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Direito Penal – Parte Especial

CRIMES CONTRA A VIDA

Pacto de morte / o ambicídio ou suicídio a dois

a) se o sobrevivente praticou atos de execução da morte do outro (exemplo: ministrar veneno), a ele será imputado o
crime de homicídio;

b) se o sobrevivente somente auxiliou o outro a suicidar-se, responderá pelo crime de participação em suicídio; se
ambos praticaram atos de execução, um contra o outro, e ambos sobreviveram, responderão os dois por tentativa de
homicídio;

c) se ambos se auxiliaram mutuamente e ambos sobreviveram, a eles será atribuído o crime de participação em suicídio

d) se um deles praticou atos de execução da morte de ambos, mas ambos sobreviveram, aquele responderá por
tentativa de homicídio, e este por participação em suicídio.

Ainda…

Questão sobre o crime de INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU AUTOMUTILAÇÃO,


art. 122 do CP.

Em especial, a questão sobre o PACTO DE MORTE, também chamado de "par suicida", "ambicídio" ou suicídio a
dois". Ponto relativamente batido nos livros e esperado cair numa prova objetiva.

PAULO - abriu a válvula de gás | não morreu, mas sofreu lesão leve - Paulo praticou Homicídio tentado contra Roberto
ROBERTO - não morreu, mas sofreu lesão gravíssima - Roberto praticou Induzimento ao Suicídio de Paulo (na forma
simples, porque Paulo sofreu lesão leve).

* Não caracteriza bis in idem o reconhecimento das qualificadoras de motivo torpe e de feminicídio no crime de
homicídio praticado contra mulher em situação de violência doméstica e familiar.

Isso se dá porque o feminicídio é uma qualificadora de ordem OBJETIVA - vai incidir sempre que o crime estiver
atrelado à violência doméstica e familiar propriamente dita, enquanto que a torpeza é de cunho subjetivo, ou seja,
continuará adstrita aos motivos (razões) que levaram um indivíduo a praticar o delito.

STJ. 6ª Turma. HC 433.898-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 24/04/2018 (Info 625).

* A influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima, seria uma circunstância atenuante (art. 65, inc.
II, “c”, do CPB) e não uma causa de diminuição de pena.

Influência de violenta emoção: Atenuante

Domínio de violenta emoção: Diminuição

Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:

III - ter o agente:

c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a
influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;

*1 - Premeditação – não é qualificadora por si só.


2 - Homicídio premeditado é considerado qualificado? R: Premeditação não constitui circunstância qualificadora do
homicídio (deve ser considerada pelo juiz na fixação da pena base).

A premeditação não seria causa de aumento de pena, mas uma qualificadora, caso o agente tenha praticado o
crime por traição, emboscada, dissimulação, ou outro recurso que dificulte ou impossibilite a defesa do ofendido.

* CASO HIPOTÉTICO - Caso Francisco mate Paulo com o emprego de veneno, haverá, nessa hipótese, a
possibilidade da coexistência desse tipo de homicídio com o homicídio praticado por motivo de relevante valor moral,
ainda que haja premeditação.

Questão batida, galera! É plenamente possível a coexistência desses dois elementos, visto que a qualificadora de
emprego de veneno tem caráter objetivo e o relevante valor moral, elemento do homicídio privilegiado, tem caráter
subjetivo.

Obs: A questão não está perguntando se você acha que a disputa de terra é relevante valor moral. Isso não está em
discussão na questão. A questão só pergunta se os dois elementos podem coexistir.

LESÕES CORPORAIS

LESÕES GRAVES: P.I.D.A LESÕES GRAVÍSSIMAS: PEIDA


Perigo de vida perda ou inutilização do membro, sentido ou função

Incapacidade para as ocupações Habituais por mais de 30 enfermidade incurável


dias
Incapacidade permanente para o trabalho
Debilidade permanente
deformidade permanente
Aceleração do parto
aborto

ABORTO
Com base na decisão do Supremo Tribunal Federal decidiu, a interrupção da gravidez de feto anencéfalo não pode
sequer ser chamada de aborto.

B) O Aborto, segundo o entendimento majoritário da doutrina, somente é punível em sua modalidade dolosa.

C) O quadro clínico produzido pelo body stalk é substancialmente diverso daquele oriundo da anencefalia fetal, embora
a principal consequência seja a mesma: inviabilidade de vida extrauterina. No entanto, o body stalk não se caracteriza
pela ausência de ondas cerebrais, de modo que é impossível invocar a Lei nº 9437/1997 como fundamentação. Em
outras palavras: o bem jurídico vida intrauterina, notoriamente tutelado pelo direito penal, existe.

O STJ mais precisamente no REsp 1.467.888/GO afirmou que os mesmos motivos que permitem a interrupção da
gravidez na anencefalia podem ser reproduzidos na síndrome de body stalk

D) STF. 1a Turma. HC 124306/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac.Min. Roberto Barroso, julgado em
29/11/2016 (Info 849)

Entendimento exarado pelo Ministro....


Segundo o Min. Roberto Barroso, para ser compatível com a CF, a criminalização de uma conduta exige o
preenchimento de três requisitos:

a) este tipo penal deverá proteger um bem jurídico relevante;

b) o comportamento incriminado não pode constituir exercício legítimo de um direito fundamental; e

c) deverá haver proporcionalidade entre a ação praticada e a reação estatal.


Em outras palavras, se determinada conduta for prevista como crime, mas não atender a algum desses três requisitos,
este tipo penal deverá ser considerado inconstitucional.

A conduta de praticar aborto com consentimento da gestante no primeiro trimestre da gravidez não pode ser punida
como crime porque não preenche o segundo e terceiro requisitos acima expostos (letras b e c).

E) Não há necessidade de autorização Judicial para realizar aborto proveniente de estupro.

ESPÉCIES DE ABORTO CRIMINOSO

1) Auto-aborto (Art. 124, 1ª Parte do CP) - "Provocar aborto em si mesma"

2) Consentimento para o Aborto (Art. 124, 2ª Parte do CP) - "Consentir que outrem lhe provoque"

3) Aborto sem consentimento (Art. 125 do CP) - "Provocar aborto, SEM o consentimento da gestante". É a única
espécie em que a gestante é sujeito passivo também.

4) Aborto consensual (Art. 126 do CP) - "Provocar aborto COM o consentimento da gestante". Veja que há 2 agentes
concorrendo para o mesmo fato, cada um respondendo por um tipo diferente: exceção pluralista à Teoria Monista, como
bem lembrado pela amiga @CIIBAH.

ABORTO PERMITIDO OU ABORTO LEGAL

1) Aborto Necessário ou Aborto Terapêutico (Art. 128, I do CP) - "Não se pune o aborto praticado por MÉDICO se
não há outro meio de salvar a vida da gestante"

2) Aborto Sentimental ou Aborto Humanitário ou Ético (Art. 128, II do CP) - "Não se pune o aborto praticado por
MÉDICO se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de
seu representante legal"
Q. Ana, após realizar exame médico, descobriu estar grávida. Estando convicta de que a gravidez se deu em
decorrência da prática de relação sexual extraconjugal que manteve com Pedro, seu colega de faculdade, e temendo
por seu matrimônio decidiu por si só que iria praticar um aborto. A jovem comunicou a Pedro que estava grávida e
pretendia realizar um aborto em uma clínica clandestina. Pedro, por sua vez, procurou Robson, colega que cursava
medicina, e o convenceu a praticar o aborto em Ana. Assim, alguns dias depois de combinar com Pedro, Robson
encontrou Ana e realizou o procedimento de aborto.
Sobre a questão apresentada, é correto afirmar que a conduta de Ana se amolda ao crime previsto no art. 124, segunda
parte, do Código Penal (consentimento para o aborto). Robson, por sua vez, tem sua conduta subsumida ao crime
previsto no art. 126, do Código Penal (aborto provocado por terceiro com consentimento). Já Pedro responderá como
partícipe no crime de Robson.

Ana responderá na forma do art. 124, 2a parte, CP. "(...) A 2a parte do art. 124 só pode ser praticada pela mulher
grávida. Para Sanches, o crime é próprio, admitindo o concurso de agentes, inclusive na forma de coautoria (gestante e
marido, juntos realizam manobras abortivas. É especial, no entanto, pois o coexecutor (Pedro) será punido em tipo
diverso (art. 126) e com pena independente, verdadeira exceção pluralista a teoria monista. "(SANCHEZ, Rogério.
Manual de direito penal especial, 7a ed, Eduardo. Juspodium, 2015, p. 84)

Fonte de divergência doutrinária: Parte da doutrina defendendo que o art. 124 do CP é crime de mão própria (O
colega Alex cita Bittencourt e Masson)

Robson responderá como autor pelo art. 126, CP (...) "continua sendo a mesma conduta típica dos artigos
precedentes, ou seja, ocasionar (ação ou omissão), com o consentimento válido da gestante, a interrupção da gravidez,
destruindo o produto da concepção. Qualquer pessoa pode praticar este delito (crime comum). O concurso de agentes é
possível, nas suas duas formas (coautoria e participação)". (SANCHEZ, Rogério. Manual de direito penal especial,
7a ed, Eduardo. Juspodium, 2015, p. 86) .

Pedro responderá como partícipe do art. 126, CP. Pedro não realizou diretamente o núcleo do tipo penal, porém
colaborou com o propósito de interrupção da gravidez, procurando o aluno de medicina Robson e convencendo-o
praticar o aborto em Ana. (Masson, Cléber, Direito Penal parte geral, vol. 1, Eduardo. Método, 12a ed., 2018, p. 563 )

QUESTÃO SEMELHANTE: Q305417

RESUMO:

Calúnia -----Imputação de FATO definido como Crime (Fato deve ser falso)

Sendo contravenção = DIFAMAÇÃO

Tutela a honra objetiva = consumação quando 3º´s tomam conhecimento.

Admite retratação.

Cuidado: Um fato é um dia, horário, lugar, modo.. não podemos dizer que quem chama alguém de ladrão comete
calúnia, pois na verdade isso não é um fato.

Difamação ------Imputação de FATO-----OFENSIVO À REPUTAÇÃO. (Pode ser falso ou verdadeiro)

Exemplo: Acusar a colega de faculdade de todos os dias após a aula vender o corpo nas esquinas em determinado
horário.

Consumação: 3º´s tomam conhecimento.

Admite retratação.

Tutela-se a honra objetiva (aquilo que 3º pensam de uma pessoa)

Injúria

Atribuição de uma qualidade negativa que atinge a honra subjetiva de uma pessoa

a dignidade e o decoro.

Não admite retração.

Calúnia = fato definido como Crime

Denunciação Caluniosa = Dar Causa à instauração de investigação policial... Imputa falso crime a pessoa determinada,
que a sabe inocente.

Auto-acusação falsa = somente de CRIME. A pessoa procura a autoridade policial e assume ter cometido crime que na
verdade foi cometido por outra pessoa, ou assume crime que não existiu.

A questão explora a diferença entre injúria racial e racismo. Quais as diferenças?

Quanto ao dolo:
Na injúria racial, a intenção do agente é ofender, atacar a honra subjetiva de uma pessoa ou de um grupo determinado
de pessoas, utilizando os elementos mencionados no art. 140, §3ª, CP.
No racismo, a intenção do agente é discriminar, segregar a pessoa ou um grupo de pessoas por conta de um dos
elementos mencionados no art. 20 da lei.
A intenção no crime de injúria racial é ofender, enquanto que a intenção no crime de racismo é segregar. Mas cuidado: o
crime de racismo também pode ser praticado por meio de um ofensa verbal, DESDE que dirigida a todos os integrantes
de uma raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. . Ex.: “todos os judeus são ladrões”; “Os negros são a escória
da humanidade” (esse ponto é o mais explorado em questões).

Quanto ao sujeito passivo:

Na injúria racial, há um sujeito passivo determinado. O agente visa a atingir uma pessoa determinada ou determinável.
O objetivo é ofender a pessoa que, no caso, ocorre utilizando os elementos mencionados no art. 140, §3, CP. Então, o
sujeito passivo é uma pessoa determinada, cuja honra subjetiva foi ofendida.
No racismo, não há um sujeito passivo determinado. O agente visa a atingir um número indeterminado de pessoas que
compõem determinada coletividade de raça, cor, etnia, religião ou procedência. Então, o sujeito passivo é um grupo de
pessoas indeterminadas (todos aqueles que compõem determinada raça, cor, etnia, religião, procedência nacional), e não
uma pessoa determinada.

Quanto ao bem jurídico protegido:

Na injúria racial, o bem jurídico tutelado é a honra subjetiva.


No racismo, o bem jurídico tutelado é a dignidade da pessoa humana e o direito à igualdade.
Quanto à ação penal:

Injúria racial é crime de ação penal pública condicionada à representação da vítima (art. 145, P.U., do CP).
Racismo é crime de ação penal pública incondicionada

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