Aula2 Apostila1 K4JDLEK223

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AULA 02: CONCURSO DE PESSOAS. SUMARIO 1 CONCURSO DE PESSOAS Conceito, natureza e caracte! Requisitos. Pluralidade de agentes. Autoria mediata . Relevancia causal da colaboragao. Vinculo subjetivo (ou liame subjetivo) Identidade de infracao penal .. Existéncia de fato punivel. Modalidades Coautoria Participagao . Comunicabilidade das circunstancias... Espécies de elementares e de circunstncias.. Cooperacao dolosamente distinta .. Multidao delinquente 2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 3 RESUMO. 4 EXERCICIOS PARA PRATICAR 5 6 EXERCICIOS COMENTADOS.. GABARITO Ola, meus amigos! Na aula de hoje vamos estudar um tema muito importante, que esta relacionado a prépria figura delituosa e sua caracterizacdo, que é 0 concurso de agentes, 1_CONCURSO DE PESSOAS 1.1 Conceito, natureza e caracteristicas O concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboracao de dois, ou mais agentes para a pratica de um delito ou contravencdo penal. O concurso de pessoas é regulado pelos arts. 29 a 31 do CP: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para 0 crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 19 - Se a participacao for de menor importancia, a pena pode ser diminuida de um Sexto a um terco. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 20 - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-d aplicada a pena deste; essa pena serd aumentada até metade, na hipétese de ter sido previsivel 0 resultado mais grave. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Circunsténcias incomunicéveis Art. 30 - No se comunicam as circunstancias e as condicées de carter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Casos de impunibilidade Art, 31 - O ajuste, a determinago ou instigacéo e o auxilio, salvo disposicéo expressa em contrério, no s80 puniveis, se o crime no chega, pelo menos, a ser tentado. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Mas como compreender a natureza juridico-penal de uma conduta criminosa praticada por diversas pessoas? Trés teorias surgiram: + Pluralista (ou pluralistica) - Para esta teoria cada pessoa responderia por um crime préprio, existindo tantos crimes quantos forem os participantes da conduta delituosa, j4 que a cada um corresponde uma conduta propria, um elemento psicolégico proprio e um resultado igualmente particular’. + Dualista (ou dualistica) - Segundo esta teoria, hd um crime para os autores, que realizam a conduta tipica emoldurada no ordenamento positive, e outro crime para os participes, que desenvolvem uma atividade secundaria. + Monista (ou monistica ou unitaria) - A codelinquéncia (concurso de agentes) deve ser entendida, para esta teoria, como CRIME UNICO, devendo todos responderem pelo mesmo crime. E a adotada pelo CP. Isso néo significa que todos que respondem pelo delito tero a mesma pena. A pena de cada um iré corresponder & valoracao de cada uma das condutas (cada um responde “na medida de sua culpabilidade). Em razao desta diferenciacao na pena de cada um dos infratores, diz-se que o CP adotou uma espécie de teoria monista temperada (ou mitigada). 1 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral. Ed. Saraiva, Sao Paulo, 2015, p. 548 O concurso de pessoas pode ser, basicamente, de duas espécies: + EVENTUAL - Neste caso, o tipo penal no exige que o fato seja praticado por mais de uma pessoa. Isso n&o impede, contudo, que eventual ele venha a ser praticado por mais de uma pessoa (Ex.: Furto, roubo, homicidio). + NECESSARIO - Nesta hipotese o tipo penal exige que a conduta seja praticada por mais de uma pessoa. Divide-se em: a) condutas paralelas (crimes de conduta unilateral): Aqui os agentes praticam condutas dirigidas @ obtengéo da mesma finalidade criminosa (associagao criminosa, art. 288 do CPP); b) condutas convergentes (crimes de conduta bilateral ou de encontro): Nesta modalidade os agentes praticam condutas que se encontram e produzem, juntas, 0 resultado pretendido (ex. Bigamia); c) condutas contrapostas: Neste caso os agentes praticam condutas uns contra os outros (ex. Crime de rixa) 1.2 Requisitos Mas quais sao os requisitos para que se possa falar em concurso de pessoas? Cinco sdo os requisitos para que seja caracterizado 0 concurso de pessoas. Vejamos: 1.2.1 Pluralidade de agentes Para que possamos falar em concurso de pessoas, é necessario que tenhamos mais de uma pessoa a colaborar para o ato criminoso. E necessario que sejam agentes culpaveis? A doutrina se divide, mas prevalece o entendimento de que todos os comparsas devem ter discernimento, de maneira que a auséncia de culpabilidade por doenca mental, por exemplo, afastaria 0 concurso de agentes, devendo ser reconhecida a autoria mediata. Assim, se uma pessoa, perfeitamente mental e maior de 18 anos (penalmente imputavel) determina a um doente mental (sem qualquer discernimento) que realize um homicidio, nao ha concurso de pessoas, mas autoria mediata, pois o autor do crime foi o mandante, que se valeu de uma pessoa sem vontade como mero instrumento’ para praticar o crime. Nao ha concurso, pois um dos agentes nao era culpavel. Todavia, é bom ressaltar que, nos crimes plurissubjetivos’, se um dos colaboradores nao é culpavel por qualquer razio, mesmo assim permanece o crime. Nos crimes eventualmente plurissubjetivos (crime de furto, por exemplo, que eventualmente pode ser um crime qualificado pelo concurso de 2 WELZEL, Hans. Derecho Penal, parte general. Ed. Roque Depalma. Buenos Aires, 1956, p. 106 3 aqueles em que necessariamente deve haver mais de um agente, como no crime de associacéo criminosa, por exemplo ~ art. 288 do CP pessoas, Embora seja, em Tegra, Umesubjenvo) tamben nace necessano que. todos os agentes sejam culpaveis, bastando que apenas um 0 seja para que reste configurado o delito em sua forma qualificada. EXEMPLO: José, maior e capaz, perfeitamente imputavel, combina de realizar um roubo juntamente com Paulo, adolescente de 17 anos de idade e, portanto, inimputavel. O roubo se realiza. Neste caso, néo podemos falar em autoria mediata entre José e Paulo, eis que Paulo no foi mero instrumento nas maos de José. Paulo quis participar da empreitada criminosa, e respondera por isso, de acordo com as regras préprias do ECA*. Neste caso, como nao houve autoria mediata, José devera responder pelo crime roubo com a majorante de ter sido o crime praticado em concurso de pessoas’, ainda que Paulo responda de acordo com 0 ECA, e nao de acordo com a Lei Penal. Nessas duas ultimas hipoteses, no entanto, ndo ha propriamente concurso de pessoas, mas 0 que a Doutrina chama de concurso improprio, ou concurso aparente de pessoas. Contudo, essa ressalva so se aplica ao caso de concurso entre culpavel e “no culpavel que possui discernimento”. Assim, se o agente culpavel se vale de alguém sem culpabilidade como mero instrumento, sem que ele possua qualquer discernimento, teremos sempre autoria mediata. LAL Autoria mediata A autoria mediata ocorre quando o agente (autor mediato) se vale de uma pessoa como instrumento (autor imediato) para a pratica do delito. EXEMPLO: José, maior e capaz, entrega uma arma de fogo a uma crianca de 05 anos, dizendo que ela deve colocar a arma na cabeca de Maria e fazer uma brincadeira, pois ao apertar o gatilho, sairé agua da arma. A crianca aperta o gatilho e Maria morre. Neste caso, temos autoria mediata, pois José (autor mediato) se valeu da crianga (executor) como mero instrumento para a pratica do delito. Todavia, no basta que o executor seja um inimputdvel, ele deve ser um verdadeiro INSTRUMENTO do mandante, ou seja, ele ndo deve ter qualquer discernimento no caso concreto. Ex.: José e Pedro (este menor de idade, com 17 anos) combinam de matar Maria. José arma o plano e entrega a arma a Pedro, que a executa. Neste caso 4 Estatuto da Crianga e do Adolescente. 5 art. 157, §20, II do CP. ( ( —— Pedro € inimputavel por ser menor de 18 anos, mas possu discernimento, nao se pode dizer que foi um mero “instrumento” de José. Assim, aqui nao teremos autoria mediata, mas concurso aparente de pessoas. Ex.2: José, maior e capaz, entrega a Mauro (um doente mental sem nenhum discernimento) uma arma e diz para ele atirar em Maria, que vem a obito. Neste caso hé autoria mediata, pois Mauro (0 inimputavel) foi mero instrumento nas mos de José. = Mas esta é a tnica hipétese de autoria mediata? A resposta é negativa. A melhor Doutrina divide a autoria mediata em trés hipoteses, basicamente®: 1 - Autoria mediata por erro do executor - Neste caso, aquele que pratica a conduta foi induzido a erro pelo mandante (erro de tipo ou erro de proibicao). Ex.: Médico que entrega a enfermeira uma injec&éo contendo determinada substéncia téxica, e determina que esta aplique no paciente, alegando que se trata de morfina, para aliviar a dor’. A enfermeira, aqui, no atua dolosamente (do ponto de vista “finalistico”), pois apesar de dar causa a morte do paciente (causalidade fisica, pois foi ela quem injetou a substdncia), ndo dirigiu sua conduta a este resultado. O dominio do fato pertencia ao médico, o real infrator. 2 - Autoria mediata por coacao do executor - Aqui o infrator coage uma terceira pessoa a praticar um delito. Em se tratando de coagdo MORAL irresistivel, teremos um agente n&o culpavel (a coacéo moral irresistivel afasta a culpabilidade). Desta forma, aquele que executa o faz em situacéo de néo culpabilidade. A culpabilidade recai apenas sobre 0 coator, nao sobre 0 coagido. Ex.: Médico que determina a enfermeira que aplique sobre o paciente uma dose cavalar de veneno. O médico, porém, ndo esconde da enfermeira que se trata de veneno, ao contrario deixa isso bem claro. Porém, diz a enfermeira que se ela no fizer o que foi determinado, iré matar sua filha. Vejam que, neste caso, a enfermeira sabe que esta injetando o veneno, de forma que age dolosamente, mas ainda assim sem culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa. 3 - Autoria mediata por inimputabilidade do agente - Nesta hipstese o infrator se vale de uma pessoa inimputdvel para a pratica do delito. A inimputabilidade, aqui, pressupde que o executor (inimputével) néo tenha discernimento necessdrio®. Caso o executor, mesmo inimputavel, possua discernimento, nao havera autoria mediata. Ex.: José, 20 anos, organiza um plano para furtar uma loja de eletrénicos, e combina com Marcelo, de 17, a execucio do plano. Neste caso, nao ha autoria mediata, pois Marcelo, a despeito de sua inimputabilidade legal, tem discernimento para no ser considerado como “objeto”. Por outro lado, no mesmo exemplo, imaginemos que Marcelo tenha 30 © BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit. _, p. 560 70 exemplo ¢ de Hans Welzel. (cf. WELZEL, Hans. Op. Cit.__, p. 106) S WELZEL, Hans. Op. Cit.__, p. 107-108 anos, mas seja absolutamente mncapaz de entencer o que se passa [aoente, mental completo). Neste caso, a inimputabilidade de Marcelo afasta o reconhecimento do concurso de pessoas com José, que respondera como autor mediato do crime. E cabjvel autoria mediata nos crimes préprios e de mao prépria? Em relacdo aos crimes préprios se admite a autoria mediata, desde que o autor MEDIATO retina as condicées especiais exigidas pelo tipo penal. EXEMPLO: Paulo, servidor publico, coage moralmente Maria (coac&o irresistivel), obrigando-a a subtrair 10 notebooks da reparticgo em que ele, Paulo, exerce suas fungdes. Paulo, para a execucao do delito, se valeu de sua funco para facilitar a subtracdo. Neste caso, Paulo poderé responder por peculato-furto na qualidade de autor mediato. Mas, e se Maria é quem fosse a servidora e Paulo fosse um particular? Poderia haver autoria mediata? Nao, neste caso nao poderiamos falar em autoria mediata. Contudo, se ndo ha autoria mediata e nao ha concurso de pessoas (pois nao ha concurso de pessoas entre coator e coagido), Paulo ficara impune? Nao, a Doutrina desenvolveu, para tais casos, a figura da AUTORIA POR DETERMINACAO. Consiste, basicamente, em punir aquele que, embora no sendo autor nem participe, exerce sobre a conduta dominio EQUIPARADO & figura da autoria.° Nao se pode considerar 0 agente como autor por nao reunir os elementos necessérios para tanto. Também no se pode considera-lo como participe, eis que a participacdo pressupde o crime praticado por outro autor (e nao ha). Ele seré punido, portanto, por ser o autor da determinacdo para a conduta (ter sido 0 responsdvel por sua ocorréncia). Em relacéo aos crimes de mo prépria, contudo, nao se admite a figura da autoria mediata, eis que o crime nao pode ser realizado por interposta pessoa (Ex.: A testemunha, no crime de falso testemunho, n&o pode coagir alguém a depor em seu lugar, prestando testemunho falso). Neste caso, porém, exemplificativamente, se a testemunha for coagida por terceira pessoa, esta terceira pessoa poderd ser considerada AUTOR por determinagao, conforme explicado anteriormente. ° PIERANGELI, José Henrique. ZAFFARONI, Eugenio Raul. Manual de Direito Penal Brasileiro. Ed. RT. So 1ulo, 2008, p. 580/581 1.2.2 Relevancia causal ca colaporaceo, A participagao do agente deve ser relevante para a produc&o do resultado, de forma que a colaboragio que em nada contribui para o resultado é um indiferente penal. Além disso, a colaboragio deve ser prévia ou concomitante a execugao, ou seja, anterior a consumacéo do delito. Se a colaboragao for posterior 8 consumaco do delito, como o fato jé ocorreu, ndo ha concurso de pessoas, podendo haver, no entanto, outro crime (favorecimento real, receptac&o, etc.). Porém, se a colaboraco for posterior 4 consumacdo, mas combinada previamente, ha concurso de pessoas. Ex: Imagine que Poliana decide matar seus pais, e combina com seu namorado para que ele esteja as 20h em ponto na porta de sua casa para lhe ajudar na fuga. Assim, a conduta do namorado (auxiliar na fuga) é posterior a consumac&o, mas fora combinada anteriormente, havendo, portanto, concurso de pessoas. Diversa seria a hipstese, no entanto, se 0 namorado tivesse ido a casa da namorada sem saber que deveria Ihe ajudar na fuga. La chegando, a namorada conta o ocorrido e ele, a partir dai, concorda em auxilid-la na fuga. Nessa hipétese, 0 namorado comete o crime de favorecimento pessoal (nos termos do art. 348 do CP). Cuidado com isso! 1.2.3 Vinculo subjetivo (ou liame subjetivo’ Também é conhecido como @eneurseldelvontades. Assim, para que haja concurso de pessoas, é necessério que a colaboracdo dos agentes tenha sido ajustada entre eles, ou pelo menos tenha havido adesdo de um a conduta do outro. Deste modo, a colaborag&o meramente causal, sem que tenha havido combinac&o entre os agentes, nao caracteriza o concurso de pessoas. Trata-se do principio da convergéncia. Caso haja colaborac&o dos agentes para a conduta criminosa, mas sem vinculo subjetivo entre eles, estaremos diante da autoria colateral, e nao da coautoria. 1.2.4 Identidade de infrac&o penal Também conhecide como unidade de infragao penal para todos os agentes, esté fundamentado no art. 29 do CP: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redac&o dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984). Dai podemos perceber que, se 20 pessoas colaboram para a pratica de um delito (homicidio, por exemplo), todas elas respondem pelo homicidio, independentemente da conduta que tenham praticado (um apenas conseguiu a arma, 0 outro digi © velco Ga Tiga, Outro atrald a vitinia, © S condutas dos agentes, portanto, devem constituir algo juridicamente unitario"®, 1.2.5 Existéncia de fato punivel Trata-se do prin da exterioridade. Assim, é necessario que o fato praticado pelos agentes seja punivel, o que de um modo geral exige pelo menos que este fato represente uma tentativa de crime, ou crime tentado. Para a caracterizag&o do crime tentado, é necessério que seja dado inicio & execugao do crime. Se o fato ficar meramente no plano abstrato, no plano da cogitacao, nao ha fato punivel, nos termos do art. 14, II do CP. © art. 31 do CP determina, ainda, de modo especifico para a hipétese de concurso de pessoas, que a colaboracdo sé é punivel se o crime for, ao menos, tentado: Art. 31 - O ajuste, a determinacéo ou instigacao e 0 auxilio, salvo disposicao expressa em contrério, no sd0 puniveis, se o crime nao chega, pelo menos, a ser tentado. (RedacSo dada pela Lei n° 7,209, de 11,7.1984), Importante ressaltar que, em alguns casos, os atos preparatérios ja configuram fato punivel, seja porque a lei assim expressamente determina, seja porque eles constituem tipo penal auténomo. EXEMPLO: José e Paulo combinam de fabricar moeda falsa (crime do art. 289 do CP) e, para tanto, adquirem o maquinario necessério, mas néo iniciam a produco das notas falsas. Neste caso, a principio, a conduta de José e Paulo seria impunivel, eis que nao foi iniciada a execugéio do crime de moeda falsa. Todavia, 0 CP ja criminaliza essa conduta como tipo penal auténomo. Trata-se do crime de “petrechos de falsificagSo”, art. 291 do CP.'# 1.3 Modalidades 1.3.1 Coautoria Para entendermos o fenémeno da coautoria, devemos, primeiramente, estudar o que seria a autoria do delito. Varias teorias, ao longo do tempo, procuraram defil AUTOR. © conceito extensive de autor nao diferencia autor e participe, considerando que todos aqueles que concorrem para o crime so autores do o conceito de 2 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit,_ © petrechos para falsificagao de moeda Aart. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a titulo oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado & falsificagio de moeda: Pena - reclusio, muita 553 Elita. ESETONCTO SC Baceado numa Premececaceen Macatee TUS TOCO aquele que dé causa ao delito (por qualquer forma), deve ser considerado autor do crime. Contudo, como pelo conceito extensivo de autor nao era possivel definir quem era autor e quem era participe, surgiu a teoria subjetiva da participacao, que considerava como autor aquele que pratica o fato como préprio, que quer o crime “como préprio”, como seu, e participe aquele que quer 0 fato como alheio, pratica uma conduta acesséria ao “crime de outra pessoa”.'* Isso era fundamental para a fixacdo da pena de cada um, ja que aos autores deveriam ser aplicadas penas, em tese, mais severas. Como o conceito extensivo apresentou mais problemas que solugdes, surgiu o conceito restritivo de autor’. Para esta teoria restritiva'’, autor e participe nao se confundem. Autor sera aquele que praticar a conduta descrita no nticleo do tipo penal (subtrair, matar, roubar, etc.). Todos os demais, que de alguma forma prestarem colaborac&o (material ou moral), seréo considerados participes. Esta foi a teoria adotada pelo CP. Agora que ja sabemos que o CP diferencia autor e participe, precisamos saber qual é © critério para se diferenciar um do outro. Trés teorias surgiram. A primeira teoria, a teoria objetivo-formal, estabelece que autor é quem realiza a conduta prevista no nticleo do tipo, sendo participes todos os outros que colaboraram para isso, mas nao realizaram a conduta descrita no nticleo do tipo. Para esta teoria, por exemplo, no crime de homicidio, somente seria autor aquele que efetivamente praticasse a conduta de “matar” alguém. Todos os outros colaboradores seriam participes. O grande problema desta teoria 6 considerar 0 autor intelectual (mandante) como participe, e néo como autor. Mais que isso: Essa teoria no explica o fenémeno da autoria mediata (quando alguém se vale de um inimputavel para cometer um crime). A segunda teoria, a teoria objetivo-material, entende que autor é quem colabora com participagao de maior importancia para o crime, e participe é quem colabora com participag3o reduzida, independentemente de quem pratica o nticleo do tipo (verbo que descreve a conduta criminosa - matar, subtrair, etc.). Aterceira e ultima teoria, a teoria do dominio do fato, criada pelo pai do finalismo, Hans Welzel*®, e posteriormente desenvolvida por Claus Roxin, defende que autor é todo aquele que possui o dominio da conduta criminosa, seja ele o executor (quem pratica a conduta prevista no nucleo do tipo) ou nao’. Para esta teoria, o autor seria aquele que decide o tramite do crime, sua pratica ou nao, etc. Essa teoria explica, satisfatoriamente, 0 caso do mandante, por } BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit__, p. S55 } PIERANGELI, José Henrique. ZAFFARONI, Eugenio Raiil. Manual de Direito Penal Brasileiro. Ed. RT. S50 Paulo, 2008, p. 572. ™ Também chamada por alguns de teoria dualista ou objetiva. 15 WELZEL, Hans. Op. Cit__, p. 105 °© MUfIOZ CONDE, Francisco. Teoria general del delito, Ed, Temis Editorial. Bogoté, 1999, p. 155-156 exemplo, Que mesmo sem praticaro nucleo co po Tmataralguenn), possur o dominio do fato, pois tem o poder de decidir sobre o rumo da pratica delituosa. Para esta teoria, o participe existe, e é aquele que contribui para a pratica do delito"’, embora nao tenha poder de direcéo sobre a conduta delituosa. O participe s6 controla a prépria vontade, mas a no a conduta criminosa em si, pois esta néo Ihe pertence. A teoria do dominio do fato tem por finalidade estabelecer uma diferenciagaéo entre autor e participe a partir da nog3o de “controle da situagao”. Aquele que, mesmo no executando a conduta descrita no nticleo do tipo, possui todo © controle da situag&o, inclusive com a possibilidade de intervir a qualquer momento para fazer cessar a conduta, deve ser considerado autor, e nao participe. O controle (ou dominio) da situag&o pode se dar mediante”®: 1 - Dominio da agao - O agente realiza diretamente a conduta prevista no tipo penal 2 - Dominio da vontade - O agente nao realiza a conduta diretamente, mas é 0 "senhor do crime", controlando a vontade do executor, que é um mero instrumento do delito (hipétese de autoria mediata). 3 - Dominio funcional do fato - 0 agente desempenha uma fungéo essencial e indispensdvel ao sucesso da empreitada criminosa, que é dividida entre os comparsas, cabendo a cada um uma parcela significativa, essencial e imprescindivel. Em todos estes casos, o agente sera considerado autor do delito. A teoria do dominio do fato, porém, nao se aplica aos crimes culposos, pois neste nao ha dominio final do fato, pois o fato final (resultado) no é buscado pelos agentes, que pretendiam outro resultado’®. A teoria adotada pelo CP é a teoria objetivo-formal, considerando autor aquele que realiza a conduta descrita no nucleo do tipo, j4 que denota sua “vontade de autor” (animus auctoris), em contraposicao a “vontade de colaborac&o” do participe (animus soci). Entretanto, considera-se adotada a teoria do dominio do fato para os crimes em que ha autor autoria intelectual, etc., de forma a complementar a teoria adotada. mediata, Y WELZEL, Hans. Op. Cit,__, p.117-119 18 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.__, p. 557-558 " Idem, p. 558 ( — ~~ Est'S, portente, 2 posicao doutrmanaa respec ca pesca cocr sobre a diferenca entre autor e participe. Desta maneira, apés entendermos quem seria considerado autor do delito para o CP, podemos definir a coautoria como a espécie de concurso de pessoas na qual duas ou mais pessoas praticam a conduta descrita no nticleo do tipo penal. Assim, no crime de roubo, se duas ou mais pessoas entram num banco, portando armas, e anunciam um assalto, todas elas praticaram a conduta descrita no nucleo do tipo do art. 157, § 2°, I e II do CP (subtrair para si ou para outrem, mediante violéncia ou grave ameaga...). Logo, todas sdo coautoras do delito. No mesmo exemplo, porém, 0 dono do carro, que emprestou o veiculo para a fuga, mero participe. Nao confundam coautoria com autoria colateral. Na coautoria, deve haver vinculo subjetivo ligando as condutas de ambos os autores. . Imaginem que A e B, desafetos de C, sem que um saiba da existéncia do outro, escondem-se atrés de drvores esperando a passagem de C, a fim de matd-lo. Quando C passa, ambos atiram, e C vem a dbito. Nesse caso, ndo houve coautoria, mas autoria colateral. Entretanto, af vai mais uma informac&o: Imaginem que o laudo identifique que apenas uma bala atingiu C, direto na cabeca, levando-o a ébito. Nesse caso, 0 laudo néo conseguiu apontar de qual arma saiu a bala que matou C. Nesse caso, como nao se pode definir quem efetuou o disparo fatal, ambos respondem pelo crime de homicidio TENTADO, pois nao se pode atribuir a nenhum deles o homicidio consumado, j4 que 0 laudo é inconclusivo quanto a isto. Este é o fenémeno da autoria incerta. No entanto, se ambos estivessem agindo em conluio, com vinculo subjetivo, ou seja, se houvesse concurso de pessoas, ambos responderiam por crime de homicidio CONSUMADO, pois nesse caso seria irrelevante saber de qual arma partiu a bala que levou C a ébito. A coautoria pode ser funcional (ou parcial), que € aquela na qual a conduta dos agentes sao diversas e se somam, de forma a produzir o resultado. Assim, se Ricardo segura a vitima para que Poliana a espanque, ambos séo coautores do crime de lesdo corporal, mediante coautoria funcional. Porém, a coautoria pode ser, ainda, material (direta), que é a hipstese em que ambos os coautores realizam a mesma conduta. Assim, no exemplo acima, se Ricardo e Poliana espancassem a vitima, ambos seriam coautores mediante coautoria material. Ro quedr sbelee uu mosis par voces algumas hipéteses polémicas desde que ambos os agentes possuam a qualidade exigida pela lei, ou que, aqueles que nao a possuem, ao menos tenham ciéncia de que o outro agente age nessa qualidade. Nao se admite a coautoria nos crimes de mao-prépria, pois sao considerados de conduta infungivel, sé podendo ser praticados pelo sujeito especificamente descrito pela lei. A Doutrina se divide quanto a possibilidade de coautoria em crimes omissivos, da seguinte forma: 1 - Parte entende que NAO HA POSSIBILIDADE DE COAUTORIA OU PARTICIPACAO (Concurso de agentes), pois TODAS AS PESSOAS PRATICAM O NUCLEO DO TIPO, DE MANEIRA AUTONOMA; 2 - Outra parte da Doutrina entende poderia haver concurso de pessoas, na modalidade de coautoria, mas € minoritario; 3 - A Doutrina ligeiramente majoritaria entende que é possivel PARTICIPACAO, mas NAO COAUTORIA. Na autoria mediata no ha concurso de pessoas entre autor mediato autor imediato, respondendo apenas o autor mediato, que se valeu de alguém sem culpabilidade para a execucao do delito. Entretanto, € possivel coautoria e também participagéo na autoria mediata, desde que haja colaboracéo entre os agentes mediatos. NUNCA HAVERA CONCURSO DE PESSOAS ENTRE AUTOR MEDIATO E AUTOR IMEDIATO. CUIDADO! Na coacio fisica irresistivel, ndo hé autoria mediata, mas autoria direta, pois o agente que realiza a aco n&o possui conduta, j4 que n&o ha vontade. Nesse caso, aquele que pratica a coacao fisica irresistivel é autor direto, no mediato; Admite-se a autoria mediata nos crimes préprios, mas ndo nos crimes de méo prépria (hd alguns doutrinadores que entendem ser possivel). 1.3.2 Participacéo autor, di Conforme estudamos, no Brasil adotou-se o conceito restritivo de inguindo-se autor e participe. Adotou-se, ainda, a teoria objetivo-formal, de forma que podemos definir a participagéo como a modalidade de concurs de pessoas na quero agente colabora para a pratica delituosa, mas nao pratica a conduta descrita no nucleo do tipo penal. A participagao pode ser: + Moral - E aquela na qual o agente n&o ajuda materialmente na pratica do crime, mas instiga ou induz alguém a praticar o crime. A instigac&o ocorre quando o participe age no psicolégico do autor do crime, reforgando a ideia criminosa, que ja existe na mente deste. O induzimento, por sua vez, ocorre quando o participe faz surgir a vontade criminosa na mente do autor, que no tinha pensado no delito; + Material - A participacéio material é aquela na qual o participe presta auxilio ao autor, seja fornecendo objeto para a pratica do crime, seja fornecendo auxilio para a fuga, etc. E também chamada de cumplicidade, Este auxilio nao pode ser prestado apés a consumag&o, salvo se o auxilio foi previamente ajustado. > Ja que o participe nao pratica a conduta descrita no nucleo do tipo penal, como puni-lo? A punibilidade do participe nao pode ser realizada diretamente pela descrig&o do fato tipico. De fato, aquele que empresta uma arma para que alguém mate outra pessoa, ndo poderia responder por homicidio, pois o art. 121 do CP diz: “matar alguém”. Aquele que empresta a arma ndo esta “matando”, por isso se diz que n4o ha, aqui, adequacao tipica imediata. Contudo, a punibilidade do participe é possivel porque ha normas de extensdo da adequagao tipica (no caso, o art. 29 do CP), que permitem a extenso do raio de aplicagao do tipo penal para aqueles que, de alguma forma, tenham contribuido para o delito. Trata-se da chamada adequacao tipica mediata. Como a conduta do participe é considerada acesséria em relacao & conduta do autor (que é principal), o participe € punido em razéo da teoria da acessoriedade”. Porém, existem quatro teorias da acessoriedade: + Teoria da acessoriedade minima - Entende que a conduta principal deva ser um fato tipico, no importando se é ou ndo um fato ilicito, EXEMPLO: Imagine que Marcio e Jodo combinam de matar Paulo. Na data combinada para a execugao, Marcio guia 0 carro até o local e fica esperando do lado de fora. Jodo se dirige até Paulo e, apés uma discuss&o, Paulo comeca a agredir Jodo, que na verdade mata Paulo em legitima defesa. Joo matou Paulo em legitima defesa e no em raz&o do ajuste com Marcio (nao tendo praticado fato ilicito, mas apenas tipico), mas por esta teoria, mesmo assim Marcio % a teoria da acessoriedade deriva de uma das teorias dos FUNDAMENTOS da punibllidade do participe, que & a TEORIA DO FAVORECIMENTO (ou da CAUSAGAO), que diz que o participe deve ser punido por ter coloborado para que o delito fosse realizado. Em contraposicao a esta, havia a teoria da participagao na culpabilidade, que defendia que o participe deveria ser punido apenas por exercer “influéncia negativa” sobre © autor. Esta ultima foi abandonada pela Doutrina ha algumas décadas. “™Tespondena como participe co crime. Veja que Joao, ce fate, mato Paulo. Contudo, 0 fato nao é ilicito, pois Jodo agiu em legitima defesa. Porém, para esta teoria, ainda que a conduta de Jodo seja considerada apenas tipica, mas nao ilicita, Marcio deveria ser punido. O pior de tudo é que, neste caso, Marcio, que nao praticou a conduta seria punido, mas Jodo seria absolvido pela legitima defesa. * Teoria da acessoriedade limitada - Exige que o fato praticado (conduta principal) seja pelo menos uma conduta tipica e ilicita. Assim, no exemplo dado acima, a conduta do participe Marcio nao é punivel, pois a conduta principal, apesar de tipica, nao é ilicita. Veja que, para esta corrente Doutrinaria, se 0 fato praticado pelo autor NAO FOR ILICITO (Ainda que seja um fato tipico), em raz&o de legitima defesa, etc., o participe nao deve ser punido. +» Teoria da acessoriedade maxima - Para esta teoria, 0 participe s6 sera punido se o fato for tipico, ilicito e praticado por agente culpavel. Essa teoria faz exigéncia irrazodvel, pois a culpabilidade 6 uma questo pessoal do agente, nao guardando relag&o com o fato. Assim, imagine que Carlos, maior de idade, seja participe de um roubo praticado por Lucas, menor de idade. Para esta corrente, Carlos no poderia responder pelo roubo praticado (na qualidade de participe), pois Lucas (0 autor principal) é inimputavel (nado tem culpabilidade), sendo o fato apenas tipico e ilicito, sem o complemento da culpabilidade. + Teoria da hiperacessoriedade - Exige que, além de o fato ser tipico e ilicito e o agente culpavel, o autor tenha sido efetivamente punido para que o participe responda pelo crime. E ainda mais irrazodvel que a tltima. Imagine que José seja participe de um roubo praticado por Marcelo. No decorrer do processo, Marcelo ver a falecer (0 que gera a extingo da punibilidade de Marcelo, nos termos do CP). Para esta corrente, como houve extingdo da punibilidade em relacéo a Marcelo (o autor do delito), o participe (José) nado podera mais ser punido. — mas com certeza adotou a teoria da acessoriedade minima nem a teoria da hiperacessoriedade (as extremas). A Doutrina entende que a teoria que mais se amolda ao nosso sistema é a teoria da acessoriedade limitada”', exigindo que o fato seja somente tipico e ilicito para que o participe responda pelo crime. Questées interessantes acerca da participaca 2. BITENCOURT, Cezar Rob A lei admite a reduc&o da pena de 1/6 a 1/3 se a participacdo é de menor importancia (art. 29, § 1° do CP). Isto ndo se aplica as hipéteses de coautoria, mas apenas a participacdo; A Doutrina admite a participagdo nos crimes comissivos por omiss&o, quando 0 participe devia e podia evitar o resultado (art. 13, § 2° do CP). A participacdo inécua no se pune. Assim, se A empresta uma faca a B, de forma a auxilié-lo a matar C, e B mata C usando seu revélver, a participagéo de A foi absolutamente inécua, pois em nada auxiliou no resultado. Da mesma forma, se A instiga B a matar C, e B realiza a conduta porque jé estava determinado a isso, a instigagdo promovida por A nao teve qualquer eficdcia, pois B ja mataria C de qualquer forma. Participacéo em cadeia é possivel: Assim, se A empresta uma arma a B, para que este a empreste a C, a fim de que este ultimo mate D, tanto A’ quanto B sdo participes do crime, por prestarem auxilio material em cadeia. A participac&o em agao alheia ocorre quando 0 participe, sem qualquer liame subjetivo com 0 autor, contribui de maneira culposa para a pratica do delito. Assim, 0 funciondrio pUblico que nao tranca a porta da reparticio ao final do expediente, e esta vem a ser furtada por um particular na madrugada, responde por peculato culposo (art. 312, § 2° do CP), enquanto o particular responde por furto. Ndo ha concurso de pessoas pois falta o liame subjetivo entre ambos (coeréncia de vontades). 1.4 Comunicabilidade das circunstancias O art. 30 do CP estabelece que: Art. 30 - N3o se comunicam as circunsténcias e as condicées de cardter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Antes de estudarmos a comunicabilidade ou nao das circunstancias, devemos diferenciar a mera circunstancia da circunsténcia elementar do crime. Assim, a circunstancia “alguém” no crime de homicidio, é uma elementar, pois se o fato for praticado contra um animal, por exemplo, nao haveré homicidio. Por sua vez, a mera circunstancia nao é indispensével a caracterizagdo do crime, pois apenas agregam um fato que, se presente, aumenta ou diminui a pena. Assim, 0 “motivo torpe” é uma circunsténcia no-elementar, ou mera circunstana, pole Caco O Tate Sela praticade sem ecsa cicunetancia, conunca a existir homicidio, no entanto, sem a qualificadora. 1.4.1 Espécies de elementares e de circunst&ncias Podem ser subjetivas (de carater pessoal), quando relativas a pessoa do agente. E 0 caso da condig&o de funciondrio publico, que é pessoal, pois se refere ao agente. Podem ser, ainda, objetivas (ou de cardter real), quando se referem ao fato criminoso em si, seu modus operandi, etc. Assim, 0 emprego de violéncia, no crime de roubo (art. 157 do CP) é uma elementar objetiva. As condicées pessoais nao se confundem com as circunstancias ou elementares de carater pessoal. As primeiras séo fatores pessoais do agente, que independem da pratica da infracéo penal. Assim, o fato de o agente ser menor de 21 anos é uma condic&o pessoal, e ndo uma circunstancia de cardter pessoal, tampouco uma elementar. Com base nesses trés institutos (elementares, circunstancias e condigdes pessoais), v As circunstancias e condicgées de carater pessoal nao se comunicam - Se A contrata B, para que este mate C, em razao deste Ultimo ter estuprado sua filha, A comete o crime de homicidio privilegiado, em razéo do relevante valor moral (art. 121, § 1° do CP). Entretanto, B nao comete o crime de homicidio privilegiado, pois a circunstancia “relevante valor moral” é pessoal, ndo se estendendo ao coautor; v As circunstancias de carater real, ou objetivas, se comunicam - Porém, € necessario que a circunstancia tenha entrado na esfera de conhecimento dos demais agentes. Imagine que A contrata B para matar C. B informa a A que usaré de emboscada (portanto, homicidio qualificado, nos termos do art. 121, § 2° do CP), e A concorda com isto. Nesse caso, a circunstancia objetiva “emboscada” (relativa ao meio utilizado), se comunica, pois embora Anno tenha usado de emboscada, concordou com esta pratica por B. Diversamente, se B praticasse o crime mediante emboscada sem nada comunicar ao mandante, A, esta circunstancia nao se comunicaria, por nao ter entrado na esfera de conhecimento de A; v As elementares sempre se comunicam, sejam objetivas ou subjetivas - No entanto, mais uma vez se exige que estas elementares tenham entrado no 4mbito de conhecimento dos demais agentes. Imaginem que Julio, servidor publico, convida Marcelo a entrar na repartic&o onde trabalham, valendo-se da condic&io de Julio, para subtrair alguns computadores. Caso Marcelo conheca a condigo de funciondrio publico de Julio, ambos respondem pelo crime de peculato-furto (art. 312, § 1° do CP). Caso Marcelo desconheca essa circunstancia elementar, responde ele apenas pelo crime de furto, “Dos a ausencia dessa circunstancia faz desaparecero crime Ce peculato-furto, mas a conduta ainda é punivel como furto comum. 1.5 Cooperacdo dolosamente distinta A cooperacao dolosamente distinta, também chamada de “participaggo em crime menos grave" ou “desvio subjetivo de conduta”, ocorre quando ambos os agentes decidem praticar determinado crime, mas durante a execucéo, um deles decide praticar outro crime, mais grave. Nesse caso, aplica-se o art. 29, § 2° do CP: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) (..) § 20 ~ Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-Ihe- 4 aplicada a pena deste; essa pena seré aumentada até metade, na hipdtese de ter sido previsivel 0 resultado mais grave. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) EXEMPLO: Imaginem que Camila e Herval combinam de realizar um furto a uma casa que imaginam estar vazia. Camila espera no carro enquanto Herval adentra a residéncia. Entretanto, ao chegar a residéncia, Herval se depara com dois segurancas, e troca tiros com ambos, levando-os a dbito (sinistro esse cara). Apés, entra na casa e subtrai diversos bens. Volta ao carro e ambos fogem. Camila nao quis participar de um latrocinio (que foi o que efetivamente ocorreu), mas apenas de um furto. Assim, segundo a primeira parte do § 2° do art. 29 do CP, responderé somente pelo furto. Entretanto, se ficar comprovado que Camila podia prever que o latrocinio era provavel (se soubesse, por exemplo, que Herval estava armado e que havia a possibilidade de ter segurangas na casa), a pena do crime de furto (nao a do latrocinio!!) seré aumentada até a metade. Alei diz “até a metade”, logo, 0 aumento pode nao chegar a esse patamar. O aumento de pena ira variar conforme o grau de pre’ jade do crime mais grave para o qual Camila nao se predispés, mas era previsivel. CUIDADO MASTER! Existe uma questo muito controvertida no que se refere so concise de esas @ possibilidade (ou ndo) de concurso de pessoas S80 muitas, MUITAS ideias diferentes. Cada autor inventa alguma coisa para vender seu livro, certo? Bom, resumidamente, podemos definir a Doutrina majoritdria da seguinte forma: Possivel, pols © possivel que duas pessoas, de comum acordo, resolvam praticar uma conduta imprudente, por exemplo. Ex.: Dois rapazes resolvem atirar um movel do 10° andar de um prédio, sem intenc&o de atingir ninguém, mas acabam lesionando uma pessoa PARTICIPACAO EM CRIME CULPOSO - Depende. Podemos estar falando de participagéio DOLOSA ou participac3o CULPOSA. DOLOSA - N&o cabe participacéo dolosa em crime culposo, pois a Doutrina entende que n3o ha “unidade de vontades” entre os agentes (um quer © resultado a titulo de dolo, e o outro, executor, é apenas um descuidado). Assim, nao ha “vinculo subjetivo” entre eles no que tange ao resultado. Logo, cada um responde por sua conduta. CULPOSA - E possivel, pois é possivel que alguém, por culpa, induza, instigue ‘ou preste auxilio ao executor de uma conduta também culposa, e haveria “unidade de vontades”. CUIDADO: O STJ entende que NAO cabe nenhum tipo de parti em crime culposo, Parte da Doutrina também segue este entendimento. 1.6 Multidao delinquente Também chamada de “multidéo criminosa””, séo considerados pela doutrina como aqueles atos em que inumeras (incontéveis, uma multidao) pessoas praticam o mesmo delito, agindo em concurso de pessoas, muitas vezes sem um acordo prévio, mas cada uma aderindo tacitamente a conduta da outra. Ex.: Linchamentos, brigas de torcidas organizadas, saques a lojas ou a carretas tombadas, etc. A Doutrina sustenta que, mesmo nestes casos, tém-se CONCURSO DE PESSOAS, pois ha vinculo subjetivo entre estas pessoas, ainda que tacito (nao explicit). © agente que praticar o delito nestas condigSes, porém, devera ter sua pena atenuada, nos termos do art. 65, e do CP, ja que se trata de situagdo em que ha maior vulnerabilidade psicolégica para que uma pessoa venha a aderir a uma conduta criminosa. Por outro lado, os que promoverem, organizarem ou liderarem a conduta criminosa terdo suas penas agravadas (art. 62, I do CP). 2_DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES CODIGO PENAL % Arts. 29 a 31 do CP - Regulamentam o concurso de agentes no Cédigo Penal: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) 20 termo “multidao criminosa” ¢ utilizado, dentre outros, por René Ariel Dotti (cf. DOTTI, René Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Gere ista dos Tribunais. 4° ed. Séo Paulo. 2012, p. 459) um sexto a um terco. (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 20 - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-Ihe-8 aplicada a pena deste; essa pena serd aumentada até metade, na hipétese de ter sido previsivel 0 resultado mais grave. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Circunstdncias incomunicaveis Art. 30 - No se comunicam as circunsténcias e as condicées de cardter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Casos de impunibil Art. 31 - O ajuste, a determinacéo ou instigagéo e 0 auxilio, salvo disposicao expressa em contrério, nao sao puniveis, se 0 crime nao chega, pelo menos, a ser tentado, (Redacao dada pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) CONCURSO DE PESSOAS Conceito - Colaboragao de dois ou mais agentes para a pratica de uma infragao penal. Teoria adotada pelo CP - Teoria monista temperada (ou mitigada): todos aqueles que participam da conduta delituosa respondem pelo mesmo crime, mas cada um na medida de sua culpabilidade. Ha excegées a teoria monista (Ex.: aborto praticado por terceiro, com consentimento da gestante. A gestante responde pelo crime do art. 126 e 0 terceiro pelo crime do art. 124). Espécies: = EVENTUAL - 0 tipo penal nao exige que o fato seja praticado por mais de uma pessoa. = NECESSARIO - 0 tipo penal exige que a conduta seja praticada por mais de uma pessoa. Divide-se em: a) condutas paralelas (crimes de conduta unilateral): Aqui os agentes praticam condutas dirigidas a obtencéo da mesma finalidade criminosa (associacSo criminosa, art. 288 do CPP); b) condutas convergentes (crimes de conduta bilateral ou de encontro): Nesta modalidade os agentes praticam condutas que se encontram e produzem, juntas, o resultado pretendido (ex. Bigamia); c) condutas contrapostas: Neste caso os agentes praticam condutas uns contra os outros (ex. Crime de rixa) os = Pluralidade de agentes - £ necessario que tenhamos mais de uma pessoa a colaborar para o ato criminoso. * Relevancia causal da colaboragSo — A participac&o do agente deve ser relevante para a produgo do resultado, de forma que a colaboragéio que em nada contribui para o resultado é um indiferente penal. * Vinculo subjetivo (ou liame subjetivo) - E necessdrio que a colaboragao dos agentes tenha sido ajustada entre eles, ou pelo menos lade Manavide adesao cde ua conduta co outro. Tratase co pimepio da convergéncia. * Unidade de crime (ou contravencio) para todos os agentes (identidade de infragao penal) - As condutas dos agentes, portanto, devem constituir algo juridicamente unitario. + Existéncia de fato punivel - Trata-se do principio da exterioridade. Assim, é necessério que 0 fato praticado pelos agentes seja punivel, o que de um modo geral exige pelo menos que este fato represente uma tentativa de crime, ou crime tentado. Modalidades Coautoria - Adoc&o do conceito restritivo de autor (teoria restritiva), por meio da teoria objetivo-formal: autor é aquele que pratica a conduta descrita no nticleo do tipo penal. Todos os demais s&o participes. (OBS Autoria mediata: situacéo na qual alguém (autor mediato) se vale de outra pessoa como instrumento (autor imediato) para a pratica de um delito. Pode ocorrer quando: * O autor imediato age sem dolo (erro provocado por terceiro) * O autor imediato age sem culpabilidade (Ex.: coacdo moral irresistivel) Tépicos importantes: * Pode haver autoria mediata nos crimes préprios - Desde que o autor MEDIATO retina as condigées especiais exigidas pelo tipo penal. + N&o ha possibilidade de autoria mediata nos crimes de mio prépria — Impossibilidade de se executar o delito por interposta pessoa + AUTORIA POR DETERMINACAO - Pune-se aquele que, embora nao sendo autor nem participe, exerce sobre a conduta dominio EQUIPARADO a figura da autoria. Teoria do dominio do fato - Deve ser aplicada para as hipdteses de autoria mediata. Para esta teoria, o autor seria aquele que tem poder de decisio sobre a empreitada criminosa. Pode se dar por: = Dominio da aco - O agente realiza diretamente a conduta prevista no tipo penal = Dominio da vontade - 0 agente no realiza a conduta diretamente, mas é 0 "senhor do crime", controlando a vontade do executor, que é um mero instrumento do delito (hipétese de autoria mediata). * Dominio funcional do fato - O agente desempenha uma fungao essencial e indispensavel ao sucesso da empreitada criminosa, que & dividida entre os comparsas, cabendo a cada um uma parcela significativa, essencial e imprescindivel. Tépicos importantes ee “—s Nadeadmtecoattora nos ciimes de mao propia + Doutrina ligeiramente majoritdria entende ser cabivel coautoria em crimes culposos = N&o existe coautoria entre autor mediato e autor imediato + Ha possibilidade de coautoria entre dois autores mediatos PARTICIPAGAO Espécies + Moral - 0 agente nao ajuda materialmente na pratica do crime, mas instiga ou induz alguém a praticar o crime. + Material - A participacéo material é aquela na qual o participe presta auxilio ao autor, seja fornecendo objeto para a pratica do crime, seja fornecendo auxilio para a fuga, etc. Punibilidade do participe - Adocdo da teoria da acessoriedade: Como a conduta do participe é considerada acesséria em relagao a conduta do autor (que é principal), o participe deve responder pela conduta principal (na medida de sua culpabilidade). ‘OBSE A Doutrina majoritaria defende que foi adotada a teoria da acessoriedade imitada, exigindo-se que o fato seja tipico e ilicito para que o participe responda pelo crime. Participacdo de menor importancia - reduciio da pena de 1/6 a 1/3 Participacao inécua - Nao é punivel Participagao em crime culposo - Controvertido, STJ entende que nao cabe participacéo em crime culposo. Doutrina se divide: parte entende que cabe participagéo culposa em crime culposo, outra parte entende que n&o cabe participagéo nenhuma (nem culposa nem dolosa) em crime culposo. UNANIMIDADE: néo cabe participagao dolosa em crime culposo. COMUNICABILIDADE DAS CIRCUNSTANCIAS + As circunstancias e condicées de cardter pessoal nfo se comunicam = As circunstancias de carter real, ou objetivas, se comunicam + As elementares sempre se comunicam, sejam objetivas ou subjetivas COOPERACGAO DOLOSAMENTE DISTINTA Também chamada de “participag&o em crime menos grave” ou “desvio subjetivo de conduta”, ocorre quando ambos os agentes decidem praticar determinado crime, mas durante a execugao, um deles decide praticar outro crime, mais grave. CONSEQUENCIA: agente responde pelo crime menos grave (que quis praticar). A pena, contudo, podera ser aumentada até a metade, caso tenha sido previsivel a ocorréncia do resultado mais grave. “Multid’o delinquente” ou “multid’o criminosa - Aqueles atos em que inumeras (incontaveis, uma multid’o) pessoas praticam o mesmo delito. Bons estudos! Prof. Renan Araujo 4 EXERCICIOS PARA PRATICAR 01. (FGV - 2017 - OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) Rafael e Francisca combinam praticar_m crime de furto em uma residéncia onde ela exercia a funcdo de passadeira. Decidem, entéio, subtrair bens do imével em data sobre a qual Francisca tinha conhecimento de que os proprietdrios estariam viajando, pois assim ela tinha certeza de que os patrées, de quem gostava, néo sofreriam qualquer ameaca ou violéncia. No dia do crime, enquanto Francisca aguarda do lado de fora, Rafael entra no imével para subtrair bens. Ela, porém, percebe que o carro dos patrées est na garagem e tenta avisar o fato ao comparsa para que este saisse rapido da casa. Todavia, Rafael, ao perceber que a casa estava ocupada, decide empregar violéncia contra os proprietérios para continuar subtraindo mais bens. Descobertos os fatos, Francisca e Rafael so denunciados pela pratica do crime de roubo majorado. Considerando as informagées narradas, o(a) advogado(a) de Francisca devera buscar A) sua absolvig&o, tendo em vista que ndo desejava participar do crime efetivamente praticado. B) 0 reconhecimento da participagdo de menor importancia, com aplicagdo de causa de redugdo de pena. C) © reconhecimento de que o agente quis participar de crime menos grave, aplicando-se a pena do furto qualificado. D) 0 reconhecimento de que o agente quis participar de crime menos grave, aplicando-se causa de diminuic&o de pena sobre a pena do crime de roubo majorado. 02. (FGV - 2015 - TJ-RO - OFICIAL DE JUSTICA) 0 Cédigo Penal brasileiro traz diversos crimes que podem ser praticados por uma Unica pessoa, mas também prevé algumas hipéteses em que o concurso de pessoas é necessdrio. Como regra geral, quando duas ou mais pessoas, unidas em ages e designios, praticam em conjunto um delito, pode-se falar em concurso ~~ de pessods: Sobre essa tema, © correto alimar que o Codigo Pena adotou, em regra, a Teoria: a) Pluralista, com excecées; b) Dualista, sem excecdes; c) Monista, com excesées; d) Dualista, com excesdes; e) Monista, sem excecdes. 03. (FGV - 2015 - TCE-RJ - AUDITOR SUBSTITUTO) Sobre o tema concurso de agentes, é correto afirmar que: a) em regra, aquele que instiga terceira pessoa & pratica de um crime, por este responde, ainda que o instigado nao tenha iniciado a execucio do delito; b) no se comunicam as circunsténciasfe as condigdes de carater pessoal, mesmo quando elementares do crime; c) na teoria da acessoriedade limitada, somente havera a punicdo do participe se 0 autor houver praticado uma conduta que seja tipica, ilicita e culpavel; d) se um dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena deste Ihe sera aplicada, com o aumento de metade na hipétese de ter sido previsivel 0 resultado mais grave; e) ndo se exige homogeneidade de elemento subjetivo no concurso de pessoas, admitindo-se participacao culposa em crime doloso. 04. (FGV - 2014 - PROCEMPA - ADVOGADO) Com relac&o ao tema responsabilidade penal no concurso de pessoas, assinale a afirmativa incorreta. a) A responsabilidade penal é individual, devendo cada agente responder na medida de sua culpabilidade. b) Ocorrendo desvio subjetivo entre os agentes, quem quis participar de crime menos grave responde por este e no pelo crime mais grave praticado pelo outro agente. c) Sendo a participaco de menor importancia, a pena pode ser reduzida de 1/6 ai/3. d) © Cédigo Penal adotou a Teoria Monista sobre concurso de agentes sem excecéio, devendo todos os participantes responder pelo mesmo crime. e) Nao ha participacéio dolosa em crime culposo. 05. (FGV - 2013 - OAB - XI EXAME UNIFICADO) Sofia decide matar sua mée. Para tanto, pede ajuda a Lara, amiga de longa data, com quem debate a melhor maneira de executar o crime, o melhor hordrio, local etc. Apés longas discussées de como poderia executar seu intento da forma mais eficiente possivel, a fim de nao deixar nenhuma pista, Sofia pede emprestado a Tara um "Sao marmiga promamente atence ao pedice. Sona cespedese agradecendo a ajuda e diz que, se tudo correr conforme o planejado, executara 0 homicfdio naquele mesmo dia e assim o faz. No entanto, apesar dos cuidados, tudo € descoberto pela policia. A respeito do caso narrado e de acordo com a teoria restritiva da autoria, assinale a afirmativa correta. A) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicidio com a agravante de © crime ter sido praticado contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas participe do crime e deve responder por homicidio, sem a presenca da circunstancia agravante. B) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicidio, incidindo, para ambas, a circunsténcia agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente. C) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicidio. Todavia, a agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente somente incide em relagdo a Sofia. D) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicidio com a agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas participe do crime, mas a agravante também Ihe seré aplicada. 06. (FGV - 2015 - OAB - XVI EXAME DE ORDEM) Maria Joaquina, empregada doméstica de uma residéncia, profundamente apaixonada pelo vizinho Fernando, sem que este soubesse, escuta sua conversa com uma terceira pessoa acordando o furto da casa em que ela trabalha durante os dias de semana a tarde. Para facilitar 0 sucesso da operacao de seu amado, ela deixa a porta aberta ao sair do trabalho. Durante a empreitada criminosa, sem saber que a porta da frente se encontrava destrancada, Fernando e seu comparsa arrombam a porta dos fundos, ingressam na residéncia diversos objetos. Diante desse quadro fatico, assinale a opcéo que apresenta a correta responsabilidad penal de Maria Joaquina. a) Deverd responder pelo mesmo crime de Fernando, na qualidade de participe, eis que contribuiu de alguma forma para o sucesso da empreitada criminosa a0 no denunciar o plano. b) Deverd responder pelo crime de furto qualificado pelo concurso de agentes, afastada a qualificadora do rompimento de obstaculo, por esta n&o se encontrar na linha de seu conhecimento. c) Nao deverd responder por qualquer infrag&o penal, sendo a sua participacéo irrelevante para o sucesso da empreitada criminosa. d) Deverd responder pelo crime de omiss&o de socorro. 07. (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Analise detidamente as seguintes situacées ee CO Casuistice P™Rmanlco, ao chegara cua casa, Constata que sua tma Torestupraca por Teréncio. Imbuido de relevante valor moral, contrata Ronaldo, pistoleiro profissional, para tirar a vida do estuprador. O servigo é regularmente executado. Casuistica 2: Lucas concorre para um infanticidio auxiliando Julieta, parturiente, a matar o nascituro - 0 que efetivamente acontece. Lucas sabia, desde 0 inicio, que Julieta estava sob a influéncia do estado puerperal. Levando em consideraco a legislacdo vigente e a doutrina sobre o concurso de pessoas (concursus delinquentium), é correto afirmar que A) no exemplo 1, Amarildo responderé pelo homicidio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicidio qualificado por motivo torpe. No exemplo 2, Lucas e Julieta responderdo pelo crime de infanticidio. B) no exemplo 1, Amarildo responder pelo homicidio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicidio simples (ou seja, sem privilégio pelo fato de nao estar imbuido de relevante valor moral). No exemplo 2, Lucas, que nao esté influenciado pelo estado puerperal, responderé por homicidio, e Julieta pelo crime de infanticidio. C) no exemplo 1, Amarildo responder pelo homicidio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicidio simples (ou seja, sem privilégio pelo fato de nao estar imbuido de relevante valor moral). No exemplo 2, tanto Lucas quanto Julieta responderao pelo crime de homicidio (ele na modalidade simples, ela na modalidade privilegiada em razao da influéncia do estado puerperal). D) no exemplo 1, Amarildo responderé pelo homicidio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicidio qualificado pelo motivo futil. No exemplo 2, Lucas, que néo esta influenciado pelo estado puerperal, responderé por homicidio e Julieta pelo crime de infanticidio. 08, (FCC - 2017 - PC-AP - AGENTE DE POLICIA) Mario e Mauro combinam a pratica de um crime de furto a uma residéncia. Contudo, sem que Mério saiba, Mauro arma-se de um revélver devidamente municiado. Ambos, ent&o, ingressam na residéncia escolhida para subtrair os bens ali existentes. Enquanto Mario separava os objetos para subtrag&o, Mauro & surpreendide com a presenca de um dos moradores que, ao reagir a acao criminosa, acaba sendo morto por Mauro. Nesta hipétese a) Mario e Mauro responderdo pela pratica de latrocinio. b) Mario e Mauro responderdo pela pratica de furto. c) Mario responderd pela pratica de furto simples e Mauro responderé pela pratica de furto qualificado. d) Mario respondera apenas pelo furto e Mauro respondera pela pratica dos crimes de porte ilegal de arma de fogo, furto e homicidio. ) Mario responderé pela pratica de furto e Mauro pelo crime de latrocinio. 09. (FCC - 2013 - TRT1 - JUIZ) Quanto aos demais agentes do crime, o parentesco entre o autor e a vitima; a) comunica-se, desde que elementar ao tipo. ee |

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