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Magnus CNPQ Argentina
Magnus CNPQ Argentina
TÍTULO
RESUMO
DURAÇÃO
24 Meses
PALABRAS CHAVES
Iluminismo Científico
História das Ciências Naturais
Fauna e Flora da América do Sul
INSTITUIÇÃO EXECUTORA
Departamento de História
CEDOPE – Centro de Documentação e Pesquisa de História
dos Domínios Portugueses
Rua General Carneiro, 460, 6° andar
80060-150 – Curitiba – Paraná
(41)3360-5074 (41)3026-7059
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EQUIPE
INTRODUÇÃO
Após realizar uma “perigrinação” científica pela distante Lapônia, Lineu voltou à
Suécia e se instalou nos jardins da Universidade de Upsala, de onde comandou um
processo universal de recolha de espécimes minerais, de fauna e de flora, espalhando
seus discípulos em peregrinação pelos quatro cantos do mundo. Diversos deles eram
pastores luteranos embarcados como capelães e/ou médicos em navios comerciais
suecos, dinamarqueses, holandeses e ingleses. Através dessa rede de naturalistas
viajantes, Lineu conseguiu, entre 1746 e 1772, recolher espécimes e informações das
mais variadas regiões do globo (UEBERSCHLAG, 1977). O projeto lineano era marcado
por fortes cores de utilitarismo científico e nacionalismo sueco (KOERNER, 1999).
O resultado mais expressivo dessas viagens de exploração científica foi a
consolidação do paradigma epistemológico composto pelo tripé: jardim-museu, modelo
taxonômico lineano e peregrinações imperiais européias, o qual passou a ser reproduzido
por todo lado (PEREIRA & CRUZ, 2010). Este paradigma também acompanhava Lineu no
que concerne ao utilitarismo e ao nacionalismo. Joseph Banks, após participar como
botânico numa das viagens de Thomas Cook, tornou-se figura central do Kew Garden, de
onde despacharia expedições a todos os continentes. Apesar de desprezar a taxonomia
lineana, Buffon conduziu um processo semelhante de recolha, a partir do Jardin des
Plantes de Paris. Em Portugal, Domingos Vandelli seguiria exatamente a mesma cartilha,
criando o Museu de História Natural e o Jardim Botânico da Ajuda. Enviou os seus
discípulos formados na Universidade de Coimbra, recém reformada pelo Marquês de
Pombal, para os quatro cantos do império colonial português. Coincidentemente, eram
todos luso-brasileiros (PEREIRA, 1999).
Na Espanha, o Gabinete de História Natural e o Real Jardim Botânico de Madri,
passariam a centralizar a política imperial de recolha e catalogação de especimens. Em
1752, Antonio de Ulloa propôs a Fernando IV a criação de um Gabinete de História
Natural, que integraria o seu grande projeto de estabelecer um “Estudio Universal de las
Ciências”. Ulloa chegou a ser nomeado o primeiro diretor do gabinete, mas a iniciativa
acabou por fracassar (ALCINA FRANCH, 1995, p.75). Na seqüência, o médico e
naturalista José Celestino Mutis retomaria a proposta da criação de um museu de História
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Natural. Mutis, contudo, acabou por transferir-se para a América, na condição de médico
particular de Pedro Messía de la Zerda, nomeado vice-rei de Nova Granada. Desde Santa
Fé de Bogotá, o naturalista insistiria com Carlos III, sem sucesso, para a criação de um
complexo de Museu e Jardim Botânico, e para que a coroa custeasse uma expedição de
história natural sob o seu comando. No entanto, tais instituições seriam criadas apenas
nas décadas seguintes e, contrariando o padrão corrente, não
O museu de História Natural foi constituído inicialmente com a compra de um
gabinete privado. O naturalista Pedro Franco Dávila, nascido no Vice-Reino de Nova
Granada, viveu por duas décadas em Paris, onde reuniu um imenso gabinete de história
natural (ROMÉ DE L'ISLE, 1767.) Arruinado financeiramente, propôs a venda de sua
coleção ao monarca espanhol. Em 1771, Carlos III além de comprar o gabinete adquiriu
um imponente palacete para abrigá-lo, nomeando o próprio Dávila como diretor. A nova
sede foi inaugurada em 1776, com o nome de Real Gabinete de História Natural.
Já o Real Jardim Botânico, foi criado em 1755, por ordem de Fernando VI. Em
sua primeira versão, situava-se na Huerta de Migas Calientes, nas margens do rio
Manzanares. Seu principal impulsionador foi o cirurgião e botânico José Quer, que reuniu
uma coleção de mais de 2000 espécies, coletadas na Espanha, enviadas das colônias ou
obtidas por intercâmbio com outros jardins, prática que já se tornara corrente.
Durante o reinado de Carlos III, Madrid passou por diversas reformas
urbanísticas, principalmente na região do Prado Viejo, onde foi criado um grande eixo que
ligava a cidade ao Palácio do Retiro. O Conde de Floridablanca, primeiro ministro do rei,
procurou agrupar as principais instituições científicas mantidas pela coroa, de forma a
criar um eixo simbólico do mecenato régio à ciência e à cultura: o Salón del Prado. Ali
foram estabelecidos o Gabinete de Historia Natural (mais tarde transformado no Museu
do Prado) e o Observatório Astronômico. Em 1774, teve início a transferência do Real
Jardim Botânico para o Prado, sob a supervisão do botânico Casimiro Gómez Ortega. O
novo jardim foi inaugurado em 1781. Pedro Dávila e Gómez Ortega, a partir das
instituições que comandavam, passaram a conduzir processos centralizados de recolha
de produtos da natureza
Ortega foi o principal impulsionador das Reais Expedições Botânicas (SELLES,
1982), tendo desempenhado, na Espanha, papel equivalente ao de Vandelli, em Portugal.
Foi o primeiro diretor do novo Real Jardim Botânico de Madri e principal responsável
pelas expedições espanholas que se dedicaram à recolha e ao estudo da fauna e da flora
das três Américas e das Filipinas. Entre 1778 e 1788, Hipólito Ruiz e José Pavón, ambos
pupilos de Goméz Ortega, percorreram o Vice-reino do Peru, junto com Joseph Dombey,
enviado pela coroa francesa (STEELE, 1984; GONZALES BUENO, 1988). No Vice-reino
de Nova Granada, Celestino Mutis conseguiu que os trabalhos de recolha, desenho e
classificação da flora, que já vinha desenvolvendo com alguns discípulos, fossem alçados
à condição de expedição filosófica, em 1783. (FRIAS NUÑEZ, 1994) O médico aragonês
Martín de Sessé foi enviado à Nova Espanha, em 1786, para conduzir as viagens
filosóficas na mais importante colônia espanhola (LAZOYA, 1984; MALDONADO, 2000).
Ali, ele incorporou outros naturalistas e desenhistas nas expedições exploratórias que se
dirigiram também à América Central e à costa pacífica da América do Norte. O naturalista
e desenhista mexicano José Mariano Mociño foi o responsável por um dos mais
conhecidos relatos dessa expedição, “Notícias de Nutka”, que narra a sua permanência
na região onde hoje se situa Vancouver, no Canadá (MONGE & OLMO, 1998). Sessé,
finalmente, dirigiu-se a Cuba, onde juntou-se a outra expedição comandada pelo conde
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de Mopox. Em 1785, partiu para as Filipinas a expedição chefiada por Juan de Cuéllar.
Simultaneamente às expedições terrestres de história natural, a coroa espanhola
promoveu diversas viagem exploratórias marítimas, de cunho mais militar e estratégico,
com o intuito de competir com ingleses e franceses. A mais conhecida delas foi a
Expedição Malaspina (1789-1794) de circunavegação do globo. Desta expedição
participou o naturalista Antonio Piñeda (GALERA GÓMEZ, 1988).
Os acervos científicos europeus não foram constituídos apenas com as
remessas das expedições científicas oficiais. Na tentativa de alargar o processo de
recolha, inserindo nele o quadro geral de administradores das colônias e os interessados
em geral, e, ao mesmo tempo, garantir a qualidade e a integridade das remessas, foram
editados diversos manuais e livretos de instrução. Este foi um processo geral na Europa,
que também teve repercussão na Espanha (PEREIRA & CRUZ, 2009 e 2010).
Em 1776, Pedro Franco Dávila publicou um livreto destinado aos Vice-reis e
outros altos funcionários da coroa, de todo o império, com instruções básicas de recolha e
conservação de “producciones curiosas de Naturaleza” que deveriam ser enviadas ao
gabinete madrilenho. (FRANCO DÁVILA, 1776) Era, essencialmente, uma grande lista de
animais que deveriam ser incorporados ao acervo do Museu. Tres anos depois, D.
Casimiro Gómez Ortega fez publicar um opúsculo de instruções sobre o transporte de
plantas por mar e terra. (GÓMEZ ORTEGA, 1779). Além disto, o naturalista traduziu
diversas obras de Duhamel para o castelhano, no entanto as suas instruções não são
uma tradução ou adaptação do Avis pour le transport par mer des arbres, do botânico
francês. Em suas instruções, percebe-se inclusive alguma influência das do botânico
irlandês John Ellis (ELLIS, 1770 e 1773). Todavia, Gómez Ortega procurou aproximar-se
das condições hispânicas e, sobretudo, das da América Espanhola. Segundo os
historiadores Gonzáles Bueno e Rodríguez Nozal (2000), a elaboração das instruções
teria contado com a colaboração “del francés J. Dombey durante su estancia en Madrid,
antes de embarcar con destino al Perú”. “Luego se completaría lo escrito con nuevas
normas distribuidas en circulares: la de 27 de agosto de 1789 sobre el modo de embalar,
o la de 23 de febrero de 1792 recordando el cuidado en el riego para los plantones tras
su arribo del duro viaje transatlántico” (p.3). Essas circulares impressas foram
amplamente distribuídas na Espanha e em suas colônias. Segundo Emma Spary (2000),
“As the efforts of the naturalists to exert more control over their ´income´ became more
pronuntied in the 1780s, even more such guides appeared, mostly in manuscript form”
(p.82). Assim, percebe-se uma sincronia entre o que ocorria na Espanha e no restante da
Europa.
CONSIDERAÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS
Buenos Aires para serem enviados ao jardim de aclimatação de Malmaison (ver LACK,
2004), da imperatriz Josefina, da França.
Em decorrência da documentação disponível, a consulta ao acervo Archivo de la
Nación Argentina é de importância fundamental. No entanto, o tema não se esgota aí. É
preciso observar a contraparte espanhola da documentação existente na Argentina. Na
Espanha, os acervos mais importantes a consultar são os do Museo Nacional de Ciencias
Naturales e o do Real Jardin Botanico de Madrid. A escolha dessas instituições decorre
de questões práticas, os acervos de ambas são especializados e de dimensões
razoáveis. Consultas prévias enviadas à instituição garantem a existência de
documentação pertinente ao tema em questão. A opção pelo Archivo de Indias foi
descartada porque demandaria um tempo de permanência na Espanha que, no momento,
é inviável.
OBJETIVOS
Objetivo Geral
• Acompanhar, através de pesquisa documental em arquivos da Argentina e da Espanha,
o processo de formação e de funcionamento de uma rede de informações científicas no
Vice-reino do Rio da Prata (1776 – 1810).
Objetivos Específicos
• Ampliar o âmbito de estudos do CEDOPE, de modo a acolher temas relativos às
vizinhas regiões de colonização espanhola.
• Aprofundar vínculos com Universidades parceiras da República Argentina.
• Estimular entre os alunos do Curso de História da UFPR o estudo de temas referentes
aos paises da região platina.
ACERVOS A CONSULTAR
RESULTADOS ESPERADOS
ORÇAMENTO
Passagens e Diárias
Passagem e diárias para viagem de pesquisa a Buenos Aires – Argentina, para o
coordenador e membros da Equipe:
Diárias – R$ 4.000,00
3 passagem Curitiba-Buenos Aires-Curitiba – R$ 2.100,00
Serviços de terceiros
Serviços de reprodução de fontes históricas – fotocopiagem, microfilmagem e
digitalização – R$ 2.000,00
TOTAL 19.600,00
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CRONOGRAMA FINANCEIRO
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