, 63. Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 203-204. 34 | COLECGAO DE EPIGRATIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS {SECULOS 1 A.C. - VII D.C) - VOLT MPXILLIT.U19 Ara votiva / Granito / h=37cm; |=32cm; e=23em Romano (séculos I-IV) Parte superior de ara, com moldura e arranque de fuste, conservan- do-se, numa das faces, duas linhas de uma inscri¢ao, em letras capitais quadradas com 2,5 a 4,5 cm. {I(ovi)]? O(ptimo) M[AX@(éno)] | SACR[VME...] Residéncia Paroquial de Ronfe / Ronfe / Guimaraes Rosario 1973, 63. Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 185; Alarcdo 1988, 17, 1/304; Garcia 1991, 399; Garcia Martinez 1995, 154, 1 pigratia | 38 MPXILLIT.120 Ara yotiva / Granito / h=80cm; I=36cm; e=34cm Romano (séculos I-IV) Ara com base moldurada, fuste ¢ entablamento com dluplo toro, com inscrigio distribuida por cinco inhas, com letras cuja dimensao oscila entre 2 a 4 em. [..] IVO / VESTERO / VAL(eria) + RVEA J EX + VOTO / POSVIT. Igreja Paroquial de Alvaraes / Alvaraes J Viana do Castelo Rosario 1973, 63. Cepa 1939, 20-21; Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 192; Almeida 2008, 262. 36 | COLECCAO DE EP! |APIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS { A.C. VII D.C.) - VOL. MPXILLIT.121 Ara votiva / Granito / h=68cm; I=26cm; e=25em Romano (séculos I-IV) Ara composta por base moldurada, fuste ¢ entablamento sobre corni- ja, sendo visiveis vestigios do foculus e dos arranques das volutas, que foram picadas. Apresenta decoracdes laterais em forma de arcaturas, Na face epigrafada conserva uma inscrig3o com quatro linhas, em letras que oscilam entre 4 a 4,5 cm. VAL(erius) / RVE(us) / LAR(ibus) V(ialibus) | P(osuit) Igreja Matriz de Castelo de Neiva / Castelo de Neiva Viana do Castelo Rosario 1973, 3. Santos 1945, 45-48; Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 188; Almeida 2008, 258-259. Facelaterl erat Face posterior 1 Epigrafis | 37 MPXILLIT.122 ‘Ara votiva / Granito / h=33 cm I=31em; e=25em Romano (séculos I-IV) Parte superior de ara, moldurada com quatro faixas. Conserva inscrigao em duas linhas, em letras cuja dimenséo se situa entre 2,5. 3,5 cm. [EJX OF(Ficina) ELP[IDI2] // [I(ovi} O(ptimo)] M[AX?(imo) / .]. Adro da Igreja de Santa Cruz de Lima / Santa Cruz de Lima J Pon te de Lima Rosério 1973, 3. Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 185-186; Tranoy 1981, 242; Tra- noy 1984, 270; Almeida 1996, 99-100; Almeida 2008, 259. 38 | COLECCAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS I A.C. - VII B.C.) = VOLT MPXILLIT.123 Ara anepfgrafa / Granito / h=80cmy, Romano (séculos I-IV) Ara composta por base, fuste ¢ entablamento, com restos de volutas e de frontao. Conserva foculis circular (10cm de dimetro). Arcozelo / Arcozelo / Vila Verde I=36cm; e=34cm Rosirio 1973, 3. Santos, Le Roux ¢ ‘Tranoy 1983, 203, LL kpigratia |. 38 MPXILLIT.124 Ara votiva / Granito / h=68cm; |=23cm; e=24cm_ Romano (séculos I-IV) Ara com base moldurada, fuste ¢ entablamento com volutas. O frontao possui a for- ma de duplo arco e,na face superior, a pega apresenta um foculus (4em de diametro). A inscrigao distribui-se por duas faces, em sete linhas (cinco na face frontal e duas na face lateral direita), em letras que oscilam entre os 3,5 a 5,5 cm. (face frontal) DO(ntino vel ae) SA(ncto vel ae) | LA(...) LAG.) / A(ram) P(osuit) Q(uod?) | VO(vit?) FR(ater) / CO(rnelia?) RIVFILA (sic) 2) f (face lateral direita) SOVPI / CAMAL(i) F(ilii). Giela / Giela / Arcos de Valdevez Rosario 1973, 3. Tranoy 1981, 27: santos, Le Roux e Tranoy 1983, 193-194. face lateral esqueréa 40 | COLECGAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS 1 A.C. ~ VII D.C.) - VOL. MPXILLIT.25 ‘Ara votiva / Granito / h=76em; I=34em; e=27em Romano (séculos I-IV) Ata composta por base moldurada, fuste e entablamento também moldurado e com frontao, volutas ¢ foculus (7m de diametro). Con- serva inscrigao distribuida por quatro linhas, em letras que oscilam entre 3 a4 cm. D(omino vel ae) + S(ancto vel ae) * K(...2) G(..2) L(.2) / RVEVS / RVFINI (filius) A(ram) | P(osuit) VO(tum) SO(Ivit). Giela / Giela / Arcos de Valdevez Rosirio 1973, 3. ‘Tranoy 1981, 272; Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 193. 1. Bpigratia | 41 MPXILLIT.126 ‘Ara votiva / Granito / h=92cemy 1=43em; Romano (séculos I-IV) ‘Ara composta por base moldurada, fuste ¢ entablamento também moldurado, onde sio visiveis tracos das volutas ¢ do foculus. Conserva inscrigao distribufda por seis linhas, em letras capitais com 3 a 6 cm. COPORICI/ MATERNI J EX VOTO J MARTI TARY BYCELI FV(I)/LONES Lugar de Montariol / Palmeira / Braga Rosirio 1973, 3. Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 192; Martins 1990, 85. =36em | 42 | COLECGAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS 1 A.C. - VII D.C.) - VOL. Lepigratia | 43 MPXILLIT.248, ‘Ara anepigrafa / Granito / h=69em; I=29em; e=31em, Romano (séculos I-IV) ‘Ara composta por base, fuste e entablamento com volutas ¢ frontao nivelados. Capela de Francelos / Prado / Vila Verde Rosério 1973, Ll. Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 203; Martins 1990, 100. 4 | COLECGAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS 1 A.C.~ VII D.C) - VOL.T LL Bpigratia | 43, MPXILLIT.261 Ara votiva / Granito / h=93cm; I=32cm; e=26em_ Romano (séculos I-IV) ‘Ara composta por base moldurada, fuste e entabla- mento igualmente moldurado, percebendo-se ves tigios do frontdo das volutas. Conserva o focultis (8.5cm de didmetro) e uma inserigao que se distribui por nove linhas, em letras capitais com 3 a5 em ARCVIVS / ARAM POS[V]/IT PRO VO[T]/ O DOM(ino) A[E]/CO ROVGIA/VESVCON/ SERVIS D/[E]I VBICV[E] / TERRARV(MI]. ‘Trata-se de um texto duplo. A inserigdo inicial termi- naria em VESVCO, sendo posteriormente actescen- tada com as restantes linhas, jé de inspiragao crista. Igreja de Minhotaes / Minhotdes / Barcelos Rosirio 1973, 16. Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 189-190. 46 | COLECGAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS | A.C. - VII D.C.) - VOL. MPXILLIT:310 ‘Ara votiva / Granito / h=37cm; |=43cm; e=30em Romano (séculos I-IV) ‘Ara composta por base, fuste, ¢ entablamento, com volutas, resto de frontio e foculus (11cm de diametro).. Possui inscrigao distribuida por quatro linhas, em letras com dimens6es que variam entre 5 a 5,5 cm. PRO SALVTE J VM f oe foe Capela de Nossa Senhora da Satide, Lordelo / Santa Maria de Bouro / Amares Rosario 1973, 20. Silva 1982, 243-245; Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 188-189; Martins 1990, 58, 70-71. 48 | COLECGAO DE EPIGRATIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS [ A.C. ~ VII D.C.) = YOL.T 1. Bpigratia | 48 MPXILLIT.314 Pedestal votivo / Granito J h=82cm; I=36cm; e=35em Romano (sécullos I-IV) Pedestal composto por base moldurada, fuste, entablamento moldurado e cavidade rectangular no topo (13X8cm). A face apresenta uma inseri- ao em letras que oscilam entre 6 a 11,5 cm, uma decorasao central em forma de folha de hera. Aovi) O(ptimo) MAX(imo) | (hedera) Igreja de Mondim / Panque / Barcelos Rosério 1973, 3. Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 184-185. 50 | COLECCAO DE EPIGRAFLA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS 1 A.C. - VII D.C.) - VOL. MPXILLIT364 ‘Ara votiva / Granito / h=48em; I=23em; e=22em Romano (séculos I-IV) Parte superior muito mutilada de ara composta por fuste e entablamento, com inscrigao disposta em duas linhas, em letras de 5 a 6 cm. MER|C] /VRI[O /..] Cerca do Semindrio de Santiago / Cividade / Braga Rosirio 1973, 23. Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 188. 1 Bpigeatia | st MPXILLIT.513 Arula votiva / Granito / h=27cm; I=17cm; e=12cm Romano (séculos I-IV) Arula composta por base, fuste e entablamento, que conserva vestigios do foculus (3cm de diimetro). Apresenta restos de uma inserigao disposta em qua- ‘ro linhas, que parece prolongar-se pela face lateral, em letras cuja dimensdo oscila entre 2 a 2,8 cm. [.--] IML ...]0 RV [+] / LVS //V$ ON. Sta, Leocédia de Briteiros / Briterios (Sta, Leocédia) / Guimaraes Rosdrio 1973, 27. Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 194. 52 | COLECGAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS I A.C.- VII D.C.) - VOL. | MPXILLIT.S29 Ara anepigrafa / Granito / h=58em |=26cm; e=20cm Romano (séculos I-IV) Ara composta por base lisa, fuste € entablamento incomplete. Quinta com capela / Nevogilde / Vila Verde Rosario 1973, 27. Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 2035 Martins 1990, 99. 1. Bpigratia | 59 MPXILLIT.S30 ‘Ara votiva / Granito / h=98cm; =44em; e=42cm Romano (séculos L-1V) ‘Ara composta por base moldurada, fuste e entablamento ta durado com restos de frontio, volutas e foculus (11cm de diametro), e inscrigao distribuida por cinco linhas, em letras cujas dimensdes variam 1bém mol- entre 7 a 7,5 cm. Foi reaproveitada, rasgando-se uma cavidade na base, [l(ovi) = | O(ptimo) « (M(axinto) f ..] I. [../ EJLPCdius) E[V] ELPISTVS / V(otum) S(olvit). Capela de S. Bartolomeu / Serzedelo / Guimaraes Rosario 1973, 27. Sarmento 1887, 247 e 303; Sarmento 1887, 185-186; Ribeiro 1972, 26- 27, 30-31, 49, 137-138; Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 186; Alarcio 1988, 17, 1/309; Lozano Velilla, 1989, 210; Garcia 1991, 399; Garcia Martinez 1995, 153. 54 | COLECGAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS I A.C. - VII D.C.) - VOL. LL epigratin | 55 MPXILLITS83 ‘Ara votiva / Granito / h=66em; |=27em; e=32cm Romano (séculos I-IV) ‘Ara composta por base moldurada, fuste ¢ entablamento que con- serva o foculus (7em de diémetro), com inscrigdo distribvutda por seis linhas, em letras que oscilam entre os 2,5 a 4,5 cm. LVCR[ETIVYS CATURONTIS Filius) LARI B/EIRADI[EY GO EX VOT(6) / POS(uit) AR(an) SAC(ravit vel ram). Residencia Paroquial de Santa Maria de Arnoso | Santa Maria de Arnoso / Vila Nova de Famalicao Rosdrio 1973, 29. Santos, Le Roux e ‘Tranoy 1983, 190-191. 56 | COLECCAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTI GAS (SECULOS 1 A.C. VIL D.C.) - VOL. ‘| MPXILLIT.596 Ara votiva / Granito / h=57cm; l=36,5cm; e=29cm_ Romano (séculos I-IV) Ara composta por base, fuste e entablamento incipientemente mol- durados, com foculus (5.5cm de didmetro). Conserva uma inscrigo distribufda por seis inhas, em letras com 3 a 5 cm. ‘MATE[RNI/VS POSVIIT] / ARVDA[M] / JOVI OPTI/MO MA/XIMO. Lugar de Chito Grande / Santa Marta de Bouro / Amares Rosério 1973, 29. Silva 1982, 243-245; Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 187-188; Mar- tins 1990, 71. 1. Bpigeatia | 57 MPXIL.LIT.600 ‘Ara votiva / Granito / h=37ems l=: Romano (séculos I-IV) ‘Ara composta por base lisa, fuste ¢ entablamento moldura- do, com foculus (12cm de diametro). Possui inscrigio dis- tribuida por quatro linhas, em letras cuja dimensao oscila 10,5em; e=31em entre 3a 5.cm. AILAECA / [.] IC[.] NI [.] / DACOR|...]/ DVREA. Antiga Igreja de S. Joao Baptista de Areias de Vilar / Areias de Vilar / Barcelos Rosario 1973, 29. Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 195; Martins 1990, 73-74. 58 | COLECCAQ DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS I A.C.~ VII D.C.) - VOL. MPXILLIT.602 Ara votiva / Granito / h=73ems I=29em; e=25em Romano (séculos I-IV) Lépide (2) de formato rectangular com pequena cavidade (13X7cm), centrada num nicho moldurado. Conserva parte de uma inscrigao, distribuida por 3 linhas, em letras com 3,5. 8 cm. SE+Q/FMB+V+L/SO A inscrigdo parece ter sido regravada, talvez aquando da feitura pos- terior do nicho e respectiva cavidade. Cristelo / Cristelo / Paredes de Coura Rosario 1973, 29. Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 194-195. 1. Epigrafie | 39 MPXILLIT.614 ‘Ara votiva / Granito / h=77em; |=44ems e=42cm, Romano (séculos I-IV) ‘Ara composta por base moldurada, fuste e entablamento também moldurado, com frontio, volutas e foculus (Jem de didmetro) em relevo, ligado as volutas por uma faixa estreita que as envolve. Apre- senta inscrigao distribufda por seis linhas, com letras estampadas, nao mensuraveis. AVR(elius), FLA/VVS LAR CARI[E]CQ / VOTVM / [LIBEJNS / [SO]LVIT. Capela de Santa Eulélia / Refojos de Lima / Ponte de Lima Rosario 1973, 30. Santos, Le Roux ¢ Tranoy 1983, 191; Almeida 1987, 163, 167-168. 60 | COLECGAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS 1 A.C. - VII D.C.) - VOLT Lepigcatia | ot MPXILLIT.651 ‘Ara votiva / Granito / h=76ems }=46cms e=40em Romano (séculos I-IV) Parte superior de ara com fuste e entablamento moldurado com vesti- gios de foculus (15cm de diametro). Conserva uma inscrigao distribui- da por cinco linhas, em letras cuja dimensao oscila entre 4,5 a7 cm. PRO S(alute) / TI(beri) C(laudit) NI(SYG(vi vel rinit) / I(ovi) O(ptimo) M(aximo) / HERMES / V(otun) L(ibens) S(olvit). Antiga igreja de Espordes / Espordes / Braga Rosdrio 1973, 31. ‘Tranoy 1981, 320; Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 186-187. 62 | COLECGAO DE EPIGRAFIA DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS 1 A.C. - VII D.C.) - VOL. alk MPXILLIT.705, Ara votiva (?) / Granito / h=29 cm; ]=24cm; e=24cm Romano (séculos I-IV) Parte superior de ara correspondente ao entablamento mol- durado ¢ arrangue do fuste, no qual se percebem tracos de letras de uma primeira linha da inscrigao, que € ilegivel. Adro da Igreja de Santa Cruz de Lima / Santa Cruz de Lima / Ponte de Lima Rosario 1973, 63. Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 195. 1 Bpigratia | 63 MPXILLIT.730 ‘Ara / Pedestal? / Granito / h=85em; l=40em; e=38em Romano (século I-IV) ‘Ara ou pedestal de esttua, truncada na parte superior. Conser- va-se 0 fuste ¢ a base moldurada. A inscricao distribui-se por der linhas, com letras cuja dimensio varia entre 3,5.a.4,5 em. (22) NNS/ (?)MCNC/ EX VOTO / CIN(2)ILIVS / MAM(?)VS/ CIENVS / DE SVO / POSVIT / SICCUM / BASI Colina da Cividade (ou de Maximinos) / Braga f Cividade Inédita (SECULOS 1A.6.= VIED.) - VoL. 64 | COLECGAO DE FPiGe, 1A F DE ARQUITECTURA ANTIG. MPXILLIT.1000 Ara votiva | Granito / h=59cm; |=32em; e=31em Romano (séculos I-IV) ‘Ara com base moldurada, fuste liso e entablamento moldurado, com vestigios de volutas e foculus (6cm de didmetro). S...[IMTINAE / R...A...E..MA...C...(ae)/ {LIVCR(etius)ARISTV...[S] / VERV...S... / [AIN...{IMO] LIB....(eus) / V[O(tum)-]S... [oluit} Proveniéncia desconhecida. Inédita (eitura proviséria, amavelmente fornecida por Armando Redentor). 1 Bpigratia | 65 tre espacos publics e privados situa-se o mundo dos mortos: afas- tado dos locais habitados mas suficientemente perto, suficientemente presente para que a meméria se perpetue. Memoria que 6, evidente- mente, da escassa minoria que tem poder econémico para exi nome ¢ a sua pequena historia em estelas, aras ou grandes monumen- seu tos. Embora escassa, essa memoria chegou até nds, © conjunto dos monumentos funeririos depositados no Museu Pio XII consta de 7 pecas, estando a maioria associadas a necrépoles de Bracara Augusta (Tranoy € Le Roux 1989/90). Estao neste caso trés estelas e um monumento escavado numa coluna de granito, associadas a chamada necrépole da Rodovia e que se reportam a um meio claramente indigena. Eo caso do monumento dedicado a Bloena, filha de Camalus, natural de Valabrica (MP XILLIT.25). A mengao a origo da defunta é um dado a salientar. Valabrica seria, provavelmente, um castellum, embora a sua localizagao exacta nao esteja confirmada, Uma outra estela, incompleta e fracturada, refere Caladunus filho de Cundena (MP XILLIT.26 e 26 A-C). A semelhanga do cognome do defunto com Caladunum, mansio da via XVII citada no Itinerario de Antonino (Tranoy 1981: 214) é um outro dado a valorizar. A terceira estela conserva apenas parte da inscri¢ao, onde pode ler-se parte do nome da defunta e do seu pai, ambos indigenas (MP XILLIT.23).A decoracao do monumento aproxima-o das estelas associadas a meios indigenas (Tranoy ¢ Le Roux 1989/90: 215). Por ultimo cabe destacar a inscri¢ao da liberta Junia Urbana gravada num monumento talhado na parte superior de uma coluna, situacao invulgar que, s6 por si, justificaria o interesse da pega (MP XILLLIT.29) Associada 4 necrépole da via XVII, noticia-se uma inscricdo funerdria gravada num bloco de granito incomplete, inscrigo que apresenta muitas dificuldade de restituigao (MP XIL.LIT. 767). Os restantes monumentos funeririos aqui inventariados procedem de locais 66 | COLECGAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITEETURA ANTIGAS (SECULOS 1 A.C. = VIL D.C.) - VOL, dificilmente associdveis a sitios arqueologicos conhecidos. Merece destaque, pela sua forma inusitada, um cipo semicilindrico encontrado na Portela da Penela, Vila Ver- de, que pode confundir-se com uma cupa. Trata-se, de qualquer modo, de parte de um monumento funerério dedicado a Quintus Apronius Flavus (MP XI.LIT30). ‘Mapa com distribuigdo da Epigrafia Funeréria 1. Epigtatia | 67 MPXILLIT.23 -Estela funerdria / Granito / h=64cm; l=43cm; e=13em Romano (séculos I-IV) Lapide funerdria incompleta, que apresenta uma rosacea com seis raios inscrita num. circulo formado por uma moldura entrancada, que orla também verticalmente 0 campo epigrifico. A inscrigao esta distribuida por cinco linhas, em letras que osci- lam entre 08 2,5 € 08 5 em. [..R2]ELICA J [CE2]LTICI Filia) / [...] DVN / (...] MVN/ Casa do Avelar / S40 Lazaro / Braga Rosario 1973, 60. Bellino 1895, XXXII; EE, VIII, n.° 120; Tranoy 1980, 18; Santos, Le Roux ¢ Tranoy 1983, 198; Tranoy e Le Roux 1989-90, 214-215. 68 | COLECCAO DE EPIGRAFIA & DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS 1 A.C, = VII B.C.) - VOL. MPXILLIT.25 Estela funeréria / Granito / h=97em; l=32cm; e=14cm Romano (séculos I-IV) Estela funerdria de formato rectangular com rests de moldura lateral entrangada a delimitar o camp epigréfico, que na parte conservada apresenta um inscrigao distribuida por 6 linhas, em letras co 5,3. 6 em. Na parte superior percebe-se a existét cia de um motivo decorativo em roseta sexif6l inscrita em circulo. BLOEN/A CAMIALI Filia) / VALAB/ RICANSIS / H(ic) S(ita) E(st). Casa Avelar, Rua dos Pelames / Cividade / Braga Rosério 1973, 60. Belino 1895, 102; Guimaraes 1901, 605 Vasconcele 1913 (III), 413; Sousa 1973, 15s Santos, Le Roux. ‘Tranoy 1983, 196; Tranoy ¢ Le Roux 1989-90, 212-213. 1. Epigratia | 69 IILLIT.26 e 26A-B-C la funerdria / Granito / h=45cm; Romano (séeulos I-IV) Lapide funeraria rectangular, de que se conservam 4 fragmentos. Conserva moldura lateral a delimitar o campo epigréfico, que apre- senta uma inscrigao distribufda por seis linhas, com letras que osci- lam entre 0s 7 a 8,5 em. [..]/ CVNDEMNAE * Filius) / CALAD/V[NIYS / [AN(norum)] LXX / [H(ic) SCitus)] Elst). Casa Avelar, Rua dos Pelames / Cividade / Braga Rosirio 1973, 60. Belino 1895, XXXII (b); EE, VIII, 125a e 125b; Sousa 1973, 16; Tra- noy 1980, 18; Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 197; Tranoy e Le Roux 1989-90, 214. j=12cm; e=18an 70 | COLEGGAO DE EPIGRAFIA DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS f A.C.~ Vi D.C.) - YOL. 1 (eit MPXILLIT.29 Estela funeréria / Granito / h=145cm; d=45cm Romano (séculos I-IV) Estela funerdria talhada na parte superior de um fuste cilindrico. O cam- po epigrifico foi enquadrado por uma moldura rectangular (h=63cm; I=36cme=17cm), na qual foi gravada uma inscrigao distribuida por quatro linhas, com letras que oscilam entre 6 a8 em. IVNIA / M(arci) L(iberta) / VRBANA / H(ic) S(éta) E(st). Jardim do Instituto Mons. Airosa / Cividade / Braga Rosario 1973, 60. Bellino 1896, 36; EE, VIII, n.° 121; Sousa 1973, 16; Tranoy 1980, 17; San- tos, Le Roux e Tranoy 1983, 197-198; Tranoy e Le Roux 1989-90, 213. 72 | COLECGAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS I A.C.-VIT D.C.) -VOL.1 MPXILLIT.30 Cipo funerario/ Granite / h=40cm; c=79cm; |=42cm Romano (séculos L-1V) Cipo semi-cilindrico com pequeno soco, com uma inscrigao numa das faces laterais distribuida por duas linhas, em letras que oscilam. entre 7,8 a 9,6cm € pontuagao em forma de folhas de hera. Q(uintus) (hedera) AP(ronius vel pius) (hedera)FLAVVS / AN(uorwin) (hedera) LXXV. Adro da Igreja da Portela de Penela / Portela das Cabras / Vila Verde Rosario 1973, 60. Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 195-196; Martins 1990, 99-100. 1 Bpigratia | 73 MPXULLIT.423, Ara funeraria / Granito / h=76cm |=36em; e=40cm_ Romano (séculos I-IV) ‘Ara composta por base moldurada, fuste ¢ enta- blamento também moldurado, com foculus (19m de diametro). Conserva inscrigao distribuida por seis linhas, em letras de dimensio que varia entre 4a4,5 cm. [ev feJTOV fo fo] AN XXIV EI MAT[(er?)] / FILIO CAR{I/S]SIMO FECI{T]?. Adro da Igreja de Espinho / Espinho / Braga Rosario 1973, 25. Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 198. 74 | COLECGAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS [SECULOS 1 A.C. - VII D.C.)- VOLT MPXILLIT.767 Estela funeraria / Granito / h=8cm; Romano (século I - 2* metade} Bloco de granito rectangular, incompleto, com inscrigao distribuida por cinco linhas e letras cuja dimensfo varia entre 5 ¢ 8 cm. ---]CA [..2] D ou SIVS J [---]SCANIVS / [--A]N(orum) XXVI/ [---]M ou NO PYTEOLO (sic) / S(it) . T(ibi).T(erra).L(evis). Alicerces do Lar de Santa Cruz, a Rua dos Faledes / Cividade / Braga ‘Tranoy e Le Roux 1989-90, 207-208. Le epigratia | 75 3 Epigrafia viaria grupo de miliérios apresentado neste catdlogo reduz-se a seis pegas, pertencentes a duas das principais vias que partiam de Bracara Augusta, as vias XVI e XIX, ambas rasgadas nos inicios do Império. Aampla cronologia dos miliérios conhecidos de ambas as vias per- mite-nos conhecer ndo somente a sua construgao precoce, através dos ‘exemplares mais antigos que correspondem a dinastia Jilio-Claudia, mas também a preocupagdo por parte do poder imperial na sua manutengdo ao longo dos séculos. ‘Manter eficazmente o transito de pessoas ¢ bens, através da reparagao de vias, pontes ¢€ todos os equipamentos necessdrios a uma circulagao répida e, tanto quanto possivel, segura, parece ter sido uma preocupagao da administragdo romana e serviu, sem divi- da, para a coesio do Império. A par dessa preocupasao importa no esquecer o papel fundamental dos milidrios como forma de propaganda imperial (Encarnagio 1995-1996; Tranoy 1995-1996). A frase, tantas vezes repetida, de que “todos os caminhos vao dar a Roma’, ganha aqui tum dos seus mais interessantes significados, Se todos os caminhos acabariam, inevita- velmente, na capital do Império, o poder fazia-se representar, milha a milha, no nome dos seus imperadores. Dois dos miliérios (MPXILLIT.285 e 563) depositados no Museu Pio XI pertenciam, via XVI, que ligava Bracara Augusta a Lusitania pasando por Cale (Porto) - esto atri- 76 | COLECCAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS 1 A.C.~ VII D.C.) - VOL. L bbuidos a imperadores que governaram no século IV d.C. e procedem ambos da regido de Vila Nova de Famalicio, onde o tracado da via esta confirmado (Mantas 1996) Os restantes monumentos (MP XILLIT.79, 264, 572 e 612) pertenceriam a Via XIX que ligava Bracara Augustaa Lucus Augusti (Lugo) por Tude (Tuy). De Lucus August far- se-ia a ligagdo a Asturica Augusta (Astorga) permitindo, assim, a estreita comunicagéo entre 0 triangulo formado pelas trés cidades do Noroeste Peninsular fundadas no tem- po de Augusto, pontos fulcrais da afirmagao do poder romano e da sua consolidagao na regido ocidental da Hispania (Almeida 1979; Carvalho 2008). Procedentes de Braga, Vila Verde e Paredes de Coura, os exemplares deste conjunto que permitem uma leitura credivel apontam igualmente para o século IV d.C.. LL pigratia | 77 MPXILLIT.79 Milidrio / Granito / h=236em; d=59em Romano (século IV - Imperador Valentiniano [364-375] Miliério com inscrigio na parte superior distribuida por quatro linhas, em letras capitais com 8 a 10 em. [DJOMINO NOSTRO [VAL / ENTIJNIANO VICTORI [AC] / TRIVMPHATO(I] PERP / (ETVO] SEMPER AVIG]VSTO [...]VIL..} Oleiros / Oleiros / Vila Verde Rosario 1973, 61. Almeida 1979, 105; Santos 1979, 15-20; Araujo 1982, 155-157; Santos, Le Roux ¢ Tranoy 1983, 200; Alarcdo 1988, 1/182; Martins 1990, 99; Naveiro Lopez 1991, 188; Rodriguez Colmenero et alli 2000, 277 MPXII-LIT.264 Miliério / Granito / h=25cm; d=53cm Romano (séculos I-11?) Fragmento semi-cilindrico de milidrio, conservando restos de inscri- ‘ao em trés linhas, em letras de 8cm, veeJMA vel AV[... J IMP. vel TRIB.POT.] VIII CONIS. «../-++] Nao é possivel a identificaao do imperador, admitindo-se que seja do Alto Império (Tibério ou Vespasiano) Arcozelo / Arcozelo / Vila Verde Rosério 1973, 16. Santos 1979, 20; Santos, Aratijo 1982, 158-159; Le Roux e Tranoy 1983, 199; Alarcdo1988, 1/127; Martins 1990, 98; Naveiro Lopez 1991, 188; Rodriguez Colmenero et alli 2000, 624-625. 80 | COLECGAO DE EPIGRAFIA DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS I A.C. - VIL D.C.) - VOL. MPXILLIT.285 Miliério / Granito / h=55em; d=26em Romano (século IV [350-353]) io que conserva apenas 5 linhas de uma Fragmento de mi inscrigdo em letras cuja dimensio varia entre 5,5.a 11 em. D(omino) N(ostro) / VICTORI / AC TRIVMPHA/TORI (sic) SEMPER / AVGVSTO MA [...} Igreja de Lousado / Lousado / Vila Nova de Famalicao Rosario 1973, 17. Alarcdo1988, 1/240; Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 201; Naveiro Lopez 1991, 183; Rodriguez Colmenero et alli 2000, 624-625. 1. Bpigratia | a1 MPXILLIT.563 Milidrio / Granito /h=145 cm; d=21 cm Romano (século IV [337-340]) Miliario com inserigao distribufda por sete linhas, com letras cuja dimensao varia entre 5 ¢ 8 cm. D(omino) N(ostro) / FLAVI[O] / CL(a)VDI[O] / CONSTAN/TINO IVNI/ORI / P(io)? F(elici)?. Lugar de Carreiras / Portela / V.N. Famalicao Rosario 1973, 28. Alarcio1988, 1/240; Santos, Le Roux ¢ Tranoy 1983, 199-200; Naveiro Lopez 1991, 183; Rodriguez Col- menero et alli 2000, 617-618. 42. | COLECCAO DE EPIGRAFIA & DE ARQUITECTURA AN’ AS (SECULOS A.C. - VIED.C.) vot ‘MPXILLIT.572 Milidrio / Granito / h=107em; Romano (século LV -364-375) \drico de milidrio, conservando parte da inscri- dem Fragmento semi-ci ao em seis linhas, com letras cuja dimensdo varia entre 7 a 10 cm, Domino) N(ostro) / VALENTIN|IANO] / VICTORI AC] ‘TRIVMPHATORI [PERP(er0)] / SEMPER AV[G(usto)] / MILIA Pas(sui) XX[...]- Sao Martinho de Coura / Coura (S. Martinho) / Paredes de Coura Rosario 1973, 29. Almeida 1979, 120; Santos 1979, 21-26; Aratijo 1982, 200-201; Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 200; Alarcdo1988, 1/31; Naveiro Lopez 1991, 188; Rodriguez Colmenero et alli 2000, 291. 1 bpigeatis | 83 MPXILLIT.612 Milidtio / Granito / h=14em; d=33cm Romano (século IV) Fragmento de milidrio, com 1 linha da inscricéo original, em. letras cuja dimensao se situa entre 5,5 a 9,5 em. ~-| FLAVIO |. O gentilico Flavius e a grafia indicam tratar-se de um impera- dor do século IV (de Constancio Cloro a Juliao). Patronato da Sé / Sé/ Braga Rosario 1973, 30. Aratijo 1982, 142; Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 199; Naveiro Lopez 1991, 1825 Colmenero et alli 2000, 93. S41 | COLECCAO DE EPIGRAFIA # DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS 1 4.6. VIL D.C.) neluiram-se neste subconjunto cinco monumentos epigréficos, de tipologia diversa e nao integravel nas trés categorias anteriormente apresentadas. Um corresponde a um marco de propriedade (MPXILLIT.563), 0 qual, para além de testemunhar a posse privada de terrenos, poderd ser indicador de parcelamento rural romano na chamada Veiga do Penso, um da existénc pequeno vale a Sul da cidade de Braga. Duas pegas, referenciadas como estando reaproveitadas numa sepultura de épo- ca romana (MPXILLIT.71 e 74), apresentam inscrigdes “atipicas’, de dificil I ura, sendo que o contexto arqueolégico de proveniéncia, de ambito funerério, permite colocar a hipétese de terem feito parte de um mausoléu ou de um recinto funerério, associdvel & chamada necrépole da Rodovia, Braga. As outras duas pecas sao fragmentos de placas de xisto (ardésia ou lousa): uma proveniente do povoado de Santa Marta das Corticas ou Falperra, Braga (MPXI. LIT.1003), onde se conservam importantes ruinas de uma edificacao palatina de época sueva e visigoda; a outra foi recolhida na Colina da Cividade, em Braga (MPXILLIT.1004), comprovando a permanéncia da ocupagao da cidade romana em época tarda Trata-se de duas pecas raras que, com outras dus provenientes da cidade de Bra- ae recolhidas no Museu D. Diogo de Sousa, formam um conjunto tinico no Noro- este Peninsular, testemunhando a difusto da escrita latina em alfabeto mintisculo cursivo durante os séculos VI e VII, inscrita sobre placas de ardésia, cujo centro de produgio se associa a zona de mais forte implantagao visigoda, no centro da Penin- sula Ibérica, entre Ciudad Rodrigo e Avila, vasta drea onde se recolheram centenas de“pizarras visigodas” (Gomez-Moreno 1966; Velézquez Soriano 1989). lL Epigrafis | 85 Estas placas de ardésia do Museu Pio XII constituem, pois, mais uma preciosa evidéncia do elevado nivel de alfabetizagao da sociedade bracarense dos séculos V- VII, comprovando, na sua elementar rudeza litica, a existéncia de uma sélida base cultural, a mesma que encontrou expressdo nos escritos dos Avitos de Braga, de Pau- lo Orésio, de Sd Martinho de Dume ou de Sao Frutuoso (Fontes 2009). apa com distribuigdo de Outra Epigratia, 46 | COLECCAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS 1 A.C, = VIL D.C.) - VOL. t MPXILLIT71 Imposta (2) f Granito / h=22cm; e=1 Romano (séculos I-IV) “Laje rectangular irregular, apresentando numa das faces uma inscri- ¢a0 em duas linhas, em letras cuja dimensio oscila entre os 12. 15 cm. Encontrada em contexto de reutilizagao, juntamente com a n.° cm; I=42em_ 74, com a qual constituiria uma tampa de sepultura, no interior da qual se recolheu um vaso de ceramica. MXMV / Rodovia, & Av. Marechal Gomes da Costa / Sao Lazaro / Braga Rosario 1973, 27. Inédita LL Bpigrafia | 87 MPXILLIT.74 Indeterminado / Granito / h=18cm; c=98em; I=45cm Romano (séculos I-IV) Bloco de granito rectangular, com inscrigo numa das faces, em letras cuja dimensio oscila entre 13 a 14 cm, Encontrada em contexto de reutilizacdo, juntamente com an. 71, com a qual constituiria uma tampa de sepultura, no interior da qual se recolheu um vaso de ceramica. AVR I Rodovia, & Av. Marechal Gomes da Costa / S80 Lazaro / Braga Rosario 1973, 61. Inédita 88 | COLECGAO DE EPIGHATIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS I A.C, - VII D.C.) - VOL. MPXILLIT.565 Marco de propriedade / Granito / h=L6cm; c=96cm; e=45cm Romano (séculos I-IV) Bloco rectangular, sem decoragio, apresentando fractura recente no topo superior, onde tinha gra- vada uma inscrigGo, numa s6 linha, em letras que oscilavam entre os 6,5 a 11 cm. SEVER Adro da Igreja de Espordes / Espordes / Braga Rosario 1973, 28. Santos, Le Roux e Tranoy 1983, 201. 1. Epigeatia | 69 LLIT.1003 decorada / Xisto /23,5 x 17,4x 0,9. em “Suevo-Visigético (séculos V-VII) ragmento de placa com desenho de figura togada e nimbada Santa Marta das Cortigas (Falperra) / Espordes / Braga Sousa 1968-1970, 57-64; Velazquez Soriano 1989; Barroca 1991, 146; Barroca 2000, 12. 90 | COLECGAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS I A.C. - VII D.C.) - VOL. | pigratia | 91 epigrafada / Xisto / h=4em; I=3,6emy e=0,03em -vo-Visigético (séculos VI-VII) "-Fragmento de placa com inscrigio opistégrafa, tipo defixio, inscrita ‘nas duas faces, em alfabeto cursivo, com letras de 0,3 a 0,8 em de altu- ra, No anverso conservam-se cinco linhas € no reverso quatro linhas, de dificil leitura. (anverso) - --?/ [-- nlomine can / cancer braca/rice persequi | FIHCEO ? in/iroannum | ~~~ ? (reverso) [-- -] sum uindicti/ui uia de police / uique uertice / non ducis/ -----? Colina da Cividade (ou de Maximinos) / Cividade / Braga Velazquez Soriano 1989; Barroca 1991, 146; Barroca 2000, 12; Real 2000, 193; Velazquez Soriano 2000, 158; Velazquez Soriano 2004, 457- 458; Dias e Gaspar 2006, 185-186. 92 | COLECGAO DE EPIGRAFIA E DE ARQUITECTURA ANTIGAS (SECULOS I A.C. = VII D.C.) « VOL. 1. Epigratia | 93

You might also like