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Artigo de Pesquisa

Efeitos da ativação muscular do tronco na estabilidade do tronco, potência do

braço, pressão arterial e desempenho em jogadores de rugby em cadeira

de rodas com lesão medular

1,2,3
Ingrid Kouwijzer 1.2, Mathijs van der Meer 1.2, Thomas WJ Janssen
1
Departamento de Ciências do Movimento Humano, Faculdade de Ciências Comportamentais e do Movimento Humano, Vrije
2 Amsterdã
University of Amsterdam, Amsterdam Movement Sciences, Amsterdam, Holanda,
3
Centro de Investigação em Reabilitação | Reade, Amsterdã, Holanda, Centro de Esportes Adaptados Amsterdã,
Instituto de Ciência do Esporte de Amsterdã, Amsterdã, Holanda

Objetivo: Em atletas de rugby em cadeira de rodas (WR) com tetraplegia, o desempenho da cadeira de rodas pode ser prejudicado devido à perda
(parcial) da inervação dos membros superiores e músculos do tronco e pressão arterial (PA) baixa. O objetivo foi avaliar os efeitos da co-contração
induzida por estimulação elétrica (ES) dos músculos do tronco na estabilidade do tronco, força/potência do braço, PA e desempenho da WR.

Delineamento: Estudo transversal.

Cenário: Laboratório de pesquisa de reabilitação e tribunal WR.
Participantes: Onze atletas WR com tetraplegia.
Intervenções: ES foi aplicado aos músculos reto abdominal, oblíquo externo do abdome e eretores da espinha. Para cada teste, a condição ES foi
comparada com a condição não ES.
Medidas de resultado: A estabilidade foi avaliada com tarefas de alcance, força/potência do braço com um teste isocinético em um dinamômetro,
PA durante um protocolo ES e desempenho da habilidade WR com o USA Wheelchair Rugby Skill Assessment.

Resultados: A distância geral de alcance (ES 14,6 ± 7,5 cm, não-ES 13,4 ± 8,2 cm) e a PA mostraram um aumento significativo com ES. Força de
braço (ES 154 ± 106 N, não-ES 148 ± 102 N) e potência (ES 37 ± 26 W, não-ES 36 ± 25 W) e as habilidades de WR não melhoraram
significativamente.
Conclusão: A ativação muscular do tronco induzida por ES afeta positivamente a estabilidade do tronco e a PA, mas não a força/potência do
braço. Nenhum efeito foi encontrado no desempenho da habilidade WR, provavelmente devido ao enfaixamento abdominal. Mais pesquisas são
necessárias para avaliar diferentes protocolos de ES (treinamento) e efeitos longitudinais.

Palavras-chave: Controle do tronco, Exercício, Tetraplegia, Estimulação elétrica, Reabilitação

Introdução O manipulação.2,3 Esses aspectos dependem em grande parte da

rugby em cadeira de rodas (WR) é um esporte dinâmico, originalmente
concebido para atletas com lesão medular alta (LM).
Nos últimos anos, ele evoluiu rapidamente, pois atletas com outras
deficiências podem jogar.1 Aspectos importantes são giro rápido da
cadeira de rodas, frenagem, aceleração a partir da paralisação e bola
Correspondência para: Thomas WJ Janssen, Faculdade de Ciências
Comportamentais e do Movimento, VU University Amsterdam, Van der
Boechorstraat 7, 1081 BT, Amsterdam, Holanda. E-mail: twjjanssen@vu.nl
Versões coloridas de uma ou mais figuras no artigo podem ser encontradas
online em www.tandfonline.com/yscm.
estabilidade do tronco e da força da extremidade superior,3–5 que
estão prejudicados na maioria dos atletas com LM alta, devido à perda
(parcial) da inervação da extremidade superior e dos músculos do tronco.
Para compensar essa perda de estabilidade, os atletas WR com
alto SCI em geral têm uma estratégia postural diferente, com uma
pelve mais inclinada para trás durante a sessão,6–10 usando músculos
diferentes para restaurar o equilíbrio6,7,9–11 e usando cadeiras de
rodas ajustadas com uma posição sentada profunda e enfaixamento
abdominal.11–14 No entanto, a amplitude de movimento do tronco é
bastante diminuída por esses ajustes.12,13

© 2020 O(s) autor(es). Publicado com licença por Taylor & 1111Francis Group, LLC
Este é um artigo de acesso aberto distribuído sob os termos da Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives ( http://creativecommons.org/ licenses/
by-nc-nd/4.0/) , que permite a reutilização, distribuição e reprodução não comercial em qualquer meio, desde que o trabalho original seja devidamente citado e não seja
alterado, transformado ou construído de forma alguma.
DOI 10.1080/10790268.2020.1830249 O Jornal de Medicina da Medula Espinhal 2022 VOO. 45 NÃO. 4 605
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Kouwijzer et ai. Efeitos da ativação muscular do tronco na estabilidade do tronco, força do braço, pressão arterial e desempenho

Ao lado da estabilidade e força limitadas, a perda da
inervação simpática sob o nível da lesão é outro fator importante
que prejudica o desempenho em atletas de WR com alta SCI.
Há menos vasoconstrição nos músculos inativos das pernas e
do tronco, resultando em acúmulo venoso e menor retorno
venoso ao coração.15–17 Portanto, a pressão arterial (PA) é
geralmente baixa e menos capaz de aumentar em resposta ao
exercício.
Além disso, há um efeito direto sobre a frequência cardíaca
em lesões altas de SCI.16-19 Devido à perda da inervação
simpática, a frequência cardíaca é apenas moderadamente
capaz de aumentar em resposta ao exercício, diminuindo a
entrada parassimpática. Como a perda da inervação simpática
não faz parte dos critérios de classificação, atletas com alta
LM apresentam desvantagem em relação a atletas com outras
deficiências com o mesmo comprometimento motor19–22; eles
terão uma frequência cardíaca máxima mais baixa, menor
potência aeróbica e potência
de pico.19,23 Para melhorar o desempenho do braço e do
tronco em pacientes com alta SCI, a aplicação de estimulação
elétrica (ES) foi estudada.17,24–26 Superfície ES nos músculos
eretores da espinha e reto abdominal aumenta significativamente
a rigidez do tronco em participantes saudáveis durante a
sessão.26 Além disso, ES implantado com efeito nos músculos
do tronco em alta SCI mostrou ter um efeito significativamente
positivo na estabilidade e alcance,27,28 e em mecânica de
propulsão da cadeira de rodas.29 Esses fatores
limitantes no desempenho da WR, juntamente com os
efeitos promissores do ES, levaram ao objetivo deste estudo,
que foi avaliar os efeitos da co-contração induzida por ES dos
músculos do tronco no desempenho da WR em atletas com
tetraplegia . A primeira hipótese era que a co-contração dos
músculos do tronco
levaria a mais estabilidade,26,28 e, portanto, maior distância
de alcance. A segunda hipótese era que a co-contração dos
músculos do tronco levaria a uma
posição do tronco mais firme e, portanto, levaria a um pico de
força e potência de pico mais altos durante um impulso de
braço. A terceira hipótese era que a PA aumentaria em
resposta ao ES, pois a co-contração dos músculos do tronco
também poderia levar a um aumento da pressão intra-
abdominal, levando a um maior retorno venoso. A quarta
hipótese era que o desempenho da habilidade WR melhoraria
devido à combinação de aumento da estabilidade do tronco,
força e potência do braço e aumento da PA.
Métodos
Participantes
Onze atletas de WR com tetraplegia participaram (Tabela 1).
Os critérios de exclusão compreenderam: tratamento de
reabilitação ativa no momento do estudo, disreflexia
autonômica em resposta a SE anterior, outras doenças e
condições que possam interferir no estudo, como úlceras de
pressão, febre ou doenças cardíacas e pulmonares, e uso de
medicamentos que interfiram em um dos parâmetros do
resultado, como betabloqueadores.
Os participantes foram recrutados em equipes de elite WR na
Holanda. Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética da
Faculdade de Ciências Comportamentais e do Movimento da
Vrije Universiteit Amsterdam. Todos os participantes assinaram
voluntariamente o consentimento informado.
Desenho do
estudo A estabilidade do tronco, a força do braço, a potência
do braço e a PA foram medidas no mesmo dia. Em um segundo
dia, as habilidades de WR foram medidas. Cada teste foi
realizado com e sem ES. Nem todos os participantes puderam
realizar todos os testes devido ao grande número de testes e
restrições logísticas. A ordem dos testes (isto é, ES ou não
ES) foi randomizada. Os participantes foram orientados a
esvaziar a bexiga para minimizar a chance de disreflexia
autonômica,16 a não usar meios que influenciassem o
desempenho 24 horas antes do teste.
A estimulação elétrica ES
foi aplicada usando um estimulador elétrico portátil com quatro
canais (Compex 3 Professional, CefarCompex, DJO Benelux)
e oito eletrodos autoadesivos (Enraf Nonius, EN-Trode, 50 ×
90 mm reto, Axelgaard Mfg. Co., Ltd .). Os músculos reto
abdominal, oblíquo externo do abdome e eretor da espinha
foram estimulados simultaneamente para criar co-contração.
Eletrodos de um par de eletrodos foram colocados proximal e
distal sobre o músculo e alinhados com o músculo
direção da fibra (Fig. 1). Foi utilizado um protocolo contínuo
com pulsos bifásicos. A frequência e a duração do pulso foram
fixadas em 30 Hz e 300 ÿs, respectivamente, e a amplitude da
corrente foi determinada individualmente. O nível de amplitude
(mA) foi aumentado até que pelo menos uma contração
muscular tetânica fosse visível e palpável, e posteriormente
aumentado até o nível mais alto tolerável para o participante
(ou seja, sem forte desconforto ou sinais de disreflexia
autonômica). Os valores de amplitude variaram entre 30 e 100
mA (Tabela 1).
Estabilidade do
tronco A estabilidade do tronco foi medida em nove participantes
e avaliada com uma tarefa de alcance (fig. 2). O participante
sentava-se em sua própria cadeira de rodas diariamente, sem
quaisquer amarras. O objetivo era afastar um tubo o mais
longe possível. Os participantes tiveram que alcançar para
frente, lateralmente (90 graus) e diagonalmente (45 graus). No
alcance para frente, ambos os braços foram estendidos em 90
graus de anteflexão do ombro. Na direção lateral e diagonal

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Kouwijzer et ai. Efeitos da ativação muscular do tronco na estabilidade do tronco, força do braço, pressão arterial e desempenho

Tabela 1 Características dos participantes.

Tempo Cadeira de rodas FES

Lesão Motor Desde rugby Amplitude Amplitude FES
Participante Idade (ano) Sexo Nível Completo Lesão (ano) Experiência (ano) Classificação Voltar (mA) Abdômen (mA)

47M C6 Completo 28 22 0,5 65 65

1 30M C4-5 Completo 8 5 0,5 70 70
2 29M C6 Incompleto 13 12 100 70
3 27M C6 Incompleto 4 1,5 1 75 65
4 33M C5-6 Incompleto 5 4 1,5 50 55
5 46M C6 Completo 17 15 1,5 60 60
6 60M C4-5 Incompleto 47 20 60 30
7 51M C7 45 Incompleto 34 22 1,5 55 75
8 F C4 Incompleto 14 2 2 90 90
9 46M C7 Incompleto 13 12 90 90
10 11 44M C4 Incompleto 10 3 2,5 2,5 3 3 50 30

o braço testado (tanto o braço dominante quanto o não
dominante foram testados) foi abduzido na posição horizontal
e o braço oposto foi colocado no peito ou no ombro
contralateral. A distância em que o participante conseguiu
retornar à posição original (e não cair para o lado ou para a
frente) foi considerada válida e medida em milímetros. Todas
as direções foram testadas duas vezes e
as pontuações foram calculadas em média para análise. Para
cada direção de alcance, o ES foi comparado com o não-ES.
Além disso, as pontuações de todas as direções juntas
(alcance total) foram calculadas e comparadas entre as
condições ES e não ES.
Força de braço e poder de braço
A força e a potência do braço foram medidas em cinco
participantes com um dinamômetro Biodex (Biodex System 3
ProTM Biodex Medical Systems, Nova York, NY). Foi utilizado
um protocolo isocinético (ou seja, movimento a uma velocidade
constante) com ligação em cadeia fechada. O participante
sentou-se na cadeira Biodex, com o punho em posição de
repouso lateral à crista ilíaca e o cotovelo em flexão de
noventa graus. O objetivo era empurrar o punho para longe
(0,24 m/s) e depois puxar para trás (0,61 m/s) até a posição
inicial, ambos com a maior força possível.
Os participantes tiveram seis tentativas por braço com e sem
ES. Antes do primeiro set, uma rodada de treino foi realizada.
Os dados brutos foram analisados em Matlab (Mathworks
Inc., Natick, MA R2015a). A potência principal do sinal foi
observada em frequências abaixo de 15 Hz. Os dados foram
filtrados com um filtro Butterworth passa-baixo (2ª ordem,
frequência de corte de 20 Hz) para remover o ruído. Potência da saída

Figura 1 Colocação do eletrodo no músculo reto abdominal, músculo oblíquo externo do abdome (esquerda) e músculo eretor da espinha
(direita).

O Jornal de Medicina da Medula Espinhal 2022 VOL. 45 NÃO. 4 607

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Figura 2 Alcance diagonal com braço dominante.
(W) foi calculado multiplicando o sinal de força filtrado (N)
com a velocidade correspondente (m/s). O pico de força e o
pico de potência foram determinados como a pontuação mais
alta em cada tentativa. As pontuações máximas de todas as
seis tentativas do braço dominante e não dominante foram
usado para comparar entre condições ES e não ES.
A pressão arterial
sistólica (PAS) e a pressão arterial diastólica (PAD) foram
medidas em dez participantes com um esfigmomanômetro
eletrônico automático (Omron, M6 (Hem-7001-E (v))) em
torno do braço esquerdo. Os participantes estavam em
repouso, sentados em sua cadeira de rodas diária. A PA foi
medida primeiro sem ES, depois após um e dois minutos com
ES, diretamente após parar com ES e após um minuto sem
ES. O participante foi instruído a não falar ou se mover
durante as medições.
Habilidades de rugby em cadeira de rodas
As habilidades de WR foram medidas com o USA Wheelchair
Rugby Skill Assessment2,30 em sete participantes. Esta
avaliação inclui cinco testes de desempenho de campo e foi
realizada na cadeira de rodas de rugby pessoal do participante,
incluindo faixas abdominais. Todos os testes foram realizados
com e sem ES.
O manuseio da bola foi testado com o Passing Skill Test.
O objetivo era lançar uma bola para o centro de um alvo na
parede. Três, dois ou um ponto foram concedidos ao acertar
o quadrado central, central ou externo,
608 O Jornal de Medicina da Medula Espinhal 2022
respectivamente. Os participantes tiveram três tentativas de
seis posições diferentes. A distância alvo dependia da
classificação do atleta e era de 3 e 4,5 metros
para jogadores de pontos baixos (classificação 0,5–1,5) e 4,5
e 6 metros para jogadores de pontos altos (classificação 2,0–
3,5).
As outras quatro habilidades de WR avaliaram a
velocidade e o manuseio da cadeira de rodas, medidos no
tempo. Os participantes tiveram que realizar um sprint de
vinte metros (duas tentativas), um sprint de resistência (uma
tentativa) em uma quadra coberta (13,4 × 28 metros), ups &
backs (uma tentativa) e um slalom (duas tentativas). Para os
ups & backs, foram colocadas sete linhas com 90 cm entre
as quais os participantes deveriam se impulsionar para a
primeira linha e depois retornar para trás até a posição inicial,
depois para a segunda linha e assim por diante. O slalom foi
realizado entre oito cones com 120 cm de distância entre
eles. Na condição ES, o ES foi desligado entre todos os subtestes.
No início e no final do teste, portas de temporização com
acelerômetros (Delsys Trigno Wireless EMG system, Natick,
MA) foram usadas para medir o tempo. Passando pelos
portões de tempo, um pico na direção z do sinal do
acelerômetro foi registrado. Esses sinais foram analisados
com Matlab. As primeiras vinte amostras dos dados foram
removidas por causa do ruído e cada sinal foi corrigido quanto
ao deslocamento. A partir daí, os horários de início e término
foram definidos automaticamente quando a aceleração na
2
. baseados em tempo,
direção z era >0,2 m/s. Nos subtestes
todas as tentativas foram usadas para análise. Para o
VOO. 45 NÃO. 4
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Passando no Teste de Habilidade, todas as três pontuações para cada A PAS e a PAD (Fig. 5) foram significativamente diferentes nas cinco
posição foram somadas. Todos os escores foram comparados entre a condições de teste, F(4, 36) = 23,57, P < 0,001 e F(4, 36) = 18,77, P <
condição ES e não ES. 0,001, respectivamente. Após um minuto com ES, a PAS e a PAD foram
significativamente maiores (PAS: P = 0,001, PAD: P = 0,005) em
comparação com a PAS e a PAD no início do teste sem ES (PAS: ÿ 39,2
Análise estatística A
± 18,04 mmHg, PAD: ÿ 21,80 ± 12,95 mmHg). Após dois minutos com
análise estatística foi realizada com SPSS (IBM SPSS Statistics 22,
ES, tanto a PAS quanto a PAD ainda estavam significativamente maiores
SPSS, Inc., Chicago, IL). Os dados foram testados quanto à normalidade
(PAS: P = 0,001, PAD: P = 0,002) em comparação com o início do teste
usando testes de Kolmogorov-Smirnov com correção de significância de
sem ES (PAS: ÿ 31,30 ± 15,13 mmHg, PAD: ÿ 16,50 ± 8,75 mmHg).
Lilliefors e testes de Shapiro-Wilk. Além disso, os escores z para assimetria
Imediatamente após a interrupção do ES, tanto a PAS quanto a PAD
e curtose foram calculados. Para as pontuações do alcance
diminuíram e não foram significativamente diferentes (PAS: P = 0,08,
PAD: P = 0,15) dos valores no início do teste sem ES (PAS: ÿ 14,00 ±
distância as suposições de normalidade das diferenças não foram
12,93 mmHg, PAD: ÿ 7,60 ± 7,96 mmHg).
atendidas. Portanto, o teste não paramétrico de postos sinalizados de
Wilcoxon foi utilizado para análise. ANOVA de duas medidas repetidas
com correção de Bonferroni para comparações pareadas foram usadas
para testar o efeito do ES na força e potência do braço. Condição ES (2),
Para o Passing Skill Test, não houve diferença significativa entre a
braço (2) e tentativas (6) foram usados como fatores dentro do assunto.
condição ES e não ES.
Para testar o efeito do ES na PA, uma ANOVA de medidas repetidas foi
condição (M = 14 ± SD 10 pontos vs. 13 ± 10 pontos, P = 0,45). Para o
usada. O teste de Mauchly mostrou que o pressuposto da esfericidade
subteste baseado em tempo, não houve diferença significativa entre a
foi atendido, indicando uma distribuição normal das variâncias das
condição ES e a condição não ES
diferenças.
condição (M = 23,3 ± SE 1,1 s, M = 23,7 ± SE 1,2 s, P = 0,16): sprint M =
7,9 ± SD 1,1 s vs. 7,8 ± 1,1 s; sprint de resistência M = 33,3 ± SD 5,4 s
Uma correção de Bonferroni foi usada para comparações pareadas. Para
as habilidades WR, a diferença entre ES e vs. 33,4 ± 5,1 s; ups & backs M = 45,1 ± SD 4,4 s vs. 46,6 ± 6,3 s; slalom
M = 22,9 ± SD 3,1 s vs. 23,3 ± 3,4 s.
não-ES dentro do Passing Skill Test foi testado com um teste t pareado.
Para os subtestes baseados em tempo das habilidades de WR, uma
ANOVA de medidas repetidas com correção de Bonferroni para
Discussão Com
comparações pareadas foi usada. A condição ES (2) e os subtestes (6)
o ES foi possível criar co-contração dos músculos do tronco em atletas
foram usados como fatores dentro do sujeito.
WR com alto SCI, induzindo mais estabilidade do tronco, representada
Em todos os procedimentos estatísticos, o nível de significância foi
por uma maior distância de alcance medida. O aumento da estabilidade
estabelecido em P < 0,05. Em resultados de teste significativos, os
provavelmente causou uma base mais estável para aplicar a força do
tamanhos de efeito r de Pearson foram calculados: r = 0,1 foi considerado um pequeno
braço, mas isso não resultou em uma força e potência do braço
efeito; r = 0,3 um efeito médio; e r = 0,5 ou acima como um grande efeito.31
significativamente maiores. Além disso, a estimulação dos músculos do
tronco aumentou significativamente a PAS e a PAD.

Resultados No entanto, as habilidades WR não foram significativamente melhoradas

Os resultados para a estabilidade do tronco são mostrados na Tabela 2 e com o uso de ES.

na Fig. 3. O alcance total com ES foi significativamente maior (9%,
tamanho de efeito grande) em comparação com a condição sem ES.
Das direções individuais de alcance, a direção diagonal com o braço
dominante foi a única tarefa que pontuou significativamente mais alto com
ES (33%, tamanho de efeito médio) em comparação com a condição sem
ES.
A força do braço foi 4,1% maior na condição ES em comparação com
a condição não ES. Este efeito, no entanto, não foi significativo (Média ±
DP: 154 ± 106 N, vs. 148 ± 102 N, P = 0,21). A potência do braço foi 2,8%
maior na condição ES em comparação com a condição não ES, mas não
significativamente diferente (37 ± 26 W vs. 36 ± 25 W, P = 0,24). A Figura
4(A,B) mostra os valores médios por participante em ambas as condições
ES.
A co-contração criada com ES levou a um aumento
estabilidade do tronco, refletida no aumento da distância de alcance.
Embora o aumento na distância de alcance com ES tenha sido pequeno
em sentido absoluto (distância total ÿ 1,2 cm, braço diagonal dominante ÿ
4,0 cm), em sentido relativo foi bastante grande (9-33%), um aumento
que pode fazer um diferença importante na posse de bola durante uma
partida WR. Para as diferentes direções de alcance, apenas a direção
diagonal do braço dominante melhorou significativamente com ES. Isso
está de acordo com estudos anteriores que descobriram que as direções
de alcance oblíquo são as mais sensíveis para investigar a estabilidade
dinâmica.7,32 Além disso, os atletas podem estar mais acostumados a
realizar movimentos de alcance controlados com seu dominante

O Jornal de Medicina da Medula Espinhal 2022 VOL. 45 NÃO. 4 609

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Kouwijzer et ai. Efeitos da ativação muscular do tronco na estabilidade do tronco, força do braço, pressão arterial e desempenho
Tabela 2 Tarefa de alcance (N = 9).
Não ES
Média ± SD Mediana Média ± SD Mediana ÿ ± SD pontuação z Valor P Tamanho do efeito r
Total (cm) 13,4 ± 8,2 12,5
Frente (cm) 11,9 ± 13,5 11,3
Lateral – braço dominante (cm) 15,3 ± 11,0 13,3
Lateral – braço não dominante (cm) 13,3 ± 9,2 12,0
Diagonal – braço dominante (cm) 12,6 ± 7,8 13,0
Diagonal – braço não dominante (cm) 14,0 ± 7,1 14,0
braço.15,32,33 Embora não tenha havido um efeito significativo na
direção frontal, um efeito útil funcional foi observado em vários
participantes; alguns participantes não conseguiram levantar os dois
braços a 90 graus sem cair para a frente. No entanto, com ES todos
conseguiram fazer esse movimento e sentar-se estáveis. Este efeito foi
observado várias vezes. No entanto, em ambas as condições, a
distância de alcance foi zero e, portanto, nenhuma diferença foi medida.
Força e potência do braço aumentaram com ES (4,1% e 2,5%,
respectivamente). Este efeito, no entanto, não foi significativo. Um
poder estatístico reduzido pode ser uma explicação. A Figura 4(A,B)
mostra que um dos cinco participantes teve uma diminuição na força
e potência do braço com ES.
Este participante teve um SCI motor incompleto.
Outro efeito importante da cocontração dos músculos do tronco é a
influência na PA. A vasoconstrição prejudicada no nível da lesão
resulta em acúmulo venoso e, portanto, menos retorno venoso e PA
mais baixa.16–18,21,23,34 A co-contração dos músculos do tronco
pode levar a um aumento da pressão intra-abdominal, resultando em
um aumento na pressão vascular média, o que facilita o retorno venoso
e, portanto, aumenta
BP.35,36 Outro mecanismo que causa um aumento na PA é a
disreflexia autonômica.17,35 Como o aumento da PA neste estudo foi
bastante alto após um minuto, esse mecanismo pode desempenhar
um papel adicional. No entanto, como nenhum outro sinal de disreflexia
autonômica foi aparente (por exemplo, dor de cabeça, náusea), a PA
já apresentou uma leve queda durante a ES e o rápido retorno aos
níveis normais após a cessação da ES, esse mecanismo é uma
explicação menos provável para o aumento da PA em nosso estudo.
A ligeira diminuição da PA durante o ES pode ser explicada pela rápida
fadiga dos músculos do tronco. Por causa dessa fadiga, haverá uma
co-contração menos forte e uma contração intra-abdominal
a pressão diminuirá ligeiramente com o tempo. Futuros estudos
longitudinais precisam ser realizados para investigar se diferentes
configurações de ES e várias sessões sucessivas com ES podem
levar a um aumento mais sustentado da PA.
Um efeito combinado dos resultados acima mencionados foi
hipótese de melhorar as habilidades WR. As habilidades de WR foram,
610 O Jornal de Medicina da Medula Espinhal 2022 VOO. 45 NÃO. 4
É
14,6 ± 7,5 12,8 1,2 ± 1,2 2,19 1,4 ± 3,3 0,03* 0,52
13,3 ± 12,2 14,5 1,18 ÿ0,1 ± 2,5 ÿ0,06 0,24 ns
15,2 ± 9,4 14,5 0,4 ± 3,2 0,89 4,0 ± 5,4 0,95 ns
13,7 ± 8,3 14,3 2,04 0,0 ± 2,7 0,53 0,37 ns
16,7 ± 9,8 14,5 0,04* 0,48
14,0 ± 6,8 12,3 0,59 ns
no entanto, não melhorou significativamente. Isso pode ser explicado
pelo fato de terem sido usadas cintas abdominais durante esses testes
e os testes terem sido executados em suas próprias cadeiras de rodas
ajustadas com posição sentada profunda. Em nossa opinião, era
importante manter os testes o mais específicos possível para o esporte,
então os atletas foram instruídos a realizar os testes em seu
equipamento normal de rugby, incluindo cintas abdominais. No entanto,
esses ajustes podem afetar positivamente a estabilidade e a aceleração
e desaceleração da cadeira de rodas,11,14 podendo, portanto,
ofuscar o efeito do ES. No entanto, os atletas relataram sentir mais
estabilidade em seu tronco com a adição de ES neste estudo. Eles
sentiram que o ES era benéfico, no entanto, às vezes também contra-
intuitivo porque não estavam acostumados a esse sentimento e exigia
uma coordenação de propulsão diferente. Em estudos futuros seria
interessante realizar um estudo longitudinal onde os indivíduos
pudessem praticar e treinar com ES.
Aplicações práticas e estudos futuros As regras sobre a
aplicação do ES durante os jogos de WR estão indefinidas e, portanto,
a questão se o ES é permitido durante os jogos está sem resposta.32
O ES não melhorou diretamente as habilidades de WR neste estudo
e, portanto, nesta etapa, não tem valor agregado durante o jogo.
No entanto, os benefícios do aumento da distância de alcance e da PA
também são aplicáveis na vida diária de pacientes com LM. Por
exemplo, o aumento da distância de alcance pode melhorar o alcance
de ferramentas e facilitar o autocuidado.
Além disso, o aumento da PA pode minimizar os efeitos negativos da
hipotensão e elevar os níveis de concentração ou estado de alerta.37
Esses resultados transversais mostram uma nova aplicação de ES e
podem ser um elemento básico para pesquisas futuras. Uma
abordagem longitudinal com sessões sucessivas com ES nos
músculos do tronco fornecerá informações sobre a mudança relativa
de fibras musculares de baixa resistência à fadiga para fibras de alta
resistência à fadiga em indivíduos com SCI.38 Esse efeito pode
potencialmente levar a períodos mais longos de estabilização do tronco
e PA aumento do que o medido no presente estudo. Em segundo
lugar, um 30 Hz
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Kouwijzer et ai. Efeitos da ativação muscular do tronco na estabilidade do tronco, força do braço, pressão arterial e desempenho

Figura 3 Gráfico de dispersão com linha de identidade. Todos os valores acima da linha de identidade indicam um valor mais alto na condição ES
em comparação com a condição não ES. Cada símbolo representa um participante. A. Direção de alcance total. B. Direção de alcance para frente.
C. Direção de alcance lateral com o braço dominante. D. Direção de alcance lateral com braço não dominante. E. Direção de alcance diagonal
com braço dominante. F. Direção de alcance diagonal com braço não dominante.

frequência, duração de pulso moderada (300 ÿs) e alta amplitude e escolhido para garantir que os valores fossem altos o suficiente
39
ajustada individualmente foram usadas neste estudo. para criar uma contração tetânica, mas não muito altos para que o
Essas configurações estavam de acordo com outros estudos 22,25,26 efeito da fadiga pudesse ser minimizado.40

O Jornal de Medicina da Medula Espinhal 2022 VOL. 45 NÃO. 4 611

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Kouwijzer et ai. Efeitos da ativação muscular do tronco na estabilidade do tronco, força do braço, pressão arterial e desempenho

Figura 4 Gráfico de dispersão com linha de identidade. Todos os valores acima da linha de identidade indicam um valor mais alto na condição ES em
comparação com a condição não ES. Cada símbolo representa um participante. A. Força do braço. B. Força do braço.

Com essas configurações foi possível criar cocontração em todos os estabilidade investigada com medição do centro de pressão ou por
nossos participantes. No entanto, pouco se sabe sobre as configurações registro de movimento com sensores ou câmeras, que não possuem
ideais para essas variáveis. Estudos futuros devem se concentrar em essa limitação.11,44,45
diferentes configurações e protocolos de ES para induzir co-contração
e alta estabilidade do tronco com fadiga muscular relativamente baixa. Conclusão Este
Por fim, o efeito do ES abdominal na função respiratória não foi
estudo mostra que o ES nos músculos do tronco tem um claro efeito
investigado no presente estudo. Estudos anteriores mostraram que o
positivo em diferentes medidas de desempenho em atletas com alta
ES abdominal pode ter um efeito agudo no pico de fluxo da tosse e na
SCI. A estabilidade do tronco e a PA aumentaram.
pressão expiratória máxima.41– Pode-se imaginar que o efeito do ES
Nenhum efeito significativo foi encontrado na força e potência do braço
abdominal contínuo na função respiratória também pode influenciar o
e nas habilidades de WR. Mais pesquisas longitudinais são necessárias
43
desempenho da cadeira de rodas. Estudos futuros devem atentar
para avaliar diferentes protocolos e configurações de ES (treinamento).
para esse aspecto.
Este estudo mostra que ES é uma intervenção promissora no esporte,
reabilitação e vida diária.

Limitações A Agradecimentos Os autores

primeira limitação deste estudo foi que os testes foram realizados em gostariam de agradecer a Viola Altmann, Sint Maartenskliniek,

um pequeno grupo de participantes. Portanto, o poder estatístico foi Nijmegen, Holanda; Karin Gerrits, Departamento de Ciências do

reduzido. Outra limitação desse pequeno grupo foi que não foi possível Movimento Humano, Faculdade de Ciências Comportamentais e do

distinguir diferentes subgrupos para explicar a variabilidade dos Movimento Humano, Vrije Universiteit Amsterdam, Ciências do

resultados, por exemplo, possíveis diferenças entre indivíduos com Movimento de Amsterdã, Holanda; e Linda van Vliet e Suzanne

LM completa em comparação com LM incompleta. Uma segunda Romviel, Centro de Pesquisa em Reabilitação de Amsterdã | Reade

limitação foi o efeito imensurável que encontramos na tarefa de Amsterdam, Holanda, pelo apoio com o protocolo de pesquisa.
avanço. Alguns outros estudos

Declarações de isenção de responsabilidade

Colaboradores Nenhum.

Financiamento Nenhum.

Conflitos de interesse Os autores não têm conflito de interesses

declarar.

ORCID

Ingrid Kouwijzer 3509 http://orcid.org/0000-0003-1012-

Figura 5 Pressão arterial em diferentes condições ES no tempo. *indica

Thomas WJ Janssen http://orcid.org/0000-0001-
diferença significativa em relação aos não ES no início do protocolo.
6762-131X

612 O Jornal de Medicina da Medula Espinhal 2022 VOO. 45 NÃO. 4

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Kouwijzer et ai. Efeitos da ativação muscular do tronco na estabilidade do tronco, força do braço, pressão arterial e desempenho
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