Carisma Do MCC

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O Carisma do Movimento dos Cursilhos de Cristandade (MCC) - Esséncia e Finalidade 1- Introdugiio A Igreja reconheceu formalmente ao MCC um Carisma préprio, original e genuino, que o caracteriza, identifica e distingue dos outros novos Movimentos, Associagdes e Comunidades na Igreja. Do aprofundar do estudo do Carisma do MCC a Igreja espera uma renovacdio do Movimento, para uma maior fidelidade a sua inspiracdo original, para uma maior fidelidade 4 missdo que Ihe foi dada pelo Espirito Santo ao suscitar este Movimento na Igreja e para poder levd-la a cabo em constante sintonia eclesial, para que assim se manifeste a forga da comunhao. O Papa Joao Paulo II, na IIT Ultreia Mundial, em Roma, a 29 de Julho de 2000, pediu a renovago do MCC para dar respostas aos desafios da nova Evangelizacéio no nove milénio: “Apoiando-se nas suas ricas experiéncias espirituais, que sto um tesouro, aceitem os desafios que 0 nosso tempo coloca & Evangelizacdo e sem medo deem-Ihe resposta”. 2- Carismas 2.1- Que sto 0s Carismas? Na origem dos movimentos estd sempre uma Graca especial, concedida por Deus d Igreja de um modo direto ou indireto, servindo-se Deus de certas situagBes histéricas da Igreja ou da sociedade ou de certas necessidades dos homens, a que é necessério e urgente dar resposta. Carisma é uma palavra que vem do grego kharisma e que deriva da palavra kharis (graca). Carismas so dons de Deus, distribuidos pelo Espirito Santo a uma ou vérias pessoas, ndo para beneficio préprio, mas sim para beneficio de todos e para edificacdo do reino de Deus, ou seja stio dons de Deus que nos capacitam para o bem de todos ou ainda sto dons de Deus para o bem da Igreja. 2.2- Discernimento dos Carismas: Os Carismas séo universais ou seja, hé Carismas para todos; os Carismas sto variados, pelo que hé Carismas para todo e qualquer um de nés. E sempre necessdrio 0 discernimento dos Carismas; nenhum Carisma dispensa a refer€ncia e submissdo aos Pastores da Igreja, Os Pastores da Tgreja tém o Carisma de discernir os Carismas, tém a responsabilidade de apreciar a sua genuina natureza ea sua devida aplicacéo, nao para sufocar mas sim para enquadrar devidamente. 2.3- Qual é o Carisma do MCC? © Carisma do MCC é um dom que o Espirito Santo derrama em sua Igreja, que cria uma mentalidade e um movimento laical diocesano, que mediante um método prdprio e através da amizade, busca a conversio através do triplo encontro pessoal conosco préprios, com Cristo e com os Irmdos, possibilitando a vivéncia e a convivéncia do fundamental cristéo, ajudando a descobrir, a viver e a realizar a vocacao pessoal, no respeito pela mesma, ¢ proporciona a criagdo de nticleos de cristaos que vaio fermentando de Evangelho os ambientes. © Carisma dos Cursilhos, surgiu com forca e para dar vida; o Espirito Santo lancou, sobre o mundo, uma onda de esperanca. 3-Definigiio ou descrig&o do Movimento dos Cursilhos de Cristandade Tem havido vdrias tentativas de definir ou descrever 0 MCC; vejamos uma delas: "O MCC é uma Associagio de figis leigos, atuando na Igreja catélica, que tem por finalidade preparar liderangas cristas para atuacdio nos ambientes e estruturas, fermentar o Evangelho, pelo testemunho e pela acao pessoal e organizada dos seus membros, formar dirigentes para a expanstio do movimento e zelar pela fidelidade ao Carisma, a esséncia, d finalidade e ao método do MCC". Esta definic&o parece-nos bastante incompleta, ao definir 0 MCC como Associagdio que ndio é, como veremos mais d frente, ao nao referir como membros os Sacerdotes e ao nao referenciar a descoberta e realizactio da vocaciio pessoal de cada um dos seus membros. Comparemo-la com a definigéo do MCC que vem no n°74 do Ideias Fundamentais: “Os Cursilhos de Cristandade (0 MCC) so um movimento de Igreja que, mediante um método préprio, possibilitam a vivéncia e a convivéncia do fundamental cristao, ajudam a descobrir e a realizar a vocacdio pessoal e tornam possivel a criacao de nticleos de cristdos que vdo fermentando de Evangelho os ambientes". Entéio quem somos? - Somos um Movimento! - Somos um Movimento de Igreja! - Que tem um método préprio. - Que permite a vivéncia e a convivéncia do fundamental cristo, - Que ajuda a descobrir, a viver e a realizar a vocacdo pessoal, no respeito pela mesma - Que torna possivel a criacio de nticleos de cristaos. ~ Que vaio fermentando de Evangelho os ambientes. 4- Esséncia do MCC Nesta definicdo ou descrigado de MCC, referida no Ideias Fundamentais, fica claramente assinalado o seu qué, a sua Essén O MCC, sendo algo vivo e dindmico, estd sujeito a mudancas e aperfeicoamentos; estd em renovacdo permanente, O MCC foi evoluindo ao longo da sua existéncia, adaptando-se ds situagées da Igreja e do mundo. Porém o MCC, como tem vida prépria, possui um niicleo interno que faz com que ele seja e continue a ser aquilo que é através de todas as mudancas. E essa a sua esséncia. Por “esséncia” entende-se o que é permanente e invaridvel, 0 que é necessdrio e indispensdvel, a medula do MCC. Podem mudar as circunsténcias mas a identidade do niicleo interno, a esséncia mantém-se, ela é imutdvel. Nas palavras de Romano Gardini “Cristianismo ndo é, em Gltima andlise, nem uma doutrina da verdade, nem uma interpretagto da vida, Também é isso mas nada disso constitui a sua esséncia nuclear, A sua esséncia é constituida por Jesus de Nazaré ..” Vemos assim, que a esséncia da Lgreja é Jesus Cristo e como o MCC é um movimento de Igreja a sua esséncia é também Jesus Cristo, Numa andlise mais detalhada, 0 MCC, os Cursilhos de cristandade, baseiam a sua ess€ncia na Boa Nova do Amor de Deus. Por conseguinte a ess@ncia dos Cursilhos é - A realidade do Amor - A realidade da Amizade - A realidade de que Cristo € meu/nosso amigo A Boa Nova de que Deus, em Cristo, me/nos ama, 5- O MCC é um movimento E um movimento porque é um conjunto de pessoas que livremente se associam, onde nao hd lagos juridicos. Num movimento as pessoas ndo se inscrevem, ndo pagam quota e ndo sto membros de qualquer Associacdo: a participago no movimento é livre e aberta a todas as pessoas que demonstrem simplesmente vontade de ser parte ativa do mesmo. 6- O MCC é, assim e por isso, um Movimento de Igreja E um movimento de Igreja porque é um conjunto de figis - Sacerdotes e Leigos - livremente associados, pela sua vontade de compartilhar, a partir de uma experiéncia comum de encontre com Cristo, um itinerdrio de fé, uma mentalidade (ideias, critérios, conviccées, valores, atitudes e opcées) e uma inteng&o comum, como resposta solicitada pelo Espirito Santo em ‘cunstancias concretas, e que se organizam para fazer apostolado, Para poder participar no MCC basta ter vivido a experiéncia de um Cursilho de Cristandade e demonstrar vontade de fermentar de Evangelho os seus ambientes. Foi o Santo Padre Jodo Paulo IT quem primeiro utilizou a palavra movimento para explicar 0 mistério da Igreja Oucamos as suas palavras, dirigidas aos Movimentos Internacionais Catélicos, em 27/09/1981: “Como bem sabeis a prépria Igreja é um movimento. E, sobretudo, é um mistério: 0 mistério do eterno amor do Pai, do seu coracdio paterno, onde comeca a misstio do Filho e a misstio do Espirito Santo. A Igreja que nasce dessa missdo é missionéria. Ela prépria é um movimento que se inscreve na histéria do homem - pessoa e das comunidades humanas. A proclamagdio dindmica do Evangelho comegou com a vinda do Espirito Santo em forma de vento e fogo. A mensagem da morte e ressurreictio de Cristo nao é um acontecimento estdtico. Exige movimento. Trata de atingir outros. Exige ser espalhada ao longe e amplamente”. Sdo também de Jodo Paulo II estas palavras: "O Vosso Movimento pede-vos que sejais fermento na massa do mundo ... atuando no mundo" 7- Finalidade do movimento dos Cursilhos de Cristandade (MCC) Toda a mensagem tem um destino. Esse destino é 0 que dd sentido a mensagem. A finalidade é 0 “objetivo” do para que se faz qualquer coisa, A finalidade é 0 destino da esséncia. A finalidade do carisma dos Cursilhos dirige-se a Pessoa e a todas as pessoas. A finalidade é dar a conhecer a todas as mulheres e homens do mundo a Boa Nova de que “Deus, em Cristo, me/nos ama”. 7.1- Como se consegue esta finalidade? Esta finalidade consegue-se “Fazendo Cristdos para edificar cristandade”. a) Fazer Cristéos é procurar, com toda a nossa fé, que todos os batizados sejam - Santos, vivendo em graca, caminhando em sintonia com a Igreja; - Apéstolos, preocupando-se para que Cristo viva em todos; - Homens e Mulheres com personalidade profunda e incisiva na normalidade; - Do seu tempo, ao ritmo das suas necessidades e exigéncias. b) Edificar cristandade consiste em “Despertar todo 0 corpo mistico”. 7.2- Para onde se orienta a finalidade dos Cursilhos? A finalidade dos Cursilhos orienta-se para a fermentagdo da vida ordindria ou seja para a fermentagdio dos ambientes em que cada um vive; esse fermentar, na éptica dos Cursilhos, implica trés tempos essenciais: Quem, Como, Para quem e onde. a) Quem é que hé-de levar o fermento e fermentar? Somos nés; b) Como havemos de fermentar? Sé hé um caminho ou método, através da amizad c) Para quem levamos o fermento e onde devemos fermentar? Para aqueles que vive nos nossos ambientes. Sem qualquer duvida, é evidente que todas as pessoas hdo-de saber que Deus as ama. Todas as pessoas hio-de desfrutar do amor de Deus. E entre todas as pessoas do mundo, a atenciio do carisma dos Cursilhos destina-se e dirige-se de uma forma especial para os afastados, aos que andam afastados do Senhor. 8- Finalidade essencial dos Cursilhos O fim ou finalidade essencial dos Cursilhos é, pois, criar um mundo de amigos nos nossos ambientes e esta finalidade do MCC pode considerar-se centrada em trés conceitos: Afastados, Ambientes e Amizade. 8.1- Afastados: Sdo os que néio tém fé, ou nao sabem se a tém, ou néo querem ter fé, porque vivem absorvides pelas coisas que julgam importantes, mas que ndo os enchem. Sto 0s que ndo esto informados, ou estdo mal informados, ou estdo desinformados. Estao afastados porque ninguém Ihes falou de deus ou porque no quiseram escutar, Ou talvez, porque o que Ihes chegou, néo foi em linguagem e estilo préprio para eles Essas pessoas vive nos seus ambientes e nunca sabertio que Deus as ama, porque néo frequentam as paréquias, ou, se 0 fazem, é sé pontual e esporadicamente, para dar satisfagdo a algumas solicitagdes sociais: batizados, comunhées, casamentos e funerais. Mas ndo ouvem ou néio querem ouvir, ndo entendem ou néo querem entender. E evidente que ndo participam nas atividades paroquiais nem recebem os Sacramentos. Vegetam, espiritualmente, na massa do mundo. A solugdio est em ir semeando e espalhando a fome de Deus no mundo, mas sem propor nenhum meio especifico para a saciar. Estes homens e mulheres tomardo conhecimento da Boa Nova, saberdo que Deus os ama, apenas se alguém Ihe disser. Se alguém for ter com eles no seu circulo quotidiano de vida, no seu ambiente. 8.2- Ambientes A massa", o lugar, 0 ambiente é o campo de trabalho do Movimento dos Cursilhos de Cristandade. Os ambientes, os rincdes da vida quotidiana, sto o lar, 0 escritério, a oficina, 0 bar, 0 campo de jogos, a escola, a universidade, ¢ todos os lugares de cada posto que as pessoas ocupam, no seu concrete dia a dia, Esses homens e mulheres a quem, através dum Cursilho, se provocou fome de Deus, hdio-de regressar e permanecer nos seus ambientes. Nao devem ser tirados das suas realidades e levados a trabalhar numa realidade ‘erente daquela em que estdo inseridos, por muito boa que ela seja. 0 Cursilho ndo é para os tirar de Id, pois é Id que devem fermentar de Evangelho. A finalidade do MCC “nao estd orientada para alimentar as estruturas eclesiais” mas apenas para criar um mundo de amigos., edificando Cristandade nos ambientes naturais. O Papa Joao Paulo II apontou aos cursilhistas a finalidade dos Cursilhos: "O Vosso Movimento pede-vos que sejais fermento na massa do mundo..atuando no mundo". As pessoas que no Cursilho captaram a simplicidade da mensagem, hdio-de permanecer na sua realidade, nos seus préprios ambientes, fermentando Cristandade, através da amizade com aqueles com quem convive: familiares, colegas de trabalho, amigos, etc. 8.3- Amizade (Testemunho) Os afastados precisam de alguém que vé aos seus ambientes dizer-lhes que Deus os ama, Sé assim 0 saberdo. Os afastados escutardo quem vd dizer-Ihe. Mas sé escutardo a quem for, se esse que for se apresentar e atuar com amizade, com atitudes desprendidas de egoismo, ..com gestos cheios de amor. Além disso, estas pessoas a quem se dirige a finalidade dos Cursilhos, necessitam de ser amadas como deus ama, isto é, tal como sio, néo como nés dese jariamos que fossem. Os afastados captam, geralmente, a identificactio entre a sua ansia de felicidade e a vida de Cristo, se a veem concretizada noutros que sejam do seu ambiente e que os tratam como amigos, porque, como nos disse o Papa Paulo VI, *o homem de hoje escuta mais facilmente as testemunhas que os mestres", O Convite de Jesus quando diz “Ide!”, dirige-se a todos. “Designou outros setenta e dois e enviou-os dois a dois, & sua frente, a todas as cidades e aldeias onde havia de ir“(Lc 10, 1-12). Estes setentae dois discipulos eram, provavelmente os que ele tinha reunido até esse momento, ou pelo menos, todos os que 0 seguiam com uma certa regularidade. Nés, leigos, somos os sucessores desses setenta e dois. E Jesus enviou-os dois a dois, para incutir a caridade, como sublinhou Sao Gregério Magno “nisto conhecerdo que sois meus discipulos, se vos amardes uns aos outros”(Jo 13,35). A finalidade imediata dos Cursilhos é dar conhecimento, convencimento, vivéncia e convivéncia do Fundamental Crist&o, expandindo-o nos ambientes, na massa do mundo onde se vive a vida ordindria, a vida do dia-a-dia. Havemos de nos aproximar das pessoas, dando testemunho de amizade, para que se encontrem com Cristo. Sem pretender tird-las dos seus locais para as levar para outros. Seré a tinica forma pela qual os afastados nos podertio receber. Havemos de continuar a criar amizade com as pessoas, para que todos, especialmente os afastados, saibam que Deus nos ama.

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