Semana de Atualização Da Jurisprudência - Com Renato Borelli-1

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Prof. Renato Borelli


1 DICA DO BORELLI - JURIS:
VALORES RECEBIDOS POR SERVIDORES PÚBLICOS POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL
PRECÁRIA, POSTERIORMENTE REFORMADA, DEVEM SER RESTITUÍDOS AO ERÁRIO

Se o servidor recebeu os valores amparado por uma decisão judicial precária, não há
como se admitir a existência de boa-fé, pois a Administração em momento algum
gerou-lhe uma falsa expectativa de definitividade quanto ao direito pleiteado.
Se não fosse permitida a restituição, isso iria gerar o desvirtuamento do próprio
instituto da antecipação dos efeitos da tutela, haja vista que um dos requisitos legais
para sua concessão reside justamente na inexistência de perigo de irreversibilidade.

STJ. 2ª Turma. AREsp 1711065-RJ, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em


03/05/2022 (Info 735).
2 DICA DO BORELLI - JURIS:

É INCONSTITUCIONAL A CRIAÇÃO DE CARGOS EM COMISSÃO SEM A DEVIDA


OBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS INDISPENSÁVEIS FIXADOS PELO STF

O STF possui critérios para definir se as atribuições dos cargos podem ser
enquadradas como direção, chefia e assessoramento?
SIM. O STF, ao analisar o Tema 1010, afirmou que a criação de cargos em
comissão é exceção à regra de ingresso no serviço público mediante concurso
público de provas ou provas e títulos e somente se justifica quando presentes
os pressupostos constitucionais para sua instituição. Na oportunidade, foram
fixadas as seguintes teses:
a) A criação de cargos em comissão somente se justifica para o exercício de funções de direção, chefia
e assessoramento, não se prestando ao desempenho de atividades burocráticas, técnicas ou
operacionais;
b) tal criação deve pressupor a necessária relação de confiança entre a autoridade nomeante e o
servidor nomeado;
c) o número de cargos comissionados criados deve guardar proporcionalidade com a necessidade que
eles visam suprir e com o número de servidores ocupantes de cargos efetivos no ente federativo que
os criar; e
d) as atribuições dos cargos em comissão devem estar descritas, de forma clara e objetiva, na própria
lei que os instituir.

Caso não se respeite esses requisitos, a criação dos cargos em comissão será considerada
inconstitucional.

STF. Plenário. ADI 6655/SE, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 6/5/2022 (Info 1053).
3 DICA DO BORELLI - JURIS:
HÁ VIOLAÇÃO AOS LIMITES DAS MATÉRIAS QUE PODEM SER DISCUTIDAS EM AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO DIRETA
QUANDO SE ADMITE O DEBATE - E ATÉ MESMO INDENIZAÇÃO - DE ÁREA DIFERENTE DA VERDADEIRAMENTE
EXPROPRIADA, AINDA QUE VIZINHA

Ao admitir a discussão e determinar o pagamento de indenização relacionada com área diferente da que é objeto
de desapropriação, ainda que vizinha, o magistrado violou o art. 20 do Decreto nº 3.365/1941, a qual reserva às
ações próprias as discussões que vão além do imóvel expropriado.

No caso, mostrava-se ainda mais necessário submeter à sede autônoma a discussão sobre a área contígua à
expropriada, pois o valor da indenização foi muito superior ao do próprio imóvel objeto da desapropriação (cerca
de três vezes), e apresentava complexa discussão própria sobre o cálculo que deveria ser adotado para
determinação dos lucros cessantes de exploração de seringueiras.

Registre-se que não tratou a decisão recorrida de indenizar a depreciação de área remanescente (art. 27 do
Decreto nº 3.365/1941), mas de produzir efeitos semelhantes ao de verdadeira desapropriação indireta,
ampliação objetiva não admitida no caso, porque ultrapassa os limites da lide.

STJ. 1ª Turma.REsp 1577047-MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/05/2022 (Info 738).
4 DICA DO BORELLI - JURIS:
SE A PARTE DESISTIR DA AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO, COMO SERÃO CALCULADOS OS
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA?

Na hipótese de desistência da ação de desapropriação por utilidade pública, face a


inexistência de condenação e de proveito econômico, os honorários advocatícios
sucumbenciais observam o valor atualizado da causa, assim como os limites da Lei das
Desapropriações.

Ao considerar que não houve condenação e que a parte ré não obteve proveito econômico
nenhum, porque permaneceu com a mesma situação de antes da demanda, isto é,
proprietária do imóvel antes sujeito à pretensão desapropriatória, o parâmetro há de ser o
valor atualizado da causa.
STJ. 2ª Turma. REsp 1834024-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/05/2022
(Info 736).
5 DICA DO BORELLI - JURIS:
O ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CÍVEL PODE SER CELEBRADO MESMO
QUE A AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA JÁ ESTEJA EM FASE DE
RECURSO

É possível a homologação judicial de acordo de não persecução cível no


âmbito da ação de improbidade administrativa em fase recursal.
STJ. 1ª Seção. EAREsp 102585-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em
09/03/2022 (Info 728).
6 DICA DO BORELLI - JURIS:
A CONTRATAÇÃO DE SERVIDORES TEMPORÁRIOS SEM CONCURSO PÚBLICO,
BASEADA EM LEGISLAÇÃO MUNICIPAL, NÃO CONFIGURA ATO DE IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA

A contratação de servidores públicos temporários sem concurso público, mas


baseada em legislação local, não configura a improbidade administrativa
prevista no art. 11 da Lei nº 8.429/92, por estar ausente o elemento subjetivo
(dolo), necessário para a configuração do ato de improbidade violador dos
princípios da administração pública.

STJ. 1ª Seção.REsp 1913638-MA, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em


11/05/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1108) (Info 736).
7 DICA DO BORELLI - JURIS:
NÃO SE EXIGE CONTRADITÓRIO PRÉVIO À DECRETAÇÃO DE INTERVENÇÃO EM CONTRATO DE
CONCESSÃO COM CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO

O art. 33 da Lei nº 8.987/95 afirma que, depois de ter sido declarada a intervenção, o poder
concedente deverá, no prazo de 30 dias, instaurar procedimento administrativo para
comprovar as causas determinantes da medida e apurar responsabilidades, assegurado o
direito de ampla defesa.
Desse modo, verifica-se claramente que, em se tratando de intervenção, o direito de defesa
do concessionário só é propiciado após a decretação da intervenção, a partir do momento em
que for instaurado o procedimento administrativo para apuração das irregularidades. Isso
porque a intervenção possui finalidades investigatória e fiscalizatória, e não punitiva.
STJ. 2ª Turma. RMS 66794-AM, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 22/02/2022 (Info 727).
8 DICA DO BORELLI - JURIS:
É POSSÍVEL COBRAR UM VALOR DA CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO PELO
FATO DE ELA ESTAR UTILIZANDO FAIXAS DE DOMÍNIO DE UMA RODOVIA?

As concessionárias de serviço público podem efetuar a cobrança pela utilização de


faixas de domínio de rodovia, mesmo em face de outra concessionária, desde que haja
previsão editalícia e contratual.
STJ. 1ª Turma. REsp 1677414-SP, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em
14/12/2021 (Info 722).
As concessionárias de serviço público podem efetuar a cobrança pela utilização de
faixas de domínio por outra concessionária que explora serviço público diverso, desde
que haja previsão no contrato de concessão.
STJ. 2ª Turma. AREsp 1510988-SP, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em
08/02/2022 (Info 724).
9 DICA DO BORELLI - JURIS:
RECONHECIDA A RESPONSABILIDADE ESTATAL POR ACIDENTE COM EVENTO MORTE EM RODOVIA, É
DEVIDA A INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS AOS FILHOS MENORES E AO CÔNJUGE DO DE CUJUS

Caso concreto: ação de indenização ajuizada contra o Departamento de Estradas e Rodagens de


Sergipe (DER/SE), em face da morte do pai e companheiro dos autores, decorrente de acidente de
veículo em rodovia estadual, ocasionado por buraco não sinalizado.
Segundo o entendimento do STJ, a responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva,
sendo necessário, dessa forma, a comprovação da conduta omissiva e culposa (negligência na atuação
estatal - má prestação do serviço), o dano e o nexo causal entre ambos.

No caso, restou incontroverso que o acidente com evento morte ocorreu em rodovia estadual,
mediante a queda de caminhão em buraco de 15 metros de profundidade, decorrente da ausência de
manutenção e fiscalização estatal da via pública, não havendo quaisquer indícios de culpa exclusiva da
vítima.
Desse modo, é possível concluir pela existência de omissão culposa por parte do ente público,
consubstanciada na inobservância ao dever de fiscalização e sinalização da via pública, bem
como pelo nexo causal entre a referida conduta estatal e o evento danoso, que resultou na
morte do pai e marido dos recorrentes, causando-lhes, evidentemente, prejuízos materiais e
morais, os quais devem ser indenizados.

Presentes os elementos necessários para responsabilização do Estado pelo evento morte,


deve-se reconhecer devida a indenização por danos materiais, visto que a dependência
econômica dos cônjuges e filhos menores do de cujus é presumida, dispensando a
demonstração por qualquer outro meio de prova.

STJ. 1ª Turma.REsp 1709727-SE, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 05/04/2022 (Info
733).
10 DICA DO BORELLI - JURIS:
O PRAZO PRESCRICIONAL PARA PEDIR REPARAÇÃO POR DANOS CAUSADOS POR
FUNDAÇÃO PRIVADA DE APOIO À UNIVERSIDADE PÚBLICA É DE 5 ANOS

A fundação privada de apoio à universidade pública presta serviço público, razão pela
qual responde objetivamente pelos prejuízos causados a terceiros, submetendo-se a
pretensão indenizatória ao prazo prescricional quinquenal previsto no art. 1º-C da Lei
nº 9.494/97.

STJ. 2ª Turma. AREsp 1.893.472-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 21/06/2022


(Info 744).
11 DICA DO BORELLI - JURIS:
O HOSPITAL QUE DEIXA DE FORNECER O MÍNIMO SERVIÇO DE SEGURANÇA,
CONTRIBUINDO DE FORMA DETERMINANTE E ESPECÍFICA PARA HOMICÍDIO
PRATICADO EM SUAS DEPENDÊNCIAS, RESPONDE OBJETIVAMENTE PELA CONDUTA
OMISSIVA
Caso concreto: o hospital não possuía nenhum serviço de vigilância e o evento morte
decorreu de um disparo com arma de fogo contra a vítima dentro do hospital. A
conduta do hospital que deixa de fornecer o mínimo serviço de segurança e, por
conseguinte, despreza o dever de zelar pela incolumidade física dos seus pacientes
contribuiu de forma determinante e específica para o homicídio praticado em suas
dependências, afastando-se a alegação da excludente de ilicitude, qual seja, fato de
terceiro.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.708.325-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 24/05/2022
(Info 740).
12 DICA DO BORELLI - JURIS:
A MESMA AUTORIDADE QUE OFERECEU DENÚNCIA CRIMINAL CONTRA O SUSPEITO PODE
ATUAR COMO JULGADORA NO PROCESSO ADMINISTRATIVO QUE APURA O MESMO FATO

O oferecimento de denúncia criminal por autoridade que, em razão de suas atribuições legais,
seja obrigada a fazê-lo não a inabilita, só por isso, a desempenhar suas funções como
autoridade julgadora no processo administrativo. Caso concreto: membro do MP praticou
fato que, em tese, configura, ao mesmo tempo, infração disciplinar e crime. Foi instaurado
processo administrativo. Além disso, o PGJ ofereceu denúncia criminal. Depois da denúncia,
chegou ao fim o processo administrativo e o mesmo PGJ aplicou sanção disciplinar. Ele
poderia ter feito isso. Não há, nesse caso, comprometimento da imparcialidade.
STJ. 1ª Turma. RMS 54.717-SP, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 09/08/2022 (Info 744).
13 DICA DO BORELLI - JURIS:
MANDADO DE SEGURANÇA NÃO SERVE PARA QUESTIONAR O PARECER DA
COMISSÃO EXAMINADORA DE HETEROIDENTIFICAÇÃO, QUE NÃO ACEITOU A
AUTODECLARAÇÃO DE COTISTA EM CONCURSO

É inadequado o manejo de mandado de segurança com vistas à defesa do


direito de candidato em concurso público a continuar concorrendo às vagas
reservadas às pessoas pretas ou pardas, quando a comissão examinadora de
heteroidentificação não confirma a sua autodeclaração. STJ. 1ª Turma. RMS
58.785-MS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 23/08/2022 (Info 746).
14 DICA DO BORELLI - JURIS:
A PROGRESSÃO FUNCIONAL NÃO ESTÁ ELENCADA NO ROL DE PROIBIÇÕES DO ART.
22, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LRF (LIMITE PRUDENCIAL)

É ilegal o ato de não concessão de progressão funcional de servidor público, quando


atendidos todos os requisitos legais, a despeito de superados os limites
orçamentários previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal, referentes a gastos com
pessoal de ente público, tendo em vista que a progressão é direito subjetivo do
servidor público, decorrente de determinação legal, estando compreendida na
exceção prevista no inciso I do parágrafo único do art. 22 da Lei Complementar n.
101/2000.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.878.849-TO, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador
Convocado do TRF da 5ª região), julgado em 24/02/2022 (Recurso Repetitivo – Tema
1075) (Info 726).
15 DICA DO BORELLI - JURIS:
LEI ESTADUAL PODE PASSAR A EXIGIR NÍVEL SUPERIOR PARA CARGOS QUE ANTERIORMENTE
TINHAM O NÍVEL MÉDIO COMO REQUISITO DE ESCOLARIDADE, POR SE TRATAR DE
REESTRUTURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO, E NÃO DE PROVIMENTO DERIVADO POR ASCENSÃO

A exigência de diploma de nível superior, promovida por legislação estadual, para o cargo de
perito técnico de polícia - que anteriormente tinha o nível médio como requisito de
escolaridade - não viola o princípio do concurso público (art. 37, II, da CF/88) nem as normas
constitucionais sobre competência legislativa (art. 22, I e art. 24, XVI e § 4º, da CF/88). A
reestruturação de cargos não configura ascensão funcional, e portanto não viola o princípio
do concurso público, quando realizada de acordo com os requisitos da uniformidade das
atribuições, igualdade dos requisitos de escolaridade para ingresso no cargo, e identidade
remuneratória entre o cargo extinto e o cargo criado.
STF. Plenário. ADI 7081/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 21/9/2022 (Info 1074).
16 DICA DO BORELLI - JURIS:
LEI ESTADUAL NÃO PODE INSTITUIR REGIME PREVIDENCIÁRIO ESPECÍFICO PARA OS AGENTES
PÚBLICOS NÃO TITULARES DE CARGOS EFETIVOS

Viola o art. 40, caput e § 13, da Constituição Federal, a instituição, por meio de lei estadual, de
um regime previdenciário específico para os agentes públicos não titulares de cargos efetivos.
É competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito legislar sobre previdência
social, nos termos do art. 24, XII, CF. Aos Estados e ao Distrito Federal compete legislar sobre
previdência social dos seus respectivos servidores, no âmbito de suas respectivas
competências e especificamente para os servidores titulares de cargo efetivo, sempre em
observância às normas gerais editadas pela União. O regime próprio de previdência social
aplica-se aos servidores titulares de cargos efetivos (art. 40, caput, CF/88). Aos agentes
públicos não titulares de cargos efetivos, por sua vez, aplica-se o regime geral de previdência
social (art. 40, §13, CF/88). STF. Plenário. ADI 7198/PA, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 28/10/2022 (Info 1074).
17 DICA DO BORELLI - JURIS:
DECISÃO LIMINAR QUE DETERMINA A ANTECIPAÇÃO DA CONCLUSÃO DO CURSO
DE MEDICINA, COM BASE NA LEI 14.040/2020, NÃO POSSUI RELAÇÃO COM OS A
CONCESSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO DE EDUCAÇÃO E, PORTANTO, NÃO ESTÁ
SUJEITA À SUSPENSÃO DE LIMINAR

Não é cabível o pedido de suspensão de liminar concedida para determinar a


emissão de certificados de conclusão a alunos de curso de medicina com
fundamento nas disposições da Medida Provisória nº 934/2020, convertida na
Lei nº 14.040/2020, cujos efeitos foram estendidos pela Lei nº 14.218/2021.
STJ. Corte Especial. AgInt na SS 3.375-MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado
em 09/08/2022 (Info 757).
18 DICA DO BORELLI - JURIS:
É CABÍVEL A AVALIAÇÃO PERICIAL PROVISÓRIA COMO CONDIÇÃO À IMISSÃO NA
POSSE NAS AÇÕES REGIDAS PELO DL 3.365/41, QUANDO NÃO OBSERVADOS
OS REQUISITOS PREVISTOS NO ART. 15, § 1º, DO REFERIDO DIPLOMA

Em regra, nos termos do caput do art. 15 do DL 3.365/1941, para haver a


imissão provisória na posse o ente público interventor deve cumulativamente:
a) alegar urgência; e b) depositar a quantia apurada, mediante contraditório,
em avaliação prévia, da qual pode resultar inclusive a complementação da
oferta inicial.
A imissão provisória na posse pode ser feita, sem a oitiva do proprietário, e sem a avaliação
prévia, desde que:
a) seja depositado o preço oferecido, sendo este superior a vinte vezes o valor locativo do
imóvel sujeito a IPTU;
b) seja depositada a quantia correspondente a vinte vezes o valor locativo do imóvel sujeito a
IPTU, se o preço for menor;
c) seja depositado o valor cadastral do imóvel, para fins de lançamento do IPTU, caso tenha
havido atualização no ano fiscal imediatamente anterior; ou
d) se não tiver havido essa atualização, o juiz fixará o valor a ser depositado tendo em conta a
época em que houver sido fixado originalmente o valor cadastral e a valorização ou
desvalorização posterior do imóvel.
STJ. 2ª Turma. AREsp 1.674.697-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
08/11/2022 (Info 756).
19 DICA DO BORELLI - JURIS:
É POSSÍVEL A ANULAÇÃO DO ATO DE ANISTIA PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA,
EVIDENCIADA A VIOLAÇÃO DIRETA DO ART. 8º DO ADCT, MESMO QUANDO
DECORRIDO O PRAZO DECADENCIAL CONTIDO NA LEI 9.784/99

No exercício do seu poder de autotutela, poderá a Administração Pública rever os atos


de concessão de anistia a cabos da Aeronáutica com fundamento na Portaria nº
1.104/1964, quando se comprovar a ausência de ato com motivação exclusivamente
política, assegurandose ao anistiado, em procedimento administrativo, o devido
processo legal e a não devolução das verbas já recebidas. STJ. 1ª Seção. MS 18.442-
DF, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 09/11/2022 (Info 756).
No mesmo sentido: STF. Plenário. RE 817338/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
16/10/2019 (Repercussão Geral – Tema 839) (Info 956); STJ. 1ª Seção. MS 20.187-DF,
Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado Do TRF5), julgado em
10/08/2022 (Info 744)
20 DICA DO BORELLI - JURIS:
A INTERPOSIÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO NÃO AFASTA A INCIDÊNCIA
DOS JUROS MORATÓRIOS SOBRE MULTA APLICADA POR AGÊNCIA
REGULADORA (NO CASO, A ANS)

A interposição de recurso administrativo suspende a exigibilidade da multa,


mas não suspende a exigibilidade dos juros moratórios. Desse modo, a
interposição de recurso administrativo não afasta a incidência dos juros
moratórios, por força dos arts. 2º e 5º do Decreto-Lei nº 1.736/1979, os quais
devem incidir a partir do primeiro dia subsequente ao vencimento do prazo
previsto para o pagamento da multa administrativa, conforme disposição do
art. 61, §1º, da Lei nº 9.430/96.
STJ. 1ª Turma. AREsp 1.574.873-RJ, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em
18/10/2022 (Info 754).

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