Como Ter uma Grande Igreja | Atos 2

Observar os métodos da igreja primitiva pode nos dar algumas ideias de como devemos “fazer
igreja”. A história em Atos 2 sobre o nascimento da igreja responderá a perguntas e inspirará os
fiéis em todos os lugares.

I. A Formação da Grande Igreja (2:1–36)

Quando aconteceu o Dia de Pentecostes (Atos 2:1)? Pentecostes foi um dos três principais dias
de festa judaica (Lev. 23; Deut. 16). Naquele dia, segundo o Antigo Testamento, o sacerdote
trazia dois pães ao templo e os movia diante do Senhor. Isso falava do tempo em que o Espírito
Santo seria derramado e as almas seriam reunidas como uma só. Agora que Jesus havia
retornado ao Pai, a preparação divina estava completa e o sinal poderia se tornar realidade. Os
apóstolos, embora tão diferentes em temperamento e formação, se reuniram de comum acordo
para esperar pelo poder do Espírito Santo para que pudessem cumprir a incrível comissão que
Jesus lhes havia dado.

Em segundo lugar, o que aconteceu no Pentecostes (Atos 2:2, 3)? Simplificando, o Espírito Santo
foi derramado sobre os discípulos, e eles receberam poder celestial. Claro, o Espírito Santo já
estava no mundo. Ele foi instrumental na criação; Ele inspirou as Escrituras; Ele iluminou a mente
dos discípulos. No Pentecostes, porém, Ele veio com poder.

Dois milagres explícitos anunciaram a chegada do Espírito Santo. Primeiro foi o som de um
“vento impetuoso” (2:2). Jesus comparou o Espírito ao vento quando falou com Nicodemos
(João 3:8). Assim como o vento é invisível, mas irresistível, o Espírito de Deus também é. Não
podemos controlá-Lo nem ditar como Ele irá operar. Mas quando o Espírito se move, as coisas
são diferentes para sempre. Onde o vento de Deus sopra sobre uma igreja, os muros de
resistência caem, e essa igreja está a caminho de se tornar grande.

Os apóstolos não apenas ouviram a descida do Espírito, mas também O viram como um fogo
(Atos 2:3). O fogo do Espírito Santo limpa e purifica a igreja (Ex. 3:2; Heb. 12:29). Seu fogo
consome os trapos da justiça, a escória do orgulho e o restolho da dúvida. Finalmente, o fogo
conflagra, produzindo mais fogo. O Espírito toma conta de nós e nos torna o que Ele é - uma
chama ardente.

Agora, vamos considerar uma terceira pergunta: Por que aconteceu o Pentecostes (Atos 2:4)? O
Pentecostes aconteceu porque Deus quis fazer algo em nós. Embora historicamente o
Pentecostes tenha ocorrido apenas uma vez - para nunca mais ser repetido - experimentalmente
e pessoalmente, o Pentecostes ocorre no momento da salvação na vida de cada crente (1
Coríntios 12:13). Todo cristão tem o privilégio da presença do Espírito de Deus em sua vida. Deus
também quer fazer algo através de nós. Ser cheio do Espírito significa que falaremos pelo
Espírito, comunicando as obras de Deus (Atos 2:11). Os discípulos enfrentaram uma enorme
multidão de homens, mulheres e crianças de todas as nações do mundo, e não sabiam como
alcançá-los. Mas o Espírito Santo os capacitou a falar sobre Jesus. Se a igreja hoje pudesse
simplesmente confiar em Deus, Ele forneceria os meios para alcançar as multidões.

II. As Marcas de uma Grande Igreja (2:37-47)

Pentecostes foi apenas o começo. A igreja primitiva cresceu para impressionantes cem mil
cristãos em sete anos! Tal crescimento exige a pergunta: quais eram seus segredos? Quando
examinamos este capítulo, encontramos três marcas no crescimento de uma grande igreja:

A primeira marca em fazer uma grande igreja é uma membresia convertida (2:37-41). Uma
igreja deve ser composta de pessoas que são verdadeiramente salvas (2:47). Enquanto o
secretário da igreja pode adicionar seu nome ao rol da igreja, somente Deus adiciona seu nome
ao registro celestial! A conversão começa com um chamado de Deus (2:39). Em seguida vem a
convicção (2:37). As pessoas a quem Pedro pregou foram profundamente feridas e sentiram o
peso de seus pecados. Finalmente, a resposta humana está envolvida na conversão – devemos
nos arrepender (2:38). Arrependimento significa uma mudança de mentalidade em relação ao
pecado, a si mesmo e ao Salvador (Lucas 13:3). Significa renunciar ao mundo e voltar-se do
pecado para Jesus Cristo para o perdão (Atos 2:40). É quando um crente recebe o Espírito Santo,
que é o dom de Deus (2:38).

A segunda marca na construção de uma grande igreja é um ministério constante (2:42-45).

Aqueles que foram salvos e se juntaram à igreja “perseveraram” (2:42). Ao examinarmos a igreja
primitiva, notamos um programa quádruplo. A primeira parte de seu programa era a instrução.
Os cristãos aprenderam a Palavra de Deus e foram fundamentados na pregação fiel da Bíblia
para que pudessem entender a verdade espiritual. A segunda parte do programa deles era
inspiração, a comunhão do povo de Deus amando Jesus e uns aos outros. A terceira parte do
programa era a ilustração. Os discípulos continuaram “partindo o pão”. Observar a Ceia do
Senhor mantém a cruz fresca em nossos corações. A parte final do programa que a igreja
primitiva possuía era a invocação. A oração é a usina de poder do ministério e produziu “temor”
reverente entre as pessoas, que por sua vez produziu “maravilhas e sinais” (2:43). Coisas
aconteceram na vida da igreja!

A terceira marca na construção de uma grande igreja é a multiplicação contínua (2:46, 47). Ao
adorar abertamente “no templo” e testemunhar “de casa em casa” sobre sua fé em Jesus, a
igreja primitiva conquistou multidões para Cristo. O mesmo Espírito Santo que deu poder àquela
igreja é o Espírito Santo que habita em cada crente. Portanto, membros convertidos, ministério
constante e multiplicação contínua devem caracterizar nossas igrejas.