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PROFISSIONAL
Introdução
Neste capítulo, você vai ler um pouco mais sobre os princípios éticos dos
estudantes de graduação em educação física, além de outras especifici-
dades da conduta ética que são essenciais para a atuação futura e que
explicam muito sobre a importância da ética na formação de profissionais
de educação física preparados para o mercado de trabalho.
Você conhecerá os seus compromissos éticos e como a formação
profissional tem trabalhado para desenvolver esses valores essenciais à
oferta de serviço à sociedade, tão importantes quanto o conhecimento
técnico da profissão. Você compreenderá também que, uma vez que o
estudante está sendo preparado para desempenhar todas as funções
inerentes à área, muitas das temáticas aqui abordadas, dizem respeito
ao estudante recém-formado — e por isso, já com o dever de exercer
sua função com profissionalismo, dada a relevância da competência
técnica e da responsabilidade social abordadas durante a sua preparação
profissional e tão defendidas pelo órgão regulador da profissão — o
Conselho Federal de Educação Física (Confef).
2 Princípios éticos do estudante de educação física
(Continua)
4 Princípios éticos do estudante de educação física
(Continuação)
1. a técnica;
2. o aprimoramento profissional;
3. a ética.
Leituras recomendadas
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação
Superior. Resolução nº. 6, de 18 de dezembro de 2018. Institui Diretrizes Curriculares
Nacionais dos Cursos de Graduação em Educação Física e dá outras providências.
Diário Oficial da União, 19 dez. 2018. Disponível em: https://www.semesp.org.br/wp-
-content/uploads/2018/12/RESOLU%C3%87%C3%83O-CNE_CES-N%C2%BA-6-DE-18-
-DE-DEZEMBRO-DE-2018.pdf. Acesso em: 23 abr. 2019.
BRUM, L. R. Ética e corpo na formação docente em educação física. 2009. Dissertação
(Mestrado em Educação) — Programa de Pós-graduação em Educação, Universi-
dade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS, 2009. Disponível em: https://repositorio.
ucs.br/xmlui/bitstream/handle/11338/506/Dissertacao%20Lisiane%20Reis%20Brum.
pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 23 abr. 2019.
NUNES, M. P.; VOLTRE, S. J.; SANTOS, W. O profissional em educação física no Brasil:
desafios e perspectivas no mundo do trabalho. Motriz, Rio Claro, v. 18, n. 2, p. 280-290,
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Acesso em: 23 abr. 2019.
VILELA, R.; BOTH, J. Associação entre a faixa etária e as preocupações dos estudantes-
-estagiários em educação física — bacharelado. Revista Brasileira de Ciência e Movimento,
[s. l.], v. 24, n. 2, p. 45-54, 2016. Disponível em: https://bdtd.ucb.br/index.php/RBCM/
article/view/5344/4392. Acesso em: 23 abr. 2019.
ECOLOGIA E
ANÁLISES
AMBIENTAIS
Introdução
Saúde humana e degradação ambiental são dois temas globais em
ampla discussão no momento. Nesse contexto, é importante examinar
as diversas conexões potenciais entre esses dois tópicos. Teoricamente,
quanto mais rica a biodiversidade, maior a variedade de patógenos
que circulam na fauna, aumentando a probabilidade de infectarem
o ser humano. Entretanto, pesquisas têm demonstrado o contrário,
que mais espécies significam menos doenças, como se diluíssem os
vetores. Assim, uma vasta biodiversidade é garantia de proteção para
espécies que evoluem juntas; o problema surge apenas quando há
um desequilíbrio ou perturbação do sistema natural, resultando em
novas patologias, com saltos interespécies, passando a incluir muitas
vezes o ser humano.
Neste capítulo, você vai ter a oportunidade de entender as estreitas
relações entre degradação ambiental e saúde humana e suas consequên-
cias a curto e longo prazos, além da importância da educação ambiental
na redução do problema.
2 Saúde humana e educação ambiental
Redução da biodiversidade
A degradação ambiental tem nítido efeito sobre a saúde humana e, portanto,
tem sido uma preocupação eminente. Os biomas estão sendo devastados em ve-
locidade ascendente e as áreas de preservação que restam acabam sendo muito
simplificadas. A degradação do ecossistema resulta em extinção de diversas
espécies e, como agravante, em extinção de predadores de topo, abalando a
cadeia alimentar e consequentemente privilegiando espécies mantenedoras
de patógenos. Tais espécies, facilmente adaptáveis às mudanças ambientais,
aproximam-se mais facilmente do ser humano, que passa a fazer parte de um
ciclo, tornando-se hospedeiro acidental de um ciclo originalmente silvestre.
Muitas patologias emergentes e reemergentes estão ligadas diretamente ao
desmatamento e ocorrem onde áreas suburbanas se espalham para terras
recém-desmatadas. Também podem ser causadas pela caça e por associação
a mercados de vida selvagem e criação intensiva de animais. Alguns vetores
aumentam a incidência em terras recentemente desmatadas, como aqueles
que causam patologias como malária, dengue, a doença de Lyme e o vírus
do Nilo Ocidental.
“Ao conduzir estradas para florestas, fragmentar ecossistemas, minerar em
áreas remotas e incentivar o comércio global, não estamos apenas destruindo
Saúde humana e educação ambiental 3
a vida selvagem, mas criando as condições perfeitas para que novas doenças
surjam e se voltem contra nós” (VIDAL, 2020, tradução nossa). Para Johnson et
al. (2020), os elementos de risco associados ao transbordamento e surgimento
de novas patologias são os mesmo desencadeantes da redução da população
silvestre e do risco de extinção, tais como: domesticação de animais, invasão
humana em habitats ricos em biodiversidade selvagem e caça de animais
silvestres. O risco de propagação de vírus em larga escala é sustentado pela
probabilidade de interações animal–humano.
Poluição atmosférica
O sistema respiratório superior é o primeiro a responder negativamente à
poluição atmosférica, apresentando inativação do batimento ciliar e alteração
do olfato. Assim, doenças se desenvolvem e enfermidades pré-existentes são
agravadas. Uma das mais comuns nesse caso é a asma brônquica, que ocorre
devido à resistência das vias aéreas. Assim, crises asmáticas se devem ao
estreitamento dos bronquíolos decorrente do aumento da mucosa e do espes-
samento das secreções. Após a crise, os bronquíolos retornam ao tamanho
6 Saúde humana e educação ambiental
Poluição hídrica
A poluição hídrica afeta diretamente a saúde humana. São diversas as atividades
humanas que prejudicam a qualidade da água, como atividade agrícola, indus-
trial e mineradora, o despejo de efluentes domésticos, o deposito inadequado
de resíduos sólidos, entre outros.
O efeito direto da poluição hídrica na saúde humana não é recente. Em 1854,
o médico britânico John Snow investigou as causas de uma epidemia de cólera
na região central da cidade de Londres. Ele observou que no seu bairro havia
duas empresas fornecedoras de água diferentes, a Southwark e a Lambert.
Assim, relacionou os doentes com o local de abastecimento e demonstrou
que a cólera era transmitida pela água fornecida pela empresa Southwark,
que captava água do rio Tâmisa na parte mais poluída, enquanto a Lambert
captava água do rio Tâmisa antes da ejeção de excrementos (JOHNSON, 2008).
As patologias transmitidas pela água aos seres humanos decorrentes da
poluição hídrica podem ser classificadas conforme a forma de transmissão:
Assim, essas doenças resultam da baixa qualidade da água utilizada para beber,
para a higiene e outras finalidades. Entre as patologia estão diversas doenças
entéricas e diarreicas, doenças parasitarias, virais e bacterianas. Além disso,
altas concentrações de nutrientes, como nitratos, podem resultar em patologias
como metemoglobinemia infantil (síndrome do bebê azul), câncer de estomago,
distúrbios de tiroide, defeitos congênitos e distúrbios reprodutivos (BRASIL, 2013).
Diversos contaminantes orgânicos e inorgânicos também exercem impac-
tos na saúde humana, como os metais mercúrio, cobre e zinco, encontrados
naturalmente no meio ambiente. A longa exposição a elevados teores desses
metais pode resultar em consequências diretas aos seres humanos. O cádmio
está relacionado a distúrbios de função renal e fragilização óssea, o que resulta
em fraturas. O mercúrio inorgânico tem sido relacionado a doenças coronárias,
danos renais e distúrbios imunológicos. O chumbo tem sido relacionado com
problemas no desenvolvimento de fetos, vômitos, lesões celebrais, lesões nos
rins, danos ao sistema nervoso, distúrbios sanguíneos e morte. O arsênio, por
sua vez, pode resultar em cânceres e lesões na pele, enquanto o cobre provoca
irritação estomacal, náusea, vômito e diarreia (BRASIL, 2013).
8 Saúde humana e educação ambiental
Poluição do solo
A contaminação do solo afeta direta e indiretamente a saúde humana, seja
pela contaminação decorrente de dejetos humanos, diferentes resíduos sólidos
e utilização de agrotóxicos. O acúmulo de agrotóxicos tem o potencial de
promover a absorção de elementos minerais, sobretudo em solos expostos,
o que reduz seu grau de fertilidade. Se estiverem presentes no solo, nos
alimentos, na água ou no ar, podemos absorvê-los por ingestão, contato
com a pele ou inalação.
No Brasil, a Lei nº. 11.936, de 14 de maio de 2009, proibiu a fabricação, a
importação, a exportação, a manutenção em estoque, a comercialização e o uso
de diclorodifeniltricloretano (DDT) (BRASIL, 2009). Um questão preocupante
era a bioacumulação e biomagnificação do DDT na cadeia alimentar. Inseticidas
organoclorados podem permanecer no solo por mais de três décadas após sua
aplicação. Um dos efeitos no organismo humano é decorrente da atuação no
sistema nervoso central, o que pode resultar em distúrbios sensoriais e da
atividade da musculatura involuntária, perda de equilíbrio e depressão dos
centros vitais, particularmente da respiração. A intoxicação aguda pode levar
a cloracne, cefaleia, doença de Alzheimer, tonturas, convulsões, insuficiência
respiratória, câncer de pâncreas, potencialização de tumores cancerígenos
pré-existentes, câncer de próstata, câncer de mama, câncer de pâncreas e
óbito (GOBBO, 2019).
3 Educação ambiental
A educação ambiental é uma necessidade em todos os segmentos. Nos noticiários
atuais e recentes — brasileiros ou mundiais — pelo menos um dos temas a seguir
estará presente: epidemia, queimadas, desmatamento, seca e/ou desabasteci-
mento, tráfico de espécies exóticas ou animais silvestres, extinção de espécies,
poluição atmosférica, doenças emergentes ou reemergentes, entre outras ações
antropogênicas que são consequências da exploração irrestrita e irresponsável
do meio ambiente. Isso deixa ainda mais clara a necessidade de se falar sobre as
alterações decorrentes da ação antrópica, com o intuito de formar uma mentalidade
sustentável. No Brasil, a legislação que determina as metas da educação ambiental
é a Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999 (BRASIL, 1999), o que demonstra que a
preocupação em reverter as ações antropogênicas não é recente. Em seu artigo
5º, ela estipula como os objetivos fundamentais da educação ambiental:
Art. 15 [...]
I — definição de diretrizes para implementação em âmbito nacional;
II — articulação, coordenação e supervisão de planos, programas e projetos
na área de educação ambiental, em âmbito nacional;
III — participação na negociação de financiamentos a planos, programas e
projetos na área de educação ambiental.
A Figura 3 retrata a poluição hídrica, que pode ser evitada pela conscien-
tização da importância da água e os efeitos negativos à saúde da população.
Novamente, a educação ambiental pode ser um instrumento eficaz para evitar
ou reduzir a poluição da água.
[...] até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilida-
des necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre
outros, por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de
vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma
cultura de paz e não violência, cidadania global, e valorização da diversidade
cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável.
[...] até 2030, melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando
despejo e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos,
reduzindo à metade a proporção de águas residuais não tratadas, e aumentando
substancialmente a reciclagem e reutilização segura globalmente.
[...] até 2025, prevenir e reduzir significativamente a poluição marinha de
todos os tipos, especialmente a advinda de atividades terrestres, incluindo
detritos marinhos e a poluição por nutrientes.
[...] reforçar a parceria global para o desenvolvimento sustentável complementa-
da por parcerias multissetorias, que mobilizem e compartilhem conhecimento,
experiência, tecnologia e recursos financeiros para apoiar a realização dos
objetivos do desenvolvimento sustentável em todos os países, particularmente
nos países em desenvolvimento.
Figura 5. Sistematização dos potenciais efeitos na saúde relacionados aos impactos e riscos
ambientais causados pelo desastre de Mariana.
Fonte: Freitas et al. (2019, documento on-line).
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2. ed. Brasília: ANA, 2013. (E-book).
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União, Brasília, 27 abr. 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
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BRASIL. Lei nº. 11.936, de 14 de maio de 2009. Proíbe a fabricação, a importação, a
exportação, a manutenção em estoque, a comercialização e o uso de diclorodifeniltri-
cloretano (DDT) e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 15 maio 2009.
Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2009/lei-11936-14-maio-2009-
-588179-publicacaooriginal-112536-pl.html. Acesso em: 21 jul. 2020.
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DAVIS, M. L.; MASTEN, S. J. Princípios de engenharia ambiental. 3. ed. Porto Alegre:
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16 Saúde humana e educação ambiental
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FREITAS, C. M. de. et al. Da Samarco em Mariana à Vale em Brumadinho: desastres em
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Leituras recomendadas
ANDRADE, A. L. M.; LIMA, E. R.; GOMES, A. C. A. A importância do desenvolvimento de projetos
e tecnologias sociais na promoção da educação ambiental na comunidade Requenguela,
Icapuí-CE. Cadernos de Ciências & Tecnologia, v. 1, nº. 3, p. 318–331, dez. 2019. Disponível em:
https://revistas.uece.br/index.php/CCiT/article/view/2073/1858. Acesso em: 21 jul. 2020.
BRASIL. Objetivos de desenvolvimento sustentável. 2016. Disponível em: http://www.
itamaraty.gov.br/images/ed_desenvsust/20160119-ODS.pdf. Acesso em: 21 jul. 2020.
Saúde humana e educação ambiental 17
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RECREAÇÃO
E
LAZER
Patrick Gonçalves
Áreas de atuação e o
mercado de trabalho
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
O profissional do lazer costuma ser visto como um sujeito simpático e
pronto a atender e acolher as solicitações dos seus clientes. Entretanto,
as habilidades e competências desses profissionais vão muito além do
que manter uma boa relação interpessoal. Sua tarefa ocorre no sentido
de conhecer procedimentos e conhecimentos que são produzidos nos
diversos campos da expressão do lazer, como os processos manuais,
sociais, intelectuais, artísticos, físico-esportivos e turísticos. Assim, um
profissional capacitado nesse setor deve compreender qual é a relevância
de sua profissão para a sociedade, identificando os locais e os modos de
operação e compreendendo as principais tendências no mercado de lazer.
Neste capítulo, você vai estudar quais os principais papéis e objetivos
que devem orientar a atuação do profissional de educação física que
atua no mercado do lazer, as principais colocações diante do mercado
de trabalho e, ainda, vai ver uma breve análise das tendências que o
mercado do lazer apresenta.
2 Áreas de atuação e o mercado de trabalho
Ainda que o trabalho voltado para a promoção do lazer seja pautado pelo entusiasmo,
pela alegria e pela descontração, ele não pode deixar de ser entendido como um
ofício. O lazer é uma das possibilidades de reconhecer e enfrentar desafios, problemas
e mazelas que perduram na sociedade, sendo, também, um dos papéis que devem
pautar o trabalho do profissional que atua nessa área.
Cabe salientar que essa visão que diminui o papel do profissional de lazer,
muitas vezes, é reforçada pelos próprios trabalhadores. A possibilidade de
trabalhar em ambientes em que o jogo e a descontração imperem faz com
que muitos sujeitos procurem esse trabalho, no sentido de desfrutar, nos seus
momentos de trabalho, o lazer. A inclinação em gostar de um trabalho que
proporciona lazer, possibilitando momentos de alegrias e brincadeiras, faz
com que muitas pessoas escolham essa profissão por considerarem “fácil”,
descaracterizando a maioria dos trabalhos (MARCELLINO, 2002). Se faz
necessário, então, que essa linha tênue que se apresenta diante do profissional
de lazer fique clara, fazendo com que não realize ações descontextualizadas
com a realidade que o cerca e que promova a mobilização dos seus saberes
acumulados, de forma a promover uma sociedade voltada ao enfrentamento
das desigualdades que ainda encontramos.
O intuito de alertar acerca da responsabilidade social dos profissionais que
trabalham no campo do lazer não institui a desconstrução de um profissional
que tenha apreço e alegria no trabalho que desempenha, mas ressalta que essa
atividade está pautada em um sentido que mobiliza mais do que um sujeito
simpático promotor de momentos de alegria (STOPPA, 2000). O profissional
de educação física que deseja atuar no campo do lazer deve reconhecer que
essa prática emerge a partir de concepções técnicas, políticas, pedagógicas e
filosóficas, promovendo momentos que sejam embasados na crítica sociocul-
tural, reconhecendo, potencializando ou reconstruindo valores que, por meio
de sua práxis consciente, podem proporcionar o avanço social.
Animação
As atividades de animação são comuns com crianças e sujeitos que se encon-
tram no início da adolescência. O gosto por atividades divertidas e brincadeiras
está aflorado nessa fase. Por outro lado, encontram-se também aqueles adultos
e idosos que prezam por atividades divertidas e dinâmicas. Assim, o campo
de atuação é vasto. Os profissionais que atuam nessa área são os principais
responsáveis pelo divertimento em festas, clubes, hotéis, resorts, cruzeiros,
condomínios residenciais, escolas, espaços kids em shoppings, entre outros
espaços em que haja alguma festa, baile ou atividades correlatas. Dessa forma,
podem ser considerados animadores os recreacionistas que atuam em festas
infantis, os DJs, os atores, os artistas, os mágicos, os monitores de brinquedos
infantis, entre outros que podem atuar nesses mesmos espaços e lugares.
Áreas de atuação e o mercado de trabalho 9
Promotores de eventos
Na área do lazer, como vimos, todas as ações têm uma intencionalidade e
seus objetivos devem ser cuidadosamente planejados. Embora os promotores
não atuem diretamente no entretenimento junto às pessoas que desfrutarão
dos momentos de lazer, sua tarefa é de extrema importância, pois é por meio
deles que as pautas que guiarão os eventos serão planejadas, desenvolvidas
e avaliadas. Muitas empresas, como casas noturnas, clubes, associações e
empresas contratam promotores de eventos, que devem ter noções de admi-
nistração de recursos e de gestão de pessoal bem desenvolvidas, de modo a
promover festas, encontros e eventos diversos com a garantia de que todos os
imprevistos e riscos sejam minimizados.
Qualidade de vida
Nesse setor, encontram-se aqueles profissionais que atuam diretamente na
busca pela saúde e pela qualidade de vida das pessoas. São os sujeitos que
trabalham em academias, residências, clubes, empresas, e espaços fitness
de condomínios, promovendo momentos de atividades físicas saudáveis,
como ginástica laboral, musculação, práticas de relaxamento, treinamentos
funcionais, entre outras atividades que visam à busca da saúde aliadas a um
sentimento de bem-estar. A abordagem dos profissionais nessa área pode ser
individual ou coletiva, dependendo do contrato firmado e do espaço disponível
para desenvolver seu trabalho. Além de conhecer os aspectos biodinâmicos e
fisiológicos, deve ter um perfil de bom relacionamento, de modo a promover
o entusiasmo nas pessoas com quem desenvolve seu trabalho.
Lazer turístico
Este campo é voltado para o público que gosta de conhecer novas cidades e
interagir com novas culturas. Além disso, com a redução dos espaços de lazer
nos grandes centros urbanos e a procura por opções próximas das residências,
o ecoturismo, especialmente em meio rural, também tem ganhado força. Nesse
campo, os profissionais que atuam com lazer desenvolvem suas atividades
guiando as diversas pessoas em parques, praias, museus e demais pontos tu-
rísticos. Também é uma possibilidade para animadores e profissionais voltados
à promoção de qualidade de vida que atuam em hotéis, pousada, cruzeiros
10 Áreas de atuação e o mercado de trabalho
Lazer em clubes
Embora as pessoas que buscam clubes recreativos se aproximem muito da-
quelas que buscam os espaços de qualidade de vida citados, as possibilidades
de atividades se diferem. O amplo espaço que, de modo geral, dispõem os
clubes associativos faz com que promovam atividades de piscinas e de quadras
e campos diversos. Assim, as atividades desempenhadas pelos profissionais
são diversas, podendo promover monitoria em equipamentos aquáticos, como
tobogãs, momentos de hidroginástica, passeios a cavalo ou partidas esportivas.
Nesse aspecto, os profissionais devem conhecer os diversos procedimentos
técnicos e de segurança para cada uma dessas funções.
Locação de espaços
Dentre essas possibilidades de trabalho se encontram os profissionais que
apenas alugam os espaços, ou seja, os pequenos, médios e grandes empresários.
Suas tarefas não envolvem a organização do evento em si, nem o contato direto
com o público que desfrutará das atividades infantis. Nesse aspecto, um dos
setores que tem crescido é a oferta de espaços voltados às festas infantis, em que
Áreas de atuação e o mercado de trabalho 11
Quadro 1. Média de despesa mensal com lazer per capita e total por família
Mercados de lazer
As opções de lazer nas últimas décadas têm ganhado possibilidades diver-
sas. Entretanto, cabe salientar que ainda perduram alguns mecanismos de
segregação ao uso e acesso aos locais e equipamentos de lazer. Por exemplo,
viagens a países distantes e que têm aspectos culturais muito diferentes ao
Brasil são possíveis de serem realizadas, na maioria das vezes, por famílias
que têm uma renda consideravelmente mais alta em relação à média brasileira.
14 Áreas de atuação e o mercado de trabalho
Bem-estar
Uma das grandes preocupações atuais e que tende a se manter no futuro é a
atividade voltada ao bem-estar físico, mental e espiritual. A busca pela qua-
Áreas de atuação e o mercado de trabalho 15
Cultura
Conejo (2007) aponta o lazer cultural como uma das grandes tendências da
América Latina. Nesse aspecto, o turismo ganha o protagonismo de promover
atividades voltadas à exploração e ao contato com culturas diversas. Os países
pertencentes ao Mercosul têm uma grande quantidade de culturas diversas e
16 Áreas de atuação e o mercado de trabalho
Mídias digitais
As buscas por ambientes seguros, muitas vezes, fazem com que as pessoas
procurem atividades de lazer em suas residências. Historicamente, as reuniões
de família, os jogos de tabuleiro, o rádio e a televisão ocupavam boa parte do
tempo das pessoas, garantindo horas de entretenimento enquanto estavam em
casa. Atualmente, essas formas de desenvolver atividades têm se modificado
à medida que os avanços tecnológicos vão se modificando, atingindo cada vez
mais pessoas, e aquelas que rejeitavam o uso de novas tecnologias digitais, no
início de sua expansão há algumas décadas, vão deixando de existir.
Os computadores, assim, têm se demonstrado cada vez mais presentes em
boa parte do dia a dia da maioria das pessoas. Por meio dessas ferramentas,
Áreas de atuação e o mercado de trabalho 17
Leituras recomendadas
GALBRAITH, J.; DOWNEY, D.; KATES, A. Projetos de organização de dinâmicas. Porto
Alegre: Bookman, 2011.
MACEDO, L.; PETTY, A. L.; PASSOS, N. Os jogos e o lúdico na aprendizagem escolar. Porto
Alegre: Artmed, 2005.
WATT, D. Gestão de eventos em lazer e turismo. Porto Alegre: Bookman, 2007.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
Educação Ambiental
Revista e ampliada
E21 Educação ambiental [recurso eletrônico] : abordagens múltiplas /
organizador, Aloísio Ruscheinsky. – 2. ed., rev. e ampl. –
Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Penso, 2012.
CDU 37:502
EDUCAÇÃO
Educação
Ambiental
no setor
produtivo
TRABALHO AMBIENTE
Gestão Ambiental
Figura 9.1 As três áreas (Educação, Trabalho, Ambiente) e os seus contextos pedagógicos
(Educação Profissional, Educação Ambiental e Gestão Ambiental).
Juliana K. M. Teixeira
O papel do profissional: lei
do exercício profissional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Cada profissão é composta por direitos e deveres atribuídos aos traba-
lhadores de sua respectiva área. A profissão que possui regimento em
legislação própria é considerada uma profissão regulamentada. A edu-
cação física foi regulamentada por meio da lei do exercício profissional,
decretada em 1º de setembro de 1998.
Neste texto, você irá compreender a regulamentação, as disposições
legais, as determinações dos conselhos que regulam a profissão e a ética
que envolve todos os aspectos do papel do profissional.
mação de atletas. Caso essa exigência não seja atendida, a instituição deverá
acarretar com os danos que por ventura sejam causados por exercícios mal
orientados nessas atividades.
Ética profissional
Para garantir o atendimento de qualidade por profissional formado e também
assegurar os direitos do profissional de educação física, em 1º de setembro
de 1998, foi sancionada a Lei nº 9696/98, que regulamentou o exercício pro-
fissional de educação física. Para apoiar a lei, foi criado o Conselho Federal
de Educação Física (CONFEF) e os Conselhos Regionais de Educação Física
(CREFs). Essa lei, além de fiscalizar o exercício profissional, ajudou também
a organizar a educação física no Brasil.
No Art. 3º dessa lei, encontra-se o seguinte texto:
https://goo.gl/aMFFjd
Leituras recomendadas
BARROS, J. M. C. Ética é o Profissional de Educação Física. Revista CREF-SP, São Paulo,
ano 1, n. 2, p. 10, abril 2001.
Cristiano Lozada
Tracy Freitas
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-260-7
Introdução
O campo de trabalho do profissional de educação física é amplo, e sua
atuação se insere em diversos ambientes de trabalho e áreas. Na área
da saúde, existem muitas possibilidades de colocação profissional. Entre
elas, podemos citar a saúde pública, a prevenção de doenças, o apoio na
reabilitação de pacientes no âmbito hospitalar, além da atividade dentro
de grupos de profissionais nos hospitais.
Neste capítulo, você verá a posição da Organização Mundial da Saúde
(OMS) a respeito da importância do profissional da educação física e da
atividade física. Além disso, você vai conhecer a atuação do profissional
de educação física no âmbito da saúde nacional e a ação do Ministério
da Saúde do Brasil, colocando esse profissional no projeto das Unidades
hospitais;
UBS;
grupo integrado de profissionais;
clínicas;
academias;
clubes;
escolas esportivas.
Em 2002, a Organização Mundial da Saúde, em carta aos países que a integram, sugeriu
a construção de políticas públicas que priorizassem a importância da prática de
atividades físicas devidamente acompanhadas e orientadas por profissionais, bem
como a prática de atividade física rotineira para atingir uma qualidade de vida melhor.
O Ministério da Saúde do Brasil instituiu, a partir dessa carta, diversas ações que
integram o profissional de educação física em programas, projetos e grupos de pro-
fissionais da saúde. Também passou a promover ações que estimulam a prática de
atividade física para prevenir as doenças decorrentes de uma vida sedentária.
Por intermédio da Federação Brasileira de Associações dos Profissionais de Educação
Física, muitos anos antes disso, já se discutia a educação física, inclusive a escolar,
como sendo importante para a saúde e para a qualidade de vida. Hoje, em carta, a
OMS pede atenção às práticas da educação física escolar como meio para promover,
no indivíduo, o costume da atividade física.
https://goo.gl/nhuxwA
Esses núcleos têm por objetivo dar entrada ao usuário para o sistema do
PSF e também um apoio às equipes de saúde da família. O NASF está dividido
em nove áreas:
BRASIL. Ministério da Saúde lança programa para estimular a prática de atividade física.
07 abr. 2011. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/esporte/2011/04/ministerio-
-da-saude-lanca-programa-para-estimular-a-pratica-de-atividade-fisica>. Acesso
em: 09 ago. 2017.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Atividade física. Folha Informativa, Brasília, DF, n.
385, fev. 2014. Disponível em: <http://actbr.org.br/uploads/conteudo/957_FactShee-
tAtividadeFisicaOMS2014_port_REV1.pdf>. Acesso em: 09 ago. 2017.
SANTOS, L. R. dos. O profissional de educação física e a saúde da família. Educação
Física, Brasília, DF, v.8, n. 27, p. 18-19, mar. 2008. Disponível em: <http://www.confef.org.
br/extra/revistaef/arquivos/2008/N27_MAR%C3%87O/14_PROF_EF_SAUDE_NA_FA-
MILIA.PDF>. Acesso em: 09 ago. 2017.
STEIN et al. Rastreamento do sedentarismo em adultos e intervenções na promoção da
atividade física na atenção primária à saúde. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de
medicina de Família e Comunidade, ago. 2009.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Physical activity. 2017. Disponível em: <http://www.
who.int/mediacentre/factsheets/fs385/en/>. Acesso em: 10 fev. 2017.
Leituras recomendadas
BILIBIO, L. F.; CECCIM, R. B. Singularidades da educação física na saúde: desafios à
educação de seus profissionais e ao matriciamento interprofissional. In: FRAGA, A. B.;
WACHS, F. (Org.). Educação Física e Saúde Coletiva: políticas de formação e perspectivas
de intervenção. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2007. p. 47-62.
Eduardo Natali
Della Valentina
As tendências atuais do
mercado de trabalho
em Educação Física
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você estudará as tendências do mercado de trabalho
de Educação Física, compreendendo como a mídia, a sociedade e a
própria formação do indivíduo proporcionam maiores possibilidades
e oportunidades no mundo atual. Ou seja, você refletirá sobre o atual
mercado de trabalho da Educação Física, identificando o novo perfil do
profissional da área e conhecendo os campos de atuação promissores.
Mercado de trabalho
Desde o final do século XX, o mundo do trabalho, estimulado pela nova
dinâmica capitalista, tem passado por mudanças significativas. A desregu-
lamentação das regras trabalhistas e a flexibilização do mercado elevaram a
tecnologia e o conhecimento científico atrelados à Educação Física a níveis
não explorados, assim como geraram um novo ordenamento no trabalho do
professor de Educação Física, que teve de adquirir novos conhecimentos,
novas habilidades e atitudes.
2 As tendências atuais do mercado de trabalho em Educação Física
físicas, que foram sendo cada vez mais comercializadas — situação evidente
no caso das academias de ginástica (QUELHAS, 2011).
Seguindo a cartilha neoliberal e aproveitando-se do surgimento dos pro-
cessos flexíveis de produção, a iniciativa privada enxergou um novo espaço
de investimento no mercado das atividades físicas (SILVA; BRITO, 2016). A
partir daquele momento, instaurou-se um movimento de “compra” e “venda”
das atividades físicas.
Nesse mesmo período, surgiram modificações na área da Educação Física,
as quais se destacaram: uma nova maneira de se nomear o termo professor
de Educação Física, que acabou substituído pelo termo “profissional de Edu-
cação Física”; os primeiros ensaios sobre a regulamentação da profissão; o
nascimento do curso bacharelado, em 1987. Todas essas modificações termi-
nariam na regulamentação da profissão e na criação dos conselhos federais
(SAUTCHUK, 2005).
Ambientes privilegiados para a realização de atividades corporais siste-
máticas, como as academias, as escolas de esportes e os clubes esportivos,
passaram a se expandir e, hoje em dia, são facilmente encontrados na sociedade
e fazem parte do cotidiano das pessoas.
O avanço da ciência e da tecnologia, assim como a nova ordem na
dinâmica encontrada nos dias atuais para o desenvolvimento econômico,
social e cultural, trouxeram grandes transformações no estilo de vida das
pessoas. O ser humano, que antes se valia da sua capacidade singular de se
locomover de forma eficiente, foi rapidamente atraído pelos “privilégios”
encontrados nos modernos meios de transporte e passou a preterir o hábito
da atividade corporal.
A ação de realizar exercícios físicos, expressões corporais e atividades
desportivas constitui-se em um bem e um direito de todos os cidadãos, portanto
não devem ser um expediente apenas para atletas, nem tampouco devem ser
sucateados pelo poder público, já que se caracterizam como um legítimo meio
para a aquisição de um estilo de vida ativo e são reconhecidos como elementos
importantes para um modelo de uma vida de maior qualidade.
Negada àqueles que não podem adquiri-la, a Educação Física perdeu sua
grande característica de servir a todos. Acompanhando a lógica neoliberal,
que enfraquece o dever do estado de investir em serviços básicos para a
população, os exercícios físicos passaram a fazer parte das responsabilidades
do próprio cidadão.
As tendências atuais do mercado de trabalho em Educação Física 5
Graduação
Está relacionada como um dos patamares de formação superior que se inicia
após o ensino médio ou equivalente e antecede a pós-graduação. É dividida
pelas nomenclaturas licenciatura e bacharelado, para caracterizar a natureza
da formação e sua intervenção profissional.
Licenciatura
Bacharelado
Pós-graduação
Curso aberto para diplomados em cursos de graduação. Existem dois focos:
Lato Sensu e Stricto Sensu.
Lato Sensu
Stricto Sensu
Mestrado
Apresentação de dissertação, onde revele o domínio do tema escolhido e a
capacidade de sistematização. Esta etapa tem enfoque de pesquisa científica.
Doutorado
Esta etapa de desenvolvimento é longa e exige uma discussão para construção
de uma nova ideia de forma longitudinal, que reflita as práticas para a mudança
social. Tem enfoque na formação de pesquisadores na área científica.
As tendências atuais do mercado de trabalho em Educação Física 9
Curso de extensão
Extensão é uma atividade acadêmica que não é parte integrante do ensino de
graduação; serve para complementar os conhecimentos de determinada área.
Perceba que atuar como personal trainer, nos dias de hoje, é uma proposta multifatorial,
pois não limita apenas a um campo de atuação, mas abre um leque de oportunidades
que vão desde a prescrição de exercício para estética até a reabilitação de pacientes
já liberados da fisioterapia.
https://goo.gl/8LTTQ9
Leituras recomendadas
BOTH, V. J. Crise estrutural do capital, mudanças no mundo do trabalho e suas me-
diações na Educação Física. Motrivivência, Florianópolis, v. 23, n. 36, p. 45-62, jun.
2011. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/
view/2175-8042.2011v23n36p45>. Acesso em: 9 abr. 2018.
BRACHT, V. Educação Física e aprendizagem social. Porto Alegre: Magister, 1992. 122 p.
CASTELLANI FILHO, L. Educação Física no Brasil: a história que não se conta. Campinas:
Papirus, 1988. (Coleção Corpo & Motricidade).
14 As tendências atuais do mercado de trabalho em Educação Física
Cristiano Lozada
Tracy Freitas
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-260-7
Introdução
Na década de 1950, o Conselho Federal foi criado com a missão de garantir
o direito constitucional ao atendimento da sociedade civil por profissio-
nais de educação física. Para valorizar o profissional desta área, surgiu a
Abrapefe, Associação Brasileira de Educação Física, como organização
sem fins lucrativos de direito privado.
Neste texto, você vai estudar um breve histórico da regulamentação
e formação do Conselho, além de compreender a regulação do sistema
CONFEF/CREFs e reconhecer a função dos Conselhos Regionais de Educa-
ção Física, sua atuação e abrangência. Você vai aprender sobre a Abrapefe,
sua função e necessidade na área.