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PRIMEIRA PARTE con DOS PRINCIPIOS DO CONHECIMENTO HUMANO- 1. Para exminar vere 6 neti, plo mente vet na a pr todas a oss em ida, ato quan spade. Porque fomos rianas anes de sermos homens, porgue jules mos ort bem oa mal as coisa que se N68 apreseaaram aos seatdos ‘quando ainda no vnbamos complet uso da azo, hé varios julos [rciptads que nos impedem agora de alcangar 0 conhecimesto da ‘verdad: [ede tl manera non trmam enfants gv] 36 consepuioos ‘uma vez ma vida, de fodas a coisas er que encontrar & minim ‘stopeita de incerta, 2. ambi, ue comierr com fala lato cole eves pode david. Seri mesmo muito sil rejeitarmos como falas todas aquelas cor sas em que pudermosimaginar a misima dvida, de modo aque [se ‘excobrtos algumas que apse de tal precangao] nos paren el ‘mente Verdaderas, possamos considera que tamibn las sho milo ‘eras eas mas faces que €possvelconbece. 43. Mo devemos, de mod alga, war eta diva para a ‘vena ds nasa ages. CConvés fenretanto nour que de modo nenhum entendo} jue nos sirvamos de forma to geal do duvidar, a nlo ser quando comecar- ‘mos spliear-ne 8 contemplag da verdade. Pols em tudo ull que Az espeito 3 erienagto da nossa vida muitas vezes somos obrigndos ‘seguir opinies apenas verosiels, dado que as ocasdes de age n “desspareceriam quase sempre ants de nos Hibertarmos de todas 2s “ividas.E quando se encontram vias dessasocasides de api acerca ‘eum mesmo assunto — ainda que ni concedamos,talvez, mais ‘versimilhang a uma do que a owas sea acqao no peamitedemera) Tt razio exige que escothamos una dels [e que, aps tla esco- Ido, sizamosfimemente como ea tivésemosjulzadocertsimal 4 Por que rao se pade david des coisas senses ‘Mas para que nos ocupemos apens do objectivo de investigar a verdad, em primeiro lugar dovernos duvidar se de todas ak cosas que ‘afram so a alga doe nosos sentidos ou que algoma ver imaging ‘os, algumsexistam [verdadezamente no mundo). F duvidaremas elas, unto porgue a expergncia nos mostou que os Setidos nos ‘spganarenemn vive oasis, « po ino erin paca cotiar ‘demasiado naqueles que j nos enganaram, mesmo que vss sido 36 ma vez, como também porque quando dormimos sonhamos quase sempre, ¢ eno areceos que sntmesvivamentseimaginamos cl ‘amen uma infinidade de coisas qu no se encontram onde a spo- ‘os, Quando assim estamos resolvidos a dvida de tudo, no eta sinal que nos poss indica se os pensamentos que nos vém em soahos So mais falsos do que ours. 2: Por que ra pode mbm, iar ‘es demonsragies de Mtoe Tamim dias de os can nis aca tos pureceram muito cetas, mesmo das demon temdica © tos seus principio, embora em si mesmos estes sejam conbecids, Porguc hi omens que se equvocaram no seu racoctio sobre tas matrias; mas prinipalmente porque temos ouvido dizer que Devs, que nor eon, pode fazer tudo‘ que the agradae nfo sabemos ainda $s ede tl mci eos sempre ego ae relago As coisas que supomos conhocer melhor, Visto que Ele per mit que nos tenhamos enganadoalgumas vezs, como jé observe, or que nso pemitria que nos enganssemos sempre? E se queretnos Imaginar um Deus todopoderoso que nlo€ autor do nosso ser, © que subsitimos por nds proprios ou por qualquer outro meio por supor ‘mos tal autor menos poderos,teemos sempre rao para ce que no Somos to peretos © que podemos ser contimamenteenganados. 8 6. Samos dads do re arbi de not astermos de considera af cos daidosas, asim evar seme ‘nena. Eniretano, mesmo que Aguele que nos erou fesse tado-poderos, mesmo que sentsseprazer em nos engunar, em po ss, sempre {que nos sprouver, deizaamos de seni em nds a lberdade de evar reeber as costs que nfo conhecemos bern, e assim vias vernos ‘nganados. 2.86 poderemos dvidar Se exstomae et 0 prio conherimento cer (qu e pode ad). Cin rejeitamos tudo agulo de que podemos duvidar ou qu ime- ginamos sor false, eupomos fsimente gue nio ht Deus nen Ces em Tera, e que milo feos comp. Mas enguano duvidamos da ver de de todas estas cosas poderamosigulmente supo que no exis- timo: com cfeit,temos tanta epugndncia em concsber que agele ‘que pena a existe verdaderamente ao mesmo tmp gus pens que Iapesar das mais extravagantes suposiges) no poderiamos impedir- os de acreditar que a conclusdo pens, log exstonlo sea verde dra, € por conseguime a primeira e a mas cert que se apresnts _ quele que conduz os seus pensimentos por onder. 6A seguir mbm xe conece a dingo ere 4 aia ‘Também me parece que este éo meio mais adequado para conbe- ‘era nature dala enguano substinia completamente distin Jo ‘corpo. Pogue, examinando © que somo, nis, que ensamos agora, extamos persudios de que for do passmentonio hé nada que sea ‘ou ein vordadeizamenta, © conesbomo claramcnte ue, far es Bo femos necessidade de extensio, de igura, de estar em gualgue liga, ‘em de outa cosa que se poss abr ao corpo, ee exstimos ape _nas poraue pensames. Por consepunt, a nod que terns de alma oo ‘de pensamento precede aque temas de corpo ea € mais cert visto ‘que ainda duvidamos que no mundo haj corpos, mas sabemos sa ‘mente que ponsmos. 5.0 qu £0 penameno Pela plavrapensamentoeatendo tudo quanto core em ns det ‘maneir aun tars imedistamente por nds morios: € pr iso ge 2» _NOVERSOADE FEDERAL 0 PARA ‘BBLIOTECA CENTRAL» compen, gure, gina, ms tm sei, so mesma coin

as idias dos némeros das fguas ou unda a seguinte nog: ase ‘crescentamos quaatidadesiguais «ours quantidades igus, 0 todo ‘Ser igual, e mutas outras io evidemes como est, por meio das ‘gis se Loma fil, por exemplo, demonstar que os ts Snguls de 1 tritngulo slo iguais dois ects, et. Enquanto spreende ests ‘noes, be coma tondem pela qual deur tal concluso ou outa femelhanes, 0 pensamento achase muito seguro da sun verdade Prem, como aio podia pens sempre assim com tata aenglo, ‘quando se lembra de alga concusio sem ter em conta a ordem Sha demonstagio, pensando no entanto que © autor do seu ser tia potido ero com tal natufera mesmo ses iadisse em tudo 0 qve Ine parece muito evident, v8 tem gue tm Justa razSo para descon- fiar da verdade de tudo aguilo de que nio se apecsbe dsintamente, ‘endo poderia er nenuma coca cera antes de aver eonhccido ‘Aguele que 0 crow 12) poset dmonsrar que Deus ele apenas pore ‘ocetdade deter ov de eit ed compreenida a nopdo gue emas Ble. ‘Quando psterionnente 0 pensamento passa em revit as diversas dei 8 nogies que esti ems af enconta a nog de um ser omni cient, todo poderoso e extremamente perfeito [efaclmentejulga, sravés do que aprende em ta ide, que Deus, que € es Se 1000 peveito, ou existe: com eft, embora 0 pensamentopossua distin: tas elas de maitas utras coisas no enconta naa que o ceriique ‘ exntncia do seu object] e observa nessa iin nfo-somente uma ‘xiséncia posse, como nas outa, mas absolutamentenecesiia © ‘tema, E como vé que na idsia que fe dotingulo se encontra com> frendio que os sous tds ings edo igus a doi ectos, da mesma Ianeira eo pelo facto dese aperceber de que a existncianecess- Fae stems ext compre nein dem Ser perf. deve con lui que um tal Set, todo perio, € ov existe 15, Aneceaidade de ser do etd asin compendia anor qu et datas ca, mat omen ‘no poder (© pensamento poder sind asegurar-se melhor da verde desta ‘opelusto se se prevent de que nlo tem em sia dela ou nogso de enum outa casa em que poss econecer wns existing sje ‘sim absoluamentenecessris 6 por iso saber que a dei de um Ser todo perfeito no et nele por ego, como se oss uma quimers, 2 mas, pelo contro, s6 porque nele est impessa uma naturezn imu tive everdaderee que necessaviamente deve exist, dado que 46-6 ossivel ser eaneebido como tendo exitécianecesiria. 16.05 preconcsInpedem que muitos comecam larament eta ncetdase de ser que ets em Deas Se a nosa alma ou pensamentoestivess live de preconcits 0 teva nenhumadifculdade em se persuadir desta verdad; mas como estamos habtuados s distnguir a cssécia da exsnca em todas as ‘utas cosas e como nos € pssvelimaginar a nosso bel-pazer mui {as idlas de coisas que nunca eo exisado e que aver nunca exis tio, se io clevarmos © nosso esprit, como deve ser, & conte lo dense Ser todo perfito, pode suceder que duvidemos se 4 idia | tomor dle nso sera uma dar que imaginimor, ou dan ue #80 posses, embora a existéncia no eteja pecestriamente compreen- ide na sua atueza 27 Quant mais concbemor a perio mama cote, tno (tt devon rer que asus casa deve er tambon mas pera An disso, quando refletimos sobre as diversas ideas que esto em ns. acimente nos aperebernos de gue nfo exise muta deren fre cits enguanto as consderamos simpesmente como as depen ‘encias da nossa alma ou do nosso pensamento,havendo casos em que tuma representa uma cis, e outa eprescnta outa, mesmo que a soa aut seja to pereita quanto a perfegio do objeto que represen. ‘Assim come nos diem qu alguém peasou numa méguina em que hi ‘muito atic, temas razio para nos interogar Como pe 1 esi ei: se viwe5sa miquinanalgum lado ou se aprenden a cieia das Moetoicas, on wr & doe de ma tal wivardade de esi qu 4 tena investado por si mesmo sem ter visto nada de semethanc, por ‘que todo o arco represerad na ieia que esse homem tem, como rum quar, deve estar na sua primeira e principal causa, ado-somente or imitagdo, mas da mesma maneira ov de una forma ainda mais ‘eminent daguela que fi representa, 18. Por sso, uma vezmal spe demonstra que Dess existe De igual modo, porque encontamos em nés a ideia de um Deus ‘ou de um Ser sumamente perfeio, podemos investigar a causa que ‘etermina essa ideia em nes, Todavia, depois de er penderado com a 3 ‘nERIOADE FEDERAL DO Pa. ‘RAUCTECA CTRAL evi tengo como so imensas as prfigbes qu tal ideia nos repre ‘sea, smo obrigndos a confesar ge 86a poderiamos te a pari de lam ser muito pereto, Ou seja: de um Devs que € verdadetramente [ou que existe] porque, pela lu natal, sabemos que 0 nada no pode sr aorigem do que quer que seja © que © mas perfeito no poderia ser wa consequenia ou uma dependéaca do menos pefio, mas também por verificanmos [por meio desta mesma luz] que € impos ‘el que tenhamos dela ot imagem do que quer qu Seja se em nds (fora de nés nto houver um original que engloba todas as pereics Tae asi se nos epreseatmn]. Mas como sabemos que estamos sub- ctidos a muta impereiges[e que nfo possumos essa extrema per feigo de que temor dea), devernos contr que clas esto magma natureza diferente da nosa,e na veréade muito perf, iso 6 em Des plo menos gear parkparan de aco, =e inde £9, Embora ndo compreendamos to 0 qe ests em Deus, ‘dia ndo Ih nada que no conhegames to claronente ‘come as as pros. No veo qi dificuldade de maior para aqueles que babituaran © split & contemplago da divindade ereconbeceram as sus infinitas| perfeigdes,Ainda que nfo as compreendamos, visto que a natureza do {Sfnite& tal que pncamentas ioe nko pari compen. tentanto concebemo is mai clam e disinamente Jo que a coisas ‘materia [queso mals simples eno esto Tmitadas, por isso 0 que Concsbemes a su respeito 6 muito menos confuse. Pot consepunt, ‘no he especulapd que aperfelgoe mais o nosso entendmento © que tena mais importnca do que ea] tanto mais qu 2 conslderao de tim objecto que nfo pose! limites nas suas pefeiges nos enche Jo satsfagoe segurancs. 20, srk ni came i pring ca Dea, por concen, hi Deus ‘Mas nem tad gente o leva em considera como deve. Sabe- mos perfetamente quando e como temos uma ideia de qualquer ‘maquina ceia de arificio; mas como nio conseguimos records, pena defer estado sempre em nés, quando e come Deus nos coms ‘oa idea que tos Ele, € indispensivel que quem tem em sia dela das perfeigesinfinitas que esti em Deus faga ainda uma revi- ‘So procure o sulor da nossa aa ou do nosso entendumeao). Por- (gue aguele que cone alguma coisa mais pefeita do que si proprio ‘Bo se deu 0 seu proprio ser, visto que, plo mesmo proceso, terse 4 in dado todas as perfeiges de que tivesse conhecimento; em poder subsists por nenhum out meio sendo por Aquele que posal eft ‘vamente todas estas prfeigb, isto 6, Deus DIA simples duapto de nasa vida syfcente pra ‘denonor que Deas ei [Nlo creo que se possa duvidar da verdade desta demonstragfo desde que se ateada }natreza do tempo ou dura da nossa vida, eas partes no dependem ums dak outst nem nunca exivem como lum todo; pr exstmos agora, no se deve concur acessriamente ‘que ainda exstamos um momento depois, nfo ser que alguma causa, {mesma que nos prouzi, continue a preduir-nos, ito 6, a conser: ‘varnos Esahemos que nio hi forga em ns pela qual ossamossub- sisi ou conservar-nos a és proprios por um s6 momento, e que ‘Aquele que poss ato poder que alé os faz sbsistr fra dest © ros conserva, deve conservarse a si prprio pols mio carece de ser ‘onservado se por quem fr js que € Deus. 22. Conhcendo que hb wm Dens, pela forma como aut ‘explico, ambén se conece odo es arbto, to ue podem er chee pena plas naa ‘Ao provarmos desta forms a exisénca de Deus temos anda mais uma vantagem, pois pelo mesmo presto coahecemas 0 que Ele 6, tanto auano 4 aaa da nose nalarezs 0 nermite. Ao reflec ‘mos sobre a idea que nturamentefazemos dE, vemos que 6 ete, ‘miscenee todo-poderoso, que € a origem de tod bondade © ver= ‘ade, o crador de todas as cotsas, € que, fnalment, tem ems odo ‘gull em que podemos reconhecer algums peceigo infin, ou que ‘no ets limita por nena impertig, dos sentios; e no € 0 autor do pecado. Com eit, hi coisas no mundo que so limitadas e de qualquer smaneir impefeitas,emboranotenoeelgumas perfeigoes meas; mas concebemos que 0 € posivel que algumas deiasexejam em Deus. ‘Assim, dado que a extensio consti a atueza do corpo, e qe aquilo| «que € extenso pode ser dviido em varias pues, € aus uma tal eos donots uma impertoiia eonclmos que Deas nao € moma. note sje ais vanayet vfs deo hones posure senor, no enn, como as sensagdes se formaram em nés por impressbes ‘que vm do exterior, o que significa uma independéncia,conciimos 3s

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