Entre as cinzas de guerra, o odor pútrido e o cheiro de ferro invadiam
minhas narinas, invadia o reverbero do som transmitido em desespero pelo soldado. No mesmo tempo em que movia minha espada na intenção de arrancar a sua cabeça, uma criatura saiu da pilha de corpos queimados e envolto de cinzas. Em um vislumbrar, se moveu espalhando faíscas e cinzas por onde passava. Quando me dei conta, o soldado e metade de minha espada viraram cinzas. É fato que foi tão veloz que mal consegui ver o que era a criatura. Aliado a velocidade com o que aconteceu o ocorrido, me pergunto se essa criatura é um produto que simboliza em um organismo vivo a violência gerada nessa guerra. Podemos até esperar a guerra e até saber de certas proporções desse evento, mas continua sendo distante perceber a dimensão da guerra sem senti-la na pele, sem perder a família na lâmina ou se ver virando pó nas chamas de seu vilarejo junto dos gritos de guerra.