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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS

DE UM HOMEM-DEUS:

Sant
Kirpal Singh

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS

SOCIEDADE HOLOSÓFICA DE PORTUGAL

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS

 Edition Naam, Cadolzburg, Alemanha

Tradução, adaptação e edição da

SOCIEDADE HOLOSÓFICA DE PORTUGAL


Lisboa, Janeiro de 1997

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS

Curiosidades biográficas
de um Homem-Deus:
Sant KIRPAL SINGH
(para os adultos lerem
e contarem às crianças)

6 de Fevereiro de 1894. Eram 9 horas de uma fria noite de inverno


quando o bebé nasceu em Sayad Kasran, uma aldeia do distrito de
Rawalpindi, actualmente no Paquistão. Os pais deram-lhe o nome de
Kirpal, que significa "gracioso, misericordioso, amoroso". Mas como
poderiam os ditosos pais saber que o sagrado Mensageiro do Amor os
fitava, através dos olhos brilhantes do recém-nascido?

1. MEDITAÇÃO EM TENRA IDADE


O amor a Deus foi uma paixão de Kirpal logo desde criança, o que
fez dele uma criança única entre as da sua idade e mais velhas do que
ele. Apenas com 4 anos, começou a meditar, enquanto os outros
meninos brincavam. Sentava-se quieto, de olhos fechados; tinha visões
espirituais interiores e viajava por regiões espirituais para além deste
mundo que vemos e ouvimos. Lá, as luzes radiantes e os sons celestiais
faziam-no elevar-se cada vez mais, enchendo-o de paz e alegria.

2. SEM INIMIGOS
Kirpal era uma criança muito obediente, mas em certas ocasiões
revelava, delicadamente mas com firmeza, a sua independência. Tinha
o costume de ajudar todos os que conhecia sem lhe importar a opinião
dos próprios familiares.
Um dia, o pai chamou-o e disse-lhe: "Pal, os nossos amigos serão
teus amigos e os nossos inimigos os teus inimigos." Mas o moço
replicou, depois de reflectir cuidadosamente: "Pai, os teus amigos

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serão meus amigos, mas não é necessário que os teus inimigos sejam
meus inimigos." E explicou que a razão pela qual as pessoas se
desentendem pode resultar de mal-entendidos. E disse mais: "A vida é
muito curta e eu não vim para ter inimizades. Eu vim para amar a
todos."
E foi assim que Pal se tornou alcunha de Kirpal. Pal significa
"amigo", e de facto ele era amigo de todos e continuou a sê-lo durante
toda a vida.

3. ALIMENTAÇÃO SEM CARNE


A família de Kirpal não era vegetariana. Eles queriam que Kirpal
comesse carne. Todavia, mesmo quando criança, ele recusava a carne.
Enquanto os irmãos pediam mais, ele abstinha-se de pedir,
contentando-se com pão e outros alimentos de origem vegetal.

4. OS LIVROS SAGRADOS
Ainda criança, Kirpal lia os livros sagrados. Lia apenas um hino por
dia e escrevia-o num papel, como uma lição. Era frequente ler o hino
mais do que uma vez e reflectir sobre o texto durante todo o dia, ou
até mais do que um dia. Esforçava-se então por lhe entender o
significado e proceder de acordo com os seus princípios. Kirpal achava
que devemos esforçar-nos por recordar o que lemos, pois é assim que,
verdadeiramente, vamos assimilando os ensinamentos e os integramos
nas nossas vidas.

5. UM PROFETA NA ESCOLA
A infância de Kirpal foi recheada de "milagres". Sentado no seu
lugar, era capaz de dizer o que estava a acontecer noutros lugares.
Podia também prever o futuro.
Um dia - estava ele no 4 ano - levantou-se do lugar, dirigiu-se ao
professor e pediu autorização para ir a casa. "A minha avó está a
morrer", disse. O professor, incrédulo, replicou: "É estranho que
estando tu aqui, na escola, possas saber que a tua avó está a morrer.
Não estamos entre profetas. O melhor é continuares a lição."

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS
Já no termo da aula, chegou à escola um mensageiro vindo da casa
de Kirpal: a avó estava a morrer.
Professor e alunos entreolharam-se com espanto. Como é que ele
soubera? Como poderia saber o que estava a acontecer tão longe dali?
Não conseguiam explicar o acontecimento. Mas o professor começava
a entender; Kirpal era um profeta e tinha o dom de ver o passado, o
presente e o futuro.

6. LER PARA CONHECER


Uma vez, estava Kirpal no 9 ano, a escola foi visitada por um bispo
(era uma escola da Missão), que perguntou a cada um dos estudantes
porque é que eles liam e estudavam. Um disse: "Eu quero ser
advogado." Outro: "Eu quero ser médico." E outro: "Eu quero ser um
grande engenheiro." Alguns queriam ser homens de negócios, e assim
por diante. Chegando a sua vez, Kirpal levantou-se e disse: "Eu leio e
estudo para conhecer." Queria ele dizer que lia e estudava com o único
propósito de aprender.
O bispo ficou tão satisfeito com a resposta que fez aos estudantes
uma prédica de uma hora sobre o assunto, pressagiando um futuro
brilhante ao moço Kirpal.

7. UM ESTUDANTE EXCELENTE
Os vastos estudos de Kirpal colocavam-no acima de todos os
colegas. Desde o início da sua carreira escolar, sabia muito mais que os
outros porque lia diversos tipos de livros e entendia sempre as palavras
mais difíceis. Obediente e respeitador, os professores orgulhavam-se
dele.
Uma vez, num teste de história, o professor deu-lhe 54 pontos dos
55 que o teste valia, e ao aluno classificado a seguir não mais que 37.
Este aluno protestou: "Senhor professor, eu escrevi, palavra por
palavra, o que vem escrito no livro e nas notas das aulas. Como pode o
Kirpal ter 54 e eu só 37?"
Sorrindo, o professor esclareceu: "É verdade que tu escreveste tudo
o que está no livro e nos apontamentos, mas o Kirpal fez muito mais:

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apresentou os pontos de vista de quase todos os grandes historiadores.
Eu gostaria muito de lhe ter dado os 55 pontos, mas não o fiz só
porque não o posso fazer na disciplina de História."
Noutra ocasião, na escola, tratava-se de um problema de geometria e
o professor disse: "No ano passado não conseguimos resolver este
problema." Falou então com Kirpal e mais dois colegas: "Na segunda-
feira vamos trabalhar no assunto. Mas como amanhã é domingo,
tentem resolvê-lo em casa."
Na manhã seguinte, Kirpal descobriu a solução do problema por um
método muito extenso, e logo a seguir descobriu um método expedito.
Segunda-feira, na escola, quando o professor quis saber se os alunos
haviam chegado a alguma conclusão e solucionado o problema, Kirpal
respondeu: "Sim, eu resolvi-o... de duas maneiras." E fez a respectiva
demonstração no quadro preto.
É natural que os professores apreciem alunos deste quilate...

8. AMOR PELO ESTUDO


Kirpal era um moço muito estudioso e amigo da leitura e apreciava
sobretudo as biografias. Leu as biografias de mais de 300 pessoas
famosas! Achava que na vida de cada celebridade podíamos sempre
aprender algo de especial, algo de importante que explicava a sua
grandeza. Ainda no 9 ano já tinha lido todos os livros da biblioteca da
escola. Mais tarde conseguiu ler todos os livros da biblioteca da
universidade nos dois anos que a frequentou.
Kirpal nunca deixava nada por concluir. O seu lema era o nosso tão
conhecido "não deixes para amanhã o que podes fazer hoje". Por vezes
lia pela noite adiante, até chegar à última página, e pouco dormia. Não
havendo luz eléctrica em sua casa, lia à luz de uma lamparina de óleo.
O pai, preocupado com a saúde do garoto, estabeleceu as 10 horas da
noite como limite para ir para a cama, explicando-lhe que, se não
dormisse o suficiente, a saúde seria afectada.
Kirpal passou a deitar-se antes das 10, pelo respeito que tinha pelo
pai, mas o que não conseguia era refrear a curiosidade pelos livros.
Assim, enquanto toda a gente lá em casa dormia a sono solto, ele
continuava a ler debaixo da colcha...

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Desde muito novo que dormia pouco. Descobriu que, se as noites
fossem utilizadas correctamente, teria mais tempo para cumprir o
propósito da vida. E ele já sabia que o propósito da vida era conhecer
a Deus.

9. AMOR DE MÃE
A mãe de Kirpal amava-o muito. Quando ele cresceu e teve de a
deixar, vinha visitá-la frequentemente. Um dia, percebendo a mãe que
o filho estava a chegar, correu para a varanda de braços abertos. Era
tal a sua alegria, a sua excitação, que caiu da varanda abaixo!
Kirpal disse mais tarde que o amor de uma mãe pelo filho era uma
bênção que não podia ser explicada.
Muitos anos mais tarde, precisamente 6 meses antes da morte da
mãe, Kirpal avisou-a de que iria deixar a terra; e pediu-lhe que tivesse
sempre presente o doce nome de Deus. Exactamente na data e
momento previstos, a mãe morreu. Não raramente ele previa a morte
de familiares com uma certa antecedência. Prevenia-os, preparando-os
deste modo para a grande mudança final, e despedia-se calmamente
deles como se partissem para alguma terra distante -a casa de Deus, o
Pai.

10. UMA DECISÃO CRUCIAL


Kirpal concluiu os seus estudos em 1911 e foi trabalhar. Entretanto,
confrontava-se com a questão de decidir qual seria o objectivo final da
sua vida. Como leitor apaixonado que era, atraíam-no as grandes
bibliotecas. Mas tinha que decidir: deveria esforçar-se por alcançar os
seus objectivos mundanos, ou deveria antes ir em busca de Deus?
Levou alguns dias a pensar consecutivamente na decisão a tomar.
Mas concluiu, e duma vez por todas, que Deus estava em primeiro
lugar e o mundo vinha a seguir.
Não perdeu tempo e desde logo iniciou a sua busca de um Mestre
capaz de lhe mostrar a Verdade. Perdeu todo o interesse pelas coisas
mundanas, não descurando, no entanto, o cumprimento das suas
obrigações.

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11. O QUE É A MORTE?
Durante toda a sua juventude, Kirpal andou numa busca constante da
Verdade. Em 1912, depois de ter deixado a Universidade, três eventos
o afectaram profundamente, deixando-o ainda mais ansioso por
encontrar resposta para as grandes questões da vida e da morte.
Um dia, ao visitar um vizinho, viu uma jovem que não aparentava
sintomas de qualquer doença. No meio de uma conversa amena com
os familiares, a moça diz inesperadamente: "Bom, vou-me embora." E
Kirpal apercebeu-se de que a jovem estava a morrer. Sentou-se em
profunda reflexão, enquanto a jovem moribunda chamava para junto
de si todos os entes queridos presentes, pedindo-lhes perdão por
qualquer incorrecção sua que lhes tivesse desagradado. Posto isto,
cerraram-se-lhe os olhos e a alma deixou o corpo.
Kirpal perguntava a si mesmo que poder era aquele que deixara o
corpo da moça mas permanecia no corpo dele. Ante os seus olhos, o
corpo jazia estendido, mas aquele poder que tinha dado vida ao corpo
já não estava presente. Para onde teria ido, eis o mistério.
É costume na Índia cremar cadáveres em vez de os enterrarem. A
caminho do local de cremação, cresceu a perplexidade e a confusão de
Kirpal acerca da vida e da morte. À chegada, constatou que havia
também para cremar o corpo de um ancião, colocado a poucos metros
de distância do corpo da jovem. Tinha ali os dois extremos: juventude
e velhice. Num instante, apercebeu-se de que não havia para a morte
nenhuma fuga possível. Toda a gente, ricos e pobres, novos e velhos,
toda a gente tinha de morrer um dia.
Perto do local de cremação havia uma lápide onde se lia: "Tem
cuidado, tu que andas por aí! Também nós, em tempos, fomos como
tu e gozámos a vida ao máximo. Mas agora, infelizmente, não
passamos de uma mão-cheia de pó debaixo desta pedra."
Estas cenas moveram profundamente o coração do jovem Kirpal e
fizeram-no passar noites a fio sem dormir nem repousar. O que é a
morte? O que é a vida? Qual a origem da vida? Por que viemos ao
mundo? Para onde vamos quando morremos? - mistérios que o
atormentavam e que ele tinha de solucionar.
Leu as escrituras sagradas de todas as religiões e as vidas de

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inúmeros santos. No final de cada livro costumava anotar a lápis: "sem
solução", o que significava que o livro em questão não contribuía para
resolver o mistério da vida e da morte.
Foi ao encontro de homens de reconhecida santidade e autoridade
moral. Falou com eles, interrogou-os. Jamais descansou na sua
demanda ansiosa da Verdade. Levou longe o seu esforço, muito sofreu
por isso. Não conseguindo encontrar a solução prática dos problemas
que lhe povoavam a mente, não se concedia paz nem repouso.
Era tão grande o seu anseio interior por ver a Deus que, no escritório
onde trabalhava, as lágrimas por vezes lhe escorriam pela cara abaixo e
manchavam os papeis em cima da secretária...
Nem a família nem os colegas entendiam o que se passava com ele.
Conjecturavam que as lágrimas se deviam ao facto da sua breve
transferência para outra terra. Mas como pode uma pessoa entender
verdadeiramente o estado de espírito de outrem? Quando uma dúvida
ganha vulto e se enraíza no ânimo de alguém, nomeadamente se diz
respeito ao mistério da vida e da morte, difícil se torna encontrar a paz
enquanto se não descobre a solução.
As interrogações sucediam-se: que é a vida? quem sou eu? que vim
aqui fazer? Deus sabe o que vai no íntimo de cada um. Ele sabe quem
chora por Ele. E Ele mesmo providencia para nos levar ao encontro de
alguém capaz de nos ajudar a solucionar o mistério da vida e da morte.

12. EM DEMANDA DE UM MESTRE


As Escrituras ensinam que só através da graça divina de um Mestre
vivo é que um homem pode ser posto no caminho de retorno a Deus-
Pai, encontrando assim a chave dos enigmas da vida e da morte. Isto
deu que pensar ao jovem Kirpal, que se lançou na demanda infatigável
de um Mestre vivo.
Kirpal Singh orava: "Deus, quero encontrar-te. Mestres há muitos, o
mundo está cheio deles. A quem devo dirigir-me e a quem não devo?
Temo seguir alguém que não Te tenha alcançado, arruinando assim o
propósito da minha existência."
Mas como distinguir um Mestre verdadeiro, entre tantos a que se
chama homens santos, religiosos, yoguis, padres, pregadores? O maior

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receio de Kirpal era deparar com um falso mestre e perder o Mestre
verdadeiro, desperdiçando assim uma vida inteira.

13. SERVIR O PRÓXIMO, SERVIR A HUMANIDADE


Enquanto procurava um verdadeiro Mestre, Kirpal aproveitava o
tempo livre para visitar pobres e doentes em hospitais.
Uma vez, o país foi varrido por uma epidemia de gripe devastadora.
Tantas pessoas morriam que toda a gente temia contrair a doença,
chegando até a abandonar os próprios familiares enfermos. Mas Kirpal
Singh ignorou o perigo e, por sua própria conta, cuidou das vítimas.
Começou isolado. Mas as pessoas, encorajadas pelo exemplo, não
tardaram a acompanhá-lo no auxílio aos enfermos. E constituiu-se um
numeroso grupo de socorro.
Noutra ocasião declarou-se na Índia uma epidemia de peste
bubónica. Toda a gente pensava que contrairia a doença se tocasse
alguém que estivesse contaminado. Por essa razão, muitos cadáveres
foram abandonados na rua. As pessoas receavam tocar-lhes. Mais uma
vez, Kirpal Singh deu o exemplo e transportou ele mesmo os corpos
ao local de cremação. Organizou também um grupo de voluntários
para tratar dos doentes naquela hora de necessidade, e dava-lhes
medicamentos e conforto.
Foi uma constante durante toda a sua vida: servir desinteres-
sadamente os doentes e necessitados.
Aos vinte anos, auferindo magro ordenado, Kirpal deu assistência a
um tio internado no hospital. Ajudava-o diariamente com
medicamentos e comida. Na cama ao lado jazia um pobre homem, tão
idoso e tão fraco que mais parecia um saco de ossos, nem sequer
possuindo um lençol para se cobrir.
Kirpal dirigiu-se-lhe e perguntou: "Que posso fazer por ti?"
A pergunta trouxe lágrimas aos olhos do ancião e Kirpal quis saber
porquê: "Por que correm lágrimas dos teus olhos?"
Resposta: "Faz muitos anos que ninguém me pergunta o que pode
fazer por mim."
E deste modo Kirpal Singh tomou conta dos dois, o tio e o ancião,
levando-lhes leite e fruta e pagando os medicamentos. Gastava todo o

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seu dinheiro a ajudá-los e durante algum tempo viveu apenas a pão e
água.
O tio estranhou a atitude do sobrinho: "Tu fazes tudo o que podes
por mim porque sou teu tio. Mas este velho, sem recursos para pagar
os teus serviços, recebe o mesmo tratamento que eu!"
Kirpal respondeu: "Meu querido tio, ele tem tanto direito aos meus
serviços como tu." E confessou ao tio que tinha vindo para servir a
todos.

14. NO TRABALHO
No emprego que teve, Kirpal Singh chefiava um departamento,
como outras pessoas havia que chefiavam outros departamentos. Mas
o de Kirpal Singh distinguia-se pela tranquilidade e eficiência. Os
funcionários da sua secção faziam o dobro do trabalho dos outros.
Um dia, um dos chefes seus colegas quis saber: "Mas o que é que se
passa aqui que está sempre toda a gente a trabalhar, muito
calmamente, e nunca ninguém se zanga?" Kirpal respondeu: "Bom, é
uma questão de auto-disciplina. Experimenta concentrar-te no teu
trabalho e isolar-te das coisas exteriores."
Kirpal Singh possuía uma invulgar capacidade de trabalho e uma
enorme resistência, pois concentrava-se totalmente. Mais tarde,
quando se reformou, tiveram de contratar quatro pessoas para o
substituir.
Ele dizia sempre: "Se estás a trabalhar, concentra-te inteiramente no
trabalho. Faz uma coisa de cada vez."

15. O GUIA INTERIOR


Kirpal Singh não se cansava de orar a Deus Todo-Poderoso para o
orientar na busca de um Mestre vivo verdadeiro: "Deus, meu Deus, eu
quero encontrar-Te. Diz-se que em tempos antigos costumavas
aparecer àqueles que te amavam. Então por que não Te manifestas
agora?"
Em Maio de 1917, a maravilhosa Forma Radiante de Baba Sawan
Singh começou a aparecer-lhe durante a meditação, nas suas visões
interiores. Mas Kirpal pensava que essa Forma Radiante pertencia ao

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS
Guru Nanak. E escrevia poemas para descrever a forma maravilhosa
do divino Ser que o guiava diariamente nos planos elevados da
criação.
Só passados sete anos é que Kirpal Singh viu o seu Mestre em
pessoa e compreendeu que o abençoado guia interior não era outro
senão o Mestre vivo do seu tempo, Baba Sawan Singh Ji.
Compreendeu então que Deus ouve as nossas orações se elas forem
autênticas, sinceras e profundas.

16. TEMPO PARA MEDITAR? SEMPRE!


Kirpal Singh trabalhava no exército como contabilista. Uma vez, o
regimento a que pertencia recebeu ordem para avançar até à linha de
fogo. Do lado de lá era território inimigo, mas Kirpal Singh atraves-
sava a fronteira durante o dia para meditar.
O regimento permaneceu na linha de fogo durante três meses. Caíam
bombas, troavam canhões, máquinas de guerra moviam-se
constantemente de um lado para outro. Kirpal andava sempre
desarmado, mesmo quando meditava em território inimigo. E achava
sempre tempo para meditar, independentemente do lugar onde se
encontrava.

17. O ENCONTRO "ACIDENTAL"


Desde criança que a margem de um rio era para Kirpal lugar favorito
de meditação.
Em 1924 foi visitar Beas, pequena vila situada na margem do rio
Beas. Ao sair da carruagem do combóio perguntou a um homem o
caminho para a margem do rio.
"Vens cá ver o Santo?", quis saber o homem. E Kirpal, por seu
turno: "Vive aqui um Santo?" O homem confirmou que sim, que vivia
um Santo na margem do rio. Kirpal disse que gostaria de ver o Santo e
encaminhou-se para a margem do Beas.
E... oh, maravilha das maravilhas! Era ele o mesmo Santo que o
guiara internamente ao longo dos últimos sete anos. Finalmente, lá
estava ele, mesmo na sua frente. A sua alegria não tinha limites pois
encontrara o Mestre verdadeiro. Olhou frontalmente os

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olhos do Mestre. Quem poderia descrever a beleza, a glória e o amor
que perpassavam nos olhos do Mestre? O coração de Kirpal Singh
transbordava de tanta felicidade que ficou uns momentos sem fala.
Quando se recompôs, perguntou: "Porque é que Vossa Santidade
demorou tanto tempo para me conduzir até Seus pés?" Baba Sawan
Singh sorriu e disse que era aquele o momento adequado para o
encontro físico.
Ao encontrar-se com Baba Sawan, a longa demanda de Kirpal Singh
chegara ao seu termo. Foi iniciado na perfeita ciência espiritual
ensinada pelo Mestre e colocado no caminho de regresso a Deus. O
mistério da vida e da morte estava resolvido, bem como o da sua
verdadeira identidade.
Kirpal aprendeu que ele não era o corpo mas a alma que vive no
corpo, e que a alma podia deixar o corpo durante a meditação e
elevar-se até aos mundos superiores do Espírito. São mundos plenos
de luz magnífica e duma música maravilhosa. A alma fica repleta de
amor, paz e alegria quando visita esses planos mais elevados. Um
Mestre perfeito ensina-nos a elevarmo-nos acima do corpo, viajar
através dos planos superiores e retornar ao corpo. Coloca os iniciados
em contacto interno com a Luz de Deus e a Música das Esferas e
conduz os discípulos pelos planos mais elevados até alcançarem Deus.
Kirpal compreendeu que não existe nada disso a que se chama
morte. Morrer significa apenas transitar deste mundo para um outro
mais belo e elevado.

18. RENDER-SE AO MESTRE


O Mestre verdadeiro tem poder para ajudar o discípulo a ver a Luz e
a ouvir a Música interior logo no momento da iniciação. E Kirpal,
perfeitamente convicto de que Baba Sawan era o Mestre verdadeiro,
dedicou-se-lhe por inteiro - entregou-se completamente ao Mestre.
Obedecer às suas palavras era a coisa mais importante da vida.
Kirpal perguntou uma vez a Baba Sawan quanto tempo devia
meditar. O Mestre respondeu que pelo menos 5-6 horas por dia, mas
quanto mais tempo, melhor. Kirpal tinha mulher e filhos e um emprego
onde trabalhava mais de 8 horas diárias para sustentar a família. Mas

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obedeceu ao Mestre sem a mínima hesitação. Como a vida é incerta e
ninguém sabe o que vai acontecer, Kirpal Singh meditava as 5-6 horas
logo de madrugada, entre a hora a que se levantava e as 9 da manhã,
sem se importar com o sono ou o cansaço, mesmo que na véspera se
tivesse deitado tarde. E se algum tempo sobrasse à noite, antes de
dormir, Kirpal aproveitava-o como um bónus.
E prosseguiu com este programa diário juntamente com todas as
suas obrigações. Orientava Satsangs, servia doentes e necessitados
antes e após o horário de trabalho, e sempre que dispunha de algum
tempo livre ia visitar o Mestre, que vivia noutra localidade, e servia-o
também. Kirpal Singh achava que até o homem mais ocupado era
capaz de encontrar um pouco de tempo para meditar. Costumava
dizer: "Onde existe uma vontade, há sempre um caminho." Ele bem
sabia que só através de uma total dedicação e entrega à vontade do
Mestre é que o homem atinge a pureza de coração que o leva a Deus.

19. A PROTECÇÃO DO MESTRE


A protecção e assistência de um Mestre perfeito estendem-se ao
círculo de familiares dos seus iniciados, abrangendo gerações passadas
e futuras.
Uma vez, uma prima direita de Kirpal Singh, Ram Labhai, adoeceu
gravemente e correu perigo de morte. O pai dela, tio de Kirpal,
escreveu a este a pedir auxílio urgente. Kirpal apanhou um combóio na
mesma noite em que recebeu a notícia e viajou até à aldeia da doente, a
cerca de 300 km de distância. Chegou ao destino na tarde do dia
seguinte mas, durante a noite da viagem, a sua prima viu-o aparecer
junto da sua cama na companhia de um ancião. Como poderia Kirpal
estar em dois lugares ao mesmo tempo?
E desde que o viu no quarto, Ram Labhai começara a melhorar.
Logo à chegada de Kirpal, manifestou a sua estranheza: "Tu estiveste
aqui a noite passada e vinha um ancião contigo. Onde é que ele está?"
Kirpal respondeu: "Decerto não era eu, mas sim o meu Mestre que
apareceu. Serias capaz de o reconhecer se o tornasses a ver?"
Ram Labhai respondeu que sim, sem dúvida, e quando Baba Sawan,
o Mestre antecessor de Kirpal Singh, visitou Ramalpindi, uma cidade

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS
próxima, Kirpal mandou chamar a prima e disse-lhe: "Olha para ali e
vê quem está a chegar."
"Mas é o mesmo homem que veio contigo naquela noite!"
Assim, o auxílio do Mestre estende-se àqueles que são amados pelos
discípulos. E os "milagres" acontecem com frequência na vida dos
iniciados, embora os Mestres não façam deles motivo de exibição.

20. PERDOAR OS ERROS DOS OUTROS


Uma vez que a mulher de Kirpal Singh regressava a a casa de
combóio, o marido foi esperá-la à estação. Mas assim que ela se apeou
do combóio, um larápio roubou-lhe a mala e fugiu. Atento, um polícia
conseguiu deitar a mão ao homem e recuperar a mala. Mas Kirpal
Singh, mais tarde, foi convocado pelo tribunal para o julgamento do
larápio.
Assim que teve oportunidade de falar, Kirpal dirigiu-se ao juiz:
"Excelência, se houver um meio de libertar este homem, eu não ponho
qualquer objecção."
O juiz ficou surpreso e solicitou à polícia o cadastro do réu. Tendo
verificado que nada constava do seu comportamento anterior,
concordou em deixá-lo sair em liberdade depois de lhe dar uma boa e
salutar reprimenda.
O homem regressou a casa exultante, de coração feliz e agradecido:
"Se ele (Kirpal Singh) não me tivesse salvo, eu estaria agora na
prisão!"
Kirpal Singh dizia sempre: "Se alguém cometer um erro, perdoa-lhe.
A justiça nunca é suficiente para purificar um coração."

21. RESPEITO PELOS PROFESSORES


Um dia, quando Kirpal Singh chegava a casa carregado de bagagem,
na companhia de um homem bastante idoso, seu filho Darshan
regressava da escola de bicicleta. Imediatamente o menino largou a
bicicleta e foi ajudar o pai. Mas este, em vez de aceitar a ajuda do
moço, disse-lhe que se prosternasse diante do ancião em sinal de
respeito.
O homem idoso, que fora professor de Kirpal na instrução primária,

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ficou em casa do ex-aluno durante duas semanas. Kirpal massajava-lhe
os pés todas as noites antes de ele se deitar. Pela manhã, carregava
água do poço para o banho do seu professor. Durante o dia servia-lhe
as refeições e encarregava-se de tudo o que ele necessitava,
dispensando a colaboração da mulher e o filho. Queria servi-lo
pessoalmente, para exemplo de como devemos respeitar e servir os
nossos professores.

22. AMOR UNIVERSAL


Durante a sua carreira militar, Kirpal Singh dirigiu o Departamento
de Contabilidade do exército, tendo em dada altura ao seu serviço 40
oficiais e uma equipa de mais de 3000 pessoas.
Em certa ocasião alguém aconselhou a demissão de alguns
funcionários, chegando o caso até Kirpal Singh, que decidiu admitir
esses homens no seu próprio departamento.
Começou a observá-los. Tinham maus hábitos. Andavam de um lado
para outro, cavaqueavam e trabalhavam pouco.
Kirpal chamou-os: "Queridos amigos, vocês sabem que são pagos
para trabalhar enquanto estiverem aqui." E lembrou-lhes que por
pouco não haviam sido demitidos e que quem mais sofreria seriam
talvez as respectivas famílias. "Não será vossa obrigação trabalhar
dedicadamente pela família?"
Os funcionários deram atenção às palavras de Kirpal e começaram a
trabalhar honestamente.
Noutra ocasião, ao voltar de uma licença, Kirpal verificou que tinha
sido pedida a demissão de 2 ou 3 funcionários. Procurou o responsável
pela iniciativa e indagou dos motivos. Resposta: "Eles não prestam,
cometem muitos erros." Kirpal Singh replicou: "E qual de nós é que
não comete erros? Alguns mais, outros menos, todos cometemos
erros. Sugiro que esses funcionários sejam primeiro advertidos para
que futuramente sejam mais cuidadosos, e depois há que proporcionar-
lhes uma orientação adequada."
O caso acabou por ser reconsiderado e os homens readmitidos.
Estes dois exemplos mostram bem porque é que Kirpal Singh era tão
amado no seu emprego, tanto por aqueles para quem trabalhava como

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS
por aqueles que trabalhavam para ele.
Kirpal Singh amou e tratou todos os homens como iguais. Ele sabia
que Deus vive em todos os corações.

23. DEIXAR TUDO PELO MESTRE


Aos 18 anos, o filho mais velho de Kirpal, Darshan, adoeceu
gravemente. Disseram os médicos que o rapaz morreria a qualquer
momento dentro dos 3 dias seguintes, e aconselharam o pai a pedir
uma licença de 3 dias para ficar junto do filho dia e noite. Kirpal Singh
aceitou o conselho dos médicos e pediu a licença. Mas um desses dias
calhava num domingo e o Mestre pedira a Kirpal Singh que desse um
Satsang todos os domingos na vizinha cidade de Amritsar. Como
proceder? Por um lado, o diagnóstico dos médicos - a morte iminente
do filho em qualquer momento -, por outro lado um pedido do Mestre
que implicava ausentar-se de casa durante algumas horas.
Kirpal reflectiu no assunto e decidiu: "O Mestre tomará conta do
rapaz. A vida e a morte não estão nas minhas mãos. Deixo isso com o
Mestre. O que tenho é de fazer o que me foi pedido."
Assim, deixou o filho aos cuidados da mãe e viajou até Amritsar para
dar o Satsang. O Satsang terminou ao meio-dia. E como o Mestre
residia em Beas, a escassos 30 km de Amritsar, Kirpal decidiu ir ver o
Mestre antes de voltar para junto do filho.
Primeiras palavras do Mestre Baba Sawan: "Como está o teu filho?"
Kirpal não tinha dito ao Mestre que o filho estava doente, mas os
Mestres sabem tudo. Kirpal explicou então que estava desejoso de ver
o Mestre e que decidira vir a Beas antes de regressar a casa.
Baba Sawan fitou-o com um ar grave e disse: "Deixaste a tua
responsabilidade para mim, por isso tenho de me ocupar do caso. Se
entregaste o teu filho aos cuidados do Mestre, agora tenho que tomar
conta dele."
Ao chegar a casa, Kirpal verificou que o filho se achava em fase de
franca recuperação, em vez de ter piorado como os médicos haviam
previsto.
Isto revela a grandeza de um Mestre perfeito. Se obedecermos ao
Mestre e colocarmos tudo nas suas mãos, inclusive a nós próprios, ele

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encarrega-se de cuidar de nós.

24. O OFÍCIO DE ESCREVER


Depois de sair do emprego, Kirpal costumava visitar os doentes, os
pobres e necessitados. Por vezes, também, chegava a fazer Satsangs de
manhã, antes de ir trabalhar. Mas um dia o Mestre dele enviou-lhe uma
ordem peremptória: "Não vás a casa de ninguém; vai apenas ao local
onde fazes os Satsangs."
Acatando rigorosamente todas as ordens do Mestre, Kirpal ficou
com mais tempo disponível. E foi nesse tempo extra que escreveu um
livro sobre os ensinamentos do Mestre (Gurmat Sidhanti) com mais de
2.000 páginas.
Um escritor de carreira disse a Kirpal: "Escreves tão depressa! Se
não copias de lado nenhum, onde é que vais buscar tudo isso?"
Kirpal esclareceu que tudo o que escrevia lhe era ditado
interiormente pelo Mestre.

25. SERVIR COM SINCERIDADE


Kirpal Singh ia frequentemente a Beas, onde vivia o seu Mestre.
Ajudava a escrever cartas e livros para a Missão do Mestre e fazia
Satsangs em diversos locais, por vezes na presença do próprio Mestre.
Outras vezes fazia trabalho físico para a Missão, colaborando na
construção civil, transportando cestos de tijolos, argamassa...
Alguns discípulos perguntaram-lhe por que fazia também trabalho
físico, pois lhes parecia que ele só devia realizar trabalho intelectual.
Kirpal Singh respondeu: "Uma vez que fui abençoado com um
corpo, tenho de servir também com o corpo." Ele sabia que é
necessário temperar o trabalho intelectual com o trabalho físico.
Há um provérbio persa que reza assim: "Todo aquele que serve com
sinceridade acaba por se tornar no Mestre."

26. TRANSFERÊNCIA DE PODER


Um discípulo verdadeiramente dedicado é sempre muito querido do
coração do Mestre, e Baba Sawan amava Kirpal Singh mais do que as
palavras podiam dizer. Durante 24 anos instruiu-o na Ciência da Alma

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e preparou-o para continuar a sua Missão Espiritual na Terra. O
processo viria a culminar com a transferência da própria autoridade
para iniciar as almas e as reconduzir à Morada de Deus Pai.
Já muito idoso, Baba Sawan caíu doente, enfraquecendo de dia para
dia. E por último o seu corpo permanecia sem descanso, estremecendo
e vibrando como uma folha ao vento.
Kirpal Singh foi ver o Mestre. De coração oprimido, sentou-se ao
lado da cama e orou para que o seu Mestre eliminasse todo aquele
sofrimento. Era assim a oração dele:
"Mestre! Tu estás acima e indiferente a todos os tipos de conforto e
desconforto físico. Mas nós, pobres e desamparadas criaturas, não
conseguimos suportar a visão do teu sofrimento físico. Ficaríamos
extremamente gratos se te dignasses eliminar este aparente
desconforto."
É verdade que as preces resultam onde todos os esforços humanos
falham. Ora Baba Sawan aceitou esta oração, e quando Kirpal Singh
reabriu os olhos o corpo do Mestre estava num estado de perfeito
repouso. A sua testa brilhava como o Sol. Abrindo os olhos por sua
vez, uns olhos cheios de compaixão e a transbordar do amor de Deus,
fitou intensamente o seu humilde servo Kirpal. A cena durou alguns
minutos. Baba Sawan estava a transferir o Poder do Mestre para
Kirpal Singh.
E em seguida os seus olhos cerraram-se para nunca mais se abrirem.

27. 18 HORAS POR DIA


Após a morte do seu Mestre, Kirpal Singh ficou tão profundamente
abatido que se retirou para os Himalaias durante 3 meses. Chegava a
meditar 18 horas por dia, sentado numa pequena rocha no meio do
Ganges. A mulher, seu filho Darshan e a nora reuniram-se-lhe nas
montanhas, sem esquecer o netinho de um ano e meio. Sob a direcção
do novo Mestre, meditavam todos juntos, na companhia de outros
discípulos, durante 8 a 10 horas por dia.
As duas refeições diárias eram muito simples: vegetais e chapatis
(espécie de pão indiano achatado). Por vezes era o próprio Mestre a
preparar as refeições e a servi-las à família. O Mestre não vive para si

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mesmo mas para toda a humanidade. Ele sabia da grande Missão que o
aguardava, e sabia também que não voltaria a passar tanto tempo com
a família. Em vez de ser o pai de uma pequena família, como Mestre
seria o pai de milhares e milhares de discípulos em todo o mundo.

28. A CONSTRUÇÃO DO ASHRAM


Assim que se mudou para a cidade de Delhi, Kirpal Singh iniciou o
cumprimento da sua Missão como Mestre vivo perfeito. E
rapidamente se espalhou a notícia de que Kirpal era o novo Mestre.
Muitos discípulos do Mestre antecessor começaram a procurá-lo em
busca de conforto e conselhos espirituais, e assim também muitas
pessoas interessadas em chegar a Deus e ao conhecimento da Verdade.
Começaram a chamá-lo "Mestre", "Maharaj Ji" e "Sant Kirpal Singh".
Em pouco tempo cresceu o número de pessoas que pretendiam
visitá-lo. Embora Kirpal Singh se sentisse bem em Delhi na companhia
do filho, Darshan, e da família, o apartamento que habitavam não era
suficientemente espaçoso para acomodar as pessoas que vinham de
lugares distantes. E o Mestre Kirpal teve de construir um lugar onde
os seus discípulos pudessem visitá-lo e conviver com ele - um lugar
onde todos os filhos de Deus pudessem encontrar-se e venerar o Pai,
sem discriminações de religião, cor ou nacionalidade. Em homenagem
ao seu Mestre, o novo Ashram ficou a chamar-se Sawan Ashram.
Kirpal Singh foi durante a construção do Ashram um exemplo vivo
do servidor desinteressado. O doce e amável Mestre não se coibia de
carregar à cabeça cestos de tijolos e argamassa. Assumiu a direcção
dos trabalhos e os discípulos seguiram-no. Os trabalhos concluiram-se
no dia 11 de Junho de 1951.
Todos os domingos passou a haver Satsang público. As pessoas
foram-se apercebendo que era o mesmo o fundo de todas as religiões;
na verdade, uma única religião: conhecer quem somos e conhecer a
Deus através do caminho do amor.
Eram aos milhares os discípulos que vinham ver o Mestre, para ser
abençoados pelo amor e a graça divina que fluíam dele. Reuniam-se
logo de manhã cedo e por vezes ficavam até alta madrugada,
meditando enquanto o Mestre não aparecia. Kirpal Singh ocupava

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todo o seu tempo a trabalhar para os outros.
Era frequente o Mestre distribuir "parshad" (alimento abençoado)
aos discípulos. Qualquer alimento, desde que tocado por um Mestre
perfeito, torna-se abençoado e carregado com o seu poder espiritual,
assumindo aquela designação.
Mas a coisa mais maravilhosa que o Mestre concedia a quem vinha
vê-lo era o seu darshan - o seu olhar sagrado, carregado de graça
divina - momento em que a alma fala com a alma e o coração com o
coração. Um simples olhar do Mestre enche uma pessoa de amor,
alegria, felicidade, êxtase, paz.

29. A INICIAÇÃO
Além dos dois olhos exteriores, o homem possui um olho interno
localizado um pouco atrás e entre as sobrancelhas (o chamado terceiro
olho ou olho singular). Quando da Iniciação, o Mestre ensina o
discípulo a meditar para que, sempre que fechar os olhos, possa ver a
Luz interna.
Uma vez, Kirpal Singh iniciou 70 crianças em Delhi, algumas delas
apenas com 3 e 4 anos. Disse-lhes o Mestre: "Ora vamos lá
experimentar. Sentem-se. Olhem apenas para dentro." E todas as
crianças viram Luz.
A invenção do rádio e do radar veio confirmar que a atmosfera que
nos rodeia está cheia de vibrações sonoras. Tais vibrações podem ser
percebidas a qualquer distância se dispusermos de um instrumento -
um aparelho de rádio, por exemplo - ajustado e sintonizado para
captá-las. E é isto o que um Mestre faz no momento da iniciação:
sintoniza a alma de forma que ela possa, internamente, ouvir o Som e
ver a Luz de Deus. E esta Luz e este Som são tão maravilhosos que se
deseja vê-los a todo o momento.
Mais de 150.000 pessoas receberam de Sant Kirpal Singh a sagrada
Iniciação: ricos e pobres, jovens e velhos, pessoas de todas as religiões
e países. Todas elas viram internamente a divina Luz e escutaram o
divino Som - a maravilhosa música da Corrente Vital do Som - pela
graça do divino Mestre.

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS
30. UMA COBRA NO SATSANG
Certo dia, no Ashram de Delhi, uma cobra capelo apareceu durante
um Satsang e instalou-se mesmo em frente do Mestre. As 200 ou 300
pessoas presentes ficaram naturalmente apavoradas, quase a entrar em
pânico, mas o Mestre tranquilizou-as: "Que importância tem aparecer
uma cobra? Deixem-na estar."
E o Mestre continuou a sua exposição. A devota assistência tornou a
sentar-se e ficou sossegada como lhe fora pedido.
Quanto ao réptil, ficou imóvel no mesmo lugar cerca de uma hora e
meia, de olhar fixo no Mestre. Quando terminou o Satsang, a cobra
retirou-se, deslizando suavemente sem molestar ninguém. Houve ainda
quem dissesse: "Devíamos matá-la!" Mas o Mestre contrapôs: "Mas
porquê? Ela não feriu ninguém. Por que quereis matá-la? Que vá em
paz. Se vós tiverdes amor pelos animais, esse amor irradia. Todos os
animais, todos, são membros da família de Deus. São eles os nossos
irmãos mais novos."

31. O MESTRE VEM PELOS PECADORES


Até ladrões e grandes pecadores foram iniciados pelo Mestre.
Houve um dia um Satsang a que assistiu, sentado na fila da frente, o
chefe de uma quadrilha de marginais. A certa altura o homem
perguntou ao Mestre se havia alguma esperança para os criminosos.
Kirpal Singh respondeu: "Sim, há esperança, mesmo para os
criminosos."
No dia seguinte, dia da Iniciação, o mesmo homem tornou a
aparecer e pediu ao Mestre a Iniciação. O Mestre iniciou-o e ele teve
uma boa experiência interior. Acabou por trazer junto do Mestre todos
os membros da quadrilha a fim de receberem também a Iniciação.
Todos aqueles homens se modificaram e começaram a ganhar o seu
sustento por meios honestos.

32. DISCÍPULOS EM TODO O LADO


Na Índia, muitos discípulos não podiam visitar o Mestre no Ashram
por estarem doentes ou serem idosos demais para viajar, ou até por
não terem dinheiro para pagar o transporte. Assim, era o Mestre que ia

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS
visitá-los.
Viajava frequentemente por toda a Índia para ver os seus discípulos e
dar Satsangs. Onde quer que fosse, enchia o coração das pessoas de
alegria e de paz. Mesmo que viesse a uma aldeia só de passagem, os
discípulos sentavam-se com ele à beira da estrada e sentiam-se felizes
por estar na sua presença, nem que fosse só por uma hora.
Por vezes o Mestre alojava-se nos pobres casebres de terra batida,
partilhando humildemente o modo de vida simples dos seus anfitriões.
Sant Kirpal Singh tinha discípulos por todo o mundo, e a sua única
preocupação era servir as necessidades deles sem cuidar das suas, da
sua saúde, do seu conforto.
Recebia e respondia a milhares de cartas por mês, mantendo uma
forte ligação com cada um dos discípulos, mesmo que vivessem a
milhares de quilómetros de distância. Por três vezes, em 1955, 1963 e
1972, Sant Kirpal Singh deixou a Índia para viajar pelo mundo,
levando pessoalmente o seu amor aos discípulos ocidentais.

33. A PRIMEIRA DIGRESSÃO PELO ESTRANGEIRO


Ainda no tempo em que o Mestre vivo era Baba Sawan Singh,
alguns norte-americanos enviaram-lhe um bilhete de avião com o
convite para os ir abençoar ao continente americano. Baba Sawan,
porém, rejeitou o convite por causa da sua idade avançada e da saúde
já debilitada. Mas disse a Kirpal: "Eu não vou lá, mas tu, Kirpal, vais
ter de os visitar algum dia."
E assim, em Maio de 55, Kirpal partiu para divulgar pelo mundo os
ensinamentos do seu Mestre, falecido em 1948. Durante 5 meses
visitou os Estados Unidos, a Inglaterra e a Alemanha, iniciando
centenas de pessoas e ensinando a quem o quis escutar o verdadeiro
significado da vida e das Escrituras sagradas.
Uma vez, na América, houve um homem que achou o discurso do
Mestre tão claro e maravilhoso que lhe ofereceu no final um cheque de
5.000 dólares. O Mestre recusou com estas pala-vras: "Irmão, não vim
aqui para angariar fundos mas para vos dar as riquezas espirituais que
herdei do meu Mestre. A espiritualidade é uma dádiva da natureza e,
como todas as outras dádivas - a luz, o ar, a água - é oferecida."

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34. ENCONTROS COM LÍDERES MUNDIAIS


Em 1957, 1960 e 1974 realizaram-se 3 conferências mundiais com a
presença simultânea de representantes de todas as religiões. O
objectivo era promover a fraternidade real de todos os homens, como
filhos que somos do mesmo Pai e único Deus.
Em 1958, Kirpal Singh foi eleito presidente da Confraternidade
Mundial das Religiões. Na conferência de 1960 compareceram cerca
de 200.000 pessoas, incluindo os delegados de quase todos os países
do mundo. Deste modo, todos os líderes religiosos se reuniram em
paz, amor e harmonia.
Em 1962, os Cristãos viriam a conceder a Kirpal Singh um título
honorífico conhecido como a Ordem de S.João de Jerusalém. Kirpal
foi o primeiro não cristão a receber tal condecoração.
Na Índia, muitos membros do Governo, incluindo primeiros-
ministros, visitavam Kirpal Singh. Foi o caso de Nehru, Gandhi e
Indira Gandhi, o presidente Giri e outros.
Na digressão de 1963 Kirpal Singh viajou por vários países da
Europa e das Américas, levando a sua mensagem de paz e unidade aos
respectivos líderes políticos e religiosos. Na Grécia encontrou-se com
o Arcebispo da Igreja Ortodoxa e em Roma com o Papa Paulo VI. As
suas palavras tiveram um efeito tão intenso que, em Janeiro de 1964,
os chefes da Igreja Ortodoxa e da Igreja Romana se encontraram pela
primeira vez em centenas de anos! Este é apenas um exemplo histórico
que mostra como Kirpal Singh congraçou pessoas de todos credos e
religiões. Na América, por exemplo, discursou tanto em templos
judaicos como em igrejas cristãs, sempre com a mesma mensagem de
amor e fraternidade universais.

35. A VIDA E OS ÁTOMOS


Numa digressão pelos Estados Unidos, Kirpal Singh teve um
encontro com um grupo de cientistas. Falaram de vários assuntos,
entre os quais a energia atómica. Kirpal quis saber o que os cientistas
tinham observado no átomo. Responderam eles que haviam detectado
movimento e som no interior de cada átomo. O Mestre explicou então

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS
que quando os átomos se movem produzem uma vibração musical e
um brilho intenso, e esclareceu que "esta luz musical é o poder de
Deus que se manifesta em todas as coisas." São, por conseguinte, a
Luz e o Som de Deus que controlam o universo inteiro e agem em
cada um de nós. Aqueles que são iniciados por um Mestre perfeito
podem ver e ouvir internamente esta Corrente da Luz e do Som.
Numa sessão de meditação na Califórnia estava presente um médico
cego. Após a sessão, este admitiu que, apesar de cego, havia visto a
Luz interior. Assim, a Luz existe quer se tenha ou não visão externa. O
Mestre dizia que o verdadeiro cego é aquele que não consegue ver
interiormente a Luz de Deus.

36. NECESSIDADE DE UM MESTRE VIVO


Na cidade de Washington, uma senhora abordou-o com as seguintes
palavras: "Fiquei muito impressionada com as suas palavras, mas en-
contro-me diariamente com Cristo e costumo falar com ele." O Mestre
respondeu: "Mas isso é óptimo! Quando estiver novamente com ele,
pergunte-lhe por favor o que deve fazer a seguir."
Passada uma semana, a mesma senhora telefonou a Kirpal durante a
noite a pedir a Iniciação. Quem atendeu o telefonema informou que já
não seria possível, pois o Mestre partiria cedo na manhã seguinte. A
senhora, porém, não aceitou a negativa como resposta e foi directa à
casa onde se encontrava o Mestre. O Mestre recebeu-a e disse-lhe:
"Àmanhã vou para Louisville. Podes ir lá para receber a Iniciação.
Mas, já agora, conta-me por favor o que te disse Cristo."
A senhora disse que tinha perguntado a Jesus como deveria proceder
e que Jesus a havia aconselhado a procurar o Mestre vivo para ser
iniciada; por essa razão achava que não podia esperar mais.
No dia seguinte, em Louisville, a senhora viria finalmente a ser
iniciada.
Deus é espírito mas o homem não pode ver o espírito com os olhos
exteriores. Quando Deus sente que os Seus filhos anseiam por Ele,
aparece em forma humana para contactar com eles. Em todas as
épocas, Deus actua na Terra através dos Seus Profetas e Santos -
porque o homem só é capaz de aprender com o seu semelhante.

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS

37. UM SANTO NA CIDADE!


Quando o Mestre Kirpal esteve em Hamilton, Canadá, uma criança
que ouvira os pais falar do assunto transmitiu aos colegas de escola a
notícia de que estava um Santo na cidade.
Em pouco tempo, uma multidão de crianças curiosas afluiu junto da
casa onde o Mestre se achava hospedado. Desde a manhã ao cair da
noite, foi um vai-vem constante! O Mestre pediu que lhe arranjassem
alguns cestos de maçãs e foi ao jardim falar com as crianças. Cada uma
recebeu uma maçã como "parshad".
À noite, presente ainda um grupo de cerca de 60 meninos pacien-
temente sentado no relvado do jardim, alguém perguntou ao Mestre se
seria possível proporcionar às crianças uma sessão de meditação. E
quando o Mestre lhes perguntou se queriam ver a Luz interior, a
resposta foi unânime. Foram, assim, abençoadas com uma sessão de
meditação. À excepção de 5 ou 6, ainda sem idade para estarem
sossegadas, todas viram internamente a Luz de Deus.

38. A CURA DE UM DISCÍPULO


Em Louisville, Kentucky, chegou ao conhecimento de Kirpal Singh
que um discípulo sofrera grave acidente de automóvel quando se
deslocava para ir vê-lo, sendo quase nulas as esperanças de sobrevi-
vência.
O Mestre foi imediatamente ao hospital. Apesar de proibidas as visitas
ao enfermo, Kirpal Singh conseguiu o que queria. Com os ossos do
tórax esmagados, o discípulo estava impossibilitado de falar; mas a
expressão de amor e felicidade que se lhe estampou no rosto mostrou
que ele reconhecia o visitante. Kirpal Singh inclinou-se sobre ele e
colocou-lhe suavemente as mãos sobre o peito. Depois sorriu e olhou-
o profundamente nos olhos. "Agora medita", disse, "e não te
preocupes."
No dia seguinte, soube-se que, com grande espanto de médicos e
enfermeiros, o discípulo melhorara milagrosamente e já se sentava na
cama, sorridente e feliz.
Saiu do hospital pouco tempo depois e apressou-se a ir ter com o

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Mestre...

39. MILAGRE NO AVIÃO


Numa viagem de retorno à Índia, o avião fez escala no Cairo. Assim
que entraram no avião para a última etapa do voo, Kirpal Singh
observou: "Deviam substituir o avião pois um dos motores já não
aguenta mais." Perguntou à tripulação se havia verificado o estado dos
motores e foi-lhe afirmado que tudo estava em ordem.
Cerca de 50 minutos depois de levantar do Cairo, a tripulação corria
de um lado para outro, entrando e saindo da cabina de comando. 10
minutos depois foi anunciado que o avião teria de regressar ao Cairo
devido a uma falha num motor.
Foi nesse momento que o rosto do Mestre assumiu uma expressão
grave e tensa, como se antevisse o trágico acidente em que perderiam
as vidas passageiros e tripulantes.
Repentinamente todas as luzes se apagaram. Tripulação e passageiros -
excepção para aqueles que compunham a comitiva do Mestre -
mostravam-se temerosos e alarmados. Mais alguns minutos e um dos
motores deixou de funcionar. 5 minutos depois, o 2 motor da mesma
asa começa a falhar. O avião começa a perder altitude. Aterrar
naquelas condições envolvia um risco enorme. Só um milagre poderia
salvar o avião.
Com o 2 motor quase a parar, o imponderável acontece: o 1 motor
recomeça a funcionar!, o que permite ao piloto uma aterragem em
condições mínimas de segurança. Todavia, no preciso momento em
que o avião tocou no solo, o motor que havia salvo todas aquelas
vidas deixou novamente de funcionar...
À chegada à Índia, os discípulos do Mestre interrogaram-no sobre
aquele prodígio. Com um piscar de olhos malicioso, Kirpal Singh
respondeu alegremente: "Não basta que Baba Sawan tenha salvo a
vida de todos nós?"

40. "BE GOOD, DO GOOD, BE ONE"


Em 1969 celebrou-se o jubileu de diamante em honra de Sant Kirpal
Singh, por ocasião do seu 75 aniversário. Exortado a expor em

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS
poucas palavras os ensinamentos dos Mestres, Kirpal Singh disse
simplesmente: "Be good, do good, be one." (Sede bons, fazei o bem,
sede unos)
Kirpal Singh costumava dizer que todos os homens são irmãos em
Deus, mas se esqueceram que como almas constituem uma unidade
indissolúvel. O tarefa do Mestre é unir todos os filhos de Deus numa
família única.
Dotado de um maravilhoso senso de humor, exortava os seus
discípulos no mesmo sentido: "CONSERVAI O BOM HUMOR!"
E como era bom ver a expressão de contentamento que se lhe estam-
pava no rosto ao ver os seus filhos felizes e sorridentes!

41. O "MANAV KENDRA"


Uma das suas mais significativas manifestações de amor pelo
semelhante foi a construção do 1 Manav Kendra - Centro de
Formação do Homem - nos contrafortes dos Himalaias. O Centro era
um lugar onde as pessoas podiam realizar-se no serviço da
humanidade. Formação do homem significa atingir a perfeição como
homem; homem perfeito é aquele que sente amor por todos, que só diz
a verdade, pratica a não-violência e serve toda a humanidade.
Sant Kirpal Singh mostrou às pessoas como servir o seme-lhante.
Milhares de homens e mulheres, ricos e pobres, de todas as classes, de
todas as idades e proveniências, ajudaram o Mestre a construir o
Centro. Por vezes trabalhavam pela noite fora, arrostando com o vento
gélido do inverno, esquecendo todas as diferenças para se compor-
tarem como uma única grande família.
Por vezes via-se o Mestre dando o exemplo, com um cesto cheio de
tijolos à cabeça, enquanto os outros o seguiam. Embora os cestos
fossem pesados, os corações sentiam-se leves e exultantes de júbilo.
Integrado no Manav Kendra, construiu-se um hospital onde tudo se
oferecia gratuitamente, medicamentos e tratamentos. As pessoas
pobres da região foram as mais beneficiadas. Construiu-se também um
retiro para idosos sem família que cuidasse deles e uma escola para as
crianças pobres da região; compraram-se roupas novas para as

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS
crianças da escola. Todas as manhãs antes do início das aulas, o
refeitório do Manav Kendra enchia-se de crianças sorridentes que ali
tomavam gratuitamente a sua primeira refeição.
Antes de comer, moços e moças cantavam hinos de gratidão a Deus
pelas Suas dádivas. Passavam o resto do dia na escola, onde aprendiam
a ler, a escrever, matemática, geografia, música e canto. No final das
aulas saíam para brincar nos campos verdejantes que rodeavam o
Centro, ou então prestavam pequenos serviços, como semear legumes,
ajudar na cozinha comum ou no refeitório, onde toda a gente comia
gratuitamente; outros tomavam conta do gado leiteiro. E todos se
deleitavam com este tipo de serviços, cuja utilidade imediata era bem
visível e compensadora.
Sant Kirpal Singh amava muito as crianças e elas correspondiam-lhe.
Costumava dizer-lhes que deviam respeitar os pais e os professores, e
que deviam amar-se umas às outras. Uma vez que ele próprio
praticava aquilo que ensinava, as crianças escutavam-no e tentavam
seguir o exemplo perfeito.

42. AMOR POR TODA A CRIAÇÃO


Sant Kirpal Singh amava a natureza e todas as criaturas. No Manav
Kendra havia uma fazenda onde as pessoas aprendiam a cuidar da terra
e a usá-la para produzir alimentos. Aprendia-se também a cuidar dos
animais domésticos.
Um dos lugares favoritos do Mestre era uma árvore muito especial
que fazia parte de um grupo de 5 árvores - 5 árvores que tinham
crescido unidas como se fossem uma só! Um dos Santos do passado,
Gobind Singh (séc. XVIII), topou com esta árvore durante as suas
deambulações pela Índia e disse que um grande Santo iria mais tarde
construir algo naquele lugar. As suas palavras viriam a tornar-se
realidade quando Sant Kirpal Singh construiu ali o Manav Kendra.
Mas todas as árvores eram importantes para ele. Sentia amor pela
terra e por todas as coisas que nela cresciam. Nunca lhe agradou a
ideia de abater árvores, a menos que fosse absolutamente necessário.
Certo dia, um dos sevadars foi ter com ele e disse que umas tantas
árvores teriam de ser abatidas para se limpar o terreno e o preparar

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS
para novas construções. O Mestre observou: "Árvores e água são as
maiores dádivas de Deus. Antes de cortar uma árvore, ponderem bem
o que vão fazer."
Depois de reflectirem sobre o assunto, os discípulos resolveram
deixar intactas as árvores. A casa do Mestre foi construída à volta de
uma árvore que agora cresce no meio da sala principal. E toda a casa
foi construída por forma a evitar que as árvores em redor não
sofressem qualquer dano.
Um belo dia, durante a construção do Manav Kendra, os sevadars
depararam com um ninho de serpentes venenosas. Contactado o
Mestre, este recomendou-lhes que não matassem as serpentes, pois
afinal era o homem que estava a destruir o ninho que pertencia aos
animais. Mas os discípulos não sabiam que fazer... e o Mestre
apontou-lhes o caminho: o que deviam era dar novas casas às
serpentes! E assim, com a ajuda de varas adequadas, retiraram as
serpentes da área de construção e levaram-nas para uma zona mais
segura onde poderiam en-
contrar novos ninhos. E deste modo a construção prosseguiu sem
molestar as serpentes.
Este episódio mostra bem que o Mestre era um exemplo vivo
daquilo que ensinava. Sabia que os animais, plantas e todas as criaturas
vivas eram nossos irmãos mais novos em Deus.

43. TRABALHO SEM DESCANSO


Sant Kirpal Singh trabalhava noite e dia para ajudar a humanidade.
Não raro chegava a trabalhar 22 horas por dia, sem quaisquer
preocupações de conforto e descanso. E foi o que fez toda a vida,
sacrificando sempre as suas comodidades em prol das almas que
clamavam por auxílio - os pobres, os doentes, os de algum modo
necessitados - e das que ansiavam por se unir a Deus. Os próprios
governantes do país não ficaram insensíveis aos inestimáveis serviços
prestados pelo Mestre às populações mais desfavorecidas,
nomeadamente na área do Manav Kendra, e visitavam-no frequen-
temente, homenageando-o pela sua dedicação à humanidade.
Sant Kirpal Singh escreveu mais de 20 livros para ajudar o seu

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semelhante a encontrar respostas às mesmas questões que lhe
ocupavam a mente enquanto jovem, em demanda da verdade.

44. A DOENÇA DO MESTRE


Perguntaram uma vez a Kirpal Singh por que fora Jesus Cristo o
único Mestre a morrer pelos pecados do mundo. Respondeu que todos
os Mestres morrem pelos pecados do mundo; que todos os Mestres,
por causa do seu infinito amor, aceitam as doenças e sofrimentos dos
discípulos e do mundo, suportando a dor nos seus próprios corpos
para evitar que os outros sofram. Isto explica por que, em 1971, Sant
Kirpal Singh permitiu que o seu corpo sofresse durante largos meses.
Alarmados, os discípulos chamaram médicos, e estes disseram que a
única maneira de salvar o Mestre era por meio de uma operação. Os
discípulos ficaram desconcertados mas o Mestre declarou-se disposto
a sofrer o que fosse necessário.
Antes da operação foi-lhe ministrado um anestésico, que se esperava
o adormecesse de imediato. Passados 20 minutos, porém, o Mestre
continuava desperto. Segunda dose também não surtiu efeito. Terceira
e quarta doses, e os médicos começam a ficar apreensivos. Kirpal
Singh perguntou-lhes então o que esperavam conseguir com aquelas
injecções... Responderam os médicos que queriam pô-lo a dormir. E
Kirpal Singh replicou que, como ser consciente que era, não con-
seguiriam pô-lo inconsciente se ele próprio não quisesse ficar
inconsciente.
"Se pretendem que eu me retire do corpo", disse, "eu o farei. Mas
com as drogas não conseguirão nada."
Assim, o Mestre retirou-se do corpo a fim de permitir que a
operação se realizasse. Segundos após a sua conclusão, abriu os olhos
e perguntou aos médicos quando iriam começar a operar. Espanto
geral, pois aquele anestésico normalmente mantém o paciente a dormir
profundamente durante horas...
A convalescença foi bastante dolorosa. Mas, apesar do sofrimento
intenso, o Mestre não esqueceu os discípulos que ansiavam por vê-lo,
e persuadiu o médico a deixá-lo aparecer na varanda do quarto para
que os discípulos o vissem.

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS
Ao entardecer, após o pôr do Sol, o Mestre sentou-se na varanda
durante hora e meia para se oferecer à contemplação dos cerca de 500
discípulos que, em silêncio reverente, se haviam reunido no pátio do
hospital.
Houve até uma noite em que o Mestre falou da varanda para os
discípulos auxiliado por seu filho Darshan, que repetia em voz alta as
palavras do pai. A certa altura, brotavam lágrimas dos olhos do Santo,
que não conseguiu continuar. Também de lágrimas nos olhos, uma
enfermeira presente comentou: "Nunca vi tanto amor numa pessoa!"
Mas apesar de todos terem sentido esse amor, só alguns
compreenderam que foi por amor aos filhos que o Mestre aceitou as
suas dores e as sofreu por eles.
Quando finalmente o Mestre voltou ao Ashram, foi a vez de ficar
triste o pessoal do hospital, por ter perdido o seu paciente favorito,
que tanto amava e jamais se queixava. O médico que dirigiu a
operação ficou tão impressionado com a grandeza de alma do doente
que o foi visitar ao Ashram.

45. VIM POR VOSSA CAUSA


A chama do amor no coração do discípulo atrai o Mestre como o
brilho da luz atrai a mariposa. Quando centenas de discípulos ardem de
amor pelo Mestre, este vai ao encontro deles.
Os filhos de Sant Kirpal Singh no Ocidente aguardavam an-
siosamente a vinda do Mestre. E assim, contra a vontade de médicos e
discípulos indianos, Kirpal Singh, ainda não restabelecido da
enfermidade, partiu para a sua 3 digressão mundial depois de se ter
despedido no aeroporto de Delhi duma multidão de 12.000 discípulos
contristados.
Milhares de pessoas foram ouvi-lo por esse mundo fora. Juntavam-
se-lhe à volta como abelhas à volta do mel, e todas se deleitavam com
o néctar de amor que lhes era oferecido. Apesar da fraca saúde, o
Mestre atendia diariamente dezenas de pessoas, desde manhã cedo até
alta noite, para além dos seus discursos e conferências públicas. Como
um pai, abriu-se com os filhos e confessou-lhes: "VIM APENAS POR
VOSSA CAUSA."

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS

46. MESTRE SEMPRE PRESENTE!


Muitas pessoas acompanhavam Sant Kirpal Singh durante as suas
digressões, seguindo-o de país para país! Não importava o meio pelo
qual os discípulos viajavam, desde que pudessem ver e ouvir o Mestre
e contemplar os seus olhos cheios de amor. Ficavam felizes quando se
banhavam no oceano do seu amor.
Os momentos especiais com o Mestre permaneceram sempre nos
corações dos discípulos. Mas se umas vezes a alegria era a nota
dominante, noutras os olhos enchiam-se-lhes de lágrimas, quando se
aproximava a hora da despedida ou pensavam que não voltariam a vê-
lo. Sempre que Kirpal Singh deixava uma cidade ou país, aqueles que
o viam pela última vez ficavam inconsoláveis...
Mas mesmo vivendo do outro lado do oceano, o Mestre está sempre
com os seus discípulos. Zela por cada um dos seus filhos, guiando as
suas almas no caminho de regresso a Deus.

47. A CONFERÊNCIA DA UNIDADE DO HOMEM


Foi em 1974, poucos meses antes de o Mestre deixar o corpo. Uma
alegre parada de 100.000 pessoas desfilou demoradamente pelas ruas
de Delhi. Compareceu gente oriunda de todas as partes do mundo para
participar na conferência organizada pelo Mestre - uma conferência
que foi um exemplo brilhante dos seus ensinamentos.
Muitas outras conferências haviam sido organizadas anteriormente
reunindo pessoas da mesma confissão religiosa; mas esta era diferente.
Foi a primeira vez em centenas de anos que homens tementes a Deus
se encontraram sem se preocuparem com a religião de cada um.
Membros do Governo da Índia e de outros países cooperaram
esforçada e humildemente para fazer da conferência um sucesso.
"Toda a humanidade é una!", clamava a multidão em diferentes
idiomas. Corriam lágrimas dos olhos do Mestre; milhares de pessoas
haviam sido reunidas pelo amor a Deus e à humanidade.
Alguns discípulos adoeceram durante a estadia na Índia. E todos os
dias o Mestre os visitava paternalmente nos seus quartos para se
certificar de que eles estavam a ser bem tratados e a recuperar. Que

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS
surpresa para os pacientes ver o Mestre ao lado das suas camas!
Fizeram-se vários discursos para uma audiência calculada em mais de
50.000 pessoas. Coube ao Vice-Presidente da Índia o discurso de
abertura, em que elogiou o Mestre Kirpal por ter conseguido reunir
pessoas de tão distintas religiões, realçando a necessidade de todos os
homens viverem neste planeta como irmãos, como membros duma
mesma e única família. Mais tarde, o Primeiro Ministro falou da
harmonia, da paz e da unidade do homem.
Estava presente um dirigente budista japonês que, apesar de não falar
os idiomas da maioria dos presentes, se fez entender pela linguagem do
seu sorriso e dos seus olhos cintilantes. Kirpal Singh dizia
frequentemente que a verdadeira linguagem é a do amor.
Escutaram-se canções sobre o amor de Deus e dos grandes santos.
Não terá havido quem não sentisse a mesma necessidade de paz, amor
e unidade - uma unidade real que ultrapassa todas as diferenças raciais,
linguísticas e culturais.
No final, os trabalhos da Conferência foram sintetizados nalgumas
verdades fundamentais, de que destacamos a última: toda a
humanidade é uma só, e a felicidade e a tristeza de uma única pessoa
afecta todas as outras; para todos os problemas do mundo existe uma
solução única, resumida também numa única palavra: AMOR. O amor
é a base da unidade do homem.

48. O PÔR DO SOL


Assim como o Sol nasce e declina ao fim da tarde, também os
santos, que no seu corpo físico não diferem muito das pessoas comuns,
têm de deixar o corpo quando este já não lhes serve. Mas enquanto a
maioria das pessoas não quer deixar a terra, a família, os bens, os
amigos - e tem medo da morte! - os santos morrem sem receios.
Sabem que vão para o regaço de Deus e aguardam serenamente a
infinita paz, amor e alegria que desfrutavam antes de Deus os enviar à
Terra como mensageiros.
Nos últimos anos de vida, Kirpal Singh costumava dizer: "Estou no
crepúsculo da minha vida. O Sol está quase a pôr-se." Não obstante, a
mensagem que o Mestre insistia em transmitir aos seus filhos quando

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CURIOSIDADES BIOGRÁFICAS DE UM HOMEM-DEUS
se achava mais debilitado e prestes a abandoná-los fisicamente era:
"CONSERVAI O BOM HUMOR!"
Foi no dia 21 de Agosto de 1974 que Mestre Kirpal deixou o seu
corpo pela última vez.

49. QUANDO UMA LÂMPADA SE FUNDE...


...enrosca-se outra no seu lugar. A luz de Kirpal refulgiu como um
Sol, trazendo ao mundo uma vida renovada. Uniu milhares de almas à
Luz e Som interiores, abrindo-lhes o caminho para o retorno ao Lar do
Pai. De Leste a Oeste espalhou a mensagem de que todos os homens
são unos. Reuniu seres de todas as raças, crenças, nações, cores e
religiões. Deu ele mesmo um exemplo perfeito a ser seguido pelos
homens, servindo e amando a humanidade numa constante evocação
de Deus, Nosso Pai.
Palavras são meio insuficiente para descrever a dor profunda, o
desgosto que cada discípulo sentiu quando se espalhou a notícia de
que Mestre Kirpal havia deixado o corpo físico pela última vez. Mas o
bem amado Mestre deixou duas certezas aos seus filhos dilectos: uma
era que nunca abandonaria os seus discípulos até ao fim do mundo.
Como se sabe, quando o Mestre inicia um discípulo permanece nele
internamente, e quem seguir os seus ensinamentos e meditar pode vê-
lo internamente e falar com ele.
A outra certeza é que o Poder do Mestre está sempre presente no
mundo. Quando uma lâmpada se funde, outra é colocada no seu lugar.
Da mesma forma, quando o Mestre morre, o mesmo Poder continua
activo na Terra através do seu sucessor espiritual. O corpo pode ser
diferente - o Poder do Mestre é o mesmo. Deus é um só.

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Sant KIRPAL SINGH
Sant THAKAR SINGH
Literatura Disponível
Edições da S.H.P. em Português

LIVROS
 Espiritualidade, o que é  de Sant Kirpal Singh
 A Roda da Vida  idem
 O Mistério da Morte  idem
 A Coroa da Vida  idem
 Homem-Deus  idem
 Histórias que nos Fazem Bem  de Sant Thakar Singh
 5 Entrevistas com Sant Thakar Singh
 Elixir Espiritual  de Sant Kirpal Singh
 Sant Thakar Singh  notas biográficas

CADERNOS
 Meditação, Palavras dos Mestres
 Surat Shabd Yoga, uma Introdução
 Poder de Deus, Poder de Cristo, Poder do Mestre
 Regime Vegetariano do Ponto de Vista Espiritual
 Curiosidades Biográficas de um Homem-Deus
 A Holosofia e a Sociedade Holosófica de Portugal
 A História do Ramayana Contada às Crianças
 10 Canções de Amar e Louvar ao meu Divino Mestre
 Porquê Vegetariano?
 Sant Mat - Cadernos de Consulta (3 volumes)
 Psicologia do Misticismo: Amor, Concentração, Entrega
 Kabir, Santo e Poeta
 Outras Histórias que... também nos Fazem Bem!
 Ciência e Misticismo - Aspectos de Convergência
SOCIEDADE HOLOSÓFICA
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1700 Lisboa

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